Resolução sobre o plebiscito da Assembleia Constituinte Após as jornadas de junho, onde o questionamento aos partidos e instituições da ordem burguesa radicalizou-se nas ruas, o governo federal brasileiro apresentou um pacote de concessões ao movimento que – ao contrário do discurso oficial de que estavam “ouvindo as reivindicações das ruas” – teve a intenção de ser uma tábua de salvação dentro dos marcos conservadores do regime político de um governo em crise com a queda de popularidade e os riscos eleitorais colocados para o pleito de 2014. Dentre as propostas limitadas de Dilma estava a ideia de uma constituinte exclusiva para a reforma política que, além de restrita e incapaz de atingir as necessidades populares, foi logo abandonada pelo governo em função da manutenção do arco prioritário eleitoral e conservador com PMDB e outros aliados do governo na direita brasileira, mostrando a incapacidade do governo petista de levar adiante qualquer mudança efetiva, mesmo as mais parciais e insuficientes. Entendemos que o clamor de junho e pós junho exige mudanças profundas, estruturais, que ultrapassam inclusive os marcos institucionais da necessária reforma política e englobam a necessidade de Reformas Urbana e Agrária efetivas, democratização dos meios de comunicação, concretização de mecanismos de democracia popular e direta, auditoria imediata da dívida pública, desmilitarização da polícia e da política, aumento substancial de verbas para a educação e a saúde, entre tantas outras reivindicações. Com esse critério aprovamos e nos somamos à campanha do plebiscito por uma Assembleia Constituinte Exclusiva e Soberana do sistema político que está sendo impulsionada por diversos movimentos populares.