TOXOPLAMOSE A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo Toxoplasma Gondii e adquire especial relevância quando atinge a gestante, visto o elevado risco de acometimento fetal. Entre os agravos anatômicos e funcionais decorrentes da toxoplasmose congênita podem ser descritos restrição de crescimento intrauterino, morte fetal, prematuridade e/ou manifestações clínicas e seqüelas como microftalmia, lesões oculares, microcefalia, hidrocefalia, calcificações cerebrais, pneumonite, hepatoesplenomegalia, erupção cutânea e retardo mental. objetivo principal a prevenção congênita e suas seqüelas. da toxoplasmose O A toxoplasmose é um grave problema à saúde humana. Para pessoas com defesas imunológicas diminuídas, como transplantados, portadores de AIDS e doenças crônicas, contaminação durante a gestação a doença pode ser fatal. O Ministério da Saúde recomenda a realização da triagem sorológica, por meio da detecção de anticorpos da classe IgG e IgM na primeira consulta de pré-natal, uma vez que o diagnóstico é eminentemente laboratorial. Deve ser realizado principalmente em lugares onde a prevalência é elevada. O objetivo principal do rastreamento é a identificação de gestantes suscetíveis para seguimento posterior. O seguimento visa à prevenção da infecção aguda por meio de medidas de prevenção primária. Já a detecção precoce objetiva prevenir a transmissão fetal e também proporcionar o tratamento, caso haja contaminação intraútero. O benefício secundário do rastreamento é a prevenção primária da toxoplasmose na gestação para as pacientes soronegativas (IgG e IgM negativas). FORMAS DE TRANSMISSÃO O gato contrai a infecção ao comer carnes cruas, ratos ou pássaros contaminados. Outros animais se infectam alimentando-se de pastagens contaminadas pelas fezes. CONTÁGIO INDIRETO: acontece devido à ingestão de carne com o agente transmissor. O gado e o porco e animais de caça, por exemplo, podem se contaminar e transmitir a doença por meio da carne, quando consumida mal passada. CONTÁGIO DIRETO: pode ocorrer por meio da inalação do agente transmissor, presente no solo, alimentos, fezes e contato com gatos, pombos e roedores. Transfusão de sangue, intraútero e transplante de pacientes contaminados, podem transmitir a doença. Na presença de anticorpos IgG positivos e IgM negativos, considera-se a gestante imune. Embora exista a possibilidade de que a gestante se contamine com genótipos diferentes da primo-infecção, o risco para o feto ocorre na quase totalidade das vezes quando a mãe adquire a infecção durante a gestação, pelo menos nas gestantes com imunidade normal. Existem relatos de que é possível haver transmissão materno-fetal em gestantes imunocomprometidas com toxoplasmose prévia à gestação. Portanto, embora se considere que as gestantes suscetíveis sejam o principal foco das medidas preventivas, todas as gestantes devem ser instruídas sobre os cuidados de prevenção primária. A maioria dos casos de toxoplasmose pode acontecer sem sintomas ou com sintomas bastante inespecíficos. Mesmo na ausência de sintomatologia, o diagnóstico da infecção aguda pelo Toxo-plasma Gondii na gravidez se reveste de importância, tendo como FORMAS DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA Lave as mãos ao manipular alimentos; Lave bem frutas, legumes e verduras antes de se alimentar evite comer alimentos crus; não Não faça a ingestão de carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas, incluindo embutidos (salame, copa etc.); Congele a carne durante três dias, principalmente as de caça a 15º negativos; Os cães também podem transmitir toxoplasmose ao sujarem o pelo no solo onde haja fezes de gato; Controle ratos e insetos como moscas, baratas e formigas, descartando corretamente o lixo doméstico e os dejetos das criações de animais; A água pode ser contaminada por fezes de gatos. Mantenha os reservatórios bem fechados e se a água não for tratada, deve ser fervida antes do consumo; EMSI realizar a Educação Preventiva para os povos indígenas. FORMAS DE PREVENÇÃO SECUNDÁRIA prove a carne crua durante a preparação; coma verduras e legumes sempre bem lavados; DIAGNÓSTICO LOCAL Evite o contato com o solo e a terra de jardim; se isso for indispensável, use luvas e lave bem as mãos e unhas após a atividade, evitando tal atividade pelas gestantes; Evite o contato com fezes de gato no lixo ou no solo, principalmente de for gestante; Após manusear a carne crua, lave bem as mãos, assim como também toda a superfície que entrou em contato com o alimento e todos os utensílios utilizados; Não consuma leite e seus derivados crus, não pasteurizados, sejam de vaca ou de cabra; Proponha que outra pessoa limpe a caixa de areia dos gatos e, caso isso não seja possível, tente limpá-la e trocá-la diariamente utilizando luvas e pazinha; Alimente os gatos com carne cozida ou ração, não deixando que eles façam a ingestão de caça; Lave bem as mãos após o contato com os animais: Evite acariciar cachorros ou gatos da rua ou soltos; Durante Pré-natal, rastreamento precoce da toxoplasmose gestacional; Leitura e interpretação dos exames sorológicos de toxoplasmose pela equipe da AB; Notificação Compulsória no Município Residente dos casos; Educação Permanente e Qualificação da EMSI; EMSI acompanhar e monitorar o tratamento medicamentoso das gestantes, fetos e pós- nascimento dos Rn’s nos casos indicados. TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Ocorre infecção fetal quando a mulher tem uma infecção aguda pouco antes da concepção, durante a gravidez ou em qualquer fase da gestação. Estudos demonstraram que a infecção e os danos fetais dependem da idade da gestação em que ocorre a infecção, e da capacidade de defesa dos anticorpos maternos. Danos fetais podem incluir: Retinocoroidite; Calcificações cerebrais; Perturbações neurológicas; Hidrocefalia ou microcefalia; Hepatoesplenomegalia; Anemias e Convulsões. FOTO: Rn com Hidrocefalia e Hepatoesplenomegalia decorrente da Toxoplamose Congênita DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO FETAL O exame isolado para este diagnóstico é a reação em cadeia da polimerase (PCR) no líquido amniótico, que pode ser feita a partir da 18ª semana de gestação. A PCR comum pode ter muitos falsos positivos e falsos negativos, sendo indicada atualmente apenas a PCR em tempo real. Embora o exame ecográfico só diagnostique as complicações da toxoplasmose fetal, lideradas por hidrocefalia, calcificações cerebrais, ascite fetal e alterações de ecotextura hepática e esplênica, está indicada a ecografia mensal nos casos de infecção aguda da gestante, pois a presença de sinais anormais pode determinar a mudança do tratamento, da espiramicina para o tratamento tríplice. SESAI/MS DSEI PORTO VELHO/RO CONDUTA COM O RECÉM-NASCIDO Todo recém-nascido cuja mãe teve diagnóstico de certeza ou suspeita de toxoplasmose adquirida na gestação deve ser submetido à investigação completa para o diagnóstico da toxoplasmose congênita, incluindo exame clínico e neurológico, exame oftalmológico completo com fundoscopia, exame de imagem cerebral (ecografia ou tomografia computadorizada), exames hematológicos e de função hepática. O lactente deve ser acompanhado e o tratamento iniciado a critério do pediatra assistente. Roteiro para rastreamento pesquisa da IgM (que evita os falsos positivos). Este roteiro não prevê realização de rotina da amniocentese com PCR do líquido amniótico para fins de diagnóstico da infecção fetal. Atualmente, somente é indicada a PCR em tempo real, pois outros métodos não possuem sensibilidade e especificidade adequadas. A indicação é realizar a amniocentese 4 semanas após a infecção materna e não antes de 18 semanas de gestação. Na toxoplasmose adquirida após a 30ª semana da gestação, o risco de infecção fetal é alto o suficiente para dispensar procedimentos de diagnóstico fetal e indicar o início imediato do tratamento em esquema tríplice (pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico). OBSERVAÇÃO: Doença de Notificação Compulsória! Notifique à Vigilancia Epidemiológica nos municipios os casos de toxoplasmose aguda na gestação, conforme diretrizes do Ministerio da Saúde/MS Fonte: SECRETARIA ESPECIAL DA SAÚDE INDÍGENA ATENÇÃO BÁSICA INDÍGENA EDUCAÇÃO PERMANENTE TOXOPLASMOSE Fonte: Caderno de Atenção Básica nº 32. Atenção de Pré-Natal de Baixo Risco. Ministério da Saúde. Ano: 2012. BVS – Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual. Dicas em Saúde – Toxoplamose. Site: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/199_toxoplasmose.html. Acesso em 07/02/2014.