Rinite alérgica - Departamento de Puericultura e Pediatria

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Rinite alérgica
Adriana Vidal Schmidt – Departamento de Alergia e Imunologia da SBP
A rinite alérgica é a doença crônica da mucosa do nariz que mais afeta as crianças
e adultos, diminuindo a qualidade de vida, afetando o desempenho escolar, social
e mesmo profissional. Ela pode afetar todas as vias aéreas, não se restringindo
somente ao nariz. A associação com outras doenças, como asma, sinusites,
otites, polipose nasal e a respiração oral provoca um impacto ainda maior na
saúde das crianças.
São características da rinite alérgica os espirros seguidos ou em crises, coriza
aquosa, obstrução nasal e prurido ou coceira. Eles surgem após exposição aos
alérgenos (poeira, ácaros, baratas, fungos, caspas de animais como cão e gato,
pólens), aos poluentes ambientais (como fumaça de cigarro), a mudanças bruscas
de temperatura. Infecções virais também podem desencadear ou agravar crises
alérgicas.
O fator genético e hereditário é forte na rinite alérgica, que pode iniciar em
qualquer idade, embora seja mais comum na infância e adolescência, e atinge
igualmente meninos e meninas. A respiração oral crônica deixa a criança mais
predisposta a amigdalites, faringites, otites e sinusites, e pode causar alterações
no crescimento craniofacial, que se processa nesta fase.
O tratamento é feito com medicações que controlam a inflamação da mucosa
nasal por longos períodos. O mais importante, porém, é controlar o ambiente,
afastando os alérgenos que prejudicam a criança. Eles podem ser identificados
através dos testes alérgicos realizados em consultório pelos médicos alergistas.
Em casos mais graves, a medicação pode ser reforçada com antialérgicos e até
mesmo corticoides nasais. A imunoterapia (tratamento com vacinas) também pode
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ser uma opção. Porém, somente o alergista pediatra pode dar a orientação
adequada a cada caso.
Se o seu filho apresenta obstrução nasal frequente ou persistente, respira pela
boca, apresenta roncos noturnos, coça o nariz, os olhos e/ou ouvidos, tem crises
de espirros ou o nariz escorre o tempo todo, tem lacrimejamento ocular e olhos
vermelhos e inchados, tem tosse persistente ou em crises, dores de cabeça ou
mesmo “resfriados” que demoram a melhorar, procure um médico pediatra. Seu
filho pode ter rinite alérgica.
Como evitar as crises
Quando as queixas respiratórias pioram após o contato com poeira, mofo ou
objetos guardados, seu filho pode ter alergia aos ácaros. Os ácaros são seres
microscópicos que se alimentam de detritos da poeira e preferem ambientes com
pouca luminosidade e elevada umidade. Aquela poeira acinzentada que é
visualizada nos estrados de colchões e cantos das casas é rica em ácaros.
Somente em um travesseiro já foram contados mais de 100 mil ácaros, e estimase que em colchões este número suba para milhões. Por isso a importância do
uso das capas impermeáveis para colchões e travesseiros, entre outras medidas
que citamos a seguir. E não resolve comprar colchões e travesseiros novos, pois
em poucos meses já estarão cheios ácaros novamente.
As medidas mais comumente recomendadas pelos alergistas pediatras para as
crianças com alergia aos ácaros são:
•
Manter a casa arejada e ensolarada, evitar umidades ou vazamentos e não
abusar dos umidificadores de ar;
•
Evitar carpetes, tapetes ou forrações, especialmente no quarto;
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•
Evitar móveis estofados ou objetos que acumulem pó;
•
Manter bichos de pelúcia ensacados com plástico e não deixar objetos
amontoados;
•
Retirar o pó com pano úmido, evitando vassouras ou espanadores;
•
Aspirar os colchões semanalmente;
•
Colocar capas impermeáveis no colchão e travesseiro e limpá-las com pano
úmido toda semana. Lavá-las a cada dois ou três meses;
•
Lavar roupas de cama semanalmente com água quente (acima de 60 oC);
•
Evitar cobertores de lã – preferir edredons e lavá-los com frequência;
•
Evitar cortinas pesadas, longas ou com muitas camadas de pano. Preferir
persianas verticais de PVC (limpar com pano úmido semanalmente);
•
Animais de pelos – mantê-los fora de casa e principalmente fora do quarto.
Nunca na cama!
A alergia na Primavera
Alguns pacientes, especialmente adolescentes e adultos jovens, poderão
apresentar sensibilidade aos pólens. Os sintomas serão mais intensos nos meses
de primavera e em dias secos e com vento, porque nestas situações os pólens se
propagam com maior facilidade. Chama atenção nestes casos a presença de
sintomas oculares importantes (olhos vermelhos, com lacrimejamento, coceira
intensa nos olhos e pálpebras inchadas), além dos sintomas nasais da rinite.
O tratamento medicamentoso pode variar de acordo com a estação do ano e
intensidade dos sintomas. Os pacientes que apresentam sintomas eventuais não
necessitarão de tratamentos preventivos e podem ser tratados somente durante
as crises. O uso de colírios antialérgicos pode ser indicado.
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É muito importante salientar que o cigarro, a poluição, os odores fortes e produtos
químicos funcionam como irritantes primários. Eles agridem a mucosa respiratória
independentemente de mecanismos alérgicos, e devem ser evitados.
O cigarro está claramente associado a uma série de doenças respiratórias na
infância, pois os filhos de pai ou mãe fumante serão sempre fumantes passivos.
Leve regularmente o seu filho ao Pediatra e nunca ofereça um medicamento sem
a orientação médica. A automedicação deve ser evitada sempre, pois pode
acarretar danos à saúde ou mesmo expor a criança a riscos desnecessários.
Chamadas de capa
Poeira, ácaros e pólen podem desencadear rinite alérgica e prejudicar a vida
da criança. Alguns cuidados podem reduzir este problema.
É possível descobrir o que provoca rinite alérgica no seu filho. E também se
podem reduzir os fatores de risco.
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