Dispersão de Pólen pela Ação de Polinizadores: Um Modelo para Simulação ∗ Diomar Cristina Mistro, Daniela Brondani Giacomini†, Depto de Matemática, CCNE, UFSM, 97105-900, Santa Maria, RS E-mail: [email protected], [email protected], Cláudia Maria Jacobi Depto de Biologia Geral, UFMG E-mail: [email protected]. Neste trabalho, analisamos um modelo discreto com operadores integrais para descrever a dispersão do pólen de uma planta por ação de abelhas polinizadoras, para diferentes paisagens florais. Consideramos um reticulado bidimensional discreto onde cada nó x = (i, j) ∈ Ω ⊂ R2 representa uma planta, a qual por sua vez, possui um número f (x) flores. No centro do reticulado encontra-se a planta cujo pólen será carregado pelas abelhas que a visitarem. Se pt (x) é a quantidade de pólen fixado na planta da posição x, no inı́cio do passo t e qt (x) é a quantidade de pólen carregado pelas abelhas na posição x no inı́cio do passo t, a distribuição de pólen carregado pelas abelhas e a distribuição de pólen nas plantas, respectivamente, serão obtidas pelas equações R f 2 (y) qt+1 (x) = Ω k(x, y) 1 − a+f qt (y)dy 2 (y) (1) pt+1 (x) = pt (x) + f 2 (x) a+f 2 (x) qt+1 (x), onde k(x, y) é o núcleo de redistribuição que descreve o comportamento de forrageamento das abelhas, isto é, a procura por melhores plantas e, a indica o número de flores que provoca uma maior permanência na planta. f 2 (x) O fator a+f 2 (x) descreve a fração de pólen que será depositado na planta comofunção do número f 2 (y) qt (y) de flores da planta. A expressão 1 − a+f 2 (y) no integrando representa o decaimento da carga polı́nica das abelhas, a cada passo. Foram realizadas simulações numéricas num domı́nio de 30 × 30, para diferentes distribuições espaciais de flores. Consideramos uma distribuição de flores regularmente espaçadas, a qual corresponde a alguns casos de cultivos comerciais, em que as plantas estão próximas e igualmente espaçadas, florescem sincronizadamente e apresentam aproxi∗ Trabalho † bolsista financiado pela FAPERGS - Processo de Iniciação Cientı́fica FAPERGS madamente o mesmo número de flores. Consideramos também distribuições irregulares de plantas, as quais correspondem a distribuições em habitats naturais. Uma medida adequada para avaliar a dispersão é dada pela distância quadrática média. Através dela, observamos um maior espalhamento de pólen para baixas densidades de flores. Nesta situação, as abelhas têm pequena permanência em cada planta. Em altas densidades, o pólen fica concentrado ao da planta original pois as abelhas depositam maior quantidade de sua carga polı́nica em uma mesma planta. À medida que a distância entre as plantas aumenta, aumenta também o espalhamento do pólen. Tais resultados são observados nos experimentos de campo. Referências [1] Mistro, D. C., Modelos para Dispersão de Abelhas Africanizadas: Um Zoom Matemático. Tese de Doutorado, Matemática Aplicada, IMECC, UNICAMP (1998). [2] DiPasquale, C., Jacobi, C. M., A Model of Insect-Mediated Pollen Transfer in SelfIncompatible Plants. Ecological Modelling vol. 109 (1999) 25–34