PARACOCCIDIOIDOMICOSE Micose profunda que se caracteriza por processo granulomatoso crônico, causada pelo fungo dimórfico paracoccidioides brasiliensis. Micose sistêmica endêmica. É a infecção fúngica sistêmica de maior prevalência na América Latina, conhecida também como blastomicose sul-americana. Infecta, por via respiratória, mas apenas uma minoria (particularmente adultos do sexo masculino ligados à atividade agrícola) desenvolve a doença, que é um processo granulomatoso-piogênico, com evolução crônica. Atinge pulmões, mucosa oral e das vias respiratórias, pele e gânglios linfáticos. Quadro clínico - Forma aguda-subaguda = crianças e jovens, tendência à disseminação pelos sistemas linfático e retículo-endotelial e para outros tecidos. - Forma crônica = adultos, acomete mais pulmões e mucosa das vias respiratórias. É a mais comum. • Paracoccidioides brasiliensis – Fungo dimórfico, assexuado (criptoesporulação ou brotamento simples) – Ágar - Sabouraud - crescimento lento – Gelose chocolate - crescimento rápido (37°C) – Cobaia, hamster e camundongo são sensíveis (a sensibilidade varia e amostras diferentes do fungo podem ter diferentes graus de virulência). - Produz enzimas (urease, protease e fosfolipase), mas sua atividade bioquímica é fraca nos testes de identificação de leveduras. Libera exoantígenos (gp 43) - Via inalatória blastoconídia - Fator de risco : profissões ou atividades relacionadas ao manejo do solo contaminado - Paciente exerceu atividade agrícola nas e primeiras décadas de vida, adquirindo a infecção, mas a clínica manifesta-se anos depois - 10 a 15 homens : 1 mulher. Na infância, distribuição uniforme - Se não diagnosticada e tratada : forma grave e letal - Pode ser assintomática (a infecção é diagnosticada, por vezes, em necropsias de indivíduos assintomáticos, que morreram por outras causas). - Causa infecção em milhões de pessoas, mas só causa a doença na minoria. EPIDEMIOLOGIA _ Pb isolado do solo, vegetais e fezes de morcegos _ Clima úmido, Temp. 11 a 30o C _ México até a Argentina (áreas mais endêmicas no Brasil, Venezuela e Colômbia) _ Trabalhadores rurais, sexo mesculino 8:1. Até a puberdade a incidência da doença é igual nos dois sexos. Predominância entre 30 e 50 anos de idade. A maioria infectada é do sexo masculino devido à proteção dada pelos estrógenos na mulher adulta, além desta se expor menos ao P. brasilienses. Além disso o P. brasiliensis tem receptores para o estradiol, o impossibilita a transformação do micélio em levedura. _ O surgimento da doença também é relacionado ao alcoolismo e a desnutrição. Pode também se comportar como agente oportunista, em indivíduos imunodeprimidos. _ Transmissão: inalação ou implantação traumática / não há congênita ou inter-humana (não é contagiosa). Lesões de mucosa oral, retal, intestinal e cutâneas devem ser consideradas secundárias à disseminação hematogênica do agente a partir dos pulmões. _ PI: desconhecido (20 a 30 anos) _Deflorestamento de bacias hídricas, caça a tatus, escavação do solo, cafezais predomínio no SE, com migração para outras áreas (BA, PA, RO) PATOLOGIA - O patógeno nos pulmões gera alveolite com neutrófilos, depois substituídos por mononucleares e macrófagos. A partir da sexta semana aparecem os granulomas epitelióides. A partir da vigésima ocorre disseminação para linfonodos, fígado e baço (sequência de eventos em camundongos). - Vias de disseminação : hematogênica, linfática e canicular. A linfática é a que ocorre mais rapidamente, com adenomegalias em todo o corpo. Mesmo gânglios pequenos, aparentemente sãos, podem mostrar a presença de fungos. A disseminação linfática pelos pulmões confere o padrão em asa de borboleta observado em RX. A via hematogênica possibilita a disseminação para vários órgãos. A via canalicular é importante na disseminação, paricularmente no pulmão, através da árvore traquebrônquica. - 2 fatores são fundamentais : a virulência do agente e a capacidade de resposta imunológica. Existem cepas mais resistentes, mas não se sabe se estão relacionadas a gravidade da doença. - Mecanismos de defesa : imunidade mediada por células e a fagocitose por células do sistema fagocítico-mononuclear. Em pacientes com formas sistêmicas da doença, ocorre depressão da imunidade dependente de linfócitos T (fundamentais na defesa imunológica), o que é atestado pela negatividade em testes cutâneos, pela ausência de transformação blástica de linfócitos utilizando paracoccidioidina, pela redução de linfócitos T circulantes e pela presença de granulomas frouxos, ricos em parasitas nas lesões. Além disso ocorre queda no número de linfócitos T helper circulantes, na secreção de linfocinas e na produção de determinados ativadores de macrófagos. Os neutrófilos fagocitam normalmente, mas não conseguem digerir os fungos. A virulência da cepa relaciona-se com a capacidade de digestão. O sistema complemento também pode ser ativado pelo próprio P. brasiliensis, o que resulta em uma fagocitose mais eficiente pelos macrófagos. Ocorre aumento de imunoglobulinas, que vão atuar na opsonização do agente infeccioso. - O trato respiratório é a porta de entrada, sendo os pulmões, os primeiros - A infecção e a sobrevivência do fungo no pulmão pode levar a 3 situações : infecção assintomática (paracoccidioidomicose-infecção), paracoccidioidomicose-doença e paracoccidioidomicose residual (sequelar). A progressão da doença depende da virulência e quantidade de inóculo e dos mecanismos de defesa do hospedeiro. _ Demonstração do fungo _ Reação granulomatosa _ Células de Langhans (células gigantes) _ Necrose de caseificação e supuração no centro do granuloma _ Fibrose cicatricial calcificação _ Células histiocitárias, tipo Virchow (fenômenos imunoalérgicos) CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE - Paracoccidiodomicose infecção = o complexo primário involui espontaneamente, embora possa haver fungemia (focos metastáticos). As cicatrizes dessas lesões iniciais podem se tornar estéreis ou podem persistir os fungos com formação de foco latente ou quiescente. Excepcionalmente as lesões primárias podem evoluir, com sinais e sintomas da forma aguda ou subaguda (juvenil). Usualmente a alveolite pulmonar bloqueia o crescimento dos fungos em um nódulo fibrótico e encapsulado. A infecção primária pode ser assintomática ou oligossintomática (sinais e sintomas transitórios, inespecíficos e indistinguíveis de infecções virais pulmonares). - Paracoccidiodomicose doença = processo piogênico-granulomatoso, em geral como evolução crônica. Atinge pulmões, mucosa oral e da vias respiratórias, a pele e os gânglios linfáticos. Mais frequentes no sexo masculino (fator de proteção hormonal em mulheres) nos adultos e indiferente entre sexos nas crianças. Pode apresentar-se na forma latente ou quiescente em granulomas e nódulos fibróticos pulmonares ou extrapulmonares. A latência ocorre pela redução da atividade metabólica dos fungos e explica os longos períodos de latência da doença. Esses períodos podem ser rompidos por fatores (tabagismo, alcoolismo, déficits nutricionais, imussupressão, reinfecções, fatores genéticos) que alterem a relação parasitahospedeiro e determinar a forma crônica da doença. - Forma aguda / subaguda mais observada em crianças e jovens, com tendência a disseminação pelo sistema linfático e outros tecidos. - Forma crônica ocorre em adultos, é mais localizada e acomete mais pulmões e vias repiratórias. - Unifocal / Multifocal (+ comum) - Forma residual ou sequelar = pode deixar sequelas anatômicas e funcionais e até levar à morte. Reicidivas são frequentes. - Importância da avaliação imunológica para o prognóstico comprometimento do estado geral, perda de peso, tipo de linfadenopatia supurada ou não e presença de envolvimento pulmonar. - Sequelas microstomia, estenose da traquéia, fibrose pulmonar e insuficiência supra-renal. - Co-infecção com HIV formas disseminadas da micose, por reativação de focos quiescentes da micose. FORMA AGUDA/SUBAGUDA (juvenil) - até 35 anos - 3 a 5% dos casos - Evolução + rápida - Quadro clínico desencadeia logo após a infecção primária incompetência dos mecanismos de defesa, inalação de grande quantidade de conídios ou infecção por amostra muito virulenta do fungo. - Pode resultar também de reinfecção pelo fungo. - Linfadenomegalia, manifestações digestivas, hepatoesplenomegalia, evolvimento ósteoarticular e lesões cutâneas FORMA CRÔNICA (adulta) - + 90% dos pacientes. - Adultos entre 30 e 60 anos, predomínio de homens - Progride lenta e silenciosamente, pode levar anos para ser diagnosticada - Manifestações pulmonares em 90% - Geralmente, apresentação multifocal. Pulmões, mucosas e pele são os + acometidos - Avaliação imunológica = prognóstico, atividade da doença, acompanhamento clínico e controle de cura. - Critérios de gravidade = tratamento - Estomatite moriforme (lesão na boca que parece uma amora) = fecha diagnóstico - Forma ganglionar = focos críticos (locais que o remédio não alcançou) que reicidivam - Infecção depende da resposta imuno-celular = síntese de citocinas que ativam macófagos e linfócitos CD4 e CD8+ - Indivíduo doente = depressão da resposta tipo 1 - Formas mais graves = resposta imunológica tipo 2, maior ativação de linfócitos B - Alterações da resposta imunológica indicam se há fungos quiescentes. Quadro Clínico - Tendência à disseminação - Predomínio do envolvimento de pulmões, linfonodos e mucosas das vias aerodigestivas superiores. - Geral : mal-estar generalizado, indisposição, anorexia e emagrecimento (pode chegar à caquexia). Febre nem sempre presente, é sinal de gravidade. - Pulmões : porta de entrada, quase todos os casos. Causa dispnéia progressiva. Pode aparecer tosse e expectorção. Hemoptóicos são mais raros. Não há dor torácica. O comprometimento pulmonar também pode ser assintomático. A semiologia pulmonar é pobre. Há comprometimento da função pulmonar (não melhora mesmo com a regressão das lesões radiológicas). - Linfonodos : pode ocorrer adenopatia subclínica (lesões em linfonodos considerados normais ao exame clínico), com depressão imune celular por lesão do tecido linfóide. Queixa mais frequente na forma aguda ou subaguda da doença. Pode ocorrer ainda adenopatia abdominal, que pode levar à compressão extrínseca das vísceras ocas (icterícia por compressão de vias biliares, síndrome da compressão da veia cava inferior, quadro de suboclusão ou oclusão intestinal). O comprometimento linfático mesentérico pode levar à síndrome de má absorção, por vezes acompanhada de ascite quilosa. - Mucosa das vias aerodigestivas superiores : fossas nasais, cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe. Ocorre rouquidão, odinofagia, disfagia, ardor na garganta e dispnéia. Pode ocorrer amolecimento dos dentes por acometimento do periodonto. Estomatite moriforme é uma lesão de evolução lenta, exulcerada. - Pele : alcançada pelo fungo por disseminação hematogênica ou por contiguidade. Raros casos em que é a porta de entrada. O comprometimento cutâneo pode se confundir com sarcoidose, cromoblastomicose e TB. - Supra-renais : os sintomas relacionados com a insuficiência supra-renal crônica são indisposição, cansaço fácil, anorexia, emagrecimento, diminuição da PA, hipotensão postural, hiperpigmentação da pele e mucosas, náuseas, vômitos e diminuição da potência sexual e libido. Baixos níveis plasmáticos de cortisol e aldosterona, mesmo com estimulação com ACTH. - Aparelho digestório : sialorréia, disfagia, halitose, dor abdominal, empachamento, queimação e alteração da motilidade intestinal são os sintomas mais frequentes. Íleo, estômago, duodeno, jejuno, colo ascendente e descendente são os seguimentos mais acometidos. Em geral, não há queixas relacionadas à lesão hepática. - Ossos e articulações : envolvidos na doença disseminada. Trauma prévio deve ser considerado fator desencadeante da infecção. A partipação óssea é, em geral, assintomática. Nas articulações ocorre dor e impotência funcional. - SNC : lesões podem ser tumorais (hipertensão intracraniana, sintomatologia sensitiva e déficits motores) ou meníngeas (base do encéfalo). - Olhos e anexos : comprometimento unilateral. Lesões palpebrais e conjuntivais. - Aparelho urogenital : quase exclusivo em homens. Epidídimo, testículo e, a seguir, próstata. - Tireóide : níveis séricos de T3 reduzidos HISTÓRIA NATURAL semelhante com a da TB FORMAS POLARES DA PB MICOSE 1. Pólo anérgico (-) 2. Pólo hiperérgico (+) Na forma aguda, há falha do sistema imune, sem produção de citocinas (predomínio da resposta TH2). FORMAS CLÍNICAS I. Infecção Paracoccidióidica II. Paracoccidioidomicose Doença 1. Forma regressiva 2. Formas progressivas 2.1 Forma aguda ou sub-aguda (tipo juvenil) A- Com adenomegalia superficiais (mod. ou grave) B- Com acometimento abdominal ou do aparelho digestivo (forma grave) C- Com comprometimento ósseo (forma grave) D- Com outras manifestações clínicas (mod. ou grave) 2.2 Forma crônica (tipo adulto) A-Forma leve B-Forma moderada C-Forma grave 3. Forma seqüelar RX da forma pulmonar poupa ápice e base, acúmulo de infiltrado no meio. FORMA AGUDA/SUBAGUDA HOMENS : MULHERES = 1 A 2:1 < 30 ANOS LIGAÇÃO C ZONA RURAL RECENTE FORMA CRÔNICA UNIFOCAL/MULTIFOCAL / LEVE MODERADA GRAVE HOMENS : MULHERES > 10:1 CIGARRO E ETILISMO LIGAÇÃO C ZONA RURAL RECENTE / PRÉVIA DIAGNÓSTICO • IDENTIFICAÇÃO DO FUNGO: • esfregaço de lesão mucosa, secreção de gânglio, escarro, lavado brônquico etc; • histopatológico, com coloração específica; • cultura • SOROLOGIA: >90% quando usa > 2 métodos • Imunodifusão: p/ diagnóstico; +, frac. + ou • Contraimunoeletroforese p/ seguimento: 1:1... 1:2048 • Outras: fixação de complemento, imunofluorescência indireta, ELISA • Dados Clínicos e epidemiológicos • Exame Direto – citologia e histopatologia – cultura e inoculação em animais • Exame Indireto – Reação de precipitação: imunodifusão e – Reação de fixação de complemento • Outros exames subsidiários – eletroforese de proteinas – estudo radiológico COMPLICAÇÕES CLÍNICAS FORMA AGUDA/SUB-AGUDA •FRATURAS PATOLÓGICAS •ALTERAÇÕES DE TRATO GI diarréia, má absorção intestinal, desnutrição, compressões extrínsecas-vias biliares, ascite FORMA CRÔNICA • ADDISON •DIFICULDADE P/ DEGLUTIÇÃO desnutrição •INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL FORMA AGUDA/SUB-AGUDA •LINFOMAS •TUBERCULOSE GANGLIONAR •ARTRITES E OSTEOMIELITES •LUES 2ária (SÍFILIS) FORMA CRÔNICA •TUBERCULOSE PULMONAR •HISTOPLASMOSE •PROCESSOS NEOPLÁSICOS (baso/espinocelular, pulmão, cabeça e pescoço) TRATAMENTO ATAQUE- LEVES A MODERADOS (sem SNC) Sulfadiazina, Sulfametoxazol-trimetoprim, Imidazólicos MANUTENÇÃO- LEVES A MODERADOS (sem SNC) Sulfametoxipiridazina (sulfa lenta), Sulfametoxazol-tmt. ATAQUE - CASOS GRAVES Anfotericina B, Itraconazole, associar drogas: Anf-B + Sulfas/ Itraconazole? SNC- Sulfadiazina / SMX-TMP / Anf-B CRITÉRIOS DE “CURA” – Clínico - regressão dos sinais e sintomas da doença, cicatrização das lesões, involução das adenopatias, estabilização do peso corporal – Micológico - negativação no exame direto e histopatológico – Radiológico - estabilização das imagens em cinco radiografias, num intervalo de três meses – Imunológico - negativação ou estabilização em títulos baixos da Imunodifusão. Paracoccidioidina (teste cutâneo com antígeno do P. brasiliensis, leitura de 48h: negativo, < 5 mm, p/ +, > 5mm diâmetro – Acompanhamento pós-terapêutico: Clínico/sorológico MONITORAMENTO DO TRATAMENTO: RADIOLOGIA SEQUELAS •Fibrose Pulmonar •Addinson •Microstomia •Traqueostomia (Estenose Traquéia) •Má-absorção Intestinal CRIPTOCOCOSE Micose profunda rara, cosmopolita, com comportamento oportunista. Aumento da prevalência com o advento da AIDS. Cryptococcus - Espécie mais importante = neoformans (mais comum no Brasil) - Cresce em meios com ágar-Sabouraud ou ágar-extrato de malte (37°C) - Identificação do fungo – usa-se a capacidade de assimilar carboidratos e a capacidade de hidrolisar uréia. - Variedades do fungo apresentam diferenças bioquímicas e genéticas e diferenças antigênicas e epidemiológicas significantes. Epidemiologia - Mais frequente em homens (70%) e em adultos (maioria entre 30 e 60 anos) - Encontrado no mundo todo. Os fungos crescem nas fezes dos pombos, mas o animal não se infecta (temperatura corpórea de 42°C). - Não há contágio inter-humano. Aumento do nº de casos em imunossuprimidos (pacientes com linfomas, leucemias crônicas, diabetes, LES, sarcoidose, AIDS, uso de corticóides e transplantados). Na co-infecção com AIDS, a criptococose é incurável e requer terapêutica supressiva antifúngica (sobrevida média de 8,4 meses). - A mortalidade da doença é alta, e, nos casos de cura, são frequentes as sequelas neurológicas Patogenia e patologia - Inalação das formas leveduriformes - No parênquima pulmonar pode determinar reações tissulares e de defesa imunitária mediada por células. Se não ocorre esse bloqueio, a infecção pode permanecer localizada ou disseminar-se. - A via gastrintestinal e a inoculação cutânea são formas de infecção raras. - A resistência natural humana é muito importante, portanto, essa infecção pode ser o primeiro sinal de uma imunossupressão. - Patogênese depende da virulência do fungo e a resposta imune (sobretudo celular). - Fatores de virulência = cápsula composta por mucopolissacarídeos (propriedades deletérias e antifagocitárias, além de efeitos deletérios no sistema imune) e a produção de enzimas (protege o fungo dos radicais livres). - Uma resposta imune normal do hospedeiro elimina ou sequestra o fungo, que pode permanecer latente no organismo. - Alterações no sistema imune permitem que a infecção primária ou, mais comumente, a reativação do fungo sequestrado determina a disseminação secundária. Os locais mais acometidos são: SNC, pulmões, miocárdio, pericárdio, gânglios linfáticos, trato GI, fígado, baço, medula óssea, articulações, sangue, olhos, pele e próstata (reservatório crítico do fungo). - A meningite criptococósica acomete pacientes com AIDS e linfócitos CD4 abaixo de 100. Tipos de infecção por criptococcus - Pulmonar - Disseminada Criptococose Pulmonar Manifestações clínicas - Ocorre após exposição intensa. Normalmente, a lesão inicial é transitória, resolvendo-se por resposta inflamatória local. - Pode ocorrer desde uma colonização assintomática até formas graves, com síndrome do desconforto respiratório do adulto. - O comprometimento pulmonar pode ser isolado ou associado a outras localizações e pode não ser evidente mesmo em casos de criptococcemia ou meningite. - Tosse - Dor Torácica - Escarro hialino - Emagrecimento - Febre baixa - Hemoptise - Derrame Pleural - Dispnéia - Fraqueza A clínica não é muito característica Aparece um nódulo no RX = por punção = diagnóstico Meningite Criptocócica Manifestações clínicas - É a mais frequente manifestação clínica (70%) - Início brusco ou insidioso - É obrigatória a punção liquórica em doentes com criptococose em qqr localização. No líquor : hipercelularidade com predomínio de neutrófilos linfomononucleares, aumento das proteínas e diminuição da glicorraquia. - Cefaléia - Sinais Meníngeos - Nível de consciência alterado - Alterações motoras - Paralisia de nervos cranianos - Sintomas cerebelares - Hipertensão clínica (+ tardia) Muitos sintomas Diagnóstico Criptococose Pulmonar - materiais orgânicos (escarro, liquor, sg, fragmentos de biópsia, lavado broncoalveolar e aspirados de medula óssea, gânglios ou tumorações) - histologia - cultura + Meningite - antígeno criptocócico - tinta da china (no líquor) = pode dar negativo = repetir - cultura positiva Prognóstico - Depende do sítio de infecção, início da terapia (precoce ou alterada), eficácia das drogas, situação imunológica e clínica do paciente - Longo período de terapia antifúngica HISTOPLASMOSE A histoplasmose é uma infecção causada pelo Histoplasma capsulatum nos seres humanos e em varias espécies de animais. A infecção se da pela inalação de microconídias espalhadas pelo ar. Essa espécie apresenta três variedades: H. capsulatum var capsulatum, H. capsulatum var duboisii, e o H. capsulatum var. farciminosum. O H. capsulatum var capsulatum apresenta-se nas lesões como elementos leveduriformes, esféricos ou ovóides, com apenas um brotamento e uma parede celular não captadora de anilina. A maior parte desses elementos encontra-se no interior de macrófagos ou células gigantes, podendo algumas vezes invadir neutrófilos polimorfornucleares. Nas preparações coradas com Giemsa ou Wright, a parede celular não capta o corante, aparecendo como um halo claro e o citoplasma apresenta-se como uma massa cromática unipolar azulescura a azul celeste, de formato semilunar. O H. capsulatum é um Gram positivo nos esfregaços, tem a coloração arroxeada nas preparações histopatológicas coradas com PAS e tinge-se de marrom a negro com a metenamina de prata de Grocott. Os focos com grande densidade de fungo são locais com dejeções de aves de criação, morcego ou pássaros: galinheiros, grutas habitadas por morcegos, cúpulas de prédios, etc. Tais locais podem ser denominados “pontos endêmicos”. O H. capsulatum causa infecção natural em varias espécies animais, sendo mais freqüentes nos cães, roedores e morcegos. Esses últimos podem ter infecções intestinais, excretar o fungo e transmitir a infecção aos outros animais. A infecção, quase sempre, é produzida pela inalação de micronídias da fase filamentosa. Estas penetram até o alvéolo pulmonar, são fagocitadas pelos macrófagos e se transformam em elementos leveduriformes gemulares. A fase leveduriforme do H. capsulatum se reproduz inicialmente no parênquima pulmonar, invadindo posteriormente os linfonodos hilo-mediastinais e, finalmente, disseminando-se pela corrente sanguínea. Esta fungemia é assintomática e permite que o H. capsulatum parasite todos os tecidos do sistema monocíticohistiocitário, tais como pulmões, fígado, baço, linfonodos e estruturas linfáticas do tubo digestório. Nas fases iniciais da infecção, a resposta inflamatória é constituída por neutrófilos que rapidamente, são constituídas por neutrófilos e macrófagos. Estes são capazes de fagocitar o fungo, porém não o lisam, permitindo, então, seu desenvolvimento. Após a 2° ou 3° semana de infecção, os linfócitos T CD4 se sensibilizam e passam a secretar linfocinas, tais como o interferon gama, interleucinas (principalmente a IL2) e fator de necrose tumoral. Esssas citocinas ativam os macrófagos que adquirem, então, a capacidade de lisar as leveduras do H. capsulatum. Concomitante a isso, a resposta inflamatória se modifica, dando origem à formação de granulomas epitelióides, com células gigantes, uma área central de necrose caseosa e um envoltório periférico de fibrose colagenosa com tendência á calcificação. Simultaneamente, passa-se a detectar a positividade à intradermorreação com histoplasmina e, duas a três semanas depois, tornam-se evidentes os anticorpos específicos. Neste estado, o hospedeiro é bastante resistente a novas infecções, porém se estas não ocorrerem, a imunidade mediada por células específicas decresce, podendo, raras vezes, originar reinfecções exógenas que têm um período de incubação mais curto e uma evolução mais rápida. Tem sido descrito muitos poucos casos de primoiinfecção cutânea, com a formação de nódulos, localizados e tendência à cura espontânea. Nos indivíduos acometidos por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), não ocorre cura espontânea da primoinfecção pulmonar. Os focos de pneumonite sofrem reativação periódica e dão origem paulatinamente à histoplasmose pulmonar crônica cavitária. As outras formas progressivas dessa micose profunda são devidas à falhas, mais ou menos graves, dos mecanismos de fagocitose e lise dos macrófagos. Assim desenvolvem-se as formas disseminadas agudas, subagudas ou crônicas. Fungo dimórfico e geofílico com inoculação através do ar Três variedades: - H. capsulatum var capsulatum - H. capsulatum var dubosii - H. capsulatum var farciminorum Infecção por inalação de microconídias da fase filamentosa Crescimento em solos ricos em substâncias orgânicas e pH ácido, onde há dejeções de aves ou morcegos Distribuição no solo restrita à área de maior endemicidade Áreas endêmicas = grandes áreas fluviais e lagos Pontos endêmicos = galinheiros, grutas habitadas por morcegos, cúpulas de prédios... Infecções em cães, roedores e morcegos (eliminação nas fezes) Correntes de ar carregam conídeos para grandes distâncias EPIDEMIOLOGIA - 20 a 90% da população adulta tem reação intradérmica + - Distribuição mundial - América e África - Sul do Canadá até regiôes centrais da Argentina - Maiores zonas endêmicas = vales dos rios Mississipi, Missouri e Ohio, bacia do rio da Prata e Serra do Mar PATOGÊNESE Inalação Fagocitose pelos macrófagos alveolares Elementos leveduriformes gemulantes no parênquima pulmonar Linfonodos mediastinais Disseminação hematogênica assintomática Ativação de todos tecidos do sistema monocítico histiocitário Hepatoesplenomegalia importante (leva um tempo) 1ª SEMANA Resposta inflamatória mediada por neutrófilos Linfócitos/Macrófagos Multiplicação no interior do macrófago 2ª A 3ª SEMANAS Sensibilização dos linfócitos T-CD4 Produção de linfocinas TH1 e TH2 Ativação dos macrófagos (lise fúngica) Formação de granulomas epitelióides (células gigantes, área central de necrose caseosa e envoltório periférico de fibrose colágena com tendência à calcificação) + intradermorreação com histoplasmina e, 2 a 3 semanas depois tornam-se evidentes os anticorpos específicos Cura da primo infecção SITUAÇÕES ESPECIAIS DPOC - Não ocorre cura espontânea da infecção pulmonar - Focos de pneumonite sofrem reativação periódica, dando origem à histoplasmose pulmonar crônica cavitária Falhas graves na imunidade celular Evolução desfavorável em indivíduos sem história de imunodepressão - Predomínio da resposta TH2 Formas agudas, subagudas e crônicas de histoplasmose CLASSIFICAÇÃO Histoplasmose do hospedeiro normal 1. Primo infecção assintomatica 2. Infecção Pulmonar Aguda - Moderada a severa - Inóculo maciço 3. Infecção Pulmonar Subaguda - Assintomática ou doença leve - Inóculo leve - Infiltrados focais ou múltiplos - Adenopatia hilar ou mediastinal - Recuperação espontânea em 1 mês Histoplasmose em pacientes com DPOC - Histoplasmose pulmonar crônica cavitária - Queda do sistema imune - Não ocorre cura espontânea - Cavitação - Lembra TBC - Lenta e progressiva * Dependendo da doença de base formas mais graves Histoplasmose em imunodeprimidos 1. Histoplasmose disseminada grave - clínica variada - hepatomegalia - linfadenomegalia - falência hepática - comprometimento SNC - meningite - falta resposta celular - RX = imagem em espelho (homogêneo) = lembra TB miliar - disseminação gastrintestinal - disseminação adrenal - < 10% casos - massa adrenal - insuficiência adrenal (necrose adrenal) - S. Addison - pericardite 2. Histoplasmose disseminada crônica - sem disseminação hematogênica - + manifestações dermatológicas 3. Histoplasmose disseminada subaguda - Semelhante à aguda, mas com evolução mais prolongada e deterioração mais lenta do estado geral. Doença determinada imunologicamente - histoplasmonas = lesões numulares, únicas ou múltiplas de lento crescimento excêntrico, com calcificações concêntricas - fibrose mediastinal - hipersensibilidade aos antígenos de H. capsulatum - linfonodos paratraqueais direitos e subcarinais, gerando atelectasia lobar média, compressão de artérias, veias pulmonares e esôfago e pericardite crônica - síndrome ocular Diagnóstico Análise da resposta imune específica _ Isolamento do H. capsulatum obtido das lesões estudadas _ Reações sorológicas - Imunodifusão em gel – sensibilidade de 90% - Contra-imunoeletroforese – maior sensibilidade - Fixação de complemento – 25% de reações cruzadas HEPATITES • Definição: designação genérica de várias doenças difusas, inflamatórias, degenerativas e regenerativas do fígado. • Agentes causais: - Vírus - Bactérias - Fungos - Parasitas - Produtos químicos - Auto-imune CAUSAS •Ingestão abusiva de bebidas alcoólicas •Infecções bacterianas, fúngicas, por protozoários •Ação de medicamentos hepatotóxicos •Ação de agentes químicos hepatotóxicos •Ação de células citotóxicas (auto-imune) •Infecções virais: HCMV, HSV, FA, VH a,b,c,d,e+ VH f,g,tt,sen HEPATITES VIRAIS AGUDAS • Etiologia: A, B, C, D, E, F, G • Outros vírus: VEB, VCM, VVZ, VHS, Sarampo, Rubéola, Caxumba, Coxsackie B, Febre Amarela HEPATITE VIRAL – Perspectiva Histórica - Infecciosa A - Sérica B, D - NANB Transmissão Entérica E Transmissão Parenteral C F, G, Outras ? A Fonte do vírus fezes Forma de transmissão fecal-oral Infecção crônica não imunização prépós exposição Prevenção B sg/derivados fluidos corpóreos percutâneo permucosa Sim imunização prépós exposição Formas de Hepatite C D sg e derivados sg e derivados • • • percutâneo permucosa sim Doador de sg screening comport. modificado percutâneo permucosa sim imunização prépós exposição comport. modificado 1. Infecção auto-limitada a) anictérica b) ictérica c) recorrente d) colestásica 2. Infecção persistente a) portador b) hepatite crônica persistente 3. Infecção progressiva a) hepatite crônica ativa b) hepatite aguda grave (fulminante) c) cirrose - carcinoma d) carcinoma hepato-celular 4. Formas atípicas extra-hepáticas FATORES DETERMINANTES • • • • • • tipo antigênico do vírus causal (capacidade citopática) forma de infecção (carga viral do inóculo) estado nutricional e suscetibilidade do hospedeiro doença hepática pré-existente estado imunitário prévio (humoral e celular) individual e populacional MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Quatro Fases Clínicas : fezes fluidos corpóreos fluidos corpóreos FORMAS CLÍNICAS • E fecal-oral não consumir água potável I - Período de Incubação (varia de acordo com o vírus) = período entre a penetração do vírus e a manifestação de sintomas. Em geral, não é conhecido. • • • • • • VHA de 15 a 50 dias (média 30 dias) VHB de 45 a 180 dias (média de 60 a 90 dias) VHC de 15 a 180 dias (média de 45 dias) VHD de 15 a 45 dias (média 30 dias) VHE de 15 a 60 dias (média 40 dias) Não A-E : etiologia desconhecida II - Período Pré Ictérico ou Prodrômico Conjunto de sintomas não específicos que antecedem o aparecimento da icterícia Pode ou não estar presente. Em crianças são mais brandos e, com frequencia, ausentes. Duração de aproximadamente 10 dias Sintomas mais freqüentes: “gripe-símile” -- mal estar, anorexia, náuseas e dor no hipocôndrio direito Nesta fase pode ocorrer Síndrome do Soro Símile. Em 15% dos casos: febre, rash cutâneo e artralgia. III - Período Ictérico Duração de 1 a 3 semanas Geralmente com redução dos sintomas prodrômicos Hepatomegalia dolorosa e discreta, com ocasional esplenomegalia Icterícia pode ou não ocorrer (2 a 50% dos casos) - colúria - prurido cutâneo e fezes claras nos casos de colestase ALT e AST aumentam no final do período de incubação, cerca de 1 a 2 semanas antes da elevação das bilirrubinas. As manifestações clínicas dependem do tipo de hepatite - A e C = raramente com icterícia - B aguda = icterícia em 30 a 50% dos casos - D = somente com co-infecção com VHB - E = anictérica (exceção = gestantes) III - Período de Convalescença Desaparece a icterícia Duração variável até cura ou progressão para Hepatite Crônica Pode persistir prurido cutâneo Adinamia = as vezes desproporcional ao período Sensação de desconforto no hipocôndrio direito, fezes amolecidas e intolerância a alimentos gordurosos A situação pode ser confundida com cronificação da dça --- fazer biópsia do fígado para esclarecimento, se necessário. Lembrando que o diagnóstico de cronicidade é histopatológico. As hepatites A e E não se cronificam. SINTOMAS: 4 fases na doença aguda E Febre, Rash X Artrite (15%) P ___icterícia 2-50% O ___urina escura S _______________mal estar 95% I _______________anorexia 90% Ç ____________náusea 80% à _________dor QSD 60% O ___________prurido 10% ___PI___> Pré-Ictérica > Ictérica > Convalescença (10 dias) (1 a 3 semanas) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS HEPATITES VIRAIS AGUDAS • • • • • • • • Hepatite alcoólica Colecistite Síndrome de Gilbert Infecções bacterianas (Pneumonia pneumocócica, leptospirose) Drogas (acetaminofen, isoniazida) Toxinas (tetracloreto de carbono) Injúrias inespecíficas (Anóxia, Choque, ICC) Outros – colestase reacional, leptospirose ictérica, processos expansivos neoplásicos ou granulomatosos, colangites e cirrose. PATOLOGIA NA HEPATITE AGUDA • • • • • • 1. Desarranjo lobular (perda padrão cordões sinusoidais) 2. Balonização (aumento do volume e clareamento do hepatócito) 3. Degeneração eosinofíllica (corpos hialinos livres) 4. Necrose de células hepáticas (em faixa, multilobular, maciça) 5. Infiltrado mononuclear do parênquima e espaço porta 6. Variados graus de colestase HEPATITE CRÔNICA • • • DEFINIÇÃO: Anormalidade na função hepática persistente por mais de 6 meses (reação inflamatória persiste sem melhora, níveis elevados de aminotransferases ou de marcadores virais) A biópsia hepática verifica se predominam lesôes intralobulares (HC lobular) ou portais e periportais (HC persistente ou ativa). O diagnóstico final da hepatite deve basear-se na etiologia, grau e estágio da doença. Na biópsia é possível referir-se ao grau de atividade baseado nas • lesões portais, periportais e intralobulares e fazer o estadiamento (grau de fibrose e das alterações estruturais). Os pacientes podem ser assintomáticos. Os sintomas, quando surgem, são inespecíficos. Somente formas mais graves acompanham-se de icterícia e, na fase cirrótica, edema, ascite e sinais de insuficiência hepática. A hepatomegalia é frequente, e a esplenomegalia é mais proeminente nas formas avançadas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • • HCP (persistente) - fadiga, icterícia pode ou não estar presente cirrose não se manifesta. Hepatites B e C podem evoluir para HCP HCA – hepatites B e NANB/C. Icterícia flutuante, amenorréia, fadiga importante que piora à tarde e à noite, desnutrição, “spiders”, hepatoesplenomegalia pode estar presente. Desenvolvimento de cirrose – encefalopatia, edema, ascite, varizes esofageanas. HEPATITE FULMINANTE • • • • • • Síndrome clínica caracterizada pela presença de encefalopatia, coagulopatia, alterações hemodinâmicas e metabólicas com repercussão renal e cardíaca, decorrente de necrose maciça dos hepatócitos. Encefalopatia hepática – sempre presente. Acúmulo de substâncias tóxicas não metabolizadas nem removidas da circulação insuficiente pelo fígado desencadeia alterações fisiológicas que causam a EH e o edema cerebral (graus III e IV de EH, principal causa de óbito nesses pacientes). Fatores extrahepáticos também contribuem para agravar a EH : Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica, hipoglicemia, hipoxemia, distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos, hemorragias digestivas e uso de benzodiazepínicos. Coagulopatia, por falta dos fatores de coagulação e anticoagulação produzidos pelo fígado. Distúrbios Cardiocirculatórios – vasodilatação sistêmica, hipotensão arterial e alto débito cardíaco pela perda da auto-regulação do tônus vasogênico. A hipovolemia funcional resultante pode ser agravada por vômitos, queda da ingesta de líquidos, sangramentos e edema intersticial. Piora a perfusão tecidual, com hipóxia e acúmulo de lactato – agrava o dano hepático e a EH. Insuficiência renal – ocorre por hipoperfusão renal não compensada, por necrose tubular aguda ou por distúrbios funcionais na síndrome hepatorrenal. Alterações metabólicas – hipoglicemia (redução da gliconeogênese, queda nos estoques de glicogênio hepático e menor captação de insulina pelo fígado); distúrbio ácido-básico ; alterações hidroeletrolíticas (hiponatremia, hipocalcemia, hipocalemia, hipofosfatemia e hipomagnesemia). No distúrbio ácido-básico, o quadro começa com alcalose respiratória por hiperventilação central ou alcalose metabólica por hipocalemia compensatória renal. Nos pacientes avançados de EH e edema cerebral, ocorre depressão dos centros respiratórios e conduz a acidose repiratória, enquanto a hipóxia tissular e o aumento da produção de lactato levam a acidose metabólica. • • Maior susceptibilidade à infecções. Aparecimento de sinais de falência hepática aguda: - letargia, sonolência - alterações personalidade: comportamento anormal disfunção sexual atitude agressiva -esturpor- coma: asterixis, flapping língua postura de descerebração movimentos involuntários “fetor hepaticus” (cheiro de maçã verde) HEPATITE AUTO-IMUNE • • • • • • Definição: Hepatite crônica de etiologia desconhecida comumente associada com fenômenos auto-imunes. Quadros característicos de cronicidade Hipergamaglobulinemia FAN, Células LE Mais freqüente em mulheres (amenorréia) Artrite e vasculite Outras manifestações clínicas associadas às Hepatites Auto-imunes • colite ulcerativa • diabetes mellitus • anemia hemolítica • pneumonite, pleurite, pericardite • glomerulite • tireoidite • púrpura trombocitopênica Manifestações Extra-hepáticas Hematológicas • Crioglobulinemia mista • Anemia aplástica • Trombocitopenia • Linfoma Não-Hodgkin de células b Dermatológicas • Porfiria cutanea tarda • Liquen plano Renais • Glomerulonefrite • Síndrome Nefrotica Endócrinas • Ac Anti-tireóide • Diabetes mellitus Salivares • Sialadenite Oculares • Úlcera de Cornea • Uveite Vasculares • Vasculite necrotisante • Poliarterite nodosa • Fibrose Pulmonar Neuromusculares • Fadiga/mialgia • Neuropatia Periférica • Artrite/artralgia Fenômenos Autoimunes • Autoanticorpos • Doença do Soro Símile Cardiovasculares • Pericardite/miocardite VÍRUS DA HEPATITE A Doença viral aguda, de manifestações clínicas variadas desde formas subclínicas, oligossintomáticas até formas fulminantes (menos que 1% dos casos) Transmissão fecal-oral • Água e alimentos contaminados com HAV eliminado nas fezes de indivíduos infectados • Sangue e derivados (raro<<<1%) • Comum entre crianças que ainda não aprenderam noções de higiene • A pessoa pode desenvolver ou não as manifestações da doença; 10 dias após ser infectada ela passa a eliminar o vírus pelas fezes, durante 3 semanas. Hepatite A - Fatores Clínicos • • Período Incubação: Média: 30 dias Variação: 15-50 dias Icterícia e grupo de idade: • Complicações: • Seqüelas crônicas: Nenhuma <6 anos, <10% 6-14 anos, 40%-50% >14 anos, 70%-80% Hepatite Aguda Grave Hepatite Colestásica Hepatite Recorrente DOENÇA AGUDA COM: •Aparecimento discreto dos sintomas (exs. febre baixa, fadiga, dores abdominais, perda de apetite, náuseas, vômitos) •Icterícia ou níveis elevados das aminotransferases séricas, urina escura castanhoavermelhada, fezes amarelo-esbranquiçadas •Icterícia:6-14 anos (40-50%) e > 14 anos (70-80%) •Adultos são geralmente mais sintomáticos •Complicações são raras: hepatite fulminante/colestática •Muitos casos se resolvem espontaneamente em 2-4 semanas •Recuperação completa: 99% dos casos Patogênese Incubação: 4 semanas (2-6) •Cavidade Oral Trato GI Fígado via sangue •Replicação nos hepatócitos (poucos danos celulares) liberação via bile intestinos 7-10 dias antes do aparecimento dos sintomas clínicos •Danos hepáticos e síndrome clínica resultam da resposta imune e não do efeito citopático direto do virus HAV PERÍODOS a) incubação: 15 a 45 dias; b) prodrômico ou pré-ictérico: +/- 7 dias; c) ictérico: geralmente 4 a 6 semanas; d) convalescência Agente etiológico: Vírus da hepatite A (HAV). Vírus RNA, família Picornaviridae Capsídeo icosaédrico 27-32 nm •Sem envelope •RNA ss+ (750 nucleotídeos=7,5 Kb) •Genoma:duas regiões 5’ e 3’não codificadoras, e uma longa ORF (open read frame) codificadora: 11 proteínas •VPg : clivada nos segmentos P1, P2, P3 •Segmento P1= proteínas estruturais VP1, VP2, VP3 (capsômeros), VP4 (RNA), 2A (capsídeo) •Segmentos P2 e P3= proteínas não-estruturais 2B (permeabilidade membranas), 2C (replicacão genoma), 3A (ancoragem 3B e 3D), 3C (protease), 3D (polimerase RNA dependente) Família Picornaviridae Gênero Hepatovirus HAV -Sorotipo único Reservatório único: seres humanos Modo de transmissão: Fecal-oral, veiculação hídrica, pessoa a pessoa (contato intrafamiliar e institucional), alimentos contaminados e objetos inanimados. Contribui para a transmissão a estabilidade do VHA no meio ambiente e a grande quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos infectados. Características epidemiológicas: -Distribuição universal, forma esporádica ou surto - > prevalência em más condições sanitárias e higiênicas -freqüente em instituições fechadas -países subdesenvolvidos acomete com mais freqüência crianças e adultos jovens; nos desenvolvidos, os adultos -mortalidade e letalidade baixas Diagnóstico: Na infecção aguda - anti-HAV IgM positivo (desde o início da sintomatologia e normalmente desaparece após 3 - 6 meses do quadro clínico) Na infecção passada e na vacinação: anti-HAV/IgG positivo (detectado uma semana após o início dos sintomas e se mantém ao longo da vida) Tratamento Mortalidade Devido à Hepatite A segundo a idade Evolução dos Marcadores • ALT • • • Anti-HVA VHA Fecal IgM anti-VHA Concentração do Vírus da Hepatite A em Vários Fluidos Corporais Fezes Soro Saliva Urina – ausente Padrão Global da Transmissão do Vírus da Hepatite A Endemicidade Alta Moderada Baixa Muito baixa Taxa de doença Baixa a alta Alta Baixa Muito baixa Pico etário de infecção Pré-escolar Escolares e adultos jovens Adultos jovens Adultos Padrões de transmissão Pessoa a pessoa; surtos incomuns Pessoa a pessoa; água e alimentos; surtos Pessoa a pessoa; água e alimentos; surtos Viajantes; surtos incomuns Alta eficácia da vacina contra hepatite A (estudo) Estratégias de Vacinação da Hepatite A Considerações Epidemiológicas • Muitos casos ocorrem em surtos casos sem fator de risco identificado altas taxas entre 5-14 anos de idade crianças são reservatórios de infecção • Pessoas com risco aumentado de infecção – viajantes – homosexuais masculinos – UDI (usuários de drogas injetáveis) •A prevenção inclui a utilização de água fervida ou clorada, e consumo de alimentos cozidos •Deve-se lavar as mãos com água e sabão antes das refeições Vacinação Infantil Rotineira da Hepatite A • Benefícios – estabelecer sistema de distribuição – vacinação prévia do período de risco – potencial de interromper a transmissão • Assuntos indefinidos/considerações – imunogenicidade infantil – desenvolvimento de vacinas combinadas – – duração da proteção custo-efetividade Recomendações de Vacina de Hepatite A pré-exposição • Pessoas com alto risco de infecção – viajantes para países com endemicidade alta – homossexuais e bissexuais masculinos – UDI – pessoas com doença hepática crônica • Comunidades com altas taxas de hepatite A - vacinação infantil de rotina Vírus da Hepatite B Transmissão parenteral: sangue e hemoderivados, contato sexual, uso compartilhado de seringas e agulhas contaminadas Países em desenvolvimento: Gestantes podem transmitir para o bebê sendo a hora do parto a de maior risco (90%) 1/3 adultos são assintomáticos!!! Concentração de HBV: alta (sangue e exsudatos), moderada (sêmen, secreções vaginais e menstruais) e baixa (urina, fezes, suor, saliva, lágrimas e leite) HBV •Família Hepadnaviridae Gênero Hepadnavirus •Virus envelopado •DNA ds incompleto Circular •Vírion =partícula de Dane •Virus estável, muito resistente, o que o torna bastante infecioso ! Três tipos de partículas de natureza lipoproteíca: Partícula de Dane1= vírion 42nm, completa, simetria icosaédrica Duas outras sem material genético, resíduos membranas células contaminadas, contendo o HBsAg Estrutura esférica222nm, proteína : lipídeo (1:1) Estrutura tubular3, 200nm >>> conteúdo lipídico •DNAds circular incompleto •Complexo da polimerase •Estruturas gênicas: S, C, P, X GENE S: codifica proteínas das espículas do envelope externo (HBsAg), tb participa na adsorção do HBV às membranas dos hepatócitos GENE C: codifica Ag core (HBcAg) capsídeo + HBeAg (Ag solúvel, não-estrutural). Ambos Ag induzem produção de IgM e IgG, anti-HBcAg, anti-HBeAg (soro pcts HBV+) GENE P: codifica polimerase (duplicação DNA e TR) GENE X: codifica proteína X transativadorada transcrição viral ~ replicação (transcrição DNA do HBV) ANTÍGENO HBs = HbsAg •Vários subtipos •1 determinante de grupo = a(comum a todos os sorotipos) •4 determinantes de subtipos = d, y, w, r •Combinações + usuais: adw, adr, ayw, ayr •Em cada subtipo há variedades antigênicas (nos) = adw2, adw4, ayw1, ayw2 •Américas do Sul e Norte: adw •Brasil é também destaque o subtipo ayw •Distribuição geográfica dos subtipos : local das origens e migração das populações humanas infectadas –Importância epidemiológica Fatores Clínicos • • • • • Período de Incubação: Média 60-90 dias Variação 45-180 dias Doença Clínica (ictérica): <5 anos, <10% 5 anos, 30%-50% Hepatite Aguda Grave: 0.5%-1% Infecção Crônica: <5 anos, 30%-90% 5 anos, 2%-10% Mortalidade Prematura da doença hepática crônica: 15%-25% Fases •Período de incubação: 60-90 dias (45-180 dias) •Fase pré-ictérica ou Fase prodrômica: quando surgem os primeiros sintomas inespecíficos (3-10 dias): mal-estar generalizado, cansaço, falta de apetite, febre baixa, rash cutâneo, dores de cabeça, musculares e nas articulações ,a urina se torna escura 1-2 dias antes de aparecer a icterícia •Fase ictérica(1-3 semanas): icterícia, hepatomegalia, bilirrubinemia, bilirrubinúria, fezes claras (massa de vidraceiro), aumento das transaminases < 5 anos <10% > 5 anos 30-50% •Fase de convalescença ( semanas-meses): os sintomas começam a desaparecer gradativamente. Recuperação total: 95% casos Período de transmissibilidade 2 a 3 sem antes dos primeiros sintomas e mantém-se durante a evolução clínica da doença. O portador crônico (HBs-Ag positivo) pode transmitir por vários anos Tratamento: Não existe tratamento específico para a forma aguda Forma crônica: -interferon -lamivudina (HIV=3TC+TDF) -adefovir -entecavir HEPATITE B e GRAVIDEZ Transmissão vertical do VHB Hepatite Aguda na Gestação - 1o ou 2o trimestres = raro raro (+ 5%) - 3o trimestre ou próximo ao parto ou até 5 sem. Após = 70 % - 90 % Transmissão: sexual, exposição percutânea e de mucosas a fluidos corporais contaminados e vertical Adultos contaminados: 90% evoluem para cura Recém-nascidos contaminados verticalmente: 70 a 90% tornam-se infectados cronicamente Possibilidade de profilaxia da transmissão vertical Rastreamento sorológico da hepatite B obrigatório no pré-natal Quadro clínico PI: 30 a 180 dias Sintomática: fases prodrômica, ictérica e de convalescença Maioria assintomática ou oligossintomática Profilaxia pré-exposição: VACINA Gravidez e lactação não são contra-indicações 90 a 95% de resposta vacinal adequada em imunocompetentes Não apresenta toxicidade Raros efeitos colaterais Técnica: injeção intra-muscular (deltóide) de 1ml, total de 3 doses (1 mês e 6 meses após a 1ª dose) Profilaxia pós-exposição Gamaglobulina hiperimune : gravidez e lactação não são contra-indicações Deve ser realizada associada ao esquema vacinal em pacientes não vacinadas Técnica: injeção intra-muscular na dose de 0,06ml/Kg de peso Maior eficácia se realizada dentro de 24 a 48 horas pós-exposição Recomendações Rastreamento sorológico no pré-natal Tipo de parto obedece critérios obstétricos Profilaxia do RN: gamaglobulina e vacina Amamentação liberada Solicitar sorologia do parceiro e filhos Orientar condom ( anti-HBsAg do parceiro) Profilaxia do RN (CDC,1998) - Mãe HBsAg positivo ou desconhecido: vacina e gamaglobulina hiperimune (HBIG) - Mãe HBsAg negativo: vacina VHB Transmissão vertical do VHB Gestante portadora do VHB: considerar a presença do HBeAg HBeAg positivo: 80% de transmissão ao RN/neonato HBeAg negativo: 5 a 15% (8%) Transmissão mãe-filho do HBV (vertical) Intra-útero (5 %) transfusão materno –fetal Perinatal (95 %) sangue e secreções maternas (liq amniótico) Pós-natal contato próximo leite materno (?) Eficácia da profilaxia do RN 1- vacina 2- gamaglobulina 1 + 2 = 90 a 98% 1 = 72 a 83% EVOLUÇÃO DA HEPATITE B História natural da infecção pelo VHB Padrão Global da Infecção Crônica HBV • Alta (8%): 45% da população global – risco vitalício de infecção >60% – freqüente infecção precoce em crianças • Intermediária (2%-7%): 43% da população global – risco vitalício de infecção 20%-60% – infecção ocorre em todos grupos etários • Baixa (<2%): 12% da população global – risco vitalício de infecção <20% – mais infecções ocorrem em adultos c/ grupos de risco Concentração do Vírus Hepatitis B em Vários Fluidos Corpóreos Alta Moderada Baixa / Não detectável sg soro feridas exsudativas Sêmen fluido vaginal Saliva urina fezes suor leite materno Lágrima Modos de Transmissão do Vírus da Hepatite B • Sexual • Parenteral • Perinatal Fatores de risco MARCADORES SOROLÓGICOS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DA INFECÇÃO PELO VHB Estágio da Infecção PI longo Hep B aguda HB ag AgHBs negativo Portador são Hep B crônica HB infec recente HB infec tardia Vacinação VHB AgHBs + + + + - anti-HBs ++ +/++ IgG + + +++ +++ ++ +/- AntiHBc IgM AgHBe anti-HBe +/+ + +/+ +/+ +/-/+ - Eliminação da Transmissão do Vírus da Hepatite B Objetivos • • • • Prevenir Infecção crônica pelo HBV Prevenir doença hepática crônica Prevenir carcinoma hepatocelular primário Prevenir infecção aguda sintomática pelo HBV Estratégia • • • • Prevenir transmissão perinatal do HBV (12 h de vida) Vacinação de rotina de todas as crianças Vacinação de adolescentes Vacinação de adultos de grupos de “alto risco” Indivíduos Suscetíveis Profissionais da área da saúde; Profissionais de outras áreas com risco elevado de contato; com sangue e hemoderivados, como bombeiros, policiais, etc.; Pacientes com hemoglobinopatias ou outras doenças que necessitam receber sangue e hemoderivados com freqüência; Pacientes em programas de hemodiálise; Pacientes com infecção pelo HIV ou Aids; Pacientes com doenças sexualmente adquiridas; Pacientes com infecção pelo vírus da hepatite C; Homens que fazem sexo com homens e homens que fazem sexo com homens e mulheres; Profissionais do sexo; Profissionais e pacientes de instituições de saúde; Profissionais e internos de instituições corretivas. Estado de São de Paulo: as indicações para vacinação Profissionais que exerçam atividade na área da saúde, preferencialmente nos cursos de graduação, do setor público ou privado; Policiais civis e militares; Podólogos e manicures; Tatuadores; Auxiliares de necropsia; Profissionais de funerárias responsáveis pelo preparo dos corpos; Coletores de lixo hospitalar e domiciliar; Carcereiros de delegacias e penitenciárias; Profissionais do sexo; Pessoas com exposição a sangue de portadores de hepatite B; Comunicantes sexuais de casos agudos de hepatite B; Comunicantes domiciliares de portador crônico do vírus da Hepatite B; População institucionalizada; População penitenciária; Vítimas de abuso sexual; Pacientes com risco de transfusão múltipla em virtude de doença hematológica (hemofilia, talassemia, anemia, falciforme); Pacientes em uso, ou aguardando hemodiálise; Pessoas infectadas pelo HIV ou imunocomprometidos; Portadores crônicos do vírus da Hepatite C; Transplantados; Doadores regulares de sangue VÍRUS HEPATITE C Período de Incubação Média 6-7 semanas Varia 2-26 semanas Mod. (<20%) Doença Aguda (ictérica) Casos Fatais Baixo Infecção Crônica 75%-85% Cirrose 10%-20% Mortalidade da Doença Hepática Crônica 1%-5% Transmissão parenteral: •usuários de drogas injetáveis 4X>HIV •usuários de cocaína (erosões nasais) •piercings, tatuagens •transfusão (1991-triagem)* •transplantes (doadores infectados)* •exposição ocupacional a sangue •nascimento de mãe HCV+ ** •contato sexual (parceiros infectados e/ou múltiplos parceiros) ***OMS: 3% população +++África e ÁsiaAméricas 1,7% * agora raras; ** só com alta [viral] ***difícil HCV Família Flaviviridae, Gênero Hepacavirus •Vírus envelopado, 60nm, RNAss+ 9,5kb •Reservatórios: homens e chimpanzés •6 genotipos e vários subtipos/prevalência geográfica: classificação feita com base na alta variabilidade das glicoproteínas do envelope •G1a: Américas do Sul e Norte, Austrália •G1b: Europa e Ásia •G2a: Japáo e China •G2b: EUA e norte Europa •G3: Austrália e sul Ásia •G4: África Setentrional e Central, Oriente Médio •G5: África do Sul •G6: Sudoeste asiático •Brasil 65% G1; 4,6% G2; 30,2% G3; 0,2% G4; 0,1% G5 Evolução da hepatite C 75-80% assintomáticos Infecção aguda: icterícia LEVE Indice fatalidade: baixo (<1%) Infecção crônica:60-85% Hepatite crônica: 10-70% Cirrose:<5%-20% Mortalidade: 1%-5% Manifestações extra-hepáticas Crioglobulinemia mista Tireoidite autoimune Porfiria cutânea tarda Líquen plano Glomerulonefrite Sialoadenite membranoproliferativa Poliarterite nodosa Úlcera de córnea Linfoma de células B Síndrome de sicca Fibrose pulmonar Fenômeno de Reynaud idiopática Diagnóstico: - sorológico: Anti-HCV - indica contato prévio, deve ser confirmada pela pesquisa qualitativa de HCV-RNA Hepatite C Crônica Fatores Promotores de Progressão ou Gravidade • Ingesta alcoólica importante • Idade > 40 anos no momento da infecção • Co-infecção (HIV, HBV) • Sexo Masculino Transmissão do HCV • Percutânea – Uso de Drogas Injetáveis – Fatores de Coagulação antes da inativação viral – Transfusão, transplante de doador infectado – Terapêutica (equipamento contaminado, práticas inadequadas de injeção) – Ocupacional (pérfuro-cortante) • Pela mucosa – Perinatal – Sexual Fontes de Infecção em Pessoas com Hepatite C • UDI 60% • Sexual 15% • Transfusional 10% (antes screening) • Desconhecido 10% • Outros* 5% * Nosocomial; Profissionais da saúde; Perinatal Uso de Droga Injetável e Transmissão do HCV • Alto Risco entre usuários de droga injetável • Aquisição precoce após início da prática UDI • Quatro vezes mais freqüente que HIV • Prevalence 60-90% após 5 anos Queda na hepatite C pós-transfusional Transmissão Nosocomial do HCV • Considerado em contexto de surtos • Equipamentos Contaminados – hemodiálise* – endoscopia • Práticas de injetáveis inseguras – plasmaferese,* flebotomia – Medicação doses múltiplas – injecões terapêuticas Transmissão Ocupacional do HCV • Baixa transmissibilidade nas exposições ocupacionais Incidência média de 1.8% após acidente pérfuro-cortante com fonte HCV-positiva – Associada com reencape de agulha • Casos de transmissão de sangue em mucosa ocular – Não há referência de transmissão pela exposição de sangue em pele • Prevalência de 1-2% entre profissionais de saúde – Menor que adultos na população geral – 10 vezez menor que infecção pelo HBV • Presença de fator de risco reconhecido não necessariamente significa “risco aumentado” Transmissão do HCV do Profissional de Saúde para o Paciente • Raro – Nos U.S.A., nenhum relato – Relato na Espanha Cirugião de Tórax • Muitos relacionados ao abuso de drogas – Reuso de seringas com narcóticos • Sem restricão recomendada para Prof. Saúde com HCV-infecção Transmissão Perinatal do HCV • Transmissão de gestante HCV-RNA positivo no parto – Taxa de infecçào 6% – Maior (17%) se co-infecção com HIV – Carga viral sem papel definido • Sem associação com • – Método de Parto – Amamentação Infecção vertical Hepatite grave é rara Transmissão Sexual do HCV • Estudo Longitudinal Caso-controle – Parceiros infectados, multiplos parceiros, iniciação sexual precoce, sem preservativo, outras DSTs, sexo com trauma – HSh risco semelhante aos heterossexuais • Parceiros – baixa prevalência (1.5%) entre parceiros fixos • Infecção deve ser devido ao uso comum de instrumentos pérfuro-cortantes (e.g., injecões, uso de droga) e carga viral elevada – Transmissão do homem para mulher mais eficaz • maior indicativo de transmissão sexual (15% a 20% infec.ag. e cr.) Transmissão Domiciliar do HCV • Rara mas não ausente • Pode ocorrer através de exposição percutânea/mucosa ao sangue – Teoricamente através de artigos pessoais contaminados (barbeadores, escovas de dente) – Equipamentos contaminados usados para terapia domiciliar • Injecões* • Remédios folclóricos Outras Potenciais Exposições ao Sangue • Nenhum ou insuficiente dado mostrando risco aumentado – uso cocaina intranasal, – tatuagem, – body piercing, – acupuntura, – serviço militar Esclarecimentos sobre a Transmissão do HCV • HCV não é transmitido pelo beijo, carícias, espirro, tosse, alimentos ou água, compartilhando utensílios de refeição, copos, garrafas ou contato casual • Não excluir do trabalho, escola, jogos, bercários ou outros setores baseado no status da infecção pelo HCV Teste para HCV recomendado em Usuários de drogas ilícitas injetáveis Quem recebeu fatores de coagulação antes de 1987 Quem recebeu hemocomponentes ou órgãos antes de 1992 Pacientes submetidos a hemodiálise Evidência de doença hepática Profissionais da área da saúde (com suspeita de exposição a sangue contaminado com HCV) Crianças nascidas de mães HCV positivas Vírus da Hepatite D (Delta) Descrição: - Doença viral aguda que pode evoluir para forma crônica - transmitido junto com o HBV (co-infecção), ou a portadores de HBsAg (superinfecção) - Co-infecção: hepatite aguda benigna (recuperação em até 95% dos casos) - Superinfecção: prognóstico é pior - Uso de drogas injetáveis e contato sexual Características epidemiológicas: Amazônica Ocidental e Matogrossense, a prevalência de HDV também é alta em pacientes infectados pelo HBV Áreas endêmicas do HBV, o HBsAg positivo constitui-se no principal fator para propagação do HDV, assim como grupos de risco acrescido (UDI, hemodialisados e politransfundidos) Agente etiológico: Vírus da Hepatite D ou delta (HDV); vírus RNA, família Deltaviridae •Família Deltaviridae, Gênero Deltavirus •Vírus envelopado, 35-37nm, 1.700 nucleotídeos=1,7kb •Menor vírus de mamíferos •Vírus defectivo ou “agente sub-viral satélite”, que requer co-infecção com o HBV para sua replicação. •Genoma RNAss -circular, complexado com o Ag Delta (proteína codificada pelo genoma do HDV) •Envelope lipídico contém Ag superfície (HBsAg) codificado pelo genoma do HBV Reservatório: o homem Modo de transmissão: Semelhante ao da hepatite B Patogênese –Mediação por resposta imune –Existem 2 formas de hepatite D: S e C –(S) Superinfecção com HBV: aquisição de hepatite D em portadores crônicos de hepatite B (70-80% versus15-30% pcts com HBV sozinho) –(C) Co-infecção com HBV: Período de incubação: De 30 a 180 dias; é menor na superinfecção Período de transmissibilidade: Uma semana antes do início dos sintomas da infecção conjunta (HDV e HBV); quando ocorre superinfecção, não se conhece esse período Diagnóstico: Marcadores sorológicos para HBV (HBsAg/Anti-HBcIgM/Anti-HBc total) HDV (HDAg/Anti-HDV IgM/Anti-HDV IgG) Fatores Clínicos • Coinfecção – doença aguda grave – baixo risco de infecção crônica • Superinfecção – infecção crônica freqüente – alto risco de doença hepática crônica grave Modos de Transmissão • Exposição Percutânea – UDI • Exposição de mucosas – contato sexual Coinfecção VHB - VHD Marcadores Típicos • IgM anti-VHD • anti-HBs • VHD RNA • AgHBs • anti-VHD total • ALT Elevada Superinfecção VHB - VHD Evolução dos marcadores • ALT • anti-VHD total • RNA VHD • anti-VHD IgM • AgHBs Prevenção da Hepatite D • VHB-VHD Coinfecção Profilaxia pré ou pós-exposição à infecção VHB • VHB-VHD Superinfecção Educação para reduzir o comportamento de risco entre pessoas com infecção crônica pelo VHB Vírus da Hepatite E Descrição: Doença viral aguda e autolimitada Curso benigno (gestantes > risco forma fulminante) Características epidemiológicas: - Esporádica e surtos - Áreas sem saneamento básico, instituições fechadas, baixo padrão de higiene - Inquéritos sorológicos no Brasil: há circulação viral Agente etiológico: Vírus da hepatite E (HEV) vírus RNA, família Caliciviridae • Família Caliciviridae Vírus não-envelopado RNA ss + , 27-32nm, 7,5 kb • Cultivo fastidioso, detecção com painel de Ac específicos (ELISA) • Fonte de contaminação fecal-oral: transmissão entérica HEV ORF-1:metiltransferase; domínios X, Y; cisteína protease; dobradiça de prolina; helicase; RNA polimerase-RNA dependente ORF-2:proteínas estruturais, sítio potencial de glicosilação ORF-3:sobreposta às ORFs 1 e 2, proteína com função ainda não definida Reservatório: homem Relatos recentes de isolamento do HEV em animais = zoonose? Modo de transmissão: Fecal-oral Período de incubação: De 2 a 9 semanas, média de 6 semanas Período de transmissibilidade: Desde 2a sem. antes do início dos sintomas até o final da 2a sem. de doença Diagnóstico: -Marcador sorológico anti-HEV IgM Tratamento: -Não existe tratamento específico para a forma aguda Hepatite E - Fatores Clínicos • Período de incubação: • Taxa Casos-fatais: Média: 40 dias Variação: 15-60 dias Em geral: 1%-3% Gestantes: 15%-25% • • Severidade doença: Seqüelas crônicas: Aumenta com a idade Não identificadas • Evolução para cura, curso benigno, severidade doença >>>> idade, sem caráter crônico, mas que causa alta mortalidade (20%) em mulheres grávidas trimestres 2 e 3 (sem explicação) versus fatalidade geral 3% Evolução dos Marcadores Vírus nas fezes ALT IgM anti-VHE IgG anti-VHE Fatores Epidemiológicos Surtos freqüentes associados com água contaminada com fecalitos Transmissão pessoa a pessoa mínima Viajantes para áreas endêmicas de VHE Casos esporádicos e epidemias (f) consumo de água contaminada por fezes HEV+. Ex. India 2 milhões de novos casos/ano Casos HEV+ em viajantes para áreas endêmicas: beber somente água mineral, evitar uso de gelo, evitar comer alimentos crus (frutos do mar, vegetais e frutas) Brasil: mineiros da região Amazônica, pcts hemodiálise Inst.Infectologia SP, comunidades rurais e urbanas do município do RJ. Medidas de Prevenção e Controle para Viajantes em Regiões Endêmicas do VHE • • • • Evitar água não potável e bebidas com gelo de pureza desconhecida; mariscos, frutas e vegetais crus, Imunoglobulina G não previne infecção Desconhecida eficácia da IG preparada de doadores de áreas endêmicas Vacina? AIDS SÍNDROME DA IMUNODIFICIÊNCIA ADQUIRIDA Doença causada por um retrovírus - HIV Reconhecida em meados de 1981 nos EUA Número elevado de homens que faziam sexo com homens e moradores de São Francisco ou Nova York Sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema imunológico Nova doença de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível AGENTE ETIOLÓGICO 1983 Isolamento do HIV-1 1986 Isolamento do HIV-2 ORIGEM AFRICANA 98% de similaridade entre HIV e o vírus da imunodeficiência símia (SIV) que infecta uma subespécie de chimpanzés africanos HISTÓRIA Los Angeles 1967-1978: 2 casos Pneumocystis carinii pneumonia 1979 - 5 casos Todos em Homossexual Com disseminação extra-pulmonar o Pneumocystis carinii tende a produzir calcificações - Rim O Sarcoma de Kaposi Início de 1981 MMWR: 5 casos de Sarcoma de Kaposi Idosos e Mediterrâneo 1981 - 26 Casos • Jovens • Masculino • San Francisco e New York • Todos em homossexuais HIV e AIDS Duas doenças raras na comunidade gay ligadas a: imunossupressão Infecções oportunistas Linfoadenopatia Linfoma de Hodgkin’s • • • Foi chamada de: Gay-Related Immune Deficiency Acquired Immune Deficiency Syndrome (AIDS) Em comum: • Jovem • Branco • Masculino • Metrópoles • Comunidade Homossexual Mas nem todos os gays tinham a doença Características Únicas • Clusters de homens infectados • Concentrados em grupos sexualmente interativos • Alto número de parceiros Sugerem um agente infeccioso Mais evidências de um agente infeccioso Outras formas de contrair um síndrome semelhante Transfusão Drogas Intravenosas Hemofilia Mulheres parceiras Não era apenas da comunidade Gay Agente Óbvio: Um vírus……que está no sangue Rota de transmissão primária: Sexo AIDS é uma DST causada por vírus TRANSMISSÃO Sexual Uso de drogas injetáveis Exposição a material biológico de risco Transfusão de hemoderivados Vertical EPIDEMIOLOGIA • Números dos infectados com HIV correspondem ao dobro dos casos constatados em 1995 • Na Ásia e no Leste Europeu, cresceram 25 vezes PROLIFERAÇÃO DO HIV • América do Norte – 1,2 milhões de contaminados – 43 mil novos casos e 18 mil mortes • Europa Ocidental – 720 mil pessoas contaminadas – 22 mil novos casos e 12 mil mortos • Europa e Ásia Oriental – 1,6 milhões de infectados – 270 mil casos recentes e 62 mil óbitos • Sul e o Sudeste da Ásia – 7,4 milhões de doentes – 140 mil novos casos – 480 mil vítimas fatais • Norte da África – 510 mil doentes – 67 mil novos casos – 58 mil falecidos • América Latina – 1,8 milhão de enfermos – 200 mil óbitos – 66 mil novos casos PANDEMIA = EPIDEMIA GENERALIZADA, DE PREVENÇÃO, CONTENÇÃO E CURA • África Subsaariana – 28 milhões de soropositivos – 3,2 milhões de novos enfermos – 2,4 milhões de mortes ACENTUADA ESCALA ASCENDENTE EPIDEMIOLOGIA BRASIL • Primeiro caso de AIDS em 1980 • Até junho de 2005 • 372 mil casos da doença notificados • • Até metade da década de 90 – aumento das taxas de incidência 1998: 18 casos de AIDS por 100 mil habitantes REGIÕES DO BRASIL • Total de casos – >80% nas Regiões Sudeste e Sul • Sudeste – Alta taxa de incidência – A região mais atingida desde o início da epidemia – • Única região com tendência consistente de declínio, ainda que lento, desde 1998 Demais regiões – Taxas de incidência tendem a crescer, principalmente nas regiões Norte (Roraima) e Centro-Oeste AIDS NO BRASIL SUB-EPIDEMIA • 19,2 casos / 100 mil habitantes: persistência da tendência de crescimento entre as mulheres. • Declínio em <5 anos e no sexo masculino – Redução das taxas de incidência entre 13 a 29 anos – Crescimento entre 40 e 59 anos • Sexo masculino – Proporção estável de casos por transmissão homo/bissexual – Aumento proporcional por transmissão heterossexual – Redução persistente dos casos em usuários de drogas injetáveis (UDI) • Sexo feminino após 1998 – Estabilidade entre 13 a 24 anos – Crescimento persistente em todas as outras faixas etárias • Atingiu intensamente os UDI e os homens que fazem sexo com outros homens (HSH) No início dos anos 80: pessoas que receberam transfusão de sangue e hemoderivados (hemácias, plasma, plaquetas, etc) 600 mil pessoas doentes = 1/3 da América Latina Prevalência em gestantes: 0,5% 36% dos jovens entre 15 e 24 anos: iniciação sexual antes dos 15. • 62% sabem como a AIDS é transmitida • 3/4 dos UDI usam seringas descartáveis Taxas de mortalidade crescentes até meados dos anos 90 • Estabilidade em 11 mil óbitos anuais desde 1998 • 172 mil óbitos até dezembro de 2004 Após a introdução da política de acesso universal ao tratamento anti-retroviral (HAART) com coquetel de drogas com diferentes mecanismos de ação • Queda importante na mortalidade A partir de 2000: taxa estabilizou em cerca de 6,4 óbitos / 100 mil habitantes, mais evidente em São Paulo e no Distrito Federal Crescimento persistente da proporção de óbitos nas categorias de raça / cor “preta” e “parda” em ambos os sexos entre 1998 e 2004 • Iniqüidade no acesso aos serviços de saúde para diagnóstico e tratamento precoces das populações menos favorecidas socioeconomicamente • • • • • • • • NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA DOS CASOS DE AIDS DESDE 1986 • Médicos, outros profissionais de saúde, responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde ASPECTOS CELULARES Perda de um tipo celular Linfócito CD4+ T4 helper A diminuição desta célula sempre precede a sintomatologia Doença avançada: Outra célula é lesada Linfócito CD8+ citotóxico killer Sugere novamente um agente infeccioso Um vírus Difícil de isolar O VÍRUS O vírus só se multiplica em células CD4 que estão proliferando em resposta a um estímulo – dificuldade de multiplicação in vitro Detecção de atividade de transcriptase reversa em células CD4 ativadas proveniente de sangue de pacientes com AIDS • Robert Gallo : HTLV-3 • Luc Montagnier: LAV Aspectos celulares e imunológicos – O curso da doença 1 – Doença aguda • Altos títulos virais • Sintomas leves ou moderados • Diminuição de CD4 seguido re recuperação • Aumento de CD8 seguido de recuperação • Alta concentração viral (mais de 10 milhões de partículas por ml) • Infecção dos macrófagos • No caso de transmissão sexual os macrófagos trazem o vírus para a circulação 2 - Uma forte resposta imune O vírus quase desaparece da circulação • Boa resposta T citotóxica • Anticorpos solúveis contra proteínas internas e externas • Maior parte dos vírus vem de células ativadas (dividindo) e células CD4 recém infectadas • A produção de células CD4 supera a perda por lise ou por ação de células CD8 citotóxica 3. Um estado Latente Latência de Vírus e Sintomas • Vírus persiste em tecidos extra-vasculares • Linfonodos e células dendríticas • Células CD4 de memória (uma população bastante estável de células) mantém o vírus 4. O começo da doença Queda massiva de CD4 • estas células são alvo do vírus • As células que estão proliferando em resposta ao vírus são mortas por ele • As células dendríticas apresentam antígenos e vírus para as células CD4 • A variação de epitopos permite que cada vez mais partículas escapem do sistema imune • Apoptose de células CD4 • Pacientes com altos níveis de CD4 não desenvolvem a doença 5. Doença avançada - AIDS Células CD8+ destroem células CD4+ • A perda de células CD4+ significam que a replicação viral não está mais controlada • As células CD4+ caem para menos de 200/mm3 título viral aumenta rapidamente e o sistema imune sofre um colapso • queda acentuada de células CD8+ • Infecções oportunistas • Morte em menos de 2 anos (sem intervenção) Relação entre número de partículas e evolução da doença Título viral prediz sobrevivência Célula CD4 não é um bom indicador da doença CO-FATORES Nem todos os casos de KS são ligados a AIDS Nem todos os pacientes infectados pro HIV tem KS 20% dos homossexuais masculinos HIV+ tem KS Poucos usuários de drogas intravenosas ou hemofílicos HIV+ tem KS Kaposi’s sarcoma associated herpes virus Herpesvírus Humano tipo 8 Três visões da AIDS 1. Gallo: Infecção por HIV é suficiente para causar AIDS 2. Montagnier: HIV pode ser inócuo na ausência de cofatores 3. Duesberg / Mullis: HIV é muito quieto para ser o agente AIDS. É apenas um agente que está superinfectando o hospedeiro Até hoje >50% das pessoas infectadas por HIV “evoluíram” para AIDS Não existe evidência que existe outro agente etiológico envolvido na AIDS HIV E AIDS • 10 Bilhões de partículas/dia • Meia vida 6 horas • 10 a 100 milhões de partículas/ml • Minoria das células CD4 estão infectadas • Vírus nos linfonodos Vírus HIV Retrovirus Membrana (envelope): derivada do hospedeiro 3 genes GAG – POL – ENV 2 glicoproteínas: gp160 gp120 and gp41 gp41 é fusogênica que atravessa o envelope Açucar: imunoevasor Antígenos Grupo-específico p17: superfície interna p24: nucleocapsídeo p9: nucleocapsídeo associado com RNA GAG gene Enzimas Estrutura do HIV Passo 1 Ataque Passo 2 Uncoating Passo 3 Transcrição reversa Passo 4 Integração Passo 5 Transcrição proviral Passo 6 Translação Passo 7 Clivagem Passo 8 Assemby, Maturation, and Release Mecanismos propostos de ligação do HIV com células CD4 Ciclo de replicação do HIV Classificação Células CD4 (A) Assintomático forma aguda PGL Categorias Clínicas (B) Sintomático não A ou C (C) Condições indicadoras de AIDS 1) > 500 2) 200 a 499 3) < 200 A1 A2 A3 B1 B2 B3 C1 C2 C3 CATEGORIA B Angiomatose bacilar Candidíase orofaríngea Candidíase vulvo-vaginal ou que responde mal à terapêutica Displasia cervical moderada ou severa / carcinoma cervical in situ Sintomas constitucionais Leucoplasia pilosa Herpes Zoster (2 episódios ou acometendo mais de 1 dermátomo) Púrpura trombocitopênica idiopática Listeriose Doença inflamatória pélvica Neuropatia periférica CATEGORIA C Sarcoma de Kaposi Linfoma Burkitt Linfoma imunoblástico Mycobacterium avium complex ou M. Kansasii Mycobacterium tuberculosis de outras espécies Pneumocystis carinii Pneumonia recorrente Leucoencefalopatia multifocal progressiva Salmonelose recorrente Toxoplasmose cerebral Síndrome conseptiva devido HIV Candidíase de brônquio, traquéia ou pulmão Candidíase de esôfago Coccidioidomicose disseminada ou extra-pulmonar Cryptosporidiose intestinal crônica (> 1 mês de duração) Citomegalovirose Encefalopatia do HIV Herpes simples : úlceras crônicas (> 1 mês de duração) ou pulmonar ou esofágica Histoplasmose disseminada ou extra-pulmonar Isosporíase intestinal crônica (> 1 mês de duração) Toxoplasmose DEFINIÇÃO: Doença ou infecção causada pelo T. gondii. O gato é o hospedeiro definitivo e o homem o intermediário. Como fontes de transmissão temos carne crua ou malcozida e fezes de gato. A reação para diagnostico, sensível e especifica, é a reação de Sabin-Feldman. ETIOLOGIA: Toxoplasma gondii . Existem três tipos, que variam na virulência e distribuição. Taquizoítos são as formas de multiplicação rápida, sinônimos de trofozoítos. Se apresentam nos esfregaços em forma de crescente e sua multiplicação destrói a célula hospedeira, sendo que a conseqüente lesão depende da capacidade regenerativa dos tecidos. São os responsáveis pela transmissão transplacentária. Os bradizoítos são as formas de multiplicação lenta. São os responsáveis pela infecção crônica no cérebro, retina, músculo esquelético e cardíaco. Possuem vacúolo citoplasmático. Resistentes à digestão péptica e tríptica. Os esporozoítos são eliminados pelo gato dentro dos oocistos, que contem 2 esporocistos e 8 esporozoítos. Ciclo biológico: os gatos são hospedeiros completos, nos quais ocorre a reprodução enteroepitelial e ciclo sexual, assim como o ciclo tecidual de taqui e bradizoítos. Os humanos e aves são hospedeiros incompletos e nestes ocorre apenas o ciclo tecidual ou extraintestinal. EPIDEMIOLOGIA: a maioria das infecções são assintomáticas. Adquire-se a infecção por: ingestão de oocistos do solo, que são disseminados por vetores; ou ingestão de cistos em carne crua ou malcozida, sendo que os cistos são mortos por congelamento ou aquecimento em temperaturas acima de 66ºC; ou transmissão transplacentária. CLÍNICA Formas: Febril aguda, Ocular, Linfadenopatia, Sob Imunossupressão, Na Gravidez, Neonatal. Febril aguda: assintomática na maioria dos indivíduos; sintomas inespecíficos e autolimitados. Exantema não pruriginoso, que não envolve palma e planta. Eventualmente pode acometer pulmão(pneumonia difusa, com tosse seca), fígado (hepatite decorrente de necrose focal; é discreta e de curta duração), miocárdio (miosite por destruição pelos taquizoitos e reação de hipersensibilidade após a ruptura dos cistos) e cérebro (lesões difusas, pleocitose mononuclear e aumento de proteínas no líquor). Linfadenite toxoplasmática: linfadenite cervical ou occipital isolada, com gânglios aumentados e dolorosos. Ocasionalmente ocorre hepatoesplenomegalia e febre. Toxoplasmose ocular: leva a retinocoroidite, tanto por reativação da infecção congênita, como pela infecção aguda. Há lesão de dois tipos: aguda e crônica, sendo que a crônica leva a cegueira e é agravada por uso de corticóides. Em imunossuprimidos: a forma cerebral é a mais comum, havendo encefalite multifocal, lesão única, ou mais raramente, difusa. Pleocitose e conteúdo protéico elevado no liquor. - Extrema importância na relação com mulheres grávidas e pacientes imunodeprimidos (infecção oportunista) - Clínica pleomórfica (não definida) - Zoonose universal - Alta infectividade e baixa patogenicidade - infecção via oral, acidental e transplancentária ► Formas Clínicas ● Toxoplasmose infecção ▪ Sem sintomatologia definida ● Toxoplasmose febril aguda ▪ Septicemia ▪ Geralmente em imunodeprimidos ● Toxoplasmose linfadenética ▪ Forma mais comum ▪ Diagnóstico diferencial com Mononucleose ▪ Sintomas “Mono-like” com aumentos dos linfonôdos universalmente (com predomínio cervical) e características inflamatórias ▪ Dura, em média, de 2 a 3 semanas ● Toxoplasmose Ocular ▪ Ocorre basicamente na retina ▪ Em geral, é uma re-agudização de uma toxoplasmose congênita ▪ Conduta: medicação e acompanhamento com exame de fundo de olho ● Toxoplasmose na Gravidez ▪ Não há reativação da infecção prévia ▪ Problema está em mulheres soronegativas, pois são susceptíveis à infecção ▪ Infecção deve ser prevenida (teste mensal) e, se ocorrer, deve ser rapidamente tratada ▪ Muito importante se ocorrer no primeiro trimestre, pois a maior chance de gravidade e da ocorrência de mal formações ▪ Tetrade de Sabin: Retardo mental, calcificação intracerebral, corioretinite e macro/microcefalia ▪ Repercussões diminuem com o tempo de gravidez ● Toxoplasmose no imunodeprimido ▪ Re-ativação de toxoplasmose pregressa ▪ Quase patognomônica de infecção pelo HIV (principalmente a Neurotoxo) ► Diagnóstico ▪ Sorologia (IgG, IgM de alta avidez e de baixa avidez) ▪ PCR (amplificação do DNA do T. gondii ▪ Isolamento do microrganismo ▪ Pesquisa por anticorpos ▪ Toxoplasmina ▪ Gold-standard: Reação de Sabin-Feldman ► Tratamento ▪ Esquema clássico: sulfadiazina + pirimetomina ▪ Na gravidez: Espiromicina (evita a transmissão para o feto) ▪ Outras drogas: Clindamicina e Co-trimexazol (quando há intolerância às sulfas) ► Quando Tratar ▪ Imunodeprimidos e grávidas SEMPRE ▪ Imunocompetentes só são tratados se o quadro for muito importante ▪ Deve-se tratar a forma ocular para evitar repercussões ▪ Profilaxia nas mulheres grávidas com sorologia negativa e em pacientes imunodeprimidos Toxoplasmose - Na maioria dos casos é assintomática - Agente causador: Toxoplasma gondii - Três formas evolutivas: taquizoítos, cistos com bradizoítos e oocistos - Ciclo intracelular obrigatório (encontrado em qualquer célula do corpo, exceto nas hemácias – garante grande disseminação e prevalência) depende dos hábitos, costumes e condições climáticas - Grande importância em imunodeprimidos ● Taquizoíto ▪ Forma de multiplicação rápida ▪ Não resistente ao pH estomacal ▪ Encontrado em diversos tipos celulares (fígado, pulmões, ...) ▪ Desenvolve a forma mais grave da doença ▪ Relacionado com a trasmissão congênita ● Bradizoíto ▪ Estágio de multiplicação lenta ▪ Relacionado com a fase crônica da doença ▪ Encontrado no tecido muscular (esquelético e cardíaco), nervoso e da retina ► Ciclo evolutivo ▪ Fase assexuada (tem como HI aves, mamíferos e o homem) ▪ Fase sexuada (ocorre nos HD – gatos domésticos e felídeos silvestres) Fase Sexuada na célula intestinal oocistos Origina oocistos com 4 esporozoítos Liberação no solo Entrada na célula Disseminação Taquizoítos Reprodução (bradzoítos) Ingestão ou inalação dos Esporozoítos Liberados Liberação ► Transmissão ▪ Mecanismos variados facilitam a disseminação ▪ Congênita (rompimento do cisto no endométrio ou taquizoítos livres no líquido amniótico) ▪ Ingestão de carne crua com bradizoítos ▪ Acidentes de laboratório ▪ Leite, saliva e esperma (taquizoitos) ▪ Transplantes de órgãos Na gravidez é um grande problema ▪ Infecção aguda ▪ Transmissão congênita ▪ Nos primeiros meses de gravidez a infecção é mais grave e a possibilidade de transmissão é menor ► Interação Parasito-Hospedeiro ▪ Morfologicamente, taquizoítos e bradizoítos são semelhantes, mas antigenicamente não o são (as proteínas de superfície são estágio-específicas) ▫ Taquizoítos: SAG 1 (p30) ▫ Bradizoítos: SAG 3 (p43) e SAG2C Relacionadas com adesão e invasão ▪ Alguns fatores levam a transformação das formas ▫ Taquizoítos Bradizoítos: variação do pH, inibição mitocondrial e presença de NO ▫ Bradizoítos Taquizoítos: falta de NO, de Interferon gama, de TNF alfa, de IL-12 e de T cel ► Resposta Imune ▪ Celular: mais influente na fase crônica ▪ Humoral: mais influente na fase aguda ▪ IgG: na fase aguda, é de baixa avidez e nas demais é de alta avidez ▪ IgM: não é um bom marcador de fase – a IgM de persistência pode ou não ocorrer ▪ Bons Marcadores: IgG de baixa avidez marca a fase aguda IgG de alta avidez marca a fase crônica IgA- infecção oral, bom pra ver infecção neonatal tb. ▪ Imunidade Celular Macrófago IL-12 Produz TNF α Linf. T CD8+ Linf. T CD4+ Células NK IFN γ TNF Morte do Parasito ▪ Hipersensibilidade tardia: reação intradérmica, semelhante à tuberculina ► Patogenia ▪ Depende da cepa (carga e virulência), do sistema imune do indivíduo e do modo de infecção ▪ Infecção congênita: forma mais grave (causada pelo taquizoíto) ▪ Imunocomprometidos (HIV+ e Transplantes): aumento da incidência da infecção ▪ As linhagens clonais I e II são mais freqüentes em humanos (podem ocorrer simultaneamente) ▫ Linhagem I: lesões oculares graves e resistência ao tratamento ▫ Linhagem II: mais prevalente em pacientes com AIDS ▫ Linhagem I e II: infecções congênitas ► Testes Diagnósticos ● Sorológicos ▪ Sabin-Feldman é o padrão-ouro ▪ Triagem: HAI (hemoaglutinação indireta) RIFI (imunofluorescência) ▪ Confirmação: ELISA ISAGA (hemoaglutinação) ● Métodos diretos (mais utilizados em pesquisas) ▪ PCR / Sondas (biologia molecular) ▪ Cultivo de células ▪ Inoculação em animais ► Perfis Sorológicos ● Mulheres Grávidas IgG+ e IgMIgG+ e IgM+ IgG- e IgG- infecção pregressa infecção aguda (ver se a IgM é de persistência) Susceptibilidade Ausência de risco Tratar? Acompanhamento ● Feto ▪ Entre 20ª e 22ª semana: coleta e pesquisa de Ac (IgA, IgG e IgM); PCR ▪ Falsos positivos: contaminação com sg materno (IgM+ em 20 e 30%) ▪ É possível detectar marcadores (plaquetopenia, aumento do IgM total) ▪ Coriocentese: risco elevado ▪ Amniocentese: alto risco de morte pelo método (0,2 a 2%) PCR (p30, B1 e rDNA): sensibilidade de até 100% ● Neonatos ▪ Elisa: alta sensibilidade ▪ Possibilidade de transmissão passiva (pesquisar novamente após 6 meses) ▪ Pesquisa de IgM: indicativo de infecção congênita cuidado com contaminações pelo sangue materno é de baixa sensibilidade ▪ IgA: principal marcador sérico pode haver contaminação com IgA materno transplacentário ▪ Retestagem em 2 a 3 semanas ● AIDS ▪ Resultados negativos não indicam que não há infecção ▪ Marcadores: IgG e IgM ▪ Envolvimento pulmonar PCR e cultivo do lavado brônquico ▪ Pode haver neurotoxoplasmose (CD4 < 200 e aumento de IgG, E, M e A) ▪ Pesquisar Ig no LCR ● Transplantados ▪ Biópsia do órgão Imunohistoquímica e PCR Doador IgG+ e IgMIgG- e IgMIgG- e IgM- Receptor IgG- e IgMIgG+ e IgMIgG- e IgM- Risco de Transmissão Risco de Reativação Ausência de Risco Malária CONCEITO Doença infecciosa, não contagiosa, crônica, com manifestações episódicas agudas, prevalente em áreas tropicais e subtropicais. ETIOLOGIA Os agentes etiológicos são transmitidos aos humanos por mosquitos do gênero Anopheles e são os seguintes: Plasmodium vivax: mais amplamente distribuído. Plasmodium falciparum: causa maior morbimortalidade, resistente a cloroquina e outras drogas. Plasmodium ovale. Plasmodium malariae. CICLO EVOLUTIVO A forma infectante inicial é o esporozoíta, transmitido através da saliva do mosquito. No sangue circulante ficam envoltos das proteínas circunsporozoítas (alvo de possíveis vacinas antimaláricas). Alguns são destruídos pelos macrófagos porem outros passam a se reproduzir por ESQUIZOGONIA no interior dos hepatócitos e formam o esquizonte tecidual primário. O esquizonte se rompe e liberta MEROZOÍTOS nos sinusóides hepáticos. Estes irão para a circulação, onde infectarão eritrócitos; pra que essa infecção ocorra é necessário que hajam receptores nos eritrócitos, como a glicoforina A para o P. falciparum e o fator Duff para o P. vivax. Após a liberação dos merozoítos, nos P. vivax e ovale, algumas formas, os hipnozoítos, permanecem no fígado, sendo responsáveis por recidivas tardias da doença. Os p. malariae e falciparum recidivam por permanecer formas eritrocíticas na circulação microcapilar tecidual. No interior do eritrócito, o merozoíto se torna trofozoíto, o qual sofre esquizogonia e se torna o esquizonte hemático, a partir do qual se originam os merozoítos hemáticos. O eritrócito se rompe, libera os merozoítos que irão infectar outras hemácias. Na fase de esquizogonia eritrocítica há metabolização da hemoglobina em hemozoína. A periodicidade da esquizogonia varia: de 48h para P. vivax e P. ovale; 72h para P. malarie e 36 a 48h para o P. falciparum. Três a dez dias após o início da sintomatologia, os parasitas se diferenciam em gametócitos. Estes amadurecem e quando a fêmea do Anopheles faz o repasto sanguíneo ela retira os gametócitos que irão se reproduzir no estômago do inseto, onde ocorre a fecundação e formação do oocineto. Este atravessa a parede do estômago e se torna o oocisto. O oocisto sofre esporogonia, se rompe e libera os esporozoítos. Estes migram para as glândulas salivares do inseto, que se torna infectante. Outras formas de transmissão são a transplacentária ou congênita, (que ocorre em filhos de mães infectadas não imunes), por acidentes de laboratório, compartilhamento de seringas e transfusional. EPIDEMIOLOGIA Grande subnotificação. Abrange áreas de população instável, com precárias condições de habitação e trabalho. Pessoas de maior risco de falecer pela doença são crianças menores de 5 anos, gestantes e pessoas primoinfectadas,além de pessoas de áreas não endêmicas, sem imunidade adquirida, como trabalhadores, garimpeiros ou os que tenham viajado a lazer. A gravidade aumenta por estarem em áreas onde diagnóstico e tratamento não são suficientemente disponíveis. No Brasil, a malária incide na região amazônica, e as espécies predominantes são P. vivax e falciparum e não há casos autóctones de P. ovale. Na transmissão estão envolvidos fatores biológicos, ambientais(temperatura –entre 20 e 30ºC-, umidade do ar-60%, aumenta logevi//do vetor-, altitude-até900m-, cobertura vegetal-mata-, índice pluviométrico-aumenta umidade do ar e formação de coleções de água.), socioeconômicos(hábitos, condições de vida, moradia e trabalho), culturais. Dentre os hábitos, estão construções provisórias, sem paredes, e próximas a coleções hídricas e áreas de mata; manter grande superfície corporal descoberta. As fontes de infecção são pessoas doentes e portadoras, mas raramente macacos e chimpanzés podem ser fontes de infecção . O P. vivax é o mais disperso e produz a febre terça benigna. O P. falciparum produz a febre terçã maligna. O P. malarie tem incidência mais baixa e produz a febre quartã. Para que uma espécie de Anopheles seja vetora, são necessários alguns fatores, como: susceptibili// a infecção por plasmódios humanos; antropofilia (preferência por sangue humano); endofilia (presença no interior das habitações); endofagia; longevi// e densi//. Os vetores se reproduzem em regiões com coleções de água limpa, quente, sombreada, de baixo fluxo. Outras espécies se reproduzem em regiões litorâneas de água salobra e em folhas de plantas bromeliáceas. A susceptibilidade humana é universal, mas alguns fatores influenciam a resposta imune. A falta do Ag Duff, reduz a infecção por P. vivax; a hemoglobina S, dos portadores de anemia falciforme, reduz gravidade da infecção pelo P. falciparum. A 6glicose-fosfato-desidrogenase tem efeito protetor na infecção por P. falciparum. Malária estável existe em regiões com alta incidência e confere altos índices de imuni// adquirida. Malária instável ocorre em regiões com incidência variável e confere baixa imuni//. A classificação das áreas maláricas são: Sem risco (incidência zero), baixo risco (incidência de 0,1 a 9 por 1000 hab), médio risco (incidência de 10 a 49 por 1000hab) e alto risco (incidência de acima de 50 casos por 1000 hab). PATOLOGIA SNC: Acometido apenas por P. falciparum Edema encefálico e tecido cerebral de coloração azulada por depósito de hemozoína. Sequestração microvascular de hemácias (as hemácias estão aderidas ao endotélio ou formando agregados com células não parasitadas) leva a obstrução de vasos e alteração da circulação cerebral. A seqüestração é importante para o parasito pois mantém mais hemácias fora da circulação geral e impede a destruição destas, e por conseguinte dos parasitos, no baço. Há maior seqüestração e hemorragias no cerebelo que no cérebro, pois neste o grau de vascularização é menor. Pulmões: Em malaria por falciparum, ocorre edema pulmonar grave, formação de membranas hialinas, hemorragia intralveolar e infecção bacteriana secundária. Fígado: lesões mínimas produzidas por ruptura de hepatócitos infectados. Na malaria aguda há hepatomegalia e coloração cinza-escura, hiperplasia e hipertrofia das células de Kupffer. Na malaria grave por P. falciparum há necrose centrolobular e na malaria crônica há fibrose discreta. A malária não causa cirrose, que é prevalente em áreas endêmicas por condições ambientais (má nutrição, fatores tóxicos, e hepatite viral). Baço: malaria aguda: aumentado, amolecido, sujeito a ruptura. Malária crônica: endurecido, lenhoso, com fibrose. A esplenomegalia ocorre por hiperplasia e hipertrofia do SRE. Medula óssea: aguda: hiperemia, hemácias parasitadas; crônica: hipercelularidade devido hiperesplenismo; por P. falciparum: depleção dos granulócitos. Placenta: aborto e parto prematuros, devido seqüestração de hemácias na placenta. TGI: mucosa congesta, por seqüestração de hemácias nos pequenos vasos sanguíneos. Rim: é lesado por P. falciparum e malarie. Pelo primeiro, as alterações mais freqüentes são tubulares e de intensidade variável, decorrentes de isquemia. Lesões glomerulares podem ocorrer por depósitos de imunocomplexos e são benignas e reversíveis com a cura da doença. Na malária por P. malarie crônica, há lesões glomerulares proliferativas por depósitos de imunocomplexos em mesângio e membrana basal e sua expressão clínica é de Sme nefrótica, PP/ em crianças. QUADRO CLÍNICO Depende do tipo de plasmódio e da imunidade do hospedeiro. P. vivax: PI de 12 a 16 dias. Baixa parasitemia, apenas em reticulócitos. A princípio, há duas gerações infectantes, que amadurecem em dias alternados e levam a febre diária. Uma das gerações de parasitas declina e a febre passa a ser a cada 48h. Acesso malárico: intensos calafrios, de curta duração, seguidos de febre de 4 a 8h. em seguida há sudorese, por horas. Outros sintomas são palidez, icterícia, HEmegalia, cefaléia, náuseas e vômitos. Como complicação pode haver ruptura esplênica, coma malárico por acometimento cerebral, edema agudo de pulmão e trombocitopenia. Esse é o Ataque primário e os parasitos desaparecem natural ou terapeutica/; As recidivas ocorrem meses depois e se devem a permanência dos hipnozoítos no fígado. Na recidiva, a anemia e a esplenomegalia são mais intensas. . A atividade destes se extingue de maneira natural após cerca de 4 anos. Tratamento radical impede recidivas periódicas neste período. P. faciparum: PI de 8 a 12 dias. Alta parasitemia, em todas as hemácias, independente da idade. Favorece aglutinação de hemácias, trombose e isquemia tissular. Pacientes com infecção pregressa por vivax desenvolvem quadro menos grave. Os sintomas são semelhantes a descrição anterior(febre, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos, cefaléia, icterícia, palidez, HEmegalia, podendo haver torpor, hipotensão, hemorragias e oligúria). Existem oito modalidades de formas graves: Malaria cerebral : sintomas não específicos, como cefaléia, desorientação, delírios, convulsões e coma.Hiperreflexia, babinsky bilateral, líquor com hiperproteinorraquia. Ocorre aumento da PIC, edema intersticial leve. Ocorrem hemorragias retinianas. Malária pulmonar: é associada a hiperparasitemia, insuf. Renal, gravidez e reposição excessiva de líquidos.a resposta terapêutica é pobre e a letalidade é elevada. Forma biliosa remitente: icterícia originada de hepatite malárica com necrose centrolobular. Não ocorre insuf. Hepática. Coagulação intravascular disseminada: ocorre por ativação da cascata de complemento, não é importante causa de morte em região endêmica. Também ocorre hemorragias por redução da produção de fatores da coagulação pelo fígado. Hipoglicemia: em grávidas, crianças e doentes graves, com malária cerebral. Alta demanda de glicose (devido febre e manutenção da parasitemia); falência na gliconeogênese e na glicogenólise; hiperinsulinemia(devido quinino e para desenvolvimento dos plasmódios). Septicemia: é freqüente infecção bacteriana secundária, com focos provenientes de pulmão e trato urinário. P. malariae (febre quartã): PI de 30 a 40 dias. Acessos febris a cada 72h, esplenomegalia freqüente, parasitemia baixa e persistente, com infecção crônica patente ou subpatente. A complicação mais grave é a síndrome nefrótica em crianças que tem mau prognóstico e baixa resposta a corticoterapia, diferente/da nefropatia por lesões mínimas. P .ovale (febre terçã): Restrita a África, infecção benigna de cura espontânea e com indução de imunidade. Malária Crônica: ataques repetidos. Por vivax e malariae. Ocorrem fadiga, febre intermitente, leve icterícia, hepatoesplenomegalia, anemia intensa. Síndrome da esplenomegalia tropical(Sme da Malária Hiperrativa): Associada a malária, se caracteriza por: hipergamaglobulinemia, hiperesplenismo, esplenomegalia, anticorpos antiplasmodio, melhora dos sintomas após terapêutica antimalaria. Só ocorre em zona endêmica para malaria, é se trata de resposta imune anormal a malária recorrente determinada geneticamente. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Encontro dos plasmódios, por esfregaços comuns ou gota espessa, no numero mínimo de dez plasmódios por mm³ de sangue. Testes sorológicos podem ser usados, como imunofluorescência indireta, Elisa, radioimunoensaio, hemaglutinação. Hemograma: anemia, leucopenia e plaquetopenia, sendo a esta comum nas formas perniciosas da doença. Bilirrubinemia: aumento por hemólise da fração indireta; em casos graves, com comprometimento hepática haverá aumento da fração conjugada. Aminotransferase: aumento discreto em formas graves causadas por falciparum. Coagulação: há diminuição da síntese hepática de fatores da coagulação e coagulação intravascular disseminada, com consumo destes fatores. Esses fatores somados a plaquetopenia, levam a diminuição do tempo de protrombina. Uréia e creatinina: na fase inical da doença, se elevam por desidratação, sudorese e vômitos. Na doença grave, há aumento devido necrose tubular aguda. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Malária aguda: inluenzae. Período de estado: leishmaniose visceral, febre tifóide, D. de chagas, toxoplasmose, TB miliar, arboviroses, endocardite e brucelose. Forma ictérica: hepatites virais, colangites, septicemias, leptospirose, febre amarela. Forma crônica: calazar, dooença linfoproliferativa, anemia hemolítica, hepatopatia crônica, trombose da veia porta, hipertensão portal idiopática. - 500 mil casos/ano no Brasil – concentrados na região amazônica (99,3% deles), com picos em Junho e Julho - O número de óbitos pela doença vem caindo anualmente - Fora da Amazônia: • 46% dos casos ocorrem na região sudeste (migração + viagens) • 24% ocorrem na região sul • 17% ocorrem na região nordeste • 13% ocorrem na região cento-oeste - Casos autóctones fora da Amazônia: • 41,6% ocorrem no Espírito Santo • 42,9% ocorrem no Piauí ► O Parasito ▪ Gênero Plasmodium ▪ Espécies: P. malariae, P. vivax, P. falciparum e P. ovale ▪ Habitat: no homem é a corrente sanguínea, os hepatócitos e os eritrócitos no vetor (fêmea do Anopheles) é a matriz peritrófica, o epitélio médio, a hemolinfa e as glândulas salivares. ▪ Transmissão: hematofagia, tranfusão sanguínea, compartilhamento de agulhas, acidentes de laboratório e congênita ▫ Para haver a transmissão, deve haver gametócitos do parasito circulando na corrente sanguínea do hospedeiro (o P. falciparum é o que menos possui essa forma no sangue) ▪ Formas do parasito: trofozoítos, esquizontes e gametócitos ▫ o P. vivax e o P.ovale possuem também os hipnozoítos – forma hepática latente que permitem recidivas da doença ▫ P. falciparum possui alta taxa de esporozoítos por esquizonte tecidual (é um dos motivos para a maior gravidade da doença causada por ele) ▪ Pigmento malárico: oriundo do metabolismo da hemoglobina, permite a diferenciação da espécie de plasmódio que está parasitando o hospedeiro ▪ Metabolismo da hemoglobina: Hemozoína (responsável pela ativação do SI) Ferriprotoporfirina, metemoglobina, entre outros ▪ Primaquina: droga que elimina as formas hepáticas e teciduais É teratogênica nas mulheres grávidas, o tratamento é sintomático (eliminação das formas sanguíneas) até o final da amamentação ► Interação Parasito-Hospedeiro ▪ Merozoíto: anel polar, micronema, roptrias e microtúbulos Invasão eritrocítica região apical Adesão celular ▪ Motilidade (reorientação de proteínas): CSP- (Circunsporozoítica) e a proteína adesiva TRAP (Trombospondina) ▪ Invasão dos hepatócitos: região II da CSP(motilidade e reorientação das proteínas) ▪ A entrada do parasito no eritrócito está intimamente relacionada com os grupos sanguíneos do hospedeiro heparan-sulfato dos hepatócitos proteoglicanos → Sistema Duffy (relacionado com o P. vivax) - É determinado por dois antígenos (Fya e Fyb) - Diferença entre os antígenos é uma única substituição de GlyAsp no aminoácido 42 da proteína - Indivíduos que não expressam Fy não pegariam malária do P. vivax, pois este é o principal meio de entrada para o parasito (há pouquíssimos casos registrados) → Sistema MNSs (relacionado com o P. Falciparum) - Glicoforinas expressas na membrana dos eritrócitos e suas variações podem comprometer a entrada do parasito na célula. - Glicoforina A: indivíduo é fracamente infectado (qm nao expressa A) - Glicoforina B: Indivíduos SS são mais susceptíveis e os ss são menos susceptíveis à doença - Glicoforina E: resistentes Portando o grupo MNS codifica proteínas de membrana que facilitam a entrada do falciparum na célula! → Sistema ABO (relacionado com o P. falciparum) - Não tem papel de receptor (não está ligado à susceptibilidade) - Seu papel é ligado à formação de rosetas, ligadas à malária grave - Tipo A: Grande quantidade de rosetas eritrocitárias Aumento freqüência de malária grave - Tipo O: Não favorece a formação de rosetas Aumento da resistência (esse tipo sanguíneo é muito freqüente nas populações indígenas da Amazônia)- seleção natural! da proteínas de superfície relacionadas com a entrada do merozoíto no eritrócito: AMA 1, MSP1 GRA 175 ► Resposta Imune ▪ Anticorpos só aparecem após várias infecções e desaparecem na ausência do parasito (não há memória imunológica) ▪ Negativação (eliminação) parasitária ▪ Regulação efetiva da resposta inflamatória ▪ Desenvolvimento de Acs para várias cepas Fase Resposta Esporozoíto Intra-hepática Anticorpos agem na CSP (bloqueio da motilidade para a invasão) Liberação de IL 6, IL1 TNF-alfa IFN-gama + IL2 ativam NK, TCD8 e macrófagos( aumenta a produção de NO para matar o parasito no macrófago) IL12 (apresentação de antígenos) resposta Th1(Linfócitos T CD4+ e Linfócitos T CD8+) IL6, IL1 TNF alfa IFN gama (aumenta temp corporal=tremores) que agem na agregação de NK, monócitos e glanilócitos. Eritrocítica Formas Sexuadas (IL4--> Th2-> resposta imune humoral) Anticorpos neutralizantes e aglutinantes Anticorpos opsonizantes (potencializam a fagocitose) Anticorpos citofílicos IgG1 e IgG3 (inibição do crescimento) PF48/45 (linfócitos citotóxicos e anticorpos) ▪ Resposta Imune Adquirida (RN protegido do P. falciparum até o 6° mês) ▫ Transferência materna de IgG ▫ Eritrócito rico em Hb Fetal ▫ Dieta pobre em Ácido paraminobenzóico (PABA) ▪ Citocinas na Malária ▫ Fagocitose e produção de radicais livres e NO (TNFα e IFNγ) ▫ Processamento e apresentação (IL-12) ▫ Resposta humoral (IL-4) ▫ Citotoxicidade (NK, CD8+ e NKT) ▫ Imunorregulação (TGFβ e IL-10) ▫ Febre: TNFα, IL-6 e IL-10 ▫ Hiperparasitemia: IL-1β, IL-12 e IL-10 ▫ Indução, pela GPI, de citocinas pró-inflamatórias: TNFα, IL-1 e IL-6 ► Fisiopatologia ● Destruição dos etritrócitos parasitados ▪ A anemia, na maioria dos casos, não se correlaciona com a parasitemia ▪ Destruição, pelo sistema imune, de eritrócitos não parasitados ▪ Auto-anticorpos com afinidade tanto para o parasito quanto para o hospedeiro (eritrócito) ▪ Disfunção da medula óssea, estimulada pela ação de citocinas(diminiu da hematogênise) ● Toxicidade resultante da liberação de citocinas ▪ Produtos do parasito Monócito e macrófagos ▪ GPI e Hemozoína TNF, IL-1, IL-6 e IL-8 Mal estar e febre ▪ TNFα (Pior prognóstico de malária vivax e falciparum) Endotélio Moléculas de citoaderência Extravasamento de líquidos ▪ Citocinas Inibição da gliconeogênse Hipoglicemia ▪ Citocinas NO Inibição da função celular ● Seqüestro dos eritrócitos parasitados na rede ▪ P. falciparum PfEMP KNOBS Citoaderência ▪ Proteínas do hospedeiro ▫ CD36 (endotélio dos vasos de diferentes órgãos) ▫ ICAM 1 (Cérebro) ▫ Selectina-E ▫ VCAM 1 ▫ PECAM 1 / CD31 Levam a obstrução dos vasos, ▫ CSA (vasos placentários) principalmente na susbtância ▪ Eritrócitos parasitados e não parasitados Rosetas branca do cérebro, no coração, no fígado, nos rins e no interstino III) Resultam em anóxia, Insuficiência Renal, ● Lesão capilar por deposição de imunocomplexos (hipersensibilidade do tipo Hepatite e hemorragias ▪ Deposição nos glomérulos levam a Glomerulonefrite (transitória ou permanente) e Síndrome Nefrótica ► Conseqüências da Fisiopatologia da Malária Falciparum ▪ Hemácias parasitadas aderidas ao endotélio e aquelas formando rosetas resultariam na obstrução de pequenos vasos, com conseqüente hipóxia tecidual ▪ O papel deletério de citocinas pró-inflamatórias, cuja produção seria estimulada por moléculas do parasito liberadas localmente, ao final da esquizogonia eritrocitária ► Diagnóstico da Malária ▪ O tratamento adequado é diferente para cada tipo de malária ▪ Diagnóstico clínico: procedência, viagens, tempo de permanência em áreas endêmicas ▪ Diagnóstico diferencial: Doenças febris, quadros de hepatoesplenomegalia, icterícia e colúria ▫ Hepatites virais, leptospirose, febre tifóide, febre amarela, septicemias ▪ Diagnóstico laboratorial ▫ Exames específicos - Gota espessa - Detecção do plasmódio em hemácias - Detecção de componentes - Detecção de anticorpos antiplasmodiais - Corantes fluorescentes (ex: QBC) - Detecção de hemozoína - Testes imunocromatográficos (detectam histidina ou lactato desidrogenase – não avaliam a parasitemia) Gota espessa: detecta a espécie do plasmódio se houver baixa parasitemia, pode dar falsos negativos nas formas mistas da doença, pode ser difícil a detecção da espécie ▫ Exames inespecíficos - Hemograma e Urina I - Glicemia - Função renal e bilirrubinas - Coagulograma ▪ Diagnóstico sorológico ▫ Aglutinação direta, Western Blotting, Imunoenzimático....... ▫ Não são ferramentas diagnósticas úteis ▫ Em áreas endêmicas: - Verificar a presença de transmissão da doença - Delinear áreas malarígenas - Medir o nível de endemicidade - Avaliar a reintrodução de novos casos - Avaliar programas anti-maláricos ▫ Em áreas não-endêmicas: - Seleção de doadores de sangue - Complemento do diagnóstico Finalidade Diagnóstico individual Seleção de doadores de Sangue Acompanhamento Terapêutico Áreas Endêmicas Áreas Não-Endêmicas Gota Espessa + Esfregaço, QBC ou PRC/Imunocromatográficos em locais com diagnóstico difícil QBC ou PCR ELISA e confirmação com QBC ou PCR GE, QBC ou PCR Malária - Sinonímia: impaludismo, maleita, terçã, quartã, sezão, febre dos pântanos, febre intermitente....... - Doença infecciosa não contagiosa, de evolução crônica, mas com manifestações agudas. - Áreas endêmicas abrangem mais de 100 países (maior incidência na Ásia, América Latina e Caribe, com relação estreita com condições precárias de habitação e de trabalho) - 42% da população mundial vive em áreas endêmicas onde há risco de transmissão - No Brasil: maior incidência na bacia do Amazonas (99,7% dos casos) Não é distribuída homogeneamente (altera-se com a mobilidade da população) ► Transmissão ▪ Resultado da interação de fatores de natureza biológica, ambiental, sócioeconômica e cultural ▪ Elementos primários: parasito, vetor e homem ▪ influencias do meio ambiente (temperatura, índice pluviométrico, umidade relativa do ar, altitude e cobertura vegetal), hábitos, condição de vida, moradia e trabalho das populações ▪ Transmissão acidental: transfusão sanguínea, contato involuntário (laboratórios), compartilhamento de agulhas e seringa ▪ A transmissão congênita ou perinatal é possível quando há mistura de sangue materno com o sangue fetal ► Vetor ▪ Anopheles ▪ No Brasil, há 13 espécies naturalmente infectadas sendo as principais as seguintes: A. darlingi, aquasalis, cruzii, bellator e oswaldoi ► Agente ▪ Protozoário: Plasmodium ssp (P. vivax, P. falciparum, P. ovale e P. malariae) ▪ P. vivax: é o que causa mais malária ▪ P. falciparum: causa maior morbi-mortalidade ▪ P. malariae: pouco freqüente no Brasil e morfologicamente parecido com o vivax ▪ P. ovale: exclusivo da África ▪ Ciclo heteroxênico, sendo que a fase assexuada ocorre no hospedeiro humano ▫ Esporozoíto: forma que infecta o homem ▫ Ciclo hepático: formação do esquizonte, que se transforma em trofozoíto ▫ Hipnozoíto: forma hepática latente do P. vivax ▫ Trofozoíto: Pode se diferenciar e, gametócito ou voltar a forma esquizonte, que infectará outras hemácias ▫ Ao romper as hemácias: FEBRE ▪ Período pré-patente: intervalo da infecção até a parasitemia ▪ Período sub-patente: baixa parasitemia ▪ Período patente: parasitemia detectável ► Imunidade ▪ Fundamental para o desenvolvimento do quadro clínico ▪ Complexa: Resposta humoral ativação policlonal (IgG, IgA e IgM) Resporta celular redução de Linfócitos T ▪ Alvos da resposta imune: esporozoítos e merozoítos ▪ Evolução intra-celular: protege dos mecanismos efetores de defesa ▪ Estágio do desenvolvimento: espécie específica e estágio específica ▪ Premunição: imunidade incompleta em indivíduos de área endêmica (paciente assintomática com número reduzido de parasitos circulantes) ▫ Fora da área endêmica, perde-se a imunidade em até 6 meses ▪ RN: Anticorpos maternos até um ano de idade (área endêmica e mães infectadas) ▪ A doença é um co-fator para sarampo e diarréias, o que aumenta a gravidade do quadro e aumenta a mortalidade ▪ Imunidade do hospedeiro e virulência da cepa afetam a resposta. Idade, gestação, grau de transmissão do local e ser primo ou reinfecção também influenciam na resposta. ▪ Resposta imune eficiente: ataques mais leves e esparsos ▪ Persistência da parasitemia: ▫ Recrudescência em 1 mês a 2 anos P. falciparum ▫ Recrudescência em 3 anos a 50 anos P. malariae ▫ Recrudescência em 6 meses a 5 anos P. vivax e P. ovale ▪ Mecanismos de imunidade antimalária: ▫ Fagocitose ▫ Linfócitos B e anticorpos ▫ Linfócitos T (citotoxicidade e ativação de macrófagos) ▫ Linfócitos NK (citotoxicidade para os plasmódios e eritrócitos parasitados) ▫ Citocinas (influem no desenvolvimento do plasmódio) ▪ Fatores genéticos de resistência ao plasmódio: ▫ Talassemias (α e β); HbS; HbE; HbC; HbF Resistência ao PF ▫ Deficiência da G-6-PD Redução do crescimento do PF ▫ Ovalocitose Proteção contra a malária cerebral ▫ Eritrócitos Duffy negativos Resistência ao PV ▪ Estratégias de sobrevivência do Plasmodium no hospedeiro humano ▫ Diversidade antigênica ▫ Mimetismo molecular ▫ Indução de imunodepressão – desregulação do SI através da hiperativação Intenso Estímulo Antigênico Hiperativação do Sistema Imune Anemia, Insuf. Renal, Comprometimento cerebral e pulmonar ▪ Anemia Progressiva ▫ Hemólise de hemácias parasitadas ▫ Hemólise de hemácias não parasitadas (hipersensibilidade) ▫ Hiperfagocitose de hemácias, parasitadas ou não, pelo sistema linfocítico-monocítico ▫ Mecanismos da anemia: - Aumento da destruição das hemácias - Alterações na eritropoiese - Alterações no pool circulante ▪ Acometimento cerebral, secundário à: ▫ Seqüestro dos eritrócitos parasitados na microcirculação ▫ Produção aumentada de interleucinas pro-inflamatórias ▫ Aumento da expressão de moléculas de aderência no endotélio das vênulas pós-capilares ▫ Produção aumentada de radicais de oxigênio e NO ▫ Acidose metabólica ▪ Acometimento renal: ▫ Glomerulopatia mediada por imunocomplexo nas infecções causadas por P. malariae e, menos freqüentemente, nas causadas por P. vivax ▫ Necrose tubular aguda causada por alterações hemodinâmicas decorrentes de elevado parasitismo eritrocitário mais freqüente nas infecções pelo P. falciparum ▫ Nefrite intersticial aguda e glomerulonefrite proliferativa aguda ► Patologia (Malária Falciparum) Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica ▪ SNC: edema encefálico e hemorragias petequiais ▪ Rins glomerulonefrite e necrose tubular aguda ▪ Pulmões: edema pulmonar ▪ Fígado: impregnação por hemozoína, hiperplasia/hipertrofia das células de Kupffer, necrose centrolobular e fibrose ▪ Baço: aumento do volume com risco de ruptura ▪ Medula óssea: hiperemiada e com hiperplasia retículo-endotelial; acentuada hiperplasia normo ou megaloblástica, mesmo na ausência de reticulocitose periférica ▪ Miocárdio: miocardite leve ▪ TGI: mucosa congesta e edematosa, podendo haver hemorragia ► Quadro Clínico ▪ Período de Incubação: de 9 a 40 dias ▫ P. falciparum – média de 12 dias ▫ P. vivax – média de 15 dias ▫ P. ovale – média de 17 dias ▫ P. malariae – média de 28 dias ▪ Pródromos: mal-estar, anorexia, astenia, mialgia, cefaléia, lombalgia. Artralgia, náuses e vômitos ▪ Febre: ao final do PI e dura até o ataque primário ▪ Ataque primário: primeira infecção palúdica ▪ Ataque secundário: recidivas ou reinfecções ► Acesso Malárico ▪ Período de frio (duração de 20 minutos a 2 horas): Rápida elevação da temperatura, tremores, taquicardia, pulso rápido e fino, pele fria e pálida (azulada vasoconstrição periférica) ▪ Período de calor (duração de 8 horas): Inicia-se de 2 a 4 horas após os tremores e há pele quente, seca e avermelhada (vasodilatação periférica), fácies congesta, cefaléia, mialgia, raquialgia, delírios, náuseas, vômitos, taquicardia, taquipnéia, hipotensão arterial, boca seca, sede, tosse e dores abdominais ▪ Período de sudorese (duração de 2 horas): Suor profuso, exaustão, alívio, sonolência, normalização da temperatura, podendo persistir a cefaléia. Pode haver, ainda, hepatoesplenomegalia e icterícia devido à hemólise ► Quadro Clínico das Infecções por P. vivax ▪ Ataque primário ▫ Calafrios intensos e de curta duração ▫ Acessos febris (duração de 04 a 08 horas) – diários nos estágios iniciais, com posterior aumento nos intervalos (48 horas), seguidos de sudorese profusa ▫ Cefaléia, náuseas, vômitos, mialgia, hipotensão, palidez cutâneomucosa, icterícia discreta e hepatoesplenomegalia ▫ Raras complicações: ruptura esplênica, edema pulmonar, coma malárico e trombocitopenia ▪ Quadro pode permanecer por meses e cessar espontaneamente ▪ Recidivas podem ocorrer: ▫ Presença de hipnozoítos (formas latentes hepáticas) ▫ Tempo máximo de evolução clínica: 04 anos (após, a atividade do parasita se extingue) ► Quadro Clínico das Infecções por P. falciparum ▪ Manifestações semelhantes a da Malária vivax ▪ Grande risco de complicações ▪ Não possui as formas latentes hepáticas (hipnozoítos) ▪ Febre biliosa hemoglobinúrica: ▫ Decorrente de hemólise intravascular aguda, decorrente do uso de quinino, exposição ao frio e esforço físico em doentes insuficientemente tratados ▫ Calafrios intensos, vômitos biliosos, febre, urina enegrecida e icterícia, com duração e 12 a 48 horas, podendo levar a insuficiência renal aguda, choque, anúria e morte!!!! ▪ Malária grave Malária cerebral, insuficiência renal aguda (IRA), Malária Pulmonar, Forma Biliosa Remitente, CIVD, Forma Colérica e Hipoglicemia severa ► Quadro Clínico das Infecções por P. malariae ▪ Acessos febris mais espaçados: a cada 72 horas ▪ Manifestações idênticas às infecções por P.vivax ▪ Complicação: Síndrome nefrótica (mau prognóstico) ► Complicações da Doença ▪ IRA (podendo haver oligúria progressiva) ▪ Malária pulmonar Edema agudo de pulmão ▪ Malária biliosa remitente Hepatite malárica ▪ CIVD (podendo haver hemorragias) ▪ Malária colérica (com vômitos, diarréia, dor abdominal e sangramento intestinal) ▪ Hiperpirexia (temperaturas acima de 41°C, Cianose e Sintomas neurológicos) ▪ Hipoglicemia ▪ Infecções bacterianas Sepse ► Malária Crônica ▪ Infecções cujos ataques maláricos não foram adequadamente tratados, resultando: ▫ Fadiga crônica ▫ Surtos intermitentes de febre ▫ Anemia intensa ▫ Icterícia ▫ Hepatoesplenomegalia volumosa ► Infecções Mistas ▪ P. vivax e P. falciparum ▫ Sinais e sintomas semelhantes a da doença única ▫ Alta taxa de icterícia ▫ Reduzido percentual de complicações ▫ Ausência de hiperparasitemia ► Síndrome da malária hiper-reativa ▪ Acomete adultos jovens de raça negra ▪ Esplenomegalia volumosa ▪ Hipergamaglobulinemia acentuada ▪ Altos títulos de anticorpos contra os plasmódios ▪ Hiperesplenismo ▪ Regressão do quadro após terapêutica prolongada ▪ Decorrência da resposta imune anormal à malária recorrente ▪ Prognóstico ruim ▪ Possível evolução para linfomas linfocíticos ► Diagnóstico ▪ Gota espessa Determinação da densidade parasitária ▫ P. falciparum (elevada parasitemia) Geralmente trofozoítos são vistos no sangue periférico ▫ P. vivax (moderada parastemia) Todas as formas evolutivas são vistas no sangue periférico ▪ Outros métodos diagnósticos: ELISA, Radioimunoensaio, Sondas de DNA, Parasight-F e QBC ▪ Exames complementares ▫ Hemograma (Anemia, leucopenia e plaquetopenia) ▫ Bilirrubinas (Aumento da fração conjugada) ▫ Aminotransferases (Aumento moderado) ▫ Coagulação (TP aumentado em casos muito graves) ▫ Uréia e Creatinina (aumento discreto em fases iniciais e considerável em nas formas graves – decorrente da necrose tubular aguda) ► Diagnóstico Diferencial ▪ Início Influenza e outras viroses ▪ Período de estado Leishmaniose visceral, Toxoplasmose aguda, Febre tifóide, Endocardite infecciosa, Brucelose e Dengue ▪ Formas complicadas Leptospirose, Hepatites virais, Febre amarela, Sepse e Colangite ▪ Formas crônicas Hepatopatias virais crônicas, Trombose de veia porta, Hipertensão portal idiopática, Leishmaniose visceral, Linfomas, Anemias hemolíticas crônicas ► Tratamento ▪ Interrupção da esquizogonia sangüínea ▪ Erradicação das formas latentes do parasito no ciclo tecidual ▪ Drogas Antimaláricas: ▫ Cloroquina - esquizonticida sangüíneo e gametocitocida para P. vivax e P. malariae ▫ Primaquina - esquizonticida tecidual para P. vivax e gametocitocida para P. falciparum ▫ Quinina - Ação apenas contra P. falciparum ▫ Doxiciclina - Usado apenas contra P. falciparum ▫ Mefloquina - Esquizonticida sangüíneo contra P. falciparum. Ação contra P. malariae e P. vivax. Eficaz contra os gametócitos de P. vivax ► Esquemas terapêuticos ▪ P. vivax Cloroquina por 03 dias associada à Primaquina por 07 dias ▪ P. falciparum Quinina por 03 dias associada à Doxiciclina por 05 dias e Primaquina no 6º dia ▪ P. malariae Cloroquina por 03 dias ▪ P. vivax e P. falciparum Mefloquina em dose única associada à Primaquina por 07 dias ► Profilaxia ▪ Proteção individual ▫ Telar portas e dormir com mosquiteiros ▫ Uso de repelentes ▪ Proteção Coletiva ▫ Combate ao vetor adulto e às larvas ▫ Saneamento básico ▫ Melhora das condições de vida Leishmaniose - Ampla distribuição geográfica - Maior incidência na zona rural - Alta prevalência – 12 milhões de infectados no mundo - Evolução lenta - Pode assumir formar graves ► Habitat ▪ Homem: ▫ LTA – células do sistema fagocítico mononuclear da derme e mucosas ▫ LVA – Medula óssea, baço, linfonodos e fígado ▪ Hospedeiro invertebrado (Flebotomíneo): monócitos, histiócitos e macrófagos ► Reservatórios ▪ Domésticos: ▫ Rural – cão ▫ Urbano – homem ▪ Silvestres: raposa e marsupiais ► Transmissão ▪ LTA: picada do inseto vetor ▪ LVA: vetorial, acidentes de laboratórios, transfusão sanguínea e congênita ► Interação Promastigotas-Macrófagos Macrófagos – Receptores ▪ CR3 (receptores De complemento) ▪ FnR ▪MFR Parasito – Ligantes ▪ gp3 (protease) ▪ LPG (lipofosfoglicano) ▪ FN (fibronectina) ► Aspectos Imunológicos – LTA ▪ Depende da virulência da cepa e da resposta imune do hospedeiro ▪ Linfócitos T CD4+ (Th1) INFγ, IL-2 e TNF Ativação de macrófagos ▪ Linfócitos T CD4+ (Th2) IL-4, IL-5 e IL-10 Inibem macrófagos e ativam Linfócitos B Produção de anticorpos (IgG1 e IgE) e Th1 IgG2 ▪ Linfócitos T CD8+ INFγ e TNF lise das células que expressam MHC classe I e ativação de macrófagos MACRÓFAGO PARASITADO (Cél. Hospedeira e apresentadora de Ag.) CITOTÓXICIDA DE T CD4 PRODUÇÃO IgG e IgM CD4 Th1 CD4 Th2 IL-2 IL-3 IL-4 IL-5 IL6 IL-10 • IFN- TNF- GM-CSF inibiçã o Ativação de macrófago Ativação deficiente de macrófagos Controle imunológico na pele Formas clínicas da doença ► Fisiopatogenia ▪ No ponto de inoculação das promastigotas: resposta inaparente ou inflamatória ▪ Ativação do complemento: destruição direta da promastigota através da opsonização (fagocitose facilitada) ▪ Caso a leishmania escape do ponto de inoculação, elas irão atingir as células do SFM das vísceras Estágio Histologia Nódulo Epiderme intacta; forte infiltrado de macrófagos e numerosos parasitos Ulceração inicial Ulceração superficial; forte infiltrado de linfócitos, macrófagos e numerosos parasitos Úlcera estabilizada com lesão satélite Úlcera profunda; processo inflamatório ativo na periferia; lesões satélites; poucos parasitos Lesão cicatrizada Leve depressão na pele; epiderme fina; fibrose dérmica e ausência de parasitos ► Imunopatogenia na LV ▪ Depressão da atividade linfocitária ▪ Ausência de produção de IL-12 e INFγ pelos linfócitos ▪ Ativação policlonal de Linfócitos B e aumento nos níveis plasmáticos de Igs ▪ Presença de fator imunossupressor sérico ▪ Queda da taxa de neutrófilos ▪ Alta resposta Th2 – IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13 – e baixos níveis de Th1 ▪ Produção elevada de anticorpos ▪ Migração para lifonôdos e baço Disseminação ► Diagnóstico Clínico ▪ Período de incubação de 18 dias a 4 meses ▪ Lesão papulosa, bem delimitada, algumas vezes arredondada , e a pele eritematosa ► Diagnóstico Laboratorial ▪ Exame parasitológico direto Esfregaço ▪ Exame imunológico Reação de Montenegro ▫ Avalia reação de hipersensibilidade retardada ▫ Na fase aguda, quase sempre é negativo ▫ É positivo em 95% a 100% dos indivíduos curados ▪ Exame sorológico em alta estão as reações enzimáticas ▫ Alta sensibilidade e especificidade ▫ Utilizam antígenos específicos ▫ Ex: ELISA e teste Imunocromatográfico ▫ Em desuso: HAI, Contra-eletroforese (CIEF) e Fixação do Complemento ▪ Biologia Molecular Sondas de DNA ► Exames Complementares ▪ Hematológicos – anemia, baixos níveis de leucócitos e plaquetas ▪ Transaminases – aumento de até 3 vezes ▪ Aumento na fração de γglobulina ▪ Diminuição da albumina ► Histopatologia ▪ Identificar as formas amastigotas ▪ Diagnóstico diferencial com micoses e neoplasias Leishmaniose Visceral (Calazar) - Protozoonose endêmica e/ou epidêmica - Doença espectral – ampla gama de manifestações clínicas - Evolução sub-aguda ou crônica - Transmitida pela picada de flebótomos infectados - 12 milhões de infectados no mundo em cerca de 90 países - 2 milhões de casos novos por ano – 1,5 milhão de LT e 0,5 milhão de LV - Nos últimos 20 anos: aumento da incidência e urbanização – Fatores: migração rural, reservatório doméstico (cão), aumento da pobreza e crescimento urbano desordenado ► Transmissão ▪ Picada do vetor, acidentes de laboratório, transfusão sanguínea e congênita ▪ Presença de reservatórios: Raposa, marsupiais, cão e o próprio homem infectado Normalmente a infecção é benigna e inaparente ▪ Presença do vetor hábitos crepusculares ou noturnos. Maior trasmissibilidade durante e após a estação chuvosa Fêmea do flebotomíneo corta com suas mandíbulas o tecido subcutâneo, iniciando o afluxo ► sanguíneo Sucesso na infectividade das promastigotas Saliva possui neuropeptídeos vasodilatadores que facilitam a alimentação do inseto e imunossuprimindo a resposta do hospedeiro Inoculação das formas promastigotas metacíclicas ► Classificação da Doença ▪ Baseada em aspectos clínicos: ▫ Leishmaniose visceral ou Calazar - Leishmania donovani ▫ Leishmaniose cutânea - L.tropica ▫ Leishmaniose cutâneo-mucosa (úlcera de Bauru) - L.braziliensis ▪ Há, ainda, uma nova classificação, baseada em aspectos morfológicos, imunológicos, geográficos, bioquímicos e clínicos ► Aspectos Imunológicos ▪ Macrófagos apresentam os antígenos aos linfócitos T CD4+, que podem ser divididos em 2 populações: Th1 e Th2 ▪ Resistência ao hospedeiro está associada à ativação e diferenciação dos Th1, que secretam citocinas (IL-2, IL-2 e IFNγ) ▪ Susceptibilidade está relacionada com a resposta Th2, que secreta IL-4, IL-5, IL-6, IL-10 e TNFα ► Patogenia ▪ No local de inoculação (pele),a resposta é inaparente ou do tipo inflamatória ▪ Ativação do complemento: ▫ Destruição direta da promastigota (opsonização) ▫ C3b – fagocitose facilitada ▪ Algumas leishmanias escapam do ponto de inoculação e chegam ao SFM das vísceras, onde são fagocitadas por histiócitos ▪ Baço aumentado: hipertrofia e hiperplasia do SFM ► Aspectos Clínicos da LV ▪ Infecção Assintomática ▫ 30% dos adultos de área endêmica – sorologicamente positivos ou reatores ao teste intradérmico sem evidência de doença ▪ Infecção sub-clínica ou Oligossintomática ▫ Forma mais freqüente em áreas endêmicas. ▫ Caracteriza-se p/ sintomas inespecíficos: febrícula, tosse seca, diarréia, sudorese e discreta visceromegalia ▪ Calazar Clássico ▫ PI varia de 10 dias à 3 anos (média de 3 a 6 meses) ▫ PERÍODO INICIAL - Pode apresentar-se de 5 formas, sendo de início gradual as formas insiosa, assintomática e transitória e de início abrupto as formas Entérica ou Tifóidea e Malárica - Sintomas: diarréia, edema de MMII, hipertermia, pequena esplenomegalia, astenia, prostração, mal-estar, inapetência, distúrbios genitais, emagrecimento, palidez, alopécia, hemorragias, artralgias, mialgia ▫ PERÍODO DE ESTADO - Fase em que o paciente procura o hospital, já com os sintomas iniciais agravados - Febre: dupla ou tripla elevações diárias - Anemia: cor de cera velha - Esplenomegalia: cresce como o útero gravídico e de consistência amolecida, podendo haver dor, periesplenite ou infarto - Hepatomegalia: freqüente, mas não tão exacerbada - Hipotensão arterial e taquicardia ▫ PERÍODO FINAL - Exacerbação do período de estado com algumas complicações - Caquexia, carência vitamínicas - Infecções: broncopmeumonia, otites, amigdalites, disenterias - Hemorragias: frequentes e abundantes, púrpuras - Insuficiência cardíaca - ÓBITO ► Diagnóstico Diferencial ▪ Malária, Febre tifóide, Enterobacteriose prolongada, Esquistossomose mansônica, Brucelose, Histoplasmose, TB Miliar e Doença de Chagas Aguda ► Diagnóstico Laboratorial ▪ Exame direto (esfregaço corado com Giemsa, Leishman ou Diff Quick) de tecidos do baço, fígado, linfonodos, mucosa intestinal e creme leucocitário ▪ Cultivo “in vivo” Mais utilizados em ▪ Cultivo “in vitro” laboratórios de pesquisa ▪ Reação de Montenegro ► Tratamento ▪ Antimoniais pentavalentes (Antimoniato de Meglutamina) ▪ Anfotericina B ▪ Pentamidina (Isotianata - Mesilato) ▪ Alopurinol associado aos antimoniais ► Profilaxia ▪ Construção de casas a uma distância mínima – 500 metros – de matas ▪ Melhoria das condições de habitação e alimentação ▪ Tratamento dos indivíduos parasitados; ▪ Uso de repelentes, telas e mosquiteiros; ▪ Uso de inseticida (combate ao flebótomo); ▪ Eliminação de cães infectados DIP – Resumo: Leishmaniose Visceral (Calazar) CONCEITO L. donovani age no sistema retículo-endotelial humano, produzindo febre irregular de longa duração, emagrecimento, palidez cutâneo-mucosa, exuberante hepatoesplenomegalia, anemia, leucopenia e trombocitopenia. Ocorre desnutrição, hipoalbuminemia e hipergamaglobulinemia. É uma zoonose de áreas tropicais, e os seus vetores são os insetos do gênero Lutzomyia, nas Américas e Phlebotomus, no Velho Mundo. HISTÓRICO Calazar significa Febre Negra. Importância do cão e da raposa na manutenção da endemia em áreas de maior incidência no Brasil. ETIOLOGIA As principais subespécies causadoras da doença no homem são L. donovani, L. infantum e L. chagasi. CICLO EVOLUTIVO Amastigotas se multiplicam nos macrófagos de mamíferos até que os macrófagos se rompam. Os protozoários livres são ingeridos pelos flebótomos. No tubo digestivo dos flebótomos, os amastigotas evoluem para promastigotas metacíclica. Essas são transmitidas aos humanos no repasto sanguíneo. EPIDEMIOLOGIA Se distribui principalmente nos continentes do Velho Mundo, na Ásia: Bangladesh, China e Índia; na Europa, na região do mediterrâneo: em Pórtugal, Espanha e Itália; na África: Quênia, Sudão e Etiópia. No Oriente Médio, principal/ Irã e Iraque. Nas Américas, o Brasil é o país mais importante, tendo como estados predominantes Bahia, Ceará Piauí Rio Grande do Norte e Maranhão (São Luís). No Brasil, a doença predomina em crianças e adultos jovens e o cão é o principal reservatório. FISIOPATOGENIA E IMUNOLOGIA Alteração da imunidade visceral e celular, reversível após tratamento. A Leishmânia é um parasita intracelular obrigatório dos macrófagos. Ocorre ativação policlonal de linfócitos B e produção de anticorpos IgG e IgM, o que se reflete em aumento das gamaglobulinas. PATOLOGIA O espectro de manifestações é variado dependendo da interação entre agente e hospedeiro. No pólo hiperergico, a doença é autolimitada. No pólo anérgico, há manifestações sistêmicas exuberantes. A LV se caracteriza pelo comprometimento do SRE, que se hipertrofia e hiperplasia e os sinais e sintomas das doença são mais pronunciados nos órgãos em que o SRE é mais proeminente, isto é, fígado, baço e medula óssea. Se o hospedeiro mostra resposta com citocinas tipo TH1, os macrófagos destroem as leishmanias e há resolução do processo. Porém se a resposta é com produção de linfocimas tipo TH2, as Leishmanias escapam do ponto de inoculação e são carregadas pelos macrófagos por todo o organismo, com instalação nos órgãos ricos em SRE. No fígado ocorre o Padrão Típico, com hipertrofia e hiperplasia das células de Kupffer, repletas de formas amastigotas.O Padrão Nodular, com agregados de células inflamatórias nos lóbulos hepáticos e espaços portais. Há discreta ou moderada hipertrofia e hiperplasia das células de Kupffer, sem formas amastigotas. Essa forma representa uma tentativa mais eficaz de controlar a infecção. O Padrão Fibrogênico se caracteriza por ampliação dôo espaço de Disse com aumento da trama reticulínica e proliferação dos feixes colágenos. Pode haver fibrose hepática intralobular difusa, a cirrose de Rogers, que involue com o tratamento da doença. No Pulmão, há pneumonite intersticial, o que justifica o aparecimento de tosse seca e persistente no início dos sintomas e no período de estado que desaparece após a cura da LV. Infecção secundária por bactérias, levando a broncopneumonia são causas freqüentes de óbito. No rim, relata-se anormalidades da função renal demonstrada por proteinúria, hematúria, aumento de uréia e creatinina e diminuição do clearance de creatinina. Ocorre nefrite intersticial, com edema e infiltrado inflamatório. Há hipertrofia e hiperplasia das células mesangiais, com espessamento membranoso, fibrilar ou hialino da matriz mesangial. Contudo, a alteração dos glomérulos é menos evidente que a alteração intersticial. No baço, ocorre reatiividade do SRE e congestão dos sinusóides, o que leva a esplenomegalia. Polpa vermelha congesta e hipertrofia e hiperplasia do SRE, macrófagos contendo amastigotas. Ocorre aumento de macrófagos e plasmócitos, e redução dos linfócitos T, com isso há redução da polpa branca. Nos linfonodos, há reatividade dos seios, hiperplasia e parasitismo dos macrófagos. Reatividade dos centros germinativos causam discreto aumento de volume. Na medula óssea, há hipercelularidade granulocítica e redução dos neutrófilos (por seqüestro esplênico, reação auto-imune, ou redução da reserva medular). Há aumento de microeritroblastos, mas ocorre anemia (por redução da produção, seqüestro esplênico ou hemólise auto-imune). Diminuição da maturação medular e destruição auto-imune leva a plaquetopenia. Aumento de plasmócitos e macrófagos, parasitados No tubo digestivo, há infiltrado de macrófagos, linfócitos e plasmócitos no jejuno. Ocorre enteropatia perdedora de proteínas e conseqüente hipoalbuminemia. QUADRO CLÍNICO Três respostas: 1) reação local com destruição do parasito fagocitado; 2) interação parasito-hospedeiro e persistência do parasito no organismo de forma latente; 3) fagocitose e multiplicação dentro dos macrófagos e disseminação para o sist. RE Infecção assintomática: em áreas endêmicas há testes sorológico e intradérmico positivos sem história de doença prévia. Infecção subclínica ou oligossintomática: é a mais freqüente em áreas endêmicas, apresenta sintomas inespecíficos, como febrícula, tosse seca, adinamia, sudorese, diarréia e visceromegalia discreta. Pode evoluir para cura espontânea ou Calazar clássico. A desnutrição é importante fator de risco para a progressão para o Calazar. Na índia ocorre linfadenomegalia. Formas agudas: Quadro séptico com febre alta, tosse e diarréia. Alterações hematológicas discretas HEmegalia é pouco pronunciada. Elevação das globulinas com produção de IgG e IgM. Calazar clássico: Início insidioso que dificulta determinar com precisão o período de incubação. Alguns estudos sugerem 2 a 8 meses. A doença tem evolução prolongada, desnutrição calórico protéica, abdome protruso (HEmegalia), pele de coloração pardacenta ou de “cera velha”, cabelos quebradiços e cílios alongados. Os sintomas iniciais são inespecíficos e constituem de febre irregular, persistente, com dois a três picos diários, ou intermitente. Distúrbios gastrointestinais como diarréia, obstipação podem estar presentes. Adinamia, prostração, sonolência, mal estar e emagrecimento. Manifestações hemorrágicas são incomuns (petéquias, epistaxes e sangramento gengival). Tosse seca. Segue-se o período de estado, com febre de 37 a 38ºC (temperaturas maiores sugerem complicações bacterianas ou virais). Podem haver períodos de apirexia. Há caquexia, mas o apetite está preservado. Cabelos secos e quebradiços, com o sinal da bandeira (com duas a três colorações), cílios alongados, edema de mãos e pés, HEmagalia gigantesca, dispnéia de esforço, mialgia, artralgia, náuseas, vômitos, retardo da puberdade e amenorréia No período final, há baixos níveis de Hg no sangue (5 – 6g%). É comum dispnéia aos mínimos esforços, sopro sistólico plurifocal(anemia) e insuficiência cardíaca. Pancitopenia com altas taxas de globulina é regra. Complicações freqüentes são infecção bacteriana e hemorragia. Causas de óbito mais comuns são; broncoopneumonia, septicemia, hemorragia aguda, gastrenterites, IC secundária a anemia, caquexia e coagulopatias pós-transfusionais. Calazar em portadores do HIV: a Leishmania age como oportunista e pode recidivar também após imunossupressão induzida por droga ou transplante. Os sintomas mais comuns são febre, hepatoesplenomegalia ou hepatomegalia e esplenomegalia isoladas, linfadenomegalia e alteraçõpes da pele. Pancitopenia, redução de CD4, hiipergamaglobulinemia, porém com poucos Ac específicos para a Leishmania e fáccil demontração do parasito nos tecidos. DIAGNÓSTICO: Investigar sempre que houver febre prolongada, HEmegalia, principal/ se o paciente vêm de zona endêmica. Há três critérios a considerar: epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. Epidemiológico: Procedência de área endêmica ou viagem nos últimos doze meses. Estando em área endêmica verificar casos caninos e presença de vetor na residência. Clínicos: Síndrome clássica, com febre irregular e persistente, anemia, HEmegalia, manifestações hemorrágicas. Nos casos oligossintomáticos, tosse persistente, diarréia, adinamia, HEmegalia discreta. Laboratoriais: No Calazar Clássico, há anemia, com Hg < 10g%, leucopenia(<2000cels/mm³), plaquetopenia(<100000cels/mm³), albumina<3,5g% e globulinas>5g%. Aumento de transaminases hepáticas e teste sorológico positivo com detecção de Ac anti-Leishmania. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Malária: Nas fases não-imunes a febre é contínua e os acessos palúdicos com febre intermitente não são observados. Porem são marcantes o calafrio intenso e a sudorese profusa. Febre tifóide: É semelhante na fase septicêmica. Não leva a anemia como no Calazar e a esplenomegalia é discreta. Salmonelose: nesta a reação de Widal é positiva. Esquistossomose: Leucocitose e aumento de eosinofilos ajudam a diferenciar da LV. Leucemia: nesta a anemia, esplenomegalia e manifestações hemorrágicas são de rápida evolução. TRATAMENTO: Miltefosine (oral) – acompanhamento ambulatorial; Anfotericina B – tratamento hospitalar. Doença de Chagas - Também chamada de Tripanossomíase americana - Doença transmissível causada pelo T. cruzi - Transmitida pelas fezes do “Barbeiro” (chupança, chupão, ...) ● No hospedeiro vertebrado • Tripomastigotos no sangue periférico • Amastigotos nos tecidos ● No hospedeiro invertebrado • Epimastigotos no intestino médio • Tripomastigotos metacíclicos na luz do reto ► Transmissão ▪ Barbeiro, em qualquer estágio, se infecta com sangue contaminado ▪ Tripanossoma se multiplica no intestino e é eliminado com as fezes enquanto o sangue do vertebrado é sugado ▪Geralmente, a picada provoca coceira, facilitando a penetração do tripanossoma pelo local da picada ▪ Outros mecanismos: ▫ Transfusão sanguínea ▫ Transmissão congênita da mãe chagásica ▫ Ingestão de carne contaminada ▫ Acidentes de laboratório ▫ Transplantes de órgãos ▫ Alimentos: cana, açaí ► História Natural Contaminação PI: 7 a 10 dias Cura Doença aguda sintomática ou não (de 2 a 4 meses) Cura? Forma Crônica Indeterminada Morte? 10 a 20 anos em 10% a 30% Morte Doença subaguda Forma Crônica Determinada (Cardíaca, Digestiva ou Mista) Morte Evolução Benigna Formas clínicas crônicas benignas tem disseminação global e pode contaminar todos os órgãos Forma▪ Tripanossoma Crônica Evolução maligna Indeterminada Morte Permanente ▪ Forma aguda aparente em apenas 15% a 20% (na maioria é inaparente) ▪ A forma aguda pode ser arrastada (2 a 4 meses), grave (encefalite ou cardíaca grave) e pode levar ao óbito. Mas, se tratada na mesma fase, a doença pode ser curada!!!! ► Patogenia ▪ Resposta Inflamatória ▫ Macrófagos, fibroblastos, Células de Schawan e miócitos são alvos ▫ Inflamação local e difusa ▫ Fase aguda parasitos ▫ Fase crônica hiperensibilidade tardia e auto-imunidade (antígenos e imunidade celular) ▪ Lesões celulares ▫ De degeneração até necrose ▪ Fibrose ▫ Inflamação, fenômenos imunitários, alterações vasculares e outros fatores ► Diagnóstico ▪ Parasitológico ▫ Esfregaço do material coletado na biópsia do órgão ▫ Esfregaço do sangue periférico ► Quadro Clínico ▪ Fase aguda aparente ▫ Febre prolongada ▫ Edema no local de entrada do parasito ▫ Chagomas de inoculação (endurecidos e de coloração rósea-violácea) ▫ Linfoadenomegalia (complexos cutâneos e oftalmolinfonodal) ▫ Hepatoesplenomegalia (em 30% a 40% dos pacientes) ▫ Meningoencefalite ▫ Sinal de Romaña ▫ Miocardite aguda, difusa e intensa - ICC nos casos graves - Pericardite - ECG normal em 50% a 70% - BAV de 1/grau e alterações difusas da repolarização ventricular - Rx de tórax – cardiomegalia discreta em 60% ▪ Fase aguda inaparente ▫ Maioria dos casos ▫ Cerca de 70% a 80% ▪ Forma Indeterminada ▫ Exames sorológicos ou parasitológicos positivos em 50% ▫ Ausência de sinais e sintomas da doença ▫ ECG normal ▫ Alta prevalência de dontes ▫ Importância médico-trabalhista ▫ Potencial evolutivo favorável (conduta: acompanhamento clínico, loboratorial, ECG e RX) ▪ Forma Crônica Sintomática ▫ Baixa parasitemia com lesões típicas no coração e/ou no tubo digestório ▫ Dentre as alterações no TGI, o megaesôfago e o megacólon são as mais comuns – mecanismo lesão nos plexos mioentéricos do SNA ▫ Cardiopatia chagásica – perda da função e dilatação, podendo haver: - Alteração no ritmo cardíaco - Morte súbita se houver BAV - Aneurisma de ponta m 55% dos que possuem o vórtice adelgaçado - Tromboembolism do AD e/ou VD ► Diagnóstico Diferencial ▪ Mononucleose, Febre Tifóide, Enterobacteriose prolongada, Esquistossomose, Brucelose, Endocardite subaguda, TB Miliar ► Diagnóstico Laboratorial ▪ Fase aguda ▫ Pesquisa direta: exame a fresco, gota espessa, esfregaço, biópsia ▫ Pesquisa indireta: xenodiagnóstico ▫ Testes sorológicos: IgM (imunofluorescência) e IgG ▪ Fase crônica ▫ Pesquisa indireta: xenodiagnóstico e hemoculturas ▫ Testes sorológicos (detecção de IgG): Aglutinação, Imunofluorescência e ELISA ► Tratamento ▪ Para todos os doentes em fase aguda ▪ Nos casos congênitos ▪ Na reativação da parasitemia por imunossupressão ▪ Em transplantados que receberem órgãos de doador infectado ▪ Droga utilizada: Benzonidazol ▫ Contra indicação: grávidas, pois não impede a transmissão congênita e é teratogênico ▪ Nas fases crônicas, o tratamento é sintomático ► Profilaxia ▪ Melhoria das condições de habitação ▪ Controle dos doadores de sangue ▪ Combate ao vetor (barbeiro) através de campanhas ▪ Controle da infecção congênita ▪ Vacinas (ainda em fase de estudo) Doença de Chagas - Estima-se entre 16 a 18 milhões de infectados. No Brasil, há cera de 6 milhões, sendo 60%destes vivendo em áreas urbanas - Estima-se em 80 milhões o número de indivíduos expostos à doença ► O Parasito (T. cruzi) ▪ No hospedeiro vertebrado: ▫ Tripomastigotas estágio sanguíneo infectante - subformas: sanguíneo delgados – macrofagotrópicos largos – miotrópicos ▫ Amastigotas forma intracelular ▪ No hospedeiro invertebrado: ▫ Epimastigotas formas de reprodução do parasito no vetor ou em meios de cultura. Estão presentes em todo intestino do inseto ▫ Tripomastigotas metacíclico forma infectante para os vertebrados ► Mecanismos de Transmissão ▪ Primários ▫ Vetorial 70% a 90% dos casos ▫ Transfusional 1% a 20% dos casos ▫ Congênita 0,5% a 10% dos casos ▪ Secundários: oral, transplantes e acidental ► Interação Parasito-Hospedeiro ▪ Penetração passiva: fagocitose ▪ Penetração ativa: ativação dos receptores para citocinas TGFβ ▪ No tripomastigoto metacíclico: ▫ gp82 se liga à mucina gástrica ▫ gp85 reconhece componentes da matriz, como a laminina ▫ transialidases ligam-se a resíduos de ácido siálico e permitem a ligação com a célula hospedeira – através de aceptores como proteoglicanos e a laminina ► Caracterização Genética ▪ Perfil eletroforético de enzimas – Zimodemos (populações que diferem entre si pelas propriedades eletroforéticas de algumas isoenzimas) ▫ Zimodemos I e III ciclo silvestre (raramente causam infecção assintomática no homem) ▫ Zimodemo II ciclo domiciliar ▪ Análise de Loci enzimático ▫ Populações clonais – no T. cruzi, são multiclonais com tropismo para diferentes tecidos, decorrete da interação parasito-hospedeiro ▪ Esquizodema – populações que diferem entre si pelos padrões eletoforéticos de seu DNA mitocondrial ou por seqüências específicas do DNA ribossomal ▫ kDNA, DNA fingerprint, RNAr A heterogeneidade genética garante virulência, patogenicidade, morbidade e susceptibilidade à fármacos Biodemas: classificação das cepas de acordo com seu comportamento biológico (morfologia, evolução da parasitemia e tropismo tissular) FASES Inicial [ Tipo I Parasitismo dos Macrófagos do Baço, Fígado, Linfo nodos, Tec. Conjun tivo intersticial e Adipócitos. Tipo II Miocárdio Avançada Miotropismo lesões - lesões musculares inflamatórias: Tipo III Miotropismo fibras musculares c/ inten so processo inflama tório. - lesões de arterite e periarterite - necrose de parede vascular ► Resposta Imune ▪ Parasito: ativação de NK, macrófagos, Linfócitos T e Linfócitos B ▪ Ação da via alternativa do complemento ▪ NK: em estágios iniciais, limitam a multiplicação e liberam IFNγ em estágios posteriores, produzem IFNγ por LT CD4 e CD8 ▪ Ativação de macrófagos com produção de IL-12, TNFα e IL-10 (imunossupressão de MAC e produção de anticorpos) ▪ Il-12 e IFNγ: resposta inata contra agentes intracelulares ▪ NO e reativos de O2: destruição dos parasitos Cardiopatia chagásica: aumento de IgM e IgG Forma digestiva: aumento de IgA Forma cardíaca: aumento de IgE P a r a s i t e m i a Fase aguda [↑parasitemia] RI do Hosp. (Acs) Fase crônica [↓parasitemia] Dias 5 15 25 35 45 50 60 Infecção I n o c . P a r a s i t a Il 12 Ig G Ig M Fase Aguda Fase Indeter Fase Cardíaca e Digestiva 60 - 70% 30 - 40% Anos ►Fisiopatogenia ▪ Resposta inflamatória, lesões celulares e fibrese (cardíaca, TGI e SNC) ▪ Fase aguda: baixa resposta proliferativa de linfócitos relacionada com a baixa expressão de receptores para IL-2 ▪ Fase crônica: Baixa parasitemia, mas o SI não é capaz de erradicar a infecção. Há resposta celular com aumento de células T CD4+ e CD8+ ativadas, com elevada expressão de TNFα e IL-10 em pacientes com formas cardíaca e indeterminada; ▪ Chagásico possui grandes quantidades de IL-5, IL-10, IL-13 e IFNγ em relação aos não chagásicos ► Diagnóstico ▪ Antecedentes epidemiológicos – procedência, tipo de moradia, conhecimento do vetor e sinais de picadas ▪ Quando solicitar o exame soroloógico: ▫ Confirmação ou exclusão da suspeita clínica ▫ Bancos de Sangue - Hemocentros ▫ Grávida evitar transmissão congênita ▫ RN de mãe infectada acompanhar por até 6 meses ▫ Medicina do Trabalho (exames admissionais) ▫ Imunossupressão (transplantes) ▫ Terapêutica Etiológica ▫ Epidemiologistas - prevalência da infecção e eficácia de medidas profiláticas e control ▫ Ética e Processos Judiciais ► Diagnóstico Sorológico ▪ Aglutinação de hemácias (método direto – AD – ou indireto – HAI) ▪ Imunofluorescência – IFI ▪ Elisa ▪ Xonodiagnóstico (dependendo da parasitemia) Na fase aguda: IFI, AD e Elisa − Parasito não é encontrado − Suspeita é clínica − Encontra-se IgM após uma semana de infecção − Testes sorológicos em infecções com menos de 30 dias não são confiáveis Na fase crônica: diagnóstico confiável se forem utilizados dois métodos de princípios distintos Febre Tifóide Introdução Doença infecciosa aguda, sistêmica, contagiosa, causada pela Salmonella typhi e paratyphi. A febre paratifóide é menos grave e menos freqüente. Etiologia As Salmonella typhi e paratyphi são bacilos gram (-), aeróbios de fácil cultivo. Três antígenos são usados para identificá-las, o antígeno S (presente em todas as salmonelas), o antígeno flagelar H (presente em todas as formas flageladas) e o antígeno Vi (que confere virulência, encontrado apenas nas Salmonella typhi e paratyphi ). O fagotipo E da Salmonella typhi é o mais comum e mais resistente ao cloranfenicol. Dentre as propriedades patogênicas da Salmonela estão sua resistência à acidez gástrica, e a resistência aos fatores antimicrobianos intestinais produzidos pelas células de Paneth. A Salmonela induz à endocitose as células intestinais para atravessar a barreira de células epiteliais e tem capacidade de sobreviver dentro dos macrófagos, o que favorece sua disseminação na corrente sanguínea. Epidemiologia Relação com os sistema de tratamento, distribuição e abastecimento de águas. É uma doença cosmopolita. Há redução dos casos em áreas de boas condições sanitárias, o que evita a reinfecção a partir de indivíduos contaminados. É mais prevalente entre adolescentes e adultos jovens; a profissão é importante como fonte de propagação, o que acontece com os manipuladores de alimento. Calor e umidade favorecem a disseminação da Salmonela. Fontes de Infecção São os doentes e os portadores. Os portadores são indivíduos que após a infecção clínica ou subclínica, continuam eliminando a Salmonela na comunidade. Não existe imunidade natural adquirida, mas a doença confere diferentes graus de imunidade, podendo haver recidivas e recrudescência. Vias de transmissão São duas: direta e indireta. A direta ocorre por contato com as mãos ou fômites de um doente. O período de contágio vai desde a 1ª semana de doença até a convalescença. A indireta é relacionada a água contaminada e os alimentos costumam ser o veículo de transmissão da Salmonella typhi. Patogenia A Salmonella typhi induz estímulo de reforço nos linfócitos de indivíduos que já tiveram a doença. Em áreas endêmicas, as taxas de ataque diminuem com a idade, enquanto em áreas não endêmicas, indivíduos de todas as idades são igualmente suscetíveis. A via de entrada é a digestiva, e o primeiro mecanismo de defesa é a acidez gástrica. Indivíduos com acloridria ou ingestão de alcalinos são mais sensíveis à infecção. Através do ducto torácico as bactérias atingem a corrente sanguínea e se propagam aos diversos órgãos, fígado, baço, medula, esta é a fase septicêmica. Voltam aos intestino delgado, onde desencadeiam fenômenos necrohemorrágicos, ulcerações, perfurações e peritonite. Nos indivíduos doentes ocorre a síndrome da coagulação intravascular disseminada (plaquetopenia, hipofibriªªnogenemia e aumento dos fatores de degradação do fibrinogênio) Patologia Há alterações semelhantes às da septicemia, comprometendo fígado e SRE. Os folículos linfóides intestinais passam pelas fases de hiperplasia, necrose, ulceração e cicatrização. No entanto, entre estas, fases, pode ocorrer a complicação mais temível da febre tifóide que vem a ser a perfuração e peritonite fecal. Quadro clínico O PI é de 10 dias em média. Varia de dias a semanas. O período inicial corresponde à primeira semana e é caracterizado por febre, diária e com aumento progressivo, acompanhada de anorexia, náuseas, vômitos, astenia e cefaléia, com características semelhantes às da febre. No período de estado (2ª e 3ª semanas), a febre fica em torno de 39 a 40º e os outros sintomas se intensificam. O estado de consciência se altera, torpor, aparecem sinais de desidratação, diarréia abundante e esverdeada, pode haver constipação em adultos; meteriorismos e borborigmos à ausculta abdominal. Aparece a roséola tífica em abdome e tórax, que desaparece a pressão. Úlceras de Daguet na mucosa oral, língua saburrosa. Dissociação de pulso e temperatura, e a taquicardia é sinal de complicações como hemorragia ou perfuração. Há HEmegalia. Anemia, leucopenia com linfocitose, neutropenia, ausência de eosinofilos, e plaquetopenia são os achados no hemograma. O período que se segue (4ª semana) é o de declínio, onde a febre diminui, o estado geral e o nível de consciência melhoram. A convalescença é demorada, pois o individuo demora a se recuperar do estado febril prolongado, havendo neste período desnutrição e atrofia muscular. As complicações mais temidas são hemorragia maciça e perfuração intestinal. Ocorrem entre a 3 ª e 4ª semanas. A perfuração ocorre com maior freqüência no íleo terminal, ocorre abdome agudo e pneumoperitônio à radiografia. Outras complicações raras, são ruptura espontânea do baço, anemia hemolítica e pneumonia lobar ou bronquite(na fase de recuração). Há um aforma de febre tifóide prlongada, associada a esquistossomíase hepatosplênica, que apresenta difícil diagnostico diferencial com o calazar. No período de convalescença, cerca de 15 dia após terminada a febre pode ocorrer recaídas com a volta da febre e dos sintomas e positivação das culturas. Decorre de bacilos que permaneceram protegidos na vesícula biliar ou em gânglios mesentéricos. As recaídas são menos freqüentes em pacientes tratados por 14 dias, em comparação com aqueles tratados por 7 a 10 dias. Os portadores mantém a epidemia. Há três tipos, os convalescentes (eliminam o bacilo por 4 meses), os crônicos (eliminam o bacilo por um ano) e os sãos (eliminam o bacilo assintomaticamente por um ano). Os portadores costumam ser mulheres de idade avançada com doença das vias biliares, principal local para multiplicação e eliminação do bacilo tifoídico. Diagnostico diferencial É feito com doenças que também levem a febre, sintomas gastrintestinais e choque. Entre essas doenças pode-se citar, brucelose, hepatites virais, malaria por falciparum, abscesso hepático, apendicite, leptospirose, febre reumática, endocardite infecciosa, etc. Diagnostico laboratorial Pode ser microbiológico (isolamento do bacilo) ou sorológico (detecção de anticorpos no soro). O microbiológico inclui hemocultura (em meio à base de bile; dá o diag com segurança, mas reduz a sensibilidade após administração do ATB), mielocultura (mais sensível porem mais desconfortável), coprocultura (útil para detectar pacientes crônicos), urinocultura e cultura com outras materiais, como a roséola tífica, LCR, secreção bronquial, etc. As provas sorológicas são a reação de Widal, fixação em superfície, contraimunoeletroforese, e ensaio imunoenzimático. A reação de Widal é a detecção dos anticorpos H e O, existentes também em outras salmonelas. É prova importante em áreas não endêmicas e em crianças < 10 anos. É considerado positivo com títulos acima de 1:100. Em zonas endêmicas, os títulos devem ser de 1:160 para que a prova tenha valor. ENDOCARDITE Alta incidência em usuários de droga intravenosa. É classificada clássica/ em aguda ou subaguda dependendo do curso clinico, lesão valvar predisponente e população afetada. Forma aguda: lesão em valvas normais por microorganismos virulentos (Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae). Possui alta letalidade. Forma subaguda: infecção de valvas previamente lesadas por organismos de baixa virulência (strepto do grupo Viridans). Com base no tratamento e prognostico, outra classificação leva em conta a lesão predisponente e o organismo infectante. As lesões predisponentes são: prolapso de valva mitral; valvulopatia reumática; cardiopatias congênitas, como CIV, estenose aórtica, tetralogia de Fallot,...; as lesões degenerativas, como a estenose aórtica calcificada nos idosos. Streptococcus bovis, enterococos e estafilococos são os mais freqüentes em não usuários de drogas (UDI). Quando a doença é por strepto, parte dos pacientes relatam terem participado de procedimentos dentários. Quando por enterococos, são predispostos, indivíduos do sexo masculino que realizaram procedimentos geniturinários, como cistoscopia, prostatectomia, e mulheres que realizaram abortos, parto vaginal e outros procedimentos ginecológicos.os enterococos com freqüência são multirresistentes. O S. bovis é comum em idosos com lesão estrutural do cólon. Streptos doos grupos A e B são muito virulentos. Os do grupo B formam grandes vegetações com tendência a embolização. Fungos acometem imunossuprimidos (por corticóides, drogas antineoplásicas, cateteres venosos de longa permanência) e UDI. Nos usuários de drogas a fonte de infecção vem da pele, ou das drogas, agulhas e seringas. A valva mais afetada é a tricúspide.o microorganismo mais freqüente é o S. aureus. Em próteses cardíacas a doença de divide em precoce (até 60 dias após inserção da prótese) e tardia. Na precoce, o principal agente é o stafilococo epidermidis e decorre de bacteremias transitórias ou contaminação da prótese no ato cirúrgico. A tardia é decorrente de bacteremias transitórias, sendo os estreptococos os principais responsáveis. PATOGÊNESE Três fatores: jato em alta velocidade, passagem do fluxo de uma câmara de alta pressão para uma de baixa pressão e orifício entre as câmaras. As vegetações se formam a jusante e são à princípio estéreis (plaquetas e fibrina) que posterior/ se tornam infectadas após uma bacteremia. Quando em câmara esquerda tem pio prognóstico (maior tensão de O2, menor ação das drogas, maior chance de embolização). FISIOPATOLOGIA Os sinais e sintomas dependem de: sitio da infecção, formação de complexos imunes e reação de hipersensibilidade, focos infecciosos metastáticos, embolização a distancia (territórios mais afetados são renal, esplênico, coronário e cerebral), processo infeccioso e inflamatório. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Nos casos agudos há mais sintomatologia. Nos casos subagudos, predominam sintomas constitucionais, fadiga, astenia, anorexia, perda ponderal e sudorese noturna. Mialgia e artralgia são comuns. Febre baixa, ocorre em quase todos os pacientes, exceto idosos, imunocomprometidos, parcial/ tratados e com insuf renal crônica. Sopros aparecem com freqüência ou são acentuados sopros pré-existentes (exceto em endocardite mural ou tricúspide). Esplenomegalia, petéquias e baqueteamento digital na doença avançada. Lesões de Janeway em palmas e plantas(hemorrágicas). Nódulos de Osler, por imunocomplexos, em quirodáctilos e pododáctilos. Manifestações neurológicas ocorrem por embolizações, aneurismas micóticos , abscessos cerebrais, meningite purulenta. É comum insuficieniia cardíaca congestiva pela destruição valvar. Infarto do miocárdio é decorrente de embolização coronária. Glomerulonefrite, abscessos renais, vasculites e infartos levam a insuficiência renal aguda. DIAGNÓSTICO Ao hemograma tem-se anemia normo/normo. Aumento da VHS. Na forma aguda, há leucocitose com desvio à esquerda. A cultura é importante exame diagnostico. A ecocardiografia permite visualização das vegetações e do comprometimento valvar e miocárdico. A doença deve ser suspeitada quando há febre há mais de uma semana associada a sopro; em UDI com febre; em portadores de próteses valvares, com febre ou descompensação aguda; em jovens com eventos neurológicos agudos. Os critérios clínicos para diagnóstico são: 1) Maiores: evidencia de bacteremia prolongada (duas culturas + para organismo tipicamente causador da endocardite ou organismo normalmente nãocausador mas que aparece em todas as amostras)/ evidencia de vegetação ou abscesso miocárdico/ regurgitação valvar de inicio recente. 2) Menores: portador de lesão valvar ou UDI/ temperatura > 380C/ fenômenos vasculares (embolia arterial, êmbolos pulmonares sépticos, aneurismas micóticos, hemorragias)/ fenômenos imunológicos (nódulos de Osler, glomerulonefrite)/ cultura positiva mas que não preenche critério maior. Mononucleose infecciosa O vírus foi primeiramente encontrado no linfoma de Burkitt. O EBV faz parte da família herpes-vírus e leva a infecção latente em linfócitos. O vírus está relacionado a proliferação celular. No tegumento protéico a glicoproteína gp350 liga-se ao receptor CD21 dos LB. Existem dois tipos de EBV e o tipo 2 infecta mais os linfócitos que o tipo 1. EPIDEMIOLOGIA 80 – 90% da população adulta mundial é infectada. Baixo nível socioeconômico está relacionado a contato precoce com a infecção. Transmissão: saliva de indivíduos com infecção sintomática ou assintomática e hemoderivados. PATOGÊNESE Os linfócitos B humanos são susceptíveis a infecção. Indivíduos infectados no passado eliminam o vírus pela saliva de forma intermitente e apresentam LB infectados de forma latente no sangue e em órgãos linfáticos. A infecção inicial atinge as células da orofaringe e LB da região. Após integração do vírus com a célula há produção de proteínas virais, entre elas os antígenos nucleares EBNA1(mantém a forma epissomal do vírus quando latente) e EBNA 2 (transformação de LB em linfoblastos que se proliferam continuamente). São produzidos anticorpos contra o vírus, mas a principal defesa do sistema imune são os LT citotóxicos e as células NK. Uma estratégia do vírus para “enganar” o sistema imune é a produção da citocina EBV BCRF1. Esta é análoga a interleucina 10, inibe e interferon gama, o que permite que a proliferação de LB infectados pelo EBV ocorra. QUADRO CLÍNICO Crianças costumam ser assintomáticas. Adolescentes e adultos tem o quadro clinico clássico. O PI é de 4 a 7 semanas.ao fim desse período o individuo se queixa de sintomas inespecíficos, como mal estar, cefaléia, mialgia e fadiga por três a cinco dias. Após isso aparece a febre, acompanhada de linfadenomegalia e faringite. A febre com freqüência é vespertina, de 39 a 40ºC, e dura de 10 a 14 dias. A linfadenomegalia mais comum é a cervical posterior bilateralmente. Ocorre faringite com aumento das tonsilas, exsudato e peetequias em palato, semelhnate a faringite estreptococcica. Exantema cutâneo de características variáveis, quando administrada ampicilina ou betalactâmicos a incidência sobe para 90%. Outros sinais freqüentes são esplenomegalia, hepatomegalia, icterícia e edema bipalpebral (sinal de Hoagland). COMPLICAÇÕES Hematológicas: anemia hemolítica auto-imune; trombocitopenia e neutropenia. Ruptura esplênica: infreqüente, mas dramática, ocorre na segunda a terceira semana quando há aumento rápido do órgão e infiltração da capsula, trabéculas e paredes vasculares por linfócitos. Encefalites e meningites assépticas, há recuperação em 85% dos casos. Nefrite intersticial (hematúria microscópica e proteinúria) e IRA. Complicações cardíacas e pulmonares são raras. Há relatos de hepatite fulminante e cirrose na vigência de co-fatores interferentes na infecção hepática. DIAGNOSTICO LABORATORIAL No hemograma: linfocitose relativa e absoluta e presença de linfócitos atípicos. Neutropenia relativa e absoluta, com discreto desvio à esquerda. Trombocitopenia leve e anemia. Aumento sérico das enzimas hepáticas (ALT, AST e DHL) e das bilirrubinas mais raramente. Anticorpos heterófilos: reagem com antígenos de superfície de eritrócitos de carneiro e de cavalo, mas não com Ag de células renais de cobaia. Foram descritos por Paul e Brunnell, e estão presentes na 1ª ou 2ª semanas, e se mantém por até seis meses após a infecção. O teste que detecta os anticorpos heterófilos é o Monospot que é realizado em três etapas. Soro do paciente reage com hemácias de cavalo. Havendo aglutinação, contata-se a presença de anticorpos heterófilos. Em seguida o soro é misturado com células renais de cobaia, que removem os antígenos não específicos para o EBV., seguido por hemácias de boi, as quais removem 25 a 75% dos anticorpos específicos da MI. Caso esse teste seja negativo, faz-se as provas sorológicas para Ac específicos. Esse teste é usado em adolescentes e adultos. Em crianças menores de cinco anos se utiliza as provas específicas. Anticorpos específicos: é a detecção de anticorpos IgM e IgG. anti EBNA(Ac contra antígeno nuclear), anti VCA (Ac contra o antígeno do capsídeo viral) e anti EA(Ac contra antígeno precoce). O mais usado é o anti VCA. O anti-EA é útil para diagnosticar reativação ou infecção secundária. O anti-EBNA é usado para se detectar infecção passada e reativação. Pesquisa do vírus por biologia molecular: em casos em que a sorologia não é ssuficinte para o diagnostico, como passagem de Ac maternos para o lactente ou no caso de imunossuprimidos em que a sorologia não irá positivar. Detecta-se ácidos nucléicos virais pelos métodos de PCR, PCR em tempo real, hibridização in situ e Southern hybridization. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Toxoplasmose, rubéola, CMV,infecção aguda pelo HIV, hepatite A, brucelose, linfomas, leucemias, intoxicação por drogas. TRATAMENTO Sintomático, com uso de paracetamol para alivio da febre e odinofagia. Repouso, afastamento de esportes de contato e levantamento de peso, por risco de ruptura esplênica traumática. Corticóides nos casos que complicam com obstrução de vias aéreas por hipertrofia tonsilar, trombocitopenia grave e anemia hemolítica. PREVENÇÃO Precaução de contato e evitar doação de sangue. TUBERCULOSE Doença mais comum da humanidade, sofreu recrudescimento recente devido pandemia do HIV, ampliação da miséria e aumento da longevidade (sendo os idosos reservatórios do bacilo que se reativaram pela queda da imunidade característica da senescência), fatores rebaixadores da imunidade somados a diminuição dos investimentos em saúde e na rede pública de atenção básica. Outra variante contribuinte para o sucesso do contágio foi a associação de aglomerados humanos com subnutrição. Controle da TB: pela busca de casos e tratamento efetivo. A busca é feita pela baciloscopia, em todos os sintomáticos respiratórios (tosse e expectoração há três semanas ou mais que chegam ao serviço de saúde). A baciloscopia também é realizada nos contatos de tuberculosos e no acompanhamento mensal durante o tratamento. A cultura deve ser feita em suspeita clinica e radiológica da TB, porem com baciloscopia negativa; pesquisa de resistência e suspeita de TB extrapulmonar. O RX é usado nos sintomáticos com baciloscopia negativa; nos comunicantes de doentes e em suspeita de TB extrapulmonar. Há três esquemas de tratamento. O primeiro esquema é o tratamento inicial que dura 6 meses, e quando há retratamento por recidiva ou retorno pós abandono, acrescenta-se o etambutol (esquema 1R). O esquema 2 é feito nos casos de meningoencefalite tuberculosa, dura 9 meses e inclui corticóides no inicio. O esquema 3 é usada em caso de falência nos tratamentos anteriores. ETIOLOGIA E TRANSMISSÃO O Ag etiológico é o Mycobacterium tuberculosis, bacilo resistente à descoloração por uma solução contendo álcool e ácido, o que é evidenciado pelo método de ZiehlNielsen. É aeróbio (por isso o pulmão é o órgão preferencial para a infecção e sua ligação com o meio externo facilita o contágio) e aumenta sua replicação dependendo da oferta de oxigênio, acesso a nutrientes e pH do meio. A transmissão é feita por via aérea, e as partículas contaminantes são as partículas núcleo de Wells, de tamanho ente 2 a 10 micras. Aumentam as chances de transmissão: doença pulmonar, maior carga bacilífera, presença de cavitação; doente em melhor estado geral (tosse mais vigorosa); grau de parentesco e proximidade do doente; escarro mais fluido; baixa condição sócioeconômica e precárias condições de moradia; imunossupressão; condições de aeração do ambiente. Reduz-se a transmissão com o tratamento e a hipersensibilidade, que ocorre em países com alta prevalência. Assim o tratamento auxilia no controle da doença por reduzir o tempo de transmissão e quebrar a cadeia epidemiológica da doença. PATOGENIA E IMUNIDADE Chegando ao alvéolo, os bacilos se multiplicam livremente na fase de crescimento livre ou simbiótica. As células de primeira linha na defesa são os macrófagos. A bactéria desenvolve mecanismos de defesa para não ser fagocitada ou não ser destruída pelo lisossomo, de forma a se reproduzir dentro dos macrófagos (parasitismo intracelular facultativo). Caso o macrófago não seja capaz de deter o bacilo, por desconhecimento (evitado pela vacina) ou depressão imunitária, polimorfonucleares se encarregam de fazer fagocitose, porém não destroem o bacilo, fazendo sua disseminação pela corrente sanguínea e propiciando o surgimento de formas extrapulmonares. Dentro dos macrófagos, o bacilo se multiplica lentamente e após 12 semanas, há ativação da resposta imune celular e conversão do teste tuberculínico. O macrófago se rompe e libera os bacilos. Em indivíduos com competência imune, ocorre a formação do granuloma, um aglomerado de macrófagos e linfócitos em torno dos bacilos, o que contem a infecção. A lesão inicial é chamada cancro de inoculação. Os bacilos podem deixar o interior do macrófago e migrar para os linfonodos hílares, que enfartam-se, formando o complexo primário tuberculoso: cancro de inoculação, linfangite e adenomegalia hilar, visualizado pelo RX de tórax. A partir dos linfonodos hílares, os bacilos atingem a região superior do pulmão e outros órgãos como rins, ossos e cérebro, locais com boa oferta de oxigênio e menor aporte de células de defesa. Os linfócitos T CD4 se diferenciam em duas subpopulações: TH1, responsável pela inibição do crescimento do bacilo, e TH2, que junto com os linfócitos T CD8, provoca destruição de células inativadas pelo bacilo. Os bacilos se localizam no centro do granuloma e a periferia se torna fibrótica e caseosa. Dentro do caseo, há baixa multiplicação, pois há baixa oferta de O2, mas os bacilos permanecem viáveis. Dependendo da resposta imune, a infecção pode progredir ou não. A doença acontece quando: 1)no primeiro contato há alta carga bacilar e/ou baixa resposta imune; 2) após a infecção inicial há reativação endógena (imunossupressão e/ou aparecimento de bacilos mutantes mais virulentos) ou reinfecção exógena, com numero excessivo de bacilos, associada ou não há imunodeficiência. A TB doença se caracteriza pela presença de sintomas e lesões progressivas. A produção de enzimas por estímulo da hipersensibilidade favorece o surgimento de liquefação de lesões e leva a maior destruição tecidual. Após a liquefação do cáseo, há aparecimento de cavidade e estas condições são favoráveis a multiplicação do bacilo. O desenvolvimento de lesões cavitárias é característico da TB pós-primária. Delas se propaga o material infeccioso eliminado pelo escarro. CLÍNICA E DIAGNÓSTICO Doença de evolução crônica, com sintomas indolentes e de intensidade crescente, com períodos de remissão. Sintomas respiratórios: 1) Tosse: no inicio seca, podendo se tornar produtiva, com expectoração mucosa e purulenta em pequena quantidade, as vezes com sangue. Com duração de três semanas ou mais. Queixa pouco valorizada em fumantes, e nestes casos, deve-se pesquisar modificações deste sintoma. 2) Hemoptise: em estrias misturadas ao escarro (hemoptóicos), ou hemoptise maciça (presença de cavitações, contendo aneurismas de Rasmussen). 3) Dispnéia: sintoma pouco comum, exceto quando há atelectasias, cavidades ou intenso processo inflamatório. Aparece na doença avançada, em decorrência da restrição causada pelo processo fibrótico, ou pela presença de derrame pleural ou pneumotórax. Ocorre também na forma miliar (por comprometimento intersticial difuso). Há padrão obstrutivo quando há doença das vias aéreas e por hiperresponsividade brônquica. 4) Dor torácica: quando há comprometimento da pleura. É sintoma freqüente, precoce e de pequena intensidade. 5) Rouquidão: quando há acometimento da laringe. Sintomas gerais: 1) Febre e sudorese: a multiplicação dos bacilos é mais intensa no pico plasmático de cortisol (por volta das 11 às 12h, de acordo com o ritmo circadiano). Os macrófagos se rompem e se inicia processo inflamatório. Por isso a febre tem caráter vespertino. A sudorese é a resposta do organismo para controle da temperatura. A multiplicação dos bacilos é lenta, o processo inflamatório não é muito intenso, o que desencadeia temperaturas baixas. Muda o padrão da febre quando há intensa disseminação hematogênica ou endobrônquica (altas temperaturas, calafrios e não respeita o horário clássico). 2) Anorexia, perda ponderal, artralgia e mialgia. Anamnese e exame físico: pesquisar fontes de contágio, doenças imunodepressoras, estresse, etilismo, subnutrição e uso de drogas. Ao exame físico, sinais de consumpção (emagrecimento, palidez); os sinais específicos são estertores, em geral apicais e posteriores, roncos e sibilos no comprometimento brônquico, diminuição do murmúrio vesicular e da broncofonia se houver derrame pleural, condensações na pneumonia caseosa, e sopro anfórico nas cavidades. Hepatoesplenomegalia podem aparecer nas formas disseminadas. Podem ocorrer reações de hipersensibilidade, como o eritema nodoso. Diagnostico diferencial: supurações broncopulmonares inespecíficas, neoplasias, micoses profundas, doenças sistêmicas de acometimento pulmonar. Diagnóstico por imagem: permite diagnóstico precoce e estudo da extensão das lesões. É de auxilio quando a baciloscopia é negativa. As manifestações radiológicas se dividem em TB primária e TB pós-primária. TB primária: comum em crianças. Se apresenta com: opacidade parenquimatosa (consolidação em lobos inferiores), linfonodomegalia, derrame pleural, atelectasias(segmentar e lobar) e doença miliar. TB pós primária ou de reativação: caracterizada por: opacidade parenquimatosa e cavidade, doença de vias aéreas, doença pleural e tuberculoma. As cavidades resultam de drenagem brônquica de material caseoso, derivado de necrose do parênquima pulmonar. Estão relacionadas com maior transmissibilidade e maior positivação da baciloscopia. A doença inativa ocorre quando há estabilidade radiológica por no mínimo seis meses e repetidas culturas negativas de escarro. Exames laboratoriais: diagnostico definitivo pela localização do agente etiológico. Bacteriologia: utiliza-se escarro, lavado gástrico em crianças, escarro induzido por inalação de solução salina hipertônica, broncoscopia (invasivo, porém útil no diagnóstico diferencial) e aspirado transtraqueal. Visualiza-se o bacilo por meio da coloração de Ziehl-Nielsen. É necessária uma carga bacilar mínima para que seja positiva e detecta além do M. tuberculosis outras micobacterias e bactérias inespecíficas. Como a incidência de micobacterias é baixa, o exame é seguro para a instituição do tartamento. Cultura: indicada em casos: 1) suspeitos, com baciloscopia negativa; 2) formas paucibacilares ou extrapulmonares; 3) pacientes HIV+; 4) suspeita de micobacteriose atípica; 5) retratamento após falência ou abandono; 6) recidiva; 7) casos resistentes as drogas, com realização do teste de sensibilidade. Utiliza-se meio de Lowestein-jensen. O tempo para crescimento é de 4 semanas. Sistemas de leitura radimétrica, como bactec, utiliza meio liquido e Midlebrook e leva menos tempo para crescimento (15 dias) e permite realização simultânea de teste de sensibilidade. Teste tuberculínico: após 2 a 10 semanas da infecçãoo, os linfócitos T são sensibilizados pela presença do bacilo. A injeção do Ag tuberculínico leva a reação de hipersensibilidade tardia, que se expressa com vasodilatação, edema, e aparecimento de nódulo 48 a 72h após a injeção. O antígeno utilizado é o PPD, derivado protéico purificado. É feita a injeção intradermica e o individuo é classificado como : não reator (nódulo de 0 a 4 mm); reator fraco (nódulo de5 a 9 mm); reator forte, infectado, doente ou não (nódulo de 10 ou mais mm). Marcadores biológicos: são dosadas a adenosina-deaminase (ADA) e o ácido tuberculoesteárico, sendo o ultimo útil no diagnostico de meningoencefalite tuberculosa. O ADA é enzima liberada por linfócitos T ativados, que aumenta acima de 40UI/L na TB pleural. Também se eleva no empiema, linfoma, adenoca, artrite reumatóide. ADA>40UI/L, clinica compatível com TB, liquido pleural exsudativo, com predomínio de linfócitos>75% e ausência de células neoplásicas são critérios para inicio da terapêutica antituberculosa. TRATAMENTO Principal ferramenta no controle da doença. É útil para diminuir a mortalidade, reduzir a transmissibilidade e prevenção do adoecimento quando usado profilaticamente. Bases bacteriológicas: as características do bacilo são importantes para entender o tratamento. São elas: aerobiose estrita, multiplicação lenta e alta proporção de mutantes resistentes. No interior do macrófago a multiplicação é lenta e as drogas de melhor ação são RMP, PZA e EBM; nas lesões fechadas o crescimento é lento e intermitente e a ação da droga é mais demorada, há chance de se formarem bacilos persistentes e recaídas, e as drogas uteis nessa fase são a RMP(principalmente) e a INH. Após a liquefação do cáseo, há multiplicação é acelerada e as melhores drogas nessa fase são RMP, INH e SM(estreptomicina). O M. tuberculosis tem resistência natural aos medicamentos, devido a mutações genéticas, antes da exposição às drogas. Essa resistência é rara à RMP e freqüente à PZA. Resistência pós-primaria ou adquirida é induzida por tratamentos irregulares, com interrupção antes da completa esterelização dos germes ou com doses inadequadas. Se esses bacilos são transmitidos à outros indivíduos sem tratamento prévio, já passarão a ter resistência primaria. Para prevenir a falência do tratamento por resistência adquirida, usam-se drogas de alto poder bactericida na fase inicial (de ataque), com o objetivo de se reduzir rapidamente a população bacilar, incluindo-se os mutantes resistentes, além de permitir a eliminação dos bacilos com resistência primária (reduz a transmissibilidade, a morbidade e a resistência adquirida). Na fase de manutenção da terapia, objetiva eliminar os germes persistentes e prevenir recaídas. A associação de drogas potentes reduz o aparecimento de resistência. As regras fundamentais do tratamento são: Boa associação medicamentosa; tempo de tratamento adequado(adaptado em imunodeprimidos, formas extrapulmonares, problemas na regularidade); regularidade no tratamento (atenção especial aos pacientes com baixa adesão). TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR (TB EP) Ocorre na primoinfecção, quando não se desenvolve imunidade especifica para conter o bacilo. Ou pós primoinfecção com queda da resistência do hospedeiro para manter o bacilo em sua localização primária. Os locais de acometimento freqüente são: córtex cerebral, córtex renal extremidade de crescimento dos ossos longos, vértebras adrenais, pleura e sistema linfático. As vias de disseminação são linfo-hematogenica (maioria das TB EP), hematogênica, por contigüidade(pleura) e intracanalicular(vias aéreas altas a partir do pulmão, sistema urinário inferior a partir do rim). A TB EP é pobre em bacilos, de instalação insidiosa e de evolução mais lenta. 1) Pleural : forma mais comum.disseminação por contigüidade ou hematogênica. Ocorre dor pleurítica insidiosa, tosse, febre e com o aumento do liquido pleural, dispnéia e propedêutica de derrame pleural. O liquido pleural é exsudato, com predomínio de mononucleares. O ADA tem boa acurácia. A biopsia da pleura mostra granuloma. Pode ser autolimitada, mas deve ser tratada pelo risco de vir a se desenvolver a doença pulmonar. 2) Ganglionar: é a 2ª forma mais freqüente, acomete mais a cadeia cervical anterior, mais em mulheres.os gânglios a principio são indolores e moveis, posteriormente aumentam de volume, coalescem e drenam material seroso a purulento. O diagnostico é feito preferencialmente pela punção aspirativa do gânglio, mas também pode ser feita a biopsia. 3) Miliar: ocorre principalmente em pacientes com baixa imunidade. A radiografia de tórax mostra o infiltrado intersticial micronodular difuso bilateral. Granulomas em material de biópsia. 4) SNC: acometimento grave, porém raro, aumento da incidência em imunodeprimidos, PP/ por HIV. Há duas formas de manifestação: meningoencefalite e tuberculoma intracraniano. Ocorre hidrocefalia, HIC, alteração do comportamento, nível de consciência diminuído, sinais de irritação meníngea, tubérculos coróides e edema de papila de retina. O LCR apresenta pleocitose, predomínio de linfomononucleares. O ADA é importante na diferenciação de outras meningoencefalites. 5) Renal: 3ª forma mais freqüente. Apresenta o maior período de latência. Ocorre hidronefrose nas fases mais avançadas. A baciloscopia raramente é positiva. A cultura de urina (meio Lowestein-Jensen) é o exame mais importante, feito com no mínimo cinco amostras matinais, em dias consecutivos.