Ações nocivas dos agentes infecciosos e ectoparasitos sobre os seres vivos Embora grande parte das infecções não apresente sintomas, muitas delas podem manifestar-se logo após a penetração do agente infeccioso (fase aguda). Outras, porém, vêm a se manifestar bem mais tarde, permanecendo em estado de latência à espera de uma oportunidade, como a baixa de resistência do hospedeiro. Como exemplo, temos o herpes, a varicela, a tuberculose e a doença de Chagas. Em muitos casos, após a penetração do agente infeccioso há um período de incubação que perdura desde a penetração do microrganismo até o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas. É uma fase ‘silenciosa’, ou seja, sem manifestações clínicas. Pode variar de um agente infeccioso para outro, mas, geralmente, é bem menor que o período de latência. Por exemplo, a incubação da rubéola é de duas a três semanas; a da febre aftosa, de 2 a 5 dias; já o período de latência da toxoplasmose pode durar muitos anos. Após o período de incubação ou logo após a fase aguda (quando há muitos sintomas), a infecção pode acabar ou, em muitos casos, evoluir para um período chamado de fase crônica, no qual há uma diminuição dos sintomas. Citamos a seguir alguns exemplos de agentes responsáveis ou de doenças por eles provocadas, juntamente com os sinais e sintomas: - prurido (coceira) - ex.: oxiúros; - feridas, lesões e úlceras - ex.: leishmaniose, bactérias, ectoparasitos (miíase); - manchas, edemas (inchaço), descamações, tumorações - ex.: fungos, sarampo, escarlatina, meningite e doença de Chagas; - vesículas (bolhas) - ex.: herpes e catapora; - nódulos - ex.: carbúnculos; - lesões papulosas, elevadas, avermelhadas e com intensa coceira - ex.: ectoparasitos (piolhos, carrapatos) e larvas migrans (bicho geográfico). Principais sinais e sintomas gerais No mais das vezes, os sinais e sintomas gerais surgem após o período de incubação. Assim, podemos citar: febre (sarampo, meningite), tosse (tuberculose), dores de cabeça (cefaléia), queda da imunidade (queda da resistência – no caso da AIDS), mal-estar, desidratação (cólera), enjôos, vômitos e cólicas (amebas), diarréia (infecção bacteriana), dores musculares (mialgia) e insuficiência cardíaca (doença de Chagas), lesões e necrose no fígado e icterícia (pele amarelada – no caso da hepatite), anemia (ancilostomose), hemorragia (dengue), convulsão e cegueira (toxoplasmose), ascite (barriga d‘água - no caso da esquistossomose), alergias respiratórias (fungos, ácaros), etc. AGENTES INFECCIOSOS E ECTOPARASITOS E SUAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Os vírus: características gerais Os vírus são considerados partículas ou fragmentos celulares capazes de se cristalizar até alcançar o novo hospedeiro. Por serem tão pequenos, só podem ser vistos com o auxílio de microscópios eletrônicos. São formados apenas pelo material genético (DNA ou RNA) e um revestimento (membrana) de proteína. Não dispõem de metabolismo próprio e são incapazes de se reproduzir fora de uma célula. Podem causar doenças no homem, animais e plantas. Outra característica importante é que são filtráveis, isto é, capazes de ultrapassar filtros que retêm bactérias. Principais doenças transmitidas pelos vírus Os vírus são responsáveis por várias doenças infecciosas, tais como AIDS, gripes, raiva, poliomielite (paralisia infantil), meningite, febre amarela, dengue, hepatite, caxumba, sarampo, rubéola, mononucleose, herpes, catapora, etc. Sua transmissão ocorre de várias formas:a) pela picada de mosquitos (vetores), como o Aedes aegypti infectado, responsável pela dengue e febre amarela; b) pela mordida de cães infectados, ocasionando a raiva; c) pela saliva e pelo trato respiratório, podendo gerar herpes, catapora, hepatite, sarampo, etc.; d) pelo sangue contaminado: provocando a AIDS e a hepatite B; e) há ainda a transmissão de vírus pelo leite materno, por via oral-fecal, pela urina, placenta, relações sexuais e lesões de pele (rubéola, HIV, vírus da hepatite B). Algumas doenças transmitidas por vírus são facilmente controláveis por meio de vacinas, como sarampo, rubéola, caxumba, raiva, poliomielite, febre amarela, hepatite e alguns tipos de meningite. Mesmo que não haja vacina e tratamento específico para muitas viroses, é importante, para se evitar a disseminação ou propagação da doença, que se faça o diagnóstico definitivo com acompanhamento de um profissional de saúde. As formas de diagnóstico (descobrir qual é o microrganismo) mais comuns são realizadas por intermédio do exame de escarro, sangue, líquor (da medula) e secreções.