II Seminário de Avaliação do Pibid/UEM IV Fórum das Licenciaturas da UEM 30/11 e 01/12 de 2015 Maringá - Paraná Simulações no Ensino de Ciências por Investigação: Relato de experiência de uma aula sobre malária Vinicius Sanches Aroca¹; Iolanda Almeida de Souza ²; André Luis de Oliveira Ana Lúcia Olivo Rosas Moreira Universidade Estadual de Maringá ¹Bolsista PIBID-UEM ([email protected]); ²Bolsista PIBID-UEM ([email protected]);3 e 4 Coordenador de Área. 3; ➢ Introdução Uma simulação é uma representação operacional de alguns aspectos centrais de uma realidade que pode ser utilizada no contexto educativo para facilitar a aprendizagem. (ELLINGTON et al., 1981) Tradicionalmente o termo investigação é usado na área da ciência para se referir a atividade realizada pelo cientista, entretanto pode também estar relacionado a uma proposta educacional que é utilizada por professores e alunos (MINNER, 2010). A investigação pode ser trabalhada na sala de aula como meio para construção do conhecimento cientifico e como propósito auxiliando os estudantes a compreenderem melhor a natureza da ciência (Abd-El-Khalick et al. 2004). Não existem relatos sobre a primeira vez que a investigação com finalidade educativa foi utilizada na sala de aula. Sabe-se entretanto que ao defender a interação direta do estudante com o objeto de estudo essa perspectiva segue as linhas construtivistas se baseando por exemplo nos trabalhos de Jean Piaget, Lev Vigotsky e David Ausubel (MINNER, 2010). A inclusão do Ensino por Investigação nos currículos, se deve em parte as recomendações de John Dewey. Dewey sugeriu os seguintes passos para realização de uma aula nesse modelo: apresentação do problema, formulação de hipótese, coleta de dados e formulação da conclusão (BARROW, 2006). ➢ Objetivo Avaliar o sucesso dessa aula investigativa nos critérios de recepção desse tipo de aula pelos alunos, rendimento da investigação e aproveitamento do conteúdo por parte dos mesmos. ➢Metodologia A aula ministrada serviu como aula inicial e problematizadora para introdução de uma unidade com tema Protozoários. A aula foi uma simulação, nesta os alunos eram integrantes de um laboratório e deveriam colaborar em grupos com o diagnóstico de um paciente fictício cuja doença era desconhecida. Dentro da simulação os alunos tinham um conjunto de ferramentas para realizar a investigação, cada uma dessas ferramentas tinha um custo e o diagnóstico tinha um limite de gastos permitido pelo plano de saúde do paciente (R$ 2000,00).A investigação realizada nessa simulação visava diagnosticar um paciente fictício chamado Marcelo, que havia recentemente viajado para região norte do Brasil. Para coleta de dados realizamos a gravação da aula para futura analise e transcrição. O anonimato dos alunos foi mantido integralmente nessa coleta de dados. Alem da analise do comportamento dos alunos durante a aula aplicamos ao final um questionário de opinião para que os alunos avaliassem a aula nos critérios: qualidade geral, sugestões de melhoria, preferencia de aulas mais interativas em contraste a aulas mais tradicionais, contribuição da sala na investigação e uma auto-avaliação sobre participação e aproveitamento. Referências Bibliográficas ABD-EL-KHALICK, Fouad et al. Inquiry in science education: International perspectives. Sci. Ed., [s.l.], v. 88, n. 3, p. 397-419, 2004. Wiley-Blackwell. DOI: 10.1002/sce.10118. BARAB, Sasha A. et al. Virtual Solar System Project: Learning Through a Technology-Rich, Inquiry-Based, Participatory Learning Environment. Journal Of Science Education And Technology, [s.l.], v. 9, n. 1, p.7-25, 2000. Springer Science + Business Media. DOI: 10.1023/a:1009416822783. ELLINGTON, Henry et al. Games and Simulations in Science Education. New York: Nichols Publishing Company, 1981. MINNER, Daphne D; LEVY, Abigail Jurist; CENTURY, Jeanne. Inquiry-Based Science Instruction: What Is It and Does It Matter? Results from a Research Synthesis Years 1984 to 2002. Journal Of Research In Science Teaching. Chicago, p. 474-496. jan. 2010. 4; ➢Resultados Durante a etapa de levantamento de hipóteses os estudantes propuseram doenças como: dengue, gripe, pneumonia, diarreia, AIDS, ebola e até mesmo comportamentos de ressaca. Essas hipóteses foram equivalentes com as esperadas por nós. Iniciando a investigação das hipóteses, o primeiro teste laboratorial proposto pelos estudantes foi à análise microscópica da amostra de sangue do paciente, se fosse algum agente infeccioso caracterizado como vírus não seria possível a observação do mesmo na imagem microscópica, e o resultado obtido dessa observação foi algo além de hemácias, ou seja todas as hipóteses relacionadas a doenças caracterizadas por terem um vírus como o agente infeccioso foram refutadas, logo a doença do paciente não seria dengue, gripe, AIDS e ebola.Foi realizado outro teste laboratorial para tentar desvendar qual seria o agente infeccioso, agora o experimento era a partir da cultura em gel, pois se fossem fungos ou bactérias ambos conseguiriam se proliferar no ágar. Como resultado não cresceu nada na amostra, logo a hipótese de que poderia ser fungos ou bactérias foi refutada também e restou um único agente infeccioso, o protozoário. A partir da certeza de qual seria o agente infeccioso foi analisado os sintomas das doenças conhecidas pelos estudantes que estavam presentes no material para consulta e levantaram novas hipóteses de possíveis doenças que o paciente Marcelo poderia ter adquirido, eram elas: Malária, Giárdia, Amebas, Plasmodium e Toxoplasmose. Se fosse a doença Giárdia ou Ameba provavelmente a diarreia apareceria como um dos principais sintomas e isso não ocorreu, a Toxoplasmose nem sempre manifesta sintomas no ser humano. Já a Malária é muito comum no norte do Brasil, é transmitida através da picada do mosquito e seus sintomas condizem com os do paciente Marcelo. Sim (29) Não (02) Gráfico 01 Sim (14) Não (17) Gráfico 02 O fato dos alunos seguirem o curso da simulação conforme previsto indica o sucesso do planejamento e aplicação da aula. O questionário aplicado ao final reforça a mesma idéia segundo o ponto de vista dos alunos. O gráfico 01 indica o número de alunos que responderam se aulas nesse formato são melhores que aulas convencionais. Esses dados indicam interesse por parte deles em aulas mais dinâmicas e interativas.O gráfico 02 indica o número de alunos que responderam se o comportamento da sala como um todo foi adequado durante a aula para realização da investigação. Ao compararmos esses dois dados podemos notar que apesar de haver interesse dos mesmos pela aula existe um aparente despreparo por alguns em como se portar durante uma investigativa.