Questões de oftalmo – PROVA 2 1. Alterações da retinopatia diabética Quadro clássico: microaneurismas (dilatação capilar da porção venosa, com proliferação da parede), proliferação fibrovascular, exsudato duro (lipídeos), edema, hemorragias. A retinopatia diabética pode ser classificada em tipos: a) RD não proliferativa Alterações não ultrapassam a camada limitante interna Microaneurismas, hemorragia retiniana, exsudato duro, exsudato algodonoso, dilatação venosa, não perfusão Aumento de permeabilidade da parede vascular, oclusões b) RD pré-proliferativa Sinais de hipoxia progressiva Exsudatos moles, hemorragia intraretiniana, vasos tortuosos, dilatados, em rosário, alças venosas, IRMA Regra 4(H), 2(V), 1(IRMA) c) RD proliferativa Resposta a isquemia crônica com produção de ptn VEGF (vasodilatacao e angiogenese) Proliferação fibrosa Proliferação vascular: neovasos na papila e retina Descolamento da retina por retração – cegueira Hemorragia vítrea – cegueira Rubeosis (vasos na Iris) Glaucoma – cegueira 2. Citar 3 colírios para glaucoma Pilocarpina (parasimpaticomimetico) 2% - 1 gota a cada 15min Alfa-2-agonista (apraclonidina) – 1 gota a cada 12h Antiinflamatórios hormonais (dexametasona, prednisolona) – 1 gota a cada 4h 3. Causas de aderência da Iris ao cristalino Glaucoma (angulo fechado) Uveite anterior Luxação do cristalino 4. Mecanismo de ação dos betabloqueadores na redução da pressão ocular Os beta bloqueadores seletivos (betaxolol) ou não seletivos (timolol) funcionam reduzindo a produção do humor aquoso e consequentemente reduzindo a PIO 5. PIO no glaucoma e uveíte Aumentada no glaucoma e normal na uveíte 6. Alterações morfológicas e funcionais da retinopatia diabética IV Resposta a isquemia crônica, com produção da ptn VEGF (vasodilatacao e angiogenese) Proliferação fibrosa Proliferação vascular: neovasos da papila e retina Descolamento da retina – cegueira Glaucoma – cegueira Rubeosis (vasos na Iris) Hemorragia vítrea – cegueira 7. O que causa a retinopatia diabética 25-30% dos diabéticos apresentam RD, 5% em formas graves. Quanto maior o tempo de doença, mais chance. A retinopatia diabética é causada pela hipoglicemia crônica, levando a um aumento do sorbitol e conseqüente lesão do endotélio vascular, com espessamento da membrana basal e perda dos pericitos. Isso acarreta em alteração da permeabilidade e estrutura vascular. 8. Fenômeno de Tyndall e quando acontece Células e ptns inflamatórias em suspensão no liquido (humor vítreo) e ocorre na uveite anterior 9. Quadro clinico do glaucoma agudo O glaucoma agudo é conhecido como a crise de glaucoma, causada pelo fechamento do ângulo irido-corneano, bloqueando a drenagem do humor aquoso. Seu quadro clinico é: alta PIO dor ocular edema de córnea – embaçamento, fotofobia, blefaroespasmo, lacrimejamento, edema de conjuntiva midriase media paralítica eritema conjuntival pericerático (eritema pericorneano) cefaléia, náuseas e vômitos olho duro a palpação bi-digital Suas conseqüências são: Atrofia da Iris, atrofia da óptica, necrose do córtex anterior do cristalino, lesão das células ganglionares da retina 10. Quadro clinico do glaucoma congênito O glaucoma congênito acomete crianças desde o nascimento ou nos primeiros anos de vida por formação anômala do segmento anterior do globo ocular, geralmente no seio camerular, por ma absorção do tecido mesodérmico. O quadro caracteriza-se por: Aumento da PIO (ate 12mmHg nas crianças) Tríade clássica: fotofobia, blefaroespasmo, epífora (lacrimejamento, sem secreção) Edema da córnea Opacidades da córnea (estrias de Haad) Megalocórnea Buftalmia (aumento do globo ocular) Espirros Limbo difuso (embriotoxon anterior) O tto é a trabeculotomia 11. Tratamento para o glaucoma agudo O tratamento para glaucoma agudo pode ser de 3 tipos: 1. clinico: a) local: pilocarpina 2% alfa agonista adrenérgico (apraclonidina) AIF hormonal (dexametasona, prednisolona) b) Sistêmico VO: acetazolamina (8/8h), glicerina EV: manitol (100 gotas/min) 2. a laser – iridotomia ou iridectomia 3. cirúrgico - trabeculectomia 12. Causas de uveíte infecciosa Toxoplasmose, Sífilis, BK, rubéola, herpes, leptospirose, 13. Causas de uveíte não infecciosas Espondilite, AR juvenil, Artrite psoriática, Sd reiter, dc crohn, colite ulcerativa, sarcoidose 14. Diagnóstico diferencial entre obstrução do ducto nasolacrimal e glaucoma congênito Glaucoma congênito tem fotofobia e lacrimejamento sem secreção Obstrução do ducto nasolacrimal tem conjuntivite de repetição 15. Padrão a fundoscopia da retinopatia diabética não proliferativa dilatação venosa microaneurisma hemorragia retiniana não perfusão (angiografia) exsudatos duros exsudatos algodonosos 16. Diferenciação entre os 4 glaucomas Glaucoma de angulo aberto: Neuropatia crônica, progressiva, causada por aumento da PIO, lesando os vasos que nutrem a glia, causando dano ao disco óptico e comprometimento do campo visual. Acomete mais >60 anos, negros, 50% dos glaucomas, 10% cegos bilateralmente. Quadro clinico: por ser assintomático e tem evolução insidiosa. Ha dor ocular, embacamento da visão, sensação de corpo estranho, geralmente bilateral, com aumento da PIO e lesão do disco óptico. Fatores de risco: aumento PIO, diabetes, miopia, idade, raça, hereditariedade, enxaqueca, trauma ocular Diagnostico: a) Tonometria (mede PIO): aplanação, bi-digital, digital, pseudotonometro, identação. PIO N entre 10-20mmHg, com variações de 6, mais alta as 6h e mais baixa 0h. b) Fundoscopia; lesão do disco óptico c) Exame do campo visual: manual (analisa mancha cega. Geralmente campo médio periférico esta mais comprometido e campor central mais acometido) ou computadorizado (ponto a ponto, delimitando mancha cega. É mais usado atualmente. Campo leve, moderado, avançado. Tratamento: a) Clinico: - diminuem prod humor aquoso: beta bloq seletivo (betaxolol) ou não seletivo (timolol) – 12/12h alfa 2 agonista (adrenérgico): apraclonidina – 12/12h (também aumentam drenagem irido-escleral e reduzem pressão venosa episcleral inibidores da anidrase carbônica: locais (brizolamida) – 8/8h mono, 12/12h associados ou sistêmicos (acetazolamida) – 8/8h - aumentam drenagem Parasimpaticomimeticos – pilocarpina (ate 6/6h) Inibidores das protaglandinas e prostaminas – 1x/dia b) a laser: trabeculoplastia (eficácia de 4 anos. Promove-se abertura do trabculado para auxiliar na drenagem do humor aquoso. Indicada em pigmentos no trabeculado, adiamento de cirurgia ou falta de condições clinicas cirúrgicas pelo paciente) c) cirúrgico – trabeculectomia ou sclerectomia profunda não penetrante com trabeculectomia externa Glaucoma primário de angulo fechado: Neuropatia insidiosa e assintomática, com lesão do disco e comprometimento do campo visual pelo fechamento progressivo do angulo irido-corneano (da camara anterior), pela formação de sinequias anteriores periféricas. Quando ha oclusão total, desencadeia-se a crise de glaucoma. Quadro clinico: aumento da PIO (podendo formar urgência medica), dor ocular, eritema pericorneano, midriase media paralitica, edema da conjuntiva, edema da córnea (embacamento da visão, halos coloridos, fotofobia, blefaroespasmo, lacrimejamento), cefaléia, náuseas e vômitos, olho duro a palpação bi-digital. Complicações: atrofia da Iris, atrofia da óptica, necrose do córtex anterior do cristalino, lesões das células ganglionares da retina. Tratamento: a) clinico: local – pilocarpina, alfa agonista, AIF hormonal (dexa, prednisolona) sistêmico – VO acetazolamida e glicerina, EV manitol b) laser – irodotomia ou iridectomia c) cirúrgico – trabeculectomia Glaucoma secundário: aumento de PIO em outras doenças Processo inflamatório intra ocular Trombose de vasos retinianos Traumatismo Hifema Retinopatia diabética neovascular Luxação do cristalino Tto: laser – citofotoablacao (transpupilar, transescleral) Glaucoma congênito: aumento de PIO ate 12, em crianças desde o nascimento ou primeiros anos de vida, por anomalias no segmento anterior do globo ocular, em especial no seio camerular, por ma absorção do tecido mesodérmico. E uma das principais causas de cegueira irreversível em crianças Quadro clinico: Aumento PIO Tríade clássica: fotofobia, blefaroespasmo, epífora (lacrimejamento, sem secreção) Buftalmia (aumento do globo ocular) Edema da córnea Megalocornea Opacidades da córnea (estrias de Haad) Espirros Limbo difuso (embriotoxon anterior) Tto: trabeculotomia Oclusão do ducto nasolacrimal – conjuntivite de repetição 17. Fundoscopia no glaucoma primário crônico de angulo aberto Lesão do disco óptico: a) alteracoes no nervo óptico: atrofia das fibras nervosas da retina(Sinal de Hoyt) atrofia das zonas alfa e beta (pp) hemorragias do nervo optico b) alterações no anel neuroretiniano depressões no anel irregularidades do anel manutenção do ISNT: inf > sup > nasal > temporal comportamento dos vasos (vasos cincunlineares, em baioneta, em passarela, anasalamento do vasos) c) alterações da escavação tamanho profundidade assimetria escavação nasal fosseta do disco óptico alterações da lamina cribriforme 18. Retinopatia hipertensiva HA adultos: PA sistólica >140 e diastólica >90 HA diastólica – estreitamento arteriolar em segmentos (espasmos focais) ou por toda a extensão (difuso) HA sistólica – esclerose da parede, tornando-a mais dura, opaca, visível Relação do calibre A/V 2:3 Fases: - Constritiva: estreitamento arteriolar leva a hipoxia relativa, lesando endotélio e aumentando sua permeabilidade, levando a Exsudativa: edema e hemorragia Esclerótica: HA cronica Complicações: oclusoes Classificação de Sheie: HA/Esclerose 0 – normal/normal 1 – estreitamento discreto / pequeno alargamento 2 – estreitamento maior / grande alargamento 3 – 2+ hemorragia/exsudação / fio de cobre 4 – 3+ papiledema / fio de prata - manchas algodonosas não são exsudato e sim áreas isquêmicas (HA aguda) hemorragia em chama de vela (camada mais próxima do vítreo, fibras paralelas) hemorragia difusa (camada mais profunda) sinal indireto de enrijecimento das arteríolas – afinamento das vênulas 19. Avaliação da circulação retiniana A circulação da retina é composta por: artéria central da retina e ramos (arteríolas), capilares superficiais e profundos, veias retinianas, coriocapilar da coróide. Pode ser avaliada por 4 metodos: Oftalmoscopia / fundoscopia – luz aneritra melhor que a branca. Vê arteríolas (mais finas e róseas) e vênulas (mais espessas e arroxeadas) Angiografia fluorescínica – corante fluorescente IV ajuda a delinear contornos da arvore vascular e visualizar grumos na coróide. Oftalmodinamometria (não mais usada) Doppler de art. carotida 20. Tratamento de retinopatia diabética a) controle metabólico/sistêmico (reduz 75% das graves) controle da PA , microalbuminuria controle do tabagismo cuidado em gravidez e puberdade b) Foto-coagulacao – destruição das áreas isquêmicas Local: edema macular clinicamente significante Difuso (panfoto): proliferativa ou algumas pré-proliferativas c) Crio-retinopexia – destruição das áreas isquêmicas d) Vitrectomia via pars plana – em casos de hemorragia vítrea, descolamento da retina, etc. 21. Uveites (diferenciação) A uveite anterior é a mais comum, acometendo a uvea anterior (Iris e corpos ciliares). Quadro clinico: fotofobia, turvação da visão leve/moderada, dor ocular; assintomática Sinais: eritema pericorneano (ao redor da Iris), miose, fenômeno de tyndall e flare, sinequias posteriores e periféricas (aderência da Iris a córnea e ao cristalino), depósitos no endotélio. Tipos: aguda/crônica, granulomatosa e não granulomatosa, unilateral (sem causa) ou bilateral (doença), idiopática ou associada Causas: idiopática, trauma, reumática, infecciosa (CMV, rubéola, herpes, sífilis, fungos) Tratamento: colírio de atropina (midriatico), corticóides, AINEs, imunossupressores, atb (infeccioso) Associações: espondilite, AR juvenil, dc crohn, colite ulcerativa, artrite psoriática, sd de reiter Uveite intermediaria (pars plana e periferia da retina) É rara, bilateral em crianças e jovens. Tem como quadro: pontos flutuantes, diminuição da acuidade visual, infiltrado inflamatório na parte anterior do humor vítreo. Complicações: ECM, caratata, DR Associada a sarcoidose, doença de Lyme, Sífilis, BK e esclerose múltipla Tto: corticóides e imunossupressores Uveite posterior (corionite / corioretinite) Etiologia: toxoplasmose, toxocara, sífilis, CMV, herpes, rubéola, cândida, histoplasmose, sarcoidose, leptospirose. Toxoplasmose ocular: Visão de pontos flutuantes, metamorfopsia, escotoma, baixa acuidade visual, podendo ser assintomático ou com combinação de sintomas. Apresenta placas brancas, por necrose da retina, focos cicatrizados, vasculites, turvação do vítreo adjascente. O exame sorológico e positivo para toxo, geralmente por reativação de infestação antiga (IGG). O tto é feito com Pirimetamina (AC folinico) e Sulfadiazina + corticóides + colírio (se houver inflamação da uvea anterior associada). Tratar em casos de lesões muito exsudativas (vítreo turvo) próximas ao nervo óptico ou a macula. SEMPRE em HIV+. Manchas brancas com hemorragia são corioretinite por CMV: ganciclovir (dose de ataque por 3 sem) + tto semanal. Interrompe quando lesões cicatrizadas /cd4>200. 22. Grau IV de retinopatia hipertensiva Estreitamento vascular maior, hemorragia, exsudação e papiledema. A esclerose esta avançada com aparência de fio de prata. 23. 24. 25. 26.