Produção de calêndula sob diferentes níveis de fósforo. José Hortêncio Mota1; Izidro dos Santos de Lima Júnior1; Elmo Pontes de Melo1; Thiago Ferreira Bertonello1; Maria do Carmo Vieira1; Raphael Maia Aveiro Cessa1. 1 UFGD - Faculdade de Ciências Agrárias, Cx. Postal 533, Cep 79804-970, Dourados-MS. E-mail: [email protected] RESUMO: O objetivo do trabalho foi avaliar a capacidade produtiva da biomassa de calêndula (Calêndula officinalis L.) com diferentes doses de fósforo. Os tratamentos em estudo foram 0; 10; 20; 30; 40; 50 e 60 kg ha-1 de P2O5, os quais foram dispostos no delineamento experimental blocos casualizados, com quatro repetições. As parcelas tinham área total de 1,80 m2 (1,5 m de largura x 1,2 m de comprimento). O espaçamento entre plantas e fileiras de calêndula foi de 30 e 35 cm, respectivamente. Para as características avaliadas de calêndula não houve diferença significativa entre os tratamentos. Palavras-chave: Calendula officinalis, fertilização, planta medicinal. ABSTRACT - Levels of phosporus in the production of marigolds. The objective of this study was evaluate the effect of 7 levels of phosphorus in the production of marigolds Calêndula officinalis. The treatments were: 0; 10; 20; 30; 40; 50 e 60 kg ha de P2O5. The experimental design was of randomized blocks with 4 replications. It was observed that there were not effect of different levels in the production of marigolds. Keywords: Calendula officinalis, fertilization, medicinal plant. INTRODUÇÃO A calêndula (Calendula officinalis L.), também conhecida como malmequer, maravilha, malmequer-dos-jardins, maravilha-dos-jardins e margarida-dourada, é uma planta anual, herbácea, possui flores coloridas, variando do amarelo ao alaranjado (Leite et al., 2005). É uma planta medicinal de origem mediterrânea cujo principal cujas inflorescências são empregadas com fins terapêuticos no tratamento de cicatrizações de tecido cutâneo e em abscessos gástricos e inflamações vascular e glandular (Silveira et al., 2002, Leite et al., 2005). De acordo com Silveira et al. (2002), a calêndula é uma espécie promissora como alternativa para as pequenas propriedades que utilizam mão-de-obra familiar pois, usualmente, a colheita e o respectivo beneficiamento são manuais, devido à escassez de máquinas para este fim, o que tem sido um dos entraves à produção em larga escala. Como a planta produz muitas flores de cores amarelas e laranjas, e como há uma carência de flores na estação do inverno (frio e seco) as flores são muito visitadas por abelhas e outros insetos, sendo fonte de néctar e pólen para a apicultura. No que tange a respeito da adubação de calêndula ainda são incipientes os dados encontrados na literatura, sendo apenas informações relacionadas à adubação orgânica para o cultivo da espécie, o que, segundo Marchetti et al. (2005), gera alguma dificuldade para o cultivo dessas espécies em locais diferentes daqueles de seus habitats, visando a produção e obtenção de mais massa seca e metabólitos secundários. O objetivo deste estudo foi avaliar a produção de calêndula sob diferentes doses de fósforo. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no Horto de Plantas Medicinais (HPM) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Dourados-MS, no período de fevereiro de 2006 a abril de 2006. O HPM está situado a uma altitude de 458 m, latitude 22o11’43”S, longitude 54o56’08’’W. O clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo CWA. A precipitação média anual é de 1500 mm e a temperatura média é de 22ºC. Os tratamentos em estudo foram 0; 10; 20; 30; 40; 50 e 60 kg ha de P2O5, os quais foram dispostos no delineamento experimental blocos casualizados, com quatro repetições. As parcelas tinham área total de 1,80 m2 (1,5 m de largura x 1,2 m de comprimento). O espaçamento entre plantas e fileiras de calêndula foi de 30 e 35 cm, respectivamente. A semeadura foi realizada em janeiro 2006 em bandejas de células poliestireno de 128 células preenchidas com substrato comercial (Plantmax®). Sendo que as mudas foram transplantadas no campo 20 após semeadura. O solo para o transplante foi preparado pela aração e gradagem, com posterior levantamento de canteiros, com rotoencanteirador. Foi utilizada adubação, em todas as parcelas, com cama-de-frango semidecomposta, na dose de 10 t ha-1. Durante o ciclo da cultura, foram realizadas capinas manuais para controle de plantas infestantes. As irrigações foram feitas por aspersão com o intuito de manter o solo sempre úmido, para o completo desenvolvimento das plantas. Durante a condução do experimento não foi aplicado nenhum defensivo químico à cultura. Quando as plantas apresentavam as flores completamente desenvolvidas, as mesmas eram colhidas semanalmente e ao final do ciclo foram somadas todas as produções. Os dados foram submetidos à análise de variância e quando houve significância pelo teste F, as médias serão testadas por Tukey, até 5% de probabilidade (Banzatto & Kronka, 1989). RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a Figura 1, observa-se que não houve efeito das diferentes doses de fósforo na produção de massas frescas e número de flores, percentagem de massa seca e altura de plantas de calêndula sob diferentes doses de fósforo, nas condições estudadas. Essa ausência de resposta dos níveis de fósforo estudados, nas características analisadas da planta, pode estar relacionada ao fato da adição da cama de frango semidecomposta ter fornecido os nutrientes necessários para todos os tratamentos e assim sendo os teores de fósforo aplicados não terem apresentado resposta significativa nesse estudo. Haja vista que a planta apresenta certa rusticidade a diferentes ambientes, de cultivo. Marchetti et al. (2005) estudando o efeito de diferentes doses de P2O5 na altura média de plantas, na massa fresca e seca de calêndula na fase reprodutiva observaram efeito significativo das doses, ressaltando conforme relatado por Marschner (1995) que a maior produção de biomassa em resposta ao P resulta de sua função nas plantas, como regulador de P inorgânico (Pi) na fotossíntese, no metabolismo e na partição de assimilados nas folhas, sendo, por isto, um dos principais fatores limitantes do crescimento da planta. AGRADECIMENTOS Ao CNPq pela concessão da bolsa e à FUNDECT pelo apoio financeiro. LITERATURA CITADA BANZATTO, D.A.; KRONKA, S.do. 1989. Experimentação agrícola. Jaboticabal: FUNEP, 247p. MARCHETTI, ME; MOREIRA, PA ; VIEIRA, MC. et al. 2005. Desenvolvimento vegetativo e teor foliar de macronutrientes da calêndula (Calendula officinalis L.) adubada com nitrogênio e fósforo. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 8: 18-23. MARSCHNER, H. 1995. Mineral nutrition of higher plants. London: Academic Press. 902p. LEITE, GLD;. ARAÚJO, CBO; AMORIM, CAD; PÊGO, KP; MARTINS, ER; SANTOS, EAM. 2005. Níveis de adubação orgânica na produção de calêndula e artrópodes associados. Arquivo do Instituto Biológico.72, n.2, p.227-233. SILVEIRA, MAM; VILLELA, FA; TILLMANN, MAA. 2002. Maturação fisiológica de sementes de calêndula (Calendula officinalis L.). Revista Brasileira de Sementes 24: 3137. Figura 1. Produções de massas frescas e número de flores, percentagem de massa seca e altura de plantas de calêndula sob diferentes doses de fósforo.