producao de sementes de calendula officinalis em

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PRODUÇÃO DE SEMENTES DE Calendula officinalis EM DIFERENTES
ÉPOCAS DE SEMEADURA
BRANDELERO, Daniel1; KOEFENDER, Jana2; MANFIO, Candida Elisa3; GOLLE, Diego
Pascoal4; HORN, Roberta Cattaneo5
Palavras-chave: Calêndula. Planta medicinal. Produção de sementes.
Introdução
A Calendula officinalis L. pertence à família Asteraceae e é originária da região do
mediterrâneo. É cultivada como flor de corte, ornamental e medicinal e, recentemente, como
oleaginosa industrial. Conhecida popularmente como calêndula, bonina, malmequer-dojardim, maravilha dos jardins é uma planta anual, mas em climas temperados pode se
comportar como bianual (BERTI et al., 2003). Possui porte herbáceo podendo atingir de 0,40
a 0,70 m de altura, caule robusto, ereto ou algo decumbente, ramoso, pouco celulosado,
pubescente, perfolhado e com abundante folhagem. As flores são de coloração amarela ou
alaranjada, reunida em capítulos heterógamos e masculinas no disco e femininas marginais.
As inflorescências são capítulos terminais geralmente solitários e pedunculados, já os frutos
são do tipo aquênio (CASTRO & CHEMALE, 1995).
Esta espécie é, potencialmente, interessante para o sul do Brasil devido às condições
edafoclimáticas serem favoráveis ao seu cultivo. As plantas medicinais de origem européia,
em geral, são indicadas para esta região onde podem se constituir em uma promissora
alternativa para as pequenas propriedades que utilizam mão-de-obra familiar pois usualmente,
a colheita e o respectivo beneficiamento são manuais, devido à escassez de máquinas para
1
Acadêmico do Curso de Agronomia, Universidade de Cruz Alta, Bolsista Pibic Unicruz 2014/2015.
E-mail: [email protected]
2
Professora, Orientadora, Drª, Mestrado Profissional em Desenvolvimento Rural,Universidade de Cruz Alta. Email: [email protected]
3
Professora, Drª, do Curso de Agronomia da universidade de Cruz Alta. E-mail:[email protected]
4
Professor, Dr, Mestrado Profissional em Desenvolvimento Rural, Universidade de Cruz Alta. E-mail:
[email protected],
5
Professora, Drª, Mestrado Profissional em Desenvolvimento Rural, Universidade de Cruz Alta. E-mail:
[email protected]
este fim, o que tem sido um dos entraves à produção em larga escala (SILVEIRA et al.,
2002).
O estudo de diferentes acessos de C. officinalis na Itália evidenciaram a variação das
fases fenológicas, sendo o florescimento de 17 a 59 dias e o número de dias até a colheita
variou de 98 a 150 dias (ANGELINI et al., 1997). As épocas de semeadura podem interferir
no desenvolvimento e no crescimento das plantas. Berti et al. (2003) cultivaram C.
officinalis cultivar Resina e não encontraram diferença significativa em relação a
produtividade, quanto aos capítulos florais, independentemente da época de semeadura em 4
de Junho, 5 de agosto, 07 de setembro e 14 de outubro de 1998.
Vieira et al. (2006) obtiveram produção de 142,56 kg ha-1 de inflorescências secas e
concluíram que esta produção independe das cores dos capítulos florais e dos diásporos
utilizados no cultivo, porém a maior quantidade de inflorescências (6388,25 mil ha-1) foi
obtida de diásporos alados e capítulos laranja.
O objetivo desse trabalho foi verificar qual a melhor época de plantio de Calendula
officinalis para produção de sementes.
Materiais e Métodos
O experimento foi conduzido no Campo Experimental do Pólo de Inovação
Tecnológica do Alto Jacuí, localizado na Universidade de Cruz Alta-RS, em Latossolo
Vermelho (EMBRAPA, 2006). O clima, segundo a classificação de Köeppen, é subtropical,
tipo Cfa, com chuvas distribuídas uniformemente durante o ano. As coordenadas geográficas
são: latitude 28° 38’ 19” S e longitude 53° 36’ 23” O, com altitude média de 452 m.
Amostras de solo da área experimental foram coletadas para análise no Laboratório de
Solos da UNICRUZ e a adubação foi efetuada conforme os resultados da análise de solo,
adequando-se à recomendação para a cultura da calêndula. As parcelas experimentais foram
constituídas de canteiros com 1,4 m de largura, 2 m de comprimento e 0,2 m de altura e
distanciadas entre si em 0,5 m.
A calêndula foi semeada previamente em bandejas de poliestireno utilizando-se
sementes da cultivar Bonina Sortida da empresa Isla® com substrato comercial Plantmax®,
realizando-se o transplante quando as mudas tinham 4 folhas definitivas. Em cada parcela
experimental de 2,8 m² (2 m de comprimento por 1,4 m de largura) foram cultivadas as
plantas de calêndula, nos espaçamentos determinados entre plantas 0,30 m e 0,20 m nas
entrelinhas de plantio. Para a avaliação do estudo foram utilizadas as quatro plantas centrais
de cada parcela experimental, que corresponde a uma área útil de 1,58 m².
O delineamento experimental foi de blocos inteiramente casualizados, com três
tratamentos e sete repetições, sendo os tratamentos constituídos de três épocas de semeadura:
agosto, setembro, outubro.
O controle de plantas invasoras foi feito manualmente nas linhas e entrelinhas de
plantio. A irrigação por gotejamento foi realizada sempre que necessária.
Foi avaliado o ciclo, sendo determinado o número de dias da emergência até a
colheita, e a produção de sementes por hectare. Os dados foram submetidos à análise da
variância e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade,
com auxílio do pacote estatístico Sisvar (FERREIRA, 2011).
Resultados e discussão
A floração da época 1 teve início no dia 28/11/2014, apresentando floração plena no dia
11/12/2014, totalizando 112 dias da semeadura ao inicio da floração, e 137 dias desde a
semeadura à primeira colheita iniciada no dia 23/12/2014. A floração da época 2 iniciou-se no
dia 10/12/2014, apresentando floração plena no dia 30/12/2014, somando 93 dias da
semeadura à iniciação floral, e 121 dias da semeadura até a primeira colheita realizada no dia
7/1/2015. Na terceira época verificou-se a emissão da primeira flor em 09/02/2015,
apresentando floração plena no dia 2/3/2015, completando 104 dias da semeadura a primeira
flor, sendo a primeira colheita realizada no dia 6/3/2015, somando 129 dias da semeadura até
a colheita. As colheitas dos tratamentos foram
Tabela 1. Produção estimada de sementes kg ha-1 de Calendula officinalis em diferentes épocas de semeadura.
UNICRUZ, Cruz Alta, RS, 2015
Época de semeadura
Produtividade kg/ha
8 de agosto
22,85a
8 de setembro
20,77a
28 de outubro
8,49 b
CV%
27,7
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5
% de probabilidade de erro. Dados transformados √x+0,5
realizadas semanalmente, em um total de sete colheitas cada. Quanto as fases fenológicas
houve atraso na floração quando comparados com os dados obtidos por (ANGELINI et al.,
1997), já o período de colheita foi similar aos dados encontrados pelo mesmo autor.
Verificou-se que houve diferença significativa entre as épocas de cultivo (Tabela 1),
sendo que as épocas de agosto e setembro foram as que a produção foi mais elevada.
Conclusões
A produção de capítulos com sementes de calêndula é afetada pela época de
semeadura.
Referências
ANGELINI, L. G. et al. Variation in agronomic characteristics and seed oil composition of
new oilseed crops in central Italy. Industrial Crops and Products, v.6, p. 313 - 323, 1997.
BERTI, M. D. et al. Influencia de la fecha de siembra y de la procedência de la semilla em el
rendimiento de capítulos de Calendula officinalis L. durante dos temporadas em Chillán.
Agricultura Técnica, v. 63, n.1, p. 3-9, jan-march, 2003.
CASTRO, L.O. & CHEMALE, V. M. Plantas medicinais, condimentares e aromáticas:
descrição e cultivo. Guaíba: Agropecuária, 1995. 196p.
SILVEIRA, M. A. M. et al. Maturação fisiológica de sementes de calêndula (Calendula
officinalis L.) Revista Brasileira de Sementes, v. 24, n. 2, 2002.
VIEIRA, M. C. et al. Crescimento e produção de biomassa de calêndula (Calendula
officinalis L.) proveniente de dois tipos de diásporos e duas colorações de capítulos
florais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.8, n.4, p.193-7,2006.
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