ecomer - Naturalis

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ECOMER
ÓLEO DE FÍGADO DE TUBARÃO
Propriedades:

Estimula a defesa imunológica, aumentando a formação e
anticorpos.

Promove a regressão de tumores e infecções.

Normaliza a taxa leucocitária (Leucócitos e Trombócitos),
ajudando a repor a quantidade de glóbulos brancos nos
tratamentos de quimioterapia e radioterapia.

Melhora a cicatrização de lesões cutâneas e das mucosas.

Resultados positivos no tratamento de asma alérgica (Patente
aprovada nos E.U.A pelo F.D.A).
1
Índice
I. A Tradicional Arte de Curar...................................................................................... 3
II. Química e Alquigliceróis......................................................................................... 3
Isolamento e Síntese............................................................................................. 3
Análise................................................................................................................ 3
III. Efeitos Medicinais e Biológicos dos Alquilgliceróis..................................................... 4
Alquilgliceróis e a Função da Medula Óssea............................................................... 4
Alquilgliceróis e Tratamento de Carcinoma do Colo Uterino......................................... 4
Alquilgliceróis em Conjunto com a Terapia de Radiação.............................................. 4
Alquilgliceróis e Imunologia.................................................................................... 5
Relação Entre os Efeitos dos Alquilgliceróis em Tumores e no Sistema
6
Imunológico.........................................................................................................
Efeitos
Bioquímicos
dos
Alcoxigliceróis
e
seu
uso
na
Terapia
Contra
o8
Câncer.................................................................................................................
IV.
Regressão
do
Crescimento
de
Tumores
após
a
Administração
de11
Alcoxiglíceróis...........................................................................................................
Estágios Iniciais....................................................................................................12
Estágios Avançados...............................................................................................12
Grupo |................................................................................................................13
Grupo ||..............................................................................................................13
V. Álcoxigliceróis e seu uso em Tratamentos Radioativo................................................. 18
VI. Ésteres Álcoxigliceróis em Tratamento de Irradiação.................................................19
VII. O Comissário de Marcas e Patentes.......................................................................29
VIII. Registro de Patentes dos Estados Unidos...............................................................29
IX. Método para Tratamento de Alergias Utilizando Éter Glicerol......................................31
2
Alquilgliceróis
I. A Tradicional Arte de Curar
Na medicina dos tempos antigos, o óleo de fígados de certas espécies de tubarão era um
remédio importante entre as populações de pescadores ao longo da costa da Noruega e
também ao longo da costa oeste da Suécia. Descobriu-se mais tarde que o óleo de fígado
de tubarão da Groenlândia contém aproximadamente 30% de Alquilgliceróis, enquanto o
óleo de outra espécie, Chimera monstrosa, contém quase 90%. O Ecomer é refinado de
óleo de fígado de tubarão.
Na medicina tradicional, o óleo de Chimera monstrosa era usado preferencialmente. Os
pescadores preenchiam os estômagos vazios e limpos de certas espécies de peixes com o
óleo, que eles mantinham na mão para curar feridas. Eles também recomendavam o óleo
trato digestivo. O óleo foi também utilizado para "doenças glandulares", hoje em dia
conhecidas como aumento de nódulos linfáticos.
No inicio do século 19, o uso de óleo de tubarão quase desapareceu, sobrevivendo
somente em poucas comunidades de pesca da Noruega e na província de Bohuslãn na
Suécia. Levou mais de um século antes que o uso deste suavizante óleo de fígado de
tubarão renascesse, seguido a publicação de documentação cientifica a respeito de seus
efeitos benéficos.
O desenvolvimento do que conhecemos hoje como Ecomer demandou o
desenvolvimento de que um lipídio que difere das substâncias gordurosas usuais
(triglicérides) pela presença de um único átomo de oxigênio ocupando uma posição única
na molécula.
II. Química e Alquilgliceróis
Isolamento e Síntese
Os alquilgliceróis foram descobertos por Tsujimoto e Toyama em 1922 (1). Em 1926,
Weidemann (2) relatou que estas substâncias químicas eram caracterizadas pelo chamado
éter-oxigênio. O vencedor do premio Nobel, Sir Robert Robinsson, foi o primeiro a
sintetizar os Alquilgliceróis, em 1930.
Análise
Os métodos para uma análise precisa são uma pré-condição para toda pesquisa e trabalho
de desenvolvimento dentro da bioquímica. Isto é verdade principalmente para os
Alquilgliceróis, cujos traços devem ser procurados em todo tipo de alimento, com exceção
daquelas puramente vegetarianas. As primeiras análises químicas monstraram valores
duplos ou até mesmo triplos muito elevados para concentrações de Alquilgliceróis. Durante
os anos de 1940 e 1950, técnicas analíticas mais apuradas foram desenvolvidas, por
exemplo, cromatografia e espectrometria-de-massa. Com estes métodos os pesquisadores
suecos Hallgren e Larsson estudaram a presença de Alquilgliceróis em humanos, nas vacas
e em peixes elasmobrânquios, classe à qual pertencem os tubarões. Seu trabalho mais
importante, publicado em 1962 (6,7) constitui a base para todo trabalho de pesquisa
subseqüente com Alquilgliceróis desenvolvidas desde então.
3
Uma descoberta importante em suas análises, desenvolvida com as mais avançadas
técnicas, é que o leite materno contém 10 vezes mais Alquilgliceróis que o leite de vaca. O
conteúdo diário de Alquilgliceróis na produção diária de leite materno tornou-se uma
espécie de padrão ótimo de dosagem que se recomenda ingerir. Outra descoberta
importante foi que o óleo de fígado de tubarão também contém Alquilgliceróis metoxisubstituídos que possuem importantes qualidades biológicas.
III. Efeitos medicinais e biológicos dos Alquilgliceróis
Alquilgliceróis e a Função da Medula Óssea.
Holmes (3) foi o primeiro a descobrir que a medula óssea contém um dos Alquilgliceróis: o
álcool batyl. Mais tarde, Olof Sandler demonstrou que o álcool sintético batyl tem o mesmo
efeito na produção de células vermelhas no sangue que um fração da medula óssea com
uma alta concentração de álcool batyl. Embora o trabalho de Sandler tenha sido de
natureza pioneira, é surpreendente que se tenha falado tão pouco sobre suas descobertas
até agora.
Astrid Brohult demonstrou logo no início que a leucopenia e a trombocitopenia. que são
conseqüências inevitáveis da terapia por radiação, podem ser prevenidas - ou ao menos
reduzida - pela ingestão de Alquilgliceróis durante o intercurso da irradiação. Johan
Brouhlt recetemente desenvolveu estudos sobre os efeitos dos Alquilgliceróis na produção
de granulocitose e trombocitose na medula óssea.
Alquilgliceróis e Tratamento de Carcinoma do Colo Uterino
Em um amplo projeto de pesquisa no Radiumhemmet em Stockholm, Astrid Brohult teve a
oportunidade de mostrar que pacientes com carcinoma do colo uterino, que haviam
recebido Alquilgliceróis antes do tratamento com a primeira radiação assim como durante
o período de irradiação externa, tiveram um nível de sobrevivência significativamente
melhor do que os pacientes que não haviam tomado Alquilgliceróis.
Como o resultado da colaboração entre Astrid Brohult e Ingemar Joelsson, descobriu-se
que os danos da radiação, que normalmente apareceram durante a aplicação da
irradiação, podem ser reduzidos em até 60% como resultado da ingestão de
Alquilgliceróis.
Alquilgliceróis em Conjunto com a Terapia de Radiação
A maioria dos trabalhos de pesquisa com Alquilgliceróis, durante os últimos 20 anos,
compreendeu o seu uso na cura de carcinoma do colo uterino. Nos sentimos obrigados a
elucidar este tópico. Faz-se necessário distinguir entre os efeitos que se seguem à
administração de Alquilgliceróis somente durante o intercurso da radioterapia convencional
para carcinoma e aqueles efeitos que podem ser encontrados se a administração de
Alquilgliceróis começa antes do tratamento e continua através do período de terapia.
4
A leucopenia e a trombocitopenia, invariavelmente ocorrem durante o intercurso da
irradiação. Estas alterações nas proporções relativas das células do sangue podem ser
neutralizadas pela ingestão de Alquilgliceróis, mesmo se tomados durante o intercurso do
tratamento. Além disso, os efeitos colaterais "puros" da radiação-induzida ocorrem numa
freqüência estatisticamente mais baixa, podendo a redução alcançar no máximo 60%.
Muito importante - e até certo ponto inesperado- resultados já foram atingidos,
entretanto, quando Alquilgliceróis foram tomados no período antes do início da terapia
radioativa. Mesmo se tomados por um período curto como 5-7 dias, os estágios mais
avançados (estágio IIB - IV) do tumor regrediram a estágios menos avançados antes
mesmo da radioterapia. Isto é de fato um tipo de efeito sobre o crescimento do tumor e
sua propagação. O mesmo efeito de Alquilgliceróis tem sido demonstrado em estudos
experimentais nos macacos em ambiente laboratorial.
Em sua tese de doutorado "Alquilgliceróis e sua utilização em tratamento por radiação".
Astrid Brohult demonstrou desde o início que os Alquilgliceróis eram valiosos em conjunto
com o tratamento do carcinoma de Colo uterino. As mais importantes descobertas
relatadas em sua tese são as seguintes:

A redução do numero de corpúsculos brancos no sangue (leucopenia) analisada em
conjunto com o tratamento radioativo tornou-se menos pronunciada dentro do
grupo de pacientes para os quais havia sido prescrito o alquilglicerol.

Quando a irradiação causou um mau funcionamento da medula óssea (relativa à
produção de corpúsculos nucleados), a ingestão de alquilglicerol mudou o quadro
radicalmente. a ingestão de maior quantidade de Alquilgliceróis não levou a
nenhuma super produção de trombócitos.

Os pacientes com carcinoma de colo uterino que foram tratados com Alquilgliceróis
antes e durante o tratamento radiativo atingiram uma taxa de sobrevivência 10%
melhor (como determinado 5 anos após o início da terapia) do que os pacientes em
grupos de controle.
Os resultados destas pesquisas foram tão encorajadores que se sentiu necessidade de
continuar com estudos posteriores dos efeitos dos Alquilgliceróis na taxa de sobrevivência
de pacientes com carcinoma de Colo uterino. Nestes estudos posteriores, os Alquilgliceróis
foram administrados em altas taxas tais como 600mg por dia. Nos primeiros estudos,
relatados acima, a dose era de 300mg/dia. Nestes extensos estudos, os efeitos benéficos
nas taxas de sobrevivência e na diminuição no desenvolvimento dos danos induzidos pela
radiação foram confirmados.
Alquilgliceróis e Imunologia
Bo Hallgren e seus colaboradores, Gunnel Stãllberg e Bernt Boeryd, descobriram os
Alquilgliceróis metoxi-substituídos no óleo de fígado de tubarão e delinearam e provaram
seus importantíssimo efeitos biológicos. Hallgren conseguiu sintetizar vários destes
compostos metoxi-substituídos. Em conjunto com Boeryd, ele relatou, em uma série de
trabalhos científicos, que os Alquilgliceróis metoxi-substituídos têm um efeito inibidor no
crescimento das células do tumor in vitro e são capazes de limitar ou até mesmo impedir o
crescimento e propagação de tumores em ratos de laboratórios.
5
Como os Alquilgliceróis são abundantes no organismo de animais, principalmente na
medula óssea, fígado, baço e no leite materno, quisemos investigar o efeito dos
Alquilgliceróis, e especialmente os compostos metoxi-substituídos, no sistema de defesa
imunológica do corpo humano.
Dentre os resultados nós só mencionaríamos que a imuno-reatividade foi estimulada, por
uma pequena adição à dieta, de Alquilgliceróis metoxi-substituídos derivados de óleo de
figado de tubarão ou produzidos sinteticamente. Quando a gama completa de
Alquilgliceróis de óleo de fígado de tubarão foi utilizada, a proporção teve de ser
aumentada ao redor de 3% da dieta.
O estimulante efeito imuno-reativo dos Alquilgliceróis metoxi-substituídos no sangue
(humoral), dependente da produção de anticorpos, foi recentemente elucidado em vários
estudos experimentais conduzidos por Hallgren e Boeryd. É de grande interesse que a
imunoreatividade possa também ser estimulada na descendência através do leite materno.
Isto foi demonstrado em casos quando os Alquilgliceróis metoxi-substituídos foram
administrados às mães durante o período da lactação.
O efeito dos Alquilgliceróis metoxi-substiuídos na imunidade das células entre animais
tem sido investigado através da aplicação de técnicas variadas, todas, geralmente aceitas
e reconhecidas como confiáveis. Até mesmo a imunidade dos tecidos foi estimulada a um
alto grau através da adição de Alquilgliceróis metoxi-substituídos à dieta.
Como se pode observar, os Alquilgliceróis ingeridos com a comida normal estimulam a
imuno-reatividade do corpo. Em laboratórios experimentais, também foi demonstrado que
os Alquilgliceróis metoxi-substituídos tiveram um efeito definido sobre as várias espécies
de bactérias, efeito este similar ao dos antibióticos. O efeito do antibiótico e seu grau são
similares àqueles vistos em conexão ao uso do nitrofurantoin. As substâncias também têm
um efeito inibidor e até mesmo exterminador em fungos, especialmente o fungo que ataca
a pele.
Relação entre os Efeitos dos Alquilgliceróis em Tumores e no
Sistema Imunológico
Em procedimentos clínicos, assim como experiências com animais, com vários tumores
transplantados ou quimicamente induzidos, os Alquilgliceróis demonstram que inibem o
crescimento e disseminação dos tumores. Até mesmo em experiências "in vitro" com
culturas de células, os Alquilgliceróis têm um efeito tumoricida muito bem documentado.
É realmente muito interessante notar que, uma substância, mostre ser efetiva em
conjunto com a ingestão de comida, e possua potências estimuladoras de imunoreatividade e inibição-tumoral. Em adição aos Alquilgliceróis metoxi-substituídos, isto tem
sido mostrado por substâncias químicas muito similares que têm sido estudadas no
Instituto Max-Planck de Imunologia em Freiburg. Estas substâncias estão também sendo
utilizadas no Departamento de Hematologia e Oncologia em Munique.
As células tumorais são conhecidas por ter um baixo conteúdo de enzimas quebradoras de
éter. Consequentemente, os Alquilgliceróis (composto por éter) podem ser incorporados à
parede da célula tumoral junto com os fosfolípidios. O organismo possui células do sistema
de defesa encarregadas de destruir as células tumorais. Estas células chamadas
marcrófagos pentramnas paredes das artérias e atacam as células com tumores nos
tecidos. Os macrófagos, que possuem um alto conteúdo de enzimas quebradores de éter
6
podem destruir a membrana da células e matar o tumor, graças a presença, na parede
desta célula, dos éteres (Alquilgliceróis).
Ondas radioativas e substâncias radiomimétias atacam o núcleo das células tumorais,
enquanto os Alquilgliceróis, de acordo com o mecanismo descrito acima, atacam a
membrana da célula. Os dois mecanismos podem atuar senérgicamente e esta deve ser a
real explicação para o pronunciado efeito na cura de doenças tumorais e para o aumento
da taxa de sobrevida atingida no tratamento do carcinoma de cólo uterino. Não estamos
sugerindo, entretanto, que o carcinoma de cólo uterino seja diferente, em nenhum aspecto
de outros tumores malígnos no corpo humano.
Desde 1950 tem havido um acúmulo de informações relativas aos efeitos dos
Alquilgliceróis em doenças comuns tais como gripe e infecções.
Mesmo doenças como asma e psoríases têm sido curadas após ser iniciada a
suplementação alimentar com Alquilgliceróis.
Embora não se possa tirar conclusões definitivas a partir de tais observações, as curas
relatadas têm sido sob alguns aspectos memoráveis.
Alguns projetos científicos estão sendo desenvolvidos na Suécia e em outros lugares a fim
de aprofundar o conhecimento dos mecanismos dos efeitos medicinais e biológicos dos
Alquilgliceróis.
7
1. Eleitos Bioquímicos dos
álcoxiglícerois e seu uso na
terapia contra o câncer
ASTRID BROHULT,a JOHAN BROHULTb
and SVEN BROHULTc
a
Radiumhemmet, Karolinska Sjukhuset,
Tack, S- 104 01 Estocolmo 60
b
4º
Departamento
Médico,
Sõdersiukhuset,
Fack,
S-100
64
Estocolmo 38,
c
Real Academia de Ciência de
Engenharia, Caixa Postal 5073, S-102
42 Estocolmo, Suécia
Os
álcoxiglícerois
aparecem
em
pequenas
quantidades
em
muitos
produtos naturais. Nos organismos
hemopoiéticos mamíferos, eles são
relativamente abundantes. Eles também
ocorrem
em
concentrações
relativamente altas no leite materno.
Eles ocorrem mais abundantemente na
natureza no óleo de fígado de certas
espécies de tubarão. A fórmula geral
para
os
álcoxiglíceróis
é
CH2OH
CHOHCH2OR,onde R é uma longa cadeia
alifática radical. Os álccois naturais mais
comuns são o álcool saturado batyl e o
álcool chimyl (com 18 e 16 átomos de
carbono, respctivamente, na cadeia
lateral), assim como os álcoxigliceróis
álcool não saturado selachyl com 18
átomos de carbono na cadeia lateral.
Os
álcoxigliceróis
ocorrem
mais
frequentemente como ésteres ácidos
gordurosos.
Os álcoxigliceróis têm provado ser de
interesse médico. Até certo ponto eles
previnem
a
leucopenia
e
a
trombocitopenia. A administração de
álcoxiglícerois a pacientes com
câncer do colo uterino resulta em taxas
de sobrevivência mais altas do que se o
tratamento por radiação for levado a
efeito por si só.
Os álcoxigliceróis agem como fatores de
crescimento:
eles
promovem
o
crescimento de lactobacilius lactis. Os
efeitos saõ diferentes para diferentes
álcoxigliceróis; o álcool saturado chimyl
com 16 átomos de carbono na cadeia
lateral proporcionou um crescimento
relativamente pequeno em relação ao
álcool saturado batyl com 18 átomos de
carbono na cadeia lateral.
A carbamoil ortithina transferase (OCT)
em soro (S-OCT) sobe em conexão com
radiação. Hoje já foi provado que os
valores S-OCT são mais baixos quando
álcoxigliceróis
foram
administrados
profilaticamente.
Nas experiências clínicas, preparados de
óleo de fígado de tubarão da Groelândia
têm sido utilizados. Estes óleos contêm
até 50% de ésteres álcoxigliceróis. O
conteúdo de diferentes álcoxigliceróis
provenientes
de
várias
fontes
é
mostrado na tabela 1.
De acordo com análises de Hallgren e
Karsson1. O número de átomos de
carbono na primeira coluna refere ao
componente
da
longa-cadeia
de
moléculas. O numero depois da virgula
denota o numero de vínculos duplos.
Tanto cadeias derivados a normais
C15,C17 e C19 estão presentes.
8
Entre 1 de janeiro de 1964 e 15 de
fevereiro de 1966, 849 pacientes com
câncer do colo uterino (98,7% de tais
casos) receberam em conexão com
tratamento
por
radiação
no
Radiumhemmet. Cerca de metade dos
pacientes
(Grupo
P)
recebeu
os
álcoxigliceróis profilaticamente 8 dias
antes
do
tratamento
radioativo,
enquanto que o restante (Grupo T)
somente
recebeu
os
durante
o
tratamento. A dose foi sempre de 0,6
g/dia; a duração do tratamento variou,
entretanto,
para
os
diferentes
pacientes, a média sendo de 2-11
samanas.
Entretanto,
houve
uma
variação considerável no total de
álcoxigliceróis ministrados. Para estudar
o efeito de doses diversas, o Grupo P
proflático foi classificado de acordo com
seu total e dividido em dois grupos de
igual tamanho: o grupo-H recebeu uma
média de 95g de álcoxigliceróis e o
grupo-L65g.
A taxa de mortalidade dos diferentes
grupos tratados foi comparada com a
taxa de mortalidade dos pacientes de
1968 (Grupo C) tratados durante os
quatro anos anteriores, e com 938
pacientes durantes os três anos após o
período dos no Radiumhemmet. As
taxas de mortalidades dos dois grupos
antes e depois dos períodos foram as
mesmas conhecidas até hoje. O grupo C
serve de referência neste trabalho.
Comparando
os
resultados,
a
mortalidade observada foi reduzida pela
mortalidade normal conforme obtido no
Bureau Sueco de Estatísticas para o
período de 1962-1966. Todavia, a
mortalidade real em câncer do colo foi
diminuída.
Meses após o tratamento por radiação.
Fig. 1 Taxas de mortalidade (Câncer de
colo uterino). X: C, grupo de controle;
O:P, tratado profilaticamente com
alcoxigliceróis; : H, tratados como P,
mas, com dosagens maiores.
Conforme mostrado na Fig. 1, a
administração
de
alcoxigliceróis
profilaticamente antes do tratamento
por radiação, notadamente afetou as
taxas de mortalidade. O grupo de
controle C, tendo recebido tratamento
por radiação somente, tem uma taxa de
mortalidade de 29,6% após três anos,
enquanto que o grupo P, tratado
profilaticamente com alcoxigliceróis tem
uma taxa de 19,6%. Se efetuada uma
comparação com metade do Grupo P,
que é o Grupo H, ao qual foi ministrada
a mais alta dosagem de álcoxigliceróis,
a diferença é ainda mais pronunciada,
sendo a taxa de mortalidade de 13,7%.
O Grupo L, não mostrado nesta figura,
tem
uma
taxa
de
mortalidade
correspondente mais alta. Nenhuma
diferença significativa foi encontrada
entre os grupos de Controle C e T que
receberam os álcoxigliceróis somente
9
durante o tratamento por radiação.
Todavia, para qualquer efeito a ser
obtido, os álcoxigliceróis devem ser
ministrados previamente ao tratamento
por radiação.
A fim de elucidar o mecanismos desta
ação, o material foi posteriormente
analisado, conforme será discutido em
detalhe em outros trabalhos. 6 Por
enquanto é suficiente ressaltar aqui
duas observações a respeito da ação
dos álcoxigliceróis: uma influência sobre
o estágio de distribuição do câncer de
colo uterino e o efeito da capacidade de
produzir anticorpos em geral.
álcoxigliceróis
certos
anticorpos
formaram-se a um nível muito mais alto
do que nos grupos que tinham recebido
tratamento radiativo somente. Além
disso,
houve
formação
de
mais
anticorpos após a vacinação destes
pacientes nos quais, mais tarde,
verificou-se
também
umataxa
de
mortalidade mais baixa.
Os álcoxigliceróis parecem afetar o
tumor antes, assim como após o
tratamento
por
radiação.
Isto
é
aparente a partir de uma mudança
observada na distribuição de estágios do
câncer de colo no Radiumhemmet pelo
período durante o qual o tratamento
profilático foi efetuado, se comparado a
períodos antes dele. Durante o período
de tratamento profilático, um grande
número de pacientes mostrou de
tumores em estágios menos avançados.
Esta regressão a estágios menores é
significatimente relevante. O Mecanismo
do efeito ainda não foi totalmente
compreendido e deverá ser estudado
posteriormente, o efeito possa ser
resultado de uma reação imunológica
como indicado abaixo.
A resposta imunológica em geral parece
ser melhorada através do tratamento
com
álcoxigliceróis.
Todavia,
a
capacidade para formar anticorpos após
vacinação
pode
ser
influenciada,
conforme
observado
em
estudo
realizado com 54 pacientes, não
incluídos em quaisquer dos grupos
acima, onde os pacientes foram
vacinados contra typhus-parathyfus um
dia antes e um dia após da implantação
da radioterapia. A metade dos pacientes
foi ministrado 0,3g de álcoxigliceróis por
dia
durante
três
semanas
imediatamente após a primeira vacina.
No grupo ao qual foram ministrados os
10
IV. REGRESSÃO DO CRESCIMENTO DE TUMORES APÓS A
ADMINISTRAÇÃO DE ALCOXIGLICERÓIS
Astrid Brohult, Johan brohult e Sven Brohult
Do Radiumhemmet, Karolinska sjukhuset, Estocolmo 60. Departamento Médico ,
Sõdersjukhuset, Estocolmo 38, e da real Academia de Engenharia de Ciências,
Estocolmo, Suécia.
Abstrato. A rgressão de crescimento de um tumor é notada quando Alcoxigliceróis
são administrados antes do tratamento com radiação em pacientes portadores de
câncer do colo do uterino. Esta regressão foi demonstrada por um alteração no
quociente entre o incidente do estágio inicial e estágios avançados.
Os Alcoxigliceróis ocorrem em pequenas quantidades em muitos produtos
naturais.
Nos órgãos hematopoiéticos de mamíferos, principalmente na medula óssea, eles
são relativamente abundantes. Eles também são encontrados em concentrações
relativamente altas no leite materno. Na natureza, eles ocorrem em maior
abundância no óleo de fígado de alguma espécie de tubarão (1, 8,9). A fórmula
geral dos alcoxigliceróis é CH2OH CHOH CH2OR, onde R é uma longa-cadeia de
radicais alifáticos.
Os alcoxigliceróis têm provado ser de interesse médico (1-7). Até certo
ponto eles previnem a leucopenia e a trombocitopenia. A administração de
alcoxigliceróis antes, durante e após o tratamento por radiação de pacientes com
câncer de colo uterino resulta em taxas de sobrevivência mais altas do que se o
tratamento por radiação for efetuado sem o auxilio de Alcoxigliceróis (1,2).
Além disso, os alcoxigliceróis promovem o crescimento de Lactobacillus lactis (1), a
formação de anticorpos (2,4), e eles reduzem bastante (ca.50%) a freqüência de
danos seguidos à terapia de radiação (5,7,40).
O objetivo do presente estudo foi o de investigar a regressão no crescimento
de tumores quando são administrados Alcoxigliceróis antes do tratamento por
radiação em pacientes portadores de câncer do colo uterino.
MATERIAIS E MÉTODOS
As experiências clínicas neste estudo foram conduzidas utilizando
preparações de Alcoxigliceróis provenientes do óleo de fígado de tubarão da
Groelândia. O preparado, produzido por AB.
Astra com o nome de AT 18, é um concentrado contendo 85% de
alcoxigliceróis livres. O conteúdo de vários Alcoxigliceróis provenientes de uma
variedade de fonte é fornecido na tabela 1.
Os Alcoxigliceróis foram administrados oralmente em cápsulas, 2 cápsulas 3
vezes ao dia, cada cápsula contendo 0,1g de Alcoxigliceróis. A dose total diária foi
de 0,6g.
O procedimento prático foi o seguinte:imediatamente após o recebimento da
carta de referência, foi informada ao paciente a data de início da radioterapia e ao
mesmo tempo foi entregue um pacote contendo os Alcoxigliceróis e as informações
relativas à dosagem.
11
Análises de acordo com Halllgren & Larsson (2,3).
O numero de átomos de carbono na primeira coluna refere-se ao componente de
cadeia-longa da molécula. O numero após a vírgula denota o numero de ligações
duplas.
a
Tanto cadeias divididas quanto cadeias normais C15, C17 e C19 estão presentes.
Tabela II. Definições de estágios clínicos
E: Estágios Iniciais
Estágio I
Carcinoma estritamente confinado ao colo.
Estágio IA
Casos de início de invasão do estroma.
Estágio IB
Todos outros casos de estágio|.
Estágio IIA
A carcinoma se estende atrás do colo, mas não atingiu as paredes pélvicas.
O carcinoma envolve a vagina, mas o terço inferior. Não há envolvimento
parametrial.
A: Estágios Avançados
Estagio IIB
O carcinoma se estende atrás do colo, mas não atingiu a parede pélvica. O
carcinoma envolve a vagina, mas o terço inferior. Envolvimento parametrial.
12
Estágio III
O carcinoma estende-se às paredes pélvicas.
Ao exame retal, não existe espaço livre de câncer entre o tumor e a parede
pélvica
O tumor envolve o terço inferior da vagina.
Estágio IV
O carcinoma estende-se atrás da pélvis ou envolveu a mucosa da bexiga ou
do reto.
Definições de acordo com a FIGO(Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia)
No início da radioterapia, o período de medicação e a previsão de
administração foi anotada no relato de caso.
A série total de casos com carcinoma invasivo de colo uterino, tratados no
Departamento de Ginecologia, Radiumhemmet, Estolcomo, durante o período de
1958-1975, foram subsequentemente revisados. Os pacientes compreendiam todos
os estágios (Tabela||) e foram alocados aos seguintes grupos:
GRUPO I
Aqueles que aderiram ao esquema de medicação profilática com Alcoxigliceróis,i.e.,
tomaramAlcoxigliceróis por 7 dias antes do início da radioterapia, durante o
tratamento por radiação, e por 1-3 meses após completar a terapia.
Período 1. De 1/10/1964 a 15/02/1966, a maioria dos casos (458) tomou
Alcoxigliceróis profilaticamente.
Período 2. Um estudo duplo-cego compreendendo 137 pacientes foi conduzido de
1970- 1973. Este é o segundo grupo profilático.
Período 3. Durante os anos 1973-1975, cada segundo paciente tomou
Alcoxigliceróis "profilaticamente” (245). Os casos foram escolhidos ao acaso.
Grupo II
O grupo II compreendeu todos aqueles que realizaram radioterapia sem qualquer
administração profilática de Alcoxigliceróis, i.e., pacientes que não receberam
Alcoxigliceróis antes do tratamento por radiação.
RESULTADOS
A distribuição de acordo com estágios clínicos é feita para todos os pacientes
durante o período de 1958 - 1975 nas Tabelas III A e B. Os Pacientes na tabela II
A não receberam qualquer administração profilática de Alcoxigliceróis, enquanto
aqueles mencionados na Tabela III B receberam tal medicação profilática.
A situação de invasão prematura (estágio I A), não foi claramente definida
durante os anos 50, e durante os anos 60 o percentual de I A variou muito mais
que para outros estágios que mostram uma distribuição mais ou menos constante.
(Tabelas III e IV). De maneira a obter uma comparação mais correta entre
diferentes grupos de pacientes, o estágio IA foi excluído nas Tabelas IV A e B.
Quando se comparam os números nas Tabelas III e IV, uma mudança nos estágios
iniciais é observado para o grupo profilático, tanto quando todos os estágios são
incluídos como quando o estágio IA é excluído.
13
Tabela III. Distribuição de acordo com os estágios clínicos (1959-1975): Todos os
estágios1
Tabela IV. Distribuição de acordo com estágios clínicos (1958-1975): Estágio I A
excluído
1
O estágio foi determinado no início da radioterapia
14
Tabela V A. Diminuição em estágios avançados após administração profilática de
Alcoxigliceróis (todos os estágios).
Para uma avaliação numérica do grupo seguindo a administração profilática
de Alcoxigliceróis é conveniente subdividir os estágios em estágios avançados: A=
estágio IIB e mais alto e estágios iniciais, E=IIA e mais baixos. Baseados em
palpação bi-manual, o relatório de pacientes do GRUPO A ou E é feito com um alto
nível de precisão, embora a diferenciação entre outros estágios freqüentemente
apresente dificuldades. A distribuição de A e E (E1=IA+IB=IIA e E2=IB+IIA)
para os diferentes grupos é fornecido na Tabela V. A diminuição nos estágios
avançados (D) após administração profilática é estatisticamente significante
(P<0.0001).
O porcentual de estágios iniciais e avançados é fornecido para cada ano
durante 1958-75 (Tabela VI). Nenhuma alteração sistemática com tempo é notada
para os anos quando os pacientes foram tratados com radioterapia, mas não
receberam Alcoxigliceróis profilaticamente. Uma troca em favor aos estágios iniciais
ocorre, entretanto, para os períodos 1,2,3 (administração profilática de
Alcoxigliceróis).
15
Comentários
A regressão de crescimento do tumor, demonstrada por uma alteração no
quociente entre estágios iniciais e avançados, é observada como conseqüência da
administração de alcoxigliceróis antes do tratamento por radiação. É importante
mencionar que esta regressão é devida a uma substancia natural não toxica
encontrada no corpo humano (1). Além disso, o incidente de efeitos colaterais
advindos da terapia por radiação é marcadamente reduzido pela administração de
Alcoxigliceróis.
Efeitos
colaterais
complexos
(devido
a
danos
da
radiaçãocombinados ao crescimento do tumor) são reduzidos à cerca de 1/3 em um
grupo recebendo Alcoxigliceróis em administração profilática. Uma análise mais
detalhada do efeito dos Alcoxigliceróis nos danos colaterais inicidentes foi publicada
(7).
A regressão do crescimento do tumor a e diminuição de efeitos colaterais
devidos radioterapia influenciam a taxa de sobrevivência. Esta dependência será
discutida em trabalho em separado (6).
É evidente que existem perspectiva de melhorar o efeito da terapia com
Alcoxigliceróis. Sete dias de administração profilática resultam em uma redução
pronunciada dos estágios avançados, 12-13% (30%se a diminuição é relacionada
ao numero de pacientes com estágios avançados, Tabela V). Seria conveniente
executar algumas tentativas clínicas com um grupo de pacientes recebendo
administração profilática de Alcoxigliceróis durante 2-3 semanas. Além disso,
algumas observações indicam que a administração prolongada de Alcoxigliceróis
após radioterapia poderia ser de grande valor.
Agradecimentos
Este trabalho foi sustentado graças à Fundação Knut e Alice Wallenberg e
graças à Fundação Sven e Dagmar Salén.
Queremos agradecer ao Prof. H.L. Kottmeier e Dr. B. Tjemberg, ex diretor e
atual diretor do Departamento de Ginecologia do Radiumhemmet, Estocolmo, pelas
valiosas discussões. Nossos agradecimentos são dirigidos também ao Prof. Ingemar
Joelsson por seu criticismo estimulante e seus conselhos.
16
Tabela VI. Distribuição de estágios iniciais e avançados (1958-75)
Referências
1. Brohult, A: Alcoxigliceróis e seu use em tratamento por radiação. Acta Radio.
Suppl. 223, 1963.
2. Brohult, A, Brohult, J.& Brohult S: Efeitos Bioquímicos dos Alcoxigliceróis e seu
uso na terapia do câncer. Acta Chem. Scand. 24:730,1970.
17
3. Brohult A, Brohult, J & Brohult, S: Efeitos dos Alcoxigliceroís no soro
carbamoyltranferase em relação com o tratamento por radiação. Experientia 28:
146,1972.
4. Brohult A, Brohult, J & Brohult, S: Efeitos da irradiação e tratamento com
Alcoxigliceróis na formação de anticorpos após vacinação Salmonela. Experientia
28: 954,1972.
5. Brohult, A, Brohult, J & Brohult, S: Efeitos dos Alcoxigliceróis na freqüência dos
efeitos colaterais seguidos à terapia por radiação. Experientia 29:81, 1973.
6. Brohult, A, Brohult, J & Brohult,S: Alcoxigliceróis na terapia contra o câncer. A
ser publicado.
7. Brohult, A, Brohult, J & Brohult, S. & Joelsson, I: Efeito dos Alcoxigliceróis devido
terapia por radiação para carcinoma do colo uterino. Acta Obste. Gynecol.
Scand. 4: 441, 1977.
8. Hallgren, B. & Larsson, S.: Os éteres gliceróis nos óleos de fígado de peixes
elasmobrânquios. J Lipid Res 3:31,1962.
9. Hallfren, B. & Larsson, S.: Os éteres gliceróis no homem e na vaca. J Lipid Res
3:39,1962.
10. Joelsson, I.: Radioterapia de carcinoma de colo uterino com foco especial em
irradiação externa. Acta Radiol. Suppl. 302,1970.
Submetido para publicação em 16 de maio de 1977.
Astrid Brohult
Radiumhemmet
Karolinska sjukhuset
Estocolmo 60
Suécia
V. Alcoxigliceróis e seu uso em tratamento Radioativo
Méd. Dr. Astrid Brohult
Sumário
1. Os ALCOXIGLICERÓIS previnem, até certo ponto, a leucopenia e a
trombocitopenia. Este efeito tem sido demonstrado de duas maneiras:
A diminuição de glóbulos brancos e as trombocitoses que normalmente
ocorrem durante o tratamento por radiação são menos pronunciadas se os
ALCOXIGLICERÓIS foram administrados durante este tratamento.
Se os glóbulos brancos ou a contagem de trombócitos estiver baixo devido à
irradiação ou a alguma química terapêutica, é possível aumentar o número destas
células da administração de ALCOXIGLICERÓIS.
Em experimentos com ratos submetidos à radiação, foi demonstrado que os
ALCOXIGLICERÓIS ou seus ésteres inibem, até certo ponto, a diminuição tanto
de megacariócitos quanto de células nucleares na medula óssea, o que em geral
ocorre após irradiação.
A diminuição de megacariócitos é prevenida mais pelo álcool selachyl do que
pelo álcool batyl.
Tanto para os álcoois liberados quanto para os éteres, o efeito estava
relacionado à quantidade administrada; a diminuição ocorreu acima de uma
dosagem ótima.
Os Alcoxigliceróis não só tem um efeito na medula óssea, mas também
influenciam o crescimento de ratos. Quando ratos irradiados foram profilaticamente
tratados com Alcoxigliceróis o aumento de peso foi maior do que de controle
irradiado, que não recebeu tal tratamento. Como no caso dos megacariócitos, o
18
aumento do peso estava diretamente relacionado à quantidade administrada e a
diminuição foi obtida acima de uma dosagem ótima.
O álcool batyl tem um maior efeito no crescimento de ratos do que o álcool
selachyl.
O dano causado por radiomiméticos é também balanceado, até certo ponto,
pelos Alcoxigliceróis.
Os Alcoxigliceróis promovem o crescimento de Lactobacilos.
O efeito de promoção-docrescimento de Lactobacilos é maior para o álcool
batyl, seguido pelo álcool selachyl e álcool chimyl.
Os tempos de sobrevivência para um grupo de 350 pacientes sofrendo de
câncer de colo uterino aumentou com a quantidade total de Alcoxigliceróis
administrados durante o tratamento por radiação. O aumento é observado para 1
ano e 5 anos de sobrevivência.
Re-editado de AVANÇOS NA RADIOBIOLOGIA
VI. Ésteres Alcoxigliceróis em Tratamento de Irradiação
ASTRID BROHULT
Radiumhemmet, Estocolmo, Suécia.
Os efeitos dos ALCOXIGLICERÓIS e ésteres-alcoxigliceróis obtidos da medula
óssea e óleo de fígado de tubarão, respectivamente, têm sido estudados em casos
de leucopenia causada por irradiação. A preparação também tem sido testada em
trombocitopenia. Experiências com éteres-alcoxigliceróis em leucemia estão em
andamento. Uma comunicação preliminar foi publicada em Nature (Brohult e
Holmberg, 1954). Simultaneamente, mas independentemente, Edlund (1954)
obteve um efeito protetor benéfico, em ratos sujeitos à irradiação utilizando álcool
batyl sintético.
Em 1952, experiências foram iniciadas em casos de crianças com leucemia,
em cooperação com Holmberg, utilizando gordura não saponificável de medula
óssea de gato. Partindo da premissa de que componente ativo desta fração não
saponifícavel consistia de alcoxigliceróis, principalmente de álcool batyl, preparados
contendo tanto álcool batyl quanto outros alcoxigliceróis foram então para
tratamentos. Com base na experiência obtida com esta conexão, iniciaram-se
experiências para tratamento de irradiação.
A idéia de administrar extratos de tecidos de formação sangüínea em
perturbações do sangue não é nova. Em 1930, Watkins (Watkins e Giffin, 1933)
pela primeira vez reportou relatórios promissores advindos da administração oral
de medula óssea de gado em granulocitopenia. Entretanto, provou-se que a
medicação era compatível porque a medula tinha que ser administrada em
quantidade tão grandes que provoca perturbações digestivas. Marberg e Willes
(1937 e 1938) demonstraram que o mesmo efeito no sangue.Poderia ser obtido
utilizando somente 2% da medula óssea.Holmes et al. (1941) descobriram que o
álcool batyl é um componente desta fração. Sandler (1949) publicou um trabalho
sobre o efeito estimulante no sangue tanto da gordura da medula óssea não
saponificável quanto do álcool batyl puro.
Em todas as fontes naturais de Alcoxigliceróis são encontrados ésteres
com ácidos gordurosos. Na medula óssea cerca de 2% da gordura do tecido
gelatinoso e cerca de O- 6% do tecido esponjoso consistem de ésteres
Alcoxigliceróis. Os alcoxigliceróis têm a seguinte fórmula básica:
19
R - OCH2 - CHOH - CH2OH
Os álcoois comunente encontrados são: álcool batyl, álcool chimyl e álcool
selachyl (Fig.1). A porção principal dos Alcoxigliceróis da medula óssea consistem
de álcool batyl (aproximadamente 60%). Investigações não publicadas por
Holmberg provam que os éteres Alcoxigliceróis estão presentes em muitos tipos de
gorduras humanas e animais.
Além de estarem presentes na medula óssea, eles também são encontrados
em por exemplo, no braço, fígado e células vermelhas.
CH2OH
CHOH
ALCOXIGLICERÓIS
CH2. O.R
R = (CH2)15.CH3
= (CH2)17.CH3
= (CH2)8CH = CH.(CH2)7.CH3
álcool chimyl
álcool batyl
álcool selachyl
ALCOXIGLICERÓIS
Na medula óssea
No óleo de fígado de tubarão
0.2-0.7%
16-17%
0.6-2%
46-50%)]
?
5
Aprox. 60
43
álcool selachyl
?
52
álcoois poli-saturados
?
<1
(como duplo ésteres
Distribuição:
álcool chimyl
álcool batyl
FIG. 1: Os alcoxigliceróis e sua distribuição
Quando se provou ser difícil obter quantidades suficientes da preparação
concentrada a partir da medula óssea, dois métodos foram experimentados: tentar
uma preparação sintética ou encontrar outra fonte de alcoxigliceróis. Grandes
quantidades de Alcoxigliceróis são encontradas em algums tubarões. Por exemplo,
o óleo de fígado do Somniosus microcephalus, tubarão da Groelândia, contém até
50% de ésteres alcoxigliceróis. As proporções aproximadas dos componentes de
alcoxigliceróis são: álcool selachyl 52%, álcool batyl 43% e álcool chimyl 5% Os
20
alcoxigliceróis são esterificados principalmente com ácidos gordurosos não
saturados. Até este ponto, este foi o tipo de óleo de fígado de tubarão 40-50%
utilizado nas pesquisas. Mais tarde foi possível encontrar um concentrado produtivo
praticamente puro de ésteres alcoxigliceróis (95%). A preparação foi administrada
oralmente na forma de tabletes cobertos com açúcar, cápsulas ou como uma
emulsão, a dosagem sendo de 1-2g. de óleo por dia para adultos.
Os ésteres alcoxigliceróis foram ministrados a cerca de 100 pacientes sofrendo de
leucopenia por irradiação. Destes , 75% respondeu com um aumento de contagem
de leucócitos, a despeito da continuídade do tratamento com irradiação. Em 15%
dos casos o nível de leucócitos foi establizado e somente 10% dos casos indicou
uma diminuição posterior.
Os ésteres alcoxigliceróis foram ministrados a uma enfermeira que havia sido
exposto durante o trabalho ao radium, e que, por mais de um ano apresentava ema
contagem de leucócitos de aproximadamente 2,000. Após 3 dias de tratamento a
contagem aumentou para 3,600. Este nível foi mantido por mais de um ano em 5
tratamentos, sendo os períodos de tratamentos de 3-5 dias de duração (Fig.2)
Fig.2 A contagem de glóbulos brancos da enfermeira, antes e após a administração
de ésteres alcoxigliceróis.
Para se obter resultados comparáveis diretos de casos tratados e não tratados, os
ésteres alcoxigliceróis foram ministrados a pacientes sofrendo de câncer de colo
uterino. Estes pacientes fazem parte do maior grupo homogêneo de casos de
tratamento por irradiação no Radiumhemmet eles são tratados por duas séries de
aplicações de radium dentro da cavidade, nas quais os cilindros de radium são
introduzidos dentro do corpo colocados contra o colo. Os tratamentos são levados a
efeito em intervalos de cerca de três semanas. Após mais 3 semanas, o tratamento
por Raio-X é ministrado por 3-4 semanas. Os ésteres alcoxigliceróis foram
ministrados a cada segundo pacientes, todos os dias durante o tratamento. Cada
caso alternado foi utilizado como controle e 125 casos de cada espécie foram
estudados e acompanhados por exames de sangue.
Os resultados estão resumidos na figura 3.
21
A contagem inicial de leucócitos para ambos os grupos estava na faixa de 6,000. Os
controles, no início do tratamento por Raio-X, tiveram uma contagem de células
brancas (Vf de 4, 000, o valor correspondente para o grupo que tinha recebido
ésteres alcoxigliceróis é 4,700. A contagem de células brancas ao final do
tratamento (VS) é de 3,200 para o grupo de controle e 3,900 para os grupos
tratado profilaticamente. O significado do valor do númerode células brancas
durante o tratamento com Raio-X (VM) é 3,450 para o grupo de controle e 4.000
para o grupo que recebeu ésteres Alcoxicliceróis. A diferença entre os dois
grupos é altamente significativa. (P = 0.0001).
Fig. 3 Câncer de colo uterino: contagem de células o tratamento por radiação.
22
Fig. 4. Contagem de células (Vm) em função do total de óleo tomado.
Vm: Valor do número de glóbulos brancos durante todo o tratamento de Raio-X.
Conforme já demonstrado, essas médias são para todos os casos. Se o grupo
"profolático" for subdividido de acordo com os valores de alcoxigliceróis
administrados, uma correlação entre efeito e dosagem torna-se aparente. Isto é
mostrado pela linha pontilhada. Parece haver uma dosagem ótima durante o
período de tratamento com Raio-X, chegando a 1.2g de óleo por dia. Com esta
dosagem, o VM é de 4,650. Doses muito altas ou muito baixas dão
comoconseqüência valores mais baixos que 2.5g. parecem produzir uma contagem
mais baixa do que os grupos de controle (Fig.4).
23
Fig.5 Contagem de glóbulos brancos (VS) em função do total de óleo administrado.
VS: Valor do número de células brancas ao final do tratamento com Raio-X.
Exatamente a mesma relação será também encontrada se a contagem do sangue,
ao final do tratamento com Raio-X (VS), for delineada contra o total de óleo
ingerido (Fig.5).
Em relação á média do número absoluto de linfólitos durante o tratamento por
radiação, a dose ótima de óleo parece ser a mesma.
A média de contagem de trombócitos durante o tratamento por Raio-X a esta dose
ótima é 190,000 e a figura correspondente para os controles é 155,000 (Fig.6).
Não foi possível demonstrar qualquer efeito definido nos eritrócitos.
Os resultados variaram um pouco com diferentes preparados de ésteres
alcoxigliceróis.
Os efeitos produzidos pela preparação concentrada são mais baixos do que o
esperado e não podemos, neste estágio de nossas investigações, decidir se a
atividade é devida ao complexo total de ésteres alcoxigliceróis contidos no óleo de
fígado de tubarão, ou a algum ésteres álcoxiglicerol especial ou até mesmo a algum
componente do óleo ainda não conhecido.
24
Esperamos que as experiências em andamento com alcoxigliceróis puros e ésteres
Alcoxigliceróis forneçam mais informações sobre o princípio ativo.
Fig. 6. Contagem de Trombócitos (TM) em função do total de óleo ingerido.
TM: Valor do número de trombócitos durante todo o tratamento com Raio-X.
O tempo decorrido não foi suficiente para se ter certeza de que os ésteres
alcoxigliceróis influenciam a eficácia da terapia por radiação, mas tudo indica de
que o efeito colateral da radiação nos tumores é sem dúvida reduzida. Mais ainda,
em alguns casos é possível, administrando o óleo, continuar o tratamento por
radiação em pacientes, cujo quadro sanguíneo, tornaria impossível fazê-lo.
Agradecimetos
Estas pesquisas foram conduzidas graças à Socieddade do Câncer da Suécia e
Sociedade do Câncer de Estocolmo; e a ajuda valiosa do Laboratório Forksnings
LKB e A/B Kabi, Estocolmo.
O autor está em grande débito com o Professor Sven Hultberd e Dr. Hans-Ludwig
Kottmeier por sua ajuda e interesse.
25
(Re-editado a partir de Nature, Vol. 193, No. 4822 p 1304 somente, 31 de Março
de 1962).
Alcoxigliceróis em Tratamento por Irradiação
Já foi demonstrado anteriormente que os ésteres alcoxigliceróis previnem, até certo
ponto, leucopenia e trombocitopeniavii. Durante os anos de 1955-56, cerca de 300
pacientes sofrendo de câncer do colo uterino, receberam ésteres alcoxigliceróis por
todo o período de tratamento com radium e Raio-X. As contagens de células
brancas e trombócitos foram mais altas para o "grupo profilático", ou seja,
paciêntes tratados com ésteres alcoxigliceróis, do que para o de controle, o grupo
tratado com irradiação somente, ambos durante o tratamento e após seu término.
Experiências posterioresvii em ratos irradiados evidenciam que os alcoxigliceróis e
seus ésteres inibem, até certo ponto, a diminuição de megacariócitos e de células
nucleadas na medula óssea. Os alcoxigliceróis, então, parecem agir como um
agente protetor da medula óssea.
Finalmenteix , descobriu-se que os alcoxigliceróis promovem o crescimento de ratos
e que eles agem como substâncias estimuladoras do crescimento para Lactobacilos.
Para o grande grupo de pacientes sofrendo de câncer do colo uterino, para a qual
alcoxgliceróis foram administrados durante a terapia por radiação, 5-6 anos já se
passaram.
Então, é possível fazer um comparação entre os tempos de sobrevivência para o
grupo tratado com alcoxigliceróis e para o grupo tratado com radiação somente.
Tabela. 1 PACIENTE PORTADOR DE CÂNCER DO COLO UTERINO TRATADOS EM 1955 E 1956
(ÉSTERES ALCOXIGLICERÓIS MINISTRADOS AO "GRUPO PROFILÁTICO")
Total de
Pacientes
Grupo profilático
Estágio I
Grupo de controle
Grupo Profilático
Estágio IIA
Estágios IIA e IIB
%
66
64
97-0
59
89-4
120
118
98-3
100
83-3
83
94-3
66
75-0
123
93-2
79
59-8
85
72
84-7
49
57-6
Grupo de controle
135
111
82-2
56
41-5
Grupo profilático
173
155
89-6
115
66-5
Grupo de controle
267
234
87-6
135
50-6
37
27
73-0
9
24-3
106
67
63-2
26
24-5
(50-0)
2
(25-0)
34-4
4
12-5
Grupo de controle
Grupo profilático
Estágio IV
Nº
88
Grupo profilático
Estágio III
%
Nº
5 anos sobrevivência
132
Grupo de controle
Grupo profilático
Estágio IIB
1 ano sobrevivência
Grupo de controle
8
4
32
11
A Tabela 1 mostra números de 1 a 5 anos de sobrevivência. Os pacientes são
agrupados em estágios I-IV, sendo o mais grave o IV. O tempo de sobrevivência
para o grupo de controle está de acordo com os resultados citados no trabalho x. A
tabela 1 mostra que particulamente para o estágio II o tempo de sobrevivência é
notavelmente mais longo para o grupo tratado do que para o grupo de controle.
26
Karolinska Sjukhuset, Radiumhemmet, Estocolmo 60.
Trabalho apresentado em simpósio realizado em Svenska Lakaresãllskapet em
Estocolmo, Suécia, em 4 de setembro de 1986 por
Dr. JAYME E.F. WERNECK, Avenida João Pinheiro 650#401
Belo Horizonte, MG 30. 130 Brasil
Li sobre o Ecomer pela primeira vez em 1963, quando minha própria filha de 16
anos de idade, estava sendo tratada de um linfoma. As coisas então eram muito
diferentes do que hoje são. Pouco tempo depois, eu tive a oportunidade de auxiliar
um colega que tinha uma paciente com uma severa leucopenia, menos de 100
células por cmm durante o intercurso da quimioterapia: em 5 dias Ecomer trouxe
o quadro sanguíneo quase que ao nível normal. Se administração foi efetuada por
meio de gotas.
Desde então, através da gentileza do Prof. Brohult, eu tenho recebido um
suprimento generoso destas preparações, o que me permitiu tratar muitos outros
pacientes sob tratamento radio e quimioterápico e, como os resultados observados
nestes casos estavam se tornando conhecidos por um número cada vez maior de
médicos, os pedidos para novos suprimentos começaram a crescer rapidamente,
tanto dirigidos a mim como à Dr. Astrid Brohult. Em virtude disto, estou apto a
confirmar que em meu país um grande número de pacientes foi beneficiado por
esta preparação preciosa.
Um dos casos mais surpreendentes foi o do neto de minha irmã, que em 1976, com
a idade de 16 anos, teve um diagnóstico de linfático difuso. O Ecomer foi
ministrado do início da irradiação, que foi conduzida através de acelerador linear,
durante 5 meses. Somente uma vez a contagem de leucócitos caiu para 2,500por
cmm quando se julgou necessário interromper o tratamento por duas semanas. A
tolerância do rapaz à irradiação (principalmente apetite e perda de cabelos)
demonstrou ser bem melhor do que a de outros pacientes com o mesmo tipo de
tratamento. A administração de Ecomer continuou por um ano após o final do
tratamento. Hoje, passados 10 anos, ele não tem traços de doença, tem
capacidade total para o trabalho e até se casou.
M.A>B., uma dona-de-casade 45 anos teve um tumor no seio em 1979. Após a
remoção do nódulo e dissecção axilar, o relatório patológico foi de carcinoma
mamário (medocarcionoma) com metástase em todas as glândulas removidas. Ela
foi submetida à quimioterapia e radioterapia, durante as quais recebeu Ecomer
regularmente e levou uma vida normal. Nenhum efeito-colateral, nenhuma
alteração no sangue. Até hoje, não existem evidências da doença.
A.F.S.F., uma dona-de-casa de 74 anos submetida à nefrotomia direta, com
remoção do ureter devido a carcinoma do ureter, em 1980. Ela vive no interior , a
200 milhas da cidade, e alguém de sua família viajou regulamente à cidade para
buscar o ecomer quando necessário. A terapia do cobalto, pós-operatória, foi
bem tolerada, sem efeitos colaterais. Ela esta viva e bem, com 86 anos.
N.U.C., uma dona-de-casa de 37anos, sofreu uma mastectomia bilateral, sob o
diagnóstico de tumor nos seios. Após a cirurgia, ela submeteu-se ao cobalto e
quimioterapia
27
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