ECOMER ÓLEO DE FÍGADO DE TUBARÃO Propriedades: Estimula a defesa imunológica, aumentando a formação e anticorpos. Promove a regressão de tumores e infecções. Normaliza a taxa leucocitária (Leucócitos e Trombócitos), ajudando a repor a quantidade de glóbulos brancos nos tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Melhora a cicatrização de lesões cutâneas e das mucosas. Resultados positivos no tratamento de asma alérgica (Patente aprovada nos E.U.A pelo F.D.A). 1 Índice I. A Tradicional Arte de Curar...................................................................................... 3 II. Química e Alquigliceróis......................................................................................... 3 Isolamento e Síntese............................................................................................. 3 Análise................................................................................................................ 3 III. Efeitos Medicinais e Biológicos dos Alquilgliceróis..................................................... 4 Alquilgliceróis e a Função da Medula Óssea............................................................... 4 Alquilgliceróis e Tratamento de Carcinoma do Colo Uterino......................................... 4 Alquilgliceróis em Conjunto com a Terapia de Radiação.............................................. 4 Alquilgliceróis e Imunologia.................................................................................... 5 Relação Entre os Efeitos dos Alquilgliceróis em Tumores e no Sistema 6 Imunológico......................................................................................................... Efeitos Bioquímicos dos Alcoxigliceróis e seu uso na Terapia Contra o8 Câncer................................................................................................................. IV. Regressão do Crescimento de Tumores após a Administração de11 Alcoxiglíceróis........................................................................................................... Estágios Iniciais....................................................................................................12 Estágios Avançados...............................................................................................12 Grupo |................................................................................................................13 Grupo ||..............................................................................................................13 V. Álcoxigliceróis e seu uso em Tratamentos Radioativo................................................. 18 VI. Ésteres Álcoxigliceróis em Tratamento de Irradiação.................................................19 VII. O Comissário de Marcas e Patentes.......................................................................29 VIII. Registro de Patentes dos Estados Unidos...............................................................29 IX. Método para Tratamento de Alergias Utilizando Éter Glicerol......................................31 2 Alquilgliceróis I. A Tradicional Arte de Curar Na medicina dos tempos antigos, o óleo de fígados de certas espécies de tubarão era um remédio importante entre as populações de pescadores ao longo da costa da Noruega e também ao longo da costa oeste da Suécia. Descobriu-se mais tarde que o óleo de fígado de tubarão da Groenlândia contém aproximadamente 30% de Alquilgliceróis, enquanto o óleo de outra espécie, Chimera monstrosa, contém quase 90%. O Ecomer é refinado de óleo de fígado de tubarão. Na medicina tradicional, o óleo de Chimera monstrosa era usado preferencialmente. Os pescadores preenchiam os estômagos vazios e limpos de certas espécies de peixes com o óleo, que eles mantinham na mão para curar feridas. Eles também recomendavam o óleo trato digestivo. O óleo foi também utilizado para "doenças glandulares", hoje em dia conhecidas como aumento de nódulos linfáticos. No inicio do século 19, o uso de óleo de tubarão quase desapareceu, sobrevivendo somente em poucas comunidades de pesca da Noruega e na província de Bohuslãn na Suécia. Levou mais de um século antes que o uso deste suavizante óleo de fígado de tubarão renascesse, seguido a publicação de documentação cientifica a respeito de seus efeitos benéficos. O desenvolvimento do que conhecemos hoje como Ecomer demandou o desenvolvimento de que um lipídio que difere das substâncias gordurosas usuais (triglicérides) pela presença de um único átomo de oxigênio ocupando uma posição única na molécula. II. Química e Alquilgliceróis Isolamento e Síntese Os alquilgliceróis foram descobertos por Tsujimoto e Toyama em 1922 (1). Em 1926, Weidemann (2) relatou que estas substâncias químicas eram caracterizadas pelo chamado éter-oxigênio. O vencedor do premio Nobel, Sir Robert Robinsson, foi o primeiro a sintetizar os Alquilgliceróis, em 1930. Análise Os métodos para uma análise precisa são uma pré-condição para toda pesquisa e trabalho de desenvolvimento dentro da bioquímica. Isto é verdade principalmente para os Alquilgliceróis, cujos traços devem ser procurados em todo tipo de alimento, com exceção daquelas puramente vegetarianas. As primeiras análises químicas monstraram valores duplos ou até mesmo triplos muito elevados para concentrações de Alquilgliceróis. Durante os anos de 1940 e 1950, técnicas analíticas mais apuradas foram desenvolvidas, por exemplo, cromatografia e espectrometria-de-massa. Com estes métodos os pesquisadores suecos Hallgren e Larsson estudaram a presença de Alquilgliceróis em humanos, nas vacas e em peixes elasmobrânquios, classe à qual pertencem os tubarões. Seu trabalho mais importante, publicado em 1962 (6,7) constitui a base para todo trabalho de pesquisa subseqüente com Alquilgliceróis desenvolvidas desde então. 3 Uma descoberta importante em suas análises, desenvolvida com as mais avançadas técnicas, é que o leite materno contém 10 vezes mais Alquilgliceróis que o leite de vaca. O conteúdo diário de Alquilgliceróis na produção diária de leite materno tornou-se uma espécie de padrão ótimo de dosagem que se recomenda ingerir. Outra descoberta importante foi que o óleo de fígado de tubarão também contém Alquilgliceróis metoxisubstituídos que possuem importantes qualidades biológicas. III. Efeitos medicinais e biológicos dos Alquilgliceróis Alquilgliceróis e a Função da Medula Óssea. Holmes (3) foi o primeiro a descobrir que a medula óssea contém um dos Alquilgliceróis: o álcool batyl. Mais tarde, Olof Sandler demonstrou que o álcool sintético batyl tem o mesmo efeito na produção de células vermelhas no sangue que um fração da medula óssea com uma alta concentração de álcool batyl. Embora o trabalho de Sandler tenha sido de natureza pioneira, é surpreendente que se tenha falado tão pouco sobre suas descobertas até agora. Astrid Brohult demonstrou logo no início que a leucopenia e a trombocitopenia. que são conseqüências inevitáveis da terapia por radiação, podem ser prevenidas - ou ao menos reduzida - pela ingestão de Alquilgliceróis durante o intercurso da irradiação. Johan Brouhlt recetemente desenvolveu estudos sobre os efeitos dos Alquilgliceróis na produção de granulocitose e trombocitose na medula óssea. Alquilgliceróis e Tratamento de Carcinoma do Colo Uterino Em um amplo projeto de pesquisa no Radiumhemmet em Stockholm, Astrid Brohult teve a oportunidade de mostrar que pacientes com carcinoma do colo uterino, que haviam recebido Alquilgliceróis antes do tratamento com a primeira radiação assim como durante o período de irradiação externa, tiveram um nível de sobrevivência significativamente melhor do que os pacientes que não haviam tomado Alquilgliceróis. Como o resultado da colaboração entre Astrid Brohult e Ingemar Joelsson, descobriu-se que os danos da radiação, que normalmente apareceram durante a aplicação da irradiação, podem ser reduzidos em até 60% como resultado da ingestão de Alquilgliceróis. Alquilgliceróis em Conjunto com a Terapia de Radiação A maioria dos trabalhos de pesquisa com Alquilgliceróis, durante os últimos 20 anos, compreendeu o seu uso na cura de carcinoma do colo uterino. Nos sentimos obrigados a elucidar este tópico. Faz-se necessário distinguir entre os efeitos que se seguem à administração de Alquilgliceróis somente durante o intercurso da radioterapia convencional para carcinoma e aqueles efeitos que podem ser encontrados se a administração de Alquilgliceróis começa antes do tratamento e continua através do período de terapia. 4 A leucopenia e a trombocitopenia, invariavelmente ocorrem durante o intercurso da irradiação. Estas alterações nas proporções relativas das células do sangue podem ser neutralizadas pela ingestão de Alquilgliceróis, mesmo se tomados durante o intercurso do tratamento. Além disso, os efeitos colaterais "puros" da radiação-induzida ocorrem numa freqüência estatisticamente mais baixa, podendo a redução alcançar no máximo 60%. Muito importante - e até certo ponto inesperado- resultados já foram atingidos, entretanto, quando Alquilgliceróis foram tomados no período antes do início da terapia radioativa. Mesmo se tomados por um período curto como 5-7 dias, os estágios mais avançados (estágio IIB - IV) do tumor regrediram a estágios menos avançados antes mesmo da radioterapia. Isto é de fato um tipo de efeito sobre o crescimento do tumor e sua propagação. O mesmo efeito de Alquilgliceróis tem sido demonstrado em estudos experimentais nos macacos em ambiente laboratorial. Em sua tese de doutorado "Alquilgliceróis e sua utilização em tratamento por radiação". Astrid Brohult demonstrou desde o início que os Alquilgliceróis eram valiosos em conjunto com o tratamento do carcinoma de Colo uterino. As mais importantes descobertas relatadas em sua tese são as seguintes: A redução do numero de corpúsculos brancos no sangue (leucopenia) analisada em conjunto com o tratamento radioativo tornou-se menos pronunciada dentro do grupo de pacientes para os quais havia sido prescrito o alquilglicerol. Quando a irradiação causou um mau funcionamento da medula óssea (relativa à produção de corpúsculos nucleados), a ingestão de alquilglicerol mudou o quadro radicalmente. a ingestão de maior quantidade de Alquilgliceróis não levou a nenhuma super produção de trombócitos. Os pacientes com carcinoma de colo uterino que foram tratados com Alquilgliceróis antes e durante o tratamento radiativo atingiram uma taxa de sobrevivência 10% melhor (como determinado 5 anos após o início da terapia) do que os pacientes em grupos de controle. Os resultados destas pesquisas foram tão encorajadores que se sentiu necessidade de continuar com estudos posteriores dos efeitos dos Alquilgliceróis na taxa de sobrevivência de pacientes com carcinoma de Colo uterino. Nestes estudos posteriores, os Alquilgliceróis foram administrados em altas taxas tais como 600mg por dia. Nos primeiros estudos, relatados acima, a dose era de 300mg/dia. Nestes extensos estudos, os efeitos benéficos nas taxas de sobrevivência e na diminuição no desenvolvimento dos danos induzidos pela radiação foram confirmados. Alquilgliceróis e Imunologia Bo Hallgren e seus colaboradores, Gunnel Stãllberg e Bernt Boeryd, descobriram os Alquilgliceróis metoxi-substituídos no óleo de fígado de tubarão e delinearam e provaram seus importantíssimo efeitos biológicos. Hallgren conseguiu sintetizar vários destes compostos metoxi-substituídos. Em conjunto com Boeryd, ele relatou, em uma série de trabalhos científicos, que os Alquilgliceróis metoxi-substituídos têm um efeito inibidor no crescimento das células do tumor in vitro e são capazes de limitar ou até mesmo impedir o crescimento e propagação de tumores em ratos de laboratórios. 5 Como os Alquilgliceróis são abundantes no organismo de animais, principalmente na medula óssea, fígado, baço e no leite materno, quisemos investigar o efeito dos Alquilgliceróis, e especialmente os compostos metoxi-substituídos, no sistema de defesa imunológica do corpo humano. Dentre os resultados nós só mencionaríamos que a imuno-reatividade foi estimulada, por uma pequena adição à dieta, de Alquilgliceróis metoxi-substituídos derivados de óleo de figado de tubarão ou produzidos sinteticamente. Quando a gama completa de Alquilgliceróis de óleo de fígado de tubarão foi utilizada, a proporção teve de ser aumentada ao redor de 3% da dieta. O estimulante efeito imuno-reativo dos Alquilgliceróis metoxi-substituídos no sangue (humoral), dependente da produção de anticorpos, foi recentemente elucidado em vários estudos experimentais conduzidos por Hallgren e Boeryd. É de grande interesse que a imunoreatividade possa também ser estimulada na descendência através do leite materno. Isto foi demonstrado em casos quando os Alquilgliceróis metoxi-substituídos foram administrados às mães durante o período da lactação. O efeito dos Alquilgliceróis metoxi-substiuídos na imunidade das células entre animais tem sido investigado através da aplicação de técnicas variadas, todas, geralmente aceitas e reconhecidas como confiáveis. Até mesmo a imunidade dos tecidos foi estimulada a um alto grau através da adição de Alquilgliceróis metoxi-substituídos à dieta. Como se pode observar, os Alquilgliceróis ingeridos com a comida normal estimulam a imuno-reatividade do corpo. Em laboratórios experimentais, também foi demonstrado que os Alquilgliceróis metoxi-substituídos tiveram um efeito definido sobre as várias espécies de bactérias, efeito este similar ao dos antibióticos. O efeito do antibiótico e seu grau são similares àqueles vistos em conexão ao uso do nitrofurantoin. As substâncias também têm um efeito inibidor e até mesmo exterminador em fungos, especialmente o fungo que ataca a pele. Relação entre os Efeitos dos Alquilgliceróis em Tumores e no Sistema Imunológico Em procedimentos clínicos, assim como experiências com animais, com vários tumores transplantados ou quimicamente induzidos, os Alquilgliceróis demonstram que inibem o crescimento e disseminação dos tumores. Até mesmo em experiências "in vitro" com culturas de células, os Alquilgliceróis têm um efeito tumoricida muito bem documentado. É realmente muito interessante notar que, uma substância, mostre ser efetiva em conjunto com a ingestão de comida, e possua potências estimuladoras de imunoreatividade e inibição-tumoral. Em adição aos Alquilgliceróis metoxi-substituídos, isto tem sido mostrado por substâncias químicas muito similares que têm sido estudadas no Instituto Max-Planck de Imunologia em Freiburg. Estas substâncias estão também sendo utilizadas no Departamento de Hematologia e Oncologia em Munique. As células tumorais são conhecidas por ter um baixo conteúdo de enzimas quebradoras de éter. Consequentemente, os Alquilgliceróis (composto por éter) podem ser incorporados à parede da célula tumoral junto com os fosfolípidios. O organismo possui células do sistema de defesa encarregadas de destruir as células tumorais. Estas células chamadas marcrófagos pentramnas paredes das artérias e atacam as células com tumores nos tecidos. Os macrófagos, que possuem um alto conteúdo de enzimas quebradores de éter 6 podem destruir a membrana da células e matar o tumor, graças a presença, na parede desta célula, dos éteres (Alquilgliceróis). Ondas radioativas e substâncias radiomimétias atacam o núcleo das células tumorais, enquanto os Alquilgliceróis, de acordo com o mecanismo descrito acima, atacam a membrana da célula. Os dois mecanismos podem atuar senérgicamente e esta deve ser a real explicação para o pronunciado efeito na cura de doenças tumorais e para o aumento da taxa de sobrevida atingida no tratamento do carcinoma de cólo uterino. Não estamos sugerindo, entretanto, que o carcinoma de cólo uterino seja diferente, em nenhum aspecto de outros tumores malígnos no corpo humano. Desde 1950 tem havido um acúmulo de informações relativas aos efeitos dos Alquilgliceróis em doenças comuns tais como gripe e infecções. Mesmo doenças como asma e psoríases têm sido curadas após ser iniciada a suplementação alimentar com Alquilgliceróis. Embora não se possa tirar conclusões definitivas a partir de tais observações, as curas relatadas têm sido sob alguns aspectos memoráveis. Alguns projetos científicos estão sendo desenvolvidos na Suécia e em outros lugares a fim de aprofundar o conhecimento dos mecanismos dos efeitos medicinais e biológicos dos Alquilgliceróis. 7 1. Eleitos Bioquímicos dos álcoxiglícerois e seu uso na terapia contra o câncer ASTRID BROHULT,a JOHAN BROHULTb and SVEN BROHULTc a Radiumhemmet, Karolinska Sjukhuset, Tack, S- 104 01 Estocolmo 60 b 4º Departamento Médico, Sõdersiukhuset, Fack, S-100 64 Estocolmo 38, c Real Academia de Ciência de Engenharia, Caixa Postal 5073, S-102 42 Estocolmo, Suécia Os álcoxiglícerois aparecem em pequenas quantidades em muitos produtos naturais. Nos organismos hemopoiéticos mamíferos, eles são relativamente abundantes. Eles também ocorrem em concentrações relativamente altas no leite materno. Eles ocorrem mais abundantemente na natureza no óleo de fígado de certas espécies de tubarão. A fórmula geral para os álcoxiglíceróis é CH2OH CHOHCH2OR,onde R é uma longa cadeia alifática radical. Os álccois naturais mais comuns são o álcool saturado batyl e o álcool chimyl (com 18 e 16 átomos de carbono, respctivamente, na cadeia lateral), assim como os álcoxigliceróis álcool não saturado selachyl com 18 átomos de carbono na cadeia lateral. Os álcoxigliceróis ocorrem mais frequentemente como ésteres ácidos gordurosos. Os álcoxigliceróis têm provado ser de interesse médico. Até certo ponto eles previnem a leucopenia e a trombocitopenia. A administração de álcoxiglícerois a pacientes com câncer do colo uterino resulta em taxas de sobrevivência mais altas do que se o tratamento por radiação for levado a efeito por si só. Os álcoxigliceróis agem como fatores de crescimento: eles promovem o crescimento de lactobacilius lactis. Os efeitos saõ diferentes para diferentes álcoxigliceróis; o álcool saturado chimyl com 16 átomos de carbono na cadeia lateral proporcionou um crescimento relativamente pequeno em relação ao álcool saturado batyl com 18 átomos de carbono na cadeia lateral. A carbamoil ortithina transferase (OCT) em soro (S-OCT) sobe em conexão com radiação. Hoje já foi provado que os valores S-OCT são mais baixos quando álcoxigliceróis foram administrados profilaticamente. Nas experiências clínicas, preparados de óleo de fígado de tubarão da Groelândia têm sido utilizados. Estes óleos contêm até 50% de ésteres álcoxigliceróis. O conteúdo de diferentes álcoxigliceróis provenientes de várias fontes é mostrado na tabela 1. De acordo com análises de Hallgren e Karsson1. O número de átomos de carbono na primeira coluna refere ao componente da longa-cadeia de moléculas. O numero depois da virgula denota o numero de vínculos duplos. Tanto cadeias derivados a normais C15,C17 e C19 estão presentes. 8 Entre 1 de janeiro de 1964 e 15 de fevereiro de 1966, 849 pacientes com câncer do colo uterino (98,7% de tais casos) receberam em conexão com tratamento por radiação no Radiumhemmet. Cerca de metade dos pacientes (Grupo P) recebeu os álcoxigliceróis profilaticamente 8 dias antes do tratamento radioativo, enquanto que o restante (Grupo T) somente recebeu os durante o tratamento. A dose foi sempre de 0,6 g/dia; a duração do tratamento variou, entretanto, para os diferentes pacientes, a média sendo de 2-11 samanas. Entretanto, houve uma variação considerável no total de álcoxigliceróis ministrados. Para estudar o efeito de doses diversas, o Grupo P proflático foi classificado de acordo com seu total e dividido em dois grupos de igual tamanho: o grupo-H recebeu uma média de 95g de álcoxigliceróis e o grupo-L65g. A taxa de mortalidade dos diferentes grupos tratados foi comparada com a taxa de mortalidade dos pacientes de 1968 (Grupo C) tratados durante os quatro anos anteriores, e com 938 pacientes durantes os três anos após o período dos no Radiumhemmet. As taxas de mortalidades dos dois grupos antes e depois dos períodos foram as mesmas conhecidas até hoje. O grupo C serve de referência neste trabalho. Comparando os resultados, a mortalidade observada foi reduzida pela mortalidade normal conforme obtido no Bureau Sueco de Estatísticas para o período de 1962-1966. Todavia, a mortalidade real em câncer do colo foi diminuída. Meses após o tratamento por radiação. Fig. 1 Taxas de mortalidade (Câncer de colo uterino). X: C, grupo de controle; O:P, tratado profilaticamente com alcoxigliceróis; : H, tratados como P, mas, com dosagens maiores. Conforme mostrado na Fig. 1, a administração de alcoxigliceróis profilaticamente antes do tratamento por radiação, notadamente afetou as taxas de mortalidade. O grupo de controle C, tendo recebido tratamento por radiação somente, tem uma taxa de mortalidade de 29,6% após três anos, enquanto que o grupo P, tratado profilaticamente com alcoxigliceróis tem uma taxa de 19,6%. Se efetuada uma comparação com metade do Grupo P, que é o Grupo H, ao qual foi ministrada a mais alta dosagem de álcoxigliceróis, a diferença é ainda mais pronunciada, sendo a taxa de mortalidade de 13,7%. O Grupo L, não mostrado nesta figura, tem uma taxa de mortalidade correspondente mais alta. Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os grupos de Controle C e T que receberam os álcoxigliceróis somente 9 durante o tratamento por radiação. Todavia, para qualquer efeito a ser obtido, os álcoxigliceróis devem ser ministrados previamente ao tratamento por radiação. A fim de elucidar o mecanismos desta ação, o material foi posteriormente analisado, conforme será discutido em detalhe em outros trabalhos. 6 Por enquanto é suficiente ressaltar aqui duas observações a respeito da ação dos álcoxigliceróis: uma influência sobre o estágio de distribuição do câncer de colo uterino e o efeito da capacidade de produzir anticorpos em geral. álcoxigliceróis certos anticorpos formaram-se a um nível muito mais alto do que nos grupos que tinham recebido tratamento radiativo somente. Além disso, houve formação de mais anticorpos após a vacinação destes pacientes nos quais, mais tarde, verificou-se também umataxa de mortalidade mais baixa. Os álcoxigliceróis parecem afetar o tumor antes, assim como após o tratamento por radiação. Isto é aparente a partir de uma mudança observada na distribuição de estágios do câncer de colo no Radiumhemmet pelo período durante o qual o tratamento profilático foi efetuado, se comparado a períodos antes dele. Durante o período de tratamento profilático, um grande número de pacientes mostrou de tumores em estágios menos avançados. Esta regressão a estágios menores é significatimente relevante. O Mecanismo do efeito ainda não foi totalmente compreendido e deverá ser estudado posteriormente, o efeito possa ser resultado de uma reação imunológica como indicado abaixo. A resposta imunológica em geral parece ser melhorada através do tratamento com álcoxigliceróis. Todavia, a capacidade para formar anticorpos após vacinação pode ser influenciada, conforme observado em estudo realizado com 54 pacientes, não incluídos em quaisquer dos grupos acima, onde os pacientes foram vacinados contra typhus-parathyfus um dia antes e um dia após da implantação da radioterapia. A metade dos pacientes foi ministrado 0,3g de álcoxigliceróis por dia durante três semanas imediatamente após a primeira vacina. No grupo ao qual foram ministrados os 10 IV. REGRESSÃO DO CRESCIMENTO DE TUMORES APÓS A ADMINISTRAÇÃO DE ALCOXIGLICERÓIS Astrid Brohult, Johan brohult e Sven Brohult Do Radiumhemmet, Karolinska sjukhuset, Estocolmo 60. Departamento Médico , Sõdersjukhuset, Estocolmo 38, e da real Academia de Engenharia de Ciências, Estocolmo, Suécia. Abstrato. A rgressão de crescimento de um tumor é notada quando Alcoxigliceróis são administrados antes do tratamento com radiação em pacientes portadores de câncer do colo do uterino. Esta regressão foi demonstrada por um alteração no quociente entre o incidente do estágio inicial e estágios avançados. Os Alcoxigliceróis ocorrem em pequenas quantidades em muitos produtos naturais. Nos órgãos hematopoiéticos de mamíferos, principalmente na medula óssea, eles são relativamente abundantes. Eles também são encontrados em concentrações relativamente altas no leite materno. Na natureza, eles ocorrem em maior abundância no óleo de fígado de alguma espécie de tubarão (1, 8,9). A fórmula geral dos alcoxigliceróis é CH2OH CHOH CH2OR, onde R é uma longa-cadeia de radicais alifáticos. Os alcoxigliceróis têm provado ser de interesse médico (1-7). Até certo ponto eles previnem a leucopenia e a trombocitopenia. A administração de alcoxigliceróis antes, durante e após o tratamento por radiação de pacientes com câncer de colo uterino resulta em taxas de sobrevivência mais altas do que se o tratamento por radiação for efetuado sem o auxilio de Alcoxigliceróis (1,2). Além disso, os alcoxigliceróis promovem o crescimento de Lactobacillus lactis (1), a formação de anticorpos (2,4), e eles reduzem bastante (ca.50%) a freqüência de danos seguidos à terapia de radiação (5,7,40). O objetivo do presente estudo foi o de investigar a regressão no crescimento de tumores quando são administrados Alcoxigliceróis antes do tratamento por radiação em pacientes portadores de câncer do colo uterino. MATERIAIS E MÉTODOS As experiências clínicas neste estudo foram conduzidas utilizando preparações de Alcoxigliceróis provenientes do óleo de fígado de tubarão da Groelândia. O preparado, produzido por AB. Astra com o nome de AT 18, é um concentrado contendo 85% de alcoxigliceróis livres. O conteúdo de vários Alcoxigliceróis provenientes de uma variedade de fonte é fornecido na tabela 1. Os Alcoxigliceróis foram administrados oralmente em cápsulas, 2 cápsulas 3 vezes ao dia, cada cápsula contendo 0,1g de Alcoxigliceróis. A dose total diária foi de 0,6g. O procedimento prático foi o seguinte:imediatamente após o recebimento da carta de referência, foi informada ao paciente a data de início da radioterapia e ao mesmo tempo foi entregue um pacote contendo os Alcoxigliceróis e as informações relativas à dosagem. 11 Análises de acordo com Halllgren & Larsson (2,3). O numero de átomos de carbono na primeira coluna refere-se ao componente de cadeia-longa da molécula. O numero após a vírgula denota o numero de ligações duplas. a Tanto cadeias divididas quanto cadeias normais C15, C17 e C19 estão presentes. Tabela II. Definições de estágios clínicos E: Estágios Iniciais Estágio I Carcinoma estritamente confinado ao colo. Estágio IA Casos de início de invasão do estroma. Estágio IB Todos outros casos de estágio|. Estágio IIA A carcinoma se estende atrás do colo, mas não atingiu as paredes pélvicas. O carcinoma envolve a vagina, mas o terço inferior. Não há envolvimento parametrial. A: Estágios Avançados Estagio IIB O carcinoma se estende atrás do colo, mas não atingiu a parede pélvica. O carcinoma envolve a vagina, mas o terço inferior. Envolvimento parametrial. 12 Estágio III O carcinoma estende-se às paredes pélvicas. Ao exame retal, não existe espaço livre de câncer entre o tumor e a parede pélvica O tumor envolve o terço inferior da vagina. Estágio IV O carcinoma estende-se atrás da pélvis ou envolveu a mucosa da bexiga ou do reto. Definições de acordo com a FIGO(Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia) No início da radioterapia, o período de medicação e a previsão de administração foi anotada no relato de caso. A série total de casos com carcinoma invasivo de colo uterino, tratados no Departamento de Ginecologia, Radiumhemmet, Estolcomo, durante o período de 1958-1975, foram subsequentemente revisados. Os pacientes compreendiam todos os estágios (Tabela||) e foram alocados aos seguintes grupos: GRUPO I Aqueles que aderiram ao esquema de medicação profilática com Alcoxigliceróis,i.e., tomaramAlcoxigliceróis por 7 dias antes do início da radioterapia, durante o tratamento por radiação, e por 1-3 meses após completar a terapia. Período 1. De 1/10/1964 a 15/02/1966, a maioria dos casos (458) tomou Alcoxigliceróis profilaticamente. Período 2. Um estudo duplo-cego compreendendo 137 pacientes foi conduzido de 1970- 1973. Este é o segundo grupo profilático. Período 3. Durante os anos 1973-1975, cada segundo paciente tomou Alcoxigliceróis "profilaticamente” (245). Os casos foram escolhidos ao acaso. Grupo II O grupo II compreendeu todos aqueles que realizaram radioterapia sem qualquer administração profilática de Alcoxigliceróis, i.e., pacientes que não receberam Alcoxigliceróis antes do tratamento por radiação. RESULTADOS A distribuição de acordo com estágios clínicos é feita para todos os pacientes durante o período de 1958 - 1975 nas Tabelas III A e B. Os Pacientes na tabela II A não receberam qualquer administração profilática de Alcoxigliceróis, enquanto aqueles mencionados na Tabela III B receberam tal medicação profilática. A situação de invasão prematura (estágio I A), não foi claramente definida durante os anos 50, e durante os anos 60 o percentual de I A variou muito mais que para outros estágios que mostram uma distribuição mais ou menos constante. (Tabelas III e IV). De maneira a obter uma comparação mais correta entre diferentes grupos de pacientes, o estágio IA foi excluído nas Tabelas IV A e B. Quando se comparam os números nas Tabelas III e IV, uma mudança nos estágios iniciais é observado para o grupo profilático, tanto quando todos os estágios são incluídos como quando o estágio IA é excluído. 13 Tabela III. Distribuição de acordo com os estágios clínicos (1959-1975): Todos os estágios1 Tabela IV. Distribuição de acordo com estágios clínicos (1958-1975): Estágio I A excluído 1 O estágio foi determinado no início da radioterapia 14 Tabela V A. Diminuição em estágios avançados após administração profilática de Alcoxigliceróis (todos os estágios). Para uma avaliação numérica do grupo seguindo a administração profilática de Alcoxigliceróis é conveniente subdividir os estágios em estágios avançados: A= estágio IIB e mais alto e estágios iniciais, E=IIA e mais baixos. Baseados em palpação bi-manual, o relatório de pacientes do GRUPO A ou E é feito com um alto nível de precisão, embora a diferenciação entre outros estágios freqüentemente apresente dificuldades. A distribuição de A e E (E1=IA+IB=IIA e E2=IB+IIA) para os diferentes grupos é fornecido na Tabela V. A diminuição nos estágios avançados (D) após administração profilática é estatisticamente significante (P<0.0001). O porcentual de estágios iniciais e avançados é fornecido para cada ano durante 1958-75 (Tabela VI). Nenhuma alteração sistemática com tempo é notada para os anos quando os pacientes foram tratados com radioterapia, mas não receberam Alcoxigliceróis profilaticamente. Uma troca em favor aos estágios iniciais ocorre, entretanto, para os períodos 1,2,3 (administração profilática de Alcoxigliceróis). 15 Comentários A regressão de crescimento do tumor, demonstrada por uma alteração no quociente entre estágios iniciais e avançados, é observada como conseqüência da administração de alcoxigliceróis antes do tratamento por radiação. É importante mencionar que esta regressão é devida a uma substancia natural não toxica encontrada no corpo humano (1). Além disso, o incidente de efeitos colaterais advindos da terapia por radiação é marcadamente reduzido pela administração de Alcoxigliceróis. Efeitos colaterais complexos (devido a danos da radiaçãocombinados ao crescimento do tumor) são reduzidos à cerca de 1/3 em um grupo recebendo Alcoxigliceróis em administração profilática. Uma análise mais detalhada do efeito dos Alcoxigliceróis nos danos colaterais inicidentes foi publicada (7). A regressão do crescimento do tumor a e diminuição de efeitos colaterais devidos radioterapia influenciam a taxa de sobrevivência. Esta dependência será discutida em trabalho em separado (6). É evidente que existem perspectiva de melhorar o efeito da terapia com Alcoxigliceróis. Sete dias de administração profilática resultam em uma redução pronunciada dos estágios avançados, 12-13% (30%se a diminuição é relacionada ao numero de pacientes com estágios avançados, Tabela V). Seria conveniente executar algumas tentativas clínicas com um grupo de pacientes recebendo administração profilática de Alcoxigliceróis durante 2-3 semanas. Além disso, algumas observações indicam que a administração prolongada de Alcoxigliceróis após radioterapia poderia ser de grande valor. Agradecimentos Este trabalho foi sustentado graças à Fundação Knut e Alice Wallenberg e graças à Fundação Sven e Dagmar Salén. Queremos agradecer ao Prof. H.L. Kottmeier e Dr. B. Tjemberg, ex diretor e atual diretor do Departamento de Ginecologia do Radiumhemmet, Estocolmo, pelas valiosas discussões. Nossos agradecimentos são dirigidos também ao Prof. Ingemar Joelsson por seu criticismo estimulante e seus conselhos. 16 Tabela VI. Distribuição de estágios iniciais e avançados (1958-75) Referências 1. Brohult, A: Alcoxigliceróis e seu use em tratamento por radiação. Acta Radio. Suppl. 223, 1963. 2. Brohult, A, Brohult, J.& Brohult S: Efeitos Bioquímicos dos Alcoxigliceróis e seu uso na terapia do câncer. Acta Chem. Scand. 24:730,1970. 17 3. Brohult A, Brohult, J & Brohult, S: Efeitos dos Alcoxigliceroís no soro carbamoyltranferase em relação com o tratamento por radiação. Experientia 28: 146,1972. 4. Brohult A, Brohult, J & Brohult, S: Efeitos da irradiação e tratamento com Alcoxigliceróis na formação de anticorpos após vacinação Salmonela. Experientia 28: 954,1972. 5. Brohult, A, Brohult, J & Brohult, S: Efeitos dos Alcoxigliceróis na freqüência dos efeitos colaterais seguidos à terapia por radiação. Experientia 29:81, 1973. 6. Brohult, A, Brohult, J & Brohult,S: Alcoxigliceróis na terapia contra o câncer. A ser publicado. 7. Brohult, A, Brohult, J & Brohult, S. & Joelsson, I: Efeito dos Alcoxigliceróis devido terapia por radiação para carcinoma do colo uterino. Acta Obste. Gynecol. Scand. 4: 441, 1977. 8. Hallgren, B. & Larsson, S.: Os éteres gliceróis nos óleos de fígado de peixes elasmobrânquios. J Lipid Res 3:31,1962. 9. Hallfren, B. & Larsson, S.: Os éteres gliceróis no homem e na vaca. J Lipid Res 3:39,1962. 10. Joelsson, I.: Radioterapia de carcinoma de colo uterino com foco especial em irradiação externa. Acta Radiol. Suppl. 302,1970. Submetido para publicação em 16 de maio de 1977. Astrid Brohult Radiumhemmet Karolinska sjukhuset Estocolmo 60 Suécia V. Alcoxigliceróis e seu uso em tratamento Radioativo Méd. Dr. Astrid Brohult Sumário 1. Os ALCOXIGLICERÓIS previnem, até certo ponto, a leucopenia e a trombocitopenia. Este efeito tem sido demonstrado de duas maneiras: A diminuição de glóbulos brancos e as trombocitoses que normalmente ocorrem durante o tratamento por radiação são menos pronunciadas se os ALCOXIGLICERÓIS foram administrados durante este tratamento. Se os glóbulos brancos ou a contagem de trombócitos estiver baixo devido à irradiação ou a alguma química terapêutica, é possível aumentar o número destas células da administração de ALCOXIGLICERÓIS. Em experimentos com ratos submetidos à radiação, foi demonstrado que os ALCOXIGLICERÓIS ou seus ésteres inibem, até certo ponto, a diminuição tanto de megacariócitos quanto de células nucleares na medula óssea, o que em geral ocorre após irradiação. A diminuição de megacariócitos é prevenida mais pelo álcool selachyl do que pelo álcool batyl. Tanto para os álcoois liberados quanto para os éteres, o efeito estava relacionado à quantidade administrada; a diminuição ocorreu acima de uma dosagem ótima. Os Alcoxigliceróis não só tem um efeito na medula óssea, mas também influenciam o crescimento de ratos. Quando ratos irradiados foram profilaticamente tratados com Alcoxigliceróis o aumento de peso foi maior do que de controle irradiado, que não recebeu tal tratamento. Como no caso dos megacariócitos, o 18 aumento do peso estava diretamente relacionado à quantidade administrada e a diminuição foi obtida acima de uma dosagem ótima. O álcool batyl tem um maior efeito no crescimento de ratos do que o álcool selachyl. O dano causado por radiomiméticos é também balanceado, até certo ponto, pelos Alcoxigliceróis. Os Alcoxigliceróis promovem o crescimento de Lactobacilos. O efeito de promoção-docrescimento de Lactobacilos é maior para o álcool batyl, seguido pelo álcool selachyl e álcool chimyl. Os tempos de sobrevivência para um grupo de 350 pacientes sofrendo de câncer de colo uterino aumentou com a quantidade total de Alcoxigliceróis administrados durante o tratamento por radiação. O aumento é observado para 1 ano e 5 anos de sobrevivência. Re-editado de AVANÇOS NA RADIOBIOLOGIA VI. Ésteres Alcoxigliceróis em Tratamento de Irradiação ASTRID BROHULT Radiumhemmet, Estocolmo, Suécia. Os efeitos dos ALCOXIGLICERÓIS e ésteres-alcoxigliceróis obtidos da medula óssea e óleo de fígado de tubarão, respectivamente, têm sido estudados em casos de leucopenia causada por irradiação. A preparação também tem sido testada em trombocitopenia. Experiências com éteres-alcoxigliceróis em leucemia estão em andamento. Uma comunicação preliminar foi publicada em Nature (Brohult e Holmberg, 1954). Simultaneamente, mas independentemente, Edlund (1954) obteve um efeito protetor benéfico, em ratos sujeitos à irradiação utilizando álcool batyl sintético. Em 1952, experiências foram iniciadas em casos de crianças com leucemia, em cooperação com Holmberg, utilizando gordura não saponificável de medula óssea de gato. Partindo da premissa de que componente ativo desta fração não saponifícavel consistia de alcoxigliceróis, principalmente de álcool batyl, preparados contendo tanto álcool batyl quanto outros alcoxigliceróis foram então para tratamentos. Com base na experiência obtida com esta conexão, iniciaram-se experiências para tratamento de irradiação. A idéia de administrar extratos de tecidos de formação sangüínea em perturbações do sangue não é nova. Em 1930, Watkins (Watkins e Giffin, 1933) pela primeira vez reportou relatórios promissores advindos da administração oral de medula óssea de gado em granulocitopenia. Entretanto, provou-se que a medicação era compatível porque a medula tinha que ser administrada em quantidade tão grandes que provoca perturbações digestivas. Marberg e Willes (1937 e 1938) demonstraram que o mesmo efeito no sangue.Poderia ser obtido utilizando somente 2% da medula óssea.Holmes et al. (1941) descobriram que o álcool batyl é um componente desta fração. Sandler (1949) publicou um trabalho sobre o efeito estimulante no sangue tanto da gordura da medula óssea não saponificável quanto do álcool batyl puro. Em todas as fontes naturais de Alcoxigliceróis são encontrados ésteres com ácidos gordurosos. Na medula óssea cerca de 2% da gordura do tecido gelatinoso e cerca de O- 6% do tecido esponjoso consistem de ésteres Alcoxigliceróis. Os alcoxigliceróis têm a seguinte fórmula básica: 19 R - OCH2 - CHOH - CH2OH Os álcoois comunente encontrados são: álcool batyl, álcool chimyl e álcool selachyl (Fig.1). A porção principal dos Alcoxigliceróis da medula óssea consistem de álcool batyl (aproximadamente 60%). Investigações não publicadas por Holmberg provam que os éteres Alcoxigliceróis estão presentes em muitos tipos de gorduras humanas e animais. Além de estarem presentes na medula óssea, eles também são encontrados em por exemplo, no braço, fígado e células vermelhas. CH2OH CHOH ALCOXIGLICERÓIS CH2. O.R R = (CH2)15.CH3 = (CH2)17.CH3 = (CH2)8CH = CH.(CH2)7.CH3 álcool chimyl álcool batyl álcool selachyl ALCOXIGLICERÓIS Na medula óssea No óleo de fígado de tubarão 0.2-0.7% 16-17% 0.6-2% 46-50%)] ? 5 Aprox. 60 43 álcool selachyl ? 52 álcoois poli-saturados ? <1 (como duplo ésteres Distribuição: álcool chimyl álcool batyl FIG. 1: Os alcoxigliceróis e sua distribuição Quando se provou ser difícil obter quantidades suficientes da preparação concentrada a partir da medula óssea, dois métodos foram experimentados: tentar uma preparação sintética ou encontrar outra fonte de alcoxigliceróis. Grandes quantidades de Alcoxigliceróis são encontradas em algums tubarões. Por exemplo, o óleo de fígado do Somniosus microcephalus, tubarão da Groelândia, contém até 50% de ésteres alcoxigliceróis. As proporções aproximadas dos componentes de alcoxigliceróis são: álcool selachyl 52%, álcool batyl 43% e álcool chimyl 5% Os 20 alcoxigliceróis são esterificados principalmente com ácidos gordurosos não saturados. Até este ponto, este foi o tipo de óleo de fígado de tubarão 40-50% utilizado nas pesquisas. Mais tarde foi possível encontrar um concentrado produtivo praticamente puro de ésteres alcoxigliceróis (95%). A preparação foi administrada oralmente na forma de tabletes cobertos com açúcar, cápsulas ou como uma emulsão, a dosagem sendo de 1-2g. de óleo por dia para adultos. Os ésteres alcoxigliceróis foram ministrados a cerca de 100 pacientes sofrendo de leucopenia por irradiação. Destes , 75% respondeu com um aumento de contagem de leucócitos, a despeito da continuídade do tratamento com irradiação. Em 15% dos casos o nível de leucócitos foi establizado e somente 10% dos casos indicou uma diminuição posterior. Os ésteres alcoxigliceróis foram ministrados a uma enfermeira que havia sido exposto durante o trabalho ao radium, e que, por mais de um ano apresentava ema contagem de leucócitos de aproximadamente 2,000. Após 3 dias de tratamento a contagem aumentou para 3,600. Este nível foi mantido por mais de um ano em 5 tratamentos, sendo os períodos de tratamentos de 3-5 dias de duração (Fig.2) Fig.2 A contagem de glóbulos brancos da enfermeira, antes e após a administração de ésteres alcoxigliceróis. Para se obter resultados comparáveis diretos de casos tratados e não tratados, os ésteres alcoxigliceróis foram ministrados a pacientes sofrendo de câncer de colo uterino. Estes pacientes fazem parte do maior grupo homogêneo de casos de tratamento por irradiação no Radiumhemmet eles são tratados por duas séries de aplicações de radium dentro da cavidade, nas quais os cilindros de radium são introduzidos dentro do corpo colocados contra o colo. Os tratamentos são levados a efeito em intervalos de cerca de três semanas. Após mais 3 semanas, o tratamento por Raio-X é ministrado por 3-4 semanas. Os ésteres alcoxigliceróis foram ministrados a cada segundo pacientes, todos os dias durante o tratamento. Cada caso alternado foi utilizado como controle e 125 casos de cada espécie foram estudados e acompanhados por exames de sangue. Os resultados estão resumidos na figura 3. 21 A contagem inicial de leucócitos para ambos os grupos estava na faixa de 6,000. Os controles, no início do tratamento por Raio-X, tiveram uma contagem de células brancas (Vf de 4, 000, o valor correspondente para o grupo que tinha recebido ésteres alcoxigliceróis é 4,700. A contagem de células brancas ao final do tratamento (VS) é de 3,200 para o grupo de controle e 3,900 para os grupos tratado profilaticamente. O significado do valor do númerode células brancas durante o tratamento com Raio-X (VM) é 3,450 para o grupo de controle e 4.000 para o grupo que recebeu ésteres Alcoxicliceróis. A diferença entre os dois grupos é altamente significativa. (P = 0.0001). Fig. 3 Câncer de colo uterino: contagem de células o tratamento por radiação. 22 Fig. 4. Contagem de células (Vm) em função do total de óleo tomado. Vm: Valor do número de glóbulos brancos durante todo o tratamento de Raio-X. Conforme já demonstrado, essas médias são para todos os casos. Se o grupo "profolático" for subdividido de acordo com os valores de alcoxigliceróis administrados, uma correlação entre efeito e dosagem torna-se aparente. Isto é mostrado pela linha pontilhada. Parece haver uma dosagem ótima durante o período de tratamento com Raio-X, chegando a 1.2g de óleo por dia. Com esta dosagem, o VM é de 4,650. Doses muito altas ou muito baixas dão comoconseqüência valores mais baixos que 2.5g. parecem produzir uma contagem mais baixa do que os grupos de controle (Fig.4). 23 Fig.5 Contagem de glóbulos brancos (VS) em função do total de óleo administrado. VS: Valor do número de células brancas ao final do tratamento com Raio-X. Exatamente a mesma relação será também encontrada se a contagem do sangue, ao final do tratamento com Raio-X (VS), for delineada contra o total de óleo ingerido (Fig.5). Em relação á média do número absoluto de linfólitos durante o tratamento por radiação, a dose ótima de óleo parece ser a mesma. A média de contagem de trombócitos durante o tratamento por Raio-X a esta dose ótima é 190,000 e a figura correspondente para os controles é 155,000 (Fig.6). Não foi possível demonstrar qualquer efeito definido nos eritrócitos. Os resultados variaram um pouco com diferentes preparados de ésteres alcoxigliceróis. Os efeitos produzidos pela preparação concentrada são mais baixos do que o esperado e não podemos, neste estágio de nossas investigações, decidir se a atividade é devida ao complexo total de ésteres alcoxigliceróis contidos no óleo de fígado de tubarão, ou a algum ésteres álcoxiglicerol especial ou até mesmo a algum componente do óleo ainda não conhecido. 24 Esperamos que as experiências em andamento com alcoxigliceróis puros e ésteres Alcoxigliceróis forneçam mais informações sobre o princípio ativo. Fig. 6. Contagem de Trombócitos (TM) em função do total de óleo ingerido. TM: Valor do número de trombócitos durante todo o tratamento com Raio-X. O tempo decorrido não foi suficiente para se ter certeza de que os ésteres alcoxigliceróis influenciam a eficácia da terapia por radiação, mas tudo indica de que o efeito colateral da radiação nos tumores é sem dúvida reduzida. Mais ainda, em alguns casos é possível, administrando o óleo, continuar o tratamento por radiação em pacientes, cujo quadro sanguíneo, tornaria impossível fazê-lo. Agradecimetos Estas pesquisas foram conduzidas graças à Socieddade do Câncer da Suécia e Sociedade do Câncer de Estocolmo; e a ajuda valiosa do Laboratório Forksnings LKB e A/B Kabi, Estocolmo. O autor está em grande débito com o Professor Sven Hultberd e Dr. Hans-Ludwig Kottmeier por sua ajuda e interesse. 25 (Re-editado a partir de Nature, Vol. 193, No. 4822 p 1304 somente, 31 de Março de 1962). Alcoxigliceróis em Tratamento por Irradiação Já foi demonstrado anteriormente que os ésteres alcoxigliceróis previnem, até certo ponto, leucopenia e trombocitopeniavii. Durante os anos de 1955-56, cerca de 300 pacientes sofrendo de câncer do colo uterino, receberam ésteres alcoxigliceróis por todo o período de tratamento com radium e Raio-X. As contagens de células brancas e trombócitos foram mais altas para o "grupo profilático", ou seja, paciêntes tratados com ésteres alcoxigliceróis, do que para o de controle, o grupo tratado com irradiação somente, ambos durante o tratamento e após seu término. Experiências posterioresvii em ratos irradiados evidenciam que os alcoxigliceróis e seus ésteres inibem, até certo ponto, a diminuição de megacariócitos e de células nucleadas na medula óssea. Os alcoxigliceróis, então, parecem agir como um agente protetor da medula óssea. Finalmenteix , descobriu-se que os alcoxigliceróis promovem o crescimento de ratos e que eles agem como substâncias estimuladoras do crescimento para Lactobacilos. Para o grande grupo de pacientes sofrendo de câncer do colo uterino, para a qual alcoxgliceróis foram administrados durante a terapia por radiação, 5-6 anos já se passaram. Então, é possível fazer um comparação entre os tempos de sobrevivência para o grupo tratado com alcoxigliceróis e para o grupo tratado com radiação somente. Tabela. 1 PACIENTE PORTADOR DE CÂNCER DO COLO UTERINO TRATADOS EM 1955 E 1956 (ÉSTERES ALCOXIGLICERÓIS MINISTRADOS AO "GRUPO PROFILÁTICO") Total de Pacientes Grupo profilático Estágio I Grupo de controle Grupo Profilático Estágio IIA Estágios IIA e IIB % 66 64 97-0 59 89-4 120 118 98-3 100 83-3 83 94-3 66 75-0 123 93-2 79 59-8 85 72 84-7 49 57-6 Grupo de controle 135 111 82-2 56 41-5 Grupo profilático 173 155 89-6 115 66-5 Grupo de controle 267 234 87-6 135 50-6 37 27 73-0 9 24-3 106 67 63-2 26 24-5 (50-0) 2 (25-0) 34-4 4 12-5 Grupo de controle Grupo profilático Estágio IV Nº 88 Grupo profilático Estágio III % Nº 5 anos sobrevivência 132 Grupo de controle Grupo profilático Estágio IIB 1 ano sobrevivência Grupo de controle 8 4 32 11 A Tabela 1 mostra números de 1 a 5 anos de sobrevivência. Os pacientes são agrupados em estágios I-IV, sendo o mais grave o IV. O tempo de sobrevivência para o grupo de controle está de acordo com os resultados citados no trabalho x. A tabela 1 mostra que particulamente para o estágio II o tempo de sobrevivência é notavelmente mais longo para o grupo tratado do que para o grupo de controle. 26 Karolinska Sjukhuset, Radiumhemmet, Estocolmo 60. Trabalho apresentado em simpósio realizado em Svenska Lakaresãllskapet em Estocolmo, Suécia, em 4 de setembro de 1986 por Dr. JAYME E.F. WERNECK, Avenida João Pinheiro 650#401 Belo Horizonte, MG 30. 130 Brasil Li sobre o Ecomer pela primeira vez em 1963, quando minha própria filha de 16 anos de idade, estava sendo tratada de um linfoma. As coisas então eram muito diferentes do que hoje são. Pouco tempo depois, eu tive a oportunidade de auxiliar um colega que tinha uma paciente com uma severa leucopenia, menos de 100 células por cmm durante o intercurso da quimioterapia: em 5 dias Ecomer trouxe o quadro sanguíneo quase que ao nível normal. Se administração foi efetuada por meio de gotas. Desde então, através da gentileza do Prof. Brohult, eu tenho recebido um suprimento generoso destas preparações, o que me permitiu tratar muitos outros pacientes sob tratamento radio e quimioterápico e, como os resultados observados nestes casos estavam se tornando conhecidos por um número cada vez maior de médicos, os pedidos para novos suprimentos começaram a crescer rapidamente, tanto dirigidos a mim como à Dr. Astrid Brohult. Em virtude disto, estou apto a confirmar que em meu país um grande número de pacientes foi beneficiado por esta preparação preciosa. Um dos casos mais surpreendentes foi o do neto de minha irmã, que em 1976, com a idade de 16 anos, teve um diagnóstico de linfático difuso. O Ecomer foi ministrado do início da irradiação, que foi conduzida através de acelerador linear, durante 5 meses. Somente uma vez a contagem de leucócitos caiu para 2,500por cmm quando se julgou necessário interromper o tratamento por duas semanas. A tolerância do rapaz à irradiação (principalmente apetite e perda de cabelos) demonstrou ser bem melhor do que a de outros pacientes com o mesmo tipo de tratamento. A administração de Ecomer continuou por um ano após o final do tratamento. Hoje, passados 10 anos, ele não tem traços de doença, tem capacidade total para o trabalho e até se casou. M.A>B., uma dona-de-casade 45 anos teve um tumor no seio em 1979. Após a remoção do nódulo e dissecção axilar, o relatório patológico foi de carcinoma mamário (medocarcionoma) com metástase em todas as glândulas removidas. Ela foi submetida à quimioterapia e radioterapia, durante as quais recebeu Ecomer regularmente e levou uma vida normal. Nenhum efeito-colateral, nenhuma alteração no sangue. Até hoje, não existem evidências da doença. A.F.S.F., uma dona-de-casa de 74 anos submetida à nefrotomia direta, com remoção do ureter devido a carcinoma do ureter, em 1980. Ela vive no interior , a 200 milhas da cidade, e alguém de sua família viajou regulamente à cidade para buscar o ecomer quando necessário. A terapia do cobalto, pós-operatória, foi bem tolerada, sem efeitos colaterais. Ela esta viva e bem, com 86 anos. N.U.C., uma dona-de-casa de 37anos, sofreu uma mastectomia bilateral, sob o diagnóstico de tumor nos seios. Após a cirurgia, ela submeteu-se ao cobalto e quimioterapia 27