UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI - UFVJM INAÊ MARIÊ DE ARAÚJO SILVA EFEITO DO DÉFICIT HÍDRICO SOBRE A EXPRESSÃO GÊNICA E MORFOFISIOLOGIA EM Eucalyptus spp. DIAMANTINA – MG 2013 INAÊ MARIÊ DE ARAÚJO SILVA EFEITO DO DÉFICIT HÍDRICO SOBRE A EXPRESSÃO GÊNICA E MORFOFISIOLOGIA EM Eucalyptus spp. Dissertação apresentada à Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como parte das exigências do programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, área de concentração Ciência Florestal, para obtenção do título de “Mestre”. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Luiz de Laia - UFVJM DIAMANTINA – MG 2013 EFEITO DO DÉFICIT HÍDRICO SOBRE A EXPRESSÃO GÊNICA E MORFOFISIOLOGIA EM Eucalyptus spp. INAÊ MARIÊ DE ARAÚJO SILVA Dissertação apresentada à Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como parte das exigências do programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, área de concentração Ciência Florestal, para obtenção do título de “Mestre”. APROVADA em 02 de agosto de 2013 Dr. Edival Ângelo Valverde Zauza – SUZANO Prof. Dr. Israel Marinho Pereira – UFVJM Profª. Drª. Miranda Titon – UFVJM Prof. Dr. Marcelo Luiz de Laia – UFVJM Presidente DIAMANTINA – MG 2013 Ao meu senhor Jesus Cristo, que na figura da minha familia e amigos me proporcionou o amor verdadeiro! Dedico Aos meus queridos pais Anselmo e Diva, A minha irmã Morgana, A minha vovó Joaninha e ao meu bem Rodrigo. Ofereço AGRADECIMENTOS Agradeço sobretudo a DEUS, que traçou o meu caminho de Sergipe a Minhas Gerais, me concedendo todos os dias o livre arbítrio de poder voltar. E novamente a ELE, pela vida e exatamente por tudo, eu agradeço. A minha mainha Diva e meu painho Anselmo, pela crença em mim, pelo amor incondicional, pela paciência e espera, pelo colo e aconchego. A meu anjo Morgana, que em forma de gente veio me proteger nesse mundo. A minha vovó Joaninha, que mesmo com a memória longe me conserva no seu coração. A meu vovô Raimundo, que lá do céu vigia meus passos. Ao meu amor Rodrigo, meu amigo, companheiro, incentivador, meu grande bem. Ao meu grande amigo Michael, pela amizade abençoada e pela ajuda imensurável. A meu velho amigo Audenis, pelo grande auxílio e incentivo. As minhas companheiras de labuta, Kamilla e Marcele, pelas angústias e gargalhadas compartilhadas no viveiro e laboratório. A Ana Flávia que me auxíliou como ninguém. Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, por ter me acolhido e me dado os fundamentos necessários para que eu pudesse me tornar uma Mestra. Agradeço a CAPES pelo fomento a minha pesquisa através da bolsa de auxílio à pesquisa, a qual foi fundamental para que a minha dedicação fosse exclusivamente do meu mestrado. Ao meu orientador Marcelo Laia, pela confiança depositada, dedicação no enriquecimento de meus conhecimentos e exemplo profissional. E por fim, a todos aqueles que lá na betoneira ou mesmo em pensamento, contribuíram para a realização de mais este sonho, proporcionando a mim a sensação de mais uma missão cumprida. MUITO OBRIGADA!!!!! i SUMÁRIO Página LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................iii LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. vi RESUMO.................................................................................................................................vii ABSTRACT ...........................................................................................................................viii 1 INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................................................... 1 CAPÍTULO 1: Comportamento morfofisiológico de dois clones de Eucalyptus spp. sob déficit hídrico ............................................................................................................................ 6 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 6 2 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 12 2.1 Época e ambiente experimental ..................................................................................... 12 2.2 Material vegetal, recipientes e substratos utilizados ..................................................... 12 2.3 Aplicação dos tratamentos e delineamento estatístico .................................................. 14 2.4 Características avaliadas ................................................................................................ 15 2.4.1 Características morfológicas ...................................................................................... 15 2.4.2 Características ecofisiológicas ................................................................................... 17 2.5 3 Análises estatísticas ....................................................................................................... 20 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 21 3.1 Sintomatologia ............................................................................................................... 21 3.2 Características morfológicas ......................................................................................... 22 3.2.1 Altura das plantas e diâmetro de coleto ..................................................................... 22 3.2.2 Matéria seca, relação matéria seca raiz/parte aérea e razão da massa foliar .......... 26 3.2.3 Área foliar, área foliar específica e razão de área foliar ........................................... 32 3.3 Características ecofisiológicas ....................................................................................... 38 3.3.1 Condutância estomática e transpiração..................................................................... 38 3.3.2 Fotossíntese e concentração interna de CO2 ............................................................. 41 3.3.3 Eficiência no uso da água .......................................................................................... 45 3.3.4 Temperatura foliar...................................................................................................... 47 3.3.5 Índice de clorofila total .............................................................................................. 48 3.3.6 Variáveis da clorofila a .............................................................................................. 51 4 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 60 ii CAPÍTULO 2: Construção de uma Biblioteca Subtrativa contendo genes diferencialmente expressos em Eucalyptus spp. sob estresse hídrico ................................. 61 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 61 2 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 64 2.1 Coleta e acondicionamento do material vegetal ............................................................ 64 2.2 Extração e Purificação de RNA total ............................................................................. 64 2.2.1 Extração de RNA total ................................................................................................ 64 2.2.2 Purificação de RNA total ............................................................................................ 65 2.3 Hibridação Subtrativa Supressiva .................................................................................. 65 2.3.1 Síntese dos cDNAs tester e driver ............................................................................. 66 2.3.2 Digestão dos cDNAs com a enzima de restrição RsaI ............................................... 67 2.3.3 Ligação dos adaptadores ao cDNA tester digerido com RsaI ................................... 68 2.3.4 Hibridações ................................................................................................................. 68 2.4 3 Amplificações por PCR ................................................................................................. 69 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 71 3.1 Extração e Purificação de RNA total ............................................................................. 71 3.2 Produção da biblioteca subtrativa .................................................................................. 73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 74 APÊNDICE ............................................................................................................................. 95 APÊNDICE A.......................................................................................................................... 96 APÊNDICE B.......................................................................................................................... 97 iii LISTA DE FIGURAS Página Figura 1.1 - Mudas clonais dos genótipos 224 (Eucalyptus grandis vs. Eucalyptus urophylla) e 953 (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis) submetidas a um período de aclimatação (30 dias), em casa de sombra. ............................................................................... 13 Figura 1.2 - Visão geral do experimento após aleatorização das mudas clonais dos genótipos 224 (Eucalyptus grandis vs. Eucalyptus urophylla) e 953 (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis) e início do teste. ....................................................................................... 15 Figura 1.3 - Procedimentos para determinação da matéria seca total e de cada parte da planta. Visão geral (A). Retirada das folhas (B). Corte do caule (C). Raízes a serem lavadas (D). .... 17 Figura 1.4 - Clorofilômetro utilizado para determinação do índice de clorofila total (IFC). .. 18 Figura 1.5 - Determinação das variáveis da fluorescência da clorofila a. Fluorímetro PAM portátil (JUNIOR-PAM, Heinz Walz GmbH) (A). Obtenção das variáveis da fluorescência da clorofila a (B). .......................................................................................................................... 19 Figura 1.6 - Determinação das variáveis de trocas gasosas. Medidor portátil de fotossíntese, do tipo analisador infravermelho de gases (Infrared Gas Analyser) (IRGA) (A). Avaliação das variáveis de trocas gasosas (B). ................................................................................................ 20 Figura 1.7 - Sintomatologia verificada em mudas clonais dos genótipos 224 (Eucalyptus grandis vs. Eucalyptus urophylla) e 953 (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis) no 6° (1) e 15° (2) dias após a diferenciação dos tratamentos hídricos. Clone 224 não irrigado (A), clone 224 irrigado (B), clone 953 não irrigado (C) e clone 953 irrigado (D). .................. 22 Figura 1.8 - Média de altura de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto. Segundo o teste F, as médias diferem estatisticamente a 5% de significância. .......................................... 23 Figura 1.9 - Diâmetro de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto. Segundo o teste F, as médias diferem estatisticamente a 5% de significância............................................................ 24 Figura 1.10 - Diâmetro de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. ................................................................................................ 25 Figura 1.11 - Matéria seca total (folha, caule e raiz) de plantas jovens de eucalipto (comparação entre genótipos). Segundo o teste F, as médias diferem estatisticamente a 5% de significância. ............................................................................................................................. 27 Figura 1.12 - Matéria seca total (folha, caule e raiz) de plantas jovens de eucalipto (comparação entre regimes hídricos). Segundo o teste F, as médias diferem estatisticamente a 5% de significância. .................................................................................................................. 28 iv Figura 1.13 - Relação matéria seca de raiz e parte aérea (MSR/PA) de plantas de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. ........................................................................................... 29 Figura 1.14 - Razão de massa foliar (RMF) de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância........................ 31 Figura 1.15 - Área foliar de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. ................................................................................................ 32 Figura 1.16 - Área foliar de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância........................ 33 Figura 1.17 - Área foliar específica (AFE) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. ............................................................................................................................. 35 Figura 1.18 - Razão de área foliar (RAF) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. ............................................................................................................................. 37 Figura 1.19 - Condutância estomática (Gs) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. .................................................................................................................................... 38 Figura 1.20 - Transpiração (E) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. .... 40 Figura 1.21 - Fotossíntese (A) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. ............................................................................................................................. 41 Figura 1.22 - Concentração interna de CO2 (Ci) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. ....................................................................................................................... 43 Figura 1.23 -Eficiência no uso da água (EUA) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. ....................................................................................................................... 46 v Figura 1.24 - Temperatura foliar (T) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. .................................................................................................................................... 47 Figura 1.25 - Índice de clorofila total de plantas de clones de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. ........................................................................... 49 Figura 1.26 - Fluorescência mínima (Fo) de plantas de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. .......................................................................................... 52 Figura 1.27 -Fluorescência máxima (Fm) de plantas de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. .......................................................................................... 54 Figura 1.28- Eficiência quântica do FSII, expressa pela razão Fv/Fm, de plantas de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. ............................................... 56 Figura 1.29 - Eficiência quântica do FSII, expressa pela razão Fv/Fm, de plantas de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. ........................................................................................... 57 Figura 1.30 - Eficiência quântica do FSII, expressa pela razão Fv/Fm, de plantas de eucalipto, sob dois regimes hídricos em diferentes tempos de avaliação. ................................................ 59 Figura 2.1 - Gel de agarose 1% carregado com amostras do genótipo tolerante - clone 953 (T1, T2, T3) e do genótipo sensível - clone 224 (S1, S2, S3) para a verificação da qualidade das amostras extraídas. A primeira banda estreita corresponde ao DNA genômico e as duas bandas maiores ao centro correspondem, respectivamente, as subunidades 28S e 18S do rRNA.. ..... 72 Figura 2.2 - Gel de agarose 1% carregado com amostras do genótipo tolerante - clone 953 (T) e do genótipo sensível - clone 224 (S) para a verificação da qualidade e concentração do mRNA....................................................................................................................................... 73 vi LISTA DE TABELAS Página Tabela 2.1 - Quantificação das amostras obtidas por espectofotometria ................................. 71 Tabela 1A - Resumo da análise de variância para matéria seca de raiz (MSR), matéria seca de caule (MSC), matéria seca de folha (MSF) e matéria seca total (MST) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. ........................................................... 96 Tabela 2A - Resumo da análise de variância para relação de matéria seca raiz e parte aérea (MSR/PA), razão de massa foliar (RMF), área foliar específica (AFE) e razão de área foliar (RAF) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. .............. 96 Tabela 3A - Resumo da análise de variância para condutância estomática (Gs), transpiração (E), fotossíntese (A), concentração interna de CO2 (Ci), eficiência no uso da água (EUA) e temperatura foliar (T) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. .................................................................................................................................... 96 Tabela 1B - Valores da estatística F e valor-p para altura (H), diâmetro (D), área foliar (Af) e índice de clorofila total (Ct), fluorescência mínima (Fo), fluorescência máxima (Fm) e eficiência quântica do FSII (Fv/Fm) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. ....................................................................................................................... 97 vii RESUMO SILVA, Inaê Mariê de Araújo: Efeito do déficit hídrico sobre a expressão gênica e morfofisiologia em Eucalyptus spp., 2013. 97p. (Dissertação - Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2013. Atualmente, devido as limitações de expansão das tradicionais áreas de plantio de eucalipto, vários grupos de pesquisa têm buscado estratégias para ampliar as fronteiras florestais brasileiras. Entretanto, a baixa disponibilidade hídrica dessas regiões fronteiriças tem limitado o desenvolvimento de alguns genótipos de eucalipto. Á vista disso, objetivou-se: i) avaliar as respostas morfofisiológicas de dois genótipos de eucalipto contrastantes quanto à suas capacidades de tolerar o déficit hídrico e ii) construir uma biblioteca gênica diferencial do genótipo tolerante à seca, de maneira a possibilitar à compreensão dos mecanismos subjacentes à tolerância ao déficit hídrico do ponto de vista genético-molecular. O experimento foi conduzido, em casa de vegetação na UFVJM, em Diamantina, MG. As plantas dos dois genótipos, clones 953 (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis) e 224 (Eucalyptus grandis vs. Eucalyptus urophylla), modelo de tolerância e sensibilidade ao déficit hídrico, respectivamente, foram aclimatadas em casa de sombra, com irrigação, durante 30 dias. Após esse período, foram submetidos a dois diferentes regimes hídricos (irrigado e não irrigado), quando, então, foram avaliados, ao longo do período experimental, o crescimento em altura e diâmetro, área foliar, índice de clorofila total, variáveis da fluorescência da clorofila a, variáveis de trocas gasosas, matéria seca de todos os compartimentos da planta e suas relações derivadas (relação matéria seca raiz e parte aérea, razão de massa foliar, área foliar específica e razão de área foliar), além da sintomatologia do estresse. O experimento foi conduzido em um Delineamento Inteiramente Casualizado, em esquema fatorial 2 (genótipos) x 2 (regimes hídricos), totalizando quatro tratamentos (25 repetições cada). As análises estatísticas foram realizadas mediante análise de variância. Para o estudo da expressão gênica, concomitantemente a aplicação do estresse hídrico, folhas foram coletadas, congeladas em N2 líquido e armazenadas a - 80 °C. Em seguida, procedeu-se com as extrações e purificações do RNA total e, posterior, construção da biblioteca subtrativa. A deficiência hídrica não limitou o crescimento em altura dos genótipos estudados, embora, tenha reduzido o diâmetro e a produção de matéria seca total. As demais variáveis morfofisiológicas e todas as variáveis de trocas gasosas foram negativamente afetadas pelo déficit hídrico. O clone 224 mostrou-se menos eficiente em termos fotossintéticos e mais sensível à restrição hídrica para a maioria das variáveis analisadas. Em contrapartida, o 953 apresentou maior tolerância à falta d'água. Possivelmente, área foliar reduzida, aumentos no teor de clorofila e aparelho fotossintético mais eficiente podem ter sido determinantes nessa maior tolerância encontrada no clone 953. Essas estratégias, podem, portanto, serem alvos em programas de seleção de materiais genéticos mais tolerantes à seca. Nesse sentido, a eficiência quântica do Fotossistema II mostrou-se uma característica a ser considerada num processo de seleção para tolerância à falta d'água. A biblioteca de cDNA construída permitirá identificar quais genes estão envolvidos nesse processo de tolerância no genótipo 953. Futuramente, esses genes candidatos poderão ser transferidos para genótipos de interesse econômico, por meio de transgenia. Palavras-chave: Deficiência hídrica; eucalipto; respostas morfofisiológicas; biblioteca gênica; tolerância. __________________ * Orientador: Marcelo Luiz de Laia, Dr.- UFVJM. viii ABSTRACT SILVA, Inaê Mariê de Araújo: Effect of water stress on gene expression and morphophysiology in Eucalyptus spp., 2013. 97p. (Dissertation - Master in Forest Science) Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2013. * Currently, due to the limitations of expanding areas traditional of eucalyptus, several research groups have pursued strategies to expand the boundaries Brazilian forest. However, the low water availability of these border regions has limited the development of some genotypes of eucalyptus. Therefore, we aimed to: i) evaluate the morphological and physiological responses of two contrasting genotypes of eucalyptus as to their ability to tolerate drought and ii) build a library differential gene genotype drought tolerant, in order to enable the understanding molecular mechanisms underlying tolerance to water deficit. The experiment was conducted in a greenhouse at UFVJM in Diamantina, MG. The plants of the two genotypes, 953 clones (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis) and 224 (Eucalyptus grandis vs Eucalyptus urophylla) model of tolerance and sensitivity to water stress, respectively, were acclimated in the shade, irrigated for 30 days. After this period, underwent two different water regimes (irrigated and non-irrigated), when then were evaluated over the experimental period, the growth in height and diameter, leaf area, total chlorophyll index, chlorophyll a fluorescence variables, gas exchange variables, dry matter of all plant parts and their relations derived (shoot/root dry weight ratios, leaf weight ratio, specific leaf area and leaf area ratio) and the symptoms of stress. The experiment was conducted in a completely randomized design in a factorial 2 (genotypes) x 2 (water regimes), totaling four treatments (25 replicates each). Statistical analyzes were performed by analysis of variance. For the study of gene expression, concomitant application of water stress, leaves were collected, frozen in liquid N2 and stored at - 80 °C. Then proceeded with the extraction and purification of total RNA and subsequent construction of the subtractive library. Water stress did not limit the growth in height of the genotypes studied, although it reduced the diameter and total dry matter production. The other morphophysiological variables and all gas exchange variables were negatively affected by drought. Clone 224 was less efficient photosynthetic and more sensitive to water restriction for most variables. In contrast, the 953 was more tolerant to lack of water. Possibly, reduced leaf area, increases in chlorophyll content and photosynthetic apparatus more efficient may have been determinant to increase tolerance found in clone 953. These strategies can be targeted in selection programs of genetic materials more drought tolerant. In this sense, the quantum efficiency of Photosystem II showed a characteristic to be considered in the selection process for tolerance to water shortage. A cDNA library constructed will allow to identify which genes are involved in the process of tolerance on the genotype 953. In the future, these candidate genes may be transferred to genotypes of economic interest through transgenesis. Keywords: Water deficiency; Eucalyptus spp.; morphophysiological responses; gene library; tolerance. __________________ *Advisor: Marcelo Luiz de Laia, Dr. - UFVJM. 1 1 INTRODUÇÃO GERAL O gênero Eucalyptus é nativo da Austrália e de ilhas adjacentes, pertence à divisão Angiospermae, classe Dicotyledonea, ordem Myrtales, família Myrtaceae e compreende mais de 600 espécies descritas, com ampla plasticidade genotípica e dispersão mundial (SANTOS; AUER; GRIGOLETTI JÚNIOR, 2001; FONSECA et al., 2010). O gênero destaca-se como sendo o mais plantado no mundo, sendo os seus maiores produtores Índia, Brasil, África do Sul, Portugal, Espanha, China, Uruguai e Chile. As espécies mais cultivadas no mundo são Eucalyptus grandis, Eucalyptus urophylla, Eucalyptus globulus, Eucalyptus camaldulensis e E. tereticornis (FONSECA et al., 2010). No Brasil, o eucalipto foi introduzido, para fins comercias, por volta de 1904, por Edmundo Navarro de Andrade, com o intuito de atender a demanda crescente de lenha como fonte energética para as locomotivas a vapor da até então, Companhia Paulista de Estrada de Ferro, bem como de toras para dormentes das linhas férreas. Nos anos subsequentes, mais especificamente a partir de 1965, com a Lei dos incentivos fiscais ao reflorestamento, a eucaliptocultura brasileira ganhou um grande impulso, aumentando significativamente a área plantada no país (LIMA, 1996; HASSE, 2006; VALVERDE, 2007). Desde então, esse gênero tem sido extensivamente utilizado em plantios florestais em função de vários fatores, como o seu rápido crescimento, a versatilidade de propagação, a fácil adaptabilidade às diferentes condições edáfico-climáticas brasileiras e a alta produtividade, dentre outros. Essas boas características foram, em grande parte, fruto do melhoramento genético e do manejo adequados (LIMA, 1996; MORA; GARCIA, 2000; ANGELI, 2005; ABRAF, 2011; ABREU, 2011). Nos últimos anos houve uma considerável expansão dos plantios, o que têm suprido parte da crescente demanda de matéria-prima para a produção de celulose e papel, carvão vegetal (biomassa energética) para siderurgia, óleos essenciais, madeira sólida para serraria, postes de eletricidade, lenha, mourões, dormentes, entre outros (LIMA, 1996; ALFENAS et al., 2004). Além de contribuir com uma parcela importante para a economia nacional, fornecendo matéria-prima e produtos para a exportação e gerando impostos e empregos, a eucaliptocultura ainda contribui de maneira direta na esfera ambiental, aliviando a pressão sobre a vegetação nativa remanescente (LIMA, 1996; SANT'ANNA; FREITAS, 2004; ABRAF, 2012) e na fixação de carbono, o que tem chamado à atenção do setor privado para o uso do eucalipto para essa finalidade (ALFENAS et al., 2004; ABRAF, 2012). 2 No Brasil, o eucalipto destaca-se como o gênero florestal mais plantado, representando mais de 50% da área com florestas exóticas implantadas (ABRAF, 2012). O País lidera o ranking mundial de produtividade desse gênero, chegando a atingir valores da ordem de 45 60 m³ por hectare (MORA; GARCIA, 2000). O País é o 3º maior produtor mundial de celulose e o 1º entre os produtores que comercializam celulose no mercado (ABRAF, 2012). Apesar desse desempenho notável em termos de produtividade do eucalipto e da sua grande extensão territorial, o Brasil ainda está muito aquém em termos de área plantada, apresentando menos de 1% do seu território ocupado por florestas plantadas (FRANCO, 2011; RIBEIRO, 2011). Dada a importância e em função da elevada produtividade e a área plantada, da crescente demanda interna e externa por produtos florestais e das limitações de crescimento das tradicionais áreas de plantio (Sul e Sudeste) devido à escassez de terras disponíveis para plantios e o seu custo elevado quando comparado ao restante do país, vários grupos de pesquisa têm buscado estratégias para ampliar as fronteiras florestais brasileiras, principalmente para os estados do Centro-Oeste e Nordeste, os quais desfrutam de grandes extensões de terras desocupadas ou subutilizadas e com preços atraentes (LEITE, 2011; REIS, 2011). Em contrapartida, o regime pluviométrico irregular e escasso, associado às altas temperaturas e elevada evaporação e os diferentes tipos de solos dessas regiões fronteiriças, podem tornar-se limitantes à produtividade econômica e até mesmo à sobrevivência de algumas espécies que possam vir a ser introduzidas nessas regiões, o que aumenta os riscos para o sucesso da atividade florestal. Isso tem levado à pesquisa e ao desenvolvimento de genótipos tolerantes a essas adversidades, ampliando, dessa forma, as fronteiras do desenvolvimento tecnológico de florestas plantadas (REIS, 2011). Ademais, a frequência da ocorrência de eventos de seca tem aumentado de forma significativa na última década, provavelmente associados às mudanças climáticas (NEPOMUCENO; NEUMAIER; FARIAS, 2012), aumentando, assim, à exigência de genótipos adaptados a essa condição. Por outro lado, a seleção de genótipos tolerantes à seca pode levar anos, dada as particularidades do melhoramento clássico florestal. Contudo, a utilização dos genótipos existentes, já melhorados, porém não adaptados a condições de seca, pode ser viabilizada se houver uma maneira de torná-los tolerantes a esse estresse. Nesse sentido, a biotecnologia pode ser uma ferramenta útil ao melhoramento clássico, representando um importante recurso a ser explorado. 3 Dentro dessa conjuntura, o melhor entendimento sobre a influência do estresse hídrico no comportamento morfológico, fisiológico e genético-molecular do eucalipto é de grande importância para garantir a expansão desta cultura com menores riscos, favorecendo a seleção e o desenvolvimento de material genético capaz de se estabelecer e se desenvolver em condições de deficiência hídrica no solo. Segundo Passioura (1996) e Aussenac (2000), a falta de água é uma das limitações mais importantes ao crescimento das plantas e à produtividade dos ecossistemas ao redor do mundo. Existe um conflito entre a conservação da água pela planta e a taxa de assimilação de dióxido de carbono (CO2) para produção de carboidratos (TAIZ; ZEIGER, 2009). Para resolver esse conflito, a planta desenvolve mecanismos morfofisiológicos, que as conduzem a economizar água para uso em períodos futuros (MCCREE; FERNÁNDEZ, 1989). Larcher (2006) ainda afirma que a água é o principal constituinte dos vegetais, logo, uma pequena redução no teor de água no solo pode afetar de maneira drástica o metabolismo das plantas (HSIAO; ACEVEDO, 1974; TAIZ; ZAIGER, 2009). Em eucaliptos, assim como em outras culturas, as respostas ao déficit hídrico são altamente complexas, dependem da intensidade e duração do déficit, da espécie, do genótipo e do estádio de desenvolvimento da planta (SANTOS; CARLESSO, 1998; PIMENTEL, 2004; RODRIGO, 2007; TAIZ; ZEIGER, 2009) e abrangem vários aspectos, incluindo mudanças morfológicas (altura, diâmetro basal, biomassa total, área foliar, razão entre raiz e parte aérea, razão entre área foliar e caule e densidade da área foliar) e mudanças fisiológicas (eficiência no uso da água, potencial osmótico, condutância estomática, taxa de crescimento, transpiração, fotossíntese, potencial hídrico foliar) (LI; WANG, 2003; MERCHANT et al., 2007; COOPMAN et al., 2008; PEREIRA et al., 2010). As mudanças morfológicas e fisiológicas têm uma base genético-molecular, assim como todo e qualquer fenótipo. Deste modo, genótipos que diferem em termos de tolerância ao déficit hídrico, devem diferir qualitativa e quantitativamente em expressão gênica. Estas respostas específicas ao déficit hídrico representam, na realidade, a combinação de vários eventos moleculares prévios, que foram ativados pela percepção do sinal de estresse (BRAY, 1993). A identificação e a compreensão de como esses eventos são ativados/desativados e como interagem entre si são fundamentais no desenvolvimento de novos genótipos comerciais mais tolerantes a períodos de seca (NEPOMUCENO et al., 2001). Um passo importante para tal fim consiste na identificação e análise da expressão gênica diferencial entre plantas tolerantes e suscetíveis ao déficit hídrico. Para isso, a construção de bibliotecas subtrativas supressivas (SSH) (DIATCHENKO et al. 1996) permite analisar a expressão gênica diferencial entre duas 4 amostras de cDNA. Essas bibliotecas podem ser sequenciadas e os genes presentes no genótipo tolerante podem ser identificados. Por fim, genes relacionados a tolerância ao déficit hídrico poderão ser transferidos para genótipos sensíveis, mas, de alto valor comercial. A SSH tem sido aplicada com sucesso em diferentes gêneros florestais, como pinus (HIRAO; FUKATSU; WATANABE, 2012; SANTOS; VASCONCELOS, 2012), álamo (BAE et al., 2010; BAE et al., 2012), carvalho (DERORY et al., 2006; LE PROVOST et al., 2012) e seringueira (LI et al., 2010; GARCIA et al., 2011). Em Eucalyptus, a técnica foi empregada com êxito na identificação de genes diferencialmente expressos durante a formação da madeira (PAUX et al., 2004; FOUCART et al., 2006; RENGEL et al., 2009), bem como na identificação de genes envolvidos na simbiose com micorrizas (VOIBLET et al., 2001) e de genes responsivos ao Cylindrocladium quinqueseptatum (FENG et al., 2012). Vale ressaltar que os mecanismos de tolerância à seca têm sido descritos com detalhes em nível molecular tanto para culturas anuais quanto perenes, como o Arabidopsis (LEFEBVRE; KIANI; DURAND-TARDIF, 2009; WILKINS; BRAUTIGAM; CAMPBELL, 2010; HARB; PEREIRA, 2011) e Populus (CARUSO et al., 2008; HAMANISHI et al., 2010; SONG et al., 2012). No entanto, pouco se sabe sobre as bases moleculares de tolerância à seca em Eucalyptus. Em face ao exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de dois genótipos de eucalipto contrastantes quanto às suas capacidades de tolerar ao estresse hídrico. Visando, dessa forma, a identificação e compreensão dos mecanismos subjacentes à tolerância à seca, que podem, posteriormente, subsidiar a seleção e desenvolvimento de materiais genéticos tolerantes a falta d’água via melhoramento florestal e ferramentas biotecnológicas. Como modelo de tolerância foi selecionado o clone 953 (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis), híbrido conhecido por combinar rápido crescimento com tolerância à seca. O clone 224 (Eucalyptus grandis vs. Eucalyptus urophylla) foi adotado como modelo de genótipo pouco eficiente sob estresse hídrico. A escolha do híbrido 224 deu-se pela importância que ele exerce no setor florestal brasileiro, sendo os seus clones considerados ideais para o atendimento do setor industrial, em termos quantitativos e qualitativos, destacando-se também pela alta capacidade de enraizamento e resistência ao cranco (FONSECA et al., 2010; PIRES et al., 2011). Para melhor compreensão do trabalho, esta dissertação está dividida em dois capítulos. O capítulo I descreve as respostas morfológicas (altura, diâmetro do coleto, área foliar, matéria seca total, relação entre raiz e parte aérea) e ecofisiológicas (trocas gasosas, eficiência no uso da água, teor de clorofila, fluorescência da clorofila a) dos dois genótipos de eucalipto 5 quando submetidos a estresse hídrico. O capítulo II apresenta a biblioteca subtrativa com os genes diferencialmente expressos no genótipo tolerante submetido à falta d’água. 6 CAPÍTULO 1 Comportamento morfofisiológico de dois clones de Eucalyptus spp. sob déficit hídrico 1 INTRODUÇÃO Com uma participação significativa no Produto Interno Bruto (PIB) nacional e gerando milhões de empregos (diretos, indiretos e resultantes do efeito-renda), com três setores em destaque: celulose e papel, carvão vegetal a siderurgia e madeira e móveis, é inquestionável a importância do setor florestal na economia brasileira. O Brasil detém uma das mais avançadas tecnologias de florestas plantadas do mundo, tendo o eucalipto como seu principal componente (PINTO JÚNIOR; AHRENS, 2010). A eucaliptocultura brasileira se destaca, principalmente, em função do seu rápido crescimento, da sua boa adaptabilidade às diferentes condições edafo-climáticas e devido à expansão e ao direcionamento de novos investimentos (ABRAF, 2011; ABREU, 2011). Apesar da liderança mundial em termos de produtividade do eucalipto, o Brasil ainda está muito aquém dos atuais líderes mundiais em área de florestas plantadas. A China (77,157 milhões de ha), os Estados Unidos (25,363) e a Rússia (16,991) possuem as maiores áreas reflorestadas, enquanto o Brasil apresenta menos de 1% do seu território ocupado por florestas plantadas (FRANCO, 2011; RIBEIRO, 2011). No Brasil, os plantios florestais com Eucalyptus e Pinus concentram-se, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste do país (73,8%), o que é justificado pela localização das principais unidades industriais dos segmentos de papel e celulose, painéis de madeira industrializada, siderurgia a carvão vegetal e madeira mecanicamente processada (ABRAF, 2012). No entanto, o cenário atual da eucaliptocultura no país tem revelado aumentos significativos das áreas plantadas nos estados situados nas novas fronteiras do setor (CentroOeste e Nordeste), em detrimento das áreas plantadas nos principais estados produtores localizados nas regiões Sudeste e Sul do país. Essa expansão para áreas fronteiriças pode ser justificada, tanto pela dificuldade de aquisição de novas áreas nas regiões tradicionais de plantio, quanto pela crescente demanda por produtos florestais, como celulose e papel (ABRAF, 2012). Por outro lado, a expansão das fronteiras florestais tem se esbarrado em algumas limitações intrínsecas a essas áreas fronteiriças, principalmente as condições climáticas dessas regiões, onde o regime pluviométrico irregular e escasso, associado às altas temperaturas e 7 elevada evaporação são fatores limitantes à produtividade e até mesmo à sobrevivência de algumas espécies que possam vir a ser introduzidas nessas áreas. Portanto, a seleção de genótipos aptos a regiões mais áridas deve ter lugar de destaque na pesquisa florestal nacional. Sendo assim, compreender como o estresse hídrico influencia o comportamento morfofisiológico do eucalipto é de grande relevância para garantir a expansão desta cultura sem maiores entraves, favorecendo a seleção e o desenvolvimento de material genético capaz de se estabelecer e de se desenvolver em condições de deficiência hídrica no solo. A produtividade das culturas varia consideravelmente e vários são os fatores que contribuem para isso, entre eles, radiação solar, disponibilidade de água, temperatura e umidade do ar (PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHAS, 2002). Dentre esses fatores, a disponibilidade de água merece destaque, uma vez que, todos os processos fisiológicos das células vegetais são direta ou indiretamente afetados pelo fornecimento de água, sendo considerada o principal constituinte dos vegetais e o recurso mais limitante para a produtividade agrícola (TAIZ; ZAIGER, 2009). Logo, uma pequena diminuição na disponibilidade de água no solo pode causar danos drásticos no metabolismo da planta (HSIAO; ACEVEDO, 1974; LARCHER, 2006; TAIZ; ZAIGER, 2009), afetando negativamente o seu crescimento, desenvolvimento e produtividade (SINCLAIR; LUDLOW, 1986; SANTOS; CARLESSO, 1998; CHAVES; FLEXAS; PINHEIRO, 2009). A água desempenha diversas funções com grande significância fisiológica na planta, como por exemplo, afeta a viscosidade e a permeabilidade do protoplasma e a atividade das enzimas envolvidas; afeta a divisão e o crescimento (expansão) celular; é reagente e produto da atividade fotossintética; é fonte de elétrons, após a ativação da clorofila pela luz para produzir energia química; é reagente básico nas reações de hidrólise e de ionização; é produto final da atividade respiratória; é meio de transporte de solutos e gases; influi na turgescência; participa nos processos de abertura e fechamento dos estômatos; atua na termorregulação e afeta a translocação de assimilados (KRAMER; BOYER, 1995; CASTRO; KLUGE; PERES, 2005; MARENCO; LOPES, 2005; KERBAUY, 2008; TAIZ; ZAIGER, 2009; VIEIRA et al., 2010). Segundo Taiz e Zeiger (2009), o déficit hídrico pode ser definido como todo o conteúdo de água de um tecido ou célula que está abaixo do conteúdo de água mais alto exibido no estado de maior hidratação. O seu efeito sobre o vegetal é muito variado e depende do genótipo, da duração, da intensidade e do estádio de desenvolvimento da planta 8 (KRAMER; BOYER, 1995; BRAY, 1997; SANTOS; CARLESSO, 1998; PIMENTEL, 2004; RODRIGO, 2007; TAIZ; ZEIGER, 2009). Três mecanismos podem auxiliar a planta a resistir à deficiência hídrica: 1) retardo da desidratação (adiamento da diminuição dos valores de potencial hídrico do protoplasma), o que pode ser conseguido através do aperfeiçoamento da absorção de água (sistemas radiculares dispersos e profundos) e da capacidade de condução de água (alargamento da área do sistema vascular e redução da distância de transporte), pela redução da perda de água (folhas cutinizadas, adequado controle estomático da transpiração) e pelo armazenamento de água (suculência); 2) tolerância à desidratação (capacidade de manter suas funções mesmo sob potenciais hídricos baixos), nesse caso específico, a planta depende fortemente de sua capacidade de ajuste osmótico (mecanismo que facilita um gradiente osmótico favorável para manutenção do turgor da célula por meio do acúmulo de solutos) (KOPPENAAL et al., 1991), associada a alterações na elasticidade da parede celular e 3) escape a seca, que engloba espécies que programam o crescimento e reprodução, de maneira que ambos ocorram em períodos com suficiente disponibilidade de água (LARCHER, 2006; TAIZ; ZEIGER, 2009). Conforme Lima (1996), as espécies do gênero Eucalyptus podem diferir em termos de resistência à seca. Algumas, simplesmente, toleram à seca, suportando potenciais hídricos bastantes severos, outras, no entanto, não desenvolvem nenhuma capacidade, ou desenvolvem apenas uma capacidade limitada de controle de transpiração, sendo assim, altamente vulneráveis à limitação hídrica. Quando o déficit hídrico apresenta evolução lenta, o seu primeiro efeito biofísico significante consiste na redução da turgescência celular, caracterizada pela diminuição do volume celular, contração das células, afrouxamento das suas paredes e o consequente, murchamento foliar. Esse primeiro efeito compromete o crescimento da planta, uma vez que a diminuição do turgor afeta diretamente a expansão foliar e alongamento das raízes e controla a abertura estomática necessária para o influxo de CO2, requerido no processo fotossintético e no crescimento (GHOLZ, 1990; LARCHER, 2006; TAIZ; ZEIGER, 2009). A redução da área foliar, por sua vez, diminui a transpiração, conservando, um suprimento de água limitado no solo por um período mais longo. Em contrapartida, há uma redução da fotossíntese, já que a mesma é proporcional à área foliar. Quando comparado com a expansão foliar, o crescimento do caule tem sido menos estudado, mas é bem provável que ele seja afetado pelas mesmas forças que limitam o crescimento das folhas durante o estresse (TAIZ; ZEIGER, 2009). 9 Já o déficit hídrico moderado também afeta o desenvolvimento do sistema radicular. A razão da biomassa de raízes para a parte aérea parece ser influenciada por um balanço funcional entre absorção de água pelas raízes e fotossíntese pela parte aérea, sendo este balanço funcional modificado caso o suprimento hídrico decresça (TAIZ; ZEIGER, 2009). Reduções da expansão foliar, altura e diâmetro, assim como modificações na relação raiz/parte aérea, com consequente diminuição da biomassa total da planta, têm sido relatadas em espécies de eucalipto submetidas a déficit hídrico (ALVARENGA et al., 1994; GONÇALVES; PASSOS, 2000; LI et al., 2000; LI; WANG, 2003; PEREIRA et al., 2006; PEREIRA et al., 2010). A água está intimamente ligada às trocas gasosas, tanto nos processos fotossintéticos, quanto na própria regulação estomática. A condutância estomática caracteriza-se como o principal mecanismo de controle das trocas gasosas nas plantas superiores. Por meio dos estômatos ocorre o influxo de CO2, necessário ao processo fotossintético e ao crescimento, e o efluxo de água, por meio da transpiração (LARCHER, 2006; TAIZ; ZEIGER, 2009;). Sob condições de baixa disponibilidade de água, a redução da condutância estomática constitui uma das estratégias mais comumente utilizada pelas plantas para manter a turgescência e para diminuir a taxa de transpiração (HSIAO, 1973; REIS; REIS, 1997). Essa redução, embora represente uma vantagem imediata para prevenir a desidratação dos tecidos, pode afetar diretamente o balanço de calor sensível sobre o vegetal, aumentando a temperatura foliar, e a absorção de CO2, podendo levar à paralisação de crescimento das plantas e à perda de produtividade (BRUNINI; CARDOSO, 1998; PIMENTEL, 2004; SOUZA, et al. 2004; LIBERATO et al., 2006). Dessa maneira, o movimento estomático desempenha um papel crucial no controle do equilíbrio entre a conservação da água pela planta e a taxa de assimilação de CO2 para produção de carboidratos. Portanto, a compreensão de seu funcionamento pode ter um importante significado prático (LIMA, 1996). Além da disponibilidade de água, a luz, umidade do ar, concentração de gás carbônico, potencial hídrico foliar, temperatura, vento e hormônios influem, significativamente, na condutância estomática (REICHARDT, 1985; MARENCO; LOPES, 2005; LARCHER, 2006; KERBAUY, 2008; TAIZ; ZEIGER, 2009). Segundo Lima (1996), a maioria das espécies de eucalipto desenvolveu um mecanismo bastante efetivo de controle estomático das perdas de água em resposta a fatores ambientais, o que tem sido verificado em vários trabalhos (KALLARACKAL; SOMEN, 1997; ALMEIDA; SOARES, 2003; LIMA; JARVIS; RHIZOPOULOU, 2003; MARTINS et al., 2008; SHEM; CATHERINE; ONG, 2009). 10 A transpiração pode ser considerada o processo mais dominante na relação águaplanta, exercendo uma importância crucial no balanço hídrico do vegetal, uma vez que é responsável pela liberação de um grande volume de água, em torno de 95% de toda a água absorvida pela planta, o que ocorre, principalmente, através dos estômatos (KRAMER; BOYER, 1995; KERBAUY, 2008). A redução da transpiração é considerada um mecanismo que ajuda a diminuir o consumo de água pelos vegetais (LARCHER, 2006). Segundo Pereira et al. (2006), sob condições idênticas, diferenças na taxa de transpiração podem ser um indicativo de uma maior ou menor eficiência do mecanismo estomático, implicando na economia de água pela planta. A fotossíntese, por sua vez, é muito sensível à disponibilidade hídrica. O estresse hídrico pode ocasionar redução da atividade fotossintética, tanto pelo fechamento dos estômatos, o que gera decréscimos na assimilação de CO2 e suprime a formação e expansão foliar (TAIZ, ZEIGER, 2009), quanto por danos nos cloroplastos. Em condições de baixa disponibilidade hídrica, o controle estomático tem sido apontado como principal limitante da fotossíntese (CHAVES, 1991; CORNIC, 2000; GRASSI; MAGNANI, 2005; PEEVA; CORNIC, 2009; TAIZ; ZEIGER, 2009; KEENAN; SABATE; GRACIA, 2010). Além dos efeitos estomáticos, o estresse hídrico afeta o processo fotossintético, principalmente sob condições severas de déficit, mediante ajustes internos não-estomáticos, os quais estão relacionados às perturbações nos processos fotoquímicos, com a redução da capacidade fotossintética do Fotossistema II (FSII), mediante alterações no teor de clorofila e redução no transporte de elétrons, que, por sua vez, afeta a formação de ATP e NADPH, e nos processos bioquímicos, com a redução na eficiência carboxilativa e, ou, na quantidade e atividade da RUBISCO e de outras enzimas do metabolismo fotossintético (FLEXA; MEDRANO, 2002; CHAVES; MAROCO; PEREIRA, 2003; FLEXAS et al., 2004; CHAVES; FLEXAS; PINHEIRO, 2009; PINHEIRO; CHAVES, 2011). Nesse contexto, o teor de clorofila e a fluorescência da clorofila a são importantes variáveis na identificação de danos causados por estresse hídrico, em nível de cloroplastos. Este último pode fornecer informações sobre alterações no aparelho fotossintético em condições estressantes, permitindo analisar qualitativa e quantitativamente a absorção e aproveitamento da energia luminosa através do FSII e possíveis relações com a capacidade fotossintética (FARQUHAR; SHARKEY, 1982; PERCIVAL; SHERIFFS, 2002; NETTO et al., 2005; RONG-HUA et al., 2006). Outra característica a ser considerada é a emissão da fluorescência, que representa a quantidade de energia luminosa não utilizada pelo aparelho fotossintético. Modificações nos 11 padrões de emissão significam presença de lesões no aparelho fotossintético da planta (KRAUSE; WEIS, 1991). O principal parâmetro utilizado na avaliação dessas lesões ao sistema fotossintético é a relação entre a fluorescência variável e a fluorescência máxima (Fv/Fm) que é uma medida da eficiência intrínseca ou máxima do FSII, ou seja, a eficiência quântica de todos os centros do FSII quando estão abertos. Valores entre 0,75 e 0,85 indicam que a planta apresenta seu aparato fotossintético em perfeito estado. Mas, o declínio dessa relação é um excelente indicador de dano fotoinibitório, quando as plantas estão sujeitas a estresses ambientais, incluindo o hídrico (BJÖRKMAN; POWLES, 1984; BOLHÀRNORDENKAMPF et al., 1989). Outra variável fisiológica importante a ser considerada em estudos das respostas das plantas à disponibilidade hídrica é a eficiência no uso da água (EUA), denominada como a capacidade da planta de limitar a perda de água e, ao mesmo tempo permitir absorção suficiente de CO2, expressa pela razão entre a taxa fotossintética e a taxa de transpiração (KERBAUY, 2008). Segundo Larcher (2006), a eficiência no uso da água é um parâmetro fisiológico que expressa quantitativamente o comportamento momentâneo das trocas gasosas na folha, variando entre e dentro das espécies vegetais. Olbrich, Roux e Poulter (1993) ressaltam a importância do conhecimento dessa variável no processo de seleção de espécies de eucalipto para determinadas condições. Diante do exposto, pode-se verificar que as características e variáveis morfofisiológicas apresentadas acima são de extrema importância na seleção de genótipos para plantios em áreas com alguma taxa de supressão hídrica e para entender como os genótipos de eucalipto modulam essas mesmas características. Logo, com o intuito de contribuir para o acúmulo de informações dessa natureza, bem como para identificar e melhor compreender os mecanismos subjacentes a tolerância falta d’água, avaliou-se as respostas morfológicas (altura, diâmetro do coleto, área foliar, matéria seca total, relação entre raiz e parte aérea) e fisiológicas (trocas gasosas, eficiência no uso da água, teor de clorofila, fluorescência da clorofila a) de dois genótipos de eucaliptos, um tolerante e outro sensível à falta d’água, submetidos a estresse hídrico. 12 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Época e ambiente experimental O experimento foi desenvolvido no período de 9 de dezembro de 2012 a 23 de janeiro de 2013, em casa de vegetação localizada no Centro Integrado de Propagação de Espécies Florestais (CIPEF), nas dependências do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina – MG, situadas nas coordenadas geográficas de 18° 12’ 9.76’’ S, 43° 34’ 46.13’’ W e altitude de 1400 m. Segundo a classificação de Köppen, a região é caracterizada pelo clima “Cwb”, ou seja, temperado úmido, com inverno seco e chuvas no verão, precipitação anual média de 1.082 mm e temperatura média de 19,4 °C. Durante o período experimental as condições ambientais no interior da casa-devegetação, representadas pela temperatura média e umidade relativa média do ar, medidas diariamente com termohigrógrafo, foram 21,9 °C e 76,9%, respectivamente. 2.2 Material vegetal, recipientes e substratos utilizados O experimento foi conduzido com mudas de eucalipto dos clones comerciais 224 (Eucalyptus grandis vs. Eucalyptus urophylla) e 953 (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis), oriundas de propagação clonal. As mudas foram produzidas pelo método de miniestaquia, no viveiro florestal da empresa Aperam Bioenergia Ltda., localizado no município de Itamarandiba, região Nordeste de Minas Gerais. Os clones selecionados são materiais genéticos utilizados em larga escala em plantios localizados no Vale do Jequitinhonha, Estado de Minas Gerais. As mudas foram selecionadas, aos 45 dias de idade, quanto à uniformidade de altura, diâmetro e condição fitossanitária. No dia 09 de dezembro de 2012, quando as mudas estavam com 56 dias de idade, foram transplantadas para sacos plásticos com capacidade para 2,0 l, com perfurações laterais de 4 mm de diâmetro (para permitir melhor aeração das raízes e escoar o excesso de água), com 1,5 l de substrato. Inicialmente, todas as mudas (uniformes) foram submetidas a um período de aclimatação por 30 dias, em casa de sombra, com sombrite 50% de sombreamento (Figura 1.1). Para garantir o estabelecimento e a sobrevivência das mesmas, 13 receberam irrigação diária, suficiente para manter o substrato em condições próximas a 60% da capacidade de campo. Após essa adaptação, iniciou-se a aplicação dos tratamentos. Figura 1.1 - Mudas clonais dos genótipos 224 (Eucalyptus grandis vs. Eucalyptus urophylla) e 953 (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis) submetidas a um período de aclimatação (30 dias), em casa de sombra. O substrato utilizado para o enchimento dos sacos plásticos foi constituído de vermiculita (40%), casca de arroz carbonizada (30%) e fibra de coco (30%). A adubação do substrato foi realizada antes do enchimento dos sacos, de acordo com as recomendações de Barros e Novais (1999). Foram aplicados 640 g de superfosfato simples por m³, 160 g de sulfato de amônio por m³ e 160 g de cloreto de potássio por m³. Para melhor homogeneização do substrato adubado, utilizou-se uma betoneira. 14 2.3 Aplicação dos tratamentos e delineamento estatístico Após 30 dias de aclimatação na casa de sombra, iniciaram-se os regimes hídricos diferenciados, que duraram 15 dias. O experimento (Figura 1.2) foi conduzido em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), em esquema fatorial 2 x 2: o fator regime hídrico teve dois níveis, irrigado e não irrigado, e o fator genótipo teve dois níveis, tolerante (953) e sensível (224). Cada tratamento teve 25 repetições (mudas) e cada uma dessas repetições foi considerada uma unidade experimental, totalizando 100 plantas avaliadas. Os quatro tratamentos podem ser descritos da seguinte maneira: T1: plantas irrigadas e clone 224 T2: plantas irrigadas e clone 953 T3: plantas não irrigadas e clone 224 T4: plantas não irrigadas e clone 953 Os tratamentos irrigados foram mantidos próximos à 60% da capacidade de campo. Diariamente, cada um dos sacos com mudas a serem irrigadas eram pesados, individualmente, e a massa de água perdida e, ou, utilizada era reposta para cada unidade experimental. Os tratamentos não irrigados não receberam água em nenhum momento após o início do experimento. 15 Figura 1.2 - Visão geral do experimento após aleatorização das mudas clonais dos genótipos 224 (Eucalyptus grandis vs. Eucalyptus urophylla) e 953 (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis) e início do teste. 2.4 Características avaliadas 2.4.1 Características morfológicas As variáveis altura (medida tomada do substrato até a inserção da última folha em cm), diâmetro do coleto (mm) e área foliar (cm²) foram obtidas de 16 plantas, logo após a instalação na casa de vegetação e imediatamente antes do início dos tratamentos (tempo zero) (08 de janeiro de 2013) e nos 6°, 11° e 15° dias seguintes. O experimento foi avaliado até que as plantas apresentassem sinais de murcha permanente, caracterizada por folhas com tonalidade palha e secamento total da planta (ALFENAS et al., 2004). As outras nove plantas restantes foram utilizadas para coleta de folhas para a confecção das bibliotecas de cDNA, descritas no próximo capítulo. A altura total das plantas foi medida com o auxílio de uma régua graduada em centímetros e o diâmetro medido com auxílio de um paquímetro digital (Starrett, Digital Capiper 300 nm). A área foliar foi determinada por análise não destrutiva, com medidor laser de área foliar (marca CID-Bio Science, modelo CI-203). As medições foram efetuadas na primeira folha totalmente expandida (no sentido do ápice para a base da planta) e devidamente identificada com fios de lã brancos. Foram feitas três leituras e o valor médio da área foliar foi utilizado para comparação. 16 A sintomatologia apresentada pelas mudas foi devidamente acompanhada, ao longo do experimento, por meio de registro fotográfico em todos os tratamentos. Ao final do experimento determinou-se a massa de matéria seca de raiz, folhas e caule para cada um dos tratamentos. Individualmente, separaram-se as folhas, galhos e raízes em cada planta (Figura 1.3). A parte radicular das mudas foi lavada em água corrente, para a retirada do substrato, procurando-se manter intactas todas as suas raízes. Em seguida, as respectivas partes foram acondicionadas, individualmente, em sacos de papel e devidamente identificados. O material contido em cada embalagem permaneceu em estufa de circulação forçada de ar a 65 ± 3 ºC, até atingir peso constante. Após a secagem, o material foi pesado, com auxílio de uma balança analítica, para a obtenção da matéria seca total (MST) e de cada uma das partes da muda (raiz - MSR, folha - MSF e caule - MSC), bem como a relação entre matéria seca de raiz e parte aérea (MSR/PA). Calculou-se, também: 1) a razão de massa foliar (RMF), dada pela relação entre matéria seca de folhas e matéria seca total; 2) a área foliar específica (AFE), obtida por meio do quociente entre a área foliar (uma única lâmina foliar) e a matéria seca de folhas; e 3) a razão de área foliar (RAF), expressa pela relação entre área foliar (uma única lâmina foliar) e a matéria seca total da planta (metodologia adaptada FLOSS, 2011). 17 Figura 1.3 - Procedimentos para determinação da matéria seca total e de cada parte da planta. Visão geral (A). Retirada das folhas (B). Corte do caule (C). Raízes a serem lavadas (D). 2.4.2 Características ecofisiológicas O índice de clorofila total e as variáveis da fluorescência da clorofila a foram obtidos de 16 plantas, logo após a instalação na casa de vegetação e imediatamente antes do início dos tratamentos (tempo zero) (08 de janeiro de 2013) e nos 6°, 11° e 15° dias seguintes. As variáveis de trocas gasosas foram analisadas em dez plantas de cada tratamento ao décimo dia após o início da supressão hídrica. O índice de clorofila total foi quantificado indiretamente (método não-destrutível) com clorofilômetro marca ClorofiLOG, modelo CFL 1030 (Figura 1.4), conforme as instruções do fabricante e expresso em uma unidade adimensional, chamada Índice de Clorofila Falker (ICF) (FALKERAUTOMAÇÃO AGRÍCOLA, 2008). As medições foram efetuadas na primeira folha totalmente expandida (no sentido do ápice para a base da planta) e devidamente identificada com fios de lã brancos. Foram feitas três leituras, evitando-se regiões de nervura e danificadas por pragas ou patógenos, sendo utilizado para análise o valor médio (metodologia adaptada SANTIAGO et al., 2009). 18 Figura 1.4 - Clorofilômetro utilizado para determinação do índice de clorofila total (IFC). As variáveis da fluorescência da clorofila a foram determinadas na primeira folha totalmente expandida (no sentido do ápice para a base da planta) e devidamente identificada com fios de lã brancos, utilizando um fluorímetro PAM portátil (JUNIOR-PAM, Heinz Walz GmbH). A partir dos valores de Fo (mínima intensidade da fluorescência), quando os centros de reação do FSII estão abertos, e de Fm (máxima intensidade da fluorescência), quando os centros de reação do FSII estão fechados, calculou-se a fluorescência variável (Fv), obtida por Fm-Fo. Em seguida, determinou-se a eficiência quântica potencial do FSII (Fv/Fm) (MAXWELL; JOHNSON, 2000). As leituras foram realizadas com o auxílio de clipes foliares magnéticos acoplados ao fluorímetro, colocados na região mediana, no lado adaxial do limbo foliar, evitando-se a nervura central (Figura 1.5). As medições foram efetuadas entre 20 e 22 horas, com emissão de um pulso de luz saturante de 0,3 s, sob frequência de 0,6 KHz. Os valores de fluorescência obtidos foram automaticamente armazenados no fluorímetro e, posteriormente, transferidos para um computador, utilizando-se o programa Wincontrol. 19 Figura 1.5 - Determinação das variáveis da fluorescência da clorofila a. Fluorímetro PAM portátil (JUNIORPAM, Heinz Walz GmbH) (A). Obtenção das variáveis da fluorescência da clorofila a (B). As variáveis de trocas gasosas foram obtidas por meio de um medidor portátil de fotossíntese, do tipo analisador infravermelho de gases (Infrared Gas Analyser - IRGA), modelo LI-6400 (Figura 1.6), em sistema aberto, sob luz saturante de 900 a 950 mmol de fótons m-2 s-1 e concentração ambiente de CO2, cedido pelo Professor Antonio Alberto da Silva, do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa. A irradiância de saturação baseou-se nos valores determinados pela curva de saturação luminosa para o eucalipto, situando-se entre 800 e 1000 mmol de fótons m-2 s-1, conforme descrito por SILVA et al. (1998). As medições foram realizadas entre 10 e 11 horas, na superfície adaxial de folhas totalmente expandidas e com bom estado fitossanitário, situadas no terço médio de cada unidade experimental, totalizando três medições por folha. Foram determinadas: condutância estomática (Gs – mol.m-2 s-1), taxa de transpiração (E – mmolH2O. m-2 s-1), taxa fotossintética (A – µmolCO2.m-2 s-1), carbono interno (Ci – µmol.mol-1) e temperatura foliar (T - oC). Posteriormente, calculou-se a eficiência no uso da água (EUA - µmolCO2.mmol H2O-1) pela relação entre quantidade de CO2 fixado pela fotossíntese e quantidade de água transpirada (KERBAUY, 2008). 20 Figura 1.6 - Determinação das variáveis de trocas gasosas. Medidor portátil de fotossíntese, do tipo analisador infravermelho de gases (Infrared Gas Analyser) (IRGA) (A). Avaliação das variáveis de trocas gasosas (B). 2.5 Análises estatísticas O conjunto de dados obtido foi submetido às pressuposições necessárias para a análise de variância (ANOVA). Caso não atendidas as pressuposições para a ANOVA, os dados foram adequadamente transformados. Satisfeitas as pressuposições necessárias, procedeu-se a ANOVA com o auxílio do programa R (R CORE TEAM, 2013). A influência dos tratamentos sobre matéria seca de raiz, matéria seca de caule, matéria seca de folha, matéria seca total, relação matéria seca raiz e parte aérea, razão de massa foliar, área foliar específica, razão de área foliar e nas variáveis de trocas gasosas foi estudada mediante análise de variância (ANOVA), sendo o Teste F conclusivo ao nível de significância de 5%. Uma vez que a obtenção das variáveis altura, diâmetro, área foliar, índice de clorofila total e variáveis da clorofila a foram realizadas nas mesmas unidade experimentais e com os mesmos tratamentos em quatro tempos sucessivos, as análises estatísticas foram realizadas mediante a utilização do pacote nlme, que possibilita o ajuste de modelos lineares mistos a dados de medidas repetidas (PINHEIRO et al., 2013). 21 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Sintomatologia O sintomas de deficiência hídrica, embora tenham sido os mesmos em ambos os clones, diferenciou-se em termos de tempo de surgimento e intensidade. No 4° dia após o início da supressão hídrica, o clone 224 apresentou uma leve, porém notável murcha foliar em folhas da porção mediana da planta. No dia seguinte, este mesmo clone apresentou uma murcha mais pronunciada, inclusive de ponteiros. No sexto dia após a aplicação do déficit, o clone 224 apresentava-se visualmente debilitado, com murcha foliar e enrolamento de ponteiras. Já o clone 953 foi manifestar uma leve murcha somente no nono dia de déficit hídrico. Nos dias seguintes, a sintomatologia apresentada pelo 953 progrediu até atingir um estado semelhante ao apresentado pelo 224 no sexto dia de estresse. A manifestação tardia de sintomas pelo clone 953 é um forte indício de maior tolerância ao déficit hídrico, comparativamente ao 224. O experimento foi mantido até o décimo quinto dia, quando as plantas com supressão hídrica de ambos os clones apresentaram sinais de murcha permanente, caracterizada por folhas com tonalidade palha e secamento total da planta (Figura 1.7). No entanto, os sintomas apresentados, no 15º dia, pelas mudas do clone 224 foram muito mais severos do que aqueles apresentados pelas mudas do clone 953 (Figura 1.7). 22 Figura 1.7 - Sintomatologia verificada em mudas clonais dos genótipos 224 (Eucalyptus grandis vs. Eucalyptus urophylla) e 953 (Eucalyptus camaldulensis vs. Eucalyptus grandis) no 6° (1) e 15° (2) dias após a diferenciação dos tratamentos hídricos. Clone 224 não irrigado (A), clone 224 irrigado (B), clone 953 não irrigado (C) e clone 953 irrigado (D). 3.2 Características morfológicas A análise de variância referente às características matéria seca de raiz, matéria seca de caule, matéria seca de folha, matéria seca total, relação matéria seca raiz/parte aérea, razão de massa foliar, área foliar específica e razão de área foliar encontra-se no Apêndice A. Os valores da estatística F e o valor-p referentes às características altura, diâmetro e área foliar encontram-se no Apêndice B. 3.2.1 Altura das plantas e diâmetro de coleto Os resultados demonstraram que, em relação à altura das plantas, houve diferenças significativas somente entre genótipos (Figura 1.8). Em relação ao diâmetro de coleto, verificou-se diferenças significativas entre genótipos e na interação regime hídrico vs. tempo (Figura 1.9). Conforme observado na Figura 1.8, o clone 953 destaca-se por apresentar uma altura superior ao clone 224, independente do regime hídrico e do tempo de avaliação. Em relação aos regimes hídricos, observou-se que a deficiência hídrica não causou prejuízo ao 23 crescimento em altura de todas as plantas não irrigadas, embora tenha promovido a desaceleração no crescimento em termos de produção de matéria seca total. Figura 1.8 - Média de altura de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto. Segundo o teste F, as médias diferem estatisticamente a 5% de significância. Há na literatura relatos controversos, no que se refere aos efeitos da limitação hídrica sobre o crescimento em altura de plantas de diferentes espécies de eucalipto. Osório et al. (1998) verificaram reduções no crescimento em altura de três clones de E. globulus sob déficit hídrico no solo. Silva et al. (2000), ao avaliarem a altura de plantas de E. citriodora e E. grandis cultivadas sob três teores de água no solo, junto a quatro populações de Brachiaria brizantha, verificaram que, independente da densidade da população de Brachiaria brizantha, a diminuição no teor de água no solo reduziu o crescimento em altura de ambos os clones. Reduções na altura de plantas de eucalipto sob déficit hídrico também foram relatadas por Li et al. (2000), em E. microtheca e por Gutierrez et al. (2002), em E. nitens. Merchant et al. (2007) relataram que a altura de plantas de seis diferentes espécies de eucalipto foram significativamente menores quando comparadas as plantas do tratamento irrigado, após 10 semanas de déficit hídrico. Coopman et al. (2008) verificaram uma redução na altura de 3 e 7%. Estudos realizados por Tatagiba et al. (2009) e por Warren, Aranda e Cano (2011) em Eucalyptus spp. revelaram que o crescimento em altura foi negativamente afetado por variações nos regimes hídricos. 24 Por outro lado, Reis et al. (1989) não encontraram diferenças significativas no crescimento em altura em mudas de três espécies de eucalipto cultivadas em recipientes com restrição do sistema radicular (60 e 500 ml) e submetidas a restrição hídrica. Todavia, os autores justificaram o fato em função dos ciclos de seca não terem sido suficientemente longos para promover substancial redução no turgor, com consequente redução do crescimento das plantas. Reis et al. (2006), ao avaliarem o crescimento radicular e da parte aérea de clones híbridos de Eucalyptus spp. sob dois regimes de irrigação no campo, não encontraram diferença significativa para a altura entre os tratamentos irrigado e não irrigado. Resultado similar também foi relatado por Thomas (2009), que não verificou reduções significativas no crescimento em altura de mudas de E. pilularis sob estresse hídrico. Tatagiba, Pezzopane e Reis (2007) afirmam que a ausência de efeitos significativos do déficit hídrico sobre o crescimento em altura e diâmetro de clones de eucalipto pode ser devido a curta duração do experimento. O crescimento em diâmetro, assim como em altura, variou estatisticamente entre os genótipos (Figura 1.9), independente do regime hídrico e do tempo, com destaque para o clone 953. Figura 1.9 - Diâmetro de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto. Segundo o teste F, as médias diferem estatisticamente a 5% de significância. O efeito dos regimes hídricos sobre o diâmetro dependeu do tempo em que as avaliações foram realizadas, uma vez que a interação regime hídrico vs. tempo foi 25 significativa a 1% de significância. O efeito do regime hídrico não irrigado sobre o crescimento em diâmetro só foi significativo aos 11° e 15° dias após a supressão hídrica (Figura 1.10), promovendo uma redução de 11,66% e 11,86%, respectivamente, em relação ao diâmetro das plantas irrigadas. Nota-se, também, que o diâmetro das plantas irrigadas observado no último dia de experimento (15°) foi estatisticamente maior que o diâmetro das plantas no início do experimento. Esse crescimento verificado nas plantas com ótima disponibilidade hídrica ao longo do tempo é devido à maior abertura dos estômatos, que propiciaram uma maior taxa fotossintética e, consequentemente, uma maior produção de fotoassimilados, proporcionando, assim, o crescimento da planta ao longo do tempo. Resultado semelhante foi descrito por Coopman et al. (2008), que embora não tenham verificado interação significativa entre regime hídrico e tempo e nem efeito significativo dos tratamentos hídricos para esta variável, esses autores relataram que houve incremento significativo no diâmetro de plantas de E. globulus com o tempo de exposição de 15 dias. Figura 1.10 - Diâmetro de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. Vários trabalhos têm relatado a redução do crescimento em diâmetro de diferentes espécies de eucalipto sob condições hídricas estressantes (REIS; REIS; MAESTRI, 1988; SASSE; SANDES, 1996; NGUGI et al., 2003a,b; MERCHANT et al., 2007; TATAGIBA et al., 2009). Embora o efeito do déficit hídrico sobre o diâmetro só tenha sido verificado com maiores tempos de exposição, o crescimento em diâmetro foi proporcionalmente mais afetado que o crescimento em altura quando a disponibilidade hídrica diminuiu para as plantas. Reis 26 et al. (2006), avaliando o comportamento de clones de híbridos de Eucalyptus grandis vs. E. urophylla e de E. camaldulensis vs. Eucalyptus spp. submetidos a dois regimes de irrigação no campo, observaram que o crescimento em altura, aos 38 meses de idade, não variou significativamente entre os tratamentos de irrigação, enquanto em diâmetro foi significativamente superior nas plantas do tratamento irrigado em relação ao não-irrigado. O mesmo foi verificado por Vellini et al. (2008), estudando o desempenho de 18 clones de Eucalyptus spp. em diferentes regimes hídricos, durante 75 dias. De acordo com Gonçalves e Passos (2000), a deficiência hídrica pode afetar diretamente o crescimento em altura e em diâmetro da planta, uma vez que restringe a expansão celular e a formação da parede celular e, indiretamente, diminui a disponibilidade de carboidratos ou influencia a produção de reguladores de crescimento. Segundo Taiz e Zeiger (2009), o crescimento de plantas é definido como o aumento irreversível de volume, sendo a expansão celular, governada pela pressão de turgor, o maior componente do crescimento vegetal. 3.2.2 Matéria seca, relação matéria seca raiz/parte aérea e razão da massa foliar Tanto a matéria seca total, de raiz, de caule, quanto a matéria seca de folhas não apresentaram interação significativa entre genótipo e regime hídrico (Figura 1.11 e 1.12), sendo, portanto, estudados os efeitos de cada um isoladamente. Já a razão matéria seca raiz/parte aérea (MSR/PA) e razão da massa foliar (RMF) apresentaram interação significativa entre os fatores estudados, sendo, dessa forma, necessário desmembrar a interação (Figura 1.13 e Figura 1.14, respectivamente). Para a matéria seca total, tanto os genótipos quanto os regimes hídricos apresentaram diferença estatística significativa a 1% de significância (Figura 1.11 e 1.12). O fator genótipo para matéria seca total apresenta o clone 224 como estatisticamente superior ao clone 953. Para o fator regime hídrico, a limitação de água reduziu em 28,90% a matéria seca total em relação ao tratamento irrigado, ou seja, a deficiência hídrica promoveu a desaceleração no crescimento, refletindo negativamente na produção total de matéria seca. Soares e Leite (2000), assim como Santana et al. (2008), ao estudar a produção de biomassa de diferentes genótipos de eucalipto para diferentes regiões do Brasil, também observaram que a produção de biomassa foi menor nas regiões com baixa disponibilidade hídrica. Os resultados aqui obtidos também coincidem com os obtidos por Ngugi et al. 27 (2003b), em E. cloeziana e E. argophloia, por Silva et al. (2004b) e Coopman et al. (2008), com E. globulus, e por Pereira et al. (2010). Estes últimos autores verificaram redução da matéria seca total de um clone de E. grandis, quando submetido à umidade do solo próxima do ponto de murcha permanente em relação ao tratamento próximo da capacidade de campo, enfatizando dessa forma, a ocorrência de um maior incremento em matéria seca total de mudas de eucalipto quando estas se desenvolvem em condições de ótima disponibilidade hídrica. Vários outros estudos, inclusive, com outros gêneros florestais, têm mostrado que a produção de matéria seca total é linearmente proporcional à quantidade de água usada (LI et al., 2000; SILVA; NOGUEIRA, 2003; SILVA et al., 2004b; SUSILUOTO; BERNINGER, 2007; SILVA et al., 2008b; VELLINI et al., 2008; MARTINS et al., 2010). Figura 1.11 - Matéria seca total (folha, caule e raiz) de plantas jovens de eucalipto (comparação entre genótipos). Segundo o teste F, as médias diferem estatisticamente a 5% de significância. O efeito do déficit hídrico sobre a matéria seca pode ter sido consequente da diminuição da condutância estomática, como mecanismo de prevenção da desidratação. O fechamento parcial ou total dos estômatos diminui as perdas de água, ao passo que, influencia negativamente o crescimento das plantas. Os principais efeitos são o decréscimo na produção de fotoassimilados, uma vez que ocorre redução da entrada de CO2 (LARCHER, 2006), bem como um acréscimo na atividade de enzimas oxidantes, decorrente da elevação da temperatura da planta, que aumentam a respiração e o consumo de fotoassimilados e, consequentemente, diminuem o crescimento (TAIZ; ZEIGER, 2009). 28 A análise dos dados de matéria seca de raiz, matéria seca de caule e matéria seca de folhas revela diferenças entre os genótipos estudados e entre os regimes hídricos aplicados (Figura 1.11 e 1.12). Ao analisar o fator genótipo, o clone 224 destaca-se por apresentar superioridade na produção de matéria seca em quase todos os compartimentos da planta, exceto no compartimento foliar. A raiz foi o compartimento que mais contribuiu para o acúmulo de matéria seca total dos clones, independente do regime hídrico, representando 52,53% da matéria seca total para o clone 224 e 42,75% para o clone 953. Figura 1.12 - Matéria seca total (folha, caule e raiz) de plantas jovens de eucalipto (comparação entre regimes hídricos). Segundo o teste F, as médias diferem estatisticamente a 5% de significância. O clone 224 apresentou maior MSR/PA tanto no regime hídrico com água quanto sem, comparativamente ao clone 953. No entanto, a MSR/PA do clone sensível não diferiu estatisticamente entre os regimes hídricos, o que significa dizer que o maior valor dessa relação observado para este clone provavelmente não foi induzido pela deficiência hídrica. Este resultado é indicativo de que um sistema radicular aperfeiçoado é uma característica inerente ao clone 224, independente da disponibilidade hídrica no solo. Embora, os dados revelem que o clone 224 apresenta um sistema radicular mais desenvolvido, este clone é conhecido por sua alta sensibilidade à seca, o que indica que a estratégia desenvolvida talvez não seja eficiente para garantir o seu desenvolvimento em condições de baixo suprimento de água. Por outro lado, para o clone 953, o regime hídrico sem água, diferente do esperado, não promoveu o aumento da sua capacidade de enraizamento sob condição de estresse hídrico. 29 Provavelmente, este clone, conhecido por ser tolerante à limitação hídrica, apresenta outros mecanismos mais eficientes de tolerância. O regime hídrico não irrigado reduziu em 29,80%, 32,32% e 19,42%, respectivamente, a matéria seca de raiz, caule e folha. Como observado, os componentes da planta mais afetado e menos afetado, respectivamente, pelo déficit hídrico, foram o caule e as folhas. Conforme Taiz e Zeiger (2009), a redução da matéria seca da folha deve-se ao fato que o estresse hídrico reduz, tanto a fotossíntese, quanto o consumo de fotoassimilados nas folhas em expansão. Outra possível causa para essa redução pode ter sido a abscisão foliar observada no final do experimento, embora, não tenha sido tão expressiva. Ainda, segundo Taiz e Zeiger (2009), o crescimento do caule tem sido menos estudado do que a expansão foliar, mas possivelmente, ele é afetado pelas mesmas forças que limitam o crescimento das folhas durante o estresse hídrico. A menor produção de matéria seca em todos os compartimento das plantas sob restrição hídrica também foi relatada por Singh e Singh (2003), em Dalbergia sissoo Roxb, por Tatagiba, Pezzopane e Reis (2007), em Eucalyptus spp. e por Martins et al. (2010), em plantas jovens de nim-indiano (Azadirachta indica a. juss.). Para a proporção matéria seca raiz/parte aérea (MSR/PA), como observado na Figura 1.13, todos os efeitos foram significativos, resultando na necessidade de desmembrar a interação genótipo vs. regime hídrico. Figura 1.13 - Relação matéria seca de raiz e parte aérea (MSR/PA) de plantas de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. 30 Segundo Taiz e Zeiger (2009), a maior contribuição do sistema radicular, numa condição hídrica limitante, é explicada devido a inibição da expansão foliar reduzir o consumo de fotoassimilados e energia, de tal forma que uma proporção maior de assimilados pode ser distribuída ao sistema radicular, podendo levar, assim, ao incremento da razão matéria seca de raiz/parte aérea. Esses autores afirmam, ainda, que essa razão parece ser governada por um balanço funcional entre absorção de água pelas raízes e fotossíntese pela parte aérea, em que a parte aérea continuará a crescer até que a absorção de água pelas raízes torne-se limitante. Por outro lado, as raízes crescerão até que a demanda por fotoassimilados da parte aérea iguale-se ao suprimento, sendo este balanço funcional modificado, caso a disponibilidade de água decresça. O aumento da MSR/PA em função do déficit hídrico não foi verificado neste trabalho, concordando com o encontrado por Osório et al. (1998), em E. globulus e Gutierrez et al. (2002), em E. nitens e em contraste ao relatado por outros autores, em eucalipto e em outros gêneros florestais (BARROS; BARBOSA, 1995; DIAS-FILHO, 1995; LI, 2000; LI; WANG, 2003; MORONI; WORLEDGE; BEADLE, 2003; ZHANG; WU; LI, 2005; TATAGIBA; PEZZOPANE; REIS, 2007; SUSILUOTO; BERNINGER, 2007; SILVA et al., 2008b; THOMAS, 2009). Segundo Osório et al. (1998) o controle genético sobre a MSR/PA é muito forte em algumas espécies de eucalipto. Para a razão da massa foliar (RMF), também foi verificada interação significativa entre genótipo e regime hídrico, sendo dessa forma, necessário desmembrar a interação (Figura 1.14). Nos dois regimes hídricos, o clone 953 apresentou uma maior razão da massa foliar, comparativamente ao clone 224. Os resultados revelam que esta variável foi influenciada pela restrição hídrica, ocorrendo aumento na RMF das plantas do clone tolerante, que sofreram estresse hídrico, o mesmo não sendo observado para o clone 224. 31 Figura 1.14 - Razão de massa foliar (RMF) de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. A razão da massa foliar expressa a relação entre a matéria seca de folhas e a matéria seca total da planta, de tal forma que, quanto maior a proporção de folhas em relação a massa da planta, maior a capacidade de realizar fotossíntese (FLOSS, 2011). Ainda, segundo Benincasa (2003), esta variável representa a fração de matéria seca não-exportada das folhas para as outras partes da planta, onde uma maior ou menor exportação de material da folha pode ser uma característica genética a qual está sob a influência de variáveis ambientais, como a disponibilidade hídrica no solo. A superioridade em termos de RMF apresentada pelo clone 953 em comparação ao 224, indica que este clone apresenta maior capacidade fotossintética, corroborando com o discutido na seção 3.3.2, e que investiu mais a sua produção, via fotossíntese, para as folhas (BRANT et al., 2009), evidenciado por ele apresentar 20,99% mais matéria seca no compartimento foliar, independente do regime hídrico, que o clone 224. Por outro lado, a baixa RMF observada no clone 224 indica que mais matéria seca foi distribuída para outras partes da planta, como para o compartimento radicular, em detrimento dos órgãos fotossintéticos, o que é apoiado pelos altos valores de MSR/PA. O aumento desta variável para o clone 953, sob déficit hídrico, mostra que a limitação hídrica afetou a translocação de fotoassimilados, promovendo uma maior alocação de fitomassa para as folhas, em detrimento dos demais compartimentos da planta. Resultados 32 contrários foram encontrados por Laebourge et al. (1998), em variedade de pinus negro e por Suassuna et al. (2012), em genótipos de citros, os quais verificaram decréscimos nessa variável sob limitação hídrica. 3.2.3 Área foliar, área foliar específica e razão de área foliar A área foliar apresentou interação significativa entre os fatores regime hídrico vs. tempo e entre genótipo vs. regime hídrico. Ao desdobrar esta primeira interação, observa-se que o déficit hídrico afetou a área foliar das plantas, independente do genótipo em questão, no 11° e 15° dias após a supressão hídrica (Figura 1.15). Comportamento semelhante foi relatado por Coopman et al. (2008), em E. globulus. Estes autores verificaram que esta variável não foi afetada pela seca até o 11° dia, quando houve um decréscimo significativo da área foliar devido, principalmente, a um intensa desfolha. Figura 1.15 - Área foliar de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. Ao analisar a interação genótipo vs. regime hídrico, verificou-se que o tratamento não irrigado reduziu em 44,30% a área foliar do clone 224, diferente do verificado para o clone 953, que manteve sua área foliar praticamente inalterada (Figura 1.16). Estes resultados confirmam a alta sensibilidade do clone 224 ao déficit hídrico. Comportamento similar foi 33 verificado por Pita e Pardos (2001) em diferentes clones de E. globulus. Estes autores observaram que os clones que apresentaram maior área foliar sob condições de ótima disponibilidade hídrica, apresentaram maior queda proporcional nesta variável sob condições de seca. Eles, então, concluíram que os clones com folhas grandes devem ser classificados como clones de alto risco para o plantio em áreas propensas à seca. A redução da área foliar em plantas sob condições de estresse hídrico tem sido relatada por vários autores em diversas espécies de eucalipto (METCALFE; DAVIES; PEREIRA, 1989; STONEMAN; TURNER; DELL, 1994; OSÓRIO et al., 1998; LI et al., 2000; CHAVES et al., 2004; TATAGIBA; PEZZOPANE; REIS, 2007; SUSILUOTO; BERNINGER, 2007; COOPMAN et al., 2008; PEREIRA et al., 2010), inclusive em espécies de outros gêneros florestais (SANTIAGO; NOGUEIRA; LOPES, 2001; MARRON et al., 2003; FIGUEIRÔA; BARBOSA; SIMABUKURO, 2004; VILLAGRA; CAVAGNARO, 2006; MARTINS et al., 2010) e tem por objetivo reduzir a perda de água por transpiração, como um mecanismo de defesa à seca. Figura 1.16 - Área foliar de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. Taiz e Zeiger (2009) apresentam a redução de área foliar como a primeira linha de defesa contra redução da disponibilidade hídrica, como consequência da diminuição do conteúdo de água da folha, contração das células e afrouxamento da parede celular. Como a 34 expansão foliar é alavancada, principalmente, pela pressão de turgor, em condições de déficit hídrico as folhas não têm como manter a sua expansão normal. Além de reduções na expansão foliar, declínio na área foliar em função da perda de folhas têm sido comumente relatado como uma estratégia contra a seca (GONÇALVES; PASSOS, 2000; CHAVES et al., 2004; COOPMAN et al., 2008). No presente experimento, foi verificado a partir do 11° dia de estresse hídrico uma visível desfolha dos clones, embora não tão expressiva. Lopes, Guerrini, Saad (2007) também verificaram diminuição de área foliar associada à menor disponibilidade de água em mudas de E. grandis. Resultados semelhantes foram encontrados por Pereira et al. (2006), Merchant et al. (2007), Martins et al. (2008) e Vellini et al. (2008). Thomas (2009), ao aplicar tratamentos hídricos diferenciados em clones de E. pipularis com o objetivo de rustificá-los, observou redução da área foliar de plantas que receberam menor irrigação. Mokotedi (2010) também relatou redução na área foliar de um clone de E. nitens vs. E. nitens ao longo de vários ciclos de seca. Na ausência de restrição hídrica, os genótipos apresentaram desempenhos distintos, em termos de área foliar, com valores mais elevados para o clone 224. A superioridade no incremento em área foliar é um fator significativo, uma vez que quanto maior a área foliar, melhor a interceptação da radiação solar e maior a capacidade fotossintética, com consequente produção de biomassa (LARCHER, 2006; TAIZ; ZEIGER, 2009). No entanto, nem sempre essa superioridade é um indicativo de maior potencial fotossintético, assim como, uma característica favorável ao desenvolvimento do vegetal em determinadas condições (VILLAGRA; CAVAGNARO, 2006), o que é corroborado neste trabalho. A superioridade em termos de área foliar apresentada pelo clone 224 no regime hídrico irrigado não lhe garantiu um maior potencial fotossintético, uma vez que neste regime, o clone 953 apresentou maior taxa de fotossíntese (ver seção 3.3.2). O mesmo foi verificado por Pinzón-Torres e Schiavinato (2008), ao avaliarem o crescimento, a eficiência fotossintética e a eficiência no uso da água de quatro leguminosas arbóreas. Os autores verificaram que a espécie que apresentou os maiores valores quanto à área foliar específica não apresentou a maior taxa fotossintética, como consequência do maior investimento em área foliar. Além do mais, a elevada área foliar das plantas do clone 224 implica em um aumento na perda de água por transpiração, o que, em condições hídricas limitantes, pode comprometer o desenvolvimento da planta. Genótipos adaptados à áreas secas, geralmente têm folhas menores do que genótipos de habitats mais úmidos, que é uma estratégia para evitar a perda excessiva de água (VILLAGRA; CAVAGNARO, 2006). Nesse contexto, a reduzida área foliar do clone 953, em 35 ambos regimes hídricos, garante a maior tolerância deste clone a condições hídricas limitantes. A área foliar específica (AFE) apresentou interação significativa entre os fatores estudados, sendo dessa forma, necessário desmembrar a interação (Figura 1.17). Figura 1.17 - Área foliar específica (AFE) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. Em ambos os regimes hídricos, o clone 953 apresentou uma menor área foliar específica, comparativamente ao clone 224 (Figura 1.17). No entanto, a AFE do clone tolerante não diferiu estatisticamente entre os regimes hídricos, o que significa dizer que o clone 953 já apresentava uma área foliar específica menor, independente da aplicação dos tratamentos hídricos. Por outro lado, o clone 224 teve uma redução de 40,96% da área foliar específica em função do regime hídrico sem água. Esta variável é um componente morfológico (área foliar) e anatômico da folha (espessura do mesófilo) e é expressa pela razão entre a área foliar e a matéria seca de todas as lâminas foliares (FLOSS, 2011). Segundo Barreiro et al. (2006), a área foliar é um componente morfofisiológico e a matéria seca é um componente anatômico de uma espécie vegetal, pois está relacionado à composição interna (número e tamanho) das células do mesofilo. Benincasa (2003) infere que, o inverso da AFE reflete a espessura das folhas. Ainda, 36 de acordo com Silva e Nogueira (2003), a área foliar específica fornece a ideia de quanto foi retido ou exportado de fotoassimilados no centro de produção, que é a folha. O fato do clone 953, em ambos regimes hídricos, ter apresentado uma menor área foliar específica implica dizer que este clone apresenta células do mesofilo maiores e em maior número, ou seja, uma maior espessura do mesofilo foliar (FLOSS, 2011) em relação ao clone 224. Isso permite ao clone 953 diminuir a taxa de transpiração, mediante a redução da superfície de perda de água (menor área foliar), mantendo, simultaneamente, uma alta capacidade fotossintética (ver seção 3.3.2). O que, provavelmente, corresponde a um dos mecanismos que lhe confere maior tolerância a baixa disponibilidade hídrica. Liu e Stützel (2004) confirmam esse raciocínio ao afirmar que, com o aumento da espessura (aumento do número e, ou tamanho das células mesofílicas por unidade de área foliar), as folhas tendem a aumentar a assimilação de CO2 e, consequentemente, há um aumento da eficiência fotossintética. Portanto, um mecanismo de redução das taxas transpiratórias. Para o clone 224, verificou-se que o déficit hídrico promoveu a redução da AFE, o que corrobora com o observado em vários outros trabalhos com eucalipto (LI et al., 2000; PITA; PARDOS, 2001; NGUGI et al., 2003b; MERCHANT et al., 2007; COOPMAN et al., 2008). Comportamento semelhante também foi verificado por Marron et al. (2003), em clones de Populus vs. Canadensis e por Dias-Filho (1995), em quatro espécies da Amazônia. Segundo este último autor, o decréscimo desta variável em resposta ao suprimento hídrico reduzido revela a habilidade de otimizar o uso da água em condições hídricas limitantes. Os resultados também coincidem com o verificado por Silva e Nogueira (2003) em Prosopis juliflora. Estes autores afirmam que a redução da área foliar específica observada em Prosopis juliflora indica que esta espécie tende a exportar mais fotoassimilados para outros órgãos do que retêlos nas folhas. Em contraste, Pereira et al. (2010) verificaram maiores valores de AFE em plantas de eucalipto tratadas com restrição hídrica. Assim como a AFE, a razão de área foliar (RAF) também apresentou interação significativa entre os fatores estudados (Figura 1.18). A razão de área foliar expressa a área útil do aparelho fotossintético e é dada pelo quociente entre a área foliar responsável pela interceptação de energia luminosa e CO2 e a matéria seca da planta, resultado da fotossíntese (FLOSS, 2011). De acordo com Magalhães (1979), esta variável é a medida do aparelho assimilador e funciona como parâmetro adequado para avaliar efeitos genotípicos, climáticos e do manejo de comunidades vegetais. 37 Figura 1.18 - Razão de área foliar (RAF) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. Observou-se que no regime hídrico irrigado, o clone 224 apresentou uma RAF 59,01% superior ao clone 953 (Figura 1.18). Este resultado indica que o clone sensível apresenta uma maior área foliar útil para a fotossíntese em comparação ao clone tolerante (FLOSS, 2011), o que, necessariamente, não é um indicativo de maior eficiência fotossintética, como previamente discutido. Por outro lado, não foram verificadas diferenças para esta variável entre os clones sob limitação hídrica. A escassez d'água reduziu a razão de área foliar em 36,17% para o clone 224 e aumentou em 33,16% para o clone 953. Esse aumento ocorrido no clone 953 decorre de uma maior redução na matéria seca total da planta (37,93%) que na área foliar (6,5%), o oposto foi observado para o clone 224. Pereira et al. (2010) também não verificaram decréscimos na RAF em plantas de eucalipto sob déficit hídrico. A redução da RAF verificada no clone 224 sob déficit hídrico está em perfeita concordância com o relatado por Dias-Filho (1995), que verificou essa redução em três espécies lenhosas da Amazônia, quando submetidas a estresse hídrico induzido por suspensão de irrigação. Esse autor afirma que a redução da RAF em condições hídricas limitantes demonstra a capacidade para melhor aproveitar o uso da água em situações em que baixos potencias hídricos do solo concorrem com alta demanda evaporativa. O mesmo foi verificado por Silva e Nogueira (2003), em Prosopis juliflora. Segundo estes dois últimos autores, as plantas que conseguem utilizar uma menor área foliar para produzir uma mesma quantidade 38 de fitomassa seca, quando em estresse, demostram maior eficiência foliar. Paz, Vera e Páez (2003) estudaram Barleria lupulina e constataram redução na razão de área foliar sob diminuição do suprimento hídrico no solo. 3.3 Características ecofisiológicas Os resultados da análise de variância referente às características ecofisiológicas (condutância estomática, transpiração, fotossíntese, concentração interna de CO2, eficiência no uso de água e temperatura foliar) encontram-se no Apêndice A. 3.3.1 Condutância estomática e transpiração Em relação a condutância estomática (Gs) e a transpiração (E), não houve efeito de interação entre genótipo e regime hídrico, mas, o efeito de regime hídrico foi significativo (Figura 1.19 e 1.20). O tratamento não irrigado reduziu significativamente a condutância estomática para valores abaixo de 0,05 mol H2O. m-2s-1, considerado por Flexas e Medrano (2002) valores típicos de um estresse hídrico muito severo. Figura 1.19 - Condutância estomática (Gs) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. 39 A importância do estômato nos mecanismos de trocas gasosas, efluxo de água e influxo de CO2 está relacionada com a extrema sensibilidade desta estrutura, tanto ao estresse ambiental quanto a fatores fisiológicos internos (produção de ácido abscísico, por exemplo). Em condições de baixa disponibilidade hídrica do solo, os estômatos abrirão menos ou até mesmo permanecerão fechados, permitindo à planta evitar sua desidratação. A redução da condutância estomática nos estágios iniciais do estresse hídrico pode levar ao aumento da eficiência no uso da água (ou seja, mais CO2 pode ser absorvido por unidade de água transpirada), uma vez que o fechamento estomático inibe a transpiração que, por sua vez, diminui as concentrações intercelulares de CO2 (TAIZ; ZEIGER, 2009). No entanto, quando o estresse torna-se severo, a desidratação de células do mesofilo inibe a fotossíntese, o metabolismo do mesofilo é prejudicado e a eficiência no uso de água declina. A diminuição da condutância estomática dos clones de eucalipto coincide com o comportamento observado em plantas jovens de buriti (Mauritia vinifera) e açaí (Euterpe oleracea) cultivadas em vasos e submetidas a estresse hídrico pela suspensão da irrigação (CALBO; MORAES, 1997; 2000) e em plantas de pupunheira (Bactris gasipaes), aroeira-dosertão (Myracrodruon urundeuva) e aroreira (Schinus terebinthifolius) também sob limitação hídrica (OLIVEIRA et al., 2002; QUEIROZ; GARCIA; FILHO, 2002; SILVA et al., 2008b). Comportamento similar foi relatado por Oliveira, Gualtieri e Bocchese (2011) em mudas de ipê (Tebebuia aurea) submetidas a estresse hídrico por supressão da irrigação. Carneiro et al. (2008), verificaram reduções da condutância estomática em período seco para híbridos de E. urophylla vs E. grandis. Esse declínio da condutância estomática com a diminuição da disponibilidade hídrica tem sido relatado em plantas de eucalipto por vários outros autores (KALLARACKAL; SOMEN, 1997; GUTIERREZ et al., 2002; ALMEIDA; SOARES, 2003; LIMA; JARVIS; RHIZOPOULOU, 2003; GINDABA; ROZANOV; NEGASH, 2005; TATAGIBA et al., 2007; VELLINI et al., 2008; NAVARRETE-CAMPOS et al., 2013). Estes resultados demonstram que o eucalipto exerce controle estomático eficiente em condições de suprimento limitado de água no solo. Em contrapartida, Chaves et al. (2004) não verificaram diferença significativa entre clones de eucalipto plenamente irrigado e sob deficiência hídrica. Segundo Lima (1996), a maioria das espécies de eucalipto desenvolveu um mecanismo bastante efetivo de controle estomático para perdas de água em resposta a fatores ambientais, que possibilita tolerar uma amplitude de variação do potencial de água foliar sem alterar significativamente a condutância estomática. Todavia, quando o valor crítico de potencial hídrico na folha é atingido, os estômatos começam a se fechar substancialmente, até quase o fechamento total. 40 A transpiração foliar (Figura 1.20) seguiu a mesma tendência de comportamento da condutância estomática (Figura 1.19), conforme tem sido observado por outros autores em estudos com plantas de eucalipto (MIELKE et al., 1999; LIMA, JARVIS, RHIZOPOULOU, 2003; CHAVES et al., 2004; SILVA et al., 2004b; TATAGIBA et al., 2007; VELLINI et al., 2008; MARTINS et al., 2008). Essa tendência comportamental é explicada por Larcher (2006), ao afirmar que a medida que a disponibilidade de água no solo diminui, a taxa de transpiração decresce, como resultado do fechamento dos estômatos. A transpiração exerce uma importância crucial no balanço hídrico do vegetal, uma vez que é responsável pela liberação de um grande volume de água, principalmente, através dos estômatos (KRAMER; BOYER, 1995). Logo, a redução da condutância estomática através do fechamento dos estômatos constitui uma importante e conhecida estratégia de tolerância das plantas à deficiência hídrica, que proporciona a diminuição da taxa de transpiração, mantém o conteúdo hídrico foliar, reduz o risco de desidratação e eventual morte por dessecação (HSIAO, 1973; REIS; REIS, 1997; LARCHER, 2006; TAIZ; ZEIGER, 2009). Figura 1.20 - Transpiração (E) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Gwenzi et al. (2012), ao avaliar as respostas hídricas de uma vegetação lenhosa perene em um ecossistema artificial construído sob condições de seca sazonal, verificaram valores menores de condutância estomática no verão e negativamente correlacionados com o potencial hídrico da planta, que indica forte controle estomático da transpiração em resposta a limitação hídrica. Comportamento semelhante foi observado por David et al. (2002), em 41 estudos com Quercus rotundifolia e por Silva et al. (2003), em três espécies lenhosas (Mimosa caesalpiniifolia, Enterolobium contortisiliquum e Tabebuia áurea) sob estresse hídrico. 3.3.2 Fotossíntese e concentração interna de CO2 Para a fotossíntese (A), houve interação significativa entre genótipo e regime hídrico (Figura 1.21). Observou-se que mesmo no regime hídrico irrigado, os genótipos apresentaram diferenças em suas taxas de fotossíntese líquida. O clone 953 apresentou uma taxa fotossintética 21,49% superior ao clone 224, o que seria uma evidência de que os clones diferem naturalmente entre si, no que diz respeito à fotossíntese, sendo aquele mais eficiente em termos fotossintéticos que este. Considerando que este clone, 953, apresentou uma maior matéria seca no compartimento foliar e menor área foliar, provavelmente ele apresenta maior espessura do seu mesófilo, conforme indicado pelos menores valores de AFE, de maneira a compensar a área foliar reduzida e por isso, porta-se como mais eficiente fotossinteticamente. Ou seja, é tanto eficiente em termos de uso de água (folha reduzida implica em menor transpiração), quanto fotossinteticamente, embora apresente lâminas pequenas, elas provavelmente, possuem células do mesofilo maiores e em maior número. Figura 1.21 - Fotossíntese (A) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo 42 teste F a 5% de significância. A suspensão da irrigação causou declínio na fotossíntese líquida nos dois genótipos, atingindo valores próximos a zero, não sendo verificada diferença estatística entre eles. A redução das taxas fotossintéticas promovida por limitação hídrica em eucalipto tem sido relatada na literatura (PEREIRA et al., 1986; STONEMAN; TURNER; DELL, 1994; GUTIERREZ et al., 2002; LIMA; JARVIS; RHIZOPOULOU, 2003; TATAGIBA et al., 2007, 2009; WARREN; ARANDA; CANO, 2011; NAVARRETE-CAMPOS et al., 2013). A fotossíntese é um dos principais processos a serem afetados por falta de água, tanto por meio da redução da difusão do CO2 para o cloroplasto, quanto por restrições metabólicas. O impacto relativo dessas limitações varia com a intensidade do estresse, com o estágio de desenvolvimento da planta e idade da folha, com a ocorrência (ou não) de estresses sobrepostos e com a espécie estudada (CHAVES; MAROCO; PEREIRA, 2003; PINHEIRO; CHAVES, 2011). Vários artigos de revisão têm discutido os efeitos do déficit hídrico sobre a fotossíntese de uma forma abrangente (CORNIC, 2000; FLEXAS; MENDRANO, 2002; LAWLOR; CORNIC, 2002; CHAVES; FLEXAS; PINHEIRO, 2009). No momento da medição, a concentração interna de CO2 (Ci) não apresentou efeitos de interação entre genótipo vs. regime hídrico, sendo significativos somente efeitos de regime hídrico (Figura 1.22). A concentração interna de CO2 foi, significativamente, maior no regime hídrico não irrigado. Este aumento na Ci, segundo alguns autores, é um indicativo de predominância de limitações não estomáticas ou metabólicas ao processo fotossintético. Com o fechamento dos estômatos, a concentração de CO2 no interior da folha diminui com o aumento do estresse, mas, aumenta à medida que o déficit hídrico torna-se mais severo (LAWLOR, 1995). Flexas e Medrano (2002) complementam que, na maioria dos casos, o ponto em que Ci começa a aumentar, conhecido como ponto de inflexão, ocorre em um Gs a cerca de 0,05 H2O.m-2s-1, ou seja, ocorre em um estágio de déficit hídrico muito severo. 43 Figura 1.22 - Concentração interna de CO2 (Ci) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Reduções nas taxas fotossintéticas de plantas sob condições de déficit hídrico paralelas ao aumento das concentrações internas de CO2 tem sido atribuídas, em parte, a fatores não estomáticos em nível dos cloroplastos, como problemas no transporte de elétrons e na fotofosforilação (KAISER; 1987). Para Ni e Pallardy (1992), o alto valor de Ci associado à baixa condutância estomática seria um indicativo de decréscimo na eficiência de carboxilação. Machado, Medina e Gomes (1999) explicam que este aumento da concentração interna de CO2, quando associado a baixos potenciais hídricos, pode estar relacionado à queda na atividade de enzimas envolvidas no processo de fixação de CO2. Macfarlane, White e Adams (2004) atribuíram o aumento da Ci no interior de folhas de Eucalyptus globulus acompanhado pelo decréscimo na condutância estomática, a limitações não estomáticas a fotossíntese. Segundo Lawlor (2002), esta redução na fotossíntese de plantas submetidas à deficiência hídrica podem estar relacionadas à limitação da regeneração de ribulose-1,5bifosfato (RuBP), e não a inibição das enzimas no ciclo de Calvin. E esta limitação, provavelmente, está ligada à redução na síntese de ATP, devido a uma progressiva inativação de fatores de acoplamento, resultante do aumento da concentração iônica (Mg+2) também defendido por Rao, Sharp e Boyer (1987), e não à redução da capacidade do transporte de elétrons ou de prótons. 44 Flexas e Medrano (2002), em uma revisão sobre as causas da inibição fotossintética em plantas C3 sob condições de deficiência hídrica, utilizaram a Ci como um indicador da predominância de limitações estomáticas ou não estomáticas no processo fotossintético ao longo do desenvolvimento do estresse hídrico. Estes autores verificaram alterações metabólicas prejudiciais à atividade fotossintética em condições de deficiência hídrica leve a moderada, caracterizadas pela síntese prejudicada de ATP e a consequente redução da regeneração da RuBP. Também verificaram reduções progressivas na atividade da enzima ribulose bi-fosfato carboxilase/oxigenase (Rubisco), assim como diminuições da eficiência fotoquímica na medida que o déficit hídrico torna-se mais acentuado. Ainda, segundo Flexas e Medrano (2002), numa condição extrema de deficiência hídrica, caracterizada por um fechamento quase que completo dos estômatos, uma fotoinibição permanente pode vir a ocorrer. Embora estes autores tenham verificado diminuição da capacidade destes processos metabólicos, a diminuição da Ci confirma a predominância de limitação estomática na restrição da taxa fotossintética na fase precoce de déficit hídrico, enquanto que os altos valores de Ci seriam um indicativo de predominância de limitação a nível não estomático ou metabólico, típicos de uma condição grave de deficiência hídrica. Angelopoulos, Dichio e Xiloyannis (1996), Cornic (2000), Flexas e Medrano (2002), Lawlor e Cornic (2002), Lawlor (2002), Grassi e Magnani (2005) amenizam o impacto do efeito metabólico sobre a atividade fotossintética em plantas sob condições de deficiência hídrica, o qual somente ocorreria em condições severas de estresse. Dessa forma, esses autores afirmam que a limitação da fotossíntese é, principalmente, devido à menor difusão de CO2 atmosférico para os sítios de carboxilação (menor Ci e menor disponibilidade de CO2 para a Rubisco), causada pelo fechamento estomático. Ainda, para Centritto, Loreto e Chartzoulakis (2003) e Flexas et al. (2008) a limitação a difusão de CO2 inclui componentes estomáticos e do mesofilo. Uma linha argumentativa contrária afirma que a limitação da atividade fotossintética é mais um efeito metabólico, como defendido por Ghannoum et al. (2003). Lauer e Boyer (1992) mediram a Ci em plantas sob restrições hídricas e não detectaram redução desta, sob condições de seca, o que mostra que a limitação da atividade fotossintética pode não estar necessariamente associada à condutância estomática. Von Caemmerer e Farquhar (2004) verificaram que a condutância estomática não está fortemente ligada à capacidade fotossintética em plantas de tabaco. Leidi et al. (1993) trabalhando com plantas de algodão, não observou relação direta entre a Ci e a condutância estomática, resultado semelhante foi observado por Calbo e Moraes (1997) em plantas de buriti. Tezara et al. (1999) concluíram 45 que a assimilação fotossintética de CO2 por folhas estressadas de girassol não é limitada pela difusão de CO2, mas através da inibição da síntese de RuBP, relacionada com menor teor de ATP resultante do decréscimo na produção de ATP sintase. Vale ressaltar que parte da controvérsia mencionada acima pode ser devido ao fato das análises de A-Ci terem sido frequentemente usadas para descrever limitações não estomáticas a fotossíntese (FLEXAS et al., 2004). No entanto, existem incertezas no cálculo da Ci sob condições de seca, decorrentes do fechamento heterogêneo dos estômatos (TERASHIMA, 1992; BUCKLEY; FARQUHAR; MOTT, 1997) e da interferência da condutância cuticular (BOYER et al., 1997). Este último pode provocar uma superestimava da Ci e, assim, mascarar o efeito estomático na redução da A. Segundo Cornic (2000), estes dois problemas dificultam, ou até mesmo impossibilitam, a obtenção de um valor correto da Ci em condições de baixo potencial hídrico foliar, através de um sistema de troca de gás padrão. Além disso, as mudanças induzidas pela seca na condutância do mesofilo para CO2 também pode invalidar a interpretação das análises A-Ci (Flexas et al., 2002). Desconsiderando a problemática subjacente a interpretação das análises A-Ci, os resultados das trocas gasosas indicaram que as alterações nas taxas fotossintéticas dos genótipos estudados, observadas no 10° dia de déficit hídrico, foram causadas por limitações metabólicas, tendo em vista que sob deficiência hídrica as reduções das taxas de fotossíntese líquida ocorreram concomitantemente ao aumento da Ci e à diminuição da condutância estomática. Vale ressaltar que em função da disponibilidade do aparelho, as medições foram efetuadas no 10° dia de aplicação do estresse hídrico, onde as mudas já apresentavam-se debilitadas, com o substrato consideravelmente seco. Logo, valores altos de Ci obtidos estão coerentes com a severidade do déficit hídrico manifestada pelos sintomas, da ausência de água visível no substrato utilizado e da condutância estomática relativamente baixa (> 0,05 mol H2O.m-2s-1) observada no dia da avaliação. 3.3.3 Eficiência no uso da água Com relação à eficiência no uso da água (EUA) (Figura 1.23), os resultados revelaram que somente o efeito simples de regime hídrico foi significativo, não sendo possível diferenciar os dois genótipos quanto a necessidade do consumo de água para cada unidade de matéria seca produzida. Quando analisado o efeito dos regimes hídricos, o tratamento não irrigado promoveu uma redução de 62,25% na EUA. Essa redução indica que os clones na 46 condição hídrica limitada apresentam menor assimilação de CO2 e, assim, produzem menos matéria seca por unidade de volume de água consumida. Figura 1.23 - Eficiência no uso da água (EUA) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Pereira et al. (1986) também constataram, em um plantio de E. globulus, maiores valores da eficiência no uso da água durante a época de maior suprimento hídrico no solo. Resultados semelhantes foram relatados por Stape et al. (2004) em híbridos de E. urophylla vs. E. grandis. De acordo com Pereira et al. (2006), embora o eucalipto apresente altas taxas de crescimento, e portanto altos valores de transpiração, o que leva ao aumento do consumo de água, espécies do gênero apresentam altos valores de eficiência no uso da água. A eficiência no uso de água dada pela razão entre a taxa fotossintética e a taxa de transpiração é uma importante variável na avaliação dos efeitos do manejo da água, do solo e da planta sobre o consumo de água e produção da cultura (LARCHER, 2006). Nas espécies florestais, a eficiência no uso da água auxilia a compreensão das relações hídricas em plantas, representando uma relação entre o incremento de biomassa e o volume de água utilizada no período (HATFIELD; SAUER; PRUEGER, 2001). Há grande evidência de que a eficiência no uso de água depende de cada espécie ou variedade vegetal e do estágio de desenvolvimento, das condições ambientais e, sobretudo, da disponibilidade hídrica e da capacidade de evaporação do ar (LINDROTH; CIENCIALA, 1995; LARCHER, 2006). Segundo Whitehead e Beadle (2004), muitos estudos têm examinado a eficiência no uso da água no cultivo de eucalipto em diferentes ambientes e sob diferentes tratamentos 47 silviculturais. Olbrich, Roux, Poulter (1993) ressaltam a importância do conhecimento dessa variável no processo de seleção de espécies de eucalipto para determinadas condições. Por outro lado, Tatagiba, Pezzopane e Reis (2008) relataram que a eficiência no uso da água demonstrou ser uma estratégia ineficiente na seleção de clones para ambientes com diferenciada disponibilidade hídrica no solo. Já para Navarrete-Campos et al. (2013), a eficiência no uso de água não é uma variável adequada, por si só para selecionar genótipos tolerantes à seca, mas pode fornecer evidências para descartar genótipos sensíveis à seca. 3.3.4 Temperatura foliar Os resultados revelaram que somente o efeito simples de regime hídrico foi significativo (Figura 1.24), não sendo possível estabelecer diferenças entre os dois genótipos estudados para esta variável. Figura 1.24 - Temperatura foliar (T) de plantas jovens de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Nas plantas do tratamento não irrigado foi observado um aumento da temperatura foliar (T). Esse aumento, possivelmente, foi decorrente da redução da condutância estomática, consequência do fechamento dos estômatos nas plantas sob estresse hídrico, o qual levou a redução da transpiração foliar, e consequentemente, comprometeu a dissipação de calor das folhas das plantas (TAIZ; ZEIGER, 2009). Ademais, quando a temperatura da folha é analisada, comparando-se com outras variáveis, observa-se uma tendência comportamental 48 inversamente proporcional a condutância estomática e a transpiração, fortalecendo as evidências de que o processo de resfriamento foliar mediante do fluxo transpiratório foi comprometido pelo estado hídrico do mesofilo foliar. Embora o fechamento parcial ou total do poro estomático amenize a perda de água através da transpiração, ele limita, não só a difusão de CO2 para a câmara subestomática, mas, também, a dissipação de calor da folha, afetando diretamente o balanço de calor sensível sobre o vegetal (BRUNINI; CARDOSO, 1998). Por outro lado, deve-se atentar ao fato de que a ventilação em casas de vegetação e em viveiros experimentais pode ser afetada, dificultando, assim, a dissipação de calor pelas folhas das plantas nesses ambientes. Os resultados obtidos aqui coincidem com os obtidos por Pereira et al. (2006) ao estudar o comportamento morfofisiológico de clones de eucalipto sob diferentes níveis de água no solo. Estes autores verificaram que a deficiência hídrica promoveu a redução dos valores da condutância estomática e transpiração concomitante ao aumento da temperatura foliar de dois clones avaliados. A elevação da temperatura foliar decorrente do estresse hídrico também foi relatado por Nogueira et al. (2001) em plantas jovens de acerola (Malpighia emarginata) e por Silva et al. (2004a) em espécies da caatinga. Esses autores justificam a elevação da temperatura foliar nas plantas submetidas a déficit hídrico em razão da menor transpiração foliar nessas plantas, considerando que a transpiração é o principal mecanismo de dissipação do calor dos vegetais (KRAMER; BOYER, 1995; BRUNINI; CARDOSO, 1998). Ainda, alguns estudos têm relacionado a temperatura foliar como indicador do estresse hídrico, diretamente. Oliva, Lopes e Façanha (1984) avaliaram a resistência à seca de três espécies de eucalipto por meio da variação da temperatura foliar relacionada com a resistência estomática e as variações do teor relativo de água. Segundo Testi et al. (2008), nas mesmas condições ambientais, uma planta sob condições de estresse hídrico apresenta temperatura foliar superior quando comparada àquela cultivada sob condições de plena disponibilidade hídrica, sendo, portanto, um bom indicativo do “status” hídrico da planta. Para Silva et al. (2003), a temperatura foliar de três espécies lenhosas não se mostrou um bom indicador dos efeitos do estresse hídrico. 3.3.5 Índice de clorofila total Os resultados demonstraram que, em relação ao índice de clorofila total, todas as interações (genótipo vs. regime hídrico, genótipo vs. tempo, regime hídrico vs. tempo e 49 genótipo vs. regime hídrico vs. tempo) foram significativas. Vale ressaltar que, não é de interesse o desdobramento da interação genótipo vs. tempo. O índice de clorofila total do clone 224, considerando a interação genótipo vs. regime hídrico vs. tempo foi, significativamente, afetado pelo déficit hídrico no último dia do experimento (15°). Neste dia, a deficiência hídrica provocou um declínio de 33,99% no índice de clorofila total para este clone (Figura 1.25). Para o clone 953, já no 6° dia de estresse, verificou-se efeito significativo do déficit hídrico. Desse dia até o final do experimento, a limitação hídrica, diferente do observado para o clone 224, incrementou o índice de clorofila total do clone 953. Ressalta-se, também, que no 11° dia de estresse foram verificadas diferenças no teor de clorofila entre os genótipos no regime hídrico irrigado, com destaque para o clone 953. Analisando o comportamento dos genótipos dentro do regime hídrico não irrigado, em todos os dias de avaliação, excetuando-se o primeiro dia de aplicação do estresse, foi verificada diferença estatística no teor de clorofila do clone 953 em relação ao 224, com maiores teores de clorofila total para o 953. Figura 1.25 - Índice de clorofila total de plantas de clones de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. Os pigmentos fotossintéticos estão estreitamente relacionados com estresses ambientais (CARTER; KNAPP, 2001; SPITALE, 2009; XUE et al., 2011) e, estes estresses, estão associados, tipicamente, com degradação de clorofilas e declínio na capacidade fotossintética (MARENCO; LOPES, 2005; HATFIELD et al., 2008). Redução no teor de clorofila tem sido considerado uma reação comum a estresse hídrico (GRZESIAK et al., 50 2007; ANJUM et al., 2011; DUTRA et al., 2012; EBRAHIMIYAN et al., 2013; HUANG et al., 2013), assim como uma limitação direta ao processo fotossintético e, portanto, a produção primária da planta (HUANG et al., 2013). Os dados obtidos mostram que a imposição de até 11 dias de deficiência hídrica não foi capaz de levar a mudanças no conteúdo de clorofila no genótipo sensível, sendo verificadas reduções somente a partir do 15° dia de estresse (Figura 1.25). Similarmente, Nautiyal, Negi e Kumar (1996) verificaram decréscimos no conteúdo de clorofila em plantas de Pongamia pinnata somente em condições hídricas mais severas. De acordo com esses autores, isso mostra que a espécie em questão é capaz de sobreviver e manter-se fotossinteticamente ativa em condições moderadas de déficit hídrico. No entanto, condições mais severas têm efeito adverso sobre o conteúdo de clorofila. Segundo Huang et al. (2013), o decréscimo substancial ou mudanças no conteúdo de clorofila durante o déficit hídrico depende da intensidade, severidade e duração do déficit. A severidade do estresse verificado no 15° dia de avaliação, confirmada pelos sintomas, pela secura visível do substrato utilizado e pela condutância estomática consideravelmente baixa (> 0,05 mol H2O m-2s-1), provavelmente, favoreceu a formação e acúmulo de espécies reativas de oxigênio, que danificam as plantas oxidando pigmentos fotossintéticos, lipídeos de membrana, proteínas e ácidos nucleicos (AGASTIAN; KINGSLEY; VIVEKANANDAN, 2000; RAOUDHA et al., 2007; XUE et al., 2011). Essas espécies reativas de oxigênio são responsáveis pela degradação das membranas dos tilacoides nos cloroplastos, por meio da peroxidação de seus lipídeos (MARENCO; LOPES, 2005); fato observado em plantas de trigo submetidas à limitação hídrica nas quais essas taxas de peroxidação aumentaram consideravelmente com a severidade do estresse (TATAR; GEVREK, 2008). O decréscimo no teor de clorofila sob estresse hídrico tem sido apontado, portanto, como um sintoma característico de estresse oxidativo e pode ser o resultado de fotooxidação do pigmento e degradação da clorofila (XUE et al., 2011). Em contrapartida, o clone 953 incrementou o seu conteúdo de clorofila ao longo da aplicação do déficit hídrico. Resultado similar foi encontrado por Silva, Klar e Passos (2004), em E. grandis e por Yanqiong et al. (2007) em quatro espécies arbustivas sob restrição hídrica. Alguns autores têm observado incremento no teor de clorofila em condições de estresse moderado e o tem justificado em razão de uma possível desaceleração do crescimento celular em relação à síntese de clorofila. Ebrahimiyan et al. (2013), por exemplo, encontraram uma relação entre o conteúdo de clorofila e a produção de matéria seca em condições de 51 estresse hídrico moderado, indicando que a perda de peso foliar após o estresse moderado pode resultar em aumento relativo do teor de clorofila. Por outro lado, alguns autores não têm verificado diferença significativa no conteúdo de clorofila total de algumas espécies sob diferentes regimes hídricos, como Egert e Tevini (2002), em plantas de Allium schoenoprosum e Shvaleva et al. (2006), em E. globulus. Embora a degradação de pigmentos fotossintéticos devido a dano oxidativo seja um sintoma comum em plantas expostas a estresse hídrico severo, as plantas podem, segundo Egert e Tevini (2002), proteger-se sintetizando moléculas antioxidantes (carotenóides, ascorbato, atocoferol, glutationa e flavonóides) ou, ainda, aumentando a síntese de enzimas antioxidantes (peroxidases, superóxido dismutase e catalases). Mediante o exposto, o incremento observado no teor de clorofila no clone 953, desde os estágios iniciais do estresse até o último dia de aplicação da deficiência hídrica, pode ter sido devido à desaceleração do crescimento em relação a síntese de clorofila nos estágios iniciais do estresse, associada a presença de um mecanismo antioxidante eficiente sob restrição hídrica severa. 3.3.6 Variáveis da clorofila a Para a variável fluorescência mínima (Fo), as interações genótipo vs. regime hídrico, genótipo vs. tempo e genótipo vs. regime hídrico vs. tempo foram significativas (Figura 1.26). Já para a variável fluorescência máxima (Fm), além das citadas acima, foi também significativa a interação regime hídrico vs. tempo (Figura 1.27). Para a variável eficiência quântica do FSII, expressa pela relação Fv/Fm, os resultados revelaram que as interações genótipo vs. regime hídrico, genótipo vs. tempo e regime hídrico vs. tempo foram significativas (Figura 1.28). Ressalta-se que não é de interesse o desdobramento da interação genótipo vs. tempo, quando significativa. A análise do desdobramento da interação genótipo vs. regime hídrico vs. tempo revela que a deficiência hídrica causou efeitos significativos nos valores de fluorescência mínima de ambos os clones no 15° dia após a aplicação do estresse. Neste dia, o regime hídrico não irrigado diminuiu em 37,76% a Fo do clone 224, enquanto que aumentou a do clone 953 em 39,52%. 52 Figura 1.26 - Fluorescência mínima (Fo) de plantas de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. Os efeitos do déficit hídrico sobre a fluorescência mínima (Fo), caracterizada pela luz emitida pelas moléculas de clorofilas a excitadas, antes da energia ser dissipada para o centro de reação do FSII (KRAUSE; WEISS, 1991; BAKER; ROSENQVST, 2004), têm sido objeto de controvérsia na literatura. Alguns autores consideram que a redução encontrada para essa variável pode estar associada com a ocorrência de comprometimentos no centro de reação do FSII ou, ainda, a prejudicada transferência da energia de excitação do complexo antena para os centros de reação, indicando maior sensibilidade às condições hídricas limitantes (SILVA et al., 2006; TATAGIBA; PEZZOPONE, 2007; MICHELOZZI et al., 2011). Dentro dessa linha de raciocínio, o aumento da Fo estaria relacionado a uma maior possibilidade de adaptação às condições fotoinibitórias provenientes do déficit hídrico. Incremento na fluorescência mínima foi relatado por Tatagiba e Pezzopone (2007) em plantas de eucalipto na estação seca. Estes autores atribuíram esse incremento a capacidade dos clones de eucalipto tolerarem a deficiência hídrica encontrada no solo. Por outro lado, vários outros autores têm considerado o incremento da Fo um efeito negativo do déficit hídrico, como o relatado por Zlatev e Yordanov (2004), em plantas de feijão e por Calatayud, Roca e Martínez (2006), em roseiras. Segundo estes dois últimos autores, o nível mais elevado observado da Fo pode ser atribuído a um aumento na fração de centros de reação do FSII, em um estado fotoinativado, o que levaria a uma diminuição na capacidade fotoquímica do FSII. Efeoğlu, Ekmekçi e Çiçek (2008), em estudos com plantas de milho, também verificaram incremento da Fo sob restrição hídrica, o que, de acordo com 53 eles, poderia ser consequência de uma variedade de causas. Uma delas seria uma dissociação do complexo de coleta de luz do Fotossistema II (Light-Harvesting Complex II – LHCII) dos centros de reação. Outra possível causa seria a fotoinibição dos centros de reação, ou ainda, à redução do “pool” da plastoquinona (PQ) de folhas que passaram por adaptação ao escuro. Matos et al. (2010) atribuíram o aumento da fluorescência mínima em plantas de Cicer arietinum sob restrição hídrica à maiores perdas da energia de excitação durante sua transferência da antena para o centro de reação. Incremento desta variável também foi relatado por Bączek-Kwinta, Kozieł e Seidler-Łożykowska (2011) em plantas de Chamomilla recutita. Considerando esta segunda linha de raciocínio, o genótipo 224 respondeu melhor à limitação hídrica no 15° dia de estresse, embora essa resposta não tenha sido refletida no aumento da eficiência quântica do FSII. Ao analisar a variável fluorescência máxima, mediante o desdobramento da interação genótipo vs. regime hídrico vs. tempo, verifica-se que, diferente do relatado para a variável discutida acima, já no 6° dia de estresse, o déficit hídrico promoveu uma redução de 36,90% na Fm das plantas do clone 224 e esta redução tornou-se mais evidente nos 11° (74,89%) e 15° (85,36%) dias de estresse (Figura 1.27). Já para o clone 953, só foram verificados efeitos do regime hídrico não irrigado sobre a Fm nos 11° e 15° dias de déficit hídrico, sendo reduzida em 64,51% e 64,20%, respectivamente. Além do mais, no 11° dia de estresse os quatro tratamentos apresentaram uma queda visível para esta variável. No entanto, manteve-se os efeitos proporcionais do déficit hídrico sobre os genótipos. 54 Figura 1.27 -Fluorescência máxima (Fm) de plantas de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. A fluorescência máxima indica a completa redução da quinona A (QA) a partir da incidência de um pulso de luz saturante no centro de reação da QA. Durante a aplicação desse pulso, o rendimento quântico do processo fotoquímico diminui consideravelmente, ou seja, os centros de reação do sistema fotossintético se fecham e a emissão de fluorescência atinge o seu valor máximo (Fm) (MAXWELL; JOHNSON, 2000; BAKER; ROSENQVST, 2004). De acordo com Silva et al. (2006), esta redução da Fm observada no regime hídrico não irrigado, em ambos os genótipos estudados, caracteriza, de maneira geral, deficiências de fotorredução da quinona A (QA), principal aceptor de elétrons do Fotossistema II. Essas deficiências podem estar associadas à inativação do FSII nas membranas tilacoidais, afetando, diretamente, o fluxo de elétrons entre os fotossistemas. Comportamento similar foi relatado por estes mesmos autores em diferentes espécies forrageiras submetidas à restrição hídrica. O efeito mais tardio e menos intenso da deficiência hídrica observado sobre o clone 953 sugere menor sensibilidade desse genótipo à maior intensidade e duração do déficit hídrico aplicado (SILVA et al., 2006), indicando maior tolerância à seca, comparativamente ao clone 224. Os resultados obtidos coincidem também com o relatado por Zlatev e Yordanov (2004), em plantas de feijão, e por Bączek-Kwinta, Kozieł e Seidler-Łożykowska (2011), em plantas de Chamomilla recutita. Em contraste, Tatagiba e Pezzopone (2007) verificaram incremento para esta variável em plantas de eucalipto na estação seca. De acordo com eles, este incremento durante a época seca mostra que o baixo suprimento hídrico não causou 55 deficiência na fotorredução da quinona A (QA) e nem no fluxo de elétrons entre os fotossistemas dos clones estudados. O declínio da fluorescência máxima verificado em ambos os genótipos pode estar correlacionado com o aumento das taxas de degradação das proteínas D1, ocasionada pela ação das espécies reativas de oxigênio, um subproduto da restrição hídrica (GIARDI et al., 1996; PIETERS; TEZARA; HERRERA, 2003; ZLATEV; YORDANOV, 2004; RIVERO et al., 2010). As proteínas D1 desempenham um papel importante para o funcionamento do Fotossistema II, uma vez que o fluxo de elétrons do centro de reação é transferido para quinona A, a qual, ao atingir sua completa redução, emite a fluorescência em seu nível máximo (ARAÚJO; DEMINICIUS, 2009; RIVERO et al., 2010). Dessa forma, com o aumento das taxas de degradação dessas proteínas pelo déficit hídrico, menos energia seria transferida do centro de reação do Fotossistema II para a quinona A, resultando em baixos níveis de fluorescência máxima. Quanto a eficiência quântica do FSII (Fv/Fm), segundo a análise da interação regime hídrico vs. tempo, até o 6° dia após a suspensão da irrigação não havia ocorrido declínio nesta variável para os genótipos estudados. Nesse período, os valores estavam dentro do considerado ótimo (0,75 a 0,85) (Figura 1.28). A partir do 6° dia, foi verificado efeito do déficit hídrico na razão Fv/Fm, o qual tornou-se mais evidente nos 11° e 15° dias de estresse. Nestes últimos dias de experimento, a suspensão da irrigação causou declínio na relação Fv/Fm, para valores próximos a zero. Segundo Bolhàr-Nordenkampf et al. (1989), essa queda significativa pode estar correlacionada com danos ao aparato fotossintético das plantas, uma vez que plantas com aparelho fotossintético em perfeito estado, típico de condições ótimas de desenvolvimento, apresentam uma eficiência quântica do FSII, expressa pela razão Fv/Fm, variando entre 0,75 e 0,85. 56 Figura 1.28- Eficiência quântica do FSII, expressa pela razão Fv/Fm, de plantas de eucalipto, sob dois regimes hídricos, em diferentes tempos de avaliação. A análise do rendimento da fluorescência da clorofila revela o nível de excitação da energia no sistema de pigmentos que dirige a fotossíntese e permite mostrar a extensão da inibição ou do dano no processo de transferência de elétrons do FSII, decorrente dos estresses ambientais, inclusive o hídrico (BJÖRKMAN; POWLES, 1984; BOLHÀR- NORDENKAMPF et al., 1989; KRAUSE; WEIS, 1991). O desdobramento da interação genótipo vs. regime hídrico revela que a restrição hídrica alterou a eficiência quântica do FSII de ambos os clones, para valores inferiores a 0,75 (Figura 1.29). A queda mais drástica da relação Fv/Fm foi verificada no clone 224, que teve sua eficiência quântica reduzida em 56,27% e para valores abaixo de 0,40. Ao analisar os genótipos dentro de cada regime hídrico, não foram verificadas diferenças na eficiência quântica entre dois clones no regime hídrico irrigado e os valores foram superiores a 0,75. Entretanto, no regime hídrico não irrigado, o clone 224 apresentou uma relação Fv/Fm 31,13% inferior ao clone 953, indicativo de ter sofrido um efeito mais severo do estresse, salientado ser, de fato, mais sensível ao déficit hídrico. Reduções na eficiência quântica do FSII, indicativas de uma regulação fotoprotetora reversível ou de uma inativação irreversível do FSII, têm sido relatadas para várias espécies vegetais como consequência da deficiência hídrica do solo (PIETERS; SOUKI, 2005; SILVA et al., 2006; PAKNEJAD et al., 2007; DITMAROVÁ et al., 2010; ARAÚJO et al., 2010; MICHELOZZI et al., 2011; WANG et al., 2012). 57 Figura 1.29 - Eficiência quântica do FSII, expressa pela razão Fv/Fm, de plantas de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. Letras minúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os genótipos em cada regime hídrico e letras maiúsculas diferentes indicam diferença significativa entre os regimes hídricos, dentro de cada genótipo, pelo teste F a 5% de significância. O declínio da relação Fv/Fm dos clones de eucalipto sob déficit hídrico coincide com o comportamento observado por Rolando e Little (2003), em mudas de E. grandis, e por Lima, Jarvis e Rhizopoulou (2003), em cinco espécies de Eucalyptus (E. grandis, E. urophylla, E. camaldulensis, E. torelliana e E. phaeotrica). Estes últimos autores ainda relataram que o E. camaldulensis portou-se como o menos sensível à fotoinibição, quando comparado às plantas controles. Embora, essa razão normalmente decresça em plantas submetidas a algum tipo de estresse, Epron e Dryer (1990) e Tatagiba e Pezzopone (2007) não detectaram reduções na eficiência fotoquímica do FSII em plantas de carvalho e eucalipto submetidas a déficit hídrico. Palanisamy (1999) também não observaram reduções nesta variável em plantas de E. cladocalyx no regime hídrico estressado, o que, segundo eles, é um indicativo de insensibilidade à alterações na disponibilidade hídrica. Rolando e Little (2008) também não verificaram alterações na fluorescência da clorofila em mudas de E. grandis sob déficit hídrico. Segundo estes autores, a surpreendente falta de alterações nos parâmetros mensuráveis da fluorescência pode ter sido devido a utilização de mudas mais tolerantes à seca ou ainda devido ao curto período experimental. Em contrapartida, Susiluoto e Berninger (2007) verificaram que a resposta de E. Microtheca à seca em casa-de-vegetação incrementava a relação Fv/Fm sob condições hídricas estressantes. 58 Há, também, evidências de que os efeitos do estresse hídrico sobre o Fotossistema II podem ser mediados pela produção e acumulação de espécies reativas de oxigênio, devido a uma maior exposição dos cloroplastos ao excesso de energia de excitação, consequente, da redução na fixação do CO2, tanto por limitação estomática, quanto não estomática. Estes compostos causam extensivos danos às membranas, mediante peroxidação de lipídios, com consequente degradação de pigmentos e queda na atividade fotossintética (SMIRNOFF, 1993). Queiroz, Garcia e Filho (2002) completam afirmando que o déficit hídrico intensifica a formação de radicais livres em plantas por limitar o "pool" de NADP+ disponível para aceitar elétrons do Fotossistema I. Isso aumenta a probabilidade de transferência de energia de excitação para O2. Assim, espécies reativas de oxigênio teriam suas taxas aumentadas (SMIRNOFF, 1993; REDDY et al., 2004), criando oportunidade para a ocorrência de danos oxidativos nas membranas dos tilacoides dos cloroplastos, onde estão localizados os fotossistemas, resultando na destruição, por exemplo, das proteínas D1 e D2 do centro de reação do FSII (CHAVES; MAROCO; PEREIRA, 2003; REDDY et al., 2004; LIU et al., 2006). O resultado dessa ação seria refletido pelos baixos valores de rendimento quântico. Segundo Reddy et al. (2004), além das proteínas D1 e D2, as enzimas do ciclo de CalvinBenson e as enzimas que contêm Fe2+, são as mais afetadas pelas espécies reativas de oxigênio. Certamente, os efeitos negativos do déficit hídrico sobre a integridade estrutural e funcional do FSII, ocorridos neste experimento, foi consequente da degradação de outros componentes do FSII, que não as clorofilas, uma vez que no 6° dia de experimento o teor de clorofila do clone 224 não foi alterada pelo déficit hídrico, embora, neste mesmo dia, tenha ocorrido redução da relação Fv/Fm (Figura 1.30). Para este mesmo clone, a queda no conteúdo de clorofila só coincide com o declínio da eficiência quântica do FSII no 15° dia de estresse. Já para o clone 953, foram verificados aumento no teor de clorofila ao longo de todo o experimento sob condições hídricas limitantes. Embora, a interação genótipo vs. regime hídrico vs. tempo não tenha sido significativa a 5% de significância, observa-se que no 6° dia de estresse hídrico somente o clone 224 foi afetado negativamente pelo regime hídrico não irrigado (Figura 1.30). Provavelmente, esse fato deveu-se ao decréscimo da fluorescência máxima (Figura 1.27). Neste mesmo dia, as plantas do clone 953 apresentaram valores acima de 0,75 para relação Fv/Fm e nenhum sintoma visível em resposta a deficiência hídrica. Segundo Silva et al. (2007), esta habilidade em manter valores semelhantes de Fv/Fm sob estresse hídrico pode indicar alta eficiência no uso da radiação, possivelmente, pelas reações de assimilação de carbono. Logo, o 59 aparecimento mais tardio e menos intenso de dano ao FSII verificado no clone 953 pode ser um indicativo de um aparelho fotossintético mais eficiente que o do 224, quanto à tolerância às condições fotoinibitórias decorrentes da baixa disponibilidade hídrica. Vários autores têm considerado a eficiência quântica do FSII uma variável sensível e útil na identificação de genótipos tolerantes à seca em diferentes espécies vegetais (ROLANDO; LITTLE, 2003; SILVA et al., 2006; GONÇALVES et al., 2010; ARAÚJO et al., 2010), com destaque para o trabalho realizado por SILVA et al. (2007) que confirmam a confiabilidade dessa variável para este fim, tendo a vantagem adicional de possibilitar uma avaliação rápida e não destrutiva. Figura 1.30 - Eficiência quântica do FSII, expressa pela razão Fv/Fm, de plantas de eucalipto, sob dois regimes hídricos em diferentes tempos de avaliação. 60 4 CONCLUSÕES O presente estudo permite concluir que: Todas as variáveis morfológicas, com exceção da altura, e todas as variáveis de trocas gasosas foram negativamente afetadas pelo déficit hídrico, com destaque para a fotossíntese que atingiu valores próximos a zero, devido a efeitos não estomáticos. O clone 224 mostrou-se mais sensível à restrição hídrica para a maioria das variáveis analisadas. Ademais, este clone portou-se como menos eficiente em termos fotossintéticos, comparativamente ao clone 953. A maior tolerância à seca do clone 953 foi confirmada mediante a manifestação mais tardia de sintomas de deficiência hídrica e através da adoção de algumas estratégias, como área foliar reduzida e menos sensível ao déficit hídrico, aumento no teor de clorofila e aparelho fotossintético mais eficiente quanto à tolerância às condições fotoinibitórias decorrentes da baixa disponibilidade hídrica. Essas estratégias podem, portanto, serem alvos em programas de melhoramento florestal, visando a seleção de materiais genéticos tolerantes à seca. A eficiência quântica do FSII, expressa pela razão Fv/Fm, mostrou-se uma ferramenta confiável na seleção para tolerância à seca, tendo a vantagem adicional de possibilitar uma avaliação precisa, econômica, rápida e não destrutiva. 61 CAPÍTULO 2 Construção de uma Biblioteca Subtrativa contendo genes diferencialmente expressos em Eucalyptus spp. sob estresse hídrico 1 INTRODUÇÃO Os vegetais, frequentemente, são expostos a fontes ambientais externas que causam condições de estresse. Seca ou excesso de água, alta salinidade, baixas ou altas temperaturas, pouca ou muita luminosidade, baixa disponibilidade nutricional são exemplos importantes de fatores abióticos comumente enfrentados pelas plantas em seus ambientes nativos. Tais fatores, geralmente, promovem limitações no crescimento, desenvolvimento e produtividade das plantas. Para transpor tais limitações impostas por estes fatores, as plantas desenvolveram diversas adaptações genéticas, bioquímicas e fisiológicas (NEPOMUCENO et al., 2001; ZHU, 2002; BARTELS; SUNKAR, 2005; MENESES et al., 2006). Diante destes estímulos estressantes, muitos genes são induzidos e os produtos codificados por eles têm sido relacionados com diversas funções. A resposta ao estresse inicia-se quando a planta o reconhece a nível celular (BRAY; BALLEY-SERRES; WERETILNIK, 2000). Os mecanismos de percepção do estresse ativam as vias de transdução de sinais, que são rotas de sinalização interconectadas na forma de uma rede e que transmitirão informações para o interior das células, bem como por toda a planta. Em último plano, estes sinais irão promover mudanças no padrão de expressão gênica basal da planta, desencadeando uma cascata de eventos moleculares que é finalizada em vários níveis de respostas fisiológicas, metabólicas e de desenvolvimento (BRAY, 1993; SHINOZAKI; YAMAGUCHI-SHINOZAKI, 1997; BRAY; BALLEY-SERRES; WERETILNIK, 2000; ZHU, 2002). A nível didático, a complexa rede de respostas celulares a estresses ambientais pode ser dividida em três etapas: a percepção e transmissão do estímulo agressor; a ativação de fatores de transcrição; e, por último, a ativação dos mecanismos específicos de resposta ao estresse. Logo, a resposta final, de tolerância/resistência ou de sensibilidade/suscetibilidade ao fator abiótico, nada mais é que o produto da expressão gênica diferencial a ocorrer no organismo, naquela célula, e, ou, tecido. Ser sensível/suscetível ou tolerante/resistente irá depender de quais genes o organismo em questão possui e da velocidade de resposta ao estímulo. Logo, para escapar ao estresse, primeiro há que se ter os 62 genes necessários à defesa, depois, expressá-los na velocidade adequada a contenção do estímulo agressor. Dentro deste contexto, o estresse hídrico configura-se como uma das limitações mais importantes ao crescimento das plantas e à produtividade dos ecossistemas ao redor do mundo (PASSIOURA, 1996; AUSSENAC, 2000). Uma diversidade de genes, com diferentes funções, tem sido relacionada à resposta ao estresse hídrico em várias espécies vegetais. Dentre essas funções, destacam-se: proteção das células contra a deficiência hídrica por meio da produção de proteínas metabólicas importantes, aumento da absorção de água mediante alterações no potencial osmótico celular, controle da acumulação de íons, metabolização de compostos alterados pelo sinal de estresse e regulação da expressão gênica (BRAY, 1993; 1997; NEPOMUCENO et al., 2001; RAMANJULU; BARTELS, 2002; ZHU, 2002). O controle genético da tolerância à seca é, portanto, considerado uma função poligênica, envolvendo vários loci distribuídos em diferentes regiões do genoma da planta. Então, genótipos que diferem em tolerância ao déficit hídrico devem apresentar diferenças qualitativas e quantitativas em expressão gênica (CASAGRANDE et al., 2001). Em eucalipto, assim como em outras culturas, as respostas ao déficit hídrico também são altamente complexas, dependem de uma gama de fatores e abrangem vários aspectos, incluindo mudanças no comportamento morfológico e fisiológico da planta (CLAYTONGREENE, 1983; MYERS; NEALES, 1986; MYERS; LANDSBERG, 1989; NAUTIYAL et al., 1994; STONEMAN; TURNER; DELL, 1994; LI, 1998; LI, 2000; LI; WANG, 2003; NGUGI et al., 2003a,b; COOPMAN et al., 2008; VELLINI et al., 2008). Tais mudanças morfológicas, fisiológicas e de desenvolvimento têm uma base genético-molecular que pode ser elucidada. A intensidade da resposta a uma condição hídrica estressante varia de acordo com a duração, a severidade e as taxas com que o estresse é imposto (KRAMER; BOYER, 1995; BRAY, 1997; SANTOS; CARLESSO, 1998; PIMENTEL, 2004; TAIZ; ZEIGER, 2009; RODRIGO, 2007), bem como com a capacidade de percepção do sinal, da transdução desse mesmo sinal, e com a resposta que ocorre ao nível da expressão gênica, ou, ainda, ao nível de outros processos metabólicos, que possam ser exclusivos de alguns genótipos, como por exemplo, os tolerantes à seca (BARTELS; SUNKAR, 2005). Entender, portanto, como genótipos considerados tolerantes à seca respondem ao estresse geneticamente é fundamental para o conhecimento do controle genético desta característica, além de poder ser útil à seleção e desenvolvimento de genótipos capazes de tolerar diferentes níveis de estresse hídrico em curto espaço de tempo. 63 Recentemente, várias técnicas têm sido empregadas para identificar os genes cuja expressão é diferencialmente regulada em resposta a vários dos estresses abióticos. Tais métodos incluem a análise diferencial em reação de cadeia de polimerase (DDPCR – Differential Display PCR), análise serial da expressão gênica (SAGE), chips de DNA e microarranjos, cDNA-AFLP (cDNA Amplified Fragment Length Polymorphism) e construção de bibliotecas subtrativas por hibridação (SSH - Suppression Subtractive Hybridization), (FREEMAN; ROBERTSON; VRANA, 2002; RODRÍGUEZ; CANALES; BORRÁSHIDALGO, 2005). Esta última técnica, Supression Subtractive Hybridization, desenvolvida por Diatchenko et al. (1996), têm se destacado como uma ferramenta poderosa na análise da expressão gênica diferencial entre plantas tolerantes e sensíveis a diferentes tipos de estresses. Esta ferramenta biotecnológica permite analisar a expressão diferencial entre duas amostras de cDNA, subtraindo os transcritos comuns e isolando transcritos presentes exclusivamente em uma das amostras, o que possibilita a clonagem de genes diferencialmente expressos, para posterior sequenciamento, identificação e caracterização. Embora a SSH envolva múltiplos passos, seja um tanto laboriosa e de alto custo, é uma técnica relativamente rápida e poderosa, capaz de gerar um valioso conjunto de dados de expressão gênica diferencial entre genótipos contrastantes (DIATCHENKO et al., 1996). Na literatura há relatos do emprego dessa técnica com êxito no gênero Eucalyptus para a identificação de genes diferencialmente expressos durante a formação da madeira (PAUX et al., 2004; FOUCART et al., 2006; RENGEL et al., 2009), bem como na identificação de genes envolvidos na simbiose com micorrizas (VOIBLET et al., 2001) e de genes responsivos ao Cylindrocladium quinqueseptatum (FENG et al., 2012). Ressalta-se que, embora os mecanismos de tolerância à seca têm sido descritos com detalhes em nível molecular para culturas anuais e perenes, como o Arabdopsis e Populus (PLOMION et al., 2006; BOGEAT-TRIBOULOT et al., 2007; CARUSO et al., 2008; LEFEBVRE; KIANI; DURAND-TARDIF, 2009; HAMANISHI et al., 2010; WILKINS; BRAUTIGAM; CAMPBELL, 2010; HARB; PEREIRA, 2011; SONG et al., 2012), ainda são poucos os conhecimentos sobre as bases moleculares de tolerância à seca em Eucalyptus. À vista do exposto, este trabalho objetivou construir uma biblioteca subtrativa supressiva contendo genes diferencialmente expressos em um genótipo de Eucalyptus tolerante à seca, em contraste a outro genótipo sensível. 64 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Coleta e acondicionamento do material vegetal As folhas mais jovens de 12 plantas submetidas a déficit hídrico provenientes do experimento descrito na seção 2 do capítulo anterior foram coletadas no 5° dia (13 de janeiro de 2013) e 10° dia (18 de janeiro de 2013), após a supressão hídrica. As folhas coletadas foram acondicionadas em sacos plásticos, adequadamente identificados, congeladas sob nitrogênio líquido e armazenadas a -80 oC. 2.2 Extração e Purificação de RNA total Para a construção da biblioteca SSH, foram selecionadas amostras de folhas do genótipo tolerante e do genótipo sensível (seis plantas de ambos os genótipos, sendo três plantas coletadas em cada tempo) submetidos ao regime hídrico não irrigado. 2.2.1 Extração de RNA total A extração de RNA total das amostras foi conduzida com o reagente PureLink® Plant RNA (Invitrogen), de acordo com as recomendações fornecidas pelo fabricante. Utilizou-se o procedimento indicado para isolamento de RNA total em pequena escala. Para tal, realizou-se a maceração de aproximadamente 100 mg do tecido vegetal (folha), com auxílio de nitrogênio líquido, em um grau e pistilo de porcelana. O material macerado foi transferido para um tubo de microcentrífuga, previamente resfriado com nitrogênio líquido, onde adicionaram-se 0,5 ml do reagente Pure Link Plant RNA à 4 °C. A mistura, totalmente ressuspendida, foi mantida por 5 minutos à temperatura ambiente. Centrifugou-se a amostra à 12.000 x g, por 2 minutos, à temperatura ambiente (Centrífuga: Beckman Coulter Modelo: Allegra X-22R) e o sobrenadante foi transferido para um novo tubo de microcentrífuga. Adicionou-se 0,1 ml de NaCl (5M), homogeneizou-se a mistura e procedeu-se a adição de 0,3 ml de clorofórmio, homogeneizando-se, novamente, por meio de inversão dos tubos. Após centrifugar as amostras à 12.000 x g, por 10 minutos, a 4 °C, a fase aquosa (sobrenadante) foi transferida para um novo tubo de microcentrífuga. A cada amostra foi adicionado um volume de álcool isopropílico, homogeneizado e mantida a mistura em repouso por 10 minutos à temperatura ambiente. Realizou-se uma nova centrifugação nas 65 mesmas condições descritas anteriormente. Removeu-se, cuidadosamente, o sobrenadante, sem perder o precipitado, e adicionou-se 1 ml de etanol 75%. Posteriormente, centrifugou-se à 12.000 x g, por 1 minuto à temperatura ambiente e removeu-se o sobrenadante cuidadosamente para não perder o precipitado. Logo após, realizou-se uma breve centrifugação, retirando-se o líquido residual com auxílio da micropipeta. O RNA extraído foi ressuspendido em 30 µl de água livre de RNase e armazenado à temperatura de -80 °C até o momento da sua utilização. Antes do armazenamento, a qualidade e a concentração do RNA foram determinadas através da leitura das amostras em comprimento de onda de 260 nm (para ácidos nucléicos) e 280 nm (para proteínas), em espectofotômetro Lambda Bio (Perkin Elmer, Wellesley, MA). Posteriormente, uma alíquota de cada amostra de RNA foi submetida a eletroforese em gel de agarose 1%, em cuba horizontal, corado com 2 µl de brometo de etídio, para visualização do padrão de qualidade e quantidade de cada amostra extraída. A imagem do gel foi visualizada e digitalizada, sob luz ultravioleta, em transiluminador Loccus Biotecnologia, modelo L-PIXHE. 2.2.2 Purificação de RNA total Para o isolamento do mRNA foi utilizado o kit para purificação de mRNA “NucleoTrap® mRNA mini purification Kit”, segundo recomendações do fabricante (MACHEREY-NAGEL GmbH & Co. KG). Para verificação da qualidade e concentração do mRNA, uma alíquota de 2 µl de cada amostra foi submetida a eletroforese e visualizada em gel de agarose 1%, corado com 1 µl brometo de etídio. O restante do mRNA foi armazenado em freezer -80 °C. 2.3 Hibridação Subtrativa Supressiva Para identificação dos genes induzidos pelo déficit hídrico nas folhas dos dois genótipos em estudo, utilizou-se a técnica de Hibridação Subtrativa Supressiva (DIATCHENKO et al., 1996). Para a obtenção da biblioteca subtraída, que deve conter os genes diferencialmente expressos no genótipo tolerante em decorrência do tratamento não irrigado, foi utilizado o conjunto de reagentes “PCRSelect ™cDNA Subtraction Kit (Clontech Laboratories, EUA)”, conforme instruções do fabricante. A biblioteca subtrativa foi construída 66 considerando-se as plantas do genótipo tolerante (clone 953), submetidas ao tratamento hídrico não irrigado, como tester e as plantas do genótipo sensível (clone 224), submetidas ao mesmo tratamento, como driver. 2.3.1 Síntese dos cDNAs tester e driver Para produção das bibliotecas de cDNAs que foram utilizadas nas reações de subtração, foi utilizado o protocolo descrito para o kit “PCR SelectTM cDNA Subtraction Kit” produzido pela Clontech Laboratories Inc., EUA. O kit utilizado para a obtenção das biblioteca subtraída requer que duas bibliotecas sejam construídas, uma denominada tester e outra denominada driver. A biblioteca tester foi preparada a partir da população de mRNA obtida das folhas das plantas do genótipo tolerante submetidas ao regime hídrico não irrigado. A biblioteca denominada driver foi preparada a partir da população de mRNA oriunda das folhas das plantas do genótipo sensível submetidas ao regime hídrico não irrigado. Sendo, portanto, construída apenas uma biblioteca subtraída. Para a síntese da 1ª fita de cDNA foi colocado em um microtubo de 0,5 ml, 3 l de mRNA e 1 l do primer (10 M) para a síntese de cDNA, incubando-se a 70 ºC em termociclador por 2 minutos, resfriando-se em seguida em gelo por mais 2 minutos, centrifugando-se rapidamente. Foram adicionados 2 l do tampão da 1ª fita de cDNA (5X), 1l do Mix dNTP (10 mM cada), 1l de água estéril e 1 l da enzima SMARTScribe transcriptase reversa (100 Ul-1), homogeneizando-se gentilmente através de leves “tapas” no fundo do tubo e incubando-se por 1,5 horas a 42 ºC em banho-maria. Logo após, os microtubos foram colocados em gelo para finalização da síntese da 1ª fita de cDNA. Para a síntese da 2ª fita de cDNA, foram adicionados aos microtubos de reação da síntese da 1ª fita dos cDNAs tester e driver, 48,4 l de água estéril, 16 l de tampão da 2ª fita de cDNA (5X), 1,6 l do Mix dNTP (10 Mm) e 4 l do coquetel da enzima da 2ª fita (20X), homogeneizando-se gentilmente e centrifugando-se rapidamente, incubando-se em seguida por 2 h a 16 ºC no termociclador. Foram adicionados 2l (6 u) de T4 DNA Polimerase, homogeneizando-se bem, incubando-se em seguida por 30 minutos a 16 ºC no termociclador. Depois da incubação, foram adicionados 4 l da mistura EDTA/Glicogênio (20X) para finalizar a síntese da 2ª fita. Para a limpeza dos cDNAs sintetizados, foram adicionados 100 L de fenol:clorofórmio:álcool isoamílico (25:24:1), misturando-se bem. Depois, foi misturado por vórtex e centrifugado por 10 minutos a 14.000 rpm à temperatura ambiente, 67 proporcionando a separação das fases. Cuidadosamente, a camada aquosa (superior) foi removida e transferida para outro microtubo estéril, descartando-se a interfase e fase inferior. Foram adicionados 100 l de clorofórmio:álcool isoamílico (24:1), misturando-se e centrifugando-se por 10 minutos a 14.000 rpm à temperatura ambiente. A camada aquosa foi removida e transferida para um microtubo, descartando-se a interfase e a fase inferior. Foram adicionados 40 l de acetato de amônio (NH4OAc) (4M) fornecido juntamente com o kit, e 300 l de etanol 95% gelado. O microtubo foi agitado no vórtex rapidamente e centrifugado por 20 minutos a 14.000 rpm à temperatura ambiente. O sobrenadante foi removido cuidadosamente e o precipitado foi ressuspendido em 500 L de etanol 80% gelado e centrifugado por 10 minutos a 14.000 rpm. O sobrenadante foi removido e o precipitado secado no dessecador a vácuo, por aproximadamente 10 minutos. O precipitado foi ressuspendido em 50 l de água estéril e armazenado a -20 ºC. Para avaliação do rendimento e tamanho dos cDNAs sintetizados, foram transferidos 6 l para um microtubo para posterior eletroforese em gel de agarose. 2.3.2 Digestão dos cDNAs com a enzima de restrição RsaI Em microtubos estéreis, foram adicionados 43,5 l do cDNA fita dupla, 5l do tampão de Restrição RsaI (10X) e 1,5 l da enzima RsaI (10 U l-1), misturando-se, centrifugando-se rapidamente e incubando-se por 1,5 horas a 37 ºC em banho-maria. Foram separados 5 l da digestão para posterior análise da sua eficiência em gel de agarose 1%. Foram adicionados 2,5 L da mistura EDTA/glicogênio (20X) para finalizar a digestão. Para limpeza de contaminantes, foram adicionados 50 l de fenol:clorofórmio:álcool isoamílico (25:24:1) misturando-se rapidamente, centrifugando-se em seguida a 14.000 rpm, por 10 minutos à temperatura ambiente, removendo-se cuidadosamente a camada aquosa superior e transferindo-se para um novo microtubo estéril. Foram adicionados 50 l de clorofórmio:álcool isoamílico (24:1), misturando-se e centrifugando-se por 10 minutos a 14.000 rpm. A camada aquosa superior foi removida cuidadosamente e transferida para outro microtubo. Foram adicionados 25 l de NH4OAc (4M) fornecido juntamente com o kit e 187,5 l de etanol 95% gelado, misturando-se rapidamente e centrifugando-se por 10 minutos a 14.000 rpm, à temperatura ambiente. O sobrenadante foi removido cuidadosamente e descartado. O precipitado foi recoberto gentilmente com 200 l de etanol 80% gelado e centrifugado por 5 minutos a 14.000 rpm, removendo-se o sobrenadante e descartando-o. O 68 precipitado foi seco em dessecador a vácuo por 10 minutos, ressuspendido em 5,5 l de água estéril, e armazenando a -20 ºC. A avaliação da eficiência da digestão com RsaI foi feita por eletroforese em gel de agarose, comparando-se as amostras dos cDNAs sintetizados, antes e depois da digestão. Os cDNAs digeridos (5 l) e não digeridos (2,5 l retirados dos 6 l, previamente separados) foram visualizados em gel de agarose 1%, corado com 1 µl de brometo de etídio, junto a padrão de 1 kb de DNA, dispostos lado-a-lado. Após a eletroforese realizada a 100 V durante 1 hora, o gel foi visualizado e fotografado sob luz ultravioleta, em transiluminador Loccus Biotecnologia®, modelo L-PIX-HE. 2.3.3 Ligação dos adaptadores ao cDNA tester digerido com RsaI A população tester foi subdividida em duas alíquotas, sendo que uma recebeu o adaptador 1 e a outra o adaptador 2R. Os cDNAs driver não foram ligados aos adaptadores. Para a ligação, um Mix de ligação foi preparada combinando-se 3 l de água estéril, 2 l de tampão de ligação (5X) e 1 l de T4 DNA ligase (400 U l-1). Um microtubo foi identificado para cada cDNA tester e em cada tubo foram combinados os seguintes componentes: 2 l do cDNA tester diluído, 2 l de adaptador 1 (10 M) (alíquota 1) e 2lde adaptador 2R (10 M) (alíquota 2) e 6 l do Mix de ligação em todos os dois microtubos perfazendo um volume de 10 l. Em seguida, adicionou-se 2 l de ambos os microtubos em um tubo fresco de 0,6 ml, caracterizando o controle tester não subtraído. Após rápida centrifugação, a mistura foi incubada em termociclador a 16 ºC por uma noite. A reação de ligação foi interrompida adicionando-se 1 L da mistura EDTA/Glicogênio, sendo em seguida aquecidas por 5 minutos a 72 ºC para inativar a DNA ligase. Para realização da PCR subsequente, removeu-se 1l do controle tester não subtraído, o qual foi diluído em 1 ml de água. As amostras foram armazenadas a -20 °C. 2.3.4 Hibridações Foram realizadas duas hibridações, a primeira com objetivo de equalizar e enriquecer as seqüências diferencialmente expressas e a segunda hibridização a fim de gerar moldes para amplificação por PCR a partir das seqüências diferencialmente expressas. As reações foram preparadas em microtubos, contendo 1,5 l de cDNA driver digerido com RsaI, 1,5 l da 69 população tester ligada ao adaptador, 1,5 l da população tester ligada ao adaptador 2R e 1 l do tampão de hibridização (4X). Foi realizada uma incubação por 1,5 minutos a 98 ºC em termociclador e após este tempo, as amostras foram incubadas novamente por 8h a 68 ºC. Na segunda hibridização, inicialmente, o cDNA driver de todas as amostras foi desnaturado, adicionando-se nos microtubos, 1l de cada cDNA driver, 1 l de tampão de hibridização (4X) e 2 l de água estéril. Em seguida, 1 l desta mistura foi incubada por 1,5 minutos a 98 ºC em termociclador. O microtubo contendo o cDNA driver recém-desnaturado foi retirado do termociclador. O cDNAs driver foram misturados simultaneamente ao cDNAs tester ligados ao adaptador 1 e 2R. Este passo foi feito rapidamente e os microtubos da primeira hibridização permaneceram no termociclador durante todo tempo. A reação foi incubada por uma noite a 68 ºC. Para finalizar a segunda hibridização, foram adicionados 200 l do tampão de diluição, homogeneizando-se e aquecendo-se por 7 minutos a 68 ºC e os produtos obtidos foram armazenados a -20 ºC. 2.4 Amplificações por PCR Realizou-se duas amplificações por PCR (Reação em Cadeia da Polimerase). A primeira sendo um PCR supressiva com o objetivo de se obter somente as sequências diferencialmente expressas amplificadas exponencialmente. A segunda amplificação foi realizada com o objetivo de reduzir o “background” e enriquecer ainda mais as sequências diferencialmente expressas. Para a primeira amplificação por PCR, preparou-se um Master Mix contendo os seguintes reagentes para cada reação de amplificação: 19,5 l de água estéril, 2,5 l de tampão de reação de PCR (10X), 0,5 l do Mix dNTP (10 M), 1,0 l de oligonucleotídeo iniciador 1 (10 M) e 0,5 l do Mix cDNA polimerase Advantage (50X). Transferiu-se para um microtubo estéril 1 l da amostra subtraída proveniente da segunda hibridização e para outro microtubo estéril, transferiu-se 1 l do controle tester não subtraído. Em seguida, adicionou-se 24 l do Master Mix em cada microtubo. As reações foram inicialmente incubadas em um termociclador por 5 minutos a 75 ºC, para estender o adaptador. Imediatamente, foram iniciados os 27 ciclos de amplificação, sendo 94º C por 25 segundos, seguido de 27 ciclos de 94 ºC por 10 segundos, 66 ºC por 30 segundos e 72º C por 1,5 minutos. Separou-se 8 l de cada tubo para posterior análise da eficiência desta primeira reação de PCR em gel de agarose 2%. 70 Para realizar a segunda PCR, 3 l de cada reação proveniente da primeira PCR foram diluídos em 27 l de água estéril. Transferiu-se 1 l de cada reação diluída em um tubo apropriado. Logo após, preparou-se um Mix para a segunda PCR contendo os seguintes reagentes, para cada reação de amplificação: 18,5 l de água estéril, 2,5 l de tampão de reação de PCR (10X), 1,0 l de oligonucleotídeo iniciador 1 “nested” (10 M), 1,0 l oligonucleotídeo iniciador 2R “nested” (10 M), 0,5 l de Mix dNTP (10 M) e 0,5 l do Mix cDNA polimerase Advantage (50X). Foram transferidos 24 l do Mix para cada microtubo de PCR, adicionando-se em seguida 1 l do produto da primeira amplificação diluído (previamente separado) referente ao cDNA de cada amostra. Foram realizados 12 ciclos de 94 ºC por 10 segundos, 68 ºC por 30 segundos e 72 ºC por 1,5 minutos. Para avaliação e visualização dos produtos gerados, foram aplicados 8 l de cada reação provenientes da primeira (separados previamente) e da segunda PCR em gel de agarose 2%, corando-se com 1 l de brometo de etídio, junto a padrão de 1 kb de DNA. Após a eletroforese realizada a 100 V durante 1 hora, o gel foi visualizado e fotografado sob luz ultravioleta, em transiluminador Loccus Biotecnologia®, modelo L-PIX-HE. O restante da segunda reação de PCR foi armazenado a -20 ºC. O produto da segunda PCR compõe a biblioteca subtrativa contendo os genes diferencialmente expressos no genótipo tolerante, comparado ao sensível. 71 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Extração e Purificação de RNA total A extração do RNA total das amostras de folhas do clone 953 e 224 sob déficit hídrico coletadas no 5° e 10° dia de estresse foi realizada com sucesso. Tanto a qualidade quanto a quantidade de RNA obtido foram adequados (Tabela 2.1, Figura 2.1). No total, foram realizadas 24 extrações de RNA total, sendo 12 extrações de folhas do genótipo tolerante e 12 extrações de folhas do genótipo sensível. Tabela 2.1- Quantificação das amostras obtidas por espectofotometria Identificação da amostra T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 S11 S12 ng/μl 1176 1760 3096 1724 2440 1316 3428 1976 2667 2388 3228 2260 2440 1272 2284 1572 1856 2840 2968 2440 3500 1532 2604 1834 260/280 1,771 1,798 1,921 1,664 1,584 1,759 1,717 1,652 1,734 1,901 1,506 1,896 1,584 1,582 1,543 1,434 1,628 1,655 1,623 1,584 1,778 1,773 1,543 1,702 260/230 1,393 1,346 1,444 1,064 1,503 1,275 1,982 0,814 1,301 1,222 0,834 1,305 0,964 1,056 0,843 0,804 1,190 1,117 1,011 0,961 1,075 1,115 1,025 0,923 72 Figura 2.1 - Gel de agarose 1% carregado com amostras do genótipo tolerante - clone 953 (T1, T2, T3) e do genótipo sensível - clone 224 (S1, S2, S3) para a verificação da qualidade das amostras extraídas. A primeira banda estreita corresponde ao DNA genômico e as duas bandas maiores ao centro correspondem, respectivamente, as subunidades 28S e 18S do rRNA. Em geral, as extrações de RNA total apresentaram um excelente rendimento (Tabela 2.1). A quantidade mínima extraída foi 1176,0 ng/μl e a máxima 3500 ng/μl, com a média geral girando em torno de 2275,042 ng/μl a cada extração. As razões 260/280 e 260/230 fornecidas pelo espectrofotômetro, que devem variar numa faixa ótima de 1,8 - 2,1 (LOGEMANN; SCHELL; WILLMITZER, 1987; ASIF et al., 2006; ZHEN et al., 2011), sugeriram contaminação do RNA total com proteínas e outros possíveis contaminantes (como sais, polissacarídeos e compostos orgânicos, como fenol). Mas, a análise das amostras em gel de agarose 1% revelou uma boa qualidade das amostras, caracterizada por bandas de rRNA bem definidas e sem rastros consideráveis (Figura 2.1). A análise do gel de agarose 1% também confirma as altas concentrações de RNA provenientes das extrações. Ressalta-se, portanto, para fins de análise de qualidade e concentração de RNA, a necessidade de se utilizar o conjunto, espectofotometria e eletroforese em gel, evitando-se a interpretação equivocada, devido a especificidades de cada método de análise. Quanto a purificação do mRNA das amostras, os resultados foram satisfatórios (Figura 2.2). Não obstante as duas bandas visualizadas indicarem a presença de rRNA, o gel revela uma concentração considerável de mRNA nas amostras purificadas. 73 Figura 2.2 - Gel de agarose 1% carregado com amostras do genótipo tolerante - clone 953 (T) e do genótipo sensível - clone 224 (S) para a verificação da qualidade e concentração do mRNA. 3.2 Produção da biblioteca subtrativa A partir das amostras de mRNAs purificadas de ambos os genótipos (Figura 2.2), procedeu-se com os passos necessários a realização da biblioteca subtrativa. As sequências diferencialmente expressas no genótipo tolerante (produtos da segunda PCR) compõem os genes de interesse, ou seja, aqueles que foram responsivos ao déficit hídrico e ausentes no genótipo sensível. Os próximos passos demandam a clonagem desses fragmentos em um vetor apropriado e o seu respectivo sequenciamento. 74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, I. As novas fronteiras da floresta plantada brasileira. Tocantins: a nova fronteira. Opiniões Florestal: celulose, carvão, siderurgia, painéis e madeira, Ribeirão Preto, jun./ago. 2011. Disponível em:< http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=743 >. Acesso em: 04 abr. 2012. AGASTIAN, P.; KINGSLEY, S. J.; VIVEKANANDAN, M. Effect of salinity on photosynthesis and biochemical characteristics in mulberry genotypes. Photosynthetica, v. 38, n.2, p.287-290, 2000. ALFENAS, A. C.; ZAUZA, E. A. V.; MAFIA, R. G.; ASSIS, T. F. A. Clonagem e doenças do eucalipto. Viçosa: UFV, 2004. 442 p. ALMEIDA, A. C.; SOARES, J. V. Comparação entre uso de água em plantações de Eucalyptus grandis e floresta ombrófila densa (Mata Atlântica) na costa leste do Brasil. Revista Árvore, v.27, n.2, p.159-170, 2003. ALVARENGA, R. C.; BARROS, N. F.; SOUZA DANTAS, C. E.; LOBÃO, D. E. V. P. Efeitos do conteúdo de água no solo e da poda de raízes sobre o crescimento de mudas de eucalipto. Revista Árvore, v.18, n.2, p. 107-114, 1994. ANGELI, A. Indicações para escolha de espécies de Eucalyptus. IPEF, Piracicaba, 2005. Disponível em: < http://www.ipef.br/identificacao/eucalyptus/indicacoes.asp>. Acesso em: 11 abr. 2012. ANGELOPOULOS, K.; DICHIO, B.; XILOYANNIS, C. Inhibition of photosynthesis in olive trees (Olea europaea L.) during water stress and rewatering. Journal of Experimental Botany, v.47, n.301, p.1093-1100, 1996. ANJUM, S. A.; WANG, L. C.; FAROOQ, M.; HUSSAIN, M.; XUE, L. L.;ZOU, C. M. Brassinolide application improves the drought tolerance in maize through modulation of enzymatic antioxidants and leaf gas exchange. Journal of Agronomy and Crop Science, v.197, n.3, p.177-185, 2011. ARAÚJO, S. A. C.; DEMINICIS, B. B. Fotoinibição da Fotossíntese. Revista Brasileira de Biociências, v.7, n.4, p.463-472, 2009. ARAÚJO, S. A. C.; VASQUEZ, H. M.; CAMPOSTRINI, E.; NETTO, A. T.; DEMINICS, B. B.; LIMA. E. S. Características fotossintéticas de genótipos de capim-elefante anão (Pennisetum purpureum Schum.) em estresse hídrico. Acta Scientiarum, v.32, n.1, p.1-7, 2010. ASIF, M.; TRIVEDI, P.; SOLOMOS, T.; TUCKER, M. Isolation of high-quality RNA from apple (Malus domestica) fruit. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.54, n.15, p.5227-5229, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS. Anuário estatístico brasileiro da ABRAF 2011: ano base 2010. Brasília, 2011. 130 p. 75 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS. Anuário estatístico brasileiro da ABRAF 2012: ano base 2011. Brasília, 2012. 149p. AUSSENAC, G. Interactions between forest stands and microclimate: Ecophysiological aspects and consequences for silviculture. Annals of Forest Science, v.57, n.3, p.287-301, 2000. BĄCZEK-KWINTA, R.; KOZIEŁ, A.; SEIDLER-ŁOŻYKOWSKA, K. Are the fluorescence parameters of German chamomile leaves the first indicators of the anthodia yield in drought conditions? Photosynthetica, v.49, n.1, p.87-97, 2011. BAE, E. K.; LEE, H.; LEE, J. S.; NOH, E. W. Isolation and characterization of osmotic stressinduced genes in poplar cells by suppression subtractive hybridization and cDNA microarray analysis. Plant Physiology and Biochemistry, v.48, n.2-3, p.136-141, 2010. BAE, E. K.; LEE, H.; LEE, J. S.; NOH, E. W.; CHOI, Y. I.; LEE, B. H.; CHOI, D. W. Microarray and suppression subtractive hybridization analyses of gene expression in hybrid poplar (Populus alba x Populus tremula var. glandulosa) cell suspension cultures after exposure to NaCl. Plant Physiology and Biochemistry, v.58, p.151-158, 2012. BAKER, N. R.; ROSENQVIST, E. Application of chlorophyll fluorescence can improve crop production strategies: an examination of future possibilities. Journal of Experimental Botany, v.55, n.403, p.1607-1621, 2004. BARREIRO, A. P.; ZUCARELI, V.; ONO, E. O; RODRIGUES, J. D. Análise de crescimento de plantas de manjericão tratadas com reguladores vegetais. Bragantia, v.65, n.4, p.563-567, 2006. BARROS, L. M.; BARBOSA, D. C. A. Crescimento de Acasia farnesiana (L.) Willd. em casa de vegetação. Phyton, n.57, v.2, p.179-191, 1995. BARROS, N. F.; NOVAIS, R. F. Eucalipto. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ V., V. H. (Ed.). Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. cap.18, p. 303-305. BARTELS, D.; SUNKAR, R. Drought and salt tolerance in plants. Critical Reviews in Plant Sciences, v.24, p.23-58, 2005. BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas: noções básicas. Jaboticabal: FUNEP, 2003. 41p. BJÖRKMAN, O.; POWLES, S. B. Inhibition of photosynthetic reactions under water stress: interaction with light level. Planta, v.161, p.490-504, 1984. BOGEAT-TRIBOULOT, M. B.; BROSCHÉ, M.; RENAUT, J.; JOUVE, L.;THIEC, D. L. FAYYAZ, P.; VINOCUR, B.; WITTERS, E.; LAUKENS, K; TEICHMANN, T.; ALTMAN, A.; HAUSMAN, J-F.; POLLE, A.; KANGASJÄRVI, J.; DREYER, E. Gradual soil water depletion results in reversible changes of gene expression, protein profiles, ecophysiology, 76 and growth performance in Populus euphratica, a poplar growing in arid regions. Plant Physiology, v.143, n.2, p.876–892, 2007. BOLHÀR-NORDENKAMPF, H. R.; LONG, S. P.; BAKER, N. R.; ÖQUIST, G.; SCHREIDER, U.; LECHNER E. G. Chlorophyll fluorescence as a probe of the photosynthetic competence of leaves in the field: a review of current instrumentation. Functional Ecology, v.3, n.4, p.497-514, 1989. BOYER, J. S.; WONG, S. C.; FARQUHAR, G. D. CO2 and water vapour exchange across leaf cuticle (epidermis) at various water potentials. Plant Physiology, v.114, n.1, p.185-191, 1997. BRANT, R. DA S.; PINTO, J. E. B.; ROSA, L. F.; ALBUQUERQUE, C. J. B.; FERRI, P. H.; CORRÊA, R. M. Crescimento, teor e composição do óleo essencial de melissa cultivada sob malhas fotoconversoras. Ciência Rural, v.39, n.5, p.1401-1407, 2009. BRAY, E. A. Molecular responses to water deficit. Plant Physiology, v.103, n.4, p.1035-1040, 1993. BRAY, E. A. Plant responses to water deficit. Trends in Plant Science, v.2, n.2, p.48-54, 1997. BRAY, E. A.; BALLEY-SERRES, J.; WERETILNIK, E. Responses to abiotic stresses. In: BUCHANAN, B.; GRUISSEN, W.; JONES, R. Biochemistry & molecular biology of plants. Rockville: American Society of Plant Physiologists, 2000. cap.22, p. 1158-1203. BRUNINI, O.; CARDOSO, M. Efeito do déficit hídrico do solo sobre o comportamento estomático e potencial da água em mudas de seringueira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.33, n.7, p.1053-1060, 1998. BUCKLEY, T. N.; FARQUHAR, G. D.; MOTT, K. A. Qualitative effects of patchy stomatal conductance distribution features on gas-exchange calculations. Plant, Cell & Environment, v.20, p.867–880, 1997. BUNCE, J. Nonstomatal inhibition of photosynthesis by water stress – reduction in photosynthesis at high transpiration rate without stomatal closure in field-grown tomato. Photosynthesis Research, v.18, n.3, p.357-362, 1988. CALATAYUD, A.; ROCA, D.; MARTÍNEZ, P. F. Spatial-temporal variations in rose leaves under water stress conditions studied by chlorophyll fluorescence imaging. Plant Physiology and Biochemistry, v.44, n.10, p.564–573, 2006. CALBO, M. E. R.; MORAES, J. A. P. V. Efeitos da deficiência de água em plantas de Euterpe oleracea (açaí). Revista Brasileira de Botânica, v.23, n.3, p.225-230, 2000. CALBO, M. E. R.; MORAES, J. A. P. V. Fotossíntese, condutância estomática, transpiração e ajustamento osmótico de plantas de buriti submetidas a estresse hídrico. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v.9, n.2, p.117-123, 1997. CARNEIRO, R. L. C.; RIBEIRO, A.; HUAMAN, C. A. M; LEITE, F. P.; SEDIYAMA, G. C.; BASTOS, N. F. Consumo de água em plantios de eucalipto: Parte 1 Determinação da 77 condutância estomática em tratamentos irrigado e não-irrigado. Revista Árvore, v.32, n.1, p. 1-10, 2008. CARTER, G. A.; KNAPP, A. K. Leaf optical properties in higher plants: linking spectral characteristics to stress and chlorophyll concentration. American Journal of Botany, v.88, p. 677-684, 2001. CARUSO, A.; CHEFDOR, F.; CARPIN, S.; DEPIERREUX, C.; DELMOTTE, F. M.; KAHLEM, G.; MORABITO, D. Physiological characterization and identification of genes differentially expressed in response to drought induced by PEG 6000 in Populus canadensis leaves. Journal of Plant Physiology, v.165, n.9, p.932-941, 2008. CASAGRANDE, E. C.; FARIAS, J. B. B; NEUMAIER, N.; OYA, T.; PEDROSO, J.; MARTINS, P. K.; BRETON, M. C.; NEPOMUCENO, A. L. Expressão gênica diferencial durante déficit hídrico em soja. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v.13, n.2, p.168– 184, 2001. CASTRO, P. R. C.; KLUGE, R.A.; PERES, L.E.P. Manual de Fisiologia Vegetal: teoria e prática. Piracicaba: Editora Agronômica Ceres, 2005. v.1. 640 p. CENTRITTO, M.; LORETO, F.; CHARTZOULAKIS, K. The use of low [CO2] to estimate diffusional and nondiffusional limitations of photosynthetic capacity of salt-stressed olive saplings. Plant, Cell and Environment, v.26, p. 585-594, 2003. CHAVES, J. H.; REIS, G. G.; REIS, M. G. F.; NEVES, J. C. L.; PEZZOPANE, J. E. M.; POLLI, H. Q. Seleção precoce de clones de eucalipto para ambientes com disponibilidade diferenciada de água no solo: Relações hídricas de plantas em tubetes. Revista Árvore, v.28, n.3, p.333-341, 2004. CHAVES, M. M. Effects of water deficits on carbon assimilation. Journal of Experimental Botany, v.42, n.1, p.1-16. 1991. CHAVES, M. M.; FLEXAS, J.; PINHEIRO, C. Photosynthesis under drought and salt stress: regulation mechanisms from whole plant to cell. Annals of Botany, v.103, n.4, p.551–560, 2009. CHAVES, M. M.; MAROCO, J.; PEREIRA, J.S. Understanding plant response to droughtfrom genes to the whole plant. Functional Plant Biology, v.30, p.239–264, 2003. CLAYTON-GREENE, K. A. The tissue water relationships of Callitris columellaris, Eucalyptus melliodora and Eucalyptus microcarpa investigated using the pressure-volume technique. Oecologia, v.57, p.368–373, 1983. COOPMAN, R. E.; JARA, J. C.; BRAVO, L. A.; SÁEZ, K. L.; MELLA, G. R.; ESCOBAR, R. Changes in morpho-physiological attributes of Eucalyptus globulus plants in response to different drought hardening treatments. Electronic Journal of Biotechnology, v.11, n.2, p.110, 2008. CORNIC, G. Drought stress inhibits photosynthesis by decreasing stomatal aperture — not by affecting ATP synthesis. Trends in Plant Science, v.5, p.187–188, 2000. 78 DAVID, T. S.; FERREIRA, I.; PEREIRA, J. S.; COHEN, S.; DAVID, J. S. Transpiração em Árvores Isoladas de um Montado de Azinho: evolução Sazonal e Condicionantes Hidráulicas. Silva Lusitana, v.10, n.2, p.133-149. 2002. DERORY, J.; LEGER, P.; GARCIA, V.; SCHAEFFER, J.; HAUSER, M. T.; SALIN, F.; LUSCHNIG, C.; PLOMION, C.; GLOSSL, J.; KREMER, A. Transcriptome analysis of bud burst in sessile oak (Quercus petraea). New Phytologist, v.170, n.4, p.723-738, 2006. DIAS-FILHO, M. B. Root and shoot growth in response to soil drying in four Amazonian weedy species. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v.7, n.1, p.53-59, 1995. DIATCHENKO, L.; LAU, Y. F.; CAMPBELL, A. P.; CHENCHIK, A.; MOQADAM, F.; HUANG, B.; LUKYANOV, S.; LUKYANOV, K.; GURSKAYA, N.; SVERDLOV, E. D.; SIEBERT, P. D. Suppression subtractive hybridization: a method for generating differentially regulated or tissue-specifi c cDNA probes and libraries. Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA, v.93, p.6025-6030, 1996. DITMAROVÁ, L.; KURJAK, D.; PALMROTH, S.; KMEŤ, J.; STŘELCOVÁ, K. Physiological responses of Norway spruce (Picea abies) seedlings to drought stress. Tree Physiology, v.30, p.205-213, 2010. DUTRA, C. C.; PRADO, E. A. F.; PAIM, L. R.; SCALON, S. P. Q. Desenvolvimento de plantas de girassol sob diferentes condições de fornecimento de água. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.33, suplemento 1, p.2657-2668, 2012. EBRAHIMIYAN, M.; MAJIDI, M. M.; MIRLOHI, A.; NOROOZI, A. Physiological traits related to drought tolerance in tall fescue. Euphytica, v.190, p.401–414, 2013. EFEOĞLU, B.; EKMEKÇI, Y.; ÇIÇEK, N. Physiological responses of three maize cultivars to drought stress and recovery. South African Journal of Botany, v.75, p.34-42, 2009. EGERT, M.; TEVINI, M. Influence of drought on some physiological parameters symptomatic for oxidative stress in leaves of chives (Allium schoenoprasum). Environmental and Experimental Botany, v.48, n.1, p.43-49, 2002. EPRON, D.; DRYER, E. Stomatal and non stomatal limitation of photosynthesis by leaf water deficits in three oak species: a comparison of gas exchange and chlorophyll a fluorescence data. Annales dês Sciences Forestières, v.47, n.5, p.435-450, 1990. FALKER AUTOMAÇÃO AGRÍCOLA. Manual do medidor eletrônico de teor clorofila (ClorofiLOG/CFL 1030). Porto Alegre, 2008. 33p. Disponível em: <http://www.falker.com.br/produto_download.php?id=4>. Acesso em: 10 set. 2012. FARQUHAR, G. D.; SHARKEY, T. D. Stomatal conductance and photosynthesis. Annual Review of Plant Physiology, v.33, p.317-345, 1982. FENG, L. Z.; GUO, W. S.; XIE, W. F.; CHEN, Q. Z.; YE, X. Z. Construction and analysis of a SSH cDNA library of Eucalyptus grandis × Eucalyptus urophylla 9224 induced by Cylindrocladium quinqueseptatum. Botany, v.90, n.12, p.1277-1283, 2012. 79 FIGUEIRÔA, J. M.; BARBOSA, D. C. A.; SIMABUKURO, E. A. Crescimento de plantas jovens de Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) sob diferentes regimes hídricos. Acta Botanica Brasílica, v.18, n.3, p.573-580, 2004. FLEXAS, J.; BOTA, J.; ESCALONA, J.M.; SAMPOL, B.; MEDRANO, H. Effects of drought on photosynthesis in grapevines under field conditions: an evaluation of stomatal and mesophyll limitations. Functional Plant Biology, n.29, p.461–471, 2002. FLEXAS, J.; BOTA, J.; LORETO, F.; CORNIC, G.; SHARKEY, T. D. Diffusive and metabolic limitations to photosynthesis under drought and salinity in C3 plants. Plant Biology, v.6, n.3, p.269-279, 2004. FLEXAS, J.; MEDRANO, H. Drought-inhibition of photosynthesis in C3 plants: stomatal and non-stomatal limitations revisited. Annals of Botany, v.89, n.2, p.183-189, 2002. FLEXAS, J.; RIBAS-CARBO, M., DIAZ-ESPEJO, A.; GALMÉS, J.; MEDRANO, H. Mesophyll conductance to CO2: current knowledge and future prospects. Plant, Cell and Environment, v.31, n.5, p.602-621, 2008. FLOSS, E. L. Fisiologia de plantas cultivadas - o estudo que está por trás do que se vê. 5. ed. Passo Fundo: UPF, 2011. 734 p. FONSECA, S. M.; RESENDE, M. D. V.; ALFENAS, A. C., GUIMARÃES, L. M. S.; ASSIS, T. F.; GRATTAPAGLIA, D. Manual Prático de Melhoramento Genético do Eucalipto. Viçosa: UFV, 2010. 200p. FOUCART, C.; PAUX, E.; LADOUCE, N.; SAN-CLEMENTE, H.; GRIMA-PETTENATI, J.; SIVADON, P. Transcript profiling of a xylem vs phloem cDNA subtractive library identifies new genes expressed during xylogenesis in Eucalyptus. New Phytologist, v.170, n.4, p.739–752, 2006. FRANCO, M. W. As novas fronteiras da floresta plantada brasileira. A nova economia agrícola brasileira Opiniões Florestal: celulose, carvão, siderurgia, painéis e madeira, Ribeirão Preto, 2011. Disponível em: < http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=738>. Acesso em: 04 abr. 2012. FREEMAN, W. M.; ROBERTSON, D. J.; VRANA, K. E. Fundamentals of DNA Hybridization arrays for gene expression analysis. Biotechniques, v.29, p.1042-1055, 2000. GARCIA, D.; CARELS, N.; KOOP, D.M, SOUSA, L. A.; ANDRADE JUNIOR, S. J.; PUJADE-RENAUDA, V.; MATTOS, C. R. R.; CASCARDO, J. C. M. EST profiling of resistant and susceptible Hevea infected by Microcyclus ulei. Physiological and Molecular Plant Pathology, v.76, n.2, p.126-136, 2011. GHANNOUM, O.; CONROY, J. P.; DRISCOLL, S. P.; PAUL, M. J.; FOYER, C. H.; LAWLOR, D. W. Nonstomatal limitations are responsible for drought-induced photosynthetic inhibition in four C4 species. New Phytologist, v.159, n.3, p.599-608, 2003. GHOLZ, H. L.; EWEL, K. C.; TESKEY, R. O. Water and forest productivity. Forest Ecological Management, v.30, n.1-4, p.1-18, 1990. 80 GIARDI, M. T.; CONA, A.; GEIKEN, B.; KUCERA, T.; MASOJIDEK, J.; MATTOO, A. K. Long term drought stress induces structural and functional reorganization of photosystem II. Planta, v.199, p.118-125, 1996. GINDABA, J.; ROZANOV, A.; NEGASH, L. Photosynthetic gas exchange, growth and biomass allocation of two Eucalyptus and three indigenous tree species of Ethiopia under moisture deficit. Forest Ecology and Management, v.205, n.1-3, p. 127-138, 2005. GONÇALVES, E. R.; FERREIRA, V. M.; SILVA, J. V.; ENDRES, L.; BARBOSA, T. P.; DUARTE, W. G. Trocas gasosas e fluorescência da clorofila a em variedades de cana-deaçúcar submetidas à deficiência hídrica. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.14, n.4, p.378-386, 2010. GONÇALVES, M. R.; PASSOS, C. A. M. Crescimento de cinco espécies de eucalipto submetidos a déficit hídrico em dois níveis de fósforo. Ciência Florestal, v.10, n.2, p.145161, 2000. GRASSI, G.; MAGNANI, F. Stomatal, mesophyll conductance and biochemical limitations to photosynthesis as affected by drought and leaf ontogeny in ash and oak trees. Plant, Cell and Environment, v.28, n.7, p.834–849, 2005. GRZESIAK, M. T.; RZEPKA, A.; HURA, T.; HURA, K.; SKOCZOWSKI, A. Changes in response to drought stress of triticale and maize genotypes differing in drought tolerance. Photosynthetica, v.45, n.2, p.280-287, 2007. GUTIERREZ, L.; CASARES, A.; SANCHEZ-TAMES, R.; MAJADA, J. Early growth, biomass allocation and physiology in three Eucalyptus nitens populations under different water regimes. Forestry, v.75, n.2, p.139-148, 2002. GWENZI, W.; VENEKLAAS, E. J.; BLEBY, T. M.; YUNUSA, I. A. M.; HINZ, C. Transpiration and plant water relations of evergreen woody vegetation on a recently constructed artificial ecosystem under seasonally dry conditions in Western Australia. Hydrological Processes, v.26, n.21, p.3281-3292, 2012. HAMANISHI, E. T.; RAJ, S.; WILKINS, O.; THOMAS, B. R.; MANSFIELD, S. D.; PLANT, A. L.; CAMPBELL, M. M. Intraspecific variation in the Populus balsamifera drought transcriptome. Plant Cell and Environment, v.33, n.10, p.1742-1755, 2010. HARB, A.; PEREIRA, A. Screening Arabidopsis Genotypes for Drought Stress Resistance. Plant Reverse Genetics: Methods and Protocols, v.678, p.191-198, 2011. HASSE, G. Eucalipto: histórias de um imigrante vegetal. Porto Alegre: Já Editores, 2006. 127p. HATFIELD, J. L.; GITELSON, A. A.; SCHEPERS, J. S.; WALTHALL, C. L. Application of spectral remote sensing for agronomic decisions. Agronomy Journal, v.100 (Supplement), n.3, p. 117-131, 2008. 81 HATFIELD, J. L.; SAUER, T. J.; PRUEGER, J. H. Managing soils to achieve greater water use efficiency: a review. Agronomy Journal, v.93, n.2, p.271-280, 2001. HIRAO, T.; FUKATSU, E.; WATANABE, A. Characterization of resistance to pine wood nematode infection in Pinus thunbergii using suppression subtractive hybridization. BMC Plant Biology, v.12, n.13, 14p., 2012. HSIAO, T. C. Plant responses to water stress. Annual Review of Plant Physiology, v.24, p. 519-570, 1973. HSIAO, T. C.; ACEVEDO, E. Plant responses to water deficits, water-use efficiency, and drought resistance. Agricultural Meteorology, v.14, n.1-2, p.59-84, 1974. HUANG, C-J.; ZHAO, S-Y.; WANG, L-C.; ANJUM, S. A.; ZHANG, B.; CHEN, M.; WANG, L.;YANG, Y. Alteration in yield, gas exchange and chlorophyll synthesis of ramie to progressive drought stress. Journal of Food, Agriculture & Environment, v.11, n.1, p.302305, 2013. KAISER, W. M. Effects of Water deficit on photosynthetic capacity. Physiologia Plantarum, v.71, n.1, p.142-149, 1987. KALLARACKAL, J.; SOMEN, C. K. An ecophysiological evaluation of the suitability of Eucalyptus grandis for planting in the tropics. Forest Ecology and Management, v.95, n.1, p.53-61, 1997. KEENAN, T.; SABATE, S.; GRACIA, C. The importance of mesophyll conductance in regulating forest ecosystem productivity during drought periods. Global Change Biology, v.16, p.1019–1034, 2010. KERBAUY, G. B. Fisiologia Vegetal. 2 ed. São Paulo: GUANABARA KOOGAN, 2008. 452p. KOPPENAAL, R. S.; TSCHAPLINSKI, T. J.; COLOMBO, S. J. Carbohydrate accumulation and turgor maintenance in seedling shoots and roots of two boreal conifers subjected to water stress. Canadian Journal of Botany, v.69, n.11, p.2522-2528, 1991. KRAMER, P. J.; BOYER, J. S. Water relations of plants and soils. San Diego: Academic Press, 1995. 495p. Disponível em: < http://dspace.udel.edu:8080/dspace/handle/19716/2830?show=full>. Acesso em: 12 dez. 2012. KRAUSE, H.; WEIS, E. Chlorophyll fluorescence and photosynthesis: The Basics. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, v.42, p.313-349, 1991. LARCHER, W. Ecofisiologia Vegetal. São Carlos: RIMA, 2006. 531p. LAEBOURGEOIS, F.; LBÉVY, G.; AUSSENAC, G.; BERNARD, C.; WCILLM, F. Influence of soil drying on leaf water potential, photosynthesis, stomatal conductance and growth in two black pine varieties. Annals of Forest Science, v.55, p.287-299, 1998. 82 LAUER, M. J.; BOYER, J. S. Internal CO2 measured directly in leaves. Abscisic acid and low leaf water potential cause opposing effects. Plant Physiology, v.98, n.4, p.1310-1316, 1992. LAWLOR, D. W. Limitation to photosynthesis in Water – stressed Leaves: Stomata vs. Metabolism and the Role of ATP. Annals of Botany, v. 89, p.871-885, 2002. LAWLOR, D. W. Photosynthetic, productivity and enviromental. Journal of Experimental Botany, v.46, p.1449-1461, 1995. LAWLOR, D. W.; CORNIC, G. Photosynthetic carbon assimilation and associated metabolism in relation to water deficits in higher plants. Plant, Cell and Environment, v.25, n.2, p.275–294, 2002. LE PROVOST, G.; SULMON, C.; FRIGERIO, J. M.; BODENES, C.; KREMER, A.; PLOMION, C. Role of waterlogging-responsive genes in shaping interspecific differentiation between two sympatric oak species. Tree Physiology, v.32, n.2, p.119-134, 2012. LEFEBVRE, V.; KIANI, S. P.; DURAND-TARDIF, M. A. Focus on Natural Variation for Abiotic Constraints Response in the Model Species Arabidopsis thaliana. International Journal of Molecular Sciences, v.10, p.3547-3582, 2009. LEIDI, E. O.; LOPEZ, J. M.; LOPEZ, M.; GUTIERREZ, J. C. Searching for tolerance to water stress in cotton genotypes: photosynthesis, stomatal conductance and transpiration. Photosynthetica, v.28, n.3, p. 383-390, 1993. LEITE, N. B. As novas fronteiras da floresta plantada brasileira. Novas fronteiras: desafios e oportunidades. Opiniões Florestal: celulose, carvão, siderurgia, painéis e madeira, Ribeirão Preto, 2011. Disponível em:< http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=737>. Acesso em: 04 abr. 2012. LI, C. Population differences in water-use efficiency of Eucalyptus microtheca seedlings under different watering regimes. Physiologia Plantarum, v.108, n.2, p.134–139, 2000. LI, C. Variations of seedlings traits of Eucalyptus microtheca origins in different watering regimes. Silvae Genetica, v.47, n.2-3, p.132-136, 1998. LI, C.; BERNINGER, F.; KOSKELA, J.; SONNINEN, E. Drought responses of Eucalyptus microtheca provenances depend on seasonality of rainfall in their place of origin. Australian Journal of Plant Physiology, v.27, n.3, p.231-238, 2000. LI, C.; WANG, K. Differences in drought responses of three contrasting Eucalyptus microtheca F. Muell. populations. Forest Ecology and Management, v.179, n.1-3, p.377385, 2003. LI, D. J.; DENG, Z.; CHEN, C. L.; XIA, Z. H.; WU, M.; HE, P.; CHEN, S. C. Identification and characterization of genes associated with tapping panel dryness from Hevea brasiliensis latex using suppression subtractive hybridization. BMC Plant Biology, v.10, n.140, 12 p., 2010. 83 LIBERATO, M. A. R.; GONÇALVES, J. F. C.; CHEVREUIL, L. R.; NINA JÚNIOR, A. R.; FERNANDES, A. V.; SANTOS JÚNIOR, U. M. Leaf water potential, gas exchange and chlorophyll a fluorescence in acariquara seedlings (Minquartia guianensis Aubl.) under water stress and recovery. Brazilian Journal of Plant Physiology, v.18, n.2, p.315-323, 2006. LIMA, W. P. Impacto Ambiental do Eucalipto. São Paulo: EDUSP, 1996. 301p. LIMA, W. P.; JARVIS, P.; RHIZOPOULOU, S. Stomatal responses of Eucalyptus species to elevated CO2 concentration and drought stress. Scientia Agricola, v.60, n.2, p.231-238, 2003. LINDROTH, A.; CIENCIALA, E. Measuring water use efficiency of eucalypt tress with chambers and micrometeorological techniques – comment, a short communication. Journal of Hidrology, v.169, p.281-283, 1995. LIU, F.; STÜTZEL, H. Biomass partitioning, specific leaf area, and water use efficiency of vegetable amaranth (Amaranthus spp.) in response to drought stress. Scientiae Horticulturae, v.102, p.15-27, 2004. LIU, W.-J.; YUAN, S.; ZHANG, N.-H.; LEI, T.; DUAN, H.-G.; LIANG, H.-G.; LIN, H.-H. Effect of water stress on photosystem 2 in two wheat cultivars. Biologia Plantarum, v.50, n. 4, p.597-602, 2006. LOPES, J. L. W.; GUERRINI, I. A.; SAAD, J. C. C. Qualidade de mudas de eucalipto produzidas sob diferentes lâminas de irrigação e dois tipos de substrato. Revista Árvore, v.31, n.5, p.835-843, 2007. LOGEMANN, J.; SCHELL, J.; WILLMITZER, L. Improved method for isolation of RNA from plant tissue. Analytical Biochemistry, v.163, n.1, p.16-20, 1987. LU, C.; ZHANG, J. Effects of water stress on photosystem II photochemistry and its thermostability in wheat plants. Journal of Experimental Botany, v.50, n.336, p.1199-1206, 1999. MACFARLANE, C.; WHITE, D. A.; ADAMS, M. A. The apparent feed-forward response to vapour pressure deficit of stomata in droughted, field-grown Eucalyptus globulus Labill. Plant, Cell and Environment, v.27, n.10, p.1268-1280, 2004. MACHADO, E. C.; MEDINA, C. L.; GOMES, M. M. A. Teor de água no substrato de crescimento e fotossíntese em laranjeira ‘Valência’. Bragantia, v.58, n.2, p.217-226, 1999. MAGALHÃES, A. C. N. Análise quantitativa do crescimento. In: FERRI, M. G. Fisiologia Vegetal. São Paulo: E.P.U., 1985. v.1. p.333-350. MARENCO, R. A.; LOPES, N. F. Fisiologia Vegetal: Fotossíntese, Respiração, Relações Hídricas e Nutrição Mineral. Viçosa: UFV, 2005. 451p. MARRON, N.; DREYER, E.; BOUDOURESQUE, E.; DELAY, D.; PETIT, J-M.; DELMOTTE, F.; BRIGNOLAS, F. Impact of successive drought and re-watering cycles on growth and specific leaf area of two Populus x Canadensis (Moench) clones, ‘Dorskamp’ and ‘Luisa_Avanzo’. Tree Physiology, v.23, n.18, p.1225-1235, 2003. 84 MARTINS, F. B.; STRECK, N. A.; SILVA, J. C.; MORAIS, W. W.; SUSIN, F.; NAVROSKI, M. C.; VIVIAN, M. A. Deficiência hídrica no solo e seu efeito sobre transpiração, crescimento e desenvolvimento de mudas de duas espécies de eucalipto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.32, n.3, p.1297-1306, 2008. MARTINS, M. O.; NOGUEIRA, R. J. M. C; NETO, A.; SANTOS, M. G. Crescimento de plantas jovens de Nim-Indiano (Azadirachta indica a. juss. - Meliaceae) sob diferentes regimes hídricos. Revista Árvore, v.34, n.5, 771-779, 2010. MATOS, M.C.; CAMPOS, P.S.; PASSARINHO, J.A.; SEMEDO, J.N.; MARQUES, N.M.; RAMALHO, J.C.; RICARDO, C.P. Drought effect on photosynthetic activity, osmolyte accumulation and membrane integrity of two Cicer arietinum genotypes. Photosynthetica, v.48, n.2, p.303-312, 2010. MAXWELL, K.; JOHNSON, G. N. Chorophyll fluorescence: a practical guide. Journal of Experimental Botany, v.51, n.345, p.659-668, 2000. McCREE, K. J.; FERNÁNDEZ, C. J. Simulation model for studyng physiological water stress responses of whole plants. Crop Science, v.29, p.353-360, 1989. MENESES, C. H. S. G.; LIMA, L. H. G. M.; LIMA, M. M. A.; VIDAL, M. S. Aspectos genéticos e moleculares de plantas submetidas ao déficit hídrico. Revista Brasileira de Oleaginosas e Fibrosas, v.10, n.1-2, p.1039-1072, 2006. MERCHANT, A.; CALLISTER, A.; ARNDT, S.; TAUSZ, M.; ADAMS, M. Contrasting physiological responses of six Eucalyptus species to water deficit. Annals of Botany, v.100, n.7, p.1507-1515, 2007. METCALFE, J. C.; DAVIES, W. J.; PEREIRA, J. S. Leaf growth of Eucalyptus globulus seedlings under water deficit. Tree Physiology, v.6, p.221-227, 1989. MICHELOZZI, M.; LORETO, F.; COLOM, R.; ROSSI, F.; CALAMASSI, R. Drought responses in Aleppo pine seedlings from two wild provenances with different climatic features. Photosynthetica, v.49, n.4, p.564-572, 2011. MIELKE, M.S., OLIVA, M.A., BARROS, N.F., PENCHEL, R.M., MARTINEZ, C.A., ALMEIDA, A.C. Stomatal control of transpiration in the canopy of a clonal Eucalyptus grandis plantation. Trees, v.13, p.152-160, 1999. MOKOTEDI, M. E. O. Physiological responses of Eucalyptus nitens x nitens under experimentally imposed water stress. Southern Forests, v.72, n.2, p.63-68, 2010. MORA, A. L.; GARCIA, C. H. A cultura do Eucalipto no Brasil. São Paulo: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 2000. 112p. MORONI, M. T.; WORLEDGE, D.; BEADLE, C. L. Root distribution of Eucalyptus nitens and E. globulus in irrigated and droughted soil. Forest Ecology and Management, v.177, n.1-3, p.399-407, 2003. 85 MYERS, B. A.; NEALES, T. F. Osmotic adjustment, induced by drought, in seedlings of three Eucalyptus species. Australian Journal of Plant Physiology, v.13, n.5, p.597–603, 1986. MYERS. B. J.; LANDSBERG, J. J. Water stress and seedling growth of two eucalypt species from contrasting habitats. Tree Physiology, v.5, n.2, p.207- 218, 1989. NAUTIYAL, S.; BADOLA, H. K.; PAL, M.; NEGI, D. S. Plant responses to water stress: changes in growth, dry matter production, stomatal frequency and leaf anatomy. Biologia Plantarum, v.36, n.1, p.91-97, 1994. NAUTIYAL, S.; NEGI, D.S.; KUMAR, S. Effect of water stress and antitranspirants on the chlorophyll contents of the leaves of Pongamia pinnata (L.) Pierre. The Indian Forester, v.122, n.11, p.1018-1022, 1996. NAVARRETE-CAMPOS, D.; BRAVO, L. A.; RUBILAR, R. A.; EMHART, V.; SANHUEZA, R. Drought effects on water use efficiency, freezing tolerance and survival of Eucalyptus globulus and Eucalyptus globulus x nitens cuttings. New Forests, v.44, n.1, p.119-134, 2013. NEPOMUCENO, A. L.; NEUMAIER, N.; FARIAS, J. R. B. Soja em carência de água. Ações em Biotecnologia. Disponível em:< http://bioinfo.cnpso.embrapa.br/seca/index.php/acoes-em-biotecnologia>. Acesso em: 08 abr. 2012. NEPOMUCENO, A. L.; NEUMAIER, N.; FARIAS, J. R. B.; OYA, T. Tolerância à seca em plantas: mecanismos fisiológicos e moleculares. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, n.23, p.12-18, 2001. NETTO, A. T.; CAMPOSTRINI, E.; OLIVEIRA, G. J.; BRESSAN-SMITH, R. E. Photosynthetic pigments, nitrogen, chlorophyll a fluorescence and SPAD-502 readings in coffee leaves. Scientia Horticulturae, v.104, p.199-209, 2005. NGUGI, M. R.; DOLEY, D.; HUNT, M. A.; DART, P.; RYAN, P. Leaf water relations of Eucalyptus cloeziana and Eucalyptus argophloia in response to water deficit. Tree Physiology, v.23, p.335-343, 2003a. NGUGI, M.R.; HUNT, M.A.; DOLEY, D.; RYAN, P.; DART, P. Dry matter production and allocation in Eucalyptus cloeziana and Eucalyptus argophloia seedlings in response to soil water deficits. New Forests, v.26, p.187–200, 2003b. NI, B.; PALLARDY, S. G. Stomatal and non stomatal limitation to net photosynthesis in seedlings of woody angiosperms. Plant Physiology, v.99, n.4, p.1502-1508, 1992. NOGUEIRA, R. J. M. C.; MORAES, J. A. P. V.; BURITY, H. A.; BEZERRA NETO, E. Alterações na resistência a difusão de vapor das folhas e relações hídricas em aceroleiras submetidas a déficit de água. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v.13, n.1, p.75-87, 2001. OLBRICH, B. W.; ROUX, D. L. E.; POULTER, A. G. Variation in water use efficiency and δ13 C levels in Eucalyptus grandis clones. Journal of Hydrology, v.150, n.2-4, p.615-633, 1993. 86 OLIVA, M.A.; LOPES, N.F.; FACANHA, J.G.V. Avaliação da resistência à seca de Eucalyptus spp., mediante termometria a infravermelho. Revista Árvore, v.8, n.2, p. 112-122, 1984. OLIVEIRA, A. K. M.; GUALTIERI, S. C. J.; BOCCHESE, R. A. Gas exchange of potted Tabebuia aurea plants under hydric stress. Acta Scientiarum-Agronomy, v.33, n.4, p. 641647, 2011. OLIVEIRA, M. A. J.; BOVI, M. L. A.; MACHADO, E. C.; GOMES, M. M. A.; HEBERMANN, G.; RODRIGUES, J. D. Fotossíntese, condutância estomática e transpiração em pupunheira sob deficiência hídrica. Scientia Agricola, v.59, n.1, p. 59-63, 2002. OSÓRIO, J.; OSÓRIO, M. L.; CHAVES, M. M.; PEREIRA, J.S. Water deficits are more important in delaying growth than in changing patterns of carbon allocation in Eucalyptus globulus. Tree Physiology, v.18, p.363-373, 1998. PAKNEJAD, F.; NASRI, M.; MOGHADAM, H. R. T.; ZAHEDI, H.; ALAHMADI, M. J. Effects of drought stress on chlorophyll fluorescence parameters, chlorophyll content and grain yield of wheat cultivars. Journal of Biological Sciences, v.7, n.6, p.841-847, 2007. PALANISAMY, K. Interactions of elevated CO2 concentration and drought stress on photosynthesis in Eucalyptus cladocalyx F-Muell. Photosynthetica, v.36, n.4, p.635-638, 1999. PARRY. M. A. J.; ANDRALOJC, P. J.; KHAN, S.; LEA, P. J.; CHAVES, A. J. Rubisco Activity: Effects of Drought Stress. Annals of Botany, v.89, n.7, p.833-839, 2002. PASSIOURA, J. B. Drought and drought tolerance. Plant Growth Regulation, v.20, p.79-83, 1996. PAUX, E.; TAMASLOUKHT, M.; LADOUCE, N.; SIVADON, P.; GRIMA-PETTENATI, J. Identification of genes preferentially expressed during wood formation in Eucalyptus. Plant Molecular Biology, v.55, n.2, p. 263-280, 2004. PAZ, V.; VERA, A.; PÁEZ, A. Distribución de biomasa de Barleria lupulina Lindl. en respuesta a tres regímenes de riego. Revista de la Faculdade de Agronomía, v.20, n.3, p. 273-281, 2003. PEEVA, V.; CORNIC, G. Leaf photosynthesis of Haberlea rhodopensis before and during drought. Environmental and Experimental Botany, v.65, n.2-3, p.310-318, 2009. PERCIVAL, G. C.; SHERIFFS, C. N. Identification of drought tolerance woody perennials using chlorophyll fluorescence. Journal of Arboriculture, v.28, n.5, p.215-223, 2002. PEREIRA, A. R.; ANGELOCCI, L. R.; SENTELHAS, P. C. Agrometeorologia: fundamentos e aplicações práticas. Guaíba: Agropecuária, 2002. 478p. 87 PEREIRA, J. S.; TENHUNEN, J. D.; LANGE, O. L.; BEYSCHLAG, W.; MEYER, A.; DAVID, M.M. Seasonal and diurnal patterns in leaf gas exchange of Eucalyptus globulus trees growing in Portugal. Canadian Journal of Forest Research, v.16, p.177-l 84, 1986. PEREIRA, M. R. R.; KLAR, A. E.; SILVA, M. R.; SOUZA, R. A; FONSECA, N. R. Comportamento fisiológico e morfológico de clones de Eucalyptus urograndis submetidos a diferentes níveis de água no solo. Irriga, v.11, n.4, p.518-531, 2006. PEREIRA, M. R. R.; SOUZA, G. S. F. de; RODRIGUES, A. C. P.; MELHORANÇA FILHO, A. L.; KLAR, A. E. Growth analysis of clone eucaliptus under hydric stress. Irriga, v.15, n.1, p.98-110, 2010. PLOMION, C.; LALANNE, C.; CLAVEROL, S.; MEDDOUR, H.; KOHLER, A.; BOGEATTRIBOULOT, M. B.; BARRE, A.; LE PROVOST, G.; DUMAZET, H.; JACOB, D.; BASTIEN, C.; DREYER, E.; de DARUVAR, A.; GUEHL, J. M.; SCHMITTER, J. M.; MARTIN, F.; BONNEU, M. Mapping the proteome of poplar and application to the discovery of drought stress responsive proteins. Proteomics, n.6, n.24, p. 6509–6527, 2006. PIETERS, A. J.; SOUKI, S. E. Effects of drought during grain filling on FSII activity in rice. Journal Plant Physiology, v.162, p.903-911, 2005. PIETERS, A. J.; TEZARA, W.; HERRERA, A. Operation of the Xanthophyll Cycle and Degradation of D1 Protein in the Inducible CAM plant, Talinum triangulare, under Water Deficit. Annals of Botany, v.92, n.3, p.393-399, 2003. PIMENTEL, C. A relação da planta com a água. Seropédica: Edur, 2004. 191p. PINHEIRO, C.; CHAVES, M. M. Photosynthesis and drought: can we make metabolic connections from available data? Journal of Experimental Botany, v.62, n.3, p.869–882, 2011. PINHEIRO, J.; BATES, D.; DEBROY, S.; SARKAR, D. R. Development Core Team. nlme: Linear and Nonlinear Mixed Effects Models. R package version 3.1-108, 2013. PINTO JÚNIOR, J. E.; AHRENS, S. Aspectos socioeconômicos, ambientais e legais da eucaliptocultura. Embrapa Florestas, 2 ed., 2010. Disponível em: < http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Eucalipto/CultivodoEucalipto_2e d/Aspectos_Eucaliptocultura.htm >. Acesso em: 08 abr. 2012. PINZÓN-TORRES, J. A.; SCHIAVINATO, M. A. Crescimento, eficiência fotossintética e eficiência do uso da água em quatro espécies de leguminosas arbóreas tropicais. Hoehnea, v.35, n.3, p.395-404, 2008. PIRES, I. E.; RESENDE, M. D. V.; SILVA, R. L.; RESENDE JUNIOR, M. F. R. Genética Florestal. Viçosa: Arka, 2011. 318p. PITA, P.; PARDOS, J. A. Growth, leaf morphology, water use and tissue water relations of Eucalyptus globulus clones in response to water deficit. Tree Physiology, v.21, n.9, p.599– 607, 2001. 88 POWLES, S. B.; BJÖRKMAN, O. Photoinhibition of photosynthesis: effect on chlorophyll fluorescence at 77 K in intact leaves and in chloroplast membranes of Nerium oleander. Planta, v.156, n.97-107, 1982. QUEIROZ, C. G. S.; GARCIA, Q. S.; FILHO, J. P. L. Atividade fotossintética e peroxidação de lipídios de membrana em plantas de aroeira-do-sertão sob estresse hídrico e após a reidratação. Brazilian Journal of Plant Physiology, v.14, n.1, p.59-63, 2002. R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria, 2013. ISBN 3-900051-07-0. Disponível em: <http://www.R-project.org/>. Acesso em: 08 abr. 2012. RAMANJULU, S.; BARTELS, D. Drought- and desiccation-induced modulation of gene expression in plants. Plant, Cell & Environment, v.25, n.2, p.141-151, 2002. RAMPINO, P.; PATALEO, S.; GERERDI, C.; MITA, G.; PERROTTA, C. Drought response in wheat: physiological and molecular analysis of resistant and sensitive genotypes. Plant, Cell and Environment, v.29, n.12, p. 2143-2152, 2006. RAO, I. M.; SHARP, R. E.; BOYER, J. S. Leaf magnesium alters photosynthetic response to low water potentials in sunflower. Plant Physiology, v.84, n.4, p.1214-1219, 1987. RAOUDHA, A.; M’BAREK, B. N.; HAMADI, B. S.; HAFEDHJAMIL, M.; JEANNETTE, B. H. Effect of water deficit on physiological behavior of some collected Tunisian barley ecotypes. International Journal of Botany, v.3, n.3, p.283-289, 2007. REDDY, A. R.; CHAITANYA, K. V.; VIVEKANANDAN, M. Drought-induced responses of photosynthesis and antioxidant metabolism in higher plants. Journal of Plant Physiology, v.161, n.11, p.1189-1202, 2004. REICHARDT, K. A água: absorção e translocação. In: FERRI, M.G. Fisiologia vegetal 1. 2 ed. São Paulo: E.P.U., 1985. p. 3-74. REIS, C. A. As novas fronteiras da floresta plantada brasileira. Novas fronteiras: a visão da Abraf. Opiniões Florestal: celulose, carvão, siderurgia, painéis e madeira, Ribeirão Preto, 2011. Disponível em: < http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=742 >. Acesso em: 04 abr. 2012. REIS, G. G.; REIS, M. G. F.; FONTAN, I. C. I.; MONTE, M. A.; GOMES, A. N.; OLIVEIRA, C. H. R. Crescimento de raízes e da parte aérea de clones de híbridos de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla e de Eucalyptus camaldulensis x Eucalyptus spp submetidos a dois regimes de irrigação no campo. Revista Árvore, v.30, n.6, p.921-931, 2006. REIS, G. G.; REIS, M. G. F.; MAESTRI, M. Crescimento e relações hídricas de mudas de Eucalyptus grandis e E. camaldulensis em tubetes sob três regimes de irrigação. Revista Árvore, v.12, n.2, p.183-195, 1988. REIS, G. G.; REIS, M. G. F.; MAESTRI, M.; XAVIER, A.; OLIVEIRA, L. M. Crescimento de Eucalyptus camaldulensis, E. grandis e E. cloeziana spp. Sob diferentes níveis de restrição radicular. Revista Árvore, v.13, n.1, p.1-18, 1989. 89 REIS, G. G; REIS, M. G. F. Fisiologia da brotação de eucalipto com ênfase nas suas relações hídricas. IPEF, v.11, n.30, p.9-22, 1997. RENGEL, D.; CLEMENTE, H. S.; SERVANT, F.; LADOUCE, N.; PAUX, E.; WINCKER, P.; COULOUX, A.; SIVADON, P.; GRIMA-PETTENATI, J. A new genomic resource dedicated to wood formation in Eucalyptus. BMC Plant Biology, v.9, n.36, 14p., 2009. RIBEIRO, T. E. As novas fronteiras da floresta plantada brasileira. Desafios e oportunidades. Opiniões Florestal: celulose, carvão, siderurgia, painéis e madeira, Ribeirão Preto, 2011. Disponível em: < http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=740 >. Acesso em: 04 abr. 2012. RIVERO, R. M.; GIMENO, J.; DEYNZE, A.V.; WALIA, H.; BLUMWALD, E. Enhanced Cytokinin Synthesis in Tobacco Plants Expressing PSARK::IPT Prevents the Degradation of Photosynthetic Protein Complexes During Drought. Plant and Cell Physiology, v.51, n.11, p. 1929-1941, 2010. RODRIGO, V. H. L. Ecophysiological factors underpinning productivity of Hevea brasiliensis. Brazilian Journal of Plant Physiology, v.19, n.4, p.245-255, 2007. RODRÍGUEZ, M.; CANALES, E.; BORRÁS-HIDALGO, O. Molecular aspects of abiotic stress in plants. Biotecnologia Aplicada, v.22, p.1-10, 2005. ROLANDO, C. A.; LITTLE, K. M. Measuring water stress in Eucalyptus grandis Hill ex Maiden seedlings planted into pots. South African Journal of Botany, v.74, n.1, p.133–138, 2008. ROLANDO, C. A.; LITTLE, K. M. Using chlorophyll fluorescence to determine stress in Eucalyptus grandis seedlings. Southern African Forestry Journal, v.197, p.5–12, 2003. RONG-HUA, L.; GUO, P. G.; MICHAEL, B.; STEFANIA, G.; SALVATORE, C. Evaluation of chlorophyll content and fluorescence parameters as indicators of drought tolerance in barley. Agricultural Science in China, v.5, n.10, p.751 -757, 2006. SANTANA, R. C.; BARROS, N. F.; LEITE, H. G.; COMERFORD, N. B.; NOVAIS, R. F. Estimativa de biomassa de plantios de eucalipto no Brasil. Revista Árvore, v.32, n.4, p.697706, 2008. SANT'ANNA, G. L.; FREITAS, L. C. F. Desenvolvimento sustentável do setor florestal brasileiro. Revista Remade, n. 80, 2004. Disponível em: < http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=547&subject=Sustentabili dade&title=Desenvolvimento%20sustent%E1vel%20do%20setor%20florestal%20brasileiro>. Acesso em: 07 abr. 2012. SANTIAGO, A. M. P.; NOGUEIRA, R. J. M. C.; LOPES, E. C. Crescimento de plantas jovens de Mimosa caesalpiniifolia Benth cultivada sob estresse hídrico. Revista Ecossistema, v.26, n.1, p.23-30, 2001. 90 SANTIAGO, A. R.; BARROSO, D. G.; MENDONÇA, A. V. R.; CAMPOSTRINI, E.; CARNEIRO, J. G. A.; DETMANN, E. Monocultivo de eucalipto e consórcio com sesbânia: crescimento inicial em cavas de extração de argila. Revista Árvore, v.33, n.1, p.67-79, 2009. SANTOS, A. F.; AUER, C. G.; GRIGOLETTI JÚNIOR, A. Doenças do eucalipto no sul do Brasil: identificação e controle. Colombo: Embrapa Florestas, 2001, 20p. (Embrapa Florestas. Circular Técnica, 45). SANTOS, C. S. S.; VASCONCELOS, M. W. Identification of genes differentially expressed in Pinus pinaster and Pinus pinea after infection with the pine wood nematode. European Journal of Plant Pathology, v.132, n.3, p.407-418, 2012. SANTOS, R. F.; CARLESSO, R. Déficit hídrico e os processos morfológico e fisiológico das plantas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.2, n.3, p.287-294, 1998. SASSE, J., SANDS, R. Comparative responses of cuttings and seedlings of Eucalyptus globulus to water stress. Tree Physiology, v.16, n.1-2, p.287-294, 1996. SHEM, K.; CATHERINE, M.; ONG, C. Gas exchange responses of Eucalyptus, C-africana and G-robusta to varying soil moisture content in semi-arid (Thika) Kenya. Agroforestry Systems, v.75, n.3, p.239-249, 2009. SHINOZAKI, K.; YAMAGUCHI-SHINOZAKI, K. Gene expression and sinal transduction in water stress response. Plant Physiology, v.115, n.2, p. 327-334. 1997. SHVALEVA, A. L.; SILVA, F. C. E.; BREIA, E.; JOUVE, L.; HAUSMAN, J. F.; ALMEIDA, M. H.; MAROCO, J. P.; RODRIGUES, M. L.; PEREIRA, J. S.; CHAVES, M. M. Metabolic responses to water deficit in two Eucalyptus globulus clones with contrasting drought sensitivity. Tree Physiology, v.26, p.239–248, 2006. SILVA, E. C.; NOGUEIRA, R. J. M. C.; AZEVEDO NETO, A. D.; SANTOS, V. F. Comportamento estomático e potencial da água da folha em três espécies lenhosas cultivadas sob estresse hídrico. Acta Botanica Brasilica, v.17, n.2, p.231-246, 2003. SILVA, E. C.; NOGUEIRA, R. J. M. C; AZEVEDO NETO, A. D.; BRITO, J. Z.; CABRAL, E. L. Aspectos ecofisiológicos de dez espécies em uma área de caatinga no município de Cabaceiras, Paraíba, Brasil. Iheringia, Série Botânica, v.59, n.2, p.201-205, 2004a. SILVA, F. C.; SHVALEVA, A.; MAROCO, J. P.; ALMEIDA, M. H.; CHAVES, M. M.; PEREIRA, J. S. Responses to water stress in two Eucalyptus globulus clones differing in drought tolerance. Tree Physiology, v.24, n.10, p.1165–1172, 2004b. SILVA, M. A. V.; NOGUEIRA, R. J. M. C. Crescimento de quatro espécies lenhosas cultivadas sob estresse hídrico em casa-de-vegetação. Revista Ceres, v.50, n.288, p.203-217, 2003. SILVA, M. A.; JIFON, J. L.; SILVA, J. A. G.; SHARMA, V. Use of physiological parameters as fast tools to screen for drought tolerance in sugarcane. Brazilian Journal of Plant Physiology, v.19, n.3, p.193-201, 2007. 91 SILVA, M. A.; SILVA, J. A. G.; ENCISO, J.; SHARMA, V.; JIFON, J. Yield components as indicators of drought tolerance of sugarcane. Scientia Agricola, v.65, n.6, p.620-627, 2008. SILVA, M. A.V.; NOGUEIRA, R. J. M. C; OLIVEIRA, A. F. M.; SANTOS, V. F. Resposta estomática e produção de matéria seca em plantas jovens de aroeira submetidas a diferentes regimes hídricos. Revista Árvore, v.32, n.2, p.335-344, 2008. SILVA, M. M. P.; VASQUEZ, H. M.; BRESSAN-SMITH, R.; SILVA, F. C.; ERBESDOBLER, E. D’A.; JÚNIOR, P. S. C. A. Eficiência fotoquímica de gramíneas forrageiras tropicais submetidas à deficiência hídrica. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.1, p.67-74, 2006. SILVA, M. R.; KLAR, A. E.; PASSOS, J. R. Efeitos do manejo hídrico e da aplicação de potássio nas características morfofisiológicas de mudas de Eucalyptus grandis W. (Hill ex. Maiden). Irriga, v.9, n.1, p.31-40, 2004. SILVA, W.; SEDIYAMA, T.; SILVA, A. A.; FERREIRA, F. A. Condutância estomática de Eucalyptus citriodora e E. grandis, em resposta a diferentes níveis de água no solo e de convivência com Brachiaria brizantha Stapf. Bragantia, v.57, n.2, p.339-347, 1998. SILVA, W.; SILVA, A. A.; SEDIYAMA, T.; FREITAS, L. H. L. Altura e diâmetro de Eucalyptus citriodora e E. grandis, submetida diferentes teores de água em convivência com Brachiaria brizantha. Revista Floresta, v.27, n.1-2, p.3-16, 2000. SINCLAIR, T. R.; LUDLOW, M. M. Influence of soil water supply on the plant water balance of four tropical grain legumes. Australian Journal Plant Physiology, v.13, n.3, p.319-340, 1986. SINGH, B.; SINGH, G. Biomass partitioning and gas exchange in Dalbergia sissoo seedlings under water stress. Photosynthetica, v.41, n.3, p.407-414, 2003. SMIRNOFF, N. The role of active oxygen in the response of plants to water deficit and dessiccation. New Phytologist, v.125, n.1, p.27-58, 1993. SOARES, C. P. B.; LEITE, H. G. Predição da produção de madeira de eucalipto em regiões com alta variabilidade pluviométrica. Scientia Forestalis, n.58, p.41-48, 2000. SONG, Y. P.; WANG, Z. L.; BO, W. H; REN, Y. Y.; ZHANG, Z. Y.; ZHANG, D. Q. Transcriptional profiling by cDNA-AFLP analysis showed differential transcript abundance in response to water stress in Populus hopeiensis. BMC Genomics, v.13, n.286, 18p., 2012. SOUZA, R. P.; MACHADO, E. C.; SILVA, J. A. B.; LAGOA, A. M. M. A; SILVEIRA, J. A. G. Photosynthetic gas exchange, chlorophyll fluorescence and some associated metabolic changes in cowpea (Vigna unguiculata) during water stress and recovery. Environmental and Experimental Botany, n.51, n.1, p.45-56, 2004. SPITALE, D. Spatial distribution of bryophytes along a moisture gradient: an approach using photosynthetic pigments as indicators of stress. Ecology Research, v.24, p.1279–1286, 2009. 92 STAPE, J. L.; BINKLEY, D.; RYAN, M. G.; GOMES, A. N. Water use, water limitation, and water use efficiency in a Eucalyptus plantation. Bosque, v.25, n.2, p.35-41, 2004. STONEMAN, G. L.; TURNER, N. C.; DELL, B. Leaf growth, photosynthesis and tissue water relations of greenhouse-grown Eucalyptus marginata seedlings in response to water deficits. Tree Physiology, v.14, n.6, p.633-646, 1994. SUASSUNA, J. F.; FERNANDES, P. D.; NASCIMENTO, R.; OLIVEIRA, A. C. M; BRITO, K. S. A; MELO, A.S. Produção de fitomassa em genótipos de citros submetidos a estresse hídrico na formação do porta-enxerto. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola Ambiental, v.16, n.12, p. 1305-1313, 2012. SUSILUOTO, S.; BERNINGER, F. Interactions between morphological and physiological drought responses in Eucalyptus microtheca. Silva Fennica, v.41, n.2, p.221-233, 2007. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 719p. TATAGIBA, S. D.; PEZZOPANE, J. E. M. Cinética de emissão de fluorescência das clorofilas em dois clones de Eucalyptus. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal, ano V, n.10, 2007. TATAGIBA, S. D.; PEZZOPANE, J. E. M.; REIS E. F. Relações hídricas e trocas gasosas na seleção precoce de clones de eucalipto para ambientes com diferenciada disponibilidade de água no solo. Floresta, v.38, n.2, p.387-400, 2008. TATAGIBA, S. D.; PEZZOPANE, J. E. M.; REIS, E. F. Avaliação do crescimento e produção de clones de Eucalyptus submetidos a diferentes manejos de irrigação. Cerne, v.13, n.1, p.1-9, 2007. TATAGIBA, S. D.; PEZZOPANE, J. E. M.; REIS, E. F.; DARDENGO, M. C. J. D.; EFFGEN, T. A. M. Comportamento fisiológico de dois clones de Eucalyptus na época seca e chuvosa. Cerne, v.13, n.2, p.149-159, 2007. TATAGIBA, S. D.; PEZZOPANE, J. E. M.; REIS, E. F.; PENCHEL, R. M. Desempenho de clones de eucalipto em resposta a disponibilidade de água no substrato. Revista Engenharia na agricultura, v.17, n.3, p.179-189, 2009. TATAR, O.; GEVREK, M.N. Influence of water stress on proline accumulation, lipid peroxidation and water content of wheat. Asian Journal of Plant Sciences, v.7, n.4, p.409412, 2008. TERASHIMA, I. Anatomy of non-uniform leaf photosynthesis. Photosynthesis Research, v.31, n.3, p.195-212, 1992. TESTI, L.; GOLDHAMER, D.; INIESTA, F.; SALINAS, M. Crop water stress index is a sensitive water stress indicator in pistachio trees. Irrigation Science, v.26, n.5, p.395-405, 2008. TEZARA, W.; MITCHELL, V. J.; DRISCOLL, S. D.; LAWLOR, D. W. Water stress inhibits plant photosynthesis by decreasing coupling factor and ATP. Nature, v.401, p.914–917, 1999. 93 THOMAS, S. Survival and growth of drought hardened Eucalyptus pilularis Sm. seedlings and vegetative cuttings. New Forests, v.38, n.3, p.245-259, 2009. VALVERDE, S. R. As plantações de eucalipto no Brasil. Revista da Madeira, n.107, 2007. Disponível em: < http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=1132&subject=Eucalipto& title=Planta%E7%F5es%20de%20Eucalipto%20no%20Brasil>. Acesso em: 04 abr. 2012. VELLINI, A. L. T. T.; PAULA, N. F.; ALVES, P. L. C. A.; PAVANI, L. C.; BONINE, C. A. V.; SCARPINATI, E. A.; PAULA, R. C. Respostas fisiológicas de diferentes clones de eucalipto sob diferentes regimes de irrigação. Revista Árvore, v.32, n.4, p.651-663, 2008. VIEIRA, E. L.; SOUZA, G. S.; SANTOS, A. R.; SANTOS SILVA, J. Manual de Fisiologia Vegetal. São Luís: EDUFMA, 2010. 230p. VILLAGRA, P. E.; CAVAGNARO, J. B. Water stress effects on the seedling growth of Prosopis argentina and Prosopis alpataco. Journal of Arid Environments, v.64, n.3, p.390400. 2006. VOIBLET, C.; DUPLESSIS S.; ENCELOT, N.; MARTIN, F. Identification of symbiosisregulated genes in Eucalyptus globulus-Pisolithus tinctorius ectomycorrhiza by differential hybridization of arrayed cDNAs. The Plant Journal, v.25, n.2, p.181-191, 2001. VON CAEMMERER, S.; FARQUHAR, G. D. Some relationships between the biochemistry of photosynthesis and the gas exchange of leaves. Planta, v.153, p.376-387, 1981. WANG, Z. X.; CHEN, L.; AI, J.; QIN, H. Y.; LIU, Y. X.; XU, P.L.; JIAO, Z. Q.; ZHAO, Y.; ZHANG, Q. T. Photosynthesis and activity of photosystem II in response to drought stress in Amur Grape (Vitis amurensis Rupr.). Photosynthetica, v.50, n.2, p.189-196, 2012. WARREN, C. R.; ARANDA, I.; CANO, F. J. Responses to water stress of gas exchange and metabolites in Eucalyptus and Acacia spp. Plant Cell And Environment, v.34, n.10, p.16091629, 2011. WHITEHEAD, D.; BEADLE, C. L. Physiological regulation of productivity and water use in Eucalyptus: a review. Foresty Ecolology and Management, v.193, n.1-2, p.113–140, 2004. WILKINS, O.; BRAUTIGAM, K.; CAMPBELL, M. M. Time of day shapes Arabidopsis drought transcriptomes. Plant Journal, v.63, n.5, p.715-727, 2010. XUE, L. L.; ANJUM, S. A.; WANG, L. C.; SALEEM, M. F.; LIU, X. J.; IJAZ, M. F.; BILAL, M. F. Influence of straw mulch on yield, chlorophyll contents, lipid peroxidation and antioxidant enzymes activities of soybean under drought stress. Journal of Food, Agriculture & Environment, v.9, n.2, p.699-704, 2011. YANQIONG, L.; XINGLIANG, L.; SHAOWEI, Z.; HONG, C.; YONGJIE, Y.; CHANGLONG, M.; JUN, L. Drought-resistant physiological characteristics of four shrub species in arid valley of Minjiang River, China. Acta Ecologica Sinica, v.27, n.3, p.870-877, 2007. 94 ZHANG, X.; WU, N.; LI, C. Physiological and growth responses of Populus davidiana ecotypes to different soil water contents. Journal of Arid Environments, v.60, n.4, p.567– 579, 2005. ZHEN, L.; WANG, K.; ZHANG, Y.; ZHOU, H. A method for high-quality RNA extraction from tall fescue. African Journal of Biotechnology, v.10, n.37, p.161-7165, 2011. ZHU, J. K. Salt and drought stress signal transduction in plants. Annual Review of Plant Biology, v.53, p.247-273, 2002. ZLATEV, Z. S., YORDANOV, I. T. Effects of soil drought on photosynthesis and chlorophyll fluorescence in bean plants. Bulgarian Journal of Plant Physiology, v.30, n.3-4, p.3-18. 2004. 95 APÊNDICE 96 APÊNDICE A Tabela 1A - Resumo da análise de variância para matéria seca de raiz (MSR), matéria seca de caule (MSC), matéria seca de folha (MSF) e matéria seca total (MST) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. F.V. Quadrados Médios G.L. Genótipo (G) 1 MSR 234,128** MSC 39,848** MSF 7,3984** MST 356,97** Regime hídrico (Rh) 1 119,11** 69,931** 6,225** 473,99** G*Rh 1 13,625 0,09 0,3422 15,81 Resíduo 60 3,555 0,95 0,3503 7,97 Total 63 CV (%) 24,2 17,98 20,41 17,52 * e ** = Significativo pelo teste F, a 5 % e a 1 % de significância, respectivamente. Tabela 2A - Resumo da análise de variância para relação de matéria seca raiz e parte aérea (MSR/PA), razão de massa foliar (RMF), área foliar específica (AFE) e razão de área foliar (RAF) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. F.V. Quadrados Médios G.L. Genótipo (G) 1 MSR/PA 2,44063** RMF 0,169641** AFE 1368,19** RAF 8,8164** Regime hídrico (Rh) 1 0,4072 0,018191** 169,27** 0,5845 G*Rh 1 0,43497** 0,010226** 273,69** 7,4393** Resíduo 60 0,03906 0,000577 17,19 0,3535 Total 63 CV (%) 21,33 12,53 42,65 37,02 * e ** = Significativo pelo teste F, a 5 % e a 1 % de significância, respectivamente. Tabela 3A - Resumo da análise de variância para condutância estomática (Gs), transpiração (E), fotossíntese (A), concentração interna de CO2 (Ci), eficiência no uso da água (EUA) e temperatura foliar (T) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. F.V. Quadrados Médios G.L. Genótipo (G) 1 Gs 0,06561 E 1,478 A 40,28* Ci 0 EUA 1,739 T 1,482 Regime hídrico (Rh) 1 1,69744** 307,415** 2602,74** 128767** 35,683* 37,752** G*Rh 1 0,07396 2,545 37,75* 46 0,795 0,016 Resíduo 36 0,02405 2,032 5,58 9398 5,601 2,449 Total 39 CV (%) 69,39 43,4 28,34 28,67 * e ** = Significativo pelo teste F, a 5 % e a 1 % de significância, respectivamente. 113,24 5,13 97 APÊNDICE B Tabela 1B - Valores da estatística F e valor-p para altura (H), diâmetro (D), área foliar (Af) e índice de clorofila total (Ct), fluorescência mínima (Fo), fluorescência máxima (Fm) e eficiência quântica do FSII (Fv/Fm) de plantas jovens de dois genótipos de eucalipto, sob dois regimes hídricos. F.V. G.L. H D F p F Af p Ct Fo Fm F p F p F p <0,0001 277,9905 <0,0001 116,1639 <0,0001 35,1959 <0,0001 62,7456 <0,0001 3,2233 0,0747 0,9322 0,3359 3,7459 0,0147 7,6579 0,0002 80,6771 <0,0001 F Fv/Fm p F p 0,001 0,9746 11,86587 0,0007 210,4869 <0,0001 4,22124 0,0417 121,2374 <0,0001 8,56712 0,0001 14,311 0,0002 0,62817 0,4293 Genótipo (G) 1 303,316 <0,0001 51,113 Regime hídrico (Rh) 1 0,223 0,6374 46,485 Tempo (T) 3 2,077 0,1108 1,982 <0,0001 0,1242 GxRh 1 5,867 0,0167 1,791 0,183 88,8969 <0,0001 32,5375 <0,0001 21,9493 <0,0001 GxT 3 0,093 0,9638 0,523 0,6672 0,2071 0,8913 6,4628 0,0004 12,2007 <0,0001 5,0721 0,0023 3,66958 0,0138 RhxT 3 0,272 0,8454 13,254 0,0241 3,3679 0,0204 0,1668 0,9186 47,0605 <0,0001 2,0508 0,1094 GxRhxT 3 0,176 0,9125 1,115 <0,0001 0,3452 3,2353 1,1677 0,3243 7,4855 0,0001 9,7293 <0,0001 5,426 0,0015 0,69853 0,5544