ACT13. Efeito sinérgico entre a Terapia Fotodinâmica e a cisplatina Freitas LM, Soares CP, Fontana CR Introdução: O câncer de colo uterino é uma neoplasia maligna feminina que se inicia com transformações intraepiteliais, de caráter progressivo, e que tem a infecção pelo HPV como um dos principais fatores de risco para o seu surgimento. O principal quimioterápico utilizado, geralmente associado à radioterapia, é a cisplatina, um antineoplásico potente, porém causador de inúmeros efeitos adversos, incluindo nefrotoxicidade e ototoxicidade, cuja ação enfrenta resistência por muitos tumores, limitando seu uso clínico e forçando o uso de associações com outras terapias para reduzir a dose administrada ao paciente. A terapia fotodinâmica (TFD) é uma alternativa terapêutica que vem se mostrando promissora aos tratamentos atuais contra diversos tipos de câncer, incluindo o câncer de colo uterino. A técnica é baseada na administração de um agente fotossensibilizador não tóxico ao paciente com posterior exposição a uma fonte de luz de comprimento de onda pré-determinado. O fotossensibilizador (FS) acumula seletivamente nas células tumorais e torna o tecido sensível ao comprimento de onda específico absorvido pelo FS, resultando em resposta citotóxica via dano oxidativo, com alta seletividade (apenas as células irradiadas são mortas). Diversos estudos vêm associando a TFD aos quimioterápicos na tentativa de elevar a efetividade e reduzir os efeitos adversos das terapias anticâncer, com relatos de sucesso. Diante disso, aliar as vantagens da cisplatina e da TFD pode dar origem a uma forma de tratamento do câncer de colo uterino mais efetiva e menos tóxica. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo estabelecer uma nova abordagem terapêutica para o tratamento do câncer de colo de útero utilizando TFD em associação com a cisplatina, utilizando as linhagens celulares SiHa, C-33 A e HaCaT in vitro. Metodologia: foram utilizados dois FS, azul de metileno (AM; 19,5 µM + 5,11 J/cm2) e Photogem (PG; 0,5 µM + 2,76 J/cm2), associados a diversas concentrações de cisplatina (1,3 a 166 µM) para tratar as linhagens SiHa (carcinoma cervical de grau II, com HPV16), C-33 A (carcinoma cervical, sem HPV) e HaCaT (queratinócitos histologicamente normais). A TFD foi realizada como segue: as células ficaram expostas ao FS no escuro e posteriormente foram irradiadas com LEDs de comprimento de onda específico. O tempo total de exposição da TFD com AM foi de 20 minutos e da TFD com PG foi de 120 minutos. A viabilidade celular foi avaliada 24 horas após cada tratamento pelo método de redução do MTT como descrito por Denizot, (1985). As médias dos grupos foram estatisticamente analisadas pelo teste ANOVA one-way seguido pelo pós-teste de Tukey, com α=5%. Resultados e discussão: Ambos os FS foram eficazes em reduzir o número de células viáveis, com a citotoxicidade sendo dependente da dose de luz. A cisplatina teve menor eficácia sobre as três linhagens, quando comparada à TFD. Porém, a combinação cisplatina + TFD apresentou efeito sinérgico intenso e provocou maior morte celular em todas as condições testadas. Esses resultados apontam uma associação terapêutica benéfica entre a TFD e a cisplatina. Palavras-chave: Terapia Fotodinâmica, cisplatina, HPV. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, CAPES e PROEX.