REFLEXÕES SOBRE O ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR SHEILA SILVA [email protected] FAETEC MIRNA PACHECO [email protected] SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE NILÓPOLIS VANESSA PINHEIRO [email protected] FAETEC RESUMO Este texto discute as práticas e as políticas sobre o atendimento pedagógico domiciliar (APD). O referencial teórico pautou-se nas contribuições, entre outros, em autores como Fontes (2005) e Rolim & Góes (2009). Tomamos como base, também, as políticas públicas federais que abordam o tema. Metodologicamente empregamos os referenciais qualitativos com base no estudo de caso e como instrumento de coleta de dados, a entrevista semiestruturada com uma professora que atua nessa modalidade de ensino e a análise de documentos oficiais. A partir do diálogo dos dados coletados verificamos que, entre outros pontos, no campo das políticas públicas ainda há a necessidade de ampliar as diretrizes sobre a atuação do professor no atendimento domiciliar. Igualmente verificamos a quase inexistência de pesquisas e referenciais que se dedicaram ao tema aqui analisado. Outra questão evidenciada é a carência de um currículo que contemple o debate dessa prática na formação do professor, levando em consideração a diversidade presente nessa modalidade de ensino. PALAVRAS-CHAVE: Atendimento Pedagógico Domiciliar – Políticas Educacionais – Formação de Professores. 1 Dentre a gama de temas existentes no campo da Educação Especial, este texto aborda um tema pouco explorado, dado as escassas iniciativas de estudos e pesquisas realizadas nesta área da educação, além das brandas ações dos sistemas de ensino para atender as demandas de sujeitos que demandam atendimento educacional domiciliar (ROLIM & GOES, 2009). O atendimento pedagógico domiciliar1 (BRASIL, 2002), que se destina a atender sujeitos que estão impossibilitados temporariamente ou permanentemente de frequentar a escola por motivos de deficiência e/ou doença é uma das ações previstas no campo da Educação Especial. A sua incorporação no Brasil é recente e ainda pouco explorada no meio acadêmico. Por tal razão, entendemos ser relevante o texto que ora apresentados. O texto analisa os diferentes aspectos que envolvem a prática do atendimento pedagógico domiciliar, tendo como destaque a prática pedagógica do professor que atua nesta área. Para atender ao objetivo proposto empregamos os pressupostos metodológicos da pesquisa qualitativa a partir da realização e um estudo de caso com uma professora que atua no atendimento pedagógico domiciliar em um Município da rede de ensino do Estado do Rio de Janeiro. O estudo de caso segundo André & Ludke (2013, p.20) é o estudo de um caso, seja simples e específico [...] O caso é sempre bem delimitado, devendo ter seus contornos claramente definidos no desenrolar do estudo. Os dados coletados por meio de entrevista semiestrutura foram analisados em diálogo com a literatura existente na área e as diretrizes políticas envolvendo o tema. Dentre os autores destacamos Fontes (2005) e Rolim & Góes (2009). SOBRE O ATENDIMENTO PEDAGOGICO DOMICILIAR - APD Antes de discorrer a respeito da atuação prática do professor que atua no APD, é importante definir o que significa o termo Atendimento Pedagógico Domiciliar. Segundo o documento, criado pelo Ministério de Educação através da Secretaria de Educação Especial2, 1 Termo utilizado no documento Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: Estratégias e orientações, elaborado pelo Ministério de Educação (BRASIL, 2002). 2 Atualmente chamada de Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) que implementa políticas educacionais em diferentes áreas do ensino, incluindo a Educação Especial. 2 intitulado Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: Estratégias e orientações (BRASIL, 2002), a expressão refere-se a: ... um atendimento educacional que ocorre em ambiente domiciliar, decorrente de problema de saúde que impossibilite o educando de frequentar a escola ou esteja ele em casas de passagem, casa de apoio, casas-lar e/ou outras estruturas de apoio da sociedade (BRASIL, 2002, p.13). Trata-se de uma ação pedagógica que transforma um cômodo do lugar onde o sujeito reside, em um espaço de ensino-aprendizagem. Quer dizer que, se a situação do aluno o impede de ir até a escola, a escola que vai até ele, através da figura do professor. Para analisar as políticas públicas que respaldam o APD, começaremos cronologicamente, abordando seu curso, que contempla a Constituição Federal (1988), a LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), Resolução CNE (Conselho Nacional de Educação) /CEB (Câmara de Educação Básica) nº 2 (2001), o Documento Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: Estratégias e orientações (2002), a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e o Decreto de nº 7.611 (2011). A Constituição Federal (Brasil, 1988), expressa no artigo 205 que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Afirma no artigo 208 que o não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. Ainda no artigo 214, anuncia que as ações integradas do Poder Público devem direcionar-se para a universalização do atendimento escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996) defende no artigo 23 que o Poder Público deve se organizar de forma diversa para atender ao processo de aprendizagem dos educandos. No artigo 58 que trata da Educação Especial, é mencionado que quando necessário, os sistemas de ensino assegurarão serviço de apoio especializado para atender as peculiaridades do alunado. A Resolução nº 2 de 11 de setembro (2001), que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, prevê que: Art. 13. Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. § 1o As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com 3 crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu posterior acesso à escola regular. (Brasil, 2001) citação acima reforça a responsabilidade dos sistemas de ensino de reunir esforços para que esses educandos sejam atendidos, ainda prevê a contribuição do APD para o retorno do aluno à escola, porém, não supõe que a doença e/ou a deficiência, em alguns casos, impede permanentemente a presença do aluno na escola, ou seja, o aluno não tem possibilidade de ir a escola em momento algum. A Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. (2008) e o Decreto 7.611 que dispõe sobre a Educação Especial e o atendimento educacional especializado (2011), consolida ainda mais os ideais de acesso e inclusão educacional, e defende adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o pleno desenvolvimento do educando, respectivamente. Considerando os documentos analisados, cabe-nos aqui retratar sobre o público alvo que o APD contempla: são os alunos matriculados acometidos por condições e limitações específicas, decorrentes de comprometimentos de saúde, que impossibilitam a participação nas atividades curriculares na escola (Brasil, 2002). Nesta mesma direção, Fontes (2005) afirma que as peculiaridades das diversas patologias, demandam tempos e espaços diferenciados de atuação pedagógica e acrescenta que a realidade vivida por estes sujeitos muitas vezes não lhes permitem a experienciar uma infância adequada. De acordo com o depoimento da professora, alunos que recebem afastamento da área da saúde ou justiça (no caso de Abrigos, por exemplo) por período superior a seis meses com ou sem deficiência, tem direito de receber APD. Este fato evidencia um público alvo bem diversificado, o que amplia ainda mais o desafio da formação do professor. A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR A atuação no APD configura-se um desafio para a atuação docente, na medida em que os cursos de licenciatura não costumam aplicar em suas grades curriculares, conteúdos pertinentes a distintas áreas de atuação docente, que não seja a sala de aula comum. Esta dinâmica resulta em uma formação essencialmente destinada à prática escolar, não considerando outros espaços educacionais. Desta forma, o professor que atua no APD depara- 4 se com o desafio de adequar sua práxis a gradações e particularidades de um espaço que a priori não é o seu. As demandas da realidade do atendimento pedagógico domiciliar impelem seus professores ao aperfeiçoamento. A procura autônoma de formação complementar para além da básica exigida para tal ação seguramente produz nestes professores a competência de serem mais críticos. Neste contexto, torna-se mister destacar que o Atendimento Pedagógico Domiciliar, requer professores: Com destreza, e discernimento para atuar com planos e programas abertos, móveis, mutantes constantemente reorientados pela situação especial e individual de cada criança ou adolescente sob atendimento (Cecim & FONSECA, 1998, p 26). Ainda sobre o perfil do profissional que atua no Atendimento Pedagógico Especializado, Ceccim (1998 apud FONSECA 1999), aponta que recentes pesquisas na área da educação contemporânea tem proposto reconhecer em Vygotsky a formulação de uma teoria sobre a “pedagogia do desenvolvimento”, substituindo a noção clássica da psicologia, pois que não se trata de pensarmos a articulação entre inteligência e emoção, o campo das construções cognitivas é o campo de atualização dos afetos e da convocação subjetiva às aprendizagens de natureza complexa. Nesta perspectiva teórica, Rolim & Góes afirmam que: O desenvolvimento é um processo não linear, marcado por rupturas, continuidades e superações, em transformações que resultam das vivências do sujeito no grupo social (Vygotsky, 1995). O processo de individuação, de tornar-se indivíduo, tem gênese nas relações sociais desde o nascimento e acontece à medida que a criança incorpora a cultura (entendida amplamente como atividade social humana e produto da vida social). A formação da personalidade caminha, então, da instância social para o individual, num movimento que implica a internalização ou conversão para si dos significados das interações do sujeito com outros. A síntese dessas ideias está no que o autor denominou de lei de dupla formação, segundo a qual as funções psíquicas aparecem inicialmente no plano social ou intersubjetivo e são internalizadas ou convertidas, formando o plano individual ou intrassubjetivo (ROLIM & GÓES, 2009 p. 513). Sendo assim, compreende-se que deve fazer parte do perfil profissional do professor que atua no Atendimento Pedagógico Domiciliar, a cooperação na medida em que a interação do ser humano com o mundo não é, por conseguinte, uma relação direta, mas uma relação mediada por outras pessoas e pelas produções humanas, que depende das atividades concretas em que ele se envolve e não se restringem aos encontros face a face (Rolim & Góes 2009). 5 No contexto que se refere às práticas pedagógicas junto aos alunos acompanhados em APD, é importante ressaltar o quanto se aproxima das práticas junto aos alunos com deficiência em função das adequações necessárias. É preciso haver uma forte articulação entre o professor que realiza o APD e a escola de referência do aluno, visto que há uma turma e uma proposta pedagógica direcionada para a turma deste aluno e que não pode ser tão diferente da aula planejada para ser desenvolvida em domicílio, visto que a situação de saúde do aluno pode se modificar e num eventual retorno para assistir as aulas em sala de aula, junto aos seus pares, o aluno tenha um mínimo de noção do que está sendo trabalhado e dos projetos e temas que estão sendo desenvolvidos, entre outras situações que envolvem as rotinas comuns de sua turma. A Resolução nº 2, de 11/09/2001 do Conselho Nacional de Educação, no artigo 13, parágrafo 1º determina que: O atendimento domiciliar deve dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de aluno matriculados em Escolas de Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo escolar (BRASIL, 2001, p. 4). Outra questão importante se dá na importância da participação do professor de APD nas reuniões de estudo e conselhos de classe da escola de referência do aluno. O debate coletivo não apenas do processo desse aluno, mas também de sua turma, é importante no que se refere ao norte de ações e propostas selecionadas para o trabalho em domicílio. À gestão escolar e pedagógica também deve, em parceria, favorecer e viabilizar recursos didáticos, livros e/ou equipamentos que favoreçam e possibilitem o trabalho desenvolvido em domicílio, bem como a família, dentro de suas possibilidades, também pode cooperar nesta questão. O uso dos recursos de tecnologias como computadores, notebooks e Tablets são elementos que além de contarem com o grande interesse por parte dos alunos, podem favorecer o processo, visto que viabilizam audição de histórias e visualização de material imagético, bem como oferecem interatividade e autonomia, numa linguagem agradável e de inúmeras possibilidades. Ainda falando dos recursos, no planejamento da aula, cabe destacar que a Internet e os bancos de objetos digitais de aprendizagens3 atuam como um facilitador da aprendizagem em função de uma característica importante da aula no APD que deve perpassar os diversos momentos pedagógicos, tais como a apresentação do conteúdo e a realização das atividades 3 Existem diferentes definições para objetos de aprendizagem (Learning Objects – LO). Optamos por utilizar o de Wiley (2001) que os define como qualquer recurso digital – por exemplo, imagens, gráficos, vídeos entre outros – que pode ser reutilizado para promover a aprendizagem 6 atreladas ao seu compromisso de adaptar e construir práticas educativas para atender a sua diversidade. A necessidade de enriquecer e significar as propostas de trabalho precisa considerar os diversos fatores do cenário que passam desde as condições físicas do aluno no momento até o interesse, do envolvimento e a capacidade de apropriação do conteúdo. É preciso criatividade e pesquisa para que o Professor do APD possa elaborar uma aula interessante e acertiva e dispor de criatividade para conjugar os objetivos e os caminhos que mediam o desenvolvimento e aquisição de conhecimentos de cada aluno em atendimento domiciliar. Figura 1- Tela capturada de aula do Ensino Fundamental do Telecurso4 Uma estratégia utilizada, com base na entrevista realizada para a pesquisa neste texto, traz a importância da leitura e considera a relevância deste recurso, que pode ser percebido não apenas pelo o compromisso e a obrigatoriedade da tarefa, mas por sua intencionalidade ao ampliar esta proposta para um hábito que extrapola a prática pedagógica, procurando assim reverter com o auxílio da leitura, um pouco do desconforto que uma criança ou jovem trás consigo durante o tratamento médico ou a condição orgânica e para, além disso, propiciar através desta ação a capacidade de superação e de atitude positiva frente à vida, a partir da experiência da leitura. O exemplo citado acima, bem como as demais atividades que envolvem a prática pedagógica do professor que acompanha o aluno em APD, tais como o uso de jogos, vídeo aulas, softwares, entre outros recursos, procuram não apenas colaborar com o ambiente favorável e adaptado ao processo terapêutico (de ensino-aprendizagem) que envolve esse aluno e sua família, mas também resgatar para o cotidiano deste aluno o ambiente que é 4 Telecurso é um sistema educacional de educação à distância, o programa consiste em tele-aulas das últimas séries do ensino fundamental (antigo 1º Grau) e do ensino médio (2º grau) que podem ser assistidas em casa. 7 comum a sua faixa etária e rotina, bem como minimizar as perdas pedagógicas que poderiam acontecer durante a fase de tratamento. Segundo o depoimento da professora que atua no APD, estes recursos de tecnologia assistiva são utilizados em sua prática como Tablet ou notebook, até cartões com imagens ou material que a mesma produz. A família, ao receber este professor na intimidade de sua residência, em muitas situações, não vislumbram o êxito e o desenvolvimento deste aluno, em função dos diversos e profundos processos que vivenciam no trato e cuidado para com o seu familiar (nosso aluno). É bastante comum que os pais, e demais familiares vivenciem sentimentos considerados “negativos” com relação ao estado geral desta criança/ jovem, pois sentem se não apenas “sobrecarregados” com todos os cuidados pertinentes a administração dos remédios, gerenciamento de saída para os tratamentos e terapias de saúde, como também de todas as rotinas que desempenam cotidianamente (trabalho, manutenção da higiene e organização da casa, entre outras coisas). Uma conduta que colabora para a superação desta questão se refere a necessidade de transformação e modificação do olhar de possibilidade e desenvolvimento projetado. No planejamento do APD devem ser reservados alguns minutos de orientações e esclarecimentos à família. Em algumas situações é importante e necessário prática de resiliência e investimento, bem como clareza nas propostas e até o “feed back” a esta família, através de constantes conversas e trocas acerca dos avanços e do desenvolvimento acadêmico como um todo auxiliando esta família a se despir da imagem que carregam sobre si mesmos de impotência perante a uma situação tão diferenciada, (Glat e Pletsch, 2004). O objetivo desta conduta não é negar a gravidade dos casos e das situações, muito menos atribuir ao professor que realiza este trabalho qualquer responsabilidade distanciada da sua área de formação, mas sim extrapolar a condição inicial imposta por uma situação de saúde por vezes durável ou transitória no sentido de incentivar esta família para assumir uma postura colaborativa de pesquisa, busca e envolvimento com alternativas e caminhos que possam auxiliar na trajetória de aprendizagem deste indivíduo. Glat e Pletsch, 2004, nos orientam quanto à compreensão e interesse sobre o funcionamento e a dinâmica familiar, e essa questão é de singular importância uma vez que durante as atividades do APD, a sala de jantar, o quarto do aluno ou até uma varanda coberta se transformam uma nossa sala de aula, exigindo um combinado de ações e arranjos de forma a favorecer e aproximar este aluno para um ambiente favorável a aprendizagem. 8 São de vital importância a polidez e o diálogo respeitoso e constante na prática docente do APD e nas suas rotinas, pois há casos em que as atividades escolares e o momento da aula em domicílio são considerados momentos de “fuga” ou “vida normal”, já que aluno se iguala às demais pessoas de sua faixa etária e assim podem vivenciar situações “normais” como qualquer criança ou jovem. CONCLUSÃO Este trabalho permitiu investigar um campo quase desconhecido que é abarcado pelas equipes e pelos professores que trabalham com atendimentos específicos aos alunos da educação especial. O Público alvo do APD é amplo e estende-se para além dos sujeitos contemplados pela Educação Especial, pois também são atendidos os alunos doentes ou em algumas situações de impossibilidade de frequentar as escolas comuns das redes de ensino, quer por questões relacionadas à acessibilidade estrutural quer por questões de impossibilidade transitória ou permanente, como no caso das distrofias e doenças degenerativas. Na maioria das referenciais de leitura publicadas na área estão relacionadas experiências únicas, onde uma ou outra experiência relatam casos de alunos acompanhados e/ou iniciativas de equipes gestoras e docentes para alunos afastados temporariamente ou que não retornarão a escola, em função do agravamento de sua condição de saúde. O que nos confirma a ausência ou raridade de diretrizes voltadas exclusivamente para os alunos que se utilizam do APD. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Parecer n. 17/2001. Sobre as diretrizes nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC, 2001. BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008. BRASIL. Decreto nº 7.611, 17 de nov. de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Brasília, 2011. 9 CECCIM, R. B. e FONSECA, E. S. Classes hospitalares no Brasil. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal da Saúde: Secretaria Municipal da Educação, 1998. Reunião de trabalho realizada na classe hospitalar do Hospital Municipal Jesus, em 04 de agosto de 1998. FONSECA, E. S. 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