5051 Trabalho 786 - 1/4 O PRONTUÁRIO DO PACIENTE COMO INSTRUMENTO PARA ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE REGISTROS DE ENFERMAGEM. MEDEIROS, Ylana Karine Fonsêca¹ FONSECA, Gleiciane da Silva2 BONFADA, Diego3 (Introdução) Este trabalho consiste em um relato de experiência de discentes do curso de Enfermagem do Núcleo Avançado de Educação Superior de Santa Cruz – NAESSC, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Durante a realização de aulas práticas referentes à disciplina Bases da Semiologia e Semiotécnica, foram observados prontuários dos pacientes do Hospital Regional Aluísio Bezerra, localizado no município de Santa Cruz/RN. Dessa forma, surgiu o interesse pelo prontuário do paciente que, segundo o Conselho Federal de Medicina, é definido como um documento único que apresenta um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada. Tem caráter legal, científico e sigiloso, que possibilita a comunicação entre a equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada. O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar e responsável pela sistematização da assistência de enfermagem, assume papel central na preservação da qualidade e funcionalidade dos registros de enfermagem contidos no prontuário. (Objetivo) Discutir a importância dos registros de enfermagem como instrumentos de garantia da qualidade da assistência prestada e ressaltar as incoerências mais comumente encontradas nas anotações de enfermagem e suas implicações para o paciente, o hospital, a equipe de saúde e o ensino/pesquisa. (Metodologia) Trata-se de um relato de experiência baseado na avaliação das anotações de enfermagem contidas nos prontuários dos setores de Clínica Médica e Cirúrgica da referida instituição, realizada durante o período de julho e agosto de 2008. (Resultados) A partir da avaliação dos registros de enfermagem constataram-se deficiências como pouca legibilidade da escrita, pouca coerência de alguns registros e preenchimento incompleto em relação aos 5052 Trabalho 786 - 2/4 cuidados que o paciente necessita e recebe. Dessa maneira, as anotações acabavam por não satisfazer requisitos necessários, tais como, estado geral do paciente, procedimentos realizados e verificação de sinais vitais. Restringiam-se apenas às queixas principais, que predominantemente encontravam-se pouco caracterizadas no tocante a informações como: localização, tipo e intensidade da dor, aspecto e quantidade de secreções. Várias anotações de enfermagem referentes às lesões e curativos apresentavam-se insatisfatórias com relação à extensão, área de localização e tipo de tecido encontrado na ferida, assim como aos tipos de materiais para limpeza e cobertura destas. Percebeu-se ainda a ausência de evolução de enfermagem em alguns prontuários, ausência de data e/ou horários de realização das evoluções, e a presença de espaços em branco entre o final das anotações e a assinatura do profissional de enfermagem, o que possibilita o acréscimo de falsas informações por um “desconhecido” que eventualmente tenha tido acesso ao prontuário, seja ele um profissional da equipe multidisciplinar de saúde ou um familiar do paciente. Observou-se também a falta do carimbo do profissional de enfermagem em algumas evoluções, implicando na ausência do número de registro deste profissional no Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Muitas das anotações avaliadas aparentavam ser construídas mecanicamente, pois pareciam estar previamente prontas para todos os pacientes, o que foi observado nas fichas de sinais vitais. Nessas fichas não constavam os registros de verificação das freqüências cardíaca e respiratória, porém, nas evoluções de enfermagem estes sinais vitais eram geralmente caracterizados como “normocárdico” e “eupnéico”, respectivamente. Tais achados interferem na qualidade do prontuário e na eficiência do processo de assistência empregado, visto que este documento é de fundamental importância para o paciente, no que diz respeito ao atendimento, tratamento e análise da evolução da doença; para o hospital, com relação às auditorias e ao padrão de atendimento prestado na instituição; para a equipe de saúde, constituindo-se em um meio de intercomunicação e integração da equipe multiprofissional; para o ensino e pesquisa, possibilitando estudos e análises de casos clínicos, diagnósticos e terapêuticas, levando em consideração que é também fonte de dados estatísticos. Sendo um documento legal, permite que o indivíduo cuidado tenha conhecimento sobre as informações relativas a si, já que a este é assegurado o acesso ao 5053 Trabalho 786 - 3/4 prontuário através dos direitos dos usuários dos serviços de saúde, e representa um instrumento de defesa tanto para o paciente como para os profissionais de saúde. (Conclusões) Portanto, sendo o protuário um instrumento relevante para assistência da enfermagem, é fundamental que o enfermeiro, profissional responsável pelo direcionamento e coordenação da assistência de forma individualizada e contínua ao paciente, possibilite a conscientização de sua equipe de trabalho sobre a importância das informações registradas, e invista em treinamentos para a melhoria dos níveis de preenchimento e qualidade das anotações de enfermagem. (Referências) BRASIL. Ministério da Saúde. Direitos dos usuários do SUS. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/ cidadao/area.cfm?id_area=1115>. Acesso em: 20 jan, 2009. POSSARI, João Francisco. Prontuário do Paciente e os Registros de Enfermagem. 2 ed. São Paulo: Iátria, 2007. VENTURINI, Daniele Aparecida; MARCON, Sonia Silva. Anotações de enfermagem em uma unidade cirúrgica de um hospital escola. Rev. bras. enferm. [online]. 2008, vol.61, n.5, p. 570-577. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S003471672008000500007&lang=pt >. Acesso em: 28 mai, 2009. Descritores: Assistência de Enfermagem; Registros de Enfermagem; Prontuários 1 Acadêmica do 6º período do curso de graduação em Enfermagem do Núcleo Avançado de Educação Superior de Santa Cruz/RN, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. [email protected] 2 Acadêmica do 6º período do curso de graduação em Enfermagem do Núcleo Avançado de Educação Superior de Santa Cruz/RN, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. 3 Enfermeiro. Especialista em Urgência e Emergência pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicada – FACISA e docente da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN do Campus do Seridó. 5054 Trabalho 786 - 4/4 COMPROVANTES DE PAGAMENTO DA ABEN