O que é tuberculose?

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TUBERCULOSE
1- O que é tuberculose?
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo
microbacterium tuberculosis, que pode atingir os vários órgãos do corpo humano,
principalmente os pulmões.
2- Qual o agente etiológico da tuberculose?
A bactéria que transmite a tuberculose, também é conhecida como bacilo de Koch.
Ela se apresenta em forma de pequenos bastonetes com 1 – 4 micra de
comprimento. Quando corada pelo método de Ziehl – Neelsen, fixa a fucsina, não
se descorando depois de tratada pelos ácidos e pelos álcoois, por isso também é
chamada de bacilo álcool – ácido resistente (BAAR).
3- Qual o período de geração do bacilo da tuberculose e à que é resistente?
O bacilo da tuberculose tem período de geração longo (de 14 – 20 horas) e é
resistente à ação de agentes químicos. É sensível à ação de agentes físicos como o calor
e os raios ultravioletas da luz solar.
4- Qual o tempo de sobrevida dos bacilos da tuberculose?
Apenas 1% dos bacilos nas gotículas suspensas, sobrevivem por algumas horas,
desde que estejam em locais fechados, onde o ar não é renovado e não sejam expostos
à luz solar (que é fatal para o bacilo). Além disso, o bacilo é aeróbio (necessita de
oxigênio pra crescer e se multiplicar). Duplica sua população em 18 - 48 horas,
dependendo de maior ou menor oferta de oxigênio, do pH do meio, da facilidade de
nutrientes e da resistência do indivíduo. Este crescimento lento do bacilo dá um curso
lento e evolução crônica para a doença.
5- Qual o órgão preferencial de localização e infecção do bacilo da tuberculose?
Por ser aeróbio estrito, tem no pulmão seu órgão preferencial de localização e
infecção. A presença de oxigênio favorece sua multiplicação e a ligação com o meio
externo, através dos brônquios e vias aéreas superiores, facilita sua transmissão.
6- Como pode ser visualizado o Micobactérium tuberculosis?
O M. tuberculosis pode ser visualizado, principalmente, nas secreções
broncopulmonares (escarro) através de microscopia direta (baciloscopia) e através de
cultura, sendo que a cultura permite sua identificação.
7- Qual é a fonte de infecção da tuberculose?
A fonte de infecção é a pessoa com tuberculose pulmonar e com baciloscopia
positiva, isto é, eliminando bacilos para o exterior.
8- Quais as vias de transmissão da tuberculose?
Quando um paciente bacilífero tosse, são eliminadas gotículas contendo de 1 – 2
bacilos que ficam em suspensão no ar, podendo ser aspirados por uma pessoa sadia.
Neste caso, os bacilos irão passar pelos bronquíolos e atingir os alvéolos, e aí inicia sua
multiplicação.
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A penetração do bacilo é, portanto, pela via respiratória. Os bacilos atravessam a
árvore brônquica e localizam-se nos alvéolos pulmonares, provocando uma reação
inflamatória no local. Nos primeiros 15 dias os bacilos se multiplicam facilmente
porque ainda não existe a resistência específica.
9- Como é o crescimento e a multiplicação dos bacilos da tuberculose?
O bacilo se multiplica em 2 no período de 14 – 20 horas e pode atingir, no fim deste
período, número superior a 100 mil bacilos. Desta lesão no pulmão, os bacilos partem
por via sanguínea ou linfática, podendo comprometer o fígado, baço, medula óssea,
rins e sistema nervoso, etc.
10- Como ocorre a disseminação “benígna” do bacilo da tuberculose?
A disseminação é chamada de benígna quando poucos bacilos ficam latentes, ou
são destruídos pela defesa do organismo, quando já instalada. Esta também é a
explicação para outras formas de tuberculose.
11-Em quanto tempo começa aparecer o defesa do organismo contra os bacilos? E
o que ocorre em função do número desses bacilos?
A partir da 3º semana começa a aparecer a defesa do próprio organismo, e
acontece a luta entre o hospedeiro e o invasor, tentando a destruição ou a inativação
do bacilo. É em função do número de bacilos que se encontram num paciente, da
virulência dos mesmos, da resistência e hipersensibilidade do indivíduo, que sua
doença poderá ser grave ou não. Algumas pessoas podem ser acometidas pela forma
grave da doença (meningite tuberculosa, tuberculose miliar), outras podem adoecer
logo após o contato com o bacilo, outras poderão adoecer mais tardes e outras nem
adoecerão, ficando apenas infectadas.
12- Um paciente curado pode vir à adoecer novamente?
Sim, em conseqüência daquele foco já existente em seu organismo, ou por receber
nova carga bacilar do exterio r.
13- Quais os sintomas da tuberculose pulmonar?
A tuberculose pulmonar se manifesta causando tosse, quase sempre persistente.
Na maioria das vezes há presença de secreção amarela e às vezes escarro com sangue.
Nos casos mais graves (tuberculose avançada) apresenta hemorragia chamada
hemoptise. Este sangramento ocorre quando a caverna atinge uma artéria do pulmão.
Os indivíduos também podem apresentar outros sintomas: falta de apetite
(anorexia), perda de pese, fraqueza geral e febre baixa no período da tarde (febre
vespertina), sudorese, calafrios, etc. estes sintomas vão se agravando à medida que a
doença progride.
14- Fale sobre a tuberculose extrapulmonar.
Os casos de tuberculose extrapulmonar mais freqüentes são: a tuberculose renal, a
tuberculose ganglionar e pleural.
A tuberculose renal e pleural aparece mais na população adulta, enquanto que a
forma ganglionar é mais comum em crianças.
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Das formas extrapulmonares consideradas graves, destacamos a tuberculose
miliar (disseminada) e a meningite tuberculosa (localizada no sistema nervoso).
A meningite tuberculosa é a mais comum em crianças de 0-4 anos e não vacinadas
pelo BCG. Ambas são consideradas formas graves da doença e quando não
diagnosticado logo no início, podem surgir complicações sérias e o paciente vir à
falecer.
15- Como pode ser diagnosticado a tuberculose?
Além da avaliação clínica, deverá ser fundamentado nos métodos bacteriológicos,
radiológico e prova tuberculínea.
16- Como é realizado o exame microscópico direto do escarro?
A baciloscopia direta do escarro permite descobrir as fontes mais importantes de
infecção: os casos bacilíferos.
17- Quando deve ser solicitado o exame baciloscópico?
Deve ser solicitados aos pacientes que: procurem os serviços de saúde por queixas
respiratórias, ou que informem tosse e expectoração com duração de 3 semanas ou
mais; e aos pacientes que apresentem alterações radiológicas pulmonares.
18- Como é realizada a coleta do escarro?
Deve ser coletado uma boas quantidade de escarro que provém da árvore
brônquica, obtida após o esforço de tosse. O volume ideal está compreendido entre 5 –
10 ml.
Recipiente – o material deve ser coletados em potes plásticos descartáveis, com
boca larga (50 mm de diâmetro), transparente, com tampa de rosca, altura de 40 mm
e capacidade entre 35 – 50 ml. Deve conter a identificação do paciente e a data da
coleta, devendo ser feita no corpo do pote usando se fita gomada ou caneta para
retroprojetor.
Local da coleta – devem ser coletadas as amostras em ambientes abertos, de
preferência ao ar livre ou em sala bem arejada.
Momento da coleta e número de amostras – recomenda-se duas amostras de
escarros, uma na primeira consulta e outra independente do resultado da primeira, na
manhã do dia seguinte, ao acordar.
Conservação e transporte – devem ser processadas ao laboratório imediatamente
após duas coleta, mas as coletas fora da unidade de saúde deverão ser mantidas sob
refrigeração, proteção contra a luz solar e acondicionamento adequado, para não ser
derramada.
Os laboratórios privados deverão enviar as lâminas positivas e negativas
devidamente acondicionadas, junto com o resultado do exame, à unidade de saúde
(pode ser feito pelo próprio paciente).
19 – Quando é necessário realizar a cultura do bacilo de Koch?
É indicada para os suspeitos de tuberculose pulmonar persistentemente negativos
ao exame direto, e para o diagnóstico de formas extrapulmonares como –
meningoencefálica, renal, pleural, óssea, ou ganglionar. É também indicada nos casos
de suspeita de resistência bacteriana às drogas, seguida do teste de sensibilidade.
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Nos casos de suspeita de infecção por micobactérias não tuberculosas,
notadamente nos pacientes de HIV + ou com AIDS, deverá ser realizada a tipificação
do bacilo.
20 – para que serve o exame radiológico e quando é indicado?
O exame radiológico é auxiliar no diagnóstico da tuberculose, é usado em casos
suspeitos. Nesses, o exame radiológico permite a seleção de portadores de imagens
sugestivas de tuberculose e outras patologias, sendo indispensável submetê-lo para um
exame bacteriológico para um diagnóstico correto, já que não é aceitável (exceto em
crianças) o diagnóstico de tuberculose pulmonar sem investigação do agente causal
pela baciloscopia de escarro.
Em suspeitos radiológicos de tuberculose pulmonar com baciloscopia direta
negativa, deve se afastar a possibilidade de outras doenças, recomendando a cultura
para o bacilo de Koch.
O estudo radiológico é importante para a diferenciação de formas de tuberculose
de apresentação atípica como o diagnóstico de outras pneumopatias no paciente
portador da AIDS ou de outras situações de imunissupressão.
No diagnóstico de probabilidade deve-se levar em conta que o erro causa atraso na
identificação da verdadeira doença, acarretando sofrimento físico, psicológico, social e
econômico ao doente.
O exame radiológico em pacientes com baciloscopia positiva tem como função a
exclusão de doença pulmonar associada que necessite de tratamento
concomitantemente, além de permitir a avaliação da evolução radiológica dos
pacientes.
21- Qual a classificação que devem obedecer aos resultados dos exames
radiológicos do tórax?
Normal – os que não apresentam imagens patológicas nos campos pulmonares;
Seqüela – os que apresentam imagens sugestivas de lesões cicatriciais;
Suspeito – os que apresentam imagens sugestivas de tuberculose;
Outras doenças – os que apresentam imagens sugestivas de pneumopatia não tuberculosa.
22- O que é a prova tuberculínica?
É indicada como método auxiliar, sendo positiva, indica apenas infecção e não é
suficiente para o diagnóstico da tuberculose. No Brasil a tuberculina usada é o PPD
RT23, aplicada por via intradérmica, no terço médio da face anterior do antebraço
esquerdo, na dose de 0,1ml, equivalente a 2 UT (unidade de tuberculina). A técnica de
aplicação e o material usado são padronizados pela OMS e tem especificações
semelhantes às usadas para a vacinação BCG.
A leitura da prova tuberculínica é realizada 72 – 96 horas após a aplicação,
medindo se com régua milimetrada, o maior diâmetro transverso da área de
endurecimento palpável, o resultado registrado em milímetros pode ser: 0-4 mm –
Não-reator – indivíduo não infectado pelo M tuberculosis ou com hipersensibilidade
reduzida; de 5-9 mm – reator fraco – indivíduo vacinado com BCG ou infectado pelo
M. tuberculosis ou por outras micobactéri as; de 10 ou mais – reator forte – indivíduo
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infectado pelo M tuberculosis, que pode estar doente ou não, e indivíduos vacinados
com BCG nos últimos 2 anis.
Em paciente com HIV + a prova tuberculínica com resultado de induração maior
ou = à 5 mm, é indicativa de quimioprofilaxia.
23- Como é realizada a classificação dos doentes de tuberculose?
- Tuberculose pulmonar:
Positivo – quando apresentam = 2 baciloscopias diretas positivas, 1 baciloscopia
direta positiva e cultura positiva; 1 baciloscopia direta positiva e imagem radiológica
sugestiva de tuberculose.
No caso de uma baciloscopia positiva e outra negativa deve ser encaminhado
para outros exames, não havendo disponibilidade de meios, deve -se iniciar o
tratamento de prova.
Negativo – quando apresentam = 2 ou mais baciloscopia diretas negativas e
cultura positiva; 2 baciloscopias negativas com imagem radiológica sugestiva e
achados clínicos ou outros exames que permitam o médico efetuar o diagnóstico de
tuberculose.
OBS – antes da opção por um diagnóstico de tuberculose pulmonar sem
confirmação bacteriológica deve ser afastados os quadros agudos principalmente os
que apresentam febre. Nesses o paciente será reavaliado.
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