Cientistas desenvolvem embalagem com filme biopolimérico

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Cientistas desenvolvem embalagem com filme
biopolimérico
Pesquisadores do FoRC – Food Research Center (Centro de Pesquisa em Alimentos),
com sede na USP, estão desenvolvendo filmes feitos de fontes renováveis para embalar
alimentos. Os filmes são materiais finos, transparentes e maleáveis, com aparência de
plástico, aos quais podem ser acrescentados aditivos na tentativa de fazer com que a
embalagem tenha outras funções além de proteger os alimentos. A professora titular
Carmen Tadini, do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica (Poli) da
USP, vem se dedicando no desenvolvimento de um filme biopolimérico, com base de
amido, com aditivos antifúngicos para embalar pão de forma.
“O objetivo é tentar substituir parcial ou totalmente os aditivos químicos que são hoje
usados na massa e no momento do empacotamento dos pães, cuja função é aumentar
o tempo de prateleira e postergar o crescimento de fungos”, diz Carmen. Segundo ela,
hoje se usa o propionato de cálcio para inibir o crescimento de fungos. Para tanto,
princípios ativos dos óleos essenciais de canela e de cravo, que têm efeito
antimicrobiano contra microorganismos contaminantes, tais como o Penicillium
commune e o Eurotium amstelodami, foram testados com resultados promissores.
O material desenvolvido pelo FoRC, o chamado amido termoplástico, já foi patenteado
pela USP. Além de ter origem renovável, é biodegradável. Carmen explica que o amido
de mandioca é um material barato e bastante disponível no Brasil, o que facilitaria, em
tese, a incorporação da nova tecnologia pela indústria alimentícia quando ela estiver
disponível, depois de testada em escala piloto.
Amido termoplástico
“Testamos o termoplástico, já com os aditivos, para embalar pães sem nenhum
conservante, feitos por nós no Laboratório de Engenharia de Alimentos da Poli. Dois
pães foram produzidos sem aditivos e um deles foi embalado com o nosso filme e o
outro com um plástico convencional. Observamos por uma semana, e constatamos que
o aparecimento de manchas de fungo demorou mais tempo no pão embalado com o
nosso filme do que no pão embalado com o plástico convencional. Ou seja: no material
básico formulado por nós a partir do amido de mandioca, a adição dos princípios
ativos de óleos de cravo e canela está funcionando”, conclui ela.
De acordo com a pesquisadora, o desafio agora é fazer esse processo ser viável
industrialmente. “A indústria de embalagens é uma indústria de larga escala. Então,
agora, precisamos viabilizar a produção em processo contínuo”, afirma Carmen. Para
isso, o FoRC está buscando financiamento para a aquisição de um equipamento que
permita a produção em escala piloto — ou seja, que obedeça a parâmetros de
processo e produção iguais aos industriais. “Para que a tecnologia possa ser
transferida para a indústria, calculamos que ainda sejam necessários mais três anos de
pesquisa”, diz a engenheira de alimentos.
O FoRC tem ainda uma linha de pesquisa que trabalha com gelatina, em vez de amido,
como material base para produção de embalagens. O responsável é o professor Paulo
Jose do Amaral Sobral, diretor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos
da USP (FZEA).
Fonte: USP
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