“A expansão marítimo-comercial européia dos séculos XVXVI pode ser entendida como o encaminhamento, para a solução no campo econômico, da crise geral do século XIV. A necessidade vital de novas fontes produtoras de metais preciosos, a carência de trigo e o interesse pelas especiarias asiáticas, são alguns dos elementos levantados pela historiografia para explicar o processo expansio nista. Este, assim, assume o caráter de empresa marítima e, principalmente, mercantil, contribuindo decisivamente para tornar possível a chamada „acumulação primitiva de capital‟ na Europa Ocidental”. MARQUES, Adhemar. “História Moderna Através de Textos”. SP: Contexto, 2000, p.67 O texto acima nos passa, de modo sucinto, algumas das idéias que vão nortear o empreendimento europeu denominado de “Expansão Ultramarina”, durante certo tempo este fenômeno histórico foi estudado como fruto do espírito aventureiro dos primeiros navegadores que se prestaram a cruzar os mares em busca de superar o desconhecido, ora, sabemos que as motivações que conduziram as navegações na Idade Moderna eram outras, na abertura podemos observar que as pretensões estavam diretamente ligadas às atividades comerciais que vinham se desenvolvendo no Velho Mundo e sua frenética busca pela expansão. No tópico seguinte estudaremos quais foram essas necessidades que forçaram os primeiros navegantes a se lançarem ao mar. FATORES QUE PROVOCARAM A EXPANSÃO O projeto ultramarino seria extremamente complicado e dispendioso, portanto era preciso que determinadas condições fossem atendidas para que este se tomasse viável. - Centralização Política: Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar a navegação; - O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas idéias e uma evolução técnica; - Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais; - A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise do século XIV; - Investimentos no desenvolvimento ultramarino - Expandir a fé; O IMAGINÁRIO EUROPEU Imaginário europeu: Monstros Marinhos, geográficas do mundo. As lendas do paraíso Terreal, e do Eldorado concepções PIONEIRISMO PORTUGUÊS - Precoce centralização Política; - Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) * - Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa; - Capital (financiamento de Flandres); - Posição Geográfica Favorável; ESCOLA DE SAGRES – Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar. O "Príncipe perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias. AS EXPEDIÇÕES - As viagens: doenças de bordo, dificuldades, etc. - As Rotas (o comércio pelo mediterrâneo era monopolizado pelos Italianos então haveria os portugueses de encontrar novas rotas para chegarão oriente) - Bartolomeu Dias (expedição ao sul da África – Cabo das tormentas que passou se chamar cabo da boa esperança (1488)) - Vasco da Gama (1498) 1º expedição européia que alcançou a índia AS GRANDES DESCOBERTAS - Colombo “descobre” o continente Americano (1492) - O tratado de Tordesilhas (1494) - Cabral “descobre” o Brasil (1500) - Relatos de viajantes (carta de Caminha, relato do piloto anônimo, carta de mestre João) EXPANSÃO ULTRAMARINA ESPANHOLA Somente após um século de atraso em comparação a Portugal é que os espanhóis começaram a sua participação nas Grandes Navegações. 1492 – Colombo descobre a América De 1492 ate 1504 – descobrimento das Antilhas, Panamá e da América do Sul 1504 – Américo Vespúcio afirmou que as terras descobertas por Colombo eram um novo continente. 1513 – Nunes Balboa confirmou essa hipótese, atravessando por terra a América Central chegando ao Oceano Pacífico. Em homenagem a Vespúcio, deu o nome de América ao novo continente. Entre 1519 e 1522 – Fernão de Magalhães iniciou a primeira viagem de circunavegação. NAVEGAÇÕES TARDIAS (Inglaterra, França e Holanda). O atraso na centralização política justifica o atraso destas nações na expansão marítima: - A Inglaterra e França envolveram-se na Guerra dos Cem Anos(1337-1453) e, após este longo conflito, a inglaterra passa por uma guerra civil - a Guerra das Duas Rosas ( 1455-1485 ); - A França, no final do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas no reinado de Luís XI (1461-1483). Somente após estes conflitos internos é que ingleses, durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603 ); e franceses, durante o reinado de Francisco I iniciaram a expansão marítima. - A Holanda tem seu processo de centralização política atrasado por ser um feudo espanhol. Somente com o enfraquecimento da Espanha e com o processo de sua independência é que os holandeses iniciarão a expansão marítima. "Nada que resulta em progresso humano é alcançado com consentimento unânime. Aqueles que são iluminados antes dos outros são condenados a perseguir a luz apesar dos outros." Cristóvão Colombo SIMULADO PRINCÍPIOS: (Variavam de Estado para Estado) - Metalismo ou Bullionismo; - Balança Comercial Favorável (Vender mais e comprar menos > visando garantir o acúmulo de ouro e prata); - Protecionismo Alfandegário (grandes tarifas aos produtos estrangeiros); - Construção Naval (frota Mercante e Marinha de Guerra); - Manufaturas; - Monopólio (Rei vende monopólio para as Companhias de Comércio nas cidades); - Sistema Colonial (Pacto Colonial, Latifúndio, Escravismo); - Intervenção do Estado na Economia; POLÍTICA DOS ESTADOS -Espanha – Bullionismo (metais) -Holanda – Comercialismo -França – Colbertismo (Manufaturas de luxo) -Inglaterra – Comercialismo COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO As colônias de exploração atendiam as necessidades do sistema mercantilista garantindo, através de uma economia complementar e do pacto colonial, lucros para a metrópole. Nesse tipo de colonização, não havia o respeito devido pelo povo ou pela terra. Típica das zonas tropicais da América,onde predomina a agricultura tropical escravista e monocultora. Não houve desenvolvimento de núcleos urbanos nem do mercado interno,ficando esta área dependente da Metrópole. A principal característica desta área foi a Plantation - latifúndio, monocultor escravocrata COLÔNIA DE POVOAMENTO Característica das zonas temperadas da América do Norte e marcada por uma organização econômico-social que buscava manter semelhanças com suas origens européias: predomínio da pequena propriedade, desenvolvimento do mercado interno, certo desenvolvimento urbano, valorização dos princípios de liberdade (religiosa, econômica, de imprensa), utilização do trabalho livre, desenvolvimento industrial e desenvolvimento do comércio externo. A colonização inglesa na América do Norte apresentou as duasformas colonias. As treze colônias inglesas pode assim ser divididas: ascolônias do norte e do centro serão colônias de povoamento; as colôniasdo sul serão colônias de exploração. CONSEQUÊNCIAS - As Grandes navegações contribuíram para uma radical transformação da visão da história da humanidade. - Houve uma ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra e uma verdadeira Revolução Comercial, a partir da unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e americanos. - A decadência das cidades italianas; a mudança do eixo econômico ¬do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico; - A formação do Sistema Colonial; enorme afluxo de metais para a Europa proveniente da América; - Retorno do escravismo em moldes capitalistas; - Euro-centrismo, ou a hegemonia européia sobre o mundo; - Processo de acumulação primitiva de capitais resultado na organização da formação social do capitalismo. - Preparação das revoluções Comercial e Industrial ... e o mar trará para os homens novas esperanças, assim como o sono traz os sonhos. Cristovão Colombo 1) O processo de colonização européia da América, durante os séculos XVI,XVII e XVIII, está ligado à: a) expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias nacionais absolutas e à política mercantilista. b) Disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio com os povos orientais e à política livre--cambista. c) Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao crescimento do comércio bilateral. Criação das companhias de comércio, ao desenvolvimento do modo feudal de produção e à política liberal. d)Política industrial, ao surgimento de um mercado interno consumidor e ao excesso de mão-de-obra livre. 2) Cesup/Unaes/Seat-MS)- Na expansão da Europa, a partir do século XV, encontramos intimamente ligados à sua história: a) a participação da espanha nesse empreendimento, por interesse exclusivo de Fernando de Aragão e Isabel de Castela, seus soberanos na época; b) a descoberta da América, em 1492, anulou imediatamente o interesse comercial da Europa com o Oriente; c) o tratado de Tordesilhas, que dividia as terras descobertas entre Portugal e Espanha, sob fiscalização e concordância da França, Inglaterra e Holanda; d) O pioneirismo purtuguês. 3)(PUC-MG) O descobrimento da América, no início dos tempos modernos, e posteriormente a conquista e colonização, considerando-se a mentalidade do homem ibérico, permitem perceber que, EXCETO: a) O colonizador, ao se dar conta da perda do paraíso terrestre, do maravilhoso, lançou-se à reprodução da cenografia européia da América; b) O colonizador, negando o que pudesse parecer novo, preferiu ver apenas o seu reflexo no espelho da história; c) Colombo se recusava a ver a América, preferindo manter seus sonhos de que estaria próximo ao Oriente; d) O processo de descrição e observação do novo continente envolvia basicamente a manutenção do universo indígena; 4) Portugal e Espanha foram as primeiras nações a lançarem-se nas Grandes Navegações. Isto deveu-se, basicamente a/ao: a) enorme quantidade de capitais acumulados nestas duas nações desde o renascimento comercial na Baixa Idade Média; b) processo de centralização política favorecido pela Guerra de Reconquista; c) diferentemente de outras nobrezas, a nobreza portuguesa e espanhola estavam fortalecidas e conseguiram financiar o projeto de expansão marítima; d) o desenvolvimento industrial da península Ibérica forçou estas nações a buscarem mercados consumidores e fornecedores; 5) Entre as conseqüências da Expansão Marítima, NÃO encontramos: a) a formação do Sistema Colonial; b) o desenvolvimento do euro-centrismo; c) a expansão do regime assalariado da Europa para a América d) início do processo de acumulação de capitais, impulsionando o modo de produção capitalista; GABARITO - 1–A 2-D 3- D 4–C 5- C