50º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 50º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2004 Costão do Santinho • Florianópolis • Santa Catarina • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-04-6 1059 [email protected] Kehdy1, FSG; Castro2, MCL 1 Laboratório de Genética de Neoplasias e Mutagênese, Deparatamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais. 2 Laboratório de Genética de Neoplasias e Mutagênese, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais Avaliação dos efeitos citogenéticos de agentes químicos utilizados em laboratório A iniciação científica é uma atividade amplamente desenvolvida no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Os alunos envolvidos nesta atividade muitas vezes trabalham sem as devidas medidas de segurança, expondo-se a substâncias químicas como xilol, fenol, metanol, formol e brometo de etídio. O presente estudo investigou possíveis efeitos genotóxicos de substâncias utilizadas em laboratório, utilizando como metodologia o Teste do Micronúcleo em células esfoliadas da mucosa bucal, incluindo no protocolo a identificação e contagem separada de alterações nucleares degenerativas como cariorréxis, cromatina condensada e binucleação. A detecção de micronúcleos (Teste do micronúcleo) é um estudo de danos cromossômicos em preparação citológica que é amplamente utilizado como um teste de mutagenicidade por oferecer as vantagens de ser um estudo simples e rápido. Os micronúcleos revelam ação de agentes clastogênicos e aneugênicos sendo sua frequência utilizada como teste de curta duração para avaliação do potencial genotóxico de agentes químicos e físicos. Para este estudo foram colhidas células esfoliadas de epitélio estratificado não queratinizado da mucosa oral da bochecha interna. As células foram obtidas mediante raspagem gentil da mucosa bucal. Foram obtidas um total de 25 amostras, divididas em 12 amostras do grupo controle, sem história de exposição à substâncias utilizadas em laboratório, e 13 amostras do grupo experimental, expostos à substâncias utilizadas em laboratório. Foram analisadas, sempre que possível, 2000 células por amostra, obtendo-se um total de 44.448 células. As células foram fixadas em solução metanol ácido acético e as lâminas foram coradas de acordo com o método de FEULGEN e contra-coradas com fast-green. Para análise estatística da frequência de micronúcleos e fenômenos degenerativos foi utilizado o teste do Qui-quadrado com intervalo de confiança de 95%. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o grupo experimental e controle com relação a frequência de micronúcleos e fenômenos degenerativos sendo a frequência percentual de micronúcleos, cariorrexis, cromatina condensada e binucleação nos indivíduos expostos de 0,18, 0,31, 0,12 e 0,04, respectivamente, e a frequência percentual de micronúcleos, cariorréxis, cromatina condensada e binucleação no grupo controle de 0,16, 0,40, 0,16 e 0,014, respectivamente. Assim conclui-se que sob as condições de exposição nas quais os indivíduos avaliados se encontravam, a exposição a agentes químicos utilizados em laboratório não aumentou a frequência de micronúcleos e fenômenos degenerativos.