Taquiarritmias Fernanda Queiroz 2015.2 Definição • Alteração do ritmo cardíaco caracterizado por frequencia cardiaca alta (FC>100bpm) na presença de pulso. • Pode ser Causa (FC>150bpm) Consequencia (FC<150bpm) Mecanismo 1. Automatismo 2. Reentrada Como paciente se apresenta: • tontura, mal estar, angústia • dispneia, palpitação, sincope, dor torácica, hipotensão • SEMPRE: questionar sobre doenças prévias (cardiaca, pulmonar, outras), medicações, uso de substancias ilicitas, IMPORTANTE • Diferenciar paciente estável de instável!! 4D's - Instabilidade! Down pressure -> hipotensão Dizziness -> confusão mental (sincope ou pré-sincope) Dor torácica -> anginosa Dispneia • Pacientes instáveis -> monitorizar, oxigenar, pegar acesso venoso, solicitar exames, ECG • Pacientes estáveis -> ECG e exames de acordo com clinica e ECG. • Pacientes instáveis -> monitorizar, oxigenar, pegar acesso venoso, solicitar exames, ECG • Pacientes estáveis -> ECG e exames de acordo com clinica e ECG. PACIENTE INSTÁVEL -> TRATAMENTO IMEDIATO! Como identificar as arritmias? 1. QRS: estreito ou largo? Estreito -> taqui supraventricular Largo -> taqui ventricular ou supraventricular com condução aberrante 2. Ritmo regular ou irregular? 3. Há onda P visivel? • Taquiarritmias supraventricular: 1. Taquicardia sinusal 2. Taquicardia atrial 3. Taquicardia juncional 4. Taquicardia paroxística supraventricular 5.. Flutter atrial 6. Fibrilação atrial 7. Taquicardia atrioventricular ortodromica da SWPW. • Taquiarritmias ventriculares: 1. TV monomórfica 2. TV polimórfica 3. Torsade de Pointes 1. Taquicardia sinusal • Ritmo normal, onda p sinusal , porém FC aumentada. • Geralmente é secundária -> tratar causa de base 2. Taquicardia atrial • Geralmente é secundária a doenças extracardiacas • Ondas P precedendo QRS, porém com morfologia diferente (≠ taquicardia sinusal) • Se associada a BAV variável -> indica intoxicação por digitálico. • Decorre de aumento do automatismo -> CVE ineficaz -> Diltiazem ou verapamil. Betabloq pode ser opção. 3. Taquicardia juncional • Ocorre devido aumento do automatismo ou intoxicação digitálica • P retrógrada, dissociada do QRS ou encoberta pelos QRS. • Responde bem aos fármacos bloqueadores do NAV (betabloq ou BCC) 4. Taquicardia paroxistica supraventricular • Mecanismo principal: reentrada nodal • Depende de sincronismo perfeito para reentrada • Medicação de escolha: adenosina. Se ineficaz ou arritmia recorrente > diltiazem, verapamil, betabloq 5. Flutter Atrial • Circunferencia atrial como circuito de reentrada • Presença de ondas F (geralmente negativas em DII, DIII e AVF • Frequencia atrial elevada (250-300) e BAV 2:1 (frequencia ventricular =150. • Átrios podem não ter contração efetiva -> formação de trombos -> posterior embolização Até 48h -> pode CVE. Após 48h-> controlar FC e anticoagular. Após 3 sem de anticoagulação efetiva -> reverter Flutter e manter anticoagulação por 4 sem. Alternativa: ECOTE -> ausencia de trombo = CVE + anticoagulação por 4 semanas. 6. Fibrilação atrial • Taquiarritmia mais frequente na emergência • Multiplos focos de reentrada atrial com altissima frequencia (±500), BAV variavel, FC ±180bpm, intervalo RR variavel • Bastante frequente em cardiopatias crônicas. • Manejo semelhante ao Flutter. • Responde melhor ao tratamento farmacologico que o Flutter; • CVE-> necessita de cargas mais altas. 7. Taquicardia atrioventricular por feixe anomalo • Presença de feixe de Kent, que comunica atrios e ventriculos • Arritmia ocorre por nó AV e feixe anomalo. • ECG sem arritmia: PR curto e onda delta no começo do QRS • Batimento precoce atrial: Feixe de Kent está em periodo refratario -> sentido ortodrômico • Batimento precoce ventricular: Sentido antiortodrômico! • Tratamento: preferência por fármacos que bloqueiam mais o feixe anômalo do que o NAV -> amiodarona e procainamida • Não usar diltiazem, verapamil ou betabloq!! TV monomórfica • Ocorre por mecanismo de reentrada nos ventrículos • Maioria das taquicardias com QRS largo • Mais frequente em pacientes portadores de doenças cardiacas estruturais. • Se estável -> fármacos com atividade antiarritmica nos ventriculos = amiodarona e procainamida TV polimórfica • Apresenta morfologia de QRS e intervalos RR variáveis. • Trata-se com desfibrilação! • Tratamento farmacológico depende do QT: -Se normal: causa mais comum é isquemia. Amiodarona e betabloq são úteis. Magnésio não é indicado. -Se prolongado: secundário a medicamentos antiarritmicos ou disturbios hidroeletroliticos -> alternancia da polaridade e da amplitude dos QRS -> torsade de pointes. Tratamento: administrar sulfato de magnesio, marcapasso TV e tratar causa de base Cardioversão Elétrica • Procedimento similar à desfibrilação, porém envolve sincronização com QRS -> evitar fenômeno R sobre T e aumentar eficácia. • Despolariza todas as fibras musculares do corpo -> Causa MUITA dor! -> sempre sedoanalgesiar -Analgesia: Morfina ou fentanil -Sedação: Propofol, Etomidato ou Midazolam • CVE eletiva: FA, flutter, TV e TPSV se cardioversão quimica tiver falhado. • Cargas: -FA: 120-200J (bifásico) ou 200J (monofásico) - TPSV e Flutter: iniciar com 50J -TV polimórfica: desfibrilar - Demais: 100J • Sempre após CVE, verificar se evoluiu para FV! Se evolução-> desfibrilar imediatamente! • Contraindicações: -Intoxicação digitalica -Taquiarritmias repetitivas de curta duração -Taquicardia atrial multifocal -Hipertireoidismo Revisão! • TAQUICARDIA COM PULSO: • 1º passo: - Monitorizar: PA, saturação, ritmo - Manter patencia das VA -Oxigenar (se SpO2< 94%) • 2º passo: Classificar em instável ou estável - 4D's - Down pressure (hipotensão) - Dizziness ( confusão mental, sincope ou pré-sincope) -Dor torácica (anginosa) -Dispneia Se estável: • 3º passo: -Obter acesso venoso -ECG 12 derivações QRS estreito QRS largo Se QRS estreito • 4º passo: analisar se ritmo é regular ou não. -Se regular: tentar manobra vagal; adenosina 6mg em bolus. Se não reverter, 12mg. Se reverter: TSV por reentrada nodal. Considerar medicações com maior duração, como verapamil, diltiazem ou betabloq. Se não reverter: Flutter, taquicardia atrial ectopica e taquicardia juncional. Controlar FC com diltiazem, verapamil ou betabloq. Tratar causa de base. - Se irregular: FA. Controle da FC (diltiazem, verapamil ou betabloq). Se QRS largo • 4º passo: analisar se ritmo regular ou irregular. - Irregular: FA com condução aberrante (controle da FC), FA com WPW (amiodarona ou CVE) ou TV polimorfica/torsade de pointes. -Regular: TSV com condução aberrante (tentar adenosina), TV monomorfica (CVE ou antiarritmico) Se instável • 3º passo: Sedoanalgesia e CVE. (adenosina, se não for atrasar CVE) - Flutter ou TSVP: 50J -FA: 120-200J -TV polimorfica: desfibrilação -Demais: 100J Obrigada!