Influência da hiperglicemia nos níveis de dano no DNA e na

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55º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009
Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Influência da hiperglicemia nos níveis de dano no DNA
e na expressão de genes de defesa ao dano oxidativo
em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2
Xavier, DJ1; Oliveira, DVNP1; Foss-Freitas, MC2; Foss, MC2; Sakamoto-Hojo, ET1,3
Departamento de Genética - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; 2Departamento de Clínica Médica - Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto; 3Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, SP, Brasil.
[email protected]
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Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Estresse oxidativo; Dano no DNA; Hiperglicemia
O Diabetes é uma das maiores causas de mortalidade no mundo, chegando a afetar cerca de 150 milhões de pessoas
atualmente, sendo que esse número tende a aumentar, principalmente devido à obesidade, fator intimamente
relacionado ao Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Uma característica marcante dos pacientes diabéticos é um alto
nível de estresse oxidativo, resultante principalmente da hiperglicemia e da diminuição da defesa anti-oxidante. No
presente trabalho, foi proposta a detecção dos níveis de dano no DNA pelo ensaio do cometa, assim como comparar
os níveis de expressão de genes relacionados com a defesa, sinalização e reparo do DNA em resposta ao estresse
oxidativo (ATM, ATR, SOD1, OGG1, XRCC1, APEX1 e FEN1) em 13 pacientes DM2 hiperglicêmicos e em 16 pacientes
DM2 não hiperglicêmicos, comparados a um grupo controle composto por 16 indivíduos sadios. Na análise pelo
ensaio do Cometa, o grupo de pacientes hiperglicêmicos apresentou níveis significativamente (p<0,05) maiores
de danos no DNA em relação ao grupo de pacientes não hiperglicêmicos. No entanto, este último apresentou
níveis de dano semelhantes ao grupo controle, demonstrando que a hiperglicemia é o principal fator na indução
do estresse oxidativo em pacientes DM2. A análise por qRT-PCR revelou perfis de expressão gênica diferenciados
entre os grupos de pacientes estudados. Observou-se uma repressão de genes de reparo e de sinalização de dano
(ATM, ATR, OGG1, XRCC1, FEN1 e APEX1) no grupo hiperglicêmico, que apresentou altos níveis de danos no DNA.
Esse resultado pode apresentar um significado biológico relevante, sendo que na literatura, foram relatados dados
compatíveis com o estado de repressão transcricional de alguns desses genes, como ATM e ATR. Os resultados
obtidos demonstram a influência da hiperglicemia na indução in vivo de dano oxidativo no DNA. Além disso, os
dados acerca da expressão gênica sugerem que pacientes DM2 regulam diferencialmente genes envolvidos com os
processos de defesa, sinalização e reparo do DNA em resposta ao estresse oxidativo, o que pode estar relacionado
com os níveis de dano observados em cada grupo de pacientes analisados. Os mecanismos envolvidos na regulação
desses processos são complexos e ainda necessitam ser elucidados, mas os dados do presente trabalho mostram
informações relevantes que podem contribuir na compreensão desses mecanismos.
Suporte financeiro: FAPESP (Proc.nº. 06/01947-8), CNPq e CAPES
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