Atividade antimicrobiana das folhas de Rosmarinus officinalis L. (alecrim) 1 Talita Mara Paulino de Sousa1 Centro Universitário Anhanguera, UNIFIAN, São Paulo 1. Objetivos Como alternativa ao tratamento e prevenção de determinadas enfermidades comumente são utilizadas plantas com propriedades medicinais. Entretanto, pesquisas realizadas para avaliação do uso de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil ainda são incipientes [1]. O presente trabalho teve o intuito de investigar a atividade antimicrobiana de soluções aquosas do alecrim (Rosmarinus officinalis L.) frente às bactérias Staphylococcus aureus ATCC 6538 e Pseudomonas aeruginosa ATCC 9027 para contribuir com estudos aplicáveis às ciências veterinárias, agropecuária familiar e bem estar animal na composição de agentes antimicrobianos naturais. 2. Material e Métodos A partir de folhas grosseiramente fracionadas de Rosmarinus officinalis L. foi preparada solução padronizada utilizando-se o processo de cocção, conforme modificação da técnica referida na Farmacopéia Brasileira [2]. As soluções 10% de alecrim extratos foram testadas avaliando-se a atividade antimicrobiana, pela exposição direta de inóculos contendo as bactérias Staphylococcus aureus ATCC 6538 e Pseudomonas aeruginosa -3 ATCC 9027 padronizados na diluição 10 a partir de 0,5 na escala nefelométrica de McFarland, e posterior contagem de microrganismos em ágar de contagem em placa (PCA - Merck®). Utilizando-se como controle solução de iodo 2% e solução salina sem adição de antimicrobianos. 3. Resultados e discussão Os resultados demonstraram uma redução de 93,26% em 30 minutos de exposição para S. aureus e 99,89% para P. aeruginosa submetidas à solução aquosa 10% de Rosmarinus officinalis L. Estes dados concordam com citações da literatura para óleos essenciais [3], estas relatam alta sensibilidade de bactérias Gram-positivas aos óleos essenciais do alecrim. No artigo citado, nenhum ou pouco efeito foi verificado contra as bactérias Gram-negativas, mas os resultados apresentados no presente trabalho demonstram atividade significativa frente à bactéria P. aeruginosa. Tabela 1: Contagem das unidades formadoras de colônias por mililitro (UFC/ mL) para S. aureus e P. aeruginosa incubadas 24 horas à 37ºC, após exposição à solução aquosa 10% de alecrim (Rosmarinus officinalis L.) Bactérias Tempo de exposição 30 segundos 30 minutos (UFC/ mL) (UFC/ mL) S. aureus 348,5 ± 128,0 a 23,5 ± 4,9 P. aeruginosa 469,5 ± 43,1 0,5 ± 0,7 a média e o desvio padrão da contagem das unidade formadoras de colônias (UFC/ mL) 4. Conclusões A atividade antibacteriana das soluções de Rosmarinus officinalis L. apontam perspectivas no sentido de desenvolver um agente antimicrobiano natural eficaz, podendo futuramente ser componente de formulações para o controle de microrganismos presentes no ambiente e nas superfícies corpóreas. 5. Referências Bibliográficas [1] VARGAS et al. Plantas medicinais: Cura segura? Química Nova. São Paulo, vol.28, no.3, Maio/Junho, 2005. [2] SOUZA et al. Atividades antimicrobianas de Tagetes minuta L. - Compositae (Chinchilho) frente a bactérias Gram-positivas e Gramnegativas. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, São Paulo, v.37, n.6, 2000. [3] PORTE et al. Alecrim (Rosmarinus officinalis L.): Propriedades antimicrobiana e química do óleo essencial. Boletim Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos. Curitiba, v. 19, n. 2, p. 193-210 jul./dez., 2001.