CHIDON GADOL CHODESH 2011 EGOLOGIA E AMBIENTALISMO INTRODUÇÃO______________________________ Olá chanichim! Preparados para mais um Chodesh? Espero que sim... Enfim, o que vocês têm em mãos agora é o Chidon deste Chodesh que, como vocês bem sabem, é o material que pode virar a mesa nessa competição Chazitiana. Vim aqui escrever essa introdução, pois o Chidon desse querido ano de 2011 será um tanto quanto diferente dos que estamos acostumados... Para começar, o tema nunca fora abordado num chidon: Ecologia e Ambientalismo (falarei melhor disso daqui a pouco); depois, temos o fato de que neste ano as perguntas do Chidon serão feitas na Machané e, por tanto, só lá saberemos os verdadeiros campeões (aconselho que levem o chidon para a machané, para estudar!). Para finalizar, trago mais uma novidade: o Chidon terá uma modalidade a mais! Explicarei melhor depois, mas as kvutzot terão que se juntar para responder perguntas específicas sobre um FILME e entregar na Machané! Por fim gostaria de ressaltar: Nós Madrichim não escolhemos o tema ecologia por ser um tema que gostamos, escolhemos porque SABEMOS QUE É IMPORTANTE. Tanto vocês, chanichim, quanto nós, madrichim, SOMOS OS JOVENS de um mundo que evidentemente está ficando DOENTE. E são os jovens que mudam o Mundo, que ditam o FUTURO. Fiquem vocês sabendo, então, que embora obviamente o Chidon entre na BRINCADEIRA do CHODESH, ECOLOGIA é coisa SÉRIA e deve ser tratada como tal. Espero do fundo do meu coração que todos estudem o Chidon, pois vamos trabalhar juntos com um tema que não é nada mais nada menos que URGENTE! Enfim, gostaria desejar sorte para todos e mandar um beijo para todos vocês, que me fazem sentir orgulhoso dessa Tnuá! Sinceramente, Mathi, El Rosh Chinuch! A História do Ambientalismo e da Ecologia_____ DEFINIÇÕES Alguns conceitos básicos... - Ambientalismo Primeiramente, o ambientalismo é uma filosofia, uma maneira de pensar e encarar o mundo. Tal forma de pensar é a base para movimentos sociais que tem como principal objetivo a preservação e melhoria da saúde do ambiente em que o homem se encontra. Normalmente, o ambientalismo diz respeito ao ambiente não-humano, ou seja, tudo aquilo que não foi construído pelo homem, mas que este depende inteiramente para sua sobrevivência: o que chamamos de Natureza – as plantas, os animais, o solo, a atmosfera, etc. Porém, atualmente, entende-se que o ambientalismo não se resume inteiramente ao “natural”, mas a tudo que nos envolve e deve ser planejado para que possamos ter um futuro melhor e mais saudável. Na prática o ambientalismo se forma como movimentos sociais que através de ativismo, política e educação buscam a conservação dos recursos naturais e dos seres vivos. - Ecologia A palavra “ecologia” tem suas raízes no grego clássico. Vem da junção entre os termos oikos (casa, lar) e logos (estudo). A ecologia é, então, o estudo de nossa casa, no caso, o Planeta Terra. Com o passar do tempo, a ecologia se tornou o estudo da relação entre os seres vivos e seus ambientes no nosso planeta. O objeto de estudo desta ciência são os ecossistemas, que nada mais são do que as comunidades de seres vivos. Por tanto, é a ecologia que pretende estudar como os seres vivos interagem entre eles e a importância desta interação. Atualmente, a ecologia ganhou importância porque o problema ambiental afeta diretamente a o relacionamento entre os seres vivos que é algo essencial para a existência da vida na Terra. É importante que o homem conheça a ecologia para que entenda como interagir com a Natureza sem que a destrua, para que possa sobreviver sem dizimar a vida em nosso planeta. A HISTÓRIA DA ECOLOGIA E DO AMBIENTALISMO Diferentemente do que se acredita, o ambientalismo e a ecologia não são uma preocupação nova para o homem: ela é tão antiga quando o ser humano. Devido aos novos problemas que aparecem a nós, esses temas ganharam novamente importância, mas é desde a Antiguidade que o homem vem estudando e se preocupando com o meio ambiente. ECOLOGIA E AMBIENTALISMO NA ANTIGUIDADE Raízes Os manuscritos mais antigos já encontrados sãos os Vedas. Estes textos são a base da religião Hindu e neles já podemos encontrar pensamentos sobre a Natureza e o meio ambiente. Uma parte dos Vedas é os chamada Aranyakas, os livros da floresta. Escritos por homens que viveram na Natureza e pregavam o respeito à vida e à sua diversidade. Ao Oeste da Índia, também na Era Antiga (aproximadamente em 1500 a.E.c) surgia a filosofia do Taoísmo e do Confucionismo. Estes complexos sistemas de pensamento, entre outras coisas, diziam para as pessoas se guiarem pelos “padrões da Natureza”, ou seja, entender como a Natureza funciona e se adaptar a ela. Egípcios, Babilônios e Sumários foram povos que mantinham uma forte ligação entre o mundo natural e suas crenças religiosas, concedendo aos recursos naturais especial atenção e tratamento. O judaísmo, na antiguidade, também levantou o ideal de conservar a natureza em diversos ensinamentos. O ano sabático (o sétimo ano em que não de pode plantar), a espera de cinco anos necessária para colher frutos de uma planta e a comemoração de Tu’ Bishvat (o ano novo das árvores, chag judaico) são alguns exemplos de halachot (leis) que o judaísmo orienta a vida humana quanto a sua relação com a natureza. Anos 1000 a 1500 A Idade Média e a Renascença são as separações históricas e utilizamos para esse espaço de tempo. A atenção do homem com o ambiente que o rodeia também existiu em tais épocas. Durante o período da Peste Bubônica (a peste negra), quase 75% da população européia foi dizimada. Esta época trágica foi o pontapé inicial para as culturas ocidentais, principalmente, começarem a pensar de uma maneira em que a saúde do ambiente era essencial. Embora houvesse muita superstição pretendendo explicar os fenômenos naturais, os homens europeus começaram, aqui, a planejar mais suas ações para com o meio ambiente. Com o fim da Idade Média, a Renascença tomou forma. Neste período, muitos homens de prestígio pregavam que o equilíbrio com a natureza fazia parte de uma conduta mais ética. Leonardo DaVinci, por exemplo, era vegetariano e escrevera uma vez que “um dia os homens verão a morte de uma besta como o assassinato de um homem”. Há também Thomas Morus, célebre escritor que se ocupara em pensar no futuro, em sua mais importante obra, a “Utopia”, descrevera um futuro onde os homens, por manter uma consciência superior, eram proibidos de matar animais. O Iluminismo A era que didaticamente nos referimos a “Iluminismo”, compreende a história entre, aproximadamente, 1650 e 1800. O Iluminismo foi o berço de muitas das ideias que hoje sabemos serem importantes: a democracia, a república, os direitos humanos. A força que estes ideais guardam hoje é devido a este período. É, contudo, no Iluminismo que também surgem ideais que hoje são responsáveis por extrair recursos da Terra sem responsabilidade. A noção de que o homem pode enriquecer sem limites e que o Planeta Terra existe para sustentar essa riqueza com certeza começou a tomar forma no Iluminismo, com seus pensadores que elaboravam grandes sistemas em que o único centro era o homem, excluindo todo o resto da Natureza (como Jeremy Bentham, que embora contra os maus-tratos com animais, enxergava a natureza unicamente como uma ferramenta do homem). Mesmo assim, nesta época também houve aqueles que se preocuparam com construir uma relação mais inteligente do homem com seu meio ambiente. Um exemplo foi Benjamin Franklin, um dos fundadores dos Estados Unidos, que, entre 1762 e 1769, tentou implantar leis que regulassem o desperdício e a poluição das águas. Revolução Industrial Foi de 1810 a 1890, a Revolução Industrial, que a atividade humana começou a realmente fazer efeito no Planeta Terra. As indústrias do século XIX usavam carvão (e posteriormente o petróleo) como combustível e, assim, começou a poluição em massa da atmosfera que hoje é responsável pelo desregulamento do clima mundial. A mentalidade de que os recursos naturais eram praticamente intermináveis era imperante na época e as indústrias começaram a extraí-los e poluir sem preocupações. Considerada por muitos como o início da crise ambiental, a Revolução Industrial também foi importantíssima para que o ser humano pudesse conhecer melhor a Natureza e aprender a tratá-la com respeito. Por exemplo, foi nessa época que viveu Charles Darwin, um dos mais importantes cientistas biólogos. Ele descreveu como a ligação entre os seres vivos e seu ambiente (a chamada seleção natural) que fazia a vida assumir formas tão diversas e complexas. Enfim, embora a Revolução Industrial tenha sido o berço da atual despreocupação com a Natureza, ela também foi um período em que o conhecimento do homem aumentou muito, criando a Ciência. Tal conhecimento é essencial para que o ser humano supere a crise ambiental. Basta ser bem utilizado. Junto com a ciência, foi também no século XIX que o movimento ambientalista começou a ganhar força. Alguns escritores europeus e americanos começaram a versar sobre a natureza e a importância da mesma. O escritor americano Henry David Thoreau publicou uma obra chamada Walden, onde contava sua experiência de dois anos vivendo no campo sozinho tentando encontrar um equilíbrio entre o homem e a natureza. Thoreau é considerado por muitos como um dos homens mais influentes da história recente, tendo influenciado desde anarquistas russos até Mahatma Gandhi, líder da revolução indiana. Século XX Sem muitas exceções, o século XX começou como acabara o século XIX: a maioria dos homens agredindo o equilíbrio da natureza e poucos lutando para preservá-la. Em 1914, um caso famoso e simbólico ocorrera nos Estados Unidos: morreu o último espécime de pombo passageiro. O impressionante é que essa ave fora, até 50 anos antes, a ave mais abundante do planeta, vivendo em bandos de até 3.5 bilhões de pássaros. Estima-se que a partir de 1850, 50 mil pombos eram mortos todos os dias. Este caso em particular foi um pontapé inicial para uma preocupação maior e crescente do homem para com a Natureza. Em 1949, o livro sobre ecologia considerado mais influente até hoje fora escrito: O Almanaque do Condado de Areia (A Sand County Almanac) de Aldo Leopold. Este homem foi o primeiro a dizer que os seres humanos deveriam tratar os animais como tratam uns aos outros e realmente influenciar o pensamento de sua época. Como conseqüência, em 1951, os Estados Unidos e a Inglaterra estabeleceram as primeiras reservas naturais. A reserva natural é uma área protegida pelo governo onde a Natureza deverá permanecer intocada. O ano de1962 foi o ano em que a bióloga Rachel Carson iniciou uma revolução. Ela fora a primeira pessoa que, ao alertar sobre um perigo ambiental, mobilizou a sociedade para eliminar uma ameaça. Em seu livro A Primavera Silenciosa (The Silent Spring), Rachel Carson mostrou como o veneno que até então era usado nas plantações americanas (o famoso pesticida DDT) era perigoso para a cadeia alimentar (os insetos que estavam sendo mortos eram o alimento das aves locais que, por sua vez, espalhavam as sementes das árvores nativas) e perigoso também para os seres humanos que também acabavam ingerindo o veneno. A comunidade de cientistas se mobilizou e o DDT acabou sendo banido dos Estados Unidos e do mundo. O maior legado do A Primavera Silenciosa foi, porém, a popularização da preocupação de que o humano está causando mal ao meio ambiente. Na década de 1970, começaram os primeiros esforços internacionais para tratar o Ambientalismo e a Ecologia. As ONG’s Greenpeace e Friends of the Earth (“paz verde” e “amigos da terra”, respectivamente) foram criadas em 1971 com o objetivo de pressionar os governos a prestarem atenção na crise ambiental. Um ano depois, na cidade de Estocolmo, a ONU reuniu a primeira conferência internacional sobre o tema: A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano ou A Cúpula da Terra (The Earth Summit). Nesta reunião, 113 países discutiram os problemas da chuva ácida e da poluição dos mares. A Conferência pretende se repetir a cada 10 anos e, por tanto, em 2012 será a próxima (por sinal, será no Brasil) Foi nos anos 70 que surgiu a filosofia de que a vida tem valor por si só, ou seja, não é necessário que conservemos o planeta porque isso é bom para os homens, mas por que a vida simplesmente não pode ser destruída. Os anos 80 não representaram grandes avanços para o ambientalismo. A Guerra Fria (EUA contra URSS) estava em alta, o que fez que as nações não dessem a atenção merecida para a questão ecológica. O maior efetivo foi na Noruega, onde a primeira ministra Dra. Gro Harlem Brudtland investiu esforços em elaborar um relatório sobre a crise do meio ambiente. Foi aqui que o termo “desenvolvimento sustentável” ganhou respeito mundial. Para este relatório de Brudtland, chamado de “Nosso Futuro Comum”, o desnvolvimento sustentável foi definido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Em 1992, seguindo a agenda da ONU, realizou-se novamente a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano. A reunião ficou conhecida como Eco-92 (ou Rio-92) e foi realizada no Rio de Janeiro. Foi nessa conferência que o tema do Aquecimento Global foi apresentado pela primeira vez em âmbito internacional. Foi proposto, para tanto, um acordo internacional para reduzir os efeitos do aquecimento global, este talvez seja o acordo ambiental mais famoso: o Protocolo de Kyoto. Este acordo demanda que os países que o assinaram cortem 5% da emissão de gás carbônico entre 2008 e 2012. Infelizmente, nem todos os países se comprometeram com o acordo. Os Estados Unidos, o país mais poluidor do planeta, se recusou a assinar o protocolo e não se comprometeu a reduzir suas emissões de poluição. Com a chegada dos anos 2000 e 2010, a consciência ambiental vem sendo aderida por cada vez mais pessoas. Cada vez mais pessoas têm como valor e objetivo cuidar da saúde de nosso Planeta. Porém, não ainda existem aqueles que não levam em conta o bem estar de nosso ambiente. Por exemplo, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano de 2002, realizada em Johannesburg (África do Sul), muitos cientistas e ambientalista afirmaram que o interesse de algumas pessoas (produtores de petróleo) foi sobreposto a necessidade de soluções para a crise ambiental. Em 2012, ano que vem, teremos o privilégio de hospedar mais uma vez a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano em nosso país. A conferência será mais uma vez no Rio de Janeiro. Esperamos que esta reunião traga as mudanças que o mundo precisa! Problemas Ambientais que Enfrentamos_______ É importante falar aqui que, provavelmente, o ser humano não conhece tudo que existe na Natureza e, logo, talvez existam problemas ecológicos que nós não temos ideia que se formaram com o passar dos anos. Por isso, saiba que as problemáticas que falaremos aqui não são as únicas que existem, mas mostraremos algumas que são importantes. Também é importante saber que existem cientistas com opiniões diferentes e que existe mais de um jeito de entender as crises do ambiente, então o que está escrito aqui pode ser descoberto no futuro como não sendo verdade e, portanto, mantenham a cabeça aberta! Fique atento que é impossível que em algumas folhas possamos falar sobre todos os problemas que a Natureza vem enfrentando, então esteja ciente que fizemos uma seleção para o chidon, mas que para saber de verdade sobre o assunto, é importante ser curioso e ir atrás de informação! O Problema das Águas Para começar, falaremos da água. Tanto o Planeta Terra quanto os seres humanos (e a maioria dos outros animais) são compostos de pelo menos 70% de água. Na verdade, é sabido entre os biólogos (os que estudam a vida) que a água é basicamente o elemento principal da vida na Terra: os primeiros animais surgiram nos oceanos e todos os seres vivos dependem da água para sobreviver. Porém, animais como nós humanos, só podemos nos hidratar com água doce e, de todas as águas da Terra, somente 3% são potáveis para nós. Entretando 2% estão congelados, logos nos sobra 1%. Então, é visível o quão grave é afetar os sistemas de água de nosso mundo. Grave para o homem e para todo ser vivo na terra. Mesmo diante da importância da água e o quanto ela é sagrada para a vida, evidentemente o ser humano tem feito descaso da mesma. Hoje, o desperdício de água é maior do que em qualquer outra época da história, e este uso descontrolado da água é desigual entre os homens: segundo a UNESCO, aproximadamente 1.1 bilhão de pessoas no mundo não tem acesso à água limpa e segura; 2.6 bilhões de pessoas não estão sob condição de saneamento básico (não há esgotos nem limpeza da água, o que gera poluição e doenças); 3900 crianças morrem todos os dias de doenças relacionadas à crise da água (diarréia, por exemplo) – de fato, metade de todas as hospitalizações humanas é devido às doenças de águas inseguras e contaminadas. Fica claro, porém, que enquanto essa parcela da população vive a crise da água, outros povos desperdiçam sem responsabilidade. Veja os dados: enquanto uma casa americana ou japonesa gasta em média 350 litros d’água por dia, na África sub-saariana cada lar dispõem de 20 a 30 litros por dia. Essas pessoas que fazem parte da parcela da população que vive a crise da água vivem com MENOS de dois dólares por dia (30% dessas pessoas vive com menos de um dólar diário). Concluí-se: o desperdício de água é enorme, mas para as populações mais pobres FALTA água. Hoje, 80% dos países desenvolvidos largam esgotos não tratados diretamente em água potável. Esse fato se torna preocupante quando sabemos que 70% das águas potáveis no mundo são utilizadas na irrigação de grandes lavouras e não para beber. Esta agricultura que extrai com tanta força as reservas naturais de água, porém, não alimenta todos os seres humanos, mas somente a alguns países. Não é só a água doce que sofre a intervenção humana. Os oceanos vêm gradativamente se tornando grandes depósitos de lixo. Nossa sociedade produz anualmente em média de 100 milhões de toneladas de plástico. Estimase que 10% (10 milhões) são largados nos oceanos. Devido ao complicado sistema de correntes marítimas, nas últimas décadas, esse lixo marítimo vem se acumulando e formando ilhas gigantescas de plástico. No pacífico há a maior delas: com 1.500.000km² de área, o Oceano Pacífico guarda o equivalente a cinco estados do Rio Grande do Sul de lixo que bóia. Tanto lixo nos mares causa aproximadamente a morte de 100 mil mamíferos aquáticos e incontáveis mortes de pássaros, peixes e tartarugas marinhas por ano, sem contar a intoxicação química que os ecossistemas adquirem com o plástico. Infelizmente estas ilhas de plástico são praticamente impossíveis de limpar, pois o processo poderia matar toda a vida marinha local. A poluição das águas mundiais é composta por diversas fontes: todo lixo atirado nas RUAS pode facilmente acabar em alguma reserva de água com as chuvas, as indústrias que despejam seu lixo diretamente na água são o principal fator para a contaminação dos recursos hídricos. Os navios, porém, embora estejam na água, representam somente 20% da poluição marinha. Enfim, a crise da água é extremamente séria e preocupante. Enquanto uma parcela dos homens polui e desperdiça as reservas d’água de todo mundo, a outra parte (a mais pobre) morre de desidratação ou por ter ingerido água contaminada. Já que nós fazemos parte da parcela que desperdiça a água devemos nos conscientizar e reformular nosso dia-a-dia o mais rápido possível. O Extermínio da Biodiversidade Charles Darwin, em sua teoria da Evolução das Espécies, explica que as diferentes espécies de seres vivos na Terra (a biodiversidade) surgem por um processo longo de adaptação com o ambiente em que vivem. Um bom exemplo seriam mariposas com asas que se camuflam na casca de árvores: há muito tempo atrás, havia uma espécie de mariposa que podiam ter asas brancas ou camufladas. Com o passar do tempo, as mariposas brancas que não se escondiam tão bem acabaram sendo exterminadas pelos predadores. Hoje, então, a espécie se resume apenas nas mariposas camufladas. Como existem muitíssimos ambientes diferentes na Terra, surgiram incontáveis diferentes tipos de vida. A ciência, hoje, conhece aproximadamente 2.443.000 espécies de vida diferentes e estima-se que possam existir até 100 milhões de espécies diferentes. Esse número gigantesco comprova que mesmo tendo mais conhecimento que em qualquer momento da história, o homem ainda tem muito para descobrir. Portanto, quando a intervenção humana ameaça a existência de alguma espécie, pode estar destruindo muito mais vidas do que parece. Os seres vivos (incluindo nós) dependem da existência dos outros seres vivos e, por isso, a extinção de uma espécie é uma agressão a TODA a vida na Terra. Mesmo com tamanha importância, a biodiversidade também está seriamente comprometida pelo pensamento e pela ação humana que não se sente culpada em devastar a vida. É evidente, e sabido pelos maiores cientistas biólogos, que hoje estamos pondo em risco a grande maioria de todos os habitats da vida de nosso planeta. O último Congresso Mundial da Conservação da Natureza, realizado na cidade de Barcelona, definiu que, ao que tudo indica, o planeta vivenciará uma onda de extinções só equiparada à extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos atrás. São diversas as práticas do homem que contribuem para o extermínio da biodiversidade. Começando com a destruição do habitat dos seres vivos: para criar área para a urbanização, agricultura e para a cria de animais (como gado, ovelhas, etc) muitas vezes se devastam florestas impossibilitando a vida dos seres vivos que as integravam. Existe, também, a caça predatória com fins econômicos que vem extinguindo espécies aceleradamente – atrás de órgãos animais que valem muito dinheiro (como a pele do tigre) criaram-se muitos sistemas de caça legal e ilegal que vem diminuindo a população de determinadas espécies direta ou indiretamente. Colaborando também para a redução das populações de seres vivos está a alteração da cadeia alimentar: quando o homem propositalmente, (ou não) introduz espécies de outros lugares num habitat, provavelmente alguma espécie desparecerá (o animal introduzido, normalmente, por não ter predadores naturais, acaba com a comida disponível no habitat). A última grande causa da extinção de espécies é a poluição atmosférica: o gás carbônico desregula o clima na Terra o que prejudica muito os seres vivos – cada espécie se adaptou a um ambiente específico e uma mudança brusca pode levar muitas espécies a sumirem em não muito tempo. De todas as espécies de mamíferos conhecidos, por exemplo, entendese que, hoje, 40% estão em risco de desaparecer completamente. Certamente os mais afetados são os primatas e os mamíferos aquáticos (baleias, golfinhos, leões-marinhos, etc). Estima-se que 80% de todos os primatas africanos e asiáticos estão em perigo de extinção e, como dito antes, cerca de 100 mil mamíferos aquáticos morrem todo o ano. O Fundo Mundial da Vida Selvagem anunciou que, nos últimos 35 anos, o número de aves, peixes, répteis e anfíbios caiu em quase um terço. Em alguns tipos de animais a situação é mais grave: cerca de 70% de todos os pontos de grande população de peixes no mundo já desapareceu. Cerca de 90% de todas as espécies de grandes peixes (como o atum e o salmão) sumiram nos últimos 50 anos. A Sexta Extinção, como é chamada a extinção em massa que se anuncia sob a ação do homem, é ainda mais preocupante quando nos deparamos com crises em espécies que são a base dos ecossistemas. No Oceano, a base de toda a cadeia alimentar é formada por animais e algas microscópicos: o plâncton (phitoplâncton o zooplancton). Estes pequenos animais e algas vivem em gigantescos bandos e são o alimento básico da maioria dos animais que vivem nos mares. O problema é que a população mundial de plâncton vem decrescendo vertiginosamente. Devido ao aumento da temperatura das águas, calculou-se que a população de plânctons está 6% menor. Pode parecer pouco, mas sabendo que estas algas recolhem metade do gás carbônico em todo o mundo e que são absolutamente essenciais para a vida na Terra, entende-se que 6% são MUITA coisa. Há outra população elementar para a vida de nosso Planeta está em sério risco de extinção: as abelhas! Isso mesmo, as abelhas estão ameaçadas. Desde 2006 (portanto, recentemente) BILHÕES de colméias de abelhas já foram encontradas devastadas em todo o mundo. A espécie Mamangaba (uma abelha grande) já teve sua população diminuída em 96% em todas as Américas. Esse dado é seriíssimo já que as abelhas são as principais polinizadoras de incontáveis plantas. Logo, o desaparecimento destes insetos pode desestabilizar toda a vida terrestre deste planeta ao impedir que novas plantas nasçam. Existem locais na China em que agricultores tradicionais já estão tendo que polinizar árvores manualmente, pois não há mais abelhas na região. As causas desta mortandade de abelhas infelizmente permanecem um tanto quanto desconhecidas. Existem teorias diversas: os venenos usados nas plantas estão dizimando-as; as crescentes redes eletromagnéticas (celular, wifi, por exemplo) as desnorteiam e as impedem de voltar às colméias; alguma doença as está afetando e aniquilando-as. De qualquer forma, este fato é tão grave quando à extinção dos plânctons, pois pode acarretar a extinção de muitas outras espécies. Os pesquisadores da Universidade de Santa Bárbara, nos Estados Unidos, afirmaram em 2008 que em menos de 100 anos (ou seja, provavelmente todos estaremos vivos) METADE de todas as espécies de seres vivos estará extinta. O homem está no limite e precisa entender que a vida dos outros animais é essencial para a vida da humanidade inteira. A devastação da biodiversidade nos mostra que o caminho que homem vem escolhendo não é benéfico nem para a humanidade nem para nenhum ser vivo. O Aquecimento Global De todos os desequilíbrios que a Natureza vem sofrendo nos últimos tempos, o mais falado e, aparentemente, o mais perigoso é o aquecimento global. Começando do começo: Antes de tudo, é preciso entender que a vida como conhecemos só é possível em situações específicas – por exemplo, é necessário que exista água líquida e, portanto não passar do 0ºC nem dos 100ºC. É preciso entender que cada forma de vida depende de uma situação mais específica ainda (por exemplo, pandas necessitam que seu habitat tenha bambu para que possam se alimentar e sobreviver). Dessa ideia, fica fácil entender que a chave para a vida da Terra é o EQUILÍBRIO. Para que as espécies sigam se reproduzindo elas devem manter um equilíbrio com seu ambiente, a fim que o ecossistema continue sendo um lugar acolhedor para as espécies. Vamos trabalhar melhor o exemplo dos pandas para entender o equilíbrio: Os pandas são ursos que vivem solitários (com exceção da época da reprodução) e tem uma alimentação muito especial, somente se alimentando de folhagens (especificamente do bambu). Como todos os seres vivos, o panda leva uma vida que procura perpetuar a sua espécie através do tempo. Para isso, no entanto, é necessário que haja um equilíbrio entre a espécie dos pandas e seu ambiente: se estes animais se reproduzirem demais o bambu provavelmente acabaria e as gerações do futuro não teriam do que se alimentar. O contrário também seria prejudicial: quando o panda se alimenta da planta ele, acidentalmente, acaba replantando ela (através de sementes e brotos que caem) e, logo, se a população dos ursos declinasse, o bambu provavelmente não se reproduziria com a mesma força. Fica fácil entender, assim, por que a Natureza depende de equilíbrios que, em geral, são frágeis. É mais importante ainda, entretanto, entender que esse equilíbrio que existe nos ecossistemas também existe em âmbito GLOBAL. A vida do planeta inteiro depende de um equilíbrio que se forma na interação de todos os seres vivos. Vamos usar o exemplo da fotossíntese e da respiração: Para se alimentar, as árvores realizam a fotossíntese: elas, através das folhas, recolhem o CO2 (gás carbônico) que está no ar, mais a luz do Sol e mais os nutrientes do solo e da água. Unindo tudo isso, a árvore produz glicose (o alimento) e O2 (oxigênio) que é solto no ar. Os animais, em contra partida, capturam o O2 no ar para respirar e soltam o CO2. Fica fácil entender o equilíbrio: talvez se possa dizer que como o pulmão é um órgão interno, as árvores são órgãos externos nossos. Todos, nesse equilíbrio, dependem um do outro para sobreviver. O Efeito Estufa e o Aquecimento Global O efeito estufa é um fenômeno que a atmosfera da Terra produz quando deixa a luz do Sol entrar no planeta, mas não deixa parte do calor produzido sair para o espaço. Como dito antes, a vida depende de certa temperatura – nem muito quente nem muito frio – e, logo, entende-se que o efeito estufa é ESSENCIAL para a existência da vida, pois regula a temperatura de todo o planeta. O que dá à atmosfera da Terra essa capacidade de regular a temperatura do planeta é a presença de alguns gases que em grande capacidade são capazes de armazenar o calor – os gases estufa. O gás carbônico e o gás metano são bons exemplos destes gases. O problema é: para que a Natureza esteja em equilíbrio, é necessário manter o equilíbrio do efeito estufa. Não pode, então, faltar gases estufa e tão pouco existir em excesso. O aquecimento global que tanto ouvimos falar nada mais é que a alteração deste sistema equilibrado: a quantidade de gás carbônico da atmosfera se manteve na história, pois a fotossíntese das plantas e a respiração dos animais estavam balanceadas, mas, nos últimos dois séculos o homem vem liberando mais gases estufa do que a balança da Natureza agüenta sem inclinar para o desequilíbrio. O fato é: nosso planeta está preparado para absorver grandes quantidades de gases estufa através das árvores, porém o homem vem extrapolando essa capacidade regenerativa da Terra. Causas Quando o homem descobriu o petróleo e o carvão a história mudou. Sinceramente, olhe em volta: muito provavelmente tudo que está a sua volta depende ou já dependeu do petróleo: o plástico de nossos objetos, a gasolina de nossos carros, os produtos químicos que as indústrias utilizam para fabricar todos nossos utensílios... Tudo está interligado a esta cadeia de petróleo e energia. É isto, porém, que causa a maior parte do aquecimento global, pois a produção de energia e de produtos queima estes combustíveis e liberam na atmosfera a fumaça resultante. Ora, essa fumaça nada mais é que toneladas de gases estufa que irão aquecer ainda mais o planeta (repletos de CO2). O mundo em que vivemos criou uma economia que parece ser dependente da emissão de gases estufa. Existem diversos fatores que podem acelerar este processo catastrófico. Vamos dar o exemplo dos principais emissores de gases estufa: - Transportes (em estradas, no ar ou na água) = 13% das emissões - Eletricidade e Aquecimento (para indústria, casas e campos) = 24,6% das emissões; - O Processo Industrial = 13,8% das emissões - A modificação da terra (desflorestamento, por exemplo) e agropecuária (criação de animais e plantas para alimentação) = 31,7% das emissões -Outras emissões (extração de minérios, desperdício, etc.) = 16,9% Consequências & mais Causas É importante notar que, embora o nome seja Aquecimento Global, não é certo que todas as regiões do mundo aquecerão por igual. O clima do planeta é um sistema extremamente complexo e alterações dessa magnitude desregularam o clima, não só aquecerão o ar. A Europa, por exemplo, provavelmente se tornaria um grande floco de neve com o aquecimento global (pois as águas quentes que vêm do México não conseguiriam chegar à costa européia se o Pólo Norte derretesse). Por isso, vamos citar algumas conseqüências que foram previstas até hoje. Não citaremos todas pois é impossível: não haveria espaço neste chidon e, além disso, não se sabe com exatidão tudo que poderá acontecer. Uma das mudanças mais radicais que podem ocorrer é o derretimento das calotas polares. É importante entender que pelo fato de que a Terra não ser inteiramente redonda (é mais achatada nos Pólos), o clima seria modificado de forma mais brusca nestes lugares. Se a temperatura aumentar 1ºC no Equador, nos Pólos a temperatura pode aumentar 6ºC. Isto faria (já está fazendo na verdade) com que o gelo que há milhões de anos esteve fora dos oceanos, voltasse ao estado líquido, aumentando o volume d’água na Terra. O derretimento das geleiras pode acarretar uma verdadeira desordem natural. Para começar, todos os mares elevariam o nível, submergindo as áreas que chamamos de costeiras (onde, por sinal, estão as maiores cidades e populações do mundo). Esta “nova água” lançada no mar é mais fria e não é salgada. Este fato criaria novas correntes marítimas que destruiriam o sistema atual das correntes, essencial para muitos seres vivos (as correntes marítimas podem aquecer todo um continente, ou nortear a migração de espécies inteiras) Além disso, o gelo é branco, o que reflete a luz do Sol – na verdade, o fato de termos calotas de gelo esfria o planeta inteiro, pois funcionam como espelhos do calor. Porém, diferentemente do gelo, a água é um dos maiores armazenadores de calor da Natureza. A conta é simples: estamos aquecendo o planeta e derretendo o gelo, gelo derretido aquece ainda mais a Terra, acelerando o processo (ainda mais que, quando quente, a água se expande e, logo, se os oceanos ficarem quentes, o nível do mar subirá mais). Quanto a isso ainda há o Permafrost. Permafrost é um tipo de solo congelado muito presente na Ásia (principalmente na Sibéria) Este solo é um grande cofre de metano, um poderoso gás estufa. Se este solo derreter, a quantidade de metano na atmosfera será maior que nunca, acelerando mais ainda o aquecimento global. A velocidade do derretimento é incrível: em 1980, a área do Pólo Norte no verão fora de 10 milhões de metros quadrados; em 2007 a área não passou de 4 milhões. O órgão oficial na ONU que estuda as mudanças climáticas, o PIMC (Painel Internacional das Mudanças Climáticas, ou IPCC, em inglês) afirmou que dificilmente, em 2050, algum gelo permanecerá no verão do Pólo Norte. Lembrando que um metro de gelo reflete 80% da luz e um metro de água reflete somente 20%, aumentando significativamente a temperatura da Terra. Se o nível do mar subir, provavelmente a água salgada irá invadir muita das principais reservas de água potável do mundo, reduzindo ainda mais a parcela de 1% da água que podemos beber. Outra consequência previsível seria a mudança brusca e violenta do clima nas diferentes regiões do planeta. Os furacões, por exemplo, são sempre catalogados de acordo com sua força (os “F1” são os mais fracos e os “F5” são os mais fortes) e nos últimos 30 anos, os furacões F5 deixaram de ser 20% das tempestades e passaram a ser 35%. Isto se deve pelo fato de que os furacões mais potentes se formam quando as águas do oceano estão quentes, com o aquecimento global, portanto, o número de tempestades devastadoras também aumenta. Em alguns lugares do planeta, as chuvas se tornarão mais freqüentes, pois quanto maior a temperatura, mais água dos mares evapora, formando mais nuvens. Este aumento pode causar muito estrago provocando seguidas enchentes e erosão do solo. Em contra partida, outras regiões do planeta entrarão em estações cada vez mais secas, ficando cada vez mais vulneráveis a incêndios devastadores (estes incêndios só depositariam mais gases estufa na atmosfera). Há ainda outra possível consequência causada pelo aquecimento global sobre os oceanos: estes são responsáveis por absorver parte do gás carbônico da atmosfera, prendendo-o sob a água. Se a concentração deste gás subir muito no ar, a concentração no mar também irá aumentar o que tornará a água mais ácida (é como reage o gás carbônico na água) o que desequilibraria o balanço químico dos oceanos afetando diretamente todos os animais que neles residem e indiretamente toda a vida na Terra. Os corais são altamente dependentes de um balanço químico perfeito do oceano e se estes se tornarem mais ácidos, os corais correriam o perigo de morrer o que é um problema já que são o habitat da maior biodiversidade nos mares. Pensando no Futuro________________________ Agora, para finalizar, mostraremos diferentes pensamentos que pretendem contornar esta crise que começamos a viver. Existem infinitas opiniões de como a humanidade pode contornar esta crise. Cientistas, filósofos, empresários, educadores, políticos... Todos mantém sua visão particular sobre os problemas que causamos à Natureza e como devemos tentar curá-la. Óbvio que não podemos mostrar aqui todas as opiniões que existem, mas vamos, de novo, tentar botar opiniões que são importantes e que estão influenciando o mundo atualmente. Para simplificar, vamos trazer duas grandes correntes de pensamento ambientalista. Entendemos que as diferentes vertentes do ambientalismo estarão próximas de pelo menos uma destas ideias que apresentaremos. São elas a Ecologia Profunda e o Desenvolvimento Sustentável. O Desenvolvimento Sustentável Surgido nos anos 1980, com o relatório Brudtland, como já dissemos, o termos “desenvolvimento sustentável” tem como definição principal “o desenvolvimento capaz de garantir as necessidades das gerações futuras”. Primeiramente, vamos tentar entender esta expressão por partes. “Desenvolvimento” é uma palavra que faz muito sentido para nós que vivemos no século XXI. As sociedades, hoje, tendem fortemente a acreditar que o avanço das tecnologias, da Ciência e da Economia necessariamente levará o homem para um lugar melhor. Este “caminhar” para uma situação melhor é o que tradicionalmente chamamos de progresso ou desenvolvimento. “Sustentável” não diz respeito a “ser melhor e mais rico”, como “desenvolvimento”, mas sim a fazer as coisas de uma maneira que assegure o futuro; sustentável é tudo aquilo que poderá ser feito para sempre, pois garante possibilidades no futuro. Portanto, Desenvolvimento Sustentável seria o progresso (como acreditamos nele hoje) que permita que, no futuro, ainda exista progresso. Na prática, basicamente, o desenvolvimento sustentável tenta ADAPTAR os diferentes agentes de nossa sociedade atual para que consigam se manter no futuro. Por exemplo, no ideal do desenvolvimento sustentável, no futuro, as empresas continuariam a trabalhar e produzir como hoje, só que este processo e os produtos fabricados seriam “amigáveis” com a Natureza, não a agredindo, mas respeitando seus limites. Para se alcançar este estágio, a humanidade necessitaria rever seus conceitos e se planejar. A ideia principal seria substituir a quantidade pela qualidade, fazendo com que cada pessoa necessitasse comprar menos durante a vida e, portanto, gastar menos matéria prima. Ecologia Profunda Diferentemente dos defensores do Desenvolvimento Sustentável, as correntes que auto-determinam pertencentes da Ecologia Profunda não pregam a adaptação, mas a recriação das sociedades humanas. Estas ideias, basicamente, questionam o que é desenvolvimento. Afirmando que acumular dinheiro e materiais não necessariamente desenvolve/progride uma pessoa/uma sociedade/um país; os ecologistas desta corrente de pensamento afirmam que o único jeito de salvarmos nossas peles seria mudando radicalmente nosso cotidiano. Para a Ecologia Profunda, diante do tamanho e seriedade da crise ambiental, o homem deve acordar e perceber que o problema não está em nosso cotidiano, mas na nossa maneira de ver o mundo e em nossa ideia do que é se desenvolver e progredir. Para ela, é necessário que o homem volte a suas origens, quando era integrado à Natureza e desta usufruía sem destruí-la. Na prática, a Ecologia Profunda defende que homem e Natureza se tornem um só novamente e, para isso, a humanidade precisaria abrir mão de muitos confortos de hoje (como o carro) e precisaria reaprender a se virar sozinha na Natureza (aprender a plantar, construir, etc). A maioria das pessoas se inclina quase que naturalmente para as ideias de Desenvolvimento Sustentável por ser significantemente menos radical e ser mais realista. Porém não devemos descartar a importância dos questionamentos que a Ecologia Profunda luta para assinalar aos olhos da humanidade: o que é realmente o desenvolvimento? Não temos a responsabilidade de entregar um mundo às novas gerações melhor do que o que nos foi entregue? Não será o sistema todo que está causando a crise? É suficiente se adaptar? Não é preciso reinventar a sociedade? Existem ainda pensamentos que não podem propriamente ser encaixados em nenhum destas grandes correntes. Trazemos o exemplo de uma: a Permacultura. A Permacultura é uma nova forma e entender o mundo, onde cada ser vivo tem uma função específica no seu meio e não pode ser retirado dele. Permacultura vem da junção das palavras agricultura e permanente, pois diz que se o homem entender a Natureza e seus preceitos, ele poderá utilizá-la ao invés de extraí-la e, portanto, será para sempre. Este pensamento não é que nem o Desenvolvimento Sustentável, pois não prega uma simples adaptação de nosso sistema atual, mas tão pouco é Ecologia Profunda, pois não levanta a bandeira de abdicar da tecnologia nem da ciência. Agora, para acabar, citaremos algumas formas de mudar o cotidiano para contribuir com os esforços de superar a crise de uma maneira inteligente Não deixe torneiras abertas, não tome banhos muito demorados, evite o uso de banheiras, sempre de preferência ao balde e pano à mangueira quando for limpar algo grande. A água é mal distribuída e escassa no mundo, se desperdiçarmos água limpa e encanada estaremos comprometendo ainda mais o futuro e decretando uma crise da água maior ainda; Reduza o consumo de carne o quanto puder. A criação descontrolada de animais para o abate é responsável por mais de 30% das emissões de gases estufa (e se você contar todas as emissões devido ao transporte e armazenamento da carne, esse número cresce ainda mais, colocando a carne como principal agente do aquecimento global); Ande o menos possível de carro, dê preferência para transportes autosustentáveis, como a bicicleta, ou para transportes públicos. A queima de gasolina (que é feita de petróleo) é também um dos maiores agentes do aquecimento global. O carro é inimigo da Natureza pois transporta poucas pessoas e, para isso, gasta muita gasolina. Um ônibus cheio (40 pessoas) emite muito menos gases e ocupa muito menos espaço na cidade do que 40, 20 ou 10 carros; Troque as lâmpadas de sua casa por lâmpadas fluorescente ou de LED. Estas lâmpadas consomem muito menos energia e, portanto, reduziriam as emissões de sua casa; Limpe os filtros de seu ar-condicionado e não o ligue quando desnecessário. Ele é um dos principais consumidores de energia em nossas casas; Use papel reciclado, tem menos impacto sobre a Natureza; Recicle; Dê preferência a produtos que foram feitos por aqui: quanto mais transportes, maior o impacto; Desligue seus aparelhos eletrônicos da tomada, eles continuam consumindo mesmo desligados; Plante! Árvores e comida! Isso evita MUITAS emissões de gases estufa; Leia a luz do Sol, use o varal ao invés da secadora: existem coisas que a Natureza nos fornece, mas esquecemos constantemente disso; Evite qualquer coisa de plástico (como garrafinhas de água mineral) que seja descartável. O plástico é a maior fonte de lixo da humanidade e normalmente leva mais de meio século para se decompor no meio ambiente. Compre comida orgânica o máximo possível. A comida orgânica costumas capturar muito mais gases estufa da atmosfera do que a plantação em fazendas grandes; Evite comprar produtos que tem muitas embalagens. A maioria das vezes é mais plástico sem utilidade; Não seja consumista! Quando compramos algo que realmente não precisamos, estamos juntando material que um dia teremos que nos desfazer. Um consumista normalmente não pesquisa as fontes de onde compra, o que o faz ser um contribuidor, muitas vezes, de empresas e indústrias que agridem violentamente a Natureza. Questão para Gadol_________________________ Como falei no início, este chidon terá uma questão especial para a categoria gadol. As respostas devem ser entregues escritas no dia do chidon, na machané. As respostas vão valer 30% da pontuação de todo o Chidon. Cada kvutzá deverá se REUNIR e juntos responderem a questão. Para tanto, deverão assistir o filme AVATAR (2009). Depois deverão discutir para responder: 1) Qual a relação que existe entre o pensamento apresentado nestes dois textos e o filme? 2) Qual o papel dos cientistas, dos militares e dos na’avi nesta relação entre o filme e os artigos? Textos: 1) "Em outras palavras, a hipótese de Gaia afirma que a superfície da Terra, que sempre temos considerado o meio ambiente da vida, é na verdade parte da vida. A manta de ar - a troposfera - deveria ser considerada um sistema circulatório, produzido e sustentando pela vida... Quando os cientistas nos dizem que a vida se adapta a um meio ambiente essencialmente passivo de química, física e rochas, eles perpetuam uma visão mecanicista seriamente distorcida, própria de uma visão de mundo falha. A vida, efetivamente, fabrica, modela e muda o meio ambiente ao qual se adapta. Em seguida este 'meio ambiente' realimenta a vida que está mudando e atuando e crescendo sobre ele.” Lynn Margulis 2) “Talvez o mais triste seja que Gaia perderá tanto quanto ou mais do que nós. Não só a vida selvagem e ecossistemas inteiros serão extintos, mas na civilização humana o planeta tem um recurso precioso. Não somos meramente uma doença; somos, por meio da nossa inteligência e comunicação, o sistema nervoso do planeta... Nós deveríamos ser o coração e a mente da Terra, não sua moléstia. Então, sejamos corajosos e paremos de pensar somente nos direitos e necessidades da humanidade, e enxerguemos que nós ferimos a Terra e precisamos fazer as pazes com Gaia. Precisamos fazer isso enquanto somos fortes o bastante para negociar, e não uma turba esfacelada liderada por senhores da guerra brutais. Acima de tudo, precisamos lembrar que somos parte dela, e que ela é de fato nosso lar.” James Lovelock