EGOLOGIA E AMBIENTALISMO

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CHIDON GADOL
CHODESH 2011
EGOLOGIA E AMBIENTALISMO
INTRODUÇÃO______________________________
Olá chanichim! Preparados para mais um Chodesh? Espero que sim...
Enfim, o que vocês têm em mãos agora é o Chidon deste Chodesh que,
como vocês bem sabem, é o material que pode virar a mesa nessa competição
Chazitiana.
Vim aqui escrever essa introdução, pois o Chidon desse querido ano de
2011 será um tanto quanto diferente dos que estamos acostumados... Para
começar, o tema nunca fora abordado num chidon: Ecologia e Ambientalismo
(falarei melhor disso daqui a pouco); depois, temos o fato de que neste ano as
perguntas do Chidon serão feitas na Machané e, por tanto, só lá saberemos os
verdadeiros campeões (aconselho que levem o chidon para a machané, para
estudar!). Para finalizar, trago mais uma novidade: o Chidon terá uma
modalidade a mais! Explicarei melhor depois, mas as kvutzot terão que se
juntar para responder perguntas específicas sobre um FILME e entregar na
Machané!
Por fim gostaria de ressaltar:
Nós Madrichim não escolhemos o tema ecologia por ser um tema que
gostamos, escolhemos porque SABEMOS QUE É IMPORTANTE. Tanto vocês,
chanichim, quanto nós, madrichim, SOMOS OS JOVENS de um mundo que
evidentemente está ficando DOENTE. E são os jovens que mudam o Mundo,
que ditam o FUTURO. Fiquem vocês sabendo, então, que embora obviamente
o Chidon entre na BRINCADEIRA do CHODESH, ECOLOGIA é coisa SÉRIA e
deve ser tratada como tal. Espero do fundo do meu coração que todos estudem
o Chidon, pois vamos trabalhar juntos com um tema que não é nada mais nada
menos que URGENTE!
Enfim, gostaria desejar sorte para todos e mandar um beijo para todos
vocês, que me fazem sentir orgulhoso dessa Tnuá!
Sinceramente,
Mathi,
El
Rosh
Chinuch!
A História do Ambientalismo e da Ecologia_____
DEFINIÇÕES
Alguns conceitos básicos...
- Ambientalismo
Primeiramente, o ambientalismo é uma filosofia, uma maneira de pensar
e encarar o mundo. Tal forma de pensar é a base para movimentos sociais que
tem como principal objetivo a preservação e melhoria da saúde do ambiente
em que o homem se encontra. Normalmente, o ambientalismo diz respeito ao
ambiente não-humano, ou seja, tudo aquilo que não foi construído pelo
homem, mas que este depende inteiramente para sua sobrevivência: o que
chamamos de Natureza – as plantas, os animais, o solo, a atmosfera, etc.
Porém, atualmente, entende-se que o ambientalismo não se resume
inteiramente ao “natural”, mas a tudo que nos envolve e deve ser planejado
para que possamos ter um futuro melhor e mais saudável.
Na prática o ambientalismo se forma como movimentos sociais que
através de ativismo, política e educação buscam a conservação dos recursos
naturais e dos seres vivos.
- Ecologia
A palavra “ecologia” tem suas raízes no grego clássico. Vem da junção
entre os termos oikos (casa, lar) e logos (estudo). A ecologia é, então, o estudo
de nossa casa, no caso, o Planeta Terra. Com o passar do tempo, a ecologia
se tornou o estudo da relação entre os seres vivos e seus ambientes no nosso
planeta. O objeto de estudo desta ciência são os ecossistemas, que nada mais
são do que as comunidades de seres vivos. Por tanto, é a ecologia que
pretende estudar como os seres vivos interagem entre eles e a importância
desta interação.
Atualmente, a ecologia ganhou importância porque o problema
ambiental afeta diretamente a o relacionamento entre os seres vivos que é algo
essencial para a existência da vida na Terra. É importante que o homem
conheça a ecologia para que entenda como interagir com a Natureza sem que
a destrua, para que possa sobreviver sem dizimar a vida em nosso planeta.
A HISTÓRIA DA ECOLOGIA E DO AMBIENTALISMO
Diferentemente do que se acredita, o ambientalismo e a ecologia não
são uma preocupação nova para o homem: ela é tão antiga quando o ser
humano. Devido aos novos problemas que aparecem a nós, esses temas
ganharam novamente importância, mas é desde a Antiguidade que o homem
vem estudando e se preocupando com o meio ambiente.
ECOLOGIA E AMBIENTALISMO NA ANTIGUIDADE
Raízes
Os manuscritos mais antigos já encontrados sãos os Vedas. Estes
textos são a base da religião Hindu e neles já podemos encontrar pensamentos
sobre a Natureza e o meio ambiente. Uma parte dos Vedas é os chamada
Aranyakas, os livros da floresta. Escritos por homens que viveram na Natureza
e pregavam o respeito à vida e à sua diversidade.
Ao Oeste da Índia, também na Era Antiga (aproximadamente em 1500
a.E.c) surgia a filosofia do Taoísmo e do Confucionismo. Estes complexos
sistemas de pensamento, entre outras coisas, diziam para as pessoas se
guiarem pelos “padrões da Natureza”, ou seja, entender como a Natureza
funciona e se adaptar a ela. Egípcios, Babilônios e Sumários foram povos que
mantinham uma forte ligação entre o mundo natural e suas crenças religiosas,
concedendo aos recursos naturais especial atenção e tratamento.
O judaísmo, na antiguidade, também levantou o ideal de conservar a
natureza em diversos ensinamentos. O ano sabático (o sétimo ano em que não
de pode plantar), a espera de cinco anos necessária para colher frutos de uma
planta e a comemoração de Tu’ Bishvat (o ano novo das árvores, chag judaico)
são alguns exemplos de halachot (leis) que o judaísmo orienta a vida humana
quanto a sua relação com a natureza.
Anos 1000 a 1500
A Idade Média e a Renascença são as separações históricas e
utilizamos para esse espaço de tempo. A atenção do homem com o ambiente
que o rodeia também existiu em tais épocas.
Durante o período da Peste Bubônica (a peste negra), quase 75% da
população européia foi dizimada. Esta época trágica foi o pontapé inicial para
as culturas ocidentais, principalmente, começarem a pensar de uma maneira
em que a saúde do ambiente era essencial. Embora houvesse muita
superstição pretendendo explicar os fenômenos naturais, os homens europeus
começaram, aqui, a planejar mais suas ações para com o meio ambiente.
Com o fim da Idade Média, a Renascença tomou forma. Neste período,
muitos homens de prestígio pregavam que o equilíbrio com a natureza fazia
parte de uma conduta mais ética. Leonardo DaVinci, por exemplo, era
vegetariano e escrevera uma vez que “um dia os homens verão a morte de
uma besta como o assassinato de um homem”. Há também Thomas Morus,
célebre escritor que se ocupara em pensar no futuro, em sua mais importante
obra, a “Utopia”, descrevera um futuro onde os homens, por manter uma
consciência superior, eram proibidos de matar animais.
O Iluminismo
A era que didaticamente nos referimos a “Iluminismo”, compreende a
história entre, aproximadamente, 1650 e 1800.
O Iluminismo foi o berço de muitas das ideias que hoje sabemos serem
importantes: a democracia, a república, os direitos humanos. A força que estes
ideais guardam hoje é devido a este período. É, contudo, no Iluminismo que
também surgem ideais que hoje são responsáveis por extrair recursos da Terra
sem responsabilidade. A noção de que o homem pode enriquecer sem limites e
que o Planeta Terra existe para sustentar essa riqueza com certeza começou a
tomar forma no Iluminismo, com seus pensadores que elaboravam grandes
sistemas em que o único centro era o homem, excluindo todo o resto da
Natureza (como Jeremy Bentham, que embora contra os maus-tratos com
animais, enxergava a natureza unicamente como uma ferramenta do homem).
Mesmo assim, nesta época também houve aqueles que se preocuparam
com construir uma relação mais inteligente do homem com seu meio ambiente.
Um exemplo foi Benjamin Franklin, um dos fundadores dos Estados Unidos,
que, entre 1762 e 1769, tentou implantar leis que regulassem o desperdício e a
poluição das águas.
Revolução Industrial
Foi de 1810 a 1890, a Revolução Industrial, que a atividade humana
começou a realmente fazer efeito no Planeta Terra. As indústrias do século XIX
usavam carvão (e posteriormente o petróleo) como combustível e, assim,
começou a poluição em massa da atmosfera que hoje é responsável pelo
desregulamento do clima mundial. A mentalidade de que os recursos naturais
eram praticamente intermináveis era imperante na época e as indústrias
começaram a extraí-los e poluir sem preocupações.
Considerada por muitos como o início da crise ambiental, a Revolução
Industrial também foi importantíssima para que o ser humano pudesse
conhecer melhor a Natureza e aprender a tratá-la com respeito. Por exemplo,
foi nessa época que viveu Charles Darwin, um dos mais importantes cientistas
biólogos. Ele descreveu como a ligação entre os seres vivos e seu ambiente (a
chamada seleção natural) que fazia a vida assumir formas tão diversas e
complexas.
Enfim, embora a Revolução Industrial tenha sido o berço da atual
despreocupação com a Natureza, ela também foi um período em que o
conhecimento do homem aumentou muito, criando a Ciência. Tal conhecimento
é essencial para que o ser humano supere a crise ambiental. Basta ser bem
utilizado.
Junto com a ciência, foi também no século XIX que o movimento
ambientalista começou a ganhar força. Alguns escritores europeus e
americanos começaram a versar sobre a natureza e a importância da mesma.
O escritor americano Henry David Thoreau publicou uma obra chamada
Walden, onde contava sua experiência de dois anos vivendo no campo sozinho
tentando encontrar um equilíbrio entre o homem e a natureza. Thoreau é
considerado por muitos como um dos homens mais influentes da história
recente, tendo influenciado desde anarquistas russos até Mahatma Gandhi,
líder da revolução indiana.
Século XX
Sem muitas exceções, o século XX começou como acabara o século
XIX: a maioria dos homens agredindo o equilíbrio da natureza e poucos lutando
para preservá-la.
Em 1914, um caso famoso e simbólico ocorrera nos Estados Unidos:
morreu o último espécime de pombo passageiro. O impressionante é que essa
ave fora, até 50 anos antes, a ave mais abundante do planeta, vivendo em
bandos de até 3.5 bilhões de pássaros. Estima-se que a partir de 1850, 50 mil
pombos eram mortos todos os dias. Este caso em particular foi um pontapé
inicial para uma preocupação maior e crescente do homem para com a
Natureza.
Em 1949, o livro sobre ecologia considerado mais influente até hoje fora
escrito: O Almanaque do Condado de Areia (A Sand County Almanac) de Aldo
Leopold. Este homem foi o primeiro a dizer que os seres humanos deveriam
tratar os animais como tratam uns aos outros e realmente influenciar o
pensamento de sua época. Como conseqüência, em 1951, os Estados Unidos
e a Inglaterra estabeleceram as primeiras reservas naturais. A reserva natural é
uma área protegida pelo governo onde a Natureza deverá permanecer
intocada.
O ano de1962 foi o ano em que a bióloga Rachel Carson iniciou uma
revolução. Ela fora a primeira pessoa que, ao alertar sobre um perigo
ambiental, mobilizou a sociedade para eliminar uma ameaça. Em seu livro A
Primavera Silenciosa (The Silent Spring), Rachel Carson mostrou como o
veneno que até então era usado nas plantações americanas (o famoso
pesticida DDT) era perigoso para a cadeia alimentar (os insetos que estavam
sendo mortos eram o alimento das aves locais que, por sua vez, espalhavam
as sementes das árvores nativas) e perigoso também para os seres humanos
que também acabavam ingerindo o veneno. A comunidade de cientistas se
mobilizou e o DDT acabou sendo banido dos Estados Unidos e do mundo. O
maior legado do A Primavera Silenciosa foi, porém, a popularização da
preocupação de que o humano está causando mal ao meio ambiente.
Na década de 1970, começaram os primeiros esforços internacionais
para tratar o Ambientalismo e a Ecologia. As ONG’s Greenpeace e Friends of
the Earth (“paz verde” e “amigos da terra”, respectivamente) foram criadas em
1971 com o objetivo de pressionar os governos a prestarem atenção na crise
ambiental. Um ano depois, na cidade de Estocolmo, a ONU reuniu a primeira
conferência internacional sobre o tema: A Conferência das Nações Unidas
sobre o Ambiente Humano ou A Cúpula da Terra (The Earth Summit). Nesta
reunião, 113 países discutiram os problemas da chuva ácida e da poluição dos
mares. A Conferência pretende se repetir a cada 10 anos e, por tanto, em 2012
será a próxima (por sinal, será no Brasil)
Foi nos anos 70 que surgiu a filosofia de que a vida tem valor por si só,
ou seja, não é necessário que conservemos o planeta porque isso é bom para
os homens, mas por que a vida simplesmente não pode ser destruída.
Os anos 80 não representaram grandes avanços para o ambientalismo.
A Guerra Fria (EUA contra URSS) estava em alta, o que fez que as nações não
dessem a atenção merecida para a questão ecológica. O maior efetivo foi na
Noruega, onde a primeira ministra Dra. Gro Harlem Brudtland investiu esforços
em elaborar um relatório sobre a crise do meio ambiente. Foi aqui que o termo
“desenvolvimento sustentável” ganhou respeito mundial. Para este relatório de
Brudtland, chamado de “Nosso Futuro Comum”, o desnvolvimento sustentável
foi definido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes,
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias
necessidades”.
Em 1992, seguindo a agenda da ONU, realizou-se novamente a
Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano. A reunião ficou
conhecida como Eco-92 (ou Rio-92) e foi realizada no Rio de Janeiro. Foi
nessa conferência que o tema do Aquecimento Global foi apresentado pela
primeira vez em âmbito internacional. Foi proposto, para tanto, um acordo
internacional para reduzir os efeitos do aquecimento global, este talvez seja o
acordo ambiental mais famoso: o Protocolo de Kyoto. Este acordo demanda
que os países que o assinaram cortem 5% da emissão de gás carbônico entre
2008 e 2012. Infelizmente, nem todos os países se comprometeram com o
acordo. Os Estados Unidos, o país mais poluidor do planeta, se recusou a
assinar o protocolo e não se comprometeu a reduzir suas emissões de
poluição.
Com a chegada dos anos 2000 e 2010, a consciência ambiental vem
sendo aderida por cada vez mais pessoas. Cada vez mais pessoas têm como
valor e objetivo cuidar da saúde de nosso Planeta. Porém, não ainda existem
aqueles que não levam em conta o bem estar de nosso ambiente. Por
exemplo, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano de
2002, realizada em Johannesburg (África do Sul), muitos cientistas e
ambientalista afirmaram que o interesse de algumas pessoas (produtores de
petróleo) foi sobreposto a necessidade de soluções para a crise ambiental.
Em 2012, ano que vem, teremos o privilégio de hospedar mais uma vez
a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano em nosso país. A
conferência será mais uma vez no Rio de Janeiro. Esperamos que esta reunião
traga as mudanças que o mundo precisa!
Problemas Ambientais que Enfrentamos_______
É importante falar aqui que, provavelmente, o ser humano não conhece
tudo que existe na Natureza e, logo, talvez existam problemas ecológicos que
nós não temos ideia que se formaram com o passar dos anos. Por isso, saiba
que as problemáticas que falaremos aqui não são as únicas que existem, mas
mostraremos algumas que são importantes. Também é importante saber que
existem cientistas com opiniões diferentes e que existe mais de um jeito de
entender as crises do ambiente, então o que está escrito aqui pode ser
descoberto no futuro como não sendo verdade e, portanto, mantenham a
cabeça aberta! Fique atento que é impossível que em algumas folhas
possamos falar sobre todos os problemas que a Natureza vem enfrentando,
então esteja ciente que fizemos uma seleção para o chidon, mas que para
saber de verdade sobre o assunto, é importante ser curioso e ir atrás de
informação!
O Problema das Águas
Para começar, falaremos da água.
Tanto o Planeta Terra quanto os seres humanos (e a maioria dos outros
animais) são compostos de pelo menos 70% de água. Na verdade, é sabido
entre os biólogos (os que estudam a vida) que a água é basicamente o
elemento principal da vida na Terra: os primeiros animais surgiram nos
oceanos e todos os seres vivos dependem da água para sobreviver. Porém,
animais como nós humanos, só podemos nos hidratar com água doce e, de
todas as águas da Terra, somente 3% são potáveis para nós. Entretando 2%
estão congelados, logos nos sobra 1%.
Então, é visível o quão grave é afetar os sistemas de água de nosso
mundo. Grave para o homem e para todo ser vivo na terra.
Mesmo diante da importância da água e o quanto ela é sagrada para a
vida, evidentemente o ser humano tem feito descaso da mesma. Hoje, o
desperdício de água é maior do que em qualquer outra época da história, e
este uso descontrolado da água é desigual entre os homens: segundo a
UNESCO, aproximadamente 1.1 bilhão de pessoas no mundo não tem acesso
à água limpa e segura; 2.6 bilhões de pessoas não estão sob condição de
saneamento básico (não há esgotos nem limpeza da água, o que gera poluição
e doenças); 3900 crianças morrem todos os dias de doenças relacionadas à
crise da água (diarréia, por exemplo) – de fato, metade de todas as
hospitalizações humanas é devido às doenças de águas inseguras e
contaminadas. Fica claro, porém, que enquanto essa parcela da população
vive a crise da água, outros povos desperdiçam sem responsabilidade. Veja os
dados: enquanto uma casa americana ou japonesa gasta em média 350 litros
d’água por dia, na África sub-saariana cada lar dispõem de 20 a 30 litros por
dia. Essas pessoas que fazem parte da parcela da população que vive a crise
da água vivem com MENOS de dois dólares por dia (30% dessas pessoas vive
com menos de um dólar diário). Concluí-se: o desperdício de água é enorme,
mas para as populações mais pobres FALTA água.
Hoje, 80% dos países desenvolvidos largam esgotos não tratados
diretamente em água potável. Esse fato se torna preocupante quando sabemos
que 70% das águas potáveis no mundo são utilizadas na irrigação de grandes
lavouras e não para beber. Esta agricultura que extrai com tanta força as
reservas naturais de água, porém, não alimenta todos os seres humanos, mas
somente a alguns países.
Não é só a água doce que sofre a intervenção humana. Os oceanos vêm
gradativamente se tornando grandes depósitos de lixo. Nossa sociedade
produz anualmente em média de 100 milhões de toneladas de plástico. Estimase que 10% (10 milhões) são largados nos oceanos. Devido ao complicado
sistema de correntes marítimas, nas últimas décadas, esse lixo marítimo vem
se acumulando e formando ilhas gigantescas de plástico. No pacífico há a
maior delas: com 1.500.000km² de área, o Oceano Pacífico guarda o
equivalente a cinco estados do Rio Grande do Sul de lixo que bóia. Tanto lixo
nos mares causa aproximadamente a morte de 100 mil mamíferos aquáticos e
incontáveis mortes de pássaros, peixes e tartarugas marinhas por ano, sem
contar a intoxicação química que os ecossistemas adquirem com o plástico.
Infelizmente estas ilhas de plástico são praticamente impossíveis de limpar,
pois o processo poderia matar toda a vida marinha local.
A poluição das águas mundiais é composta por diversas fontes: todo lixo
atirado nas RUAS pode facilmente acabar em alguma reserva de água com as
chuvas, as indústrias que despejam seu lixo diretamente na água são o
principal fator para a contaminação dos recursos hídricos. Os navios, porém,
embora estejam na água, representam somente 20% da poluição marinha.
Enfim, a crise da água é extremamente séria e preocupante. Enquanto
uma parcela dos homens polui e desperdiça as reservas d’água de todo
mundo, a outra parte (a mais pobre) morre de desidratação ou por ter ingerido
água contaminada. Já que nós fazemos parte da parcela que desperdiça a
água devemos nos conscientizar e reformular nosso dia-a-dia o mais rápido
possível.
O Extermínio da Biodiversidade
Charles Darwin, em sua teoria da Evolução das Espécies, explica que as
diferentes espécies de seres vivos na Terra (a biodiversidade) surgem por um
processo longo de adaptação com o ambiente em que vivem. Um bom exemplo
seriam mariposas com asas que se camuflam na casca de árvores: há muito
tempo atrás, havia uma espécie de mariposa que podiam ter asas brancas ou
camufladas. Com o passar do tempo, as mariposas brancas que não se
escondiam tão bem acabaram sendo exterminadas pelos predadores. Hoje,
então, a espécie se resume apenas nas mariposas camufladas.
Como existem muitíssimos ambientes diferentes na Terra, surgiram
incontáveis diferentes tipos de vida. A ciência, hoje, conhece aproximadamente
2.443.000 espécies de vida diferentes e estima-se que possam existir até 100
milhões de espécies diferentes. Esse número gigantesco comprova que
mesmo tendo mais conhecimento que em qualquer momento da história, o
homem ainda tem muito para descobrir. Portanto, quando a intervenção
humana ameaça a existência de alguma espécie, pode estar destruindo muito
mais vidas do que parece. Os seres vivos (incluindo nós) dependem da
existência dos outros seres vivos e, por isso, a extinção de uma espécie é uma
agressão a TODA a vida na Terra.
Mesmo com tamanha importância, a biodiversidade também está
seriamente comprometida pelo pensamento e pela ação humana que não se
sente culpada em devastar a vida. É evidente, e sabido pelos maiores
cientistas biólogos, que hoje estamos pondo em risco a grande maioria de
todos os habitats da vida de nosso planeta. O último Congresso Mundial da
Conservação da Natureza, realizado na cidade de Barcelona, definiu que, ao
que tudo indica, o planeta vivenciará uma onda de extinções só equiparada à
extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos atrás.
São diversas as práticas do homem que contribuem para o extermínio
da biodiversidade. Começando com a destruição do habitat dos seres vivos:
para criar área para a urbanização, agricultura e para a cria de animais (como
gado, ovelhas, etc) muitas vezes se devastam florestas impossibilitando a vida
dos seres vivos que as integravam. Existe, também, a caça predatória com fins
econômicos que vem extinguindo espécies aceleradamente – atrás de órgãos
animais que valem muito dinheiro (como a pele do tigre) criaram-se muitos
sistemas de caça legal e ilegal que vem diminuindo a população de
determinadas espécies direta ou indiretamente. Colaborando também para a
redução das populações de seres vivos está a alteração da cadeia alimentar:
quando o homem propositalmente, (ou não) introduz espécies de outros
lugares num habitat, provavelmente alguma espécie desparecerá (o animal
introduzido, normalmente, por não ter predadores naturais, acaba com a
comida disponível no habitat). A última grande causa da extinção de espécies é
a poluição atmosférica: o gás carbônico desregula o clima na Terra o que
prejudica muito os seres vivos – cada espécie se adaptou a um ambiente
específico e uma mudança brusca pode levar muitas espécies a sumirem em
não muito tempo.
De todas as espécies de mamíferos conhecidos, por exemplo, entendese que, hoje, 40% estão em risco de desaparecer completamente. Certamente
os mais afetados são os primatas e os mamíferos aquáticos (baleias, golfinhos,
leões-marinhos, etc). Estima-se que 80% de todos os primatas africanos e
asiáticos estão em perigo de extinção e, como dito antes, cerca de 100 mil
mamíferos aquáticos morrem todo o ano. O Fundo Mundial da Vida Selvagem
anunciou que, nos últimos 35 anos, o número de aves, peixes, répteis e
anfíbios caiu em quase um terço. Em alguns tipos de animais a situação é mais
grave: cerca de 70% de todos os pontos de grande população de peixes no
mundo já desapareceu. Cerca de 90% de todas as espécies de grandes peixes
(como o atum e o salmão) sumiram nos últimos 50 anos.
A Sexta Extinção, como é chamada a extinção em massa que se
anuncia sob a ação do homem, é ainda mais preocupante quando nos
deparamos com crises em espécies que são a base dos ecossistemas. No
Oceano, a base de toda a cadeia alimentar é formada por animais e algas
microscópicos: o plâncton (phitoplâncton o zooplancton). Estes pequenos
animais e algas vivem em gigantescos bandos e são o alimento básico da
maioria dos animais que vivem nos mares. O problema é que a população
mundial de plâncton vem decrescendo vertiginosamente. Devido ao aumento
da temperatura das águas, calculou-se que a população de plânctons está 6%
menor. Pode parecer pouco, mas sabendo que estas algas recolhem metade
do gás carbônico em todo o mundo e que são absolutamente essenciais para a
vida na Terra, entende-se que 6% são MUITA coisa.
Há outra população elementar para a vida de nosso Planeta está em
sério risco de extinção: as abelhas! Isso mesmo, as abelhas estão ameaçadas.
Desde 2006 (portanto, recentemente) BILHÕES de colméias de abelhas já
foram encontradas devastadas em todo o mundo. A espécie Mamangaba (uma
abelha grande) já teve sua população diminuída em 96% em todas as
Américas. Esse dado é seriíssimo já que as abelhas são as principais
polinizadoras de incontáveis plantas. Logo, o desaparecimento destes insetos
pode desestabilizar toda a vida terrestre deste planeta ao impedir que novas
plantas nasçam. Existem locais na China em que agricultores tradicionais já
estão tendo que polinizar árvores manualmente, pois não há mais abelhas na
região. As causas desta mortandade de abelhas infelizmente permanecem um
tanto quanto desconhecidas. Existem teorias diversas: os venenos usados nas
plantas estão dizimando-as; as crescentes redes eletromagnéticas (celular, wifi,
por exemplo) as desnorteiam e as impedem de voltar às colméias; alguma
doença as está afetando e aniquilando-as. De qualquer forma, este fato é tão
grave quando à extinção dos plânctons, pois pode acarretar a extinção de
muitas outras espécies.
Os pesquisadores da Universidade de Santa Bárbara, nos Estados
Unidos, afirmaram em 2008 que em menos de 100 anos (ou seja,
provavelmente todos estaremos vivos) METADE de todas as espécies de seres
vivos estará extinta. O homem está no limite e precisa entender que a vida dos
outros animais é essencial para a vida da humanidade inteira. A devastação da
biodiversidade nos mostra que o caminho que homem vem escolhendo não é
benéfico nem para a humanidade nem para nenhum ser vivo.
O Aquecimento Global
De todos os desequilíbrios que a Natureza vem sofrendo nos últimos
tempos, o mais falado e, aparentemente, o mais perigoso é o aquecimento
global.
Começando do começo:
Antes de tudo, é preciso entender que a vida como conhecemos só é
possível em situações específicas – por exemplo, é necessário que exista água
líquida e, portanto não passar do 0ºC nem dos 100ºC. É preciso entender que
cada forma de vida depende de uma situação mais específica ainda (por
exemplo, pandas necessitam que seu habitat tenha bambu para que possam
se alimentar e sobreviver). Dessa ideia, fica fácil entender que a chave para a
vida da Terra é o EQUILÍBRIO. Para que as espécies sigam se reproduzindo
elas devem manter um equilíbrio com seu ambiente, a fim que o ecossistema
continue sendo um lugar acolhedor para as espécies.
Vamos trabalhar melhor o exemplo dos pandas para entender o
equilíbrio:
Os pandas são ursos que vivem solitários (com exceção da época da
reprodução) e tem uma alimentação muito especial, somente se alimentando
de folhagens (especificamente do bambu). Como todos os seres vivos, o panda
leva uma vida que procura perpetuar a sua espécie através do tempo. Para
isso, no entanto, é necessário que haja um equilíbrio entre a espécie dos
pandas e seu ambiente: se estes animais se reproduzirem demais o bambu
provavelmente acabaria e as gerações do futuro não teriam do que se
alimentar. O contrário também seria prejudicial: quando o panda se alimenta da
planta ele, acidentalmente, acaba replantando ela (através de sementes e
brotos que caem) e, logo, se a população dos ursos declinasse, o bambu
provavelmente não se reproduziria com a mesma força.
Fica fácil entender, assim, por que a Natureza depende de equilíbrios
que, em geral, são frágeis. É mais importante ainda, entretanto, entender que
esse equilíbrio que existe nos ecossistemas também existe em âmbito
GLOBAL. A vida do planeta inteiro depende de um equilíbrio que se forma na
interação de todos os seres vivos. Vamos usar o exemplo da fotossíntese e da
respiração:
Para se alimentar, as árvores realizam a fotossíntese: elas, através das
folhas, recolhem o CO2 (gás carbônico) que está no ar, mais a luz do Sol e
mais os nutrientes do solo e da água. Unindo tudo isso, a árvore produz glicose
(o alimento) e O2 (oxigênio) que é solto no ar. Os animais, em contra partida,
capturam o O2 no ar para respirar e soltam o CO2. Fica fácil entender o
equilíbrio: talvez se possa dizer que como o pulmão é um órgão interno, as
árvores são órgãos externos nossos. Todos, nesse equilíbrio, dependem um do
outro para sobreviver.
O Efeito Estufa e o Aquecimento Global
O efeito estufa é um fenômeno que a atmosfera da Terra produz quando
deixa a luz do Sol entrar no planeta, mas não deixa parte do calor produzido
sair para o espaço. Como dito antes, a vida depende de certa temperatura –
nem muito quente nem muito frio – e, logo, entende-se que o efeito estufa é
ESSENCIAL para a existência da vida, pois regula a temperatura de todo o
planeta. O que dá à atmosfera da Terra essa capacidade de regular a
temperatura do planeta é a presença de alguns gases que em grande
capacidade são capazes de armazenar o calor – os gases estufa. O gás
carbônico e o gás metano são bons exemplos destes gases.
O problema é: para que a Natureza esteja em equilíbrio, é necessário
manter o equilíbrio do efeito estufa. Não pode, então, faltar gases estufa e tão
pouco existir em excesso. O aquecimento global que tanto ouvimos falar nada
mais é que a alteração deste sistema equilibrado: a quantidade de gás
carbônico da atmosfera se manteve na história, pois a fotossíntese das plantas
e a respiração dos animais estavam balanceadas, mas, nos últimos dois
séculos o homem vem liberando mais gases estufa do que a balança da
Natureza agüenta sem inclinar para o desequilíbrio. O fato é: nosso planeta
está preparado para absorver grandes quantidades de gases estufa através
das árvores, porém o homem vem extrapolando essa capacidade regenerativa
da Terra.
Causas
Quando o homem descobriu o petróleo e o carvão a história mudou.
Sinceramente, olhe em volta: muito provavelmente tudo que está a sua volta
depende ou já dependeu do petróleo: o plástico de nossos objetos, a gasolina
de nossos carros, os produtos químicos que as indústrias utilizam para fabricar
todos nossos utensílios... Tudo está interligado a esta cadeia de petróleo e
energia. É isto, porém, que causa a maior parte do aquecimento global, pois a
produção de energia e de produtos queima estes combustíveis e liberam na
atmosfera a fumaça resultante. Ora, essa fumaça nada mais é que toneladas
de gases estufa que irão aquecer ainda mais o planeta (repletos de CO2).
O mundo em que vivemos criou uma economia que parece ser
dependente da emissão de gases estufa. Existem diversos fatores que podem
acelerar este processo catastrófico. Vamos dar o exemplo dos principais
emissores de gases estufa:
- Transportes (em estradas, no ar ou na água) = 13% das emissões
- Eletricidade e Aquecimento (para indústria, casas e campos) = 24,6%
das emissões;
- O Processo Industrial = 13,8% das emissões
- A modificação da terra (desflorestamento, por exemplo) e agropecuária
(criação de animais e plantas para alimentação) = 31,7% das emissões
-Outras emissões (extração de minérios, desperdício, etc.) = 16,9%
Consequências & mais Causas
É importante notar que, embora o nome seja Aquecimento Global, não é
certo que todas as regiões do mundo aquecerão por igual. O clima do planeta é
um sistema extremamente complexo e alterações dessa magnitude
desregularam o clima, não só aquecerão o ar. A Europa, por exemplo,
provavelmente se tornaria um grande floco de neve com o aquecimento global
(pois as águas quentes que vêm do México não conseguiriam chegar à costa
européia se o Pólo Norte derretesse). Por isso, vamos citar algumas
conseqüências que foram previstas até hoje. Não citaremos todas pois é
impossível: não haveria espaço neste chidon e, além disso, não se sabe com
exatidão tudo que poderá acontecer.
Uma das mudanças mais radicais que podem ocorrer é o derretimento
das calotas polares. É importante entender que pelo fato de que a Terra não
ser inteiramente redonda (é mais achatada nos Pólos), o clima seria modificado
de forma mais brusca nestes lugares. Se a temperatura aumentar 1ºC no
Equador, nos Pólos a temperatura pode aumentar 6ºC. Isto faria (já está
fazendo na verdade) com que o gelo que há milhões de anos esteve fora dos
oceanos, voltasse ao estado líquido, aumentando o volume d’água na Terra. O
derretimento das geleiras pode acarretar uma verdadeira desordem natural.
Para começar, todos os mares elevariam o nível, submergindo as áreas
que chamamos de costeiras (onde, por sinal, estão as maiores cidades e
populações do mundo). Esta “nova água” lançada no mar é mais fria e não é
salgada. Este fato criaria novas correntes marítimas que destruiriam o sistema
atual das correntes, essencial para muitos seres vivos (as correntes marítimas
podem aquecer todo um continente, ou nortear a migração de espécies
inteiras) Além disso, o gelo é branco, o que reflete a luz do Sol – na verdade, o
fato de termos calotas de gelo esfria o planeta inteiro, pois funcionam como
espelhos do calor. Porém, diferentemente do gelo, a água é um dos maiores
armazenadores de calor da Natureza. A conta é simples: estamos aquecendo o
planeta e derretendo o gelo, gelo derretido aquece ainda mais a Terra,
acelerando o processo (ainda mais que, quando quente, a água se expande e,
logo, se os oceanos ficarem quentes, o nível do mar subirá mais). Quanto a
isso ainda há o Permafrost. Permafrost é um tipo de solo congelado muito
presente na Ásia (principalmente na Sibéria) Este solo é um grande cofre de
metano, um poderoso gás estufa. Se este solo derreter, a quantidade de
metano na atmosfera será maior que nunca, acelerando mais ainda o
aquecimento global.
A velocidade do derretimento é incrível: em 1980, a área do Pólo Norte
no verão fora de 10 milhões de metros quadrados; em 2007 a área não passou
de 4 milhões. O órgão oficial na ONU que estuda as mudanças climáticas, o
PIMC (Painel Internacional das Mudanças Climáticas, ou IPCC, em inglês)
afirmou que dificilmente, em 2050, algum gelo permanecerá no verão do Pólo
Norte. Lembrando que um metro de gelo reflete 80% da luz e um metro de
água reflete somente 20%, aumentando significativamente a temperatura da
Terra. Se o nível do mar subir, provavelmente a água salgada irá invadir muita
das principais reservas de água potável do mundo, reduzindo ainda mais a
parcela de 1% da água que podemos beber.
Outra consequência previsível seria a mudança brusca e violenta do
clima nas diferentes regiões do planeta. Os furacões, por exemplo, são sempre
catalogados de acordo com sua força (os “F1” são os mais fracos e os “F5” são
os mais fortes) e nos últimos 30 anos, os furacões F5 deixaram de ser 20% das
tempestades e passaram a ser 35%. Isto se deve pelo fato de que os furacões
mais potentes se formam quando as águas do oceano estão quentes, com o
aquecimento global, portanto, o número de tempestades devastadoras também
aumenta.
Em alguns lugares do planeta, as chuvas se tornarão mais freqüentes,
pois quanto maior a temperatura, mais água dos mares evapora, formando
mais nuvens. Este aumento pode causar muito estrago provocando seguidas
enchentes e erosão do solo. Em contra partida, outras regiões do planeta
entrarão em estações cada vez mais secas, ficando cada vez mais vulneráveis
a incêndios devastadores (estes incêndios só depositariam mais gases estufa
na atmosfera).
Há ainda outra possível consequência causada pelo aquecimento global
sobre os oceanos: estes são responsáveis por absorver parte do gás carbônico
da atmosfera, prendendo-o sob a água. Se a concentração deste gás subir
muito no ar, a concentração no mar também irá aumentar o que tornará a água
mais ácida (é como reage o gás carbônico na água) o que desequilibraria o
balanço químico dos oceanos afetando diretamente todos os animais que neles
residem e indiretamente toda a vida na Terra. Os corais são altamente
dependentes de um balanço químico perfeito do oceano e se estes se tornarem
mais ácidos, os corais correriam o perigo de morrer o que é um problema já
que
são
o
habitat
da
maior
biodiversidade
nos
mares.
Pensando no Futuro________________________
Agora, para finalizar, mostraremos diferentes pensamentos que
pretendem contornar esta crise que começamos a viver.
Existem infinitas opiniões de como a humanidade pode contornar esta
crise. Cientistas, filósofos, empresários, educadores, políticos... Todos mantém
sua visão particular sobre os problemas que causamos à Natureza e como
devemos tentar curá-la. Óbvio que não podemos mostrar aqui todas as
opiniões que existem, mas vamos, de novo, tentar botar opiniões que são
importantes e que estão influenciando o mundo atualmente.
Para simplificar, vamos trazer duas grandes correntes de pensamento
ambientalista. Entendemos que as diferentes vertentes do ambientalismo
estarão próximas de pelo menos uma destas ideias que apresentaremos. São
elas a Ecologia Profunda e o Desenvolvimento Sustentável.
O Desenvolvimento Sustentável
Surgido nos anos 1980, com o relatório Brudtland, como já dissemos, o
termos “desenvolvimento sustentável” tem como definição principal “o
desenvolvimento capaz de garantir as necessidades das gerações futuras”.
Primeiramente, vamos tentar entender esta expressão por partes.
“Desenvolvimento” é uma palavra que faz muito sentido para nós que vivemos
no século XXI. As sociedades, hoje, tendem fortemente a acreditar que o
avanço das tecnologias, da Ciência e da Economia necessariamente levará o
homem para um lugar melhor. Este “caminhar” para uma situação melhor é o
que tradicionalmente chamamos de progresso ou desenvolvimento.
“Sustentável” não diz respeito a “ser melhor e mais rico”, como
“desenvolvimento”, mas sim a fazer as coisas de uma maneira que assegure o
futuro; sustentável é tudo aquilo que poderá ser feito para sempre, pois garante
possibilidades no futuro.
Portanto, Desenvolvimento Sustentável seria o progresso (como
acreditamos nele hoje) que permita que, no futuro, ainda exista progresso. Na
prática, basicamente, o desenvolvimento sustentável tenta ADAPTAR os
diferentes agentes de nossa sociedade atual para que consigam se manter no
futuro.
Por exemplo, no ideal do desenvolvimento sustentável, no futuro,
as empresas continuariam a trabalhar e produzir como hoje, só que este
processo e os produtos fabricados seriam “amigáveis” com a Natureza, não a
agredindo, mas respeitando seus limites.
Para se alcançar este estágio, a humanidade necessitaria rever seus
conceitos e se planejar. A ideia principal seria substituir a quantidade pela
qualidade, fazendo com que cada pessoa necessitasse comprar menos
durante a vida e, portanto, gastar menos matéria prima.
Ecologia Profunda
Diferentemente dos defensores do Desenvolvimento Sustentável, as
correntes que auto-determinam pertencentes da Ecologia Profunda não
pregam a adaptação, mas a recriação das sociedades humanas. Estas ideias,
basicamente, questionam o que é desenvolvimento. Afirmando que acumular
dinheiro e materiais não necessariamente desenvolve/progride uma
pessoa/uma sociedade/um país; os ecologistas desta corrente de pensamento
afirmam que o único jeito de salvarmos nossas peles seria mudando
radicalmente nosso cotidiano.
Para a Ecologia Profunda, diante do tamanho e seriedade da crise
ambiental, o homem deve acordar e perceber que o problema não está em
nosso cotidiano, mas na nossa maneira de ver o mundo e em nossa ideia do
que é se desenvolver e progredir. Para ela, é necessário que o homem volte a
suas origens, quando era integrado à Natureza e desta usufruía sem destruí-la.
Na prática, a Ecologia Profunda defende que homem e Natureza se tornem um
só novamente e, para isso, a humanidade precisaria abrir mão de muitos
confortos de hoje (como o carro) e precisaria reaprender a se virar sozinha na
Natureza (aprender a plantar, construir, etc).
A maioria das pessoas se inclina quase que naturalmente para as ideias
de Desenvolvimento Sustentável por ser significantemente menos radical e ser
mais realista. Porém não devemos descartar a importância dos
questionamentos que a Ecologia Profunda luta para assinalar aos olhos da
humanidade: o que é realmente o desenvolvimento? Não temos a
responsabilidade de entregar um mundo às novas gerações melhor do que o
que nos foi entregue? Não será o sistema todo que está causando a crise? É
suficiente se adaptar? Não é preciso reinventar a sociedade?
Existem ainda pensamentos que não podem propriamente ser
encaixados em nenhum destas grandes correntes. Trazemos o exemplo de
uma: a Permacultura.
A Permacultura é uma nova forma e entender o mundo, onde cada ser
vivo tem uma função específica no seu meio e não pode ser retirado dele.
Permacultura vem da junção das palavras agricultura e permanente, pois diz
que se o homem entender a Natureza e seus preceitos, ele poderá utilizá-la ao
invés de extraí-la e, portanto, será para sempre. Este pensamento não é que
nem o Desenvolvimento Sustentável, pois não prega uma simples adaptação
de nosso sistema atual, mas tão pouco é Ecologia Profunda, pois não levanta a
bandeira de abdicar da tecnologia nem da ciência.
Agora, para acabar, citaremos algumas formas de mudar o cotidiano
para contribuir com os esforços de superar a crise de uma maneira inteligente
 Não deixe torneiras abertas, não tome banhos muito demorados, evite o
uso de banheiras, sempre de preferência ao balde e pano à mangueira
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quando for limpar algo grande. A água é mal distribuída e escassa no
mundo, se desperdiçarmos água limpa e encanada estaremos
comprometendo ainda mais o futuro e decretando uma crise da água
maior ainda;
Reduza o consumo de carne o quanto puder. A criação descontrolada de
animais para o abate é responsável por mais de 30% das emissões de
gases estufa (e se você contar todas as emissões devido ao transporte e
armazenamento da carne, esse número cresce ainda mais, colocando a
carne como principal agente do aquecimento global);
Ande o menos possível de carro, dê preferência para transportes
autosustentáveis, como a bicicleta, ou para transportes públicos. A
queima de gasolina (que é feita de petróleo) é também um dos maiores
agentes do aquecimento global. O carro é inimigo da Natureza pois
transporta poucas pessoas e, para isso, gasta muita gasolina. Um
ônibus cheio (40 pessoas) emite muito menos gases e ocupa muito
menos espaço na cidade do que 40, 20 ou 10 carros;
Troque as lâmpadas de sua casa por lâmpadas fluorescente ou de LED.
Estas lâmpadas consomem muito menos energia e, portanto, reduziriam
as emissões de sua casa;
Limpe os filtros de seu ar-condicionado e não o ligue quando
desnecessário. Ele é um dos principais consumidores de energia em
nossas casas;
Use papel reciclado, tem menos impacto sobre a Natureza;
Recicle;
Dê preferência a produtos que foram feitos por aqui: quanto mais
transportes, maior o impacto;
Desligue seus aparelhos eletrônicos da tomada, eles continuam
consumindo mesmo desligados;
Plante! Árvores e comida! Isso evita MUITAS emissões de gases estufa;
Leia a luz do Sol, use o varal ao invés da secadora: existem coisas que
a Natureza nos fornece, mas esquecemos constantemente disso;
Evite qualquer coisa de plástico (como garrafinhas de água mineral) que
seja descartável. O plástico é a maior fonte de lixo da humanidade e
normalmente leva mais de meio século para se decompor no meio
ambiente.
Compre comida orgânica o máximo possível. A comida orgânica
costumas capturar muito mais gases estufa da atmosfera do que a
plantação em fazendas grandes;
Evite comprar produtos que tem muitas embalagens. A maioria das
vezes é mais plástico sem utilidade;
Não seja consumista! Quando compramos algo que realmente não
precisamos, estamos juntando material que um dia teremos que nos
desfazer. Um consumista normalmente não pesquisa as fontes de onde
compra, o que o faz ser um contribuidor, muitas vezes, de empresas e
indústrias que agridem violentamente a Natureza.
Questão para Gadol_________________________
Como falei no início, este chidon terá uma questão especial para a
categoria gadol. As respostas devem ser entregues escritas no dia do
chidon, na machané. As respostas vão valer 30% da pontuação de todo o
Chidon.
Cada kvutzá deverá se REUNIR e juntos responderem a questão. Para
tanto, deverão assistir o filme AVATAR (2009).
Depois deverão discutir para responder:
1) Qual a relação que existe entre o pensamento apresentado nestes
dois textos e o filme?
2) Qual o papel dos cientistas, dos militares e dos na’avi nesta relação
entre o filme e os artigos?
Textos:
1)
"Em outras palavras, a hipótese de Gaia afirma que a superfície da
Terra, que sempre temos considerado o meio ambiente da vida, é na
verdade parte da vida. A manta de ar - a troposfera - deveria ser
considerada um sistema circulatório, produzido e sustentando pela
vida... Quando os cientistas nos dizem que a vida se adapta a um meio
ambiente essencialmente passivo de química, física e rochas, eles
perpetuam uma visão mecanicista seriamente distorcida, própria de uma
visão de mundo falha. A vida, efetivamente, fabrica, modela e muda o
meio ambiente ao qual se adapta. Em seguida este 'meio ambiente'
realimenta a vida que está mudando e atuando e crescendo sobre ele.”
Lynn Margulis
2)
“Talvez o mais triste seja que Gaia perderá tanto quanto ou mais do
que nós. Não só a vida selvagem e ecossistemas inteiros serão extintos,
mas na civilização humana o planeta tem um recurso precioso. Não
somos meramente uma doença; somos, por meio da nossa inteligência
e comunicação, o sistema nervoso do planeta...
Nós deveríamos ser o coração e a mente da Terra, não sua moléstia.
Então, sejamos corajosos e paremos de pensar somente nos direitos e
necessidades da humanidade, e enxerguemos que nós ferimos a Terra e
precisamos fazer as pazes com Gaia. Precisamos fazer isso enquanto
somos fortes o bastante para negociar, e não uma turba esfacelada
liderada por senhores da guerra brutais. Acima de tudo, precisamos
lembrar que somos parte dela, e que ela é de fato nosso lar.”
James Lovelock
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