EGOLOGIA E AMBIENTALISMO

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CHIDON BENONI
CHODESH 2011
EGOLOGIA E AMBIENTALISMO
INTRODUÇÃO______________________________
Olá chanichim! Preparados para mais um Chodesh? Espero que sim...
Enfim, o que vocês têm em mãos agora é o Chidon deste Chodesh que,
como vocês bem sabem, é o material que pode virar a mesa nessa competição
Chazitiana.
Vim aqui escrever essa introdução, pois o Chidon desse querido ano de
2011 será um tanto quanto diferente dos que estamos acostumados... Para
começar, o tema nunca fora abordado num chidon: Ecologia e Ambientalismo
(falarei melhor disso daqui a pouco); depois, temos o fato de que neste ano as
perguntas do Chidon serão feitas na Machané e, por tanto, só lá saberemos os
verdadeiros campeões (aconselho que levem o chidon para a machané, para
estudar!).
Por fim gostaria de ressaltar:
Nós Madrichim não escolhemos o tema ecologia por ser um tema que
gostamos, escolhemos porque SABEMOS QUE É IMPORTANTE. Tanto vocês,
chanichim, quanto nós, madrichim, SOMOS OS JOVENS de um mundo que
evidentemente está ficando DOENTE. E são os jovens que mudam o Mundo,
que ditam o FUTURO. Fiquem vocês sabendo, então, que embora obviamente o
Chidon entre na BRINCADEIRA do CHODESH, ECOLOGIA é coisa SÉRIA e
deve ser tratada como tal. Espero do fundo do meu coração que todos estudem
o Chidon, pois vamos trabalhar juntos com um tema que não é nada mais nada
menos que URGENTE!
Enfim, gostaria desejar sorte para todos e mandar um beijo para todos
vocês, que me fazem sentir orgulhoso dessa Tnuá!
Sinceramente,
Mathi, El Rosh Chinuch!
Problemas Ambientais que Enfrentamos_______
É importante falar aqui que, provavelmente, o ser humano não conhece
tudo que existe na Natureza e, logo, talvez existam problemas ecológicos que
nós não temos ideia que se formaram com o passar dos anos. Por isso, saiba
que as problemáticas que falaremos aqui não são as únicas que existem, mas
mostraremos algumas que são importantes. Também é importante saber que
existem cientistas com opiniões diferentes e que existe mais de um jeito de
entender as crises do ambiente, então o que está escrito aqui pode ser
descoberto no futuro como não sendo verdade e, portanto, mantenham a
cabeça aberta! Fique atento que é impossível que em algumas folhas
possamos falar sobre todos os problemas que a Natureza vem enfrentando,
então esteja ciente que fizemos uma seleção para o chidon, mas que para
saber de verdade sobre o assunto, é importante ser curioso e ir atrás de
informação!
O Problema das Águas
Para começar, falaremos da água.
Tanto o Planeta Terra quanto os seres humanos (e a maioria dos outros
animais) são compostos de pelo menos 70% de água. Na verdade, é sabido
entre os biólogos (os que estudam a vida) que a água é basicamente o
elemento principal da vida na Terra: os primeiros animais surgiram nos
oceanos e todos os seres vivos dependem da água para sobreviver. Porém,
animais como nós humanos, só podemos nos hidratar com água doce e, de
todas as águas da Terra, somente 3% são potáveis para nós. Entretando 2%
estão congelados, logos nos sobra 1%.
Então, é visível o quão grave é afetar os sistemas de água de nosso
mundo. Grave para o homem e para todo ser vivo na terra.
Mesmo diante da importância da água e o quanto ela é sagrada para a
vida, evidentemente o ser humano tem feito descaso da mesma. Hoje, o
desperdício de água é maior do que em qualquer outra época da história, e
este uso descontrolado da água é desigual entre os homens: segundo a
UNESCO (parte da ONU que trata de Educação, Ciência e Cultura),
aproximadamente 1.1 bilhão de pessoas no mundo não tem acesso à água
limpa e segura; 2.6 bilhões de pessoas não estão sob condição de saneamento
básico (não há esgotos nem limpeza da água, o que gera poluição e doenças);
3900 crianças morrem todos os dias de doenças relacionadas à crise da água
(diarréia, por exemplo) – de fato, metade de todas as hospitalizações humanas
é devido às doenças de águas inseguras e contaminadas. Fica claro, porém,
que enquanto essa parcela da população vive a crise da água, outros povos
desperdiçam sem responsabilidade. Veja os dados: enquanto uma casa
americana ou japonesa gasta em média 350 litros d’água por dia, na África
sub-saariana cada lar dispõem de 20 a 30 litros por dia. Essas pessoas que
fazem parte da parcela da população que vive a crise da água viveo com
MENOS de dois dólares por dia (30% dessas pessoas vivem com menos de
um dólar diário). Concluí-se: o desperdício de água é enorme, mas para as
populações mais pobres FALTA água.
Hoje, 80% dos países desenvolvidos largam esgotos não tratados
diretamente em água potável. Esse fato se torna preocupante quando sabemos
que 70% das águas potáveis no mundo são utilizadas na irrigação de grandes
lavouras e não para beber. Esta agricultura que extrai com tanta força as
reservas naturais de água, porém, não alimenta todos os seres humanos,
mas somente a alguns países.
Não é só a água doce que sofre a intervenção humana. Os oceanos vêm
gradativamente se tornando grandes depósitos de lixo. Nossa sociedade
produz anualmente em média de 100 milhões de toneladas de plástico. Estimase que 10% (10 milhões) são largados nos oceanos. Devido ao complicado
sistema de correntes marítimas, nas últimas décadas, esse lixo marítimo vem
se acumulando e formando ilhas gigantescas de plástico. No pacífico há a
maior delas: com 1.500.000km² de área, o Oceano Pacífico guarda o
equivalente a cinco estados do Rio Grande do Sul de lixo que bóia. Tanto lixo
nos mares causa aproximadamente a morte de 100 mil mamíferos aquáticos e
incontáveis mortes de pássaros, peixes e tartarugas marinhas por ano, sem
contar a intoxicação química que os ecossistemas adquirem com o plástico.
Infelizmente estas ilhas de plástico são praticamente impossíveis de limpar,
pois o processo poderia matar toda a vida marinha local.
As setas indicam os “Giros” dos oceanos. Há dois giros no Pacífico, dois no Atlântico e
um no Índico. Os giros se tornaram as ilhas de lixo oceânicas
A poluição das águas mundiais é composta por diversas fontes: todo lixo
atirado nas RUAS pode facilmente acabar em alguma reserva de água com as
chuvas, as indústrias que despejam seu lixo diretamente na água são o
principal fator para a contaminação dos recursos hídricos. Os navios, porém,
embora estejam na água, representam somente 20% da poluição marinha.
Enfim, a crise da água é extremamente séria e preocupante. Enquanto
uma parcela dos homens polui e desperdiça as reservas d’água de todo
mundo, a outra parte (a mais pobre) morre de desidratação ou por ter ingerido
água contaminada. Já que nós fazemos parte da parcela que desperdiça a
água devemos nos conscientizar e reformular nosso dia-a-dia o mais rápido
possível.
O Extermínio da Biodiversidade
Charles Darwin, em sua teoria da Evolução das Espécies, explica que as
diferentes espécies de seres vivos na Terra (a biodiversidade) surgem por um
processo longo de adaptação com o ambiente em que vivem. Um bom exemplo
seriam mariposas com asas que se camuflam na casca de árvores: há muito
tempo atrás, havia uma espécie de mariposa que podiam ter asas brancas ou
camufladas. Com o passar do tempo, as mariposas brancas que não se
escondiam tão bem acabaram sendo exterminadas pelos predadores. Hoje,
então, a espécie se resume apenas nas mariposas camufladas.
Imagem que ilustra a teoria
da evolução de Charles
Darwin.
As
espécies
surgem de um ancestral
comum, se adaptando a
diversos ambientes.
Como existem muitíssimos ambientes diferentes na Terra, surgiram
incontáveis diferentes tipos de vida. A ciência, hoje, conhece aproximadamente
2.443.000 espécies de vida diferentes e estima-se que possam existir até 100
milhões de espécies diferentes. Esse número gigantesco comprova que mesmo
tendo mais conhecimento que em qualquer momento da história, o homem ainda
tem muito para descobrir. Portanto, quando a intervenção humana ameaça a
existência de alguma espécie, pode estar destruindo muito mais vidas do que
parece. Os seres vivos (incluindo nós) dependem da existência dos outros seres
vivos e, por isso, a extinção de uma espécie é uma agressão a TODA a vida na
Terra.
Mesmo com tamanha importância, a biodiversidade também está
seriamente comprometida pelo pensamento e pela ação humana que não se
sente culpada em devastar a vida. É evidente, e sabido pelos maiores cientistas
biólogos, que hoje estamos pondo em risco a grande maioria de todos os
habitats da vida de nosso planeta. O último Congresso Mundial da Conservação
da Natureza, realizado na cidade de Barcelona, definiu que, ao que tudo indica,
o planeta vivenciará uma onda de extinções só equiparada à extinção dos
dinossauros há 65 milhões de anos atrás.
São diversas as práticas do homem que contribuem para o extermínio da
biodiversidade. Começando com a destruição do habitat dos seres vivos: para
criar área para a urbanização, agricultura e para a cria de animais (como gado,
ovelhas, etc) muitas vezes se devastam florestas impossibilitando a vida dos
seres vivos que as integravam. Existe, também, a caça predatória com fins
econômicos que vem extinguindo espécies aceleradamente – atrás de órgãos
animais que valem muito dinheiro (como a pele do tigre) criaram-se muitos
sistemas de caça legal e ilegal que vem diminuindo a população de
determinadas espécies direta ou indiretamente. Colaborando também para a
redução das populações de seres vivos está a alteração da cadeia alimentar:
quando o homem propositalmente, (ou não) introduz espécies de outros lugares
num habitat, provavelmente alguma espécie desparecerá (o animal introduzido,
normalmente, por não ter predadores naturais, acaba com a comida disponível
no habitat). A última grande causa da extinção de espécies é a poluição
atmosférica: o gás carbônico desregula o clima na Terra o que prejudica muito
os seres vivos – cada espécie se adaptou a um ambiente específico e uma
mudança brusca pode levar muitas espécies a sumirem em não muito tempo.
De todas as espécies de mamíferos conhecidos, por exemplo, entende-se
que, hoje, 40% estão em risco de desaparecer completamente. Certamente os
mais afetados são os primatas e os mamíferos aquáticos (baleias, golfinhos,
leões-marinhos, etc). Estima-se que 80% de todos os primatas africanos e
asiáticos estão em perigo de extinção e, como dito antes, cerca de 100 mil
mamíferos aquáticos morrem todo o ano. O Fundo Mundial da Vida Selvagem
anunciou que, nos últimos 35 anos, o número de aves, peixes, répteis e anfíbios
caiu em quase um terço. Em alguns tipos de animais a situação é mais grave:
cerca de 70% de todos os pontos de grande população de peixes no mundo já
desapareceu. Cerca de 90% de todas as espécies de grandes peixes (como o
atum e o salmão) sumiram nos últimos 50 anos.
A Sexta Extinção, como é chamada a extinção em massa que se anuncia
sob a ação do homem, é ainda mais preocupante quando nos deparamos com
crises em espécies que são a base dos ecossistemas. No Oceano, a base de
toda a cadeia alimentar é formada por animais e algas microscópicos: o plâncton
(phitoplâncton o zooplancton). Estes pequenos animais e algas vivem em
gigantescos bandos e são o alimento básico da maioria dos animais que vivem
nos mares. O problema é que a população mundial de plâncton vem
decrescendo vertiginosamente. Devido ao aumento da temperatura das águas,
calculou-se que a população de plânctons está 6% menor. Pode parecer pouco,
mas sabendo que estas algas recolhem metade do gás carbônico em todo o
mundo e que são absolutamente essenciais para a vida na Terra, entende-se
que 6% são MUITA coisa.
Há outra população elementar para a vida de nosso Planeta está em sério
risco de extinção: as abelhas! Isso mesmo, as abelhas estão ameaçadas. Desde
2006 (portanto, recentemente) BILHÕES de colméias de abelhas já foram
encontradas devastadas em todo o mundo. A espécie Mamangaba (uma abelha
grande) já teve sua população diminuída em 96% em todas as Américas. Esse
dado é seriíssimo já que as abelhas são as principais polinizadoras de
incontáveis plantas. Logo, o desaparecimento destes insetos pode desestabilizar
toda a vida terrestre deste planeta ao impedir que novas plantas nasçam.
Existem locais na China em que agricultores tradicionais já estão tendo que
polinizar árvores manualmente, pois não há mais abelhas na região. As causas
desta mortandade de abelhas infelizmente permanecem um tanto quanto
desconhecidas. Existem teorias diversas: os venenos usados nas plantas estão
dizimando-as; as crescentes redes eletromagnéticas (celular, wifi, por exemplo)
as desnorteiam e as impedem de voltar às colméias; alguma doença as está
afetando e aniquilando-as. De qualquer forma, este fato é tão grave quando à
extinção dos plânctons, pois pode acarretar a extinção de muitas outras
espécies.
Os pesquisadores da Universidade de Santa Bárbara, nos Estados
Unidos, afirmaram em 2008 que em menos de 100 anos (ou seja, provavelmente
todos estaremos vivos) METADE de todas as espécies de seres vivos estará
extinta. O homem está no limite e precisa entender que a vida dos outros
animais é essencial para a vida da humanidade inteira. A devastação da
biodiversidade nos mostra que o caminho que homem vem escolhendo não é
benéfico nem para a humanidade nem para nenhum ser vivo.
O Aquecimento Global
De todos os desequilíbrios que a Natureza vem sofrendo nos últimos
tempos, o mais falado e, aparentemente, o mais perigoso é o aquecimento
global.
Começando do começo:
Antes de tudo, é preciso entender que a vida como conhecemos só é
possível em situações específicas – por exemplo, é necessário que exista água
líquida e, portanto não passar do 0ºC nem dos 100ºC. É preciso entender que
cada forma de vida depende de uma situação mais específica ainda (por
exemplo, pandas necessitam que seu habitat tenha bambu para que possam se
alimentar e sobreviver). Dessa ideia, fica fácil entender que a chave para a vida
da Terra é o EQUILÍBRIO. Para que as espécies sigam se reproduzindo elas
devem manter um equilíbrio com seu ambiente, a fim que o ecossistema
continue sendo um lugar acolhedor para as espécies.
Vamos trabalhar melhor o exemplo dos pandas para entender o equilíbrio:
Os pandas são ursos que vivem solitários (com exceção da época da
reprodução) e tem uma alimentação muito especial, somente se alimentando de
folhagens (especificamente do bambu). Como todos os seres vivos, o panda
leva uma vida que procura perpetuar a sua espécie através do tempo. Para isso,
no entanto, é necessário que haja um equilíbrio entre a espécie dos pandas e
seu ambiente: se estes animais se reproduzirem demais o bambu provavelmente
acabaria e as gerações do futuro não teriam do que se alimentar. O contrário
também seria prejudicial: quando o panda se alimenta da planta ele,
acidentalmente, acaba replantando ela (através de sementes e brotos que caem)
e, logo, se a população dos ursos declinasse, o bambu provavelmente não se
reproduziria com a mesma força.
Fica fácil entender, assim, por que a Natureza depende de equilíbrios que,
em geral, são frágeis. É mais importante ainda, entretanto, entender que esse
equilíbrio que existe nos ecossistemas também existe em âmbito GLOBAL. A
vida do planeta inteiro depende de um equilíbrio que se forma na interação de
todos os seres vivos. Vamos usar o exemplo da fotossíntese e da respiração:
Para se alimentar, as árvores realizam a fotossíntese: elas, através das
folhas, recolhem o CO2 (gás carbônico) que está no ar, mais a luz do Sol e mais
os nutrientes do solo e da água. Unindo tudo isso, a árvore produz glicose (o
alimento) e O2 (oxigênio) que é solto no ar. Os animais, em contra partida,
capturam o O2 no ar para respirar e soltam o CO2. Fica fácil entender o
equilíbrio: talvez se possa dizer que como o pulmão é um órgão interno, as
árvores são órgãos externos nossos. Todos, nesse equilíbrio, dependem um do
outro para sobreviver.
O Efeito Estufa e o Aquecimento Global
O efeito estufa é um fenômeno que a atmosfera da Terra produz quando
deixa a luz do Sol entrar no planeta, mas não deixa parte do calor produzido sair
para o espaço. Como dito antes, a vida depende de certa temperatura – nem
muito quente nem muito frio – e, logo, entende-se que o efeito estufa é
ESSENCIAL para a existência da vida, pois regula a temperatura de todo o
planeta. O que dá à atmosfera da Terra essa capacidade de regular a
temperatura do planeta é a presença de alguns gases que em grande
capacidade são capazes de armazenar o calor – os gases estufa. O gás
carbônico e o gás metano são bons exemplos destes gases.
O problema é: para que a Natureza esteja em equilíbrio, é necessário
manter o equilíbrio do efeito estufa. Não pode, então, faltar gases estufa e tão
pouco existir em excesso. O aquecimento global que tanto ouvimos falar nada
mais é que a alteração deste sistema equilibrado: a quantidade de gás carbônico
da atmosfera se manteve na história, pois a fotossíntese das plantas e a
respiração dos animais estavam balanceadas, mas, nos últimos dois séculos o
homem vem liberando mais gases estufa do que a balança da Natureza agüenta
sem inclinar para o desequilíbrio.
O fato é: nosso planeta está preparado
para absorver grandes quantidades de gases estufa através das árvores, porém
o homem vem extrapolando essa capacidade regenerativa da Terra.
Causas
Quando o homem descobriu o petróleo e o carvão a história mudou.
Sinceramente, olhe em volta: muito provavelmente tudo que está a sua volta
depende ou já dependeu do petróleo: o plástico de nossos objetos, a gasolina de
nossos carros, os produtos químicos que as indústrias utilizam para fabricar
todos nossos utensílios... Tudo está interligado a esta cadeia de petróleo e
energia. É isto, porém, que causa a maior parte do aquecimento global, pois a
produção de energia e de produtos queima estes combustíveis e liberam na
atmosfera a fumaça resultante. Ora, essa fumaça nada mais é que toneladas de
gases estufa que irão aquecer ainda mais o planeta (repletos de CO2).
O mundo em que vivemos criou uma economia que parece ser
dependente da emissão de gases estufa. Existem diversos fatores que podem
acelerar este processo catastrófico. Vamos dar o exemplo dos principais
emissores de gases estufa:
- Transportes (em estradas, no ar ou na água) = 13% das emissões
- Eletricidade e Aquecimento (para indústria, casas e campos) = 24,6%
das emissões;
- O Processo Industrial = 13,8% das emissões
- A modificação da terra (desflorestamento, por exemplo) e agropecuária
(criação de animais e plantas para alimentação) = 31,7% das emissões
-Outras emissões (extração de minérios, desperdício, etc.) = 16,9%
Consequências & mais Causas
É importante notar que, embora o nome seja Aquecimento Global, não é
certo que todas as regiões do mundo aquecerão por igual. O clima do planeta é
um sistema extremamente complexo e alterações dessa magnitude
desregularam o clima, não só aquecerão o ar. A Europa, por exemplo,
provavelmente se tornaria um grande floco de neve com o aquecimento global
(pois as águas quentes que vêm do México não conseguiriam chegar à costa
européia se o Pólo Norte derretesse). Por isso, vamos citar algumas
conseqüências que foram previstas até hoje. Não citaremos todas pois é
impossível: não haveria espaço neste chidon e, além disso, não se sabe com
exatidão tudo que poderá acontecer.
Uma das mudanças mais radicais que podem ocorrer é o derretimento
das calotas polares. É importante entender que pelo fato de que a Terra não ser
inteiramente redonda (é mais achatada nos Pólos), o clima seria modificado de
forma mais brusca nestes lugares. Se a temperatura aumentar 1ºC no Equador,
nos Pólos a temperatura pode aumentar 6ºC. Isto faria (já está fazendo na
verdade) com que o gelo que há milhões de anos esteve fora dos oceanos,
voltasse ao estado líquido, aumentando o volume d’água na Terra. O
derretimento das geleiras pode acarretar uma verdadeira desordem natural.
Para começar, todos os mares elevariam o nível, submergindo as áreas
que chamamos de costeiras (onde, por sinal, estão as maiores cidades e
populações do mundo). Esta “nova água” lançada no mar é mais fria e não é
salgada. Este fato criaria novas correntes marítimas que destruiriam o sistema
atual das correntes, essencial para muitos seres vivos (as correntes marítimas
podem aquecer todo um continente, ou nortear a migração de espécies inteiras)
Além disso, o gelo é branco, o que reflete a luz do Sol – na verdade, o fato de
termos calotas de gelo esfria o planeta inteiro, pois funcionam como espelhos do
calor. Porém, diferentemente do gelo, a água é um dos maiores armazenadores
de calor da Natureza. A conta é simples: estamos aquecendo o planeta e
derretendo o gelo, gelo derretido aquece ainda mais a Terra, acelerando o
processo (ainda mais que, quando quente, a água se expande e, logo, se os
oceanos ficarem quentes, o nível do mar subirá mais). Quanto a isso ainda há o
Permafrost. Permafrost é um tipo de solo congelado muito presente na Ásia
(principalmente na Sibéria) Este solo é um grande cofre de metano, um
poderoso gás estufa. Se este solo derreter, a quantidade de metano na
atmosfera será maior que nunca, acelerando mais ainda o aquecimento global.
A velocidade do derretimento é incrível: em 1980, a área do Pólo Norte no
verão fora de 10 milhões de metros quadrados; em 2007 a área não passou de 4
milhões. O órgão oficial na ONU que estuda as mudanças climáticas, o PIMC
(Painel Internacional das Mudanças Climáticas, ou IPCC, em inglês) afirmou que
dificilmente, em 2050, algum gelo permanecerá no verão do Pólo Norte.
Lembrando que um metro de gelo reflete 80% da luz e um metro de água reflete
somente 20%, aumentando significativamente a temperatura da Terra. Se o nível
do mar subir, provavelmente a água salgada irá invadir muita das principais
reservas de água potável do mundo, reduzindo ainda mais a parcela de 1% da
água que podemos beber.
Outra consequência previsível seria a mudança brusca e violenta do clima
nas diferentes regiões do planeta. Os furacões, por exemplo, são sempre
catalogados de acordo com sua força (os “F1” são os mais fracos e os “F5” são
os mais fortes) e nos últimos 30 anos, os furacões F5 deixaram de ser 20% das
tempestades e passaram a ser 35%. Isto se deve pelo fato de que os furacões
mais potentes se formam quando as águas do oceano estão quentes, com o
aquecimento global, portanto, o número de tempestades devastadoras também
aumenta.
Em alguns lugares do planeta, as chuvas se tornarão mais freqüentes,
pois quanto maior a temperatura, mais água dos mares evapora, formando mais
nuvens. Este aumento pode causar muito estrago provocando seguidas
enchentes e erosão do solo. Em contra partida, outras regiões do planeta
entrarão em estações cada vez mais secas, ficando cada vez mais vulneráveis a
incêndios devastadores (estes incêndios só depositariam mais gases estufa na
atmosfera).
Há ainda outra possível consequência causada pelo aquecimento global
sobre os oceanos: estes são responsáveis por absorver parte do gás carbônico
da atmosfera, prendendo-o sob a água. Se a concentração deste gás subir muito
no ar, a concentração no mar também irá aumentar o que tornará a água mais
ácida (é como reage o gás carbônico na água) o que desequilibraria o balanço
químico dos oceanos afetando diretamente todos os animais que neles residem
e indiretamente toda a vida na Terra. Os corais são altamente dependentes de
um balanço químico perfeito do oceano e se estes se tornarem mais ácidos, os
corais correriam o perigo de morrer o que é um problema já que são o habitat da
maior biodiversidade nos mares
Pensando no Futuro________________________
Agora, para finalizar, mostraremos diferentes
pretendem contornar esta crise que começamos a viver.
pensamentos
que
Existem infinitas opiniões de como a humanidade pode contornar esta
crise. Cientistas, filósofos, empresários, educadores, políticos... Todos mantém
sua visão particular sobre os problemas que causamos à Natureza e como
devemos tentar curá-la. Óbvio que não podemos mostrar aqui todas as opiniões
que existem, mas vamos, de novo, tentar botar opiniões que são importantes e
que estão influenciando o mundo atualmente.
Para simplificar, vamos trazer duas grandes correntes de pensamento
ambientalista. Entendemos que as diferentes vertentes do ambientalismo
estarão próximas de pelo menos uma destas ideias que apresentaremos. São
elas a Ecologia Profunda e o Desenvolvimento Sustentável.
O Desenvolvimento Sustentável
Surgido nos anos 1980, com o relatório Brudtland, como já dissemos, o
termos “desenvolvimento sustentável” tem como definição principal “o
desenvolvimento capaz de garantir as necessidades das gerações futuras”.
Primeiramente, vamos tentar entender esta expressão por partes.
“Desenvolvimento” é uma palavra que faz muito sentido para nós que vivemos
no século XXI. As sociedades, hoje, tendem fortemente a acreditar que o avanço
das tecnologias, da Ciência e da Economia necessariamente levará o homem
para um lugar melhor. Este “caminhar” para uma situação melhor é o que
tradicionalmente chamamos de progresso ou desenvolvimento. “Sustentável”
não diz respeito a “ser melhor e mais rico”, como “desenvolvimento”, mas sim a
fazer as coisas de uma maneira que assegure o futuro; sustentável é tudo aquilo
que poderá ser feito para sempre, pois garante possibilidades no futuro.
Portanto, Desenvolvimento Sustentável seria o progresso (como
acreditamos nele hoje) que permita que, no futuro, ainda exista progresso. Na
prática, basicamente, o desenvolvimento sustentável tenta ADAPTAR os
diferentes agentes de nossa sociedade atual para que consigam se manter no
futuro.
Por exemplo, no ideal do desenvolvimento sustentável, no futuro,
as empresas continuariam a trabalhar e produzir como hoje, só que este
processo e os produtos fabricados seriam “amigáveis” com a Natureza, não a
agredindo, mas respeitando seus limites.
Para se alcançar este estágio, a humanidade necessitaria rever seus
conceitos e se planejar. A ideia principal seria substituir a quantidade pela
qualidade, fazendo com que cada pessoa necessitasse comprar menos durante
a vida e, portanto, gastar menos matéria prima.
Ecologia Profunda
Diferentemente dos defensores do Desenvolvimento Sustentável, as
correntes que auto-determinam pertencentes da Ecologia Profunda não pregam
a adaptação, mas a recriação das sociedades humanas. Estas ideias,
basicamente, questionam o que é desenvolvimento. Afirmando que acumular
dinheiro e materiais não necessariamente desenvolve/progride uma pessoa/uma
sociedade/um país; os ecologistas desta corrente de pensamento afirmam que o
único jeito de salvarmos nossas peles seria mudando radicalmente nosso
cotidiano.
Para a Ecologia Profunda, diante do tamanho e seriedade da crise
ambiental, o homem deve acordar e perceber que o problema não está em
nosso cotidiano, mas na nossa maneira de ver o mundo e em nossa ideia do que
é se desenvolver e progredir. Para ela, é necessário que o homem volte a suas
origens, quando era integrado à Natureza e desta usufruía sem destruí-la. Na
prática, a Ecologia Profunda defende que homem e Natureza se tornem um só
novamente e, para isso, a humanidade precisaria abrir mão de muitos confortos
de hoje (como o carro) e precisaria reaprender a se virar sozinha na Natureza
(aprender a plantar, construir, etc).
A maioria das pessoas se inclina quase que naturalmente para as ideias
de Desenvolvimento Sustentável por ser significantemente menos radical e ser
mais realista. Porém não devemos descartar a importância dos questionamentos
que a Ecologia Profunda luta para assinalar aos olhos da humanidade: o que é
realmente o desenvolvimento? Não temos a responsabilidade de entregar um
mundo às novas gerações melhor do que o que nos foi entregue? Não será o
sistema todo que está causando a crise? É suficiente se adaptar? Não é preciso
reinventar a sociedade?
Existem ainda pensamentos que não podem propriamente ser encaixados
em nenhum destas grandes correntes. Trazemos o exemplo de uma: a
Permacultura.
A Permacultura é uma nova forma e entender o mundo, onde cada ser
vivo tem uma função específica no seu meio e não pode ser retirado dele.
Permacultura vem da junção das palavras agricultura e permanente, pois diz que
se o homem entender a Natureza e seus preceitos, ele poderá utilizá-la ao invés
de extraí-la e, portanto, será para sempre. Este pensamento não é que nem o
Desenvolvimento Sustentável, pois não prega uma simples adaptação de nosso
sistema atual, mas tão pouco é Ecologia Profunda, pois não levanta a bandeira
de abdicar da tecnologia nem da ciência.
Agora, para acabar, citaremos algumas formas de mudar o cotidiano para
contribuir com os esforços de superar a crise de uma maneira inteligente
 Não deixe torneiras abertas, não tome banhos muito demorados, evite o
uso de banheiras, sempre de preferência ao balde e pano à mangueira
quando for limpar algo grande. A água é mal distribuída e escassa no
mundo, se desperdiçarmos água limpa e encanada estaremos
comprometendo ainda mais o futuro e decretando uma crise da água
maior ainda;
 Reduza o consumo de carne o quanto puder. A criação descontrolada de
animais para o abate é responsável por mais de 30% das emissões de
gases estufa (e se você contar todas as emissões devido ao transporte e
armazenamento da carne, esse número cresce ainda mais, colocando a
carne como principal agente do aquecimento global);
 Ande o menos possível de carro, dê preferência para transportes
autosustentáveis, como a bicicleta, ou para transportes públicos. A
queima de gasolina (que é feita de petróleo) é também um dos maiores
agentes do aquecimento global. O carro é inimigo da Natureza pois
transporta poucas pessoas e, para isso, gasta muita gasolina. Um ônibus
cheio (40 pessoas) emite muito menos gases e ocupa muito menos
espaço na cidade do que 40, 20 ou 10 carros;
 Troque as lâmpadas de sua casa por lâmpadas fluorescente ou de LED.
Estas lâmpadas consomem muito menos energia e, portanto, reduziriam
as emissões de sua casa;
 Limpe os filtros de seu ar-condicionado e não o ligue quando
desnecessário. Ele é um dos principais consumidores de energia em
nossas casas;
 Use papel reciclado, tem menos impacto sobre a Natureza;
 Recicle;
 Dê preferência a produtos que foram feitos por aqui: quanto mais
transportes, maior o impacto;
 Desligue seus aparelhos eletrônicos da tomada, eles continuam
consumindo mesmo desligados;
 Plante! Árvores e comida! Isso evita MUITAS emissões de gases estufa;
 Leia a luz do Sol, use o varal ao invés da secadora: existem coisas que a
Natureza nos fornece, mas esquecemos constantemente disso;
 Evite qualquer coisa de plástico (como garrafinhas de água mineral) que
seja descartável. O plástico é a maior fonte de lixo da humanidade e
normalmente leva mais de meio século para se decompor no meio
ambiente.
 Compre comida orgânica o máximo possível. A comida orgânica
costumas capturar muito mais gases estufa da atmosfera do que a
plantação em fazendas grandes;
 Evite comprar produtos que tem muitas embalagens. A maioria das vezes
é mais plástico sem utilidade;
 Não seja consumista! Quando compramos algo que realmente não
precisamos, estamos juntando material que um dia teremos que nos
desfazer. Um consumista normalmente não pesquisa as fontes de onde
compra, o que o faz ser um contribuidor, muitas vezes, de empresas e
indústrias que agridem violentamente a Natureza.
BEHATZLACHÁ!
BOA SORTE!
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