curso disciplina professor - ajes - pós

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CURSO
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E
EDUCACIONAL
DISCIPLINA
EDUCAÇÃO PSICOMOTORA
PROFESSOR
MS. CELESTINO DIAMAKETO NANIZAYA
FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
Pós-Graduação Lato Sensu em PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCAIONAL
Prof. MS. CELESTINO DIAMAKETO NANIZAYA
A EDUCAÇAO PSICOMOTORA
Prof. Ms. Celestino Nanizaya.
1. Introdução.
A Psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades que desenvolve a motricidade
da criança, visando ao conhecimento e ao domínio do seu próprio corpo. Por isso dizemos que a mesma
é um fator essencial e indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança. A estrutura da
Educação Psicomotora é a base fundamental para o processo intelectivo e de aprendizagem da
criança. O desenvolvimento evolui do geral para o específico; quando uma criança apresenta
dificuldades de aprendizagem, o fundo do problema, em grande parte, está no nível das bases do
desenvolvimento psicomotor.
Durante o processo de aprendizagem, os elementos básicos da psicomotricidade são utilizados com
freqüência. O desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação
Temporal e Pré-Escrita são fundamentais na aprendizagem; um problema em um destes elementos irá
prejudicar uma boa aprendizagem.
O ato antecipa a palavra, e a fala é uma importante ferramenta psicológica organizadora. Através da
fala, a criança integra os fatos culturais ao desenvolvimento pessoal. Quando, então, ocorrem falhas no
desenvolvimento motor poderá também ocorrer falhas na aquisição da linguagem verbal e escrita.
Faltando a criança um repertório de vivências concretas que serviriam ao seu universo simbólico
constituído na linguagem, conseqüentemente, afetando o processo de aprendizagem. A criança, cujo
desenvolvimento psicomotor é mal constituído, poderá apresentar problemas na escrita, na leitura,
na direção gráfica, na distinção de letras (ex: b/d), na ordenação de sílabas, no pensamento abstrato
(matemática), na análise gramatical, dentre outras.
A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como:
- dominância manual já estabelecida;
- conhecimento numérico para saber quantas sílabas formam uma palavra;
- movimentação dos olhos da esquerda para a direita que são os adequados para escrita;
- discriminação de sons (percepção auditiva);
- adequação da escrita às dimensões do papel, bem como proporção das letras e etc;
- pronúncia adequada das letras, sílabas e palavras;
- noção de linearidade da disposição sucessiva das letras e palavras;
- capacidade de decompor palavras em sílabas e letras;
- possibilidade de reunir letras e sílabas para formar palavras e etc.
Atualmente, a sociedade do conhecimento e da informação exige cada vez mais rapidez na atividade
intelectual, prescindindo da atividade motora, é claro que as conseqüências se apresentam no tempo. E
na educação?
A escola ainda mantém o caráter mecanicista instalado na Educação Infantil, ignorando a
psicomotricidade também nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Os professores, preocupados com
a leitura e a escrita, muitas vezes não sabem como resolver as dificuldades apresentadas por alguns
alunos, rotulando-os como portadores de distúrbios de aprendizagem. Na realidade, muitas dessas
dificuldades poderiam ser resolvidas na própria escola e até evitadas precocemente se houvesse um
olhar atento e qualificado dos agentes educacionais para o desenvolvimento psicomotor.
Entendemos hoje que a psicomotricidade, oportunizando as crianças condições de desenvolver
capacidades básicas, aumentando seu potencial motor, utilizando o movimento para atingir aquisições
mais elaboradas, como as intelectuais, ajudaria a sanar estas dificuldades.
Neuropsiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos têm insistido sobre a importância capital do
desenvolvimento psicomotor durante os três primeiros anos de vida, entendendo que é nesse período o
momento mais importante de aquisições extremamente significativas a nível físico. Aquisições que
marcam conquistas igualmente importantes no universo emocional e intelectual.
Aos três anos as aquisições da criança são consideráveis e possui, então, todas as coordenações
neuromotoras essenciais, tais como: andar, correr, pular, aprender a falar, se expressar, se utilizando de
jogos e brincadeiras. Estas aquisições são, sem dúvida, o resultado de uma maturação orgânica
progressiva, mas, sobretudo, o fruto da experiência pessoal e são apenas parcialmente, um produto da
educação. Estas foram obtidas e são complementadas progressivamente ao tocar, ao apalpar, ao andar,
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ao cair, ao comparar, por exemplo, e a corticalização, em si mesma, “é uma estreita função das
experiências vivenciadas”. (Koupernik)
Esta ligação estreita entre maturação e experiência neuromotora, segundo Henri Wallon passa por
diferentes estados:
• Estado de impulsividade motora - onde os atos são simples descargas de reflexos;
• Estados emotivos - as primeiras emoções aparecem no tônus muscular. As situações são conhecidas
pela agitação que produzem, evidenciando uma interação da criança com o meio;
• Estado sensitivo-motor - coordenação mútua de percepções diversas (adquire a marcha, a preensão e
o desenvolvimento simbólico e da linguagem);
• Estado projetivo - mobilidade intencional dirigida para o objeto. Associa à necessidade do uso de
gestos para exteriorizar o ato mental (inteligência prática e simbólica).
Do ato motor à representação mental, graduam-se todos os níveis de relação entre o organismo e o
meio (Wallon). O desenvolvimento para Wallon é uma constante e progressiva construção com
predominância afetiva e cognitiva.
Na segunda infância, surgem em funcionamento territórios nervosos ainda adormecidos, processos da
mielinização; as aquisições motoras, neuromotoras e perceptivo-motoras efetuam-se num ritmo rápido:
tomada de consciência do próprio corpo, afirmação da dominância lateral, orientação em relação a si
mesmo, adaptação ao mundo exterior.
Este período de 3-4 a 7-8 anos é, ao mesmo tempo, o período de aprendizagens essenciais e de
integração progressiva no plano social.
Segundo Wallon, nesse período outras fases estarão presentes e assim as descreve:
- Estado de personalismo – formação da personalidade que se processa através das interações sociais,
reorientando o interesse da criança com as pessoas, predominância das relações afetivas;
- Estado categorial – observa-se progressos intelectuais, o interesse da criança para as coisas, para o
conhecimento e as conquistas do mundo exterior, imprimindo suas relações com o meio, com
predominância do aspecto cognitivo.
Trata-se do período escolar, onde a psicomotricidade deve ser desenvolvida em atividades
enriquecedoras e onde a criança de aprendizagem lenta terá que ter, ao seu lado, adultos que
interpretem o significado de seus movimentos e expressões, auxiliando a na satisfação de suas
necessidades.
Na educação infantil, a prioridade deve ser ajudar a criança a ter uma percepção adequada de si
mesma, compreendendo suas possibilidades e limitações reais e ao mesmo tempo, auxiliá-la a se
expressar corporalmente com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências
motoras.
O movimento e sua aprendizagem abrem um espaço para desenvolver:
• Habilidades motoras além das dimensões cinéticas, que levem a criança aprender a conhecer seu
próprio corpo e a se movimentar expressivamente;
• Um saber corporal que deve incluir as dimensões do movimento, desde funções que indiquem estados
afetivos até representações de movimentos mais elaborados de sentidos e idéias;
• Oferecer um caminho para trocas afetivas;
• Facilitar a comunicação e a expressão das idéias;
• Possibilitar a exploração do mundo físico e o conhecimento do espaço;
• Apropriação da imagem corporal;
• Percepções rítmicas, estimulando reações novas, através de jogos corporais e danças;
• Habilidades motoras finas no desenho, na pintura, na modelagem, na escultura, no recorte e na
colagem, e nas atividades de escrita.
Os materiais que colaboram para as experiências motoras podem incluir:
• Túneis para as crianças percorrerem;
• Caixas de madeira;
• Móbiles;
• Materiais que rolem e onde as crianças possam entrar;
• Instrumentos musicais ou geradores de som (bandinhas de diversos objetos etc.);
• Cordas;
• Bancos, sacos de diversos tamanhos, pneus, tijolos;
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• Espelhos, bastões, varinhas;
• Papéis de todos os formatos;
• Giz, lápis, canetas hidrográficas (de diversos tamanhos);
• Elásticos e outros.
Enfim, estimular atividades corporais, para além da sala de aula, propiciando experiências que
favorecerão a motricidade fina, auxiliariam os alunos de ritmo normal e os de aprendizagem lenta a
vencer melhor os desafios da leitura e da escrita.
Além disso, pode ser destacado o fato de que as brincadeiras e os jogos são importantes no mundo da
fantasia da criança, que torna possível transcender o mundo imediatamente disponível, diretamente
perceptível. O mundo perceptível das pessoas é sempre um mundo significativo, isto é, sempre um
mundo interpretado por alguém e, portanto, singular e subjetivo tal como a escrita.
As crianças estão sempre em movimento, se deslocando entre ações incertas, aleatórias, em função de
sua curiosidade com o mundo, para a construção de interesses próprios mais claros. A escola pode
aproveitar esse movimento ou, então, pode inibi-lo de tal modo que desencoraje a criança em sua
pesquisa com o meio.
A atitude da escola frente à espontaneidade do movimento de cada criança poderá senão determinar,
pelo menos influenciar fortemente o rumo do processo de aprendizagem da criança. A escola que
trabalha com especial atenção para o desenvolvimento psicomotor da criança tende a contribuir no
bom aprendizado.
A educação psicomotora nas escolas visa desenvolver uma postura correta frente à aprendizagem de
caráter preventivo do desenvolvimento integral do indivíduo nas várias etapas de crescimento.
A educação psicomotora ajuda a criança a adquirir o estágio de perfeição motora até o final da
infância (7-11 anos), nos seus aspectos neurológicos de maturação, nos planos rítmico e espacial, no
plano da palavra e no plano corporal.
Os princípios do RITMO — TÔNUS — DINÂMICA CORPORAL obedecem às leis:
• Céfalo-caudal;
• Próximo-distal.
O equilíbrio dos opostos será a psicomotricidade.
PSICO : intelectual (cognitivo), emocional (querer), mental (intenção), movimento, gesto +
MOTRICIDADE
Fatores psicomotores e as atividades a serem trabalhadas na Educação Psicomotora. (Luria e Costallat):
1. Atividade Tônica: Tonicidade; Equilíbrio.
2. Atividade Psicofuncional: Lateralidade; Noção do corpo; Estruturação espaço corporal.
3. Atividade de Relação: Memória corporal.
Portanto, para a psicomotricidade interessa o indivíduo como um todo, procurando auxiliar se um
problema está no corpo, na área da inteligência ou na afetividade, então, definir quais atividades devem
ser desenvolvidas para superar tal problema.
É comum, nas escolas, crianças com distúrbios psicomotores. Embora aparentemente normais muitas
vezes são incapazes de ler ou escrever, apresentando vários outros problemas que interferem no
processo escolar. Pode até ser gerado por uma disfunção cerebral mínima, por um problema físico ou
até mesmo emocional.
O ideal seria que todos os educadores tivessem como alicerce para as suas atividades a
psicomotricidade, pois fariam com que as crianças tivessem liberdade de realizar experiência com o
corpo, sendo indispensável no desenvolvimento das funções mentais e sociais.
Desenvolvendo, assim, pouco a pouco, a confiança em si mesma e o melhor conhecimento de suas
possibilidades e limites, condições necessárias para uma boa relação com o mundo. É interessante levar
a criança a expor fatos vivenciados, com a finalidade de estabelecer uma ligação entre o imaginário e o
real.
Na escola, é importante que se leve em consideração os aspectos.
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1. Socioafetivo: Favorecer sua auto-imagem positiva, valorizando suas possibilidades de ação e
crescimento à medida que desenvolve seu processo de socialização e interage com o grupo
independente de classe social, sexo ou etnia;
2. Cognitivo: Acreditar que, através das descobertas e resoluções de situações, ele constrói as noções e
conceitos. Enfrentando desafios e trocando experiências com os colegas e adultos, ele desenvolve seu
pensamento;
3. Psicomotor: Através da expansão de seus movimentos e exploração do corpo e do meio a sua volta.
Realizando atividades que envolvam esquema e
imagem corporal, lateralidade, relações têmporoespaciais.
O professor não deverá esquecer que o material de seu trabalho é o seu aluno. Portanto, não deverá
preocupar-se apenas em preparar o ambiente escolar com cartazes, painéis, faixas. Mas em preparar a
si mesmo. É necessário que ele conheça seu aluno, torne-se seu amigo.
É a partir de uma relação autêntica e de confiança estabelecida entre professor e aluno que se poderão
propor dinâmicas que auxiliem o desenvolvimento infantil, contribuindo na capacidade de expressão e
de habilidades motoras das crianças.
A autenticidade e a cumplicidade das relações no campo educacional, que podem ocorrer
espontaneamente favorecem enormemente o desenvolvimento das habilidades psicomotoras de forma
motivante e altamente significativa, facilitando assim, a aprendizagem e o desenvolvimento global das
crianças.
Para que haja intercâmbio entre professor X aluno X aprendizagem, o trabalho da psicomotricidade é da
mais valiosa função, tanto no maternal como na pré-escola e alfabetização, por haver um estreito
paralelismo entre o desenvolvimento das funções psíquicas que são as principais responsáveis pelo bom
comportamento social e acadêmico do homem.
É inegável que o exercício físico é muito necessário para o desenvolvimento mental, corporal e
emocional do ser humano e em especial da criança. O exercício físico estimula a respiração, a circulação,
o aparelho digestivo, além de fortalecer os ossos, músculos e aumentar a capacidade física geral, dando
ao corpo um pleno desenvolvimento.
2..PSICOMOTRICIDADE
O LÚDICO NA ELABORAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Evandro Luís Corrêa Rodrigues
O desenvolvimento da psicomotricidade faz-se através da evolução da criança, na sua troca com o
meio, numa conquista que aos poucos vai ampliando sua capacidade de adaptar-se as necessidades
comuns.
Destacamos assim, alguns fatores da psicomotricidade que são de importância para o professor: a
percepção, esquema corporal e lateralidade.
O brincar como atividade livre e espontânea é responsável pelo desenvolvimento físico, moral e
cognitivo, e os dons dos brinquedos como objetos que subsidiam as atividades infantis.
Sendo assim, é importante ao educador ter consciência de que o “brincar” é uma necessidade
interior da criança e por conseguinte, a necessidade de brincar é inerente ao desenvolvimento.
PALAVRAS-CHAVE: psicomotricidade, lúdico, elaboração da aprendizagem, atividades infantis,
consciência do brincar.
PSICOMOTRICIDADE
O LÚDICO NA ELABORAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Entendemos a psicomotricidade como a ciência que tem como objeto de estudo o homem
através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem
como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo
mesmo.
Após analise na formação dos professores da Associação Educacional Dom Bosco,
observou-se a importância que há para os futuros educadores, o conhecimento que o
movimento, conciliado com o intelecto e a afetividade têm na elaboração da aprendizagem
da criança.
A preocupação do professor não deve ser somente em transmitir conteúdos, mas educar
com carinho, com amor. Educar para a vida. “É condição, porém, que ninguém busque o
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magistério sem amar o humano”. (TELLES, 2003, p. 28)
Desse modo, a psicomotricidade como ciência da educação, procura educar o movimento
ao mesmo tempo em que desenvolve as funções da inteligência.
Graduado em Educação Física pela ESEFIC, pós-graduado em Psicomotricidade e Psicopedagogia
pela AEDB, professor de Jogos e Recreação e Psicomotricidade no curso Normal Superior da
mesma instituição.
Esse trabalho visou contribuir na formação dos educadores, e de todos que atuam na área
educacional, primando pela construção de uma teoria embasada nos grandes nomes da área,
mas também propiciando a elaboração de atividades práticas que tragam cada vez mais a
possibilidade de autonomia/conhecimento do professor em relação ao desenvolvimento do
aluno.
Com este trabalho tivemos por objetivo que estes profissionais se apropriassem da
importância da psicomotricidade na formação do indivíduo, bem como criar alternativas
para ampliar o repertório de atividades para um desenvolvimento de qualidade social.
Analisando através de conversas informais o discurso das futuras professoras (estudantes
do Normal Superior da AEDB), verificamos que estas sentem necessidade de aprofundar-se
em experiências lúdicas, tornando isso em estímulo para que sua prática se torne
enriquecida.
O professor a quem não é proporcionado o conhecimento da motricidade da criança termina
por deter-se somente aos aspectos cognitivos do desenvolvimento, não transcendendo o
momento do jogo/brincadeira.
Assim a formação do professor deve atender a três aspectos: teórico, pedagógico e pessoal.
O teórico consistiria em focalizar o desenvolvimento e a aprendizagem através do lúdico, a
partir de pensadores conceituados e de relato de experiências significativas na área.
O pedagógico consiste na vivência concreta, é a complementação da aprendizagem teórica.
Diferentemente dos métodos tradicionais (que priorizam a inteligência e o desempenho em
sala de aula), a proposta Walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma
cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo.
Elementos com afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo
plano. As atividades pedagógicas e os objetos, assim devem ser trabalhados de formas
variadas. Sendo assim, se a criança for trabalhada como um todo e não apenas o lado
cognitivo, ela naturalmente irá transmitir suas afetividades para frente, fazendo com que
sseu desenvolvimento se torne algo precioso e de grande importância.
O último é o pessoal, que se constitui das experiências individuais e de sua vivência. A
construção do eu na teoria de Wallon depende essencialmente do outro. Seja para
referência, seja para ser negado. Principalmente a partir do instante em que a criança
começa a viver a chamada crise da oposição em que a negação do outro funciona como
uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. Até mesmo a dor, o ódio e o
sofrimento são elementos estimuladores da construção do “eu”.
Dessa forma devemos proporcionar a esse aluno/professor a estimulação de uma
aprendizagem que seja constantemente analítica da prática.
Deve-se ressaltar , no trabalho da psicomotricidade, o papel do professor, que ao invés de
ensinar, de transmitir conhecimentos já estabelecidos, assumir o papel de facilitador do
desenvolvimento da capacidade de aprender, dando a criança tempo para as suas próprias
descobertas, oferecendo situações e estímulos cada vez mais variados, proporcionando
experiências concretas e plenamente vividas com o corpo inteiro, não deixar que sejam
transmitidas apenas verbalmente, para que ela própria possa construir seu desenvolvimento
global.
O professor não deverá esquecer que o material de seu trabalho é o seu aluno. Portanto,
não deverá preocupar-se apenas em preparar o ambiente escolar com cartazes, painéis,
faixas, mas a si mesmo. É necessário que ele conheça seu aluno, torne-se seu amigo.
Para que haja intercâmbio entre professor X aluno X aprendizagem, o trabalho da
psicomotricidade é da mais valiosa função, principalmente à partir do maternal como na
pré-escola e alfabetização, por haver um estreito paralelismo entre o desenvolvimento das
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funções psíquicas, do comportamento social e acadêmico do homem. A psicomotricidade
favorece a aprendizagem quando reconhece que diferentes fatores de ordem física, psíquica
e sociocultural atuam em conjunto para que se dê aprendizagem.
A psicomotricidade serve como ferramenta para todas as áreas de estudo voltadas para a
organização afetiva, motora, social e intelectual do indivíduo acreditando que homem é ser
ativo capaz de se conhecer cada vez mais e de se adaptar às diferentes situações e
ambientes.
Não negando uma visão neurológica do indivíduo por ser a base do estudo. Valoriza a
questão do toque, como forma de aproximação das pessoas como, por exemplo, no
relacionamento da mãe e bebê, e auxilia no desenvolvimento motor da criança que passa a
perceber o seu corpo em diferentes situações ou sensações, buscando desafios de forma
mais segura.
Quanto á parte mental, se a criança possui um bom controle motor, poderá explorar o
mundo exterior, fazer experiências concretas, adquirir várias noções básicas para o próprio
corpo desenvolvimento da mente, o que permitirá também tomar conhecimento do mundo
que a rodeia.
Quando o professor conscientizar-se de que a educação pelo movimento é uma peça mestra
da área pedagógica, que permite a criança resolver mais facilmente os problemas atuais de
sua escolaridade e a prepara, por outro lado, para sua existência futura de adulto, essa
atividade não mais ficará mais para segundo plano, sobretudo porque o professor constatará
que esse material educativo não verbal, constituído pelo movimento é, por vezes, um meio
insubstituível para afirmar certas percepções, desenvolver formas de atenção, pondo em
jogo certos aspectos da inteligência.
Emocionalmente, a criança conseguirá todas as possibilidades para movimentar-se e
“descobrir” o mundo, tornar-se feliz, adaptada, livre, socialmente independente. Para
educar o homem, é preciso que o ensinemos a dominar sua própria consciência e corpo com
senso de equilíbrio.
Assim nos aponta MALUF (2003,p.32), um professor que não gosta de brincar nunca irá
observar seus alunos vivenciando práticas lúdicas, e também não reconhecerá o valor das
brincadeiras na vida da criança.
Devemos pensar então, que para o desenvolvimento da psicomotricidade, é essencial o
espaço físico, a diversidade de material, jogos lúdicos, um ambiente arejado e agradável
para que as atividades psicomotoras possam ser desenvolvidas, atendendo ao grau de
necessidade de cada ser.
3.Arteterapia.
Arteterapia é um processo terapêutico que se serve do recurso expressivo a fim de conectar os mundos
internos e externos do indivíduo, através de sua simbologia. Variados autores definiram a Arteterapia,
todos com conceitos semelhantes no que diz respeito à auto-expressão. É a arte livre, unida ao processo
terapêutico, que transforma a Arteterapia em uma técnica especial.
A Arteterapia distingue-se como método de tratamento psicológico, integrando no contexto
psicoterapêutico mediadores artísticos. Tal origina uma relação terapêutica particular, assente na
interacção entre o sujeito (criador), o objecto de arte (criação) e o terapeuta. O recurso à imaginação,
ao simbolismo e a metáforas enriquece e incrementa o processo.
Origens
O uso de recursos artísticos com finalidades terapêuticas começa a ser incentivado no início do século
XIX, pelo médico alemão Johann Christian Reil, contemporâneo de Pinel. Este profissional estabeleceu
um protocolo terapêutico, com finalidade de cura psiquiátrica onde incluiu o uso de desenhos, sons,
textos para estabelecimento de uma comunicação com conteúdos internos. Estudos posteriores
traçaram relações entre Arte e Psiquiatria, sendo que um profissional que também utilizou o recurso da
arte aplicado à Psicopatologia foi Carl Jung, que passou a trabalhar com o fazer artístico, em forma de
atividade criativa e integradora da personalidade:
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"Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a
liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida" (Jung, 1920).
No Brasil, podem ser elencados os trabalhos desenvolvidos por Ulysses Pernambucano já no início do
século XX, trabalho que estimulou a escrita da monografia de Silvio Moura, apresentada em 1923 e
intitulada como "Manifestações artísticas nos alienados". Outro nome de importância é Osorio Cesar,
que desenvolveu sua prática e pesquisas no Hospital do Juquery, na cidade de Franco da Rocha-SP.
Publicou em 1929 o livro
"A expressão artística nos alienados", onde propõe uma forma de compreender as produções artísticas
destes indivíduos. No hospital é inaugurada, oficialmente, a Oficina de Pintura em 1923 e a Escola Livre
de Artes Plásticas em 1949. Outro nome importante no país é de Nise da Silveira, que desenvolveu seu
trabalho no Hospital Engenho de Dentro no Rio de Janeiro.
Quanto ao campo e nomeação das práticas realizadas no Brasil como Arteterapia, tem-se o início deste
campo por volta da década de 1960, com a vinda de Hanna Kwiatkowska. Hoje este campo se ampliou,
com a Arteterapia estando inserida em diversos campos e com a formulação, proposta pela União
Brasileira das Associações de Arteterapia - UBAAT, de critérios mínimos que norteiam a formação deste
profissional.
Conceitos
A prática da Arteterapia pode ser baseada em diferentes referenciais teóricos, como a Psicanálise, a
Psicologia Analítica, a Gestalt-terapia, dentre outras abordagens advindas especialmente do campo da
Psicologia, que considera fundamental a compreensão do arteterapeuta acerca do ser humano. Desta
forma, os conceitos em Arteterapia diferenciam-se amplamente conforme a abordagem seguida pelo
arteterapeuta.
No caso da prática arteterapêutica pautada na Psicologia Analítica, aponta-se que, para Jung, a arte tem
finalidade criativa, e a energia psíquica consegue transformar-se em imagens e, através dos símbolos,
colocar seus conteúdos mais internos e profundos. De acordo com o pensamento junguiano, deve-se
observar os sonhos, pois são criações inconscientes que o consciente muitas vezes consegue captar, e
junto ao terapeuta pode-se buscar sua significação.
No volume XI de Obras Completas de Freud, ele relata que frequentemente experimentamos os sonhos
em imagens visuais, sentimentos e pensamentos, sendo mais comum na primeira forma. E parte da
dificuldade de se estimar e explicar sonhos deve-se à dificuldade de traduzir essas imagens em palavras.
Muitas vezes, quando as pessoas sonham, dizem que poderiam mais facilmente desenhá-los que
escrevê-los. De acordo com escritos freudianos, as imagens escapam com mais facilidade do superego
do que as palavras, alojando-se no inconsciente e por este motivo o indivíduo se expressa melhor de
forma não verbal. A necessidade da comunicação simbólica origina-se deste pressuposto, como forma
de auto-conhecimento no tratamento terapêutico. Quanto à Arteterapia de Orientação Psicanalítica, um
autor que traz importantes contribuições teóricas é Donald Woods Winnicott. Ele foi um pediatra e
posteriormente psicanalista inglês que desenvolveu uma teoria sobre o desenvolvimento emocional que
dava grande importância para a criatividade como um elemento atrelado à Saúde. Além disto, instaurou
o recurso do grafismo nos atendimentos que realizada, denominando a técnica criada como Jogo do
Rabisco. É um autor que dá grande importância para a relação estabelecida entre paciente e terapeuta,
mais do que para a verbalização de interpretações dos possíveis conteúdos inconscientes que podem
estar presentes nas produções.
Partindo do princípio de que muitas vezes não se consegue falar a respeito de conflitos pessoais, a
Arteterapia propõe recursos artísticos para que sejam projetados e analisados todos esses processos,
obtendo-se uma melhor compreensão de si mesmo, e podendo ser trabalhados no intuito de uma
libertação emocional.
A Arteterapia baseia-se na crença de que o processo criativo envolvido na actividade artística é
terapêutico e enriquecedor da qualidade de vida das pessoas. Por meio do criar em arte e do reflectir
sobre os processos e os trabalhos artísticos resultantes, pessoas podem ampliar o conhecimento de si e
dos outros, aumentar a auto-estima, lidar melhor com sintomas, stress e experiências traumáticas,
desenvolver recursos físicos, cognitivos, emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico.
As linguagens plásticas, poéticas e musicais, dentre outras, podem ser mais adequadas à expressão e
elaboração do que é apenas vislumbrado, ou seja, esta complexidade implica na apreensão simultânea
de vários aspectos da realidade. Esta é a qualidade do que ocorre na intimidade psíquica: um mundo de
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Pós-Graduação Lato Sensu em PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCAIONAL
Prof. MS. CELESTINO DIAMAKETO NANIZAYA
constantes percepções e sensações, pensamentos, fantasias, sonhos e visões, sem a ordenação moral da
comunicação verbal do cotidiano.
Uma obra de arte consegue, por si só, transmitir sentimentos como alegria, desespero, angústia e
felicidade, de maneira única e pessoal, relacionadas ao estado espiritual em que se encontra o autor no
momento da criação.
A utilização de recursos artísticos (pincéis, cores, papéis, argila, cola, figuras, desenhos, recortes, etc.)
tem como finalidade a mais pura expressão do verdadeiro self, não se preocupando com a estética, e
sim com o conteúdo pessoal implícito em cada criação e explícito como resultado final. Contudo, as
técnicas de utilização dos materiais, acima citados, são para simples manuseio dos mesmos, e não para
profissionalização ou comercialização.
Objetivos
A Arteterapia tem como principal objetivo atuar como um catalisador, favorecendo o processo
terapêutico, de forma que o indivíduo entre em contato com conteúdos internos e muitas vezes
inconscientes, normalmente barrados por algum motivo, assim expressando sentimentos e atitudes até
então desconhecidos.
A Arteterapia resgata o potencial criativo do homem, buscando a psique saudável e estimulando a
autonomia e transformação interna para reestruturação do ser. Propõe-se então, a estruturação da
ordenação lógica e temporal da linguagem verbal de indivíduos que preferem ou de outros que só
conseguem expressões simbólicas. A busca da terapia da arte é uma maneira simples e criativa para
resolução de conflitos internos, é a possibilidade da catarse emocional de forma direta e não
intencional.
DESENHOS DE ARTE TERAPIA
Av. Gabriel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000
www.pos.ajes.edu.br – [email protected]
Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.
De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.
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