a realidade dos pacientes glaucomatosos e seus

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SOCIEDADADE DE ENSINO AMADEUS – SESA
FACULDADE AMADEUS – FAMA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA E LIBRAS
MARTA DOS SANTOS
A REALIDADE DOS PACIENTES GLAUCOMATOSOS E SEUS DESAFIOS
NOS DIAS ATUAIS
Aracaju - SE
2013
MARTA DOS SANTOS
A REALIDADE DOS PACIENTES GLAUCOMATOSOS E SEUS DESAFIOS
NOS DIAS ATUAIS
Artigo científico apresentado à
Faculdade Amadeus como trabalho
de conclusão de curso e requisito
básico para obtenção do título de
Especialista em Educação Inclusiva e
Libras
Orientadoras:
Profª. M.Sc. Giselia M. Varela e Silva
Profª. M.Sc. Alda Valéria Melo
Aracaju - SE
2013
I
A REALIDADE DOS PACIENTES GLAUCOMATOSOS E SEUS DESAFIOS
NOS DIAS ATUAIS
Autor: MARTA DOS SANTOS1
RESUMO
Este artigo apresenta uma pesquisa acerca da prevenção e combate ao
glaucoma. O objetivo desta pesquisa teve por finalidade conhecer a Realidade
dos Pacientes Glaucomatosos e seus Desafios nos Dias Atuais. Este estudo
trata-se de uma pesquisa bibliográfica que foi o passo inicial na construção
efetiva de um protocolo de investigação, onde se fez necessário fazer uma
revisão bibliográfica do tema apontado. Os resultados alcançados foram de um
melhor entendimento, conscientização, e da importância da prevenção e
combate do glaucoma. O glaucoma é uma doença de caráter hereditário, que
causa cegueira irreversível se não diagnosticada precocemente, o seu
tratamento consiste na utilização de colírios de uso contínuo, para uma melhor
eficácia no retardamento do avanço do glaucoma, e assim evitar a cegueira. O
ponto crítico desse artigo é de mostrar que a visão é um dos sentidos mais
importantes para nós seres humanos, onde a visão é capaz de focar várias
imagens ao mesmo tempo em parceria com nosso cérebro.
Palavras-Chaves: Prevenção; Glaucoma; Desafios.
1.
INTRODUÇÃO
O
presente
artigo
intitulado:
A
Realidade
dos
Pacientes
Glaucomatosos e seus Desafios nos dias Atuais surgiu após uma visita junto ao
IOCM – Instituto de Olhos Cristiano Mendonça, a partir da observação da
realidade dos pacientes glaucomatosos. Teve como objetivo geral conhecer a
Realidade dos Pacientes Glaucomatosos e seus Desafios nos dias Atuais. Esta
pesquisa partiu da vivência pessoal com a doença e a experiência vivenciada no
Marta dos Santos, Bacharel em Serviço Social, pela UNOPAR – Universidade Note do Paraná;
[email protected]
1
II
tratamento e acompanhamento do glaucoma no IOCM, e para dar um caráter
científico foram feitas pesquisas em livros, artigos afins ao tema.
Para
conhecimento prévio realizei breve histórico sobre o glaucoma; foram traçados
alguns objetivos específicos que nortearam esta pesquisa, tais como: verificar as
principais causas e fatores de risco do glaucoma; conhecer e investigar a história
do glaucoma e quais os tratamentos necessários; descobrir o trabalho
desenvolvido pelo IOCM - Instituto de Olhos Cristiano Mendonça voltada para a
prevenção e combate ao glaucoma.
O método científico é o caminho a ser seguido na pesquisa. Esta
pesquisa possui caráter qualitativo como meio de detectar fenômenos
importantes ligados ao objeto de estudo e capazes de revelar aspectos inerentes
à problemática. O método científico que norteou esta pesquisa foi dialético a
partir da preocupação cotidiana no combate e prevenção ao glaucoma, e esse
procedimento é consequente do bom senso vivido e observado, buscando a
formulação de paradigmas, o conhecimento científico, além de ater-se aos fatos,
é analítico, comunicável, verificável, organizado e sistemático, é também
explicativo.
Este trabalho justifica-se pela hegemônica demanda de pacientes
glaucomatosos e as dificuldades enfrentadas pela pessoa portadora de
deficiência visual numa condição que marca uma diferença entre cegos e não
cegos, onde a visão exerce um papel fundamental no processo de apresentação
do mundo. Esta justificativa pode ser também no sentido de ordem intelectual, o
conhecimento adquirido durante a pesquisa, inclusive no campo pesquisado
para que possa assim, chamar atenção para o combate e prevenção do
glaucoma.
2.
UM BREVE HISTÓRICO SOBRE O GLAUCOMA
Hipócrates descreveu pela primeira vez o glaucoma referindo que,
nessa doença, “a pupila se torna cor do mar, e a cegueira se instala”. A palavra
glaucoma vem do grego, γλαύκωμα, cujo significado é azul-esverdeado, isto
porque nas fases finais da doença, o olho adquiria em alguns casos a cor
esverdeada. (Susanna Jr., 2013, p. 05). Ainda de acordo com o autor o
III
GLAUCOMA é considerado uma neuropatia óptica progressiva (doença do nervo
óptico) caracterizada por alterações típicas do nervo e da camada de fibras
nervosas. Fibras nervosas são fibras que conduzem o estímulo luminoso. Elas
se encontram espalhadas na retina e ao se juntarem, formam o nervo óptico. O
glaucoma de ângulo aberto crônico se caracteriza pela perda da visão periférica
que não permite enxergar e/ou perceber objetos ao
redor.
O Glaucoma
raramente tem sintomas, e quando surge é porque já se encontra agudo. O que
causa transtorno e uma maior atenção ao tratamento indicado.
. O glaucoma é caracterizado pela lesão do nervo óptico,
acompanhado ou não de pressão ocular elevada e defeito do campo visual. A
pressão ocular é considerada o fator de risco mais importante no glaucoma, mas
não é sinônimo da doença. (Susanna Jr., 2013, p. 09)
Para os pacientes glaucomatosos, é importante saber o sobrenome
do glaucoma, ou seja, de que tipo ele é. Conforme o tipo de glaucoma, ele terá
um comportamento diferente. Essa caracterização dos tipos de glaucoma é
muito importante, pois há várias medicações que não devem ser usadas em
pacientes com glaucoma de ângulo fechado e que podem ser usadas sem
problemas em pacientes com ângulo aberto, e vice-versa. (Susanna Jr., 2013, p.
23). Ainda de acordo com o autor, o glaucoma está relacionado a uma doença
de pouco conhecimento, devido ser uma cronicidade que não possui sintomas,
e que só é detectada através de exames oftalmológicos específicos e
detalhados. Um líquido claro e aquoso circula dentro dos olhos, e sua produção
excessiva desse líquido, causa o que podemos chamar de inundação fazendo
com que a pressão se eleve, podendo causar danos irreversíveis ao nervo
óptico. O glaucoma é uma doença que não tem cura, transforma a vida de um
glaucomatoso numa realidade cruel, onde o seu psicológico e a sua vida pessoal
vivem em constantes batalhas. A fase inicial do diagnóstico da doença é
altamente desesperadora, devido à falta de conhecimento, e despreparo do
glaucomatoso em lidar com a situação. Logo abaixo destacamos imagens
relacionadas ao glaucoma com nervo óptico normal na figura 1, e do nervo
óptico glaucomatoso e na figura 2,
para da uma melhor visualização e um
melhor entendimento de como funciona, e das consequências adquiridas na
visão do paciente glaucomatoso.
IV
Nervo Óptico Normal
Nervo Óptico Glaucomatoso
Figura 1
Figura 2
Fonte: Sociedade Brasileira de Glaucoma
Se fizermos uma comparação da medicina e do tratamento do
glaucoma de 20 anos atrás, para os dias atuais a medicina teve um grande
avanço no combate e prevenção ao glaucoma, exames como o campo visual
que auxilia no diagnóstico da perda de visão periférica do glaucomatoso, é um
dos mais utilizados na medicina atual, ajudando no controle e ao estadiamento
(estágio) do glaucoma. (Suzanna Jr. 2013).
O combate e prevenção do
glaucoma tem um papel fundamental na qualidade de vida dos glaucomatosos,
fazendo com que o seu dia a dia seja mais tranquilo, lhes dando a oportunidade
de encarar, superar e vivenciar no campo profissional todos os desafios, as
dificuldades, barreiras, obstáculos, e dúvidas que surgem no dia a dia. A maior
dificuldade em conviver com o glaucoma é que com o passar do tempo a visão
vai se degradando, começa então a dificuldade em enxergar determinados
pontos, onde no campo profissional se torna uma batalha devido ao esforço
repetitivo na leitura, sem falar nos cuidados que o glaucomatoso deve ter com a
claridade excessiva do sol, porque é necessário o uso de óculos escuros para
proteção dos raios solares nos olhos. E principalmente conseguir se adaptar aos
efeitos colaterais causados pelos medicamentos que são utilizados no
tratamento do glaucoma, que dentre eles: a queda de cabelos no início do
tratamento, irritação constantes, arritmia cardíaca, mau humor, e constipação
intestinal.
Ao se reportarem às suas vidas após o diagnóstico do glaucoma, os
glaucomatosos, expressam uma mudança, a qual eles associam na maioria das
V
vezes ao glaucoma e, em menor proporção, muitas vezes de forma oculta, ao
envelhecimento. Mas, ao mesmo tempo, eles negam essa mudança, chegando
a afirmar que nada mudou, para os glaucomatosos cada dia vivenciado, é um
dia vitorioso, devido à insegurança, e o medo psicológico de deitar para dormir, e
correr o risco de acordar na escuridão. Porque o glaucoma é uma doença que
causa cegueira irreversível.
O glaucoma é mais frequente do que se imagina. Ele ocorre em 2%
dos pacientes da raça branca e em 7% dos de raça negra com mais de
40 anos, e em 3,5% dos brancos e 12% dos negros com mais de 70
anos. (Susanna Jr., 2013, p. 05)
Os sintomas do glaucoma geralmente são assintomático, daí a grande
importância em sua detecção precoce. A perda gradual da visão periférica (visão
tibular) é um estágio mais avançado e é irreversível, devido è lesão do nervo
óptico. O controle da PIO é importante porque sua elevação é o maior fator de
risco para o desenvolvimento da lesão do nervo óptico. Sabe-se que a PIO está
elevada ou não, por meio de um exame chamado tonometria. Existe um líquido
interno que circula na porção anterior do olho, chamado de humor aquoso.
Quando a drenagem deste líquido é prejudicada, ocorre uma elevação na
pressão dentro do olho. Logo abaixo relacionamos imagens do nervo óptico
afetado pelo glaucoma, e gradativamente da perda da visão periférica.
(Sociedade Brasileira de Glaucoma, 2009). Relacionamos as figuras 3 da visão
normal, e da visão com glaucoma na figura 4, para um melhor entendimento e
visualização do glaucoma e os danos causados ao nervo óptico, e o quanto o
glaucomatoso perde da visão periférica por causa do glaucoma.
Exemplo de Visão com Glaucoma: CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia
Figura 3
Figura 4
VI
É muito importante ressaltar que o glaucoma se não tratado
corretamente e com responsabilidade causa à cegueira irreversível, de maneira
silenciosa, somente com os exames oftalmológicos completos, e um
acompanhamento rigoroso pode estabilizar a pressão intraocular (PIO). O
glaucoma não tem cura, por isso para que a cegueira seja evitada é necessário
à compreensão, dedicação, e o amor pela visão.
A importância do glaucoma como doença e seu impacto na sociedade foi
confirmada pela criação do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, que em seu
Art. 1o: Fica instituído o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, a ser
comemorado no dia 26 de maio de cada ano, instituído pela Lei nº 10.456/2002,
promulgada pelo então Presidente da República Dr. Fernando Henrique
Cardoso. (D.O.U. de 14/05/2002, p. 4)
2
2.1
TIPOS DE GLAUCOMA
Existem mais de 25 tipos de glaucoma, abordaremos apenas os mais
comuns pela sua importância:

Glaucoma crônico de ângulo aberto - (o mais comum). Ocorre algum
problema com o canal de drenagem, fazendo que o fluido não seja drenado com
a rapidez adequada o que faz com que a pressão no interior do olho suba.

Glaucoma de ângulo fechado primário – Ao contrário de ângulo aberto,
os glaucomas de ângulo fechado costumam ser sintomáticos.

Glaucoma traumático – Ocorre após trauma ocular que pode levar a
lesão direta do sistema de drenagem ou indireta, causada pelo processo
inflamatório.

Glaucoma cortisônico – É um glaucoma secundário ao uso de cortisona,
geralmente em forma de colírios.
2
Drª Jane Palma Galrão Lima, Oftalmologista, CRM/2418/SE, do IOCM – Instituto de Olhos
Cristiano Mendonça, explica que, em 90% dos casos, está associado ao aumento da pressão
intraocular, que provoca a morte das células da retina, escavação do nervo óptico e redução do
campo visual.
VII

Glaucoma
inflamatório
–
Decorrem
de
processos
inflamatórios
intraoculares chamados uveítes.
Fonte: (Susanna Jr., 2013, p. 75, 79, 81, 83)
2.2 GLAUCOMA E O SEU DIAGNÓSTICO
No glaucoma, as camadas das fibras nervosas da retina
estão
danificadas e desaparecem, deixando uma escavação maior do nervo óptico,
torna-se mais espessa da periférica para o disco óptico e também assimétrica na
espessura ao redor do nervo óptico. Entre os exames utilizados para a
confirmação do diagnóstico do glaucoma estão o exame de campo visual, a
tonometria e o exame do disco óptico. Veja na tabela abaixo outros exames
diagnósticos do glaucoma. (Góes Viena, 2011, p. 111)
Exames Preventivos e de Detecção do Glaucoma
Quadro I: Fonte IOCM – Instituto de Olhos Cristiano Mendonça
Exame
Objetivo
Acuidade Visual
Detecta alterações na visão
Exame da pupila
Detecta lesão nas vias ópticas, incluindo
nervo óptico.
Exame com lâmpada de fenda
Avalia o interior e o exterior do olho
Tonometria
Confere a pressão intraocular
Fotografia do nervo óptico
Documenta a aparência do nervo óptico
Nervo óptico
Mede a escavação e palidez
Gonioscopia
Campo visual
Avalia o ângulo da câmara anterior
Verifica perda de campo visual
O exame de acuidade visual (campo visual) pode ser tanto central
como periférico: O campo central é medido a partir do ponto de fixação (0º até
30º de excentricidade). Tem uma região central e uma paracentral, já o campo
periférico é toda extensão da área, a partir de 30º de excentricidade. Tem uma
região central e uma paracentral. (Góes Viena., 2011, p. 18,).
As indicações para a realização de campo visual são:

Problemas oftalmológicos.

Palidez da papila do disco óptico
VIII

Hipertropias principalmente associadas a paralisia do nervo craniano.

Lesões retinianas da coroide.

Baixa visão inexplicável pelos métodos semiológicos comuns

Perda de campo notada principalmente pela referência do paciente de se
chocar com objetos ou a sua direita ou a sua esquerda ou ainda com
dificuldade de leitura (incapacidade de manter-se na mesma linha, até o
fim da leitura).

Para o glaucomatoso é de suma importância que a realização desses
exames preventivos sejam realizados de maneira eficaz, para que o seu
estágio
prevaleça, sem causar maiores danos a sua visão, e
consequentemente evitando assim , a cegueira que é irreversível.
Fonte: (Góes Viena, 2011, p. 20)
Tabela de Orientação Para Revisão do Glaucoma
Quadro II: Fonte Sociedade Brasileira de Glaucoma
Periodicidade dos Exames: PIO
Hipertensão
Glaucoma
Glaucoma
Glaucoma
Inicial
Moderado
Avançado
Visita (PIO)
06 a 12 meses
06 meses
04 meses
04 meses
Campo Visual
Documentação
do
Anual
06 a 12 meses
06 meses
04 meses
Anual
Anual
Anual
08 meses
CFN
Anual
Anual
08 meses
08 meses
Gonioscopia
Anual
Anual
Anual
Anual
Disco Óptico (DO)
2.3 Tratamento
O tratamento do glaucoma baseia-se exclusivamente em reduzir a
pressão ocular, tanto seus picos como a média durante o seguimento do
paciente glaucomatoso. O paradigma do glaucoma é usar inicialmente colírios
em forma isolada ou em combinações fixas de fármacos (duas ou mais
substâncias hipotensoras oculares em um mesmo frasco de colírio) dependendo
da pressão-alvo de cada paciente. (Susanna Jr., 2013).
Para a forma mais comum de glaucoma (ângulo aberto), há dois tipos
de medicamento mais indicados: Xalatan Colírio (latanoprosta), Xalacom
(latanoprosta, maleato de timolol)
IX
Os efeitos colaterais no uso contínuo dos colírios causam
aos
pacientes glaucomatosos diariamente queimação, prurido, ardor e sensação
local de corpo estranho, e ainda alterações do ritmo cardíaco ou da respiração.
Informações adquiridas vide bula completa dos medicamentos. (Medicinanet)
Góes Viena 2001, afirma que as drogas tendem a concentrar-se em
várias camadas da córnea, sendo uma parte degradada nesse nível, ao passo
que a outra porção é provisoriamente armazenada na córnea. Assim sendo, a
córnea funciona como depósito e como fator limitante para transferência da
droga ao aquoso. Ainda de acordo com o autor a perda de campo visual é
devido à morte
de células ganglionares e reduzindo a velocidade de morte
destas células, conceito este denominado de neuro-proteção, parece ser o único
caminho futuro. Para que sejam desenvolvidas drogas para a neuro-proteção, é
necessário que saiba o processo de morte as células ganglionares no glaucoma.
Existem apenas teorias de como isto ocorre. É importante notar que a
administração ocular das drogas pode levar a uma absorção sistêmica
substancial.
Não existe uma droga ideal para o tratamento do glaucoma ou
hipertensão ocular; devemos encontrar a droga ou associação de
drogas ideal para cada indivíduo, para isso é necessário estudar bem o
caso. (Góes Viena, 2001, p. 183)
Segundo Susanna Jr., a aplicação de colírios hipotensores oculares,
podem reduzir a quantidade de líquido que entra no olho, o humor aquoso, ao
aumentar o escoamento, ou ambos, a semelhança de uma pia semi-entupida,
diminuindo-se a água que sai da torneira ou aumentando-se a vazão pelo ralo,
evita-se que ela transborde. No glaucoma, a pressão está elevada e porque o
escoamento não é suficiente. É como o ralo ou encanamento da pia estivesse
entupido, reduzindo assim o ingresso de humor aquoso, reduz-se também a
pressão ocular. A eficácia do tratamento com colírio depende da disciplina do
paciente glaucomatoso. Estudos comprovam que menos da metade dos
pacientes com glaucoma utiliza as gotas de acordo com a recomendação
médica. O tratamento cirúrgico é deixado para última instância, pois, apesar da
alta sofisticação das técnicas clínica e cirúrgica, a falta de êxito de um
procedimento mais invasivo pode significar a perda total ou imediata da visão.
X
Porém, ele não deve ser retardado demais, pois as lesões causadas por um
tratamento clínico insuficiente são impossíveis de serem recuperadas.
Discute-se a indicação mais precoce da cirurgia nos casos em que o
paciente por problemas sociais, culturais ou econômicos, apresenta pouca
fidelidade ao tratamento.
Já a cirurgia de incisão ou trabeculoplastia ocorre à filtração do
glaucoma
podendo
resultar
numa
pressão
intraocular
muito
reduzida.
Frequentemente, os colírios deixam de ser necessários quando termina o
processo de cicatrização. Os resultados são positivos: mais de 75% dos
pacientes passam a ter a pressão intraocular devidamente controlada. (Suzanna
Jr. 2013, p. 45)
O autor afirma que a PIO é o principal fator de risco para o
desenvolvimento do glaucoma, o glaucoma é mais grave e de pior prognóstico
nos indivíduos da raça negra, a hereditariedade possui um papel importante
porque geneticamente falando, devido a um parente de primeiro grau pode ter
cerca de seis vezes mais chance de desenvolver a doença do que pessoas sem
antecedentes familiares de glaucoma.
O curioso é que os glaucomatosos que tem miopia, na sua grande
maioria houve a prevalência aumentada de miopia, causando ainda mais
transtornos e uma maior prevenção e cuidado com a visão.
Existem sete pecados capitais no glaucoma que são:

O primeiro pecado capital no glaucoma é não diagnosticá-lo

O segundo pecado é não detectar a progressão da doença

O terceiro pecado é não diferenciar o glaucoma de ângulo aberto dos
glaucomas de ângulo fechado e dos glaucomas secundários

O sexto pecado é não se iniciar o tratamento precocemente

O sétimo pecado consiste em não seguir as recomendações médicas
Fonte: Suzanna Junior, 2013
Os 10 mitos mais comuns sobre o glaucoma:

Todos os pacientes com glaucoma tem pressão ocular elevada

Eu enxergo muito bem e, portanto, não tenho glaucoma
XI

Eu sempre texto a minha visão periférica para saber se tenho glaucoma
ou não

Estilo de vida não influencia o glaucoma

Os exames para glaucoma são cansativos e chatos

A pressão ocular medida uma vez no consultório é suficiente

A minha pressão ocular está normal (abaixo de 21 mmHg) com o
tratamento

O glaucoma sempre leva a cegueira

O glaucoma tem cura

Existem poucas opções no tratamento do glaucoma
Fonte: Suzanna Jr., 2013
3. INSTITUTO DE OLHOS CRISTIANO MENDONÇA: Ações de Prevenção
O Instituto de Olhos Cristiano Mendonça – IOCM tem como maior
objetivo oferecer um Centro Especializado em Oftalmologia em que os alicerces
inabaláveis sejam a Seriedade, Competência, Tecnologia e Conforto. No
Instituto de Olhos, fundado em dezembro de 1993 por Dr. Cristiano Mendonça, a
competência e a sensibilidade profissional têm a tecnologia como importante
aliada.
Dentro de uma completa estrutura de atendimento oftalmológico, a
clínica tem equipamentos de última geração e centro cirúrgico com alto padrão
técnico. Isso permite a realização dos mais complexos procedimentos
oftalmológicos num ambiente confortável, tranquilo e familiar, e por se tratar de
um instituto especializado na prevenção e no combate ao glaucoma, o Instituto
possui em seu quadro clínico uma equipe qualificada, dentre eles destaca-se a
Drª Jane Palma Galrão Lima, especialista em glaucoma, Oftalmologista,
CRM/2418/SE.
XII
4. CONCLUSÃO
A significação do glaucoma se desenvolve e se configura no decurso
da
própria
constituição
emocional
e
das
experiências
dos
sujeitos,
reestruturando a sua condição subjetiva e a realidade em que vive. Ela é,
portanto, um processo que se constitui na intersubjetividade.
Para os
glaucomatosos, o glaucoma se torna uma doença traumática e de difícil
entendimento, no que diz respeito ao uso de colírios com horários restritos e
responsabilidade total com a própria visão.
O glaucoma se não tratado corretamente acarreta uma série de
complicações dentre elas a cegueira irreversível, o que seria um trauma terrível
para o glaucomatoso, é imprescindível que os profissionais de saúde tenham
uma dedicação específica no que diz respeito a prevenção, combate e
tratamento do glaucoma, fazendo com que o glaucomatoso tenha a
conscientização da gravidade e das consequências que acarretam na visão se o
tratamento for inadequado.
Dada à importância no mundo, principalmente por ser a maior causa
de cegueira irreversível como ainda assim pelo prejuízo econômico que causa
ao glaucomatoso, a necessidade da prevenção e combate ao glaucoma deve
ser tão somente uma obrigatoriedade e total responsabilidade do glaucomatoso.
O glaucoma é uma doença que não tem cura, transforma a vida de um
glaucomatoso numa realidade cruel, onde o seu psicológico e a sua vida pessoal
vivem em constantes batalhas, porque é difícil para um glaucomatoso assumir, e
aceitar que está perdendo gradativamente a sua visão.
Acreditamos que se tivéssemos uma política pública em saúde mais
eficiente, com mais qualidade e humanização no tocante ao portador do
glaucoma, definitivamente o tratamento e a prevenção seriam de mais
qualidade, mais empenho e humanização. Para o glaucomatoso com poder
aquisitivo econômico baixo, é desesperador devido aos preços elevados dos
beta-bloqueadores. O tratamento crônico do glaucoma, é especialmente
primordial, que requer uma atenção redobrada, e um entendimento e
compreensão do glaucomatoso.
Por fim, não convêm aqui considerações a guisa de conclusão. Nem é
a intenção desses ou de qualquer estudo ser conclusivo, o que importa é que a
XIII
partir dele se abram perspectivas de continuidade das indagações e se
desenvolvam novos caminhos. Nesse sentido, a pesquisa acerca da Realidade
dos Pacientes Glaucomatosos e seus Desafios nos dias Atuais, não tem a
pretensão de ser conclusiva, visto que os aspectos que envolvem tal temática
são dinâmicos e complexos, exigindo uma constante e contínua discussão.
REFERÊNCIAS
ABRAG – Associação Brasileira dos Amigos e Familiares do Glaucoma
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação
e documentação - artigo em publicação periódica impressa - apresentação.
Rio de Janeiro, 2003.
BRASIL. Ministério da Educação. Nova tecnologia torna livro acessível para
alunos cegos. Brasília, DF: MEC, 23 junho 2009.
COSTA, V.P. et al. O que os pacientes sabem sobre glaucoma?
Arq.Bras.Oftal., v.58, n.1, p.36-41, 1995.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário
Portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
da
Língua
IOCM – Instituto de Olhos Cristiano Mendonça - Visita realizada em 19 de julho
de 2013
SANTANA, Andréia. Livro acessível é realidade distante para deficientes
visuais
Sociedade Brasileira de Glaucoma
SUZANNA, Remo Jr. Porque as Pessoas Ficam Cegas Pelo Glaucoma, Editora
Cultura Médica, 2013
SUZANNA, Remo Jr., Glaucoma. Coleção de Manuais Básicos CBO. Rio de
Janeiro: Cultura Médica; São Paulo: Ciba Vision, 1999; 298p.
XIV
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