SOCIEDADADE DE ENSINO AMADEUS – SESA FACULDADE AMADEUS – FAMA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA E LIBRAS MARTA DOS SANTOS A REALIDADE DOS PACIENTES GLAUCOMATOSOS E SEUS DESAFIOS NOS DIAS ATUAIS Aracaju - SE 2013 MARTA DOS SANTOS A REALIDADE DOS PACIENTES GLAUCOMATOSOS E SEUS DESAFIOS NOS DIAS ATUAIS Artigo científico apresentado à Faculdade Amadeus como trabalho de conclusão de curso e requisito básico para obtenção do título de Especialista em Educação Inclusiva e Libras Orientadoras: Profª. M.Sc. Giselia M. Varela e Silva Profª. M.Sc. Alda Valéria Melo Aracaju - SE 2013 I A REALIDADE DOS PACIENTES GLAUCOMATOSOS E SEUS DESAFIOS NOS DIAS ATUAIS Autor: MARTA DOS SANTOS1 RESUMO Este artigo apresenta uma pesquisa acerca da prevenção e combate ao glaucoma. O objetivo desta pesquisa teve por finalidade conhecer a Realidade dos Pacientes Glaucomatosos e seus Desafios nos Dias Atuais. Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica que foi o passo inicial na construção efetiva de um protocolo de investigação, onde se fez necessário fazer uma revisão bibliográfica do tema apontado. Os resultados alcançados foram de um melhor entendimento, conscientização, e da importância da prevenção e combate do glaucoma. O glaucoma é uma doença de caráter hereditário, que causa cegueira irreversível se não diagnosticada precocemente, o seu tratamento consiste na utilização de colírios de uso contínuo, para uma melhor eficácia no retardamento do avanço do glaucoma, e assim evitar a cegueira. O ponto crítico desse artigo é de mostrar que a visão é um dos sentidos mais importantes para nós seres humanos, onde a visão é capaz de focar várias imagens ao mesmo tempo em parceria com nosso cérebro. Palavras-Chaves: Prevenção; Glaucoma; Desafios. 1. INTRODUÇÃO O presente artigo intitulado: A Realidade dos Pacientes Glaucomatosos e seus Desafios nos dias Atuais surgiu após uma visita junto ao IOCM – Instituto de Olhos Cristiano Mendonça, a partir da observação da realidade dos pacientes glaucomatosos. Teve como objetivo geral conhecer a Realidade dos Pacientes Glaucomatosos e seus Desafios nos dias Atuais. Esta pesquisa partiu da vivência pessoal com a doença e a experiência vivenciada no Marta dos Santos, Bacharel em Serviço Social, pela UNOPAR – Universidade Note do Paraná; [email protected] 1 II tratamento e acompanhamento do glaucoma no IOCM, e para dar um caráter científico foram feitas pesquisas em livros, artigos afins ao tema. Para conhecimento prévio realizei breve histórico sobre o glaucoma; foram traçados alguns objetivos específicos que nortearam esta pesquisa, tais como: verificar as principais causas e fatores de risco do glaucoma; conhecer e investigar a história do glaucoma e quais os tratamentos necessários; descobrir o trabalho desenvolvido pelo IOCM - Instituto de Olhos Cristiano Mendonça voltada para a prevenção e combate ao glaucoma. O método científico é o caminho a ser seguido na pesquisa. Esta pesquisa possui caráter qualitativo como meio de detectar fenômenos importantes ligados ao objeto de estudo e capazes de revelar aspectos inerentes à problemática. O método científico que norteou esta pesquisa foi dialético a partir da preocupação cotidiana no combate e prevenção ao glaucoma, e esse procedimento é consequente do bom senso vivido e observado, buscando a formulação de paradigmas, o conhecimento científico, além de ater-se aos fatos, é analítico, comunicável, verificável, organizado e sistemático, é também explicativo. Este trabalho justifica-se pela hegemônica demanda de pacientes glaucomatosos e as dificuldades enfrentadas pela pessoa portadora de deficiência visual numa condição que marca uma diferença entre cegos e não cegos, onde a visão exerce um papel fundamental no processo de apresentação do mundo. Esta justificativa pode ser também no sentido de ordem intelectual, o conhecimento adquirido durante a pesquisa, inclusive no campo pesquisado para que possa assim, chamar atenção para o combate e prevenção do glaucoma. 2. UM BREVE HISTÓRICO SOBRE O GLAUCOMA Hipócrates descreveu pela primeira vez o glaucoma referindo que, nessa doença, “a pupila se torna cor do mar, e a cegueira se instala”. A palavra glaucoma vem do grego, γλαύκωμα, cujo significado é azul-esverdeado, isto porque nas fases finais da doença, o olho adquiria em alguns casos a cor esverdeada. (Susanna Jr., 2013, p. 05). Ainda de acordo com o autor o III GLAUCOMA é considerado uma neuropatia óptica progressiva (doença do nervo óptico) caracterizada por alterações típicas do nervo e da camada de fibras nervosas. Fibras nervosas são fibras que conduzem o estímulo luminoso. Elas se encontram espalhadas na retina e ao se juntarem, formam o nervo óptico. O glaucoma de ângulo aberto crônico se caracteriza pela perda da visão periférica que não permite enxergar e/ou perceber objetos ao redor. O Glaucoma raramente tem sintomas, e quando surge é porque já se encontra agudo. O que causa transtorno e uma maior atenção ao tratamento indicado. . O glaucoma é caracterizado pela lesão do nervo óptico, acompanhado ou não de pressão ocular elevada e defeito do campo visual. A pressão ocular é considerada o fator de risco mais importante no glaucoma, mas não é sinônimo da doença. (Susanna Jr., 2013, p. 09) Para os pacientes glaucomatosos, é importante saber o sobrenome do glaucoma, ou seja, de que tipo ele é. Conforme o tipo de glaucoma, ele terá um comportamento diferente. Essa caracterização dos tipos de glaucoma é muito importante, pois há várias medicações que não devem ser usadas em pacientes com glaucoma de ângulo fechado e que podem ser usadas sem problemas em pacientes com ângulo aberto, e vice-versa. (Susanna Jr., 2013, p. 23). Ainda de acordo com o autor, o glaucoma está relacionado a uma doença de pouco conhecimento, devido ser uma cronicidade que não possui sintomas, e que só é detectada através de exames oftalmológicos específicos e detalhados. Um líquido claro e aquoso circula dentro dos olhos, e sua produção excessiva desse líquido, causa o que podemos chamar de inundação fazendo com que a pressão se eleve, podendo causar danos irreversíveis ao nervo óptico. O glaucoma é uma doença que não tem cura, transforma a vida de um glaucomatoso numa realidade cruel, onde o seu psicológico e a sua vida pessoal vivem em constantes batalhas. A fase inicial do diagnóstico da doença é altamente desesperadora, devido à falta de conhecimento, e despreparo do glaucomatoso em lidar com a situação. Logo abaixo destacamos imagens relacionadas ao glaucoma com nervo óptico normal na figura 1, e do nervo óptico glaucomatoso e na figura 2, para da uma melhor visualização e um melhor entendimento de como funciona, e das consequências adquiridas na visão do paciente glaucomatoso. IV Nervo Óptico Normal Nervo Óptico Glaucomatoso Figura 1 Figura 2 Fonte: Sociedade Brasileira de Glaucoma Se fizermos uma comparação da medicina e do tratamento do glaucoma de 20 anos atrás, para os dias atuais a medicina teve um grande avanço no combate e prevenção ao glaucoma, exames como o campo visual que auxilia no diagnóstico da perda de visão periférica do glaucomatoso, é um dos mais utilizados na medicina atual, ajudando no controle e ao estadiamento (estágio) do glaucoma. (Suzanna Jr. 2013). O combate e prevenção do glaucoma tem um papel fundamental na qualidade de vida dos glaucomatosos, fazendo com que o seu dia a dia seja mais tranquilo, lhes dando a oportunidade de encarar, superar e vivenciar no campo profissional todos os desafios, as dificuldades, barreiras, obstáculos, e dúvidas que surgem no dia a dia. A maior dificuldade em conviver com o glaucoma é que com o passar do tempo a visão vai se degradando, começa então a dificuldade em enxergar determinados pontos, onde no campo profissional se torna uma batalha devido ao esforço repetitivo na leitura, sem falar nos cuidados que o glaucomatoso deve ter com a claridade excessiva do sol, porque é necessário o uso de óculos escuros para proteção dos raios solares nos olhos. E principalmente conseguir se adaptar aos efeitos colaterais causados pelos medicamentos que são utilizados no tratamento do glaucoma, que dentre eles: a queda de cabelos no início do tratamento, irritação constantes, arritmia cardíaca, mau humor, e constipação intestinal. Ao se reportarem às suas vidas após o diagnóstico do glaucoma, os glaucomatosos, expressam uma mudança, a qual eles associam na maioria das V vezes ao glaucoma e, em menor proporção, muitas vezes de forma oculta, ao envelhecimento. Mas, ao mesmo tempo, eles negam essa mudança, chegando a afirmar que nada mudou, para os glaucomatosos cada dia vivenciado, é um dia vitorioso, devido à insegurança, e o medo psicológico de deitar para dormir, e correr o risco de acordar na escuridão. Porque o glaucoma é uma doença que causa cegueira irreversível. O glaucoma é mais frequente do que se imagina. Ele ocorre em 2% dos pacientes da raça branca e em 7% dos de raça negra com mais de 40 anos, e em 3,5% dos brancos e 12% dos negros com mais de 70 anos. (Susanna Jr., 2013, p. 05) Os sintomas do glaucoma geralmente são assintomático, daí a grande importância em sua detecção precoce. A perda gradual da visão periférica (visão tibular) é um estágio mais avançado e é irreversível, devido è lesão do nervo óptico. O controle da PIO é importante porque sua elevação é o maior fator de risco para o desenvolvimento da lesão do nervo óptico. Sabe-se que a PIO está elevada ou não, por meio de um exame chamado tonometria. Existe um líquido interno que circula na porção anterior do olho, chamado de humor aquoso. Quando a drenagem deste líquido é prejudicada, ocorre uma elevação na pressão dentro do olho. Logo abaixo relacionamos imagens do nervo óptico afetado pelo glaucoma, e gradativamente da perda da visão periférica. (Sociedade Brasileira de Glaucoma, 2009). Relacionamos as figuras 3 da visão normal, e da visão com glaucoma na figura 4, para um melhor entendimento e visualização do glaucoma e os danos causados ao nervo óptico, e o quanto o glaucomatoso perde da visão periférica por causa do glaucoma. Exemplo de Visão com Glaucoma: CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia Figura 3 Figura 4 VI É muito importante ressaltar que o glaucoma se não tratado corretamente e com responsabilidade causa à cegueira irreversível, de maneira silenciosa, somente com os exames oftalmológicos completos, e um acompanhamento rigoroso pode estabilizar a pressão intraocular (PIO). O glaucoma não tem cura, por isso para que a cegueira seja evitada é necessário à compreensão, dedicação, e o amor pela visão. A importância do glaucoma como doença e seu impacto na sociedade foi confirmada pela criação do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, que em seu Art. 1o: Fica instituído o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, a ser comemorado no dia 26 de maio de cada ano, instituído pela Lei nº 10.456/2002, promulgada pelo então Presidente da República Dr. Fernando Henrique Cardoso. (D.O.U. de 14/05/2002, p. 4) 2 2.1 TIPOS DE GLAUCOMA Existem mais de 25 tipos de glaucoma, abordaremos apenas os mais comuns pela sua importância: Glaucoma crônico de ângulo aberto - (o mais comum). Ocorre algum problema com o canal de drenagem, fazendo que o fluido não seja drenado com a rapidez adequada o que faz com que a pressão no interior do olho suba. Glaucoma de ângulo fechado primário – Ao contrário de ângulo aberto, os glaucomas de ângulo fechado costumam ser sintomáticos. Glaucoma traumático – Ocorre após trauma ocular que pode levar a lesão direta do sistema de drenagem ou indireta, causada pelo processo inflamatório. Glaucoma cortisônico – É um glaucoma secundário ao uso de cortisona, geralmente em forma de colírios. 2 Drª Jane Palma Galrão Lima, Oftalmologista, CRM/2418/SE, do IOCM – Instituto de Olhos Cristiano Mendonça, explica que, em 90% dos casos, está associado ao aumento da pressão intraocular, que provoca a morte das células da retina, escavação do nervo óptico e redução do campo visual. VII Glaucoma inflamatório – Decorrem de processos inflamatórios intraoculares chamados uveítes. Fonte: (Susanna Jr., 2013, p. 75, 79, 81, 83) 2.2 GLAUCOMA E O SEU DIAGNÓSTICO No glaucoma, as camadas das fibras nervosas da retina estão danificadas e desaparecem, deixando uma escavação maior do nervo óptico, torna-se mais espessa da periférica para o disco óptico e também assimétrica na espessura ao redor do nervo óptico. Entre os exames utilizados para a confirmação do diagnóstico do glaucoma estão o exame de campo visual, a tonometria e o exame do disco óptico. Veja na tabela abaixo outros exames diagnósticos do glaucoma. (Góes Viena, 2011, p. 111) Exames Preventivos e de Detecção do Glaucoma Quadro I: Fonte IOCM – Instituto de Olhos Cristiano Mendonça Exame Objetivo Acuidade Visual Detecta alterações na visão Exame da pupila Detecta lesão nas vias ópticas, incluindo nervo óptico. Exame com lâmpada de fenda Avalia o interior e o exterior do olho Tonometria Confere a pressão intraocular Fotografia do nervo óptico Documenta a aparência do nervo óptico Nervo óptico Mede a escavação e palidez Gonioscopia Campo visual Avalia o ângulo da câmara anterior Verifica perda de campo visual O exame de acuidade visual (campo visual) pode ser tanto central como periférico: O campo central é medido a partir do ponto de fixação (0º até 30º de excentricidade). Tem uma região central e uma paracentral, já o campo periférico é toda extensão da área, a partir de 30º de excentricidade. Tem uma região central e uma paracentral. (Góes Viena., 2011, p. 18,). As indicações para a realização de campo visual são: Problemas oftalmológicos. Palidez da papila do disco óptico VIII Hipertropias principalmente associadas a paralisia do nervo craniano. Lesões retinianas da coroide. Baixa visão inexplicável pelos métodos semiológicos comuns Perda de campo notada principalmente pela referência do paciente de se chocar com objetos ou a sua direita ou a sua esquerda ou ainda com dificuldade de leitura (incapacidade de manter-se na mesma linha, até o fim da leitura). Para o glaucomatoso é de suma importância que a realização desses exames preventivos sejam realizados de maneira eficaz, para que o seu estágio prevaleça, sem causar maiores danos a sua visão, e consequentemente evitando assim , a cegueira que é irreversível. Fonte: (Góes Viena, 2011, p. 20) Tabela de Orientação Para Revisão do Glaucoma Quadro II: Fonte Sociedade Brasileira de Glaucoma Periodicidade dos Exames: PIO Hipertensão Glaucoma Glaucoma Glaucoma Inicial Moderado Avançado Visita (PIO) 06 a 12 meses 06 meses 04 meses 04 meses Campo Visual Documentação do Anual 06 a 12 meses 06 meses 04 meses Anual Anual Anual 08 meses CFN Anual Anual 08 meses 08 meses Gonioscopia Anual Anual Anual Anual Disco Óptico (DO) 2.3 Tratamento O tratamento do glaucoma baseia-se exclusivamente em reduzir a pressão ocular, tanto seus picos como a média durante o seguimento do paciente glaucomatoso. O paradigma do glaucoma é usar inicialmente colírios em forma isolada ou em combinações fixas de fármacos (duas ou mais substâncias hipotensoras oculares em um mesmo frasco de colírio) dependendo da pressão-alvo de cada paciente. (Susanna Jr., 2013). Para a forma mais comum de glaucoma (ângulo aberto), há dois tipos de medicamento mais indicados: Xalatan Colírio (latanoprosta), Xalacom (latanoprosta, maleato de timolol) IX Os efeitos colaterais no uso contínuo dos colírios causam aos pacientes glaucomatosos diariamente queimação, prurido, ardor e sensação local de corpo estranho, e ainda alterações do ritmo cardíaco ou da respiração. Informações adquiridas vide bula completa dos medicamentos. (Medicinanet) Góes Viena 2001, afirma que as drogas tendem a concentrar-se em várias camadas da córnea, sendo uma parte degradada nesse nível, ao passo que a outra porção é provisoriamente armazenada na córnea. Assim sendo, a córnea funciona como depósito e como fator limitante para transferência da droga ao aquoso. Ainda de acordo com o autor a perda de campo visual é devido à morte de células ganglionares e reduzindo a velocidade de morte destas células, conceito este denominado de neuro-proteção, parece ser o único caminho futuro. Para que sejam desenvolvidas drogas para a neuro-proteção, é necessário que saiba o processo de morte as células ganglionares no glaucoma. Existem apenas teorias de como isto ocorre. É importante notar que a administração ocular das drogas pode levar a uma absorção sistêmica substancial. Não existe uma droga ideal para o tratamento do glaucoma ou hipertensão ocular; devemos encontrar a droga ou associação de drogas ideal para cada indivíduo, para isso é necessário estudar bem o caso. (Góes Viena, 2001, p. 183) Segundo Susanna Jr., a aplicação de colírios hipotensores oculares, podem reduzir a quantidade de líquido que entra no olho, o humor aquoso, ao aumentar o escoamento, ou ambos, a semelhança de uma pia semi-entupida, diminuindo-se a água que sai da torneira ou aumentando-se a vazão pelo ralo, evita-se que ela transborde. No glaucoma, a pressão está elevada e porque o escoamento não é suficiente. É como o ralo ou encanamento da pia estivesse entupido, reduzindo assim o ingresso de humor aquoso, reduz-se também a pressão ocular. A eficácia do tratamento com colírio depende da disciplina do paciente glaucomatoso. Estudos comprovam que menos da metade dos pacientes com glaucoma utiliza as gotas de acordo com a recomendação médica. O tratamento cirúrgico é deixado para última instância, pois, apesar da alta sofisticação das técnicas clínica e cirúrgica, a falta de êxito de um procedimento mais invasivo pode significar a perda total ou imediata da visão. X Porém, ele não deve ser retardado demais, pois as lesões causadas por um tratamento clínico insuficiente são impossíveis de serem recuperadas. Discute-se a indicação mais precoce da cirurgia nos casos em que o paciente por problemas sociais, culturais ou econômicos, apresenta pouca fidelidade ao tratamento. Já a cirurgia de incisão ou trabeculoplastia ocorre à filtração do glaucoma podendo resultar numa pressão intraocular muito reduzida. Frequentemente, os colírios deixam de ser necessários quando termina o processo de cicatrização. Os resultados são positivos: mais de 75% dos pacientes passam a ter a pressão intraocular devidamente controlada. (Suzanna Jr. 2013, p. 45) O autor afirma que a PIO é o principal fator de risco para o desenvolvimento do glaucoma, o glaucoma é mais grave e de pior prognóstico nos indivíduos da raça negra, a hereditariedade possui um papel importante porque geneticamente falando, devido a um parente de primeiro grau pode ter cerca de seis vezes mais chance de desenvolver a doença do que pessoas sem antecedentes familiares de glaucoma. O curioso é que os glaucomatosos que tem miopia, na sua grande maioria houve a prevalência aumentada de miopia, causando ainda mais transtornos e uma maior prevenção e cuidado com a visão. Existem sete pecados capitais no glaucoma que são: O primeiro pecado capital no glaucoma é não diagnosticá-lo O segundo pecado é não detectar a progressão da doença O terceiro pecado é não diferenciar o glaucoma de ângulo aberto dos glaucomas de ângulo fechado e dos glaucomas secundários O sexto pecado é não se iniciar o tratamento precocemente O sétimo pecado consiste em não seguir as recomendações médicas Fonte: Suzanna Junior, 2013 Os 10 mitos mais comuns sobre o glaucoma: Todos os pacientes com glaucoma tem pressão ocular elevada Eu enxergo muito bem e, portanto, não tenho glaucoma XI Eu sempre texto a minha visão periférica para saber se tenho glaucoma ou não Estilo de vida não influencia o glaucoma Os exames para glaucoma são cansativos e chatos A pressão ocular medida uma vez no consultório é suficiente A minha pressão ocular está normal (abaixo de 21 mmHg) com o tratamento O glaucoma sempre leva a cegueira O glaucoma tem cura Existem poucas opções no tratamento do glaucoma Fonte: Suzanna Jr., 2013 3. INSTITUTO DE OLHOS CRISTIANO MENDONÇA: Ações de Prevenção O Instituto de Olhos Cristiano Mendonça – IOCM tem como maior objetivo oferecer um Centro Especializado em Oftalmologia em que os alicerces inabaláveis sejam a Seriedade, Competência, Tecnologia e Conforto. No Instituto de Olhos, fundado em dezembro de 1993 por Dr. Cristiano Mendonça, a competência e a sensibilidade profissional têm a tecnologia como importante aliada. Dentro de uma completa estrutura de atendimento oftalmológico, a clínica tem equipamentos de última geração e centro cirúrgico com alto padrão técnico. Isso permite a realização dos mais complexos procedimentos oftalmológicos num ambiente confortável, tranquilo e familiar, e por se tratar de um instituto especializado na prevenção e no combate ao glaucoma, o Instituto possui em seu quadro clínico uma equipe qualificada, dentre eles destaca-se a Drª Jane Palma Galrão Lima, especialista em glaucoma, Oftalmologista, CRM/2418/SE. XII 4. CONCLUSÃO A significação do glaucoma se desenvolve e se configura no decurso da própria constituição emocional e das experiências dos sujeitos, reestruturando a sua condição subjetiva e a realidade em que vive. Ela é, portanto, um processo que se constitui na intersubjetividade. Para os glaucomatosos, o glaucoma se torna uma doença traumática e de difícil entendimento, no que diz respeito ao uso de colírios com horários restritos e responsabilidade total com a própria visão. O glaucoma se não tratado corretamente acarreta uma série de complicações dentre elas a cegueira irreversível, o que seria um trauma terrível para o glaucomatoso, é imprescindível que os profissionais de saúde tenham uma dedicação específica no que diz respeito a prevenção, combate e tratamento do glaucoma, fazendo com que o glaucomatoso tenha a conscientização da gravidade e das consequências que acarretam na visão se o tratamento for inadequado. Dada à importância no mundo, principalmente por ser a maior causa de cegueira irreversível como ainda assim pelo prejuízo econômico que causa ao glaucomatoso, a necessidade da prevenção e combate ao glaucoma deve ser tão somente uma obrigatoriedade e total responsabilidade do glaucomatoso. O glaucoma é uma doença que não tem cura, transforma a vida de um glaucomatoso numa realidade cruel, onde o seu psicológico e a sua vida pessoal vivem em constantes batalhas, porque é difícil para um glaucomatoso assumir, e aceitar que está perdendo gradativamente a sua visão. Acreditamos que se tivéssemos uma política pública em saúde mais eficiente, com mais qualidade e humanização no tocante ao portador do glaucoma, definitivamente o tratamento e a prevenção seriam de mais qualidade, mais empenho e humanização. Para o glaucomatoso com poder aquisitivo econômico baixo, é desesperador devido aos preços elevados dos beta-bloqueadores. O tratamento crônico do glaucoma, é especialmente primordial, que requer uma atenção redobrada, e um entendimento e compreensão do glaucomatoso. Por fim, não convêm aqui considerações a guisa de conclusão. Nem é a intenção desses ou de qualquer estudo ser conclusivo, o que importa é que a XIII partir dele se abram perspectivas de continuidade das indagações e se desenvolvam novos caminhos. Nesse sentido, a pesquisa acerca da Realidade dos Pacientes Glaucomatosos e seus Desafios nos dias Atuais, não tem a pretensão de ser conclusiva, visto que os aspectos que envolvem tal temática são dinâmicos e complexos, exigindo uma constante e contínua discussão. REFERÊNCIAS ABRAG – Associação Brasileira dos Amigos e Familiares do Glaucoma ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação - artigo em publicação periódica impressa - apresentação. Rio de Janeiro, 2003. BRASIL. Ministério da Educação. Nova tecnologia torna livro acessível para alunos cegos. Brasília, DF: MEC, 23 junho 2009. COSTA, V.P. et al. O que os pacientes sabem sobre glaucoma? Arq.Bras.Oftal., v.58, n.1, p.36-41, 1995. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. da Língua IOCM – Instituto de Olhos Cristiano Mendonça - Visita realizada em 19 de julho de 2013 SANTANA, Andréia. Livro acessível é realidade distante para deficientes visuais Sociedade Brasileira de Glaucoma SUZANNA, Remo Jr. Porque as Pessoas Ficam Cegas Pelo Glaucoma, Editora Cultura Médica, 2013 SUZANNA, Remo Jr., Glaucoma. Coleção de Manuais Básicos CBO. Rio de Janeiro: Cultura Médica; São Paulo: Ciba Vision, 1999; 298p. XIV