TÍTULO DO RESUMO

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VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão
do Centro de Educação e Letras.
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do
Iguaçu, PR.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES EM CUIDADOS
PALIATIVOS NO GRUPO INTERDISCIPLINAR DE SUPORTE
ONCOLÓGICO
Angelita Rodrigues Dona (Apresentador)1, Marieta Fernandes Santos
(Orientador)2.
Curso de Enfermagem1 ([email protected]); Curso de Enfermagem2
([email protected]).
Palavras-chave:
Epidemiologia.
Programas
de
cuidados
paliativos,
Oncologia,
Introdução
O câncer é considerado a segunda causa de morte por doença no
Brasil e torna-se um problema de saúde pública, tanto nos países
desenvolvidos, como nos países em desenvolvimento, por demandar ações
com variados graus de complexidade (INCA, 2002).
Neste contexto a Organização Mundial da Saúde (2002) visando o
melhor atendimento de pacientes com câncer adota o termo cuidado
paliativo para a promoção da qualidade de vida de pacientes e de seus
familiares. O cuidado paliativo tem como objetivo promover e auxiliar no
alívio do sofrimento de pessoas que estão enfrentando doenças
ameaçadoras da continuidade da vida – o câncer.
Os Cuidados Paliativos trazem novo valor à vida e o respeito ao
morrer como um processo normal, não acelera e nem retarda a morte;
enxerga o paciente e sua família como pessoas que necessitam de cuidados
e respostas às necessidades psicossociais, físicas e espirituais, e se
estende ao período de luto da família. Procura ajudar o paciente a manter o
máximo do seu potencial físico com limite na progressão da doença
(TWYCROSS, 2000).
O tratamento de pacientes oncológicos requer dos profissionais de
saúde preparo especializado e qualificado, sendo assim, a assistência aos
pacientes oncológicos em estado avançado sem cura com tratamentos
tradicionais é bem recente. A especialização em tratamento paliativo iniciou
no século passado, há mais ou menos na década de 70 (INCA, 2001).
O preparo da equipe é primordial para uma estratégia para o controle
da dor e sintomas prevalentes em pacientes sob os cuidados paliativos. É
importante que os profissionais de saúde saibam como controlar a dor de
pacientes, que saibam lidar com mitos e conceitos, principalmente sobre
medicamentos disponíveis e que se mantenham atualizados, especialmente
agora que o Ministério da Saúde disponibiliza medicamentos suficientes
(INCA, 2001).
O Grupo Interdisciplinar de Suporte Oncológico oferece atendimento
para pacientes em tratamento paliativo domiciliar. Inicialmente o primeiro
atendimento é prestado na casa de apoio, sendo realizadas orientações ao
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paciente e também ao cuidador através do médico e o enfermeiro da
instituição, sua continuidade se tornara domiciliar por meio da visita Médica
e de Enfermagem, tendo como objetivo orientar a assistência a ser
desenvolvido no domicílio para minimizar os sinais e sintomas e, ainda
diminuir as internações hospitalares. O objetivo do trabalho da casa de apoio
é oferecer um trabalho humanizado, no qual incentiva o paciente
permanecer seus últimos dias junto aos familiares, proporcionando um
melhor aconchego ao paciente.
Essa pesquisa tem a intenção de traçar um perfil epidemiológico dos
pacientes em tratamento paliativo e de caracterizar a assistência de
enfermagem entre as diversas idades atendidas pelo Grupo Interdisciplinar
de Suporte Oncológico – GISO de Foz do Iguaçu, PR.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes oncológicos em
tratamento paliativo no Grupo Interdisciplinar de Suporte Oncológico - GISO
e identificar os índices de frequência desses pacientes ao GISO, qual a
predominância de idade, escolaridade, histórico familiar e o CID de cada
paciente da casa de apoio.
Materiais e métodos
Trata- se de um estudo descritivo de dados dos pacientes em
cuidados paliativos no Grupo Interdisciplinar de Suporte Oncológico,
atendidos no período de 2005 a 2012, residentes no município de Foz do
Iguaçu. A coleta de dados foi realizada na própria instituição, pesquisando
as variáveis de estudo em 129 prontuários de pacientes atendidos nesse
período, totalizando 19,8% da população do GISO.
Os dados foram processados e analisados através do Microsoft Office
Excel.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, que segue como norma a
resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sob o numero 1412/2011.
Resultados e Discussão
Dos 129 prontuários analisados, todos os pacientes eram residentes
da cidade de Foz do Iguaçu. A média de idade foi de 54 anos (variação de
12 a 81 anos) com desvio padrão de 14,46. Houve uma predominância do
tratamento paliativo no sexo feminino (52,0%) em relação ao masculino
(48,0%), que pode ser observado na Figura 1.
O presente estudo apontou um alto índice de baixa escolaridade entre
os pacientes, sendo que 58,2% possuem ensino fundamental incompleto
como mostra a Figura 2.
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Figura 1 - Distribuição dos pacientes
do GISO, segundo o sexo.
Figura 2 - Distribuição dos pacientes do
GISO, segundo a escolaridade.
Em análise da Classificação Internacional de Doenças – CID, foi
observado o alto índice de Neoplasias [tumores] malignos relacionado ao
sexo feminino, sendo 19,3% C51 – C58 (Neoplasias [tumores] malignos dos
órgãos genitais femininos) e 19,0% C50 (Neoplasias [tumores] malignos (as)
das mamas), nos demais pacientes verificou-se 9,0% C00 – C14
(Neoplasias [tumores] malignos (as) do lábio, cavidade oral e faringe), 15,0%
C15 – C26 (Neoplasias [tumores] malignos (as) dos órgão digestivos, 12,0%
C30 – C39 (Neoplasias [tumores] malignos (as) do aparelho respiratório e
dos órgãos intratorácicos, 2,3% C43 – C44 (Melanoma e outras (os)
neoplasias [tumores] malignas (os) da pele, 1,5% C45 – C49 (Neoplasias
[tumores] malignos (as) do tecido mesotelial e tecidos moles, 8,0%
(Neoplasias [tumores] malignos (as) dos órgão genitais masculino, 1,0% C64
– C68 (Neoplasias [tumores] malignos (as) do trato urinário, 1,0% C69 –
C72 (Neoplasias [tumores] malignos (as) dos olhos, do encéfalo e de outras
partes do Sistema Nervoso, 3,0% C76 – C80 (Neoplasias [tumores] malignos
(as) de localização mal definida, secundarias e de localização não
especificada e 9,0% C81 – C96 (Neoplasias [tumores] malignos (as)
declarados ou presumidos como primários dos tecidos linfáticos
hematopoiéticos e tecidos correlatados como pode ser analisado na figura 3.
O cuidado paliativo visa alívio de sintomas que ocasionam o
sofrimento como a dor, fadiga, depressão, ansiedade, insônia, confusão,
dispneia, náusea, constipação, diarreia e anorexia, dentre estes o importante
é a dor. No controle da dor do câncer, é encontrado benefícios nos
antiinflamatórios não-esteróides e analgésicos opióides, que são
medicamentos utilizados para alivio das dores onde são empregados em
dores leve, moderada e intensa (WANNMACHER, 2007). A Organização
Mundial da Saúde (OMS, 2007), propôs a utilização de terapia oral por meio
de uma escala, onde na presença de dores leves podem ser utilizados
analgésicos comuns, como o paracetamol e o AAS, em dores moderadas,
possui uma associação de analgésicos comuns com opióides fracos como a
codeína fosfato e, em dores intensas utiliza-se os opióides fortes como a
morfina. Os ansiolíticos poderão ser utilizados como adjuvantes em casos
em que o paciente apresenta medo. Em análise dos prontuários podemos
identificar os medicamentos mais utilizados pelos pacientes do GISO, os
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quais são disponíveis na central de medicamentos do município, como
apresenta a figura 4.
Figura 3 – Distribuição dos pacientes do Figura 4 – Distribuição dos pacientes no
GISO, segundo a Classificação
GISO, segundo os medicamentos.
Internacional de Doenças.
Conclusões ou Considerações Finais
Atualmente o câncer tem sido um problema de saúde pública,
afetando significativamente ambos os sexos, levando o Ministério da Saúde
a investigações e qualificações integradas dos profissionais de saúde,
envidando esforços junto aos programas de saúde da mulher e do homem,
onde visa diagnosticar e tratar precocemente o início do câncer.
Assim pode-se concluir que o cuidado paliativo tem como objetivo o
aumento da qualidade de vida destes pacientes, respeitando-os em sua
integralidade, em sua autonomia e na diminuição de riscos, afetando o curso
da doença positivamente. O tratamento não possui a pretensão de mascarar
a morte, mas de encará-la como um processo normal da vida e assim
permitir que o paciente possa viver ativamente até a morte e, para garantir
que isso aconteça, há um suporte para o alivio da dor. Ao alcançar a sua
qualidade de vida o paciente oncológico contribuirá para que a sua família
possa suportar a doença e o luto.
Referências
FIGUEIREDO, M.T.A. Coletânea de textos sobre cuidados paliativos e
tanatologia. Setor de Cuidados Paliativos da disciplina de Clínica Médica da
UNIFESP. São Paulo. 2006.
INCA. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Cuidados Paliativos.
Disponível
em:
<http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=474>.
Acesso em: 02/04/2012.
Anais do VII SEPECEL 2012.
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do Centro de Educação e Letras.
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Iguaçu, PR.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ. Plano Estadual de
Assistência Farmacêutica. Paraná, 2006.
WHO. World Health Organization. Palliative Care. Disponível em:
<www.who.int/entity/cancer/palliative/en>. Acesso em 02/04/2012
WANNMACHER. Lenita. Uso Racional de Medicamentos: Temas
selecionados. Medicina Paliativa: Cuidados e Medicamentos. Brasília, v.5,
n.1, p.02-04, 2007.
Organização Mundial da Saúde. CID-10 Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - Doenças
para Oncologia. Edição 10; v.1, cap.2, 2008.
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