Fundamentos de Química do Estado Sólido

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Fundamentos de
Química do Estado
Sólido
PROF A. DR A. CARLA DALMOLIN
Programa de Pós-Graduação em Química - PPGQ
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia dos Materiais - PPGCEM
Uma forma da matéria que ocupa o volume total de qualquer
recipiente que a contenha
• Moléculas livres para se movimentar em qualquer direção,
e podem rotacionar e vibrar de vários modos, nas 3
dimensões
• Teoria Cinética dos Gases
• A velocidade das moléculas em um caminho livre
médio depende da temperatura e da pressão do
gás
ESTADOS DA MATÉRIA
Gases
Estado da matéria que tem capacidade de fluir e tomar a forma do recipiente que a
contém
• Moléculas estão mais próximas e interagem entre si
• Restrição de movimento
• Viscosidade: as interações entre as moléculas impedem o movimento
para qualquer direção
• Pressão de vapor: as moléculas tem liberdade para escapar da superfície do
líquido e passa para a forma de gás
ESTADOS DA MATÉRIA
Líquidos
Moléculas não apresentam rotação ou translação. Observa-se apenas movimento
vibracional
Não ocorre mudança de forma / não flui
• A energia interna das moléculas não é grande o suficiente para vencer as forças
que as mantem unidas
ENERGIA INTERNA
SÓLIDO
LÍQUIDO
GÁS
ESTADOS DA MATÉRIA
Sólidos
Sólidos Cristalinos
Polimorfismo e Alotropia
Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo
da temperatura e pressão.
• Polimorfismo.
• Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas de
mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas.
Diamante
Grafite
TIPOS DE SÓLIDOS
As moléculas estão ordenadas, formando uma estrutura cristalina
• Arranjo tridimensional e simétrico de moléculas empacotadas
• Ponto de fusão bem definido
Polimorfismo do Fe
SÓLIDOS CRISTALINOS
Monocristais
Agulhas de calcita
Gruta Torrinha – Chapada Diamantina - Ba
Policristais
Constituído de vários cristais ou grãos, cada um deles com
diferentes orientações espaciais.
• Os contornos de grão são regiões separando cristais de
diferentes orientações em um material policristalino.
SÓLIDOS CRISTALINOS
Constituídos por um único cristal em toda a extensão do material, sem interrupções.
• Todas as células unitárias se ligam da mesma maneira e possuem a mesma
direção
Sólidos Amorfos
TIPOS DE SÓLIDOS
Não tem forma cristalina característica
Apresentam a rigidez dos sólidos, mas suas moléculas apresentam ordem de
pequeno alcance
• Ao ser aquecido, amolece e se fundo numa faixa de temperatura
• Vidros: líquidos muito viscosos. Quando resfriadas, suas moléculas não
conseguem se organizar
• Polímeros: quando resfriados, as cadeias ficam torcidas e entrelaçadas de
maneira aleatória e irregular
• Polímeros semi-cristalinos: a regularidade da cadeia polimérica favorece o
crescimento de regiões cristalinas
A força resultante (𝐹) entre dois átomos é a soma das componentes de atração (𝐹𝐴 )
e de repulsão (𝐹𝑅 ): 𝐹 = 𝐹𝐴 + 𝐹𝑅
• Função da distância interatômica
• Quando 𝐹𝐴 = −𝐹𝑅 ; 𝐹 = 0, os centros dos dois átomos permanecem separados
pela distância de equilíbrio(𝑟0 )
Energia de ligação (𝐸0 ): energia necessária para separar dois átomos até uma
distância infinita
LIGAÇÕES QUÍMICAS
Força e Energia de Ligação
Energia de Ligação
Tipos de Ligação Química
Átomos estão unidos através de ligações químicas ou ligações primárias
• Envolvem os elétrons de valência dos átomos
• A natureza da ligação química depende da distribuição eletrônica
• Tendência dos átomos em adquirir a mesma estrutura eletrônica de gases
nobres (estruturas estáveis) – preenchimento da camada eletrônica mais
externa
Três tipos de Ligações Químicas
• Iônica
• Covalente
• Metálica
LIGAÇÕES QUÍMICAS
Nos materiais sólidos devem ser consideradas interações de força e energia entre
muitos átomos
• Há uma energia de ligação associada a cada par de átomos
• A 𝐸0 influencia propriedades dos materiais
• Altas energias de ligação estão associadas a altas temperaturas de fusão
• A formação de sólidos em temperatura ambiente é favorecida por
energias de ligação elevadas
• Propriedades mecânicas são influenciadas pela forma da curva 𝐸 × 𝑟
Ligação Iônica
Não-Metal
• Excesso de e- na camada de valência
• Facilidade para “doar” elétrons
• Forma um cátion
• Falta de e- na camada de valência
• Facilidade para “receber” e• Forma um ânion
Na (Grupo 1)
[Ne]3s1 -> 1e- na última camada
Cl (Grupo 9)
[Ne]3s23p5 –> 7e- na última camada
Na  Na+ + e-
Cl + e-  Cl-
Ligação não direcional
Vizinhança de íons com cargas opostas
Átomos unidos por forças de Coulomb
Alta energia de ligação
Formam sólidos iônicos
LIGAÇÕES QUÍMICAS
Metal
Ligação presente em metais e ligas metálicas
Os elétrons de valência não estão ligados a um átomo em particular no sólido
• Modelo de nuvem eletrônica (mar de elétrons): os elétrons de valência estão livres
para se movimentar ao longo de todo o metal
• Os elétrons das camadas internas e seus núcleos atômicos formam núcleos iônicos
• Os elétrons livres protegem os núcleos positivos das forças repulsivas de
outros núcleos, unindo os átomos numa estrutura cristalina
Núcleo iônico
de Cu2+
Ligação não direcional
A ligação pode ser fraca ou forte
Elétrons com alta mobilidade
Teoria de Bandas
Nuvem eletrônica formada pelos elétrons de
valência
LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação Metálica
As configurações eletrônicas estáveis são adquiridas pelo compartilhamento de
elétrons entre átomos adjacentes
• Cada átomo contribui com pelo menos 1 elétron para a ligação
• Os elétrons compartilhados podem ser considerados como pertencentes a
ambos os átomos
Elétron
compartilhado
pelo H
Átomos compartilham elétrons até atingirem a
configuração de gás nobre
• Ocorre em não-metálicos (H2, F2, CH4),
Semi-metais (carbono, silício, SiC, GaAs) e
Polímeros
Formam moléculas / sólido moleculares
A força da ligação pode ser muito forte (como
no diamante) ou muito fracas (como no
bismuto)
Elétron
compartilhado
pelo C
LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação Covalente
Cada par de elétrons compartilhado é representado por uma linha entre o símbolo
de cada átomo:
+
H
H
F F
Ligações
simples
H C O
H C
duplas
H N H
C H
H
triplas
íons
Ressonância
Os elétrons podem ocupar posições diferentes na estrutura
• Elétrons deslocalizados
-
O
O
O N O
O N O
H
H
C
C
H
C
C
H
C
C
H
H
O
O N O
-
O
O N O
-
LIGAÇÃO COVALENTE
Estruturas de Lewis
Carga Formal
1
Carga Formal = 𝑉 − 𝐿 + 𝑆
2
0 0 0
O C O
V:
6 4 6
L: -4 0 -4
S/2: -2 -4 -2
0
O
V:
6
L: -4
S/2: -2
+2
O
6
0
-4
-2
C
4
-4
-2
V = elétrons de valência no átomo livre
L = elétrons presentes nos pares isolados
S = elétrons compartilhados
-1 +1 0
N N O
5
-4
-2
5 6
0 -4
-4 -2
-1
N
5
-4
-2
+2
O
6
0
-4
-1
N
5
-4
-2
LIGAÇÃO COVALENTE
É a carga que um átomo teria se tivesse exatamente metade dos elétrons
compartilhados em ligações
Uma estrutura de Lewis deve indicar o arranjo de menor energia entre os átomos
• Para decidir qual é o arranjo de menor energia, usa-se a carga formal de cada
átomo
• Uma carga formal baixa indica que o átomo sofreu a menor redistribuição
possível de elétrons e é a configuração mais provável
Carga Parcial
Dipolo elétrico
-
+
H
Cl
Afinidade eletrônica e eletronegatividade são propriedades periódicas
• Podem ser estimadas pela posição do elemento químico na Tabela Periódica
LIGAÇÃO COVALENTE
Átomos com diferentes camadas de valência atraem os elétrons de maneira
diferente (Afinidade eletrônica)
• Numa ligação covalente, o elétron é mais atraído pelo átomo de maior afinidade
eletrônica
• Nestes casos, é gerada uma carga parcial negativa no átomo com maior
afinidade eletrônica, e uma carga parcial positiva no átomo vizinho
Carga Nuclear Efetiva
PROPRIEDADES PERIÓDICAS
Redução da carga total do núcleo devido à blindagem dos elétrons mais internos
• Um elétron sofre repulsão coulombiana de todos os outros elétrons do átomo
Efeito líquido equivalente ao de uma carga puntiforme no centro da esfera
Elétrons nessa região não contribuem para o efeito de repulsão eletrônica
• Constante de Blindagem (𝜎)
𝑍𝑒𝑓 = 𝑍 − 𝜎
Elemento
Z
Orbital
Zef
C
6
1s
5,6727
2s
3,2166
2p
3,1358
Tabela Periódica
Constante de blindagem
Aumento da Carga Nuclear Efetiva
A variação da carga nuclear efetiva (𝑍𝑒𝑓 ) é responsável pela
periodicidade do raio atômico, energia de ionização, afinidade
eletrônica e eletronegatividade
PROPRIEDADES PERIÓDICAS
Aumento do número de elétrons na mesma camada
Quando átomos se organizam como sólidos, seus centros encontram-se em
distâncias definidas uns dos outros
• O raio atômico de um elemento é definido como metade da distância entre os
núcleos de átomos vizinhos
• Ao descermos em um grupo, o raio atômico aumenta
• Efeito do aumento no número quântico principal (n)
• Ao longo dos períodos da tabela periódica, os átomos tornam-se menores.
• Efeito da carga nuclear efetiva, Zef
• Zef aumenta ao longo do período, aumentando a atração entre o
núcleo e os elétrons na última camada
PROPRIEDADES PERIÓDICAS
Raio Atômico
Energia de Ionização
Na  Na+ + eQuanto maior a energia de ionização, maior é a dificuldade para se remover o
elétron.
• A energia de ionização diminui à medida que descemos em um grupo.
• Isso significa que o elétron mais externo é mais facilmente removido ao
descermos em um grupo.
• À medida que o átomo aumenta, torna-se mais fácil remover um elétron.
Geralmente a energia de ionização
aumenta ao longo do período.
• Ao longo de um período, Zef
aumenta, aumentando a
atração dos elétrons pelo
núcleo. Desta maneira,
torna-se mais difícil remover
um elétron.
PROPRIEDADES PERIÓDICAS
É a quantidade de energia necessária para remover um elétron de um átomo:
Eletronegatividade / Afinidade Eletrônica
Átomos apresentam maior
tendência em aceitar elétrons se
suas camadas mais externas
estiverem quase totalmente
preenchidas e, portanto, com uma
Zef alta.
PROPRIEDADES PERIÓDICAS
Elementos eletronegativos: são capazes de receber mais elétrons em sua
eletrosfera, formando íons negativos (ânions)
• A eletronegatividade segue a mesma tendência da Energia de Ionização
• Um átomo tem grande afinidade por elétrons também tem uma alta
energia de ionização
• A eletronegatividade aumenta ao se deslocar da esquerda para a direita
(ao longo do período)
• A eletronegatividade aumenta de baixo para cima nos grupos da Tabela
Periódica
Eletronegatividade
LIGAÇÃO COVALENTE E PROPRIEDADES PERIÓDICAS
Medida quantitativa da capacidade de um átomo atrair elétrons numa ligação
química
• Quando temos compartilhamento de elétrons entre dois átomos com
eletronegatividades diferentes, temos uma ligação covalente polar;
• Se a eletronegatividade entre os átomos for semelhante, temos uma ligação
covalente apolar.
Resumindo...
Tendência de
perder elétrons e
formar cátions
Quanto maior a distância entre os elementos na Tabela Periódica, maior a polaridade
da ligação química
LIGAÇÃO COVALENTE E PROPRIEDADES PERIÓDICAS
Tendência de
ganhar elétrons
e formar ânions
Caráter Iônico
% caráter iônico = 1 − 𝑒 −0,25
𝑋𝐴 −𝑋𝐵 2
× 100
Onde 𝑋𝐴 e 𝑋𝐵 são as eletronegatividades dos elementos A e B
(considerando uma ligação A – B), onde A é o mais eletronegativo
Composto
𝑿𝑨
𝑿𝑩
𝑿𝑨 − 𝑿𝑩
F–F
4,0
4,0
0
0
Na – Cl
3,0
0,9
2,1
57
K – Cl
3,0
0,8
2,2
61
Fe – O
3,5
1,8
1,7
43
Si – O
3,5
1,8
1,7
43
Al – O
3,5
1,5
2,0
54
Na – O
3,5
0,9
2,7
78
% caráter iônico
LIGAÇÃO COVALENTE E PROPRIEDADES PERIÓDICAS
Ligações químicas (interatômicas) são parcialmente iônicas e parcialmente
covalentes
• O grau de cada tipo de ligação depende das posições relativas dos átomos na
Tabela Periódica;
• Diferença de eletronegatividade
• Quanto menor a diferença de eletronegatividade entre os átomos de uma ligação,
maior será o grau de covalência
• Essas diferenças são expressas pelo caráter iônico:
Dipolos
Tipos de Ligações Intermoleculares ou Secundárias
• Atração dipolo – dipolo (dipolo permanente)
• Forças de London (dipolo induzido)
• Ligações de Hidrogênio
Forças de van der Waals
LIGAÇÕES INTERMOLECULARES OU SECUNDÁRIAS
Ligações secundárias ou intermoleculares são as forças físicas que mantém as
moléculas unidas
• Apresentam valores menores que as energias de ligação química (primária)
• Surgem a partir de dipolos atômicos ou moleculares
• Separação entre as partes positivas e negativas da molécula
• Dipolos permanentes ou induzidos
Sólidos Iônicos e Metais
SÓLIDOS IÔNICOS
Dipolo Permanente em Sólidos Moleculares
Ocorre em íons e moléculas polares
• Atração entre os pólos de cargas opostas
METAIS
LIGAÇÕES DE VAN DER WAALS
Nas moléculas formadas por ligações do tipo iônica ou metálica, a própria
característica multidirecional destas ligações é que mantém as moléculas unidas
Atração Íon - Dipolo
Na+
Cl-
+
+
Cl-
LIGAÇÕES DE VAN DER WAALS
Dissolução dos sólidos iônicos
• Hidratação
Dipolos Induzidos Flutuantes / Forças de London
A baixas temperaturas esses dipolos se mantem por tempo suficiente para atrair
moléculas vizinhas
• Liquefação e solidificação
LIGAÇÕES DE VAN DER WAALS
Ocorre em compostos não-polares
• Presença de dipolos instantâneos capazes de distorcer a nuvem eletrônica da
molécula vizinha
• Ligações muito fracas
Ligação de Hidrogênio
Ocorre em moléculas com os grupos:
• O–H
• N–H
• F–H
LIGAÇÕES INTERMOLECULARES OU SECUNDÁRIAS
Átomos eletronegativos atraem os elétrons do hidrogênio
• O átomo H é muito pequeno e consegue se aproximar dos pares isolados do
átomo de outra molécula
• A Ligação de Hidrogênio tem comprimento e força semelhantes a uma ligação
química
• É a ligação secundária mais forte
Elétrons de
Valência
Ligação
Secundária
Moléculas
Sólidos
formados
Iônica
Transferência de
elétrons
Iônica
(Atração
eletrostática)
Pares iônicos
Sólidos
Iônicos
Covalente
Compartilhados
Atração Dipolo
London
Hidrogênio
Polares
Apolares
O-H, F-H, N-H
Sólidos
moleculares
Metálica
Nuvem eletrônica
Metálica
(Nuvem de
elétrons)
Cátions unidos
por elétrons
deslocalizados
Metais
LIGAÇÕES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
Ligação
Primária
Cristais Covalentes
LIGAÇÕES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
Rede infinita de átomos mantidos unidos por ligações covalentes (polares ou
apolares), sem a presença de qualquer molécula individual
• Reticulados Não-Metálicos
• Formas alotrópicas do carbono: grafite, diamante, nanotubos
• Compostos de Si: Si, SiO2, SiC
FORMA E ESTRUTURA DAS MOLÉCULAS
Modelo da Repulsão dos Pares de Elétrons da Camada de Valencia
• Amplia a teoria da ligação química de Lewis para explicar as formas das
moléculas, adicionando regras que explicam os ângulos de ligação
• Baseia-se na ideia da repulsão dos pares eletrônicos, que tendem a ficar o
mais afastado possível
Regra 1
Regiões de alta concentração de elétrons (ligações e pares isolados) se repelem,
mantendo a mesma distância do átomo central
BeCl2: Os pares ligantes ficam o mais afastado
possível quando estão em lados opostos do átomo
central
F
B
BF3: trigonal planar
CH4: tetraédrica
MODELOS DA FORMA MOLECULAR
Modelo VSEPR
Regra 2
Não existe distinção entre ligações simples ou múltiplas: uma ligação múltipla é
tratada como uma só região de alta concentração de elétrons
• Dois pares de elétrons numa ligação dupla permanecem juntos e repelem outras
ligações ou pares isolados como se fossem uma unidade
O CO2 e o íon CO32apresentam as mesmas
estruturas do BeCl2 e BF3
Eteno, C2H4
Quando existe mais de um átomo central, as
ligações de cada átomo são tratadas de maneira
independente
MODELOS DA FORMA MOLECULAR
Modelo VSEPR
Moléculas com pares de elétrons isolados no átomo central
Regra 3
Todas as regiões de densidade eletrônica elevada são incluídas na descrição do
arranjo de elétrons, mas somente as posições dos átomos são consideradas na
descrição da forma da moléculas
Regra 4
A repulsão é exercida na ordem par isolado – par isolado > par isolado – átomo >
átomo – átomo
Par
Isolado
Átomo Central
Arranjo de elétrons: trigonal planar
Forma da molécula: angular
Pares de
Ligação
MODELOS DA FORMA MOLECULAR
Modelo VSEPR
Arranjo de elétrons
Tetraedro
Bipirâmide
trigonal
Angular
Trigonal
planar
Pirâmide
trigonal
Quadrado planar
Bipirâmide
trigonal
Pirâmide
quadrada
Linear
Trigonal planar
Octaedro
Bipirâmide
pentagonal
Forma da molécula
Linear
Gangorra
Em T
Octaedro
Tetraedro
Bipirâmide
pentagonal
MODELOS DA FORMA MOLECULAR
Modelo VSEPR
Polaridade
MODELOS DA FORMA MOLECULAR
Dióxido de carbono, CO2
(molécula linear)
Apolar
Água, H2O
(molécula angular)
Polar
Modelo da Ligação de Valência (VB)
Ligação  (sigma)
Superposição de orbitais no mesmo eixo
• Ligação de simetria cilíndrica: igual em todas as
direções do eixo em que ocorre a ligação
• Não apresenta um plano nodal
Orbitais atômicos
Ocorre entre dois orbitais 𝑠, um orbital 𝑠 e um orbital
𝑝, ou dois orbitais 𝑝
• Todas as ligações covalentes simples são do tipo 
Ligação 
MODELOS DA FORMA MOLECULAR
Descrição da ligação covalente em termos de orbitais atômicos
• Modelo quanto-mecânico da distribuição dos elétrons pela ligação
• Quando dois átomos se aproximam, os orbitais atômicos dos elétrons de valência
emparelhados se fundem: superposição de orbitais
• Quanto maior foi a superposição dos orbitais, mais forte é a ligação
Ligações  (pi)
Uma ligação simples é uma ligação 
Uma ligação dupla é uma ligação  e uma ligação 
Uma ligação tripla é uma ligação  e duas ligações 
Plano nodal
Ligação 
Em uma molécula com duas ligações  (N2), as
densidades eletrônicas das ligações  se fundem
e os átomos parecem rodeados por um cilindro
de densidade eletrônica
MODELO DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (VB)
Superposição de orbitais perpendiculares ao eixo internuclear
• A superposição ocorre lado a lado, e os elétrons estão em dois lobos, um de cada
lado do eixo internuclear
• Aparece um plano nodal sobre o eixo internuclear
Hibridação dos Orbitais
CH4: 1 orbital 𝑠 do H ligado
a um orbital 𝑠𝑝3 do C
C2H6: Ligação C-C entre
dois orbitais 𝑠𝑝3
O gasto de energia para a
hibridação dos orbitais é
compensada pelo ganho de
energia quando a ligação
química é formada
MODELO DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (VB)
Os orbitais 𝑠 e 𝑝 são funções de onda de densidade eletrônica centradas no núcleo
do átomo e podem causar interferência uns nos outros
• Novos arranjos que podem ser causados por interferências construtivas ou
destrutivas
• Orbitais híbridos (ℎ𝑖 )
Ex.: Átomo de C: forma 4 orbitais híbridos (𝑠𝑝3 ) que diferem apenas na orientação,
cada um apontando para os vértices de um tetraedro
Ligações Múltiplas
1. Eteno (H2C=CH2)
• Os dados experimentais sugerem que todos os átomos estão no mesmo plano
com ângulos de ligação de 120º
• Arranjo trigonal planar
• Hibridação 𝑠𝑝2 para o C (combinação da função 2𝑠 com duas funções 2𝑝)
• Cada orbital híbrido possui um elétron de valência. O quarto elétron
ocupa o orbital 2𝑝 não hibridado e perpendicular ao plano formado
pelos híbridos
• Os elétrons dos dois orbitais 2𝑝 não hibridados formam uma ligação 
A presença de uma ligação dupla entre dois
átomos de C influencia fortemente a forma da
molécula
• Impede a rotação de uma parte da estrutura
MODELO DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (VB)
C, N e O formam ligações duplas (elementos maiores apresentam distâncias de
ligação muito altas, com maior dificuldade de superposição lateral dos orbitais)
Ligações Múltiplas
Forma uma estrutura de ressonância que garante que os elétrons das ligações  se
espalhem por todo o anel
MODELO DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (VB)
2. Benzeno
Hibridação 𝑠𝑝2 para o C
• Os orbitais 𝑠𝑝2 de cada átomo de C se superpõem aos de seus vizinhos,
resultando em 6 ligações  (𝐶𝑠𝑝2 , 𝐶𝑠𝑝2 )
• O orbital 𝑠𝑝2 restante se superpõe a 1 orbital 𝑠 do H, formando 6 ligações C – H
• A superposição lateral do orbital 2𝑝 restante em cada átomo de C resulta em uma
ligação  com um dos vizinhos
Ligações Triplas
MODELO DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (VB)
A estrutura de Lewis para o acetileno é linear: HCCH
• Dois orbitais equivalentes em ângulos de 180º
• Hibridação 𝑠𝑝
• Cada átomo de C tem 1 elétrons em cada um dos 2 orbitais híbridos 𝑠𝑝
e 1 elétron em cada um dos dois orbitais perpendiculares 2𝑝
• 1 ligação  (𝐶𝑠𝑝, 𝐶𝑠𝑝) e 2 ligações  em planos perpendiculares
• A densidade de elétrons das ligações  forma um cilindro em torno do
eixo interatômico
Teoria dos Orbitais Moleculares
Nodo
𝜓 = 𝜓𝐴1𝑠 + 𝜓𝐵1𝑠
Orbital Ligante
Interferência construtiva de duas ondas
centradas em núcleos diferentes
𝜓 = 𝜓𝐴1𝑠 − 𝜓𝐵1𝑠
Orbital Antiligante
Interferência destrutiva de duas ondas
centradas em núcleos diferentes
MODELOS DA FORMA MOLECULAR
Os elétrons ocupam orbitais moleculares
• Todos os elétrons de valência estão deslocalizados sobre toda a molécula
• Não pertencem a uma ligação particular
• Os orbitais moleculares são construídos a partir da combinação linear dos orbitais
atômicos da camada de valência dos átomos que formam a molécula
• N orbitais atômicos podem formar N orbitais moleculares
• Orbital molecular para o H2:
Orbitais Ligantes e Antiligantes
Qualquer elétron que ocupa um orbital molecular
ligante é atraído pelos dois núcleos e tem energia
menor que quando está confinado ao orbital
atômico do átomo
• O orbital molecular ligante tem menor energia
total que os orbitais atômicos para os átomos
separados
• Combinação ligante de dois orbitais 𝑠: OM 
TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES
Se um elétron ocupa um orbital molecular
antiligante, ele é excluído da região internuclear
• O orbital molecular antiligante tem energia
total maior que os orbitais atômicos para os
átomos separados
• Combinação antiligante de dois orbitais 𝑠:
orbital molecular (OM) 𝜎 ∗
Moléculas Diatômicas
Como apenas o OM ligante está ocupado, a
energia da molécula é menor que dos átomos
separados
• O hidrogênio existe na forma da molécula H2
• 2 elétrons num orbital  formam uma ligação 
• Orbital com simetria cilíndrica, sem plano
nodal
Combinação de 2 orbitais 𝑝
formando 2 OMs: 𝜎 e 𝜎 ∗
Combinação de 2
orbitais 𝑝 formando
2 OMs: 𝜋 e 𝜋 ∗
TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES
Os elétrons são acomodados nos orbitais moleculares
seguindo os mesmos procedimentos que para orbitais
atômicos
Moléculas Diatômicas Homonucleares
OMs para moléculas diatômicas homonucleares de
elementos do Período 2 (Li2 até N2)
OMs para O2 e F2
TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES
Elementos mais pesados apresentam pequenas diferenças na ordem dos níveis de
energia de OMs
• Efeito da blindagem
N N
Cada átomo de N contribui com 5 elétrons de valência: 10
elétrons devem ser distribuídos no diagrama de energia
de OMs.
2 ∗2 4 2
• 𝑁2 : 𝜎2𝑠
𝜎2𝑠 𝜋2𝑝 𝜎2𝑝
Ordem de Ligação (𝒃)
Número líquido de ligações considerando o cancelamento de elétrons em OM
ligantes pelos elétrons em OM antiligantes:
1
𝑏 = × 𝑁𝑒 − 𝑁𝑒∗
elétrons em OM antiligante
2
elétrons em OM ligante
1
• 𝑁2 : 2 8 − 2 = 3
• O N2 tem efetivamente 3 ligações entre os átomos N
TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES
Molécula N2
O O
Pela estrutura de Lewis, todos os elétrons estão
emparelhados
• A molécula O2 deveria ser diamagnética
Pela teoria OM, cada átomo de O contribui com 6 elétrons
de valência: 12 elétrons de valência.
2 ∗2 2 4
∗1 ∗1
• 𝑂2 : 𝜎2𝑠
𝜎2𝑠 𝜎2𝑝 𝜋2𝑝 𝜋2𝑝
𝜋2𝑝
• Os dois últimos spins estão desemparelhados
• Seus campos magnéticos não se cancelam e a
molécula é paramagnética
Ordem de Ligação (𝒃)
1
2+2+4 − 2+1+1 =2
2
A ligação dupla da molécula é vista como uma ligação  e mais duas “meias” ligações 
• Cada meia ligação é formada por um par de elétrons num orbital ligante e um
elétron num orbital antiligante
𝑏=
TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES
Molécula O2
Moléculas Diatômicas Heteronucleares
• Ligação covalente apolar: 𝑐𝐴2 = 𝑐𝐵2 , e o par de
elétrons é compartilhado igualmente entre os dois
átomos
• Ligação iônica: o coeficiente de um dos íons é
praticamente zero, pois o outro íon captura quase
toda a densidade eletrônica
• Ligação covalente polar: o orbital atômico do
átomo mais eletronegativo tem energia menor e
contribui mais para o OM de menor energia
(ligante). A contribuição do orbital atômico de
maior energia (átomo menos eletronegativo) é
maior para o OM de maior energia (antiligante)
Esquema típico dos OMs calculados para uma
molécula de um óxido diatômico, EO
TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES
A combinação linear entre os orbitais atômicos de átomos diferentes leva em
consideração a diferente atração do elétron a cada núcleo atômico:
𝜓 = 𝑐𝐴 𝜓𝐴 ± 𝑐𝐵 𝜓𝐵
Moléculas Poliatômicas
O grau do caráter de ligação está relacionado ao
número de nodos internucleares
• Orbital totalmente ligante: não apresenta nodo
entre átomos vizinhos
• Quando ocupado contribui para manter todos
os átomos unidos
• Orbital totalmente antiligante: apresenta um nodo
entre todos os átomos vizinhos
• Se ocupado, contribui para separar todos os
átomos
• Orbital não ligante: os elétrons estão localizados
completamente sobre um dos átomos e não
contribuem diretamente para a ligação
Ex.: Benzeno: todos os elétron ocupam orbitais de
caráter ligante
TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES
Os OMs se espalham sobre todos os átomos da molécula
• O par de elétrons de um orbital ligante ajuda a manter unida toda a molécula, e
não somente o par de átomos que forma a ligação
Transições Espectroscópicas
Excitação
OM não ocupado de menor energia
(Lowest Unoccupied Molecular Orbital)
OM ocupado de maior energia
(Highest Occupied Molecular Orbital)
Orbitais moleculares ocupados
TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES
Orbitais moleculares não ocupados
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