APROVADO EM 27-05-2005 INFARMED FOLHETO INFORMATIVO RIFADEX Rifampicina Cápsulas e suspensão oral. Composição: Cápsulas a 150 mg e a 300 mg de rifampicina. Suspensão oral a 20 mg de rifampicina/ml Forma farmacêutica e apresentação: Cápsulas: emb. contendo 10, 16, 60 e 100 cápsulas. Suspensão oral a 20mg/ml: frasco contendo 60ml e 150ml de suspensão. Categoria fármacoterapêutica: 1.1.12 –Antituberculosos. Código ATC: J04A B02 Titular de autorização de introdução no mercado: LABESFAL - Laboratórios Almiro, S.A. 3465-051 Campo de Besteiros Portugal. Indicações terapêuticas: Tuberculose em todas as suas formas. - tratamento em politerapia: - tuberculose pulmonar de 1º acesso ou reincidência - tuberculoses extrapulmonares: meningite tuberculosa, tuberculose urogenital, osteoarticular, ganglionar, das mucosas, digestiva, hepato-esplénica, cutânea. - quimioprofilaxia em bi ou monoterapia: - pacientes imunodeprimidos em contacto com tuberculosos bacilares ou susceptíveis de um reaparecimento tuberculoso; - viragens isoladas das reacções cutâneas tuberculínicas; - sujeitos com reacções tuberculínicas negativas, em contacto com tuberculosos bacilares. Outras infecções micobacterianas sensíveis. Lepra: em politerapia. Brucelose. Infecções graves: tratadas em meio hospitalar, devidas a germes Gram + (estafilococos, enterococos) ou germes Gram – sensíveis. Profilaxia de meningites por meningococos: APROVADO EM 27-05-2005 INFARMED O objectivo é erradicar o germe (Neisseria meningitidis) da nasofaringe. A rifampicina não é um tratamento da meningite por meningococos. É preconizada na profilaxia: - da doença depois do tratamento curativo e antes da reintegração na comunidade; - os sujeitos que estiveram expostos às secreções orofaríngeas do doente nos 10 dias que precederam a sua hospitalização. A decisão de tratar o conjunto dos membros de uma colectividade, em particular as crianças, deve ter em conta os riscos de "exposição". Esta prescrição deve ser rigorosa a fim de limitar os efeitos secundários da rifampicina e a possibilidade do aparecimento de estirpes resistentes (1 a 10% em certos estudos após tratamento profilático). Contra-indicações: A rifampicina está contra-indicada em doentes hipersensíveis às rifampicinas. Não deve ser administrada a doentes com obstrução biliar. Efeitos indesejáveis: A rifampicina é geralmente bem tolerada. As reacções adversas são mais comuns durante tratamentos intermitentes ou após re-início dum tratamento interrompido. Os efeitos adversos gastro-intestinais que incluem náuseas, vómitos, diarreia, flatulência e anorexia, são por vezes graves sendo necessário a suspensão do tratamento. Existem algumas referências a colite pseudomembranosa associada com o uso de rifampicina. A rifampicina produz perturbações da função hepática. A icterícia pode estar associada com o uso concomitante de outros agentes como a isoniazida, sendo referidas situações fatais em pacientes com desordens hepáticas pré-existentes ou que tomaram agentes potencialmente hepatotóxicos; os pacientes alcoólicos podem também correr este risco. Alguns pacientes experimentaram uma reacção febril com sintomas semelhantes a influenza a qual pode ter uma base imunológica. Têm ocorrido alterações da função renal. Podem ocorrer reacções cutâneas benignas e transitórias que consistem em eritema e prurido, com ou sem exantema. As reacções de hipersensibilidade mais graves são pouco frequentes. Verificaram-se também eosinofilia, leucopenia transitória, trombocitopenia, púrpura, hemólise e choque. Outros efeitos adversos referidos incluem confusão, sonolência, dor de cabeça, fraqueza muscular, ataxia, tonturas, torpor generalizado, disturbios visuais e irregularidades menstruais. Têm sido referidas hemorragias pós-natal nas mães e recém-nascidos a seguir ao tratamento com rifampicina durante o último trimestre de gravidez. Foram referidas tromboflebites com a administração de rifampicina por via intravenosa durante longos períodos. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção: A rifampicina tem propriedades indutoras de enzimas hepáticas, pode acelerar a metabolização e, portanto, reduzir a actividade de vários fármacos. Associações contra-indicadas: - Delavirdina: risco de diminuição importante das concentrações plasmáticas e da eficácia da delaviridina (aumento do seu metabolismo hepático pela rifampicina). APROVADO EM 27-05-2005 INFARMED - Indinavir: diminuição importante das concentrações plasmáticas da antiprotease por indução do seu metabolismo hepático pela rifampicina, não podendo ser compensado por um aumento das doses de antiprotease. - Saquinavir: risco de redução da eficácia do saquinavir por aumento do seu metabolismo hepático pelo indutor. - Estroprogestativos e progestativos (contraceptivos): diminuição da eficácia contraceptiva (aumento do metabolismo hepático). Utilizar um outro método contraceptivo, em particular do tipo mecânico. - Ritonavir: risco de redução da antiprotease pela rifampicina, por um lado e por outro lado, risco de aumento dos efeitos indesejáveis da rifampicina por aumento das concentrações do seu metabolito. Associações que necessitam de precaução de utilização: - Antagonistas do cálcio (descrito para o verapamil, diltiazem e nifedipina): diminuição das concentrações plasmáticas do antagonista do cálcio (aumento do seu metabolismo hepático). Vigilância clínica e adaptação eventual da posologia do antagonista do cálcio durante o tratamento com a rifampicina e após a sua paragem. - Antiarritmicos (disopiramida, hidroquinidina, quinidina): diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia do antiarritmico (aceleração do seu metabolismo hepático). Vigilância clínica, ECG e eventualmente da concentração plasmática do antiarritmico. Se necessário adaptação da posologia do antiarritmico durante o tratamento com a rifampicina e após a sua paragem (risco de sobredosagem pelo antiarritmico). - Anticoagulantes orais: diminuição do efeito do anticoagulante oral (aumento do seu metabolismo hepático). Controlo mais frequente das taxas de protrombina e vigilância do INR. Adaptação da posologia do ancoagulante oral durante o tratamento com a rifampicina e 8 dias após a sua paragem. - Antifúngicos (fluconazol, itraconazol, cetoconazol): diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia dos dois anti-infecciosos (indução enzimática pela rifampicina e diminuição da absorção intestinal pelo azol antifúngico). A diminuição das concentrações plasmáticas do fluconazol é menor do que a dos outros azois. As tomas dos dois anti-infecciosos devem ser espaçadas, vigiar as concentrações plasmáticas do azol antifúngico e adaptar eventualmente a posologia. Para a associação rifampicina-cetoconazol: espaçar as tomas dos dois anti-infecciosos em 12 horas. - Ciclosporina, tacrolimus: diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia do imunodepressor (aumento do seu metabolismo hepático). Aumento da posologia do imunodepressor sob controlo das concentrações plasmáticas. Diminuição da posologia a suspensão da rifampicina. - Corticóides (gluco, mineralo, via geral), excepto a hidrocortisona utilizada como tratamento substitutivo na doença de Addison: diminuição da eficácia dos corticóides (aumento do seu metabolismo); as consequências são particularmente importantes nos doentes com doença de Addison e em caso de transplantes. Vigilância clínica e biológica; adaptação da posologia dos corticoides durante a associação e após a paragem da rifampicina. - Digitoxina: diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia da digitoxina (aumento do seu metabolismo hepático). Vigilância clinica, ECG e eventualmente controlo da digitoxinémia. Se necessário, adaptação da posologia da digitoxina durante a associação e após a paragem da rifampicina ou utilizar a digoxina, menos metabolizada pelo fígado. - Estrogénios e progestativos (não contraceptivos): diminuição da eficácia do estrogénio ou do progestativo (aumento dos se metabolismo hepático). Vigilância clínica e adaptação eventual da posologia do estrogénio ou do progestativo durante o tratamento com a rifampicina e após a sua paragem. - Hormonas da tiróide (descrito para a fenitoina, rifampicina, carbamazepina): risco de hipotiróide clínica nos pacientes com hipotiróide, por aumento do metabolismo da T3 e da T4. Vigilância das concentrações séricas de T3 e de T4 e adaptação, se necessário da posologia da levotiroxina durante o tratamento com o indutor e após a sua paragem. - Isoniazida: aumento da hepatotoxicidade da isoniazida (aceleração da formação de metabolitos toxicos da isoniazida). Vigilância clínica e biológica desta associação clássica. Em caso de hepatite, suspender a isoniazida. - Metadona: diminuição das concentrações plasmáticas de metadona com risco do aparecimento de um síndrome de abstinência por aumento do seu metabolismo hepático. Aumentar a frequência das APROVADO EM 27-05-2005 INFARMED tomas de metadona: 2 a 3 vezes por dia em lugar de 1 vez por dia. - Morfina: diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia da morfina e do seu metabolito activo. Vigilância clínica e adaptação eventual da posologia da morfina durante o tratamento com rifampicina e após a sua paragem. - Fenitoína; diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia da fenitoínapor aumento do seu metabolismo hepático. Vigilância clínica, doseamento das concentrações plasmáticas de fenitoína e adaptação eventual da sua posologia durante o tratamento com rifampicina e após a sua paragem. - Terbinafina: diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia da terbinafina (aumento da sua depuração plasmática). Adaptação da posologia da terbinafina durante o tratamento com a rifampicina e após a sua paragem. - Teofilina (base e sais) e aminofilina: diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia da teofilina (aumento do seu metabolismo por indução enzimática). Vigilância clínica e, se necessário, da teofilinémia. Adaptar, se necessário, a posologia da teofilina durante o tratamento com rifampicina e após a sua paragem. - Tolbutamida: diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia da tolbutamida (aumento do seu metabolismo hepático). Prevenir o paciente e reforçar a auto-vigilância glicémica. Adaptar eventualmente a posologia da sulfamida hipoglicemiante durante o tratamento com rifampicina e após a sua paragem. - Zidovudina: risco de diminuição da eficácia da zidovudina (aceleração do seu metabolismo hepático). Vigilância clínica regular. - Zolpidem: diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia do zolpidem por aumento do seu metabolismo hepático. Vigilância clínica. Utilizar eventualmente um outro hipnótico. Associações a ter em conta: - Alprenolol, metoprolol, propranolol: diminuição das concentrações plasmáticas e da eficácia destes beta-bloqueadores(aceleração do seu metabolismo hepático). Eliminação essencialmente por metabolismo hepático. Exames laboratoriais: A rifampicina pode retardar a excreção biliar dos produtos de contraste utilizados para o exame radiográfico da vesícula biliar. Oa métodos microbiológicos para determinar a concentração plasmática de ácido fólico e da vitamina B12 não são utilizados durante o tratamento com rifampicina. A rifampicina entra em competição, de modo temporário, com a bilirrubina e a BSP. Para evitar os falsos positivos, o teste à BSP deverá ser realizado de manhã antes da administração da rifampicina. Precauções especiais de utilização: A rifampicina e os seus metabolitos podem transmitir uma coloração laranja-avermelhada à urina, bem como à expectoraação, suor e lágrimas, pelo que os doentes devem ser informados desta possibilidade. Inclusivamente as lentes de contacto moles, durante a terapia com rifampicina, podem ficar permanentemente manchadas. A função hepática deve ser monitorizada durante o tratamento com rifampicina e o fármaco deverá ser suspenso caso se manifeste hepato-toxicidade. Utilização em caso de gravidez e de aleitamento: A utilização segura da rifampicina durante a gravidez e o aleitamento ainda não foi estabelecida. O aparecimento de malformações congénitas dose-dependentes em roedores leva a considerar a hipótese de efeitos teratogénicos nas mulheres. As crianças nascidas de mães tratadas com rifampicina devem ser cuidadosamente observadas. A rifampicina é excretada no leite materno e atravessa a barreira placentária. APROVADO EM 27-05-2005 INFARMED Efeitos sobre a condução e a utilização de máquinas: A rifampicina pode provocar cansaço, sonolência e tonturas. Os doentes deverão ser advertidos sobre estes efeitos uma vez que poderão diminuir a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. Excipientes: A suspensão oral contém sacarose e parabenos. Posologia e modo de administração: Tuberculose: O tratamento não deve ser iniciado sem que tenha sido obtida prova bacteriológica da tuberculose. O exame bacteriológico compreende sistematicamente o exame directo, a cultura e o antibiograma. Contudo, se se tratar de uma urgência ou se as lesões forem típicas e a baciloscopia negativa, apesar da sua repetição, o tratamento pode ser instituído e será reconsiderado logo que se disponha dos resultados da cultura. Para ser eficaz, este tratamento deve: - associar vários antituberculosos: - três ou quatro mediante os resultados do antibiograma tendo em conta uma eventual resistência primária (e, de qualquer forma, durante pelo menos dois meses), - pelo menos dois em seguida, para evitar o aparecimento de uma resistência adquirida; - utilizar os antimicrobianos mais activos (bactericidas) em doses eficazes (mas adaptadas para evitar qualquer sobredosagem); - ser administrado numa só toma quotidiana, de forma contínua e durante 6 meses em caso de quadriterapia inicial de 2 meses, de 9 meses em caso de tri-terapia inicial de 2 meses. Posologia: - adulto: 8 a 12 mg/kg/dia numa toma, de preferência distanciada das refeições; - crianças dos 7 aos 15 anos: a mesma posologia que os adultos, em média 10 mg/kg/dia numa toma; - lactentes e crianças de 1 mês a 7 anos (25 kg) para a suspensão oral: 10 a 20 mg/kg/dia, isto é, 2,5 ml a 5 ml de RIFADEX, suspensão oral por 5 kg de peso por dia, numa toma; - recém-nascidos (com menos de 1 mês): 10 mg/kg/dia de suspensão oral numa toma Quimioprofilaxia: A posologia é a mesma que no caso de tuberculose confirmada. A duração do tratamento é habitualmente de 6 a 12 meses. Lepra: Para o tratamento da lepra, as posologias recomendadas pela OMS são: Formas multibacilares (LL, BL, BB): - rifampicina: 600 mg uma vez por mês, sob vigilância; - dapsona: 100 mg por dia, auto-administração; - clofazimina: 300 mg uma vez por mês, sob vigilância e 50 mg por dia em auto-administração. Duração do tratamento: pelo menos 2 anos. Formas paucibacilares (TT, BT): - rifampicina: 600 mg uma vez por mês, sob vigilância; - dapsona: 100 mg (1-2 mg/kg) uma vez por dia. Duração do tratamento: 6 meses. APROVADO EM 27-05-2005 INFARMED Brucelose: Em associação: rifampicina: 900 mg/dia, numa toma de manhã em jejum; doxiciclina: 200 mg/dia, numa toma no momento da refeição da noite. Para as bruceloses agudas, a duração do tratamento é de 45 dias. Infecções graves por germes Gram + ou Gram -: Após eliminação de uma eventual tuberculose, a rifampicina é administrada, todos os dias em associação com um outro antibiótico activo, na posologia seguinte, fora das refeições: - adulto: 20 a 30 mg/kg/dia repartidas em duas tomas; - lactente e crianças (entre 1 mês para a suspensão oral ou 7 anos para as cápsulas e 15 anos): mesma posologia que os adultos: - recém-nascido (com menos de 1 mês): 15 a 20 mg/kg/dia de suspensão oral duas tomas. Em caso de insuficiência renal, pode ser necessário maior intervalo entre as tomas. Profilaxia das meningites por meningococos: A rifampicina será administrada durante 48 horas, na posologia seguinte:-adulto: 600 mg de 12 em 12 horas; - lactente e crianças (entre 1 mês para a suspensão oral ou 7 anos para as cápsulas e 15 anos): 10 mg/kg de 12 em 12 horas; - recém-nascidos (com menos de 1 mês): 5 mg/kg de suspensão oral de 12 em 12 horas. Sobredosagem, sintomas, medidas de urgência e antídotos: A sobredosagem com rifampicina produz sintomas que são a exacerbação dos efeitos adversos normais. Podem-se desencadear náuseas, vómitos, letargia e aparecimento de cor alaranjada nas fezes, urina, pele, lágrimas e suor. Após uma dose maciça, pode surgir em poucas horas, um aumento do tamanho do fígado, obstrução biliar, com rápido aumento da bilirrubina sérica total e de enzimas hepáticas, podendo ainda aparecer perda de consciência. Tratamento: lavagem gástrica com instilação de carvão activado. Administração dum anti-emético e dum diurético. Caso haja séria insuficiência hepática pode ser necessário drenagem biliar ou hemodiálise. Qualquer efeito indesejável detectado que não conste deste folheto deve ser comunicado ao seu médico ou farmacêutico. Manter fora do alcance e da vista das crianças. Validade: O medicamento não deverá ser utilizado findo o prazo de validade indicado na embalagem. Precauções particulares de conservação: Manter o recipiente bem fechado em local seco e fresco Maio/2005