FERNANDA DE JESUS NOTÁRIO DOS SANTOS TÍTULO: ESTUDO DA OXIDAÇÃO DOS TUBERCULOSTÁTICOS PIRAZINAMIDA, RIFAMPICINA E ISONIAZIDA CATALISADA POR PEROXIDASE DE RAÍZ FORTE: IMPLICAÇÕES NO SURTO OXIDATIVO DOS NEUTRÓFILOS. 2005. 98p. Data da defesa: 09/08/2005 RESUMO: A tuberculose, doença infecto-contagiosa causada pelo M. tuberculosis, causa anualmente mais de 2 milhões de óbitos e 8 milhões de novos casos. É passível de tratamento, sendo os fármacos mais utilizados a rifampicina (R), a isoniazida (H) e a pirazinamida (Z). No entanto, estes fármacos não são desprovidos de efeitos adversos, sendo um deles a supressão das funções oxidativas de neutrófilos. Na maioria dos casos, esta supressão é causada pela inibição da peroxidase neutrofílica (mieloperoxidase) e/ou por neutralização das espécies reativas de oxigênio (ERO) liberadas na ativação destas células. O objetivo deste trabalho foi investigar a oxidação dos tuberculostáticos pirazinamida, isoniazida e rifampicina catalisada por HRP como modelo de peroxidase e a reação dos mesmos com ácido hipocloroso. Além disto, foi estudado o efeito destes tuberculostáticos no surto oxidativo de neutrófilos estimulados. Observou-se que a rifampicina foi o tuberculostático que apresentou maior reatividade com o sistema HRP/H2O2 e a rifampicina-quinona, um composto para o qual propriedades imunossupressoras foram descritas, foi o produto da reação. As constantes cinéticas em -1) e estado estacionário foram obtidas: KM app (101 Vmax app (0,78 -1 kcat (5,1 0,6 s ). Verificou-se que a velocidade da reação de oxidação da rifampicina foi mais eficiente quando foram adicionados co-substratos como tetrametilbenzidina, ácido salicílico, ácido aminosalicílico e paracetamol. Este efeito foi explicado tendo como base um mecanismo de transferência de elétrons. A importância desta co-oxidação foi discutida no contexto de interações entre fármacos, já que as reações aqui descritas são possíveis de ocorrer em sítios inflamatórios, onde ambos, um ambiente oxidante e a peroxidase neutrofílica estão normalmente presentes. Adicionalmente, foi verificado que a rifampicina, reagiu diretamente com o ácido hipocloroso, que é o principal agente microbicida produzido pelos neutrófilos. A isoniazida e a pirazinamida não reagiram com o ácido hipocloroso. O efeito dos tuberculostáticos na liberação de ERO por neutrófilos ativados foi medido pelo ensaio de quimiluminescência dependente de luminol. Foi verificado que a isoniazida e a rifampicina inibem a emissão de luz. Considerando que a isoniazida não reagiu com o ácido hipocloroso, pode-se sugerir que o seu efeito supressivo na emissão de luz esteja relacionado à inibição da atividade da mieloperoxidase. Estes resultados sugerem o potencial destes fármacos como supressores da atividade microbicida destas células.