Dia Internacional da Luta da Mulher O Dia Internacional da Luta da Mulher (8/3) se aproxima. A data foi proposta pela militante socialista alemã Clara Zetkin, em 1910, para lembrar a luta das trabalhadoras por melhores condições de vida e trabalho em todo o mundo. E é desta forma que o Sindppd/RS compreende este dia: um momento para reafirmarmos a importância da organização das mulheres trabalhadoras contra toda e qualquer forma de violência e opressão. Por isso, divulgamos nas últimas semanas textos sobre três questões que desafiam especialmente a luta da mulher hoje: o mercado de trabalho, a situação da mulher negra e a violência contra a mulher (texto que publicamos hoje, logo abaixo). A faixa da foto acima está na fachada do Sindppd/RS durante toda a semana. A Conlutas convoca a todas e todos para um grande ato nessa sexta-feira (7/3), na esquina democrática, no centro de Porto Alegre, entre 12h e 13h30min. Compareça! Pelo fim da violência contra a mulher! Uma pesquisa realizada em 2001 pela Fundação Perseu Abramo revela que uma em cada quatro mulheres já foi vítima de ataques (assédio sexual, estupro, espancamento, etc.) e que sete em cada dez mulheres mortas foram assassinadas pelos próprios maridos, que também são responsáveis por 56% dos casos de espancamento. No primeiro semestre de 2006, o Ibope, com o Instituto Patrícia Galvão, realizou uma outra pesquisa sobre violência doméstica, apontando que 51% dos entrevistados declararam conhecer ao menos uma mulher que é ou foi agredida por seu companheiro. Esses números, junto a muitos outros, colocam o Brasil como campeão de agressões contra as mulheres. Lei Maria da Penha não corrige distorções Há, de fato, muitas pesquisas sobre o tema da violência contra a mulher. O que falta é uma política realmente efetiva no combate à violência. Às vésperas da eleição, Lula aprovou a Lei Maria da Penha. No entanto, essa lei não garante de fato a punição ao agressor, assim como não garante os serviços essenciais à mulher que sofre agressão. Para que as mulheres conquistem os recursos necessários, é necessário questionar o papel cumprido pelo governo, que em nome do pagamento das dívidas, em 2007, cortou 42% do orçamento destinado aos programas de combate à violência contra a mulher. A negação do direito à maternidade Não são apenas aquelas que optam por interromper a gravidez que sofrem ou morrem em decorrência à falta de um atendimento decente. Hoje, 98% dos casos de mortalidade materna poderiam ser evitadas se houvesse acesso aos serviços de saúde no período da gestação e atendimento na hora do parto. Segundo o Ministério da Saúde, a cada duas horas morre uma mulher por complicações na gravidez, no parto e no pós-parto. Além da violência física Muito além das estatísticas, a violência que as trabalhadoras enfrentam todos os dias em todas as esferas é silenciada ou escondida. Desde a escola até os locais de trabalho, a mulher é obrigada a conviver com o assédio e a subestimação.As lésbicas não têm controle sobre questões relativas a sua sexualidade e o direito de decidir livremente sobre tal, sem sofrer coerção, discriminação ou violência. O racismo vitima cotidianamente as mulheres negras, que são as primeiras a serem demitidas e alvos número um da violência social. Já a mulher jovem (geralmente mais dependente econômica e juridicamente da família) sofre ainda mais com a imposição de comportamentos, moralismos, ideologias e repressão. O Dia Internacional da Luta da Mulher, o 8 de março de cada ano, marca a data de uma luta difícil, e que deve ocorrer todos os dias. A luta contra toda e qualquer opressão contra a mulher. Pelo direito à maternidade! Acesso a saúde pública, gratuita de qualidade, creche, educação, emprego e salários dignos! Por tudo isso: Luta, mulher! (Fonte: Conlutas)