UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Exercício Resistido e Obesidade Pâmela Silvestre de Souza Érica Fernanda da Silva Roque São José dos Campos/SP 2013 UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EXERCÍCIO RESISTIDO E OBESIDADE PÂMELA SILVESTRE DE SOUZA ÉRICA FERNANDA DA SILVA ROQUE Relatório Final apresentado como parte das exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso à Coordenação de TCC do curso de Educação Física da Faculdade de Educação e Artes da Universidade do Vale do Paraíba. Orientador: Prof. Marcelo Alvarez São José dos Campos/SP 2013 “O cavalo prepara-se para o dia da batalha; mas do Senhor vem a vitória.” (Provérbios 21:31) Resumo A obesidade pode ser definida como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal e que pode ser prejudicial à saúde. É uma doença cada vez mais comum e que vem tomando grandes proporções na sociedade. A inatividade física parece ser o maior fator causador dessa doença. Grande é a sua preocupação, pois esta associada a muitas outras doenças. Sendo assim necessário desenvolver meios de prevenção e tratamento dessa doença. O treinamento resistido, conhecido popularmente como musculação, visa aumentar a força física e melhorar a capacidade funcional. Porém traz muitos outros benefícios á saúde e gera uma grande influência na composição corporal. Vem sendo cada mais valorizado e praticado por idosos, hipertensos, cardiopatas, inclusive obesos, devido ao seu efeito positivo na saúde e a sua segurança. O treinamento com pesos causa diminuição significativa na gordura corporal e aumento na massa magra. Os exercícios anaeróbios, no caso o treinamento resistido é eficiente na redução de gordura. Enfim, o treinamento resistido possui influência positiva sobre o tratamento da obesidade. Se atrelado a uma dieta e a um treinamento aeróbio seus resultados podem ser ainda mais eficientes. Palavras-chave: Obesidade. Exercício Resistido. Musculação. Percentual de Gordura. Anaeróbio. Abstract Obesity can be defined as an abnormal or excessive accumulation of body fat, and that can be harmful to health. It is an increasingly common disease and is taking major proportions in society. Physical inactivity appears to be the major causative factor of this disease. Great is your concern because it is associated with many other diseases. Therefore necessary to develop means of prevention and treatment of this disease. Resistance training, popularly known as bodybuilding, aims to increase physical strength and improve functional capacity. But brings many benefits to health and generates a great influence on body composition. Is being increasingly valued and practiced by the elderly, hypertensive heart disease, including obesity, due to its positive effect on health and safety. Weight training causes significant decrease in body fat and increase in lean mass. Anaerobic exercises, if resistance training is effective in reducing fat. Finally, resistance training has a positive influence on the treatment of obesity. If linked to a diet and aerobic training results can be even more efficient. Keywords: Obesity. Resistance Exercise. Bodybuilding. Fat Percentage. Anaerobic. Sumário 1 Introdução ................................................................................................................ 7 2 Justificativa ............................................................................................................... 9 3 Objetivos ................................................................................................................ 10 3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 10 3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 10 4 Metodologia ............................................................................................................ 11 5 Revisão da Literatura ............................................................................................. 12 5.1 Obesidade ........................................................................................................... 12 5.2 Obesidade: Causas e Consequências ................................................................ 14 5.3 Exercícios Resistidos .......................................................................................... 16 5.4 Exercícios Resistidos e Obesidade ..................................................................... 16 6 Discussão ............................................................................................................... 19 7 Conclusão .............................................................................................................. 20 Referências Bibliográficas ......................................................................................... 21 7 1 Introdução Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004), obesidade e sobrepeso são definidos como acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode ser prejudicial à saúde. Sobrepeso e obesidade são fatores de risco para muitas doenças crônicas, que incluem diabetes, doenças cardiovasculares e câncer, problemas antes considerados de países de alta renda, a obesidade e o sobrepeso estão aumentando em países baixa e média renda, especialmente em áreas urbanas. O uso do Índice de Massa Corporal (IMC) é o mais simples e conhecido para quantificar o grau de gordura corporal e o cálculo utiliza como base o peso e a altura do indivíduo, através da fórmula IMC, porém apresenta falhas. Existem outros métodos de avaliação como, o Índice de Adiposidade Corporal (IAC); Pesagem hidrostática; Bioimpedância; Antropometria; entre outros e recentemente foi desenvolvido um equipamento para avaliação corporal chamado, All Body Scan 3D. O excesso de tecido adiposo, que caracteriza a obesidade, ocorre pelo balanço energético positivo de forma crônica, isto é, uma ingestão calórica que ultrapassa com o gasto energético (FREITAS; OLIVEIRA; SANTOS, 2009). Os exercícios resistidos têm sido cada vez mais estudados e valorizados pelo seu efeito promotor de saúde e aptidão física, bem como pelo seu alto grau de segurança. Os exercícios resistidos têm sido particularmente indicados para pessoas, obesas, idosas e debilitadas (NETO et al, 2008). O exercício físico vem se tornando grande aliado na prevenção e tratamento da obesidade, sendo que o exercício resistido tem sido frequentemente utilizado (MIRANDA, 2009). O treinamento resistido ou contra resistência é conhecido também como musculação ou treinamento de força. É um treinamento que visa aumentar a força física e a melhora na capacidade funcional, traz inúmeros benefícios à saúde, tendo uma grande influência na composição corporal de seus praticantes (NASCIMENTO; PRADO; SOUZA, 2011). Embora o exercício aeróbio venha sendo recomendado para alcançar os objetivos citados acima, investigações e recomendações atuais de diretrizes de exercícios indicam a inclusão de treinamento resistido para pessoas de todas as 8 idades e para muitos pacientes com doenças crônicas, como obesidade (POLLOCK et al, 2000; ACSM, 2003 apud MIRANDA, 2009). Estudos demonstraram que exercícios resistidos podem ser muito eficientes para diminuir o percentual de gordura corporal em indivíduos obesos, com ou sem restrição especifica da dieta, sendo um importante fator nas alterações do peso quanto na composição corporal (SIMAO, 2008 apud NASCIMENTO; PRADO; SOUZA, 2011). Segundo Durstine e Haskell (1994) o treinamento físico pode diminuir os fatores de risco associados à doença cardiovascular, como por exemplo, na melhora no perfil lipídico, melhora na sensibilidade à insulina de acordo com Barbato et al (2006), na intolerância à glicose e aprimoramento da captação de glicose muscular (Holloszy et al, 1986; Morgado e Schneider, 1991), redução dos níveis pressóricos em indivíduos obesos e hipertensos (PAFFENBARGER et al 1991). Além disso, é crescente a popularização do exercício resistido em diversos segmentos tais como, o alto rendimento, na estética e na saúde como prevenção de doenças. Portanto, o exercício resistido tem sido adotado para populações especiais como, hipertensos, cardiopatas, diabéticos e obesos (MIRANDA, 2009). Um estudo realizado por Ormsbee et al (2007) apud Freitas, Oliveira e Santos (2009) concluiu que a atividade resistida contribuiu para melhorar a composição corporal, diminuir a gordura abdominal e melhorar a oxidação lipídica e a energia gasta em resposta da atividade intensa. 9 2 Justificativa Sabendo-se a importância e escassez de estudos relacionada ao tema, é que buscamos mostrar a influencia que o treinamento com exercícios resistidos tem sobre a obesidade, com base em opiniões de diferentes autores. 10 3 Objetivos 3.1 Objetivo Geral Verificar a importância do exercício resistido sobre a composição corporal de pessoas com obesidade. 3.2 Objetivos Específicos - Relacionar exercício resistido à obesidade; - Mostrar como o exercício resistido pode ajudar na redução de peso em indivíduos obesos. 11 4 Metodologia Este estudo é de caráter bibliográfico, elaborado através de informações coletadas a partir de artigos publicados, livros, teses e dissertações. 12 5 Revisão da Literatura 5.1 Obesidade Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2004), obesidade e sobrepeso são definidos como acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode ser prejudicial à saúde. A OMS define a obesidade como uma doença crônica não transmissível, que está presente em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, afetando milhares de pessoas sem distinção, que por falta de tempo e preguiça acabam ficando cada vez mais sedentárias. A obesidade mais que duplicou desde 1980. Em 2008 os adultos que estavam acima do peso chegavam a 1,5 bilhão, sendo que 200 milhões de homens e 300 milhões de mulheres já estavam obesos (WHO, 2011 apud NASCIMENTO; PRADO; SOUZA, 2011). Segundo o IBGE (2010), o problema do excesso de peso e da obesidade tem alcançado proporções epidêmicas no mundo todo. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, realizada em parceria entre o IBGE e o Ministério da Saúde, analisando dados de 188 mil pessoas brasileiras em todas as idades, mostrou que a obesidade e o excesso de peso têm aumentado rapidamente nos últimos anos, em todas as faixas etárias. Neste levantamento, 50% dos homens e 48% das mulheres se encontram com excesso de peso, sendo que 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres apresentam obesidade. No Brasil, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada entre 2002 e 2003, mostraram que 40,6% da população total de adultos apresentam sobrepeso, sendo 11% considerados obesos, com prevalência maior entre as mulheres (IBGE, 2002-2003 apud BARBATO et al, 2006) O uso do Índice de Massa Corporal (IMC) é o mais simples e conhecido para quantificar o grau de gordura corporal e o cálculo utiliza como base o peso e a altura do indivíduo, através da fórmula IMC= Peso (em quilogramas)/(Altura x Altura em metros), um IMC superior a 30 a pessoa é considerada obesa, com um IMC superior a 25 é considerado sobrepeso. É um calculo fácil, no entanto, representa muito mais a corpulência que a adiposidade, uma vez que indivíduos musculosos e obesos podem apresentar o mesmo IMC. Existem outros métodos de avaliação mais 13 eficazes como, o Índice de Adiposidade Corporal (IAC); Pesagem hidrostática; Bioimpedância; Antropometria; entre outros e recentemente foi desenvolvido um equipamento para avaliação corporal chamado, All Body Scan 3D. Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia propuseram uma nova forma de avaliar a adiposidade em adultos, o índice de adiposidade corporal (IAC) como uma alternativa mais fidedigna para quantificar a gordura corporal, utilizando a medida do quadril e a altura. A medida do quadril é realizada a partir da projeção mais posterior dos glúteos em uma linha horizontal até a região anterior do quadril. Para calcular o IAC não é utilizado o peso corporal. A fórmula do IAC é: [Quadril/(altura x √altura)] – 18. A nova medida apresenta maior correlação com a gordura corporal medida por densitometria que o clássico IMC. Por isso, o IAC surge como alternativa mais fidedigna para a avaliação da adiposidade (ABESO, 2011). De acordo com (BEHNKE E WILMORE,1974 apud CARVALHO E NETO, 1999), a mensuração do volume corporal pode ser calculado através do deslocamento d’água ou da pesagem hidrostática. O método da densitometria é operacionalizado através da pesagem hidrostática e é considerado o método “padrão ouro” (melhor forma de mensurar) para a validação de outros métodos no campo da composição corporal. O método antropométrico é realizado através das medidas de perímetros, diâmetros e espessuras de dobras cutâneas, é um recurso utilizado para estimar o percentual de gordura corporal através de equações de regressão (CARVALHO e NETO, 1999). Na década de 60, foi desenvolvido um medidor portátil de impedância bioelétrica (IB), o método para a determinação da impedância corporal está baseado na condução de uma corrente elétrica no organismo (CARVALHO e NETO, 1999). Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, desenvolveram um equipamento de avaliação corporal que mede o percentual de gordura nas pessoas de forma mais rápida, precisa e confortável do que outros métodos existentes no mercado. O All Body Scan 3D escaneia o corpo inteiro em 30 segundos, e gera um modelo tridimensional do paciente (USP, 2012). 14 De acordo com Perri, Nezu e Viegener (1992) (apud SABIA, SANTOS, RIBEIRO 2004) o indivíduo é considerado obeso quando a quantidade de gordura relativa à massa corporal se iguala ou excede a 30% em mulheres e a 25% em homens e a obesidade grave é caracterizada por um conteúdo de gordura corporal que exceda 40% em mulheres e 35% em homens. Segundo Eriksson (1997) (apud CIOLAC e GUIMARÃES 2004), nas últimas décadas tem havido rápido e crescente aumento no número de pessoas obesas, sendo assim tornando a obesidade um problema de saúde pública. Essa doença é dada como uma desordem primariamente de alta ingestão energética. No entanto, evidências sugerem que grande parte da obesidade é mais devida ao baixo gasto energético que ao alto consumo de comida, enquanto a inatividade física parece ser o maior fator etiológico do crescimento dessa doença nas sociedades industrializadas. 5.2 Obesidade: consequências Macardle et al (2003) e ASCMS (2007) apud Nascimento, Prado e Souza (2011) dizem que a obesidade é um fator de risco de diversas doenças, entre elas hipertensão, diabetes tipo 2, osteortrites, apneia do sono, doenças coronarianas, elevação do colesterol, infarto no miocárdio, entre outros, ela é responsável pela morte de mais ou menos 2,8 milhões de pessoas a cada ano. Como consequências, existem as socioeconômicas, que acabam elevando os custos para o sistema de saúde, que de forma direta envolvem gastos com o tratamento da obesidade (INCA, 2003 apud NASCIMENTO; PRADO; SOUZA, 2011). A obesidade é multifatorial, e dentre seus fatores pode-se destacar os genéticos, hormonais como excesso de insulina, deficiência do hormônio do crescimento (GH), seretonina e excesso de cortisona, que acabam desempenhando um papel importante no ganho de peso. Porém, fatores ambientais estilo de vida inadequado, hábitos alimentares, sedentarismo e falta de atividade física atualmente vem sendo um dos responsáveis pelo aumento da obesidade no mundo. (HEYWARD, 2004 apud NASCIMENTO; PRADO; SOUZA, 2011). Bouchard (2003), diz que o desenvolvimento da obesidade pode ser influenciado por fatores ambientais e de comportamento, que varia desde condição 15 socioeconômica até a percepção da imagem corporal; dos cuidados infantis recebidos ao nascimento; e desde o nível de educação materna ao nível de horas que se passa dormindo à noite. Pais obesos mais do que dobram o risco de obesidade de seus filhos na vida adulta. Quadro 1 - Complicações da obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004) Articulares - Maior predisposição a artroses, osteoartrite - Epifisiólise da cabeça femoral Cardiovasculares - Hipertensão arterial sistêmica - Hipertrofia cardíaca Cirúrgicas - Aumento do risco cirúrgico Crescimento - Idade óssea avançada, aumento da altura - Menarca precoce Cutâneas - Maior predisposição a micoses, dermatites e piodermites Endócrino - metabólicas - Resistência à insulina e maior predisposição ao diabetes - Hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia Gastrointestinais - Aumento da freqüência de litíase biliar - Esteatose hepática e esteatohepatite Mortalidade - Aumento do risco de mortalidade Neoplásicas - Maior freqüência de câncer de endométrio, mama, vesícula biliar, cólon/ reto, próstata Psicossociais - Discriminação social e isolamento - Afastamento de atividades sociais - Dificuldade de expressar seus sentimentos - Tendência à hipóxia, devido a aumento da demanda Respiratórias ventilatória, aumento do esforço respiratório, diminuição da eficiência muscular, diminuição da reserva funcional, microectasias, apnéia do sono, síndrome de Pickwicky - Infecções, asma 16 O Quadro 1 anterior, mostra algumas complicações que a obesidade pode trazer ao individuo (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). 5.3 Exercícios resistidos Segundo Nascimento, Prado e Souza (2011), o treinamento resistido ou contra resistência é conhecido também como musculação ou treinamento de força. É um treinamento que visa aumentar a força física e a melhora na capacidade funcional, traz inúmeros benefícios à saúde, tendo uma grande influência na composição corporal de seus praticantes. O treinamento de força inclui o levantamento de pesos e o uso de resistências em máquinas ou de elásticos. Tecnicamente, o treinamento com pesos refere-se ao levantamento dos pesos livres e pelas máquinas que propiciam a produção de resistência dinâmica invariável e variável (GERALDES, 2003). 5.4 Exercícios resistidos e obesidade Sabia; Santos e Ribeiro (2004), em seu artigo compararam o efeito do exercício físico aeróbio contínuo e anaeróbio intermitente associado à orientação alimentar em adolescentes obesos sobre a redução da massa corporal e composição corporal, lipídios sanguíneos e capacidade de trabalho físico. Os critérios de inclusão considerados foram: idade de 12 a 14 anos, IMC acima do percentil 95, considerado obeso para a idade, sexo e disponibilidade total para participar das atividades de Educação Física (três vezes/semana, das 14:00 horas às 15:15 horas) e orientação nutricional (uma vez/semana, por 1,5 hora). O treinamento anaeróbio foi realizado utilizando-se o método do “treinamento intervalado” (18-20), caracterizado por atividade física com duração de 20 a 40 minutos, terminando com 60 minutos. O exercício proposto foi corrida intermitente de alta intensidade (predominância anaeróbica) e circuito com peso. Os circuitos eram intercalados por dia da semana com as corridas, trabalhando apenas os grandes grupos musculares, também com intervalos de um minuto por exercício. A 17 intensidade determinada foi de 95-105% do VO2 máx., que foi monitorada pela frequência cardíaca. Sendo assim, nesse estudo de Sabia, Santos e Ribeiro, nos exercícios aeróbios, a massa corporal total diminuiu 1,5% e nos exercícios anaeróbios, 3,7%. Isso determinou a diminuição do IMC em 4,5% no aeróbio e em 7,6% no anaeróbio intermitente. Foi observado nos resultados pós-exercício aumento significante estatisticamente na massa magra e diminuição na massa gorda, tanto no aeróbio quanto no anaeróbio intermitente, mostrando assim que a atividade física atua na preservação da massa magra e na perda de gordura, foi verificada a eficiência do exercício anaeróbio para a perda da massa corporal, bem como para a melhora cardiorrespiratória, medidas bioquímicas e na composição corporal. Em seus estudos Cruz e Tribess (2007) verificaram que o treinamento resistido proporcionou reduções significativas na gordura corporal e no índice de massa corporal, e aumentos na massa corporal magra, proporcionando inúmeros benefícios à saúde e diminuindo riscos para doenças crônico-degenerativas. Em sua pesquisa, Fernandez (2001), avaliou 28 adolescentes obesos divididos em grupo aeróbio, anaeróbio e controle e concluiu que os exercícios anaeróbios também são eficientes para a diminuição de gordura. Santarém (1996), mesmo que seja um dado antigo, afirma que os exercícios anaeróbios podem promover alta mobilização de ácidos graxos livres, controlando os níveis teciduais de gordura, uma vez que a manutenção e/ou aumento da massa magra através de exercícios resistidos, tende a manter o metabolismo basal elevado por várias horas após os esforços anaeróbios, pelo fato de o tecido muscular se manter metabolicamente mais ativo mesmo em estado de repouso. Silva et al (1999), verificaram o efeito dos exercícios aeróbios e anaeróbios sobre a gordura sérica e tecidual de ratos alimentados com dieta hiperlipídica e concluíram que o treinamento anaeróbio pode constituir estímulo tão ou mais eficiente quanto o aeróbio na redução dos efeitos negativos decorrentes do excesso de gordura da dieta, tanto em relação a alterações nos lipídios séricos quanto nos teciduais. De acordo com Campos (2000), mesmo os exercícios de força em musculação não utilizando como fonte predominante a gordura no momento do exercício e utilizando de forma mais intensa as vias energéticas ATP-PC e glicólise 18 anaeróbia, há uma grande utilização de lipídios entre uma série e outra dos exercícios, por causa das atividades aeróbias aumentada, no intuito de recuperar os sistemas anaeróbios depletados. Ainda, o metabolismo permanece alto por várias horas, o que aumenta a oxidação de gordura. Campos (2000), também diz que os exercícios de musculação levam a secreção de hormônio de crescimento. Sendo assim, além das propriedades anabólicas deste hormônio, ele aumenta a utilização de gordura, no período seguinte ao exercício. Nunes et al (2006), analisaram as alterações do percentual de gordura (%G) e de massa magra (MM) de homens e mulheres com idade média de 25 anos, todos iniciantes na musculação e trabalhos aeróbios em aparelhos ergométricos. Eles treinavam 3 vezes por semana, 45 minutos de exercícios resistidos e 30 minutos de exercícios aeróbios, durante 6 meses. Eles concluiram que a metodologia dos exercícios que foram propostos, fez com que houvesse uma diminuição no percentual de gordura com o aumento da massa magra. Um estudo realizado por Ormsbee et al (2007) apud Freitas, Oliveira e Santos (2009) concluiu que a atividade resistida contribuiu para melhorar a composição corporal, diminuir a gordura abdominal e melhorar a oxidação lipídica e a energia gasta em resposta da atividade intensa. Em seus estudos GIACOMELLO et al, 2008, pode verificar que a prática do treinamento resistido combinado com o treinamento aeróbico é mais eficiente para a redução de gordura corporal, o qual também pode ser encontrado nos estudos de PRESTES et al, 2010, onde comparou um grupo de indivíduos que realizaram somente treinamento aeróbico e outro que combinaram treinamento aeróbico com resistido. Lopes (2008), diz em seus estudos que o treinamento com pesos possui influência positiva no controle da obesidade, proporcionando um aumento significativo na demanda energética após o exercício, mantendo-a acima dos valores de repouso. Os exercícios de força oferecem estratégias para o controle do peso corporal através do gasto calórico, aumentando a massa muscular e da taxa metabólica de repouso (EPOC), diminuindo o percentual de gordura corporal, a fim de favorecer um emagrecimento seguro e saudável. 19 6 Discussão Lopes (2008), diz em seus estudos que o treinamento com pesos possui influência positiva no controle da obesidade, proporcionando um aumento significativo na demanda energética após o exercício, mantendo-a acima dos valores de repouso. Os exercícios de força oferecem estratégias para o controle do peso corporal através do gasto calórico, aumentando a massa muscular e da taxa metabólica de repouso (EPOC), diminuindo o percentual de gordura corporal, a fim de favorecer um emagrecimento seguro e saudável. Fernandez (2001) e Silva et al (1999), concluíram que os exercícios anaeróbios podem constituir estímulo tão ou mais eficiente que o aeróbio, para a diminuição de gordura. Santarém (1996) e Ceddia (1998) afirmam que os exercícios anaeróbios podem promover controle sobre os níveis teciduais de gordura. Entretanto, existem diversos estudos na literatura que afirmam que o exercício resistido combinado com o aeróbio tem efeitos mais significativos em relação à diminuição da gordura corporal, diferentemente dos autores citados acima, GIACOMELLO et al, 2008, pode verificar que a prática do treinamento resistido combinado com o treinamento aeróbico é mais eficiente para a redução de gordura corporal, o qual também pode ser encontrado nos estudos de PRESTES et al, 2010, onde compararam um grupo de indivíduos que realizaram somente treinamento aeróbico e outro que combinaram treinamento aeróbico com resistido. Através disso, pode-se acreditar que, a prática regular de exercícios resistidos, que sejam bem orientados e supervisionados por um Profissional de Educação Física, pode ter resultados positivos sobre a composição corporal, através do aumento de massa livre de gordura, taxa metabólica de repouso e ainda mais se acompanhados de treinamento resistido e dieta equilibrada. 20 7 Conclusão Com base na literatura pode-se verificar que há influência positiva do exercício resistido sobre a obesidade, diminuindo a gordura corporal e aumentando a massa magra. Se combinado, o aeróbio com anaeróbio há mais resultados do que se isolados. 21 Referências Bibliográficas 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA – ABESO. Índice de Adiposidade Corporal: Novo Método de Avaliação. Março, 2011. 2. BARBATO, K.B.G.; MARTINS, R.C.V.; RODRIGUES, M.L.G.; BRAGA, J.U.; FRANCISCHETTI, E.A.; GENELHU, V. 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