UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Exercício Resistido e Obesidade
Pâmela Silvestre de Souza
Érica Fernanda da Silva Roque
São José dos Campos/SP
2013
UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
EXERCÍCIO RESISTIDO E OBESIDADE
PÂMELA SILVESTRE DE SOUZA
ÉRICA FERNANDA DA SILVA ROQUE
Relatório Final apresentado como parte das
exigências da disciplina Trabalho de Conclusão
de Curso à Coordenação de TCC do curso de
Educação Física da Faculdade de Educação e
Artes da Universidade do Vale do Paraíba.
Orientador: Prof. Marcelo Alvarez
São José dos Campos/SP
2013
“O cavalo prepara-se para o dia da
batalha; mas do Senhor vem a vitória.”
(Provérbios 21:31)
Resumo
A obesidade pode ser definida como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura
corporal e que pode ser prejudicial à saúde. É uma doença cada vez mais comum e
que vem tomando grandes proporções na sociedade. A inatividade física parece ser
o maior fator causador dessa doença. Grande é a sua preocupação, pois esta
associada a muitas outras doenças. Sendo assim necessário desenvolver meios de
prevenção e tratamento dessa doença. O treinamento resistido, conhecido
popularmente como musculação, visa aumentar a força física e melhorar a
capacidade funcional. Porém traz muitos outros benefícios á saúde e gera uma
grande influência na composição corporal. Vem sendo cada mais valorizado e
praticado por idosos, hipertensos, cardiopatas, inclusive obesos, devido ao seu
efeito positivo na saúde e a sua segurança. O treinamento com pesos causa
diminuição significativa na gordura corporal e aumento na massa magra. Os
exercícios anaeróbios, no caso o treinamento resistido é eficiente na redução de
gordura. Enfim, o treinamento resistido possui influência positiva sobre o tratamento
da obesidade. Se atrelado a uma dieta e a um treinamento aeróbio seus resultados
podem ser ainda mais eficientes.
Palavras-chave: Obesidade. Exercício Resistido. Musculação. Percentual de
Gordura. Anaeróbio.
Abstract
Obesity can be defined as an abnormal or excessive accumulation of body fat, and
that can be harmful to health. It is an increasingly common disease and is taking
major proportions in society. Physical inactivity appears to be the major causative
factor of this disease. Great is your concern because it is associated with many other
diseases. Therefore necessary to develop means of prevention and treatment of this
disease. Resistance training, popularly known as bodybuilding, aims to increase
physical strength and improve functional capacity. But brings many benefits to health
and generates a great influence on body composition. Is being increasingly valued
and practiced by the elderly, hypertensive heart disease, including obesity, due to its
positive effect on health and safety. Weight training causes significant decrease in
body fat and increase in lean mass. Anaerobic exercises, if resistance training is
effective in reducing fat. Finally, resistance training has a positive influence on the
treatment of obesity. If linked to a diet and aerobic training results can be even more
efficient.
Keywords: Obesity. Resistance Exercise. Bodybuilding. Fat Percentage. Anaerobic.
Sumário
1 Introdução ................................................................................................................ 7
2 Justificativa ............................................................................................................... 9
3 Objetivos ................................................................................................................ 10
3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 10
3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 10
4 Metodologia ............................................................................................................ 11
5 Revisão da Literatura ............................................................................................. 12
5.1 Obesidade ........................................................................................................... 12
5.2 Obesidade: Causas e Consequências ................................................................ 14
5.3 Exercícios Resistidos .......................................................................................... 16
5.4 Exercícios Resistidos e Obesidade ..................................................................... 16
6 Discussão ............................................................................................................... 19
7 Conclusão .............................................................................................................. 20
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 21
7
1 Introdução
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004), obesidade e sobrepeso
são definidos como acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode ser
prejudicial à saúde. Sobrepeso e obesidade são fatores de risco para muitas
doenças crônicas, que incluem diabetes, doenças cardiovasculares e câncer,
problemas antes considerados de países de alta renda, a obesidade e o sobrepeso
estão aumentando em países baixa e média renda, especialmente em áreas
urbanas.
O uso do Índice de Massa Corporal (IMC) é o mais simples e conhecido para
quantificar o grau de gordura corporal e o cálculo utiliza como base o peso e a
altura do indivíduo, através da fórmula IMC, porém apresenta falhas. Existem outros
métodos de avaliação como, o Índice de Adiposidade Corporal (IAC); Pesagem
hidrostática; Bioimpedância; Antropometria; entre outros e recentemente foi
desenvolvido um equipamento para avaliação corporal chamado, All Body Scan 3D.
O excesso de tecido adiposo, que caracteriza a obesidade, ocorre pelo
balanço energético positivo de forma crônica, isto é, uma ingestão calórica que
ultrapassa com o gasto energético (FREITAS; OLIVEIRA; SANTOS, 2009).
Os exercícios resistidos têm sido cada vez mais estudados e valorizados pelo
seu efeito promotor de saúde e aptidão física, bem como pelo seu alto grau de
segurança. Os exercícios resistidos têm sido particularmente indicados para
pessoas, obesas, idosas e debilitadas (NETO et al, 2008).
O exercício físico vem se tornando grande aliado na prevenção e tratamento
da obesidade, sendo que o exercício resistido tem sido frequentemente utilizado
(MIRANDA, 2009).
O treinamento resistido ou contra resistência é conhecido também como
musculação ou treinamento de força. É um treinamento que visa aumentar a força
física e a melhora na capacidade funcional, traz inúmeros benefícios à saúde, tendo
uma grande influência na composição corporal de seus praticantes (NASCIMENTO;
PRADO; SOUZA, 2011).
Embora o exercício aeróbio venha sendo recomendado para alcançar os
objetivos citados acima, investigações e recomendações atuais de diretrizes de
exercícios indicam a inclusão de treinamento resistido para pessoas de todas as
8
idades e para muitos pacientes com doenças crônicas, como obesidade (POLLOCK
et al, 2000; ACSM, 2003 apud MIRANDA, 2009).
Estudos demonstraram que exercícios resistidos podem ser muito eficientes
para diminuir o percentual de gordura corporal em indivíduos obesos, com ou sem
restrição especifica da dieta, sendo um importante fator nas alterações do peso
quanto na composição corporal (SIMAO, 2008 apud NASCIMENTO; PRADO;
SOUZA, 2011).
Segundo Durstine e Haskell (1994) o treinamento físico pode diminuir os
fatores de risco associados à doença cardiovascular, como por exemplo, na melhora
no perfil lipídico, melhora na sensibilidade à insulina de acordo com Barbato et al
(2006), na intolerância à glicose e aprimoramento da captação de glicose muscular
(Holloszy et al, 1986; Morgado e Schneider, 1991), redução dos níveis pressóricos
em indivíduos obesos e hipertensos (PAFFENBARGER et al 1991).
Além disso, é crescente a popularização do exercício resistido em diversos
segmentos tais como, o alto rendimento, na estética e na saúde como prevenção de
doenças. Portanto, o exercício resistido tem sido adotado para populações especiais
como, hipertensos, cardiopatas, diabéticos e obesos (MIRANDA, 2009).
Um estudo realizado por Ormsbee et al (2007) apud Freitas, Oliveira e Santos
(2009) concluiu que a atividade resistida contribuiu para melhorar a composição
corporal, diminuir a gordura abdominal e melhorar a oxidação lipídica e a energia
gasta em resposta da atividade intensa.
9
2 Justificativa
Sabendo-se a importância e escassez de estudos relacionada ao tema, é que
buscamos mostrar a influencia que o treinamento com exercícios resistidos tem
sobre a obesidade, com base em opiniões de diferentes autores.
10
3 Objetivos
3.1 Objetivo Geral
Verificar a importância do exercício resistido sobre a composição corporal de
pessoas com obesidade.
3.2 Objetivos Específicos
-
Relacionar exercício resistido à obesidade;
-
Mostrar como o exercício resistido pode ajudar na redução de peso em
indivíduos obesos.
11
4 Metodologia
Este estudo é de caráter bibliográfico, elaborado através de informações
coletadas a partir de artigos publicados, livros, teses e dissertações.
12
5 Revisão da Literatura
5.1 Obesidade
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2004), obesidade e
sobrepeso são definidos como acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode
ser prejudicial à saúde.
A OMS define a obesidade como uma doença crônica não transmissível, que
está presente em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, afetando milhares de
pessoas sem distinção, que por falta de tempo e preguiça acabam ficando cada vez
mais sedentárias. A obesidade mais que duplicou desde 1980. Em 2008 os adultos
que estavam acima do peso chegavam a 1,5 bilhão, sendo que 200 milhões de
homens e 300 milhões de mulheres já estavam obesos (WHO, 2011 apud
NASCIMENTO; PRADO; SOUZA, 2011).
Segundo o IBGE (2010), o problema do excesso de peso e da obesidade tem
alcançado proporções epidêmicas no mundo todo. A Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF) 2008-2009, realizada em parceria entre o IBGE e o Ministério da
Saúde, analisando dados de 188 mil pessoas brasileiras em todas as idades,
mostrou que a obesidade e o excesso de peso têm aumentado rapidamente nos
últimos anos, em todas as faixas etárias. Neste levantamento, 50% dos homens e
48% das mulheres se encontram com excesso de peso, sendo que 12,5% dos
homens e 16,9% das mulheres apresentam obesidade.
No Brasil, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada entre 2002
e 2003, mostraram que 40,6% da população total de adultos apresentam sobrepeso,
sendo 11% considerados obesos, com prevalência maior entre as mulheres (IBGE,
2002-2003 apud BARBATO et al, 2006)
O uso do Índice de Massa Corporal (IMC) é o mais simples e conhecido para
quantificar o grau de gordura corporal e o cálculo utiliza como base o peso e a
altura do indivíduo, através da fórmula IMC= Peso (em quilogramas)/(Altura x Altura
em metros), um IMC superior a 30 a pessoa é considerada obesa, com um IMC
superior a 25 é considerado sobrepeso. É um calculo fácil, no entanto, representa
muito mais a corpulência que a adiposidade, uma vez que indivíduos musculosos e
obesos podem apresentar o mesmo IMC. Existem outros métodos de avaliação mais
13
eficazes como, o Índice de Adiposidade Corporal (IAC); Pesagem hidrostática;
Bioimpedância; Antropometria; entre outros e recentemente foi desenvolvido um
equipamento para avaliação corporal chamado, All Body Scan 3D.
Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia propuseram uma nova
forma de avaliar a adiposidade em adultos, o índice de adiposidade corporal (IAC)
como uma alternativa mais fidedigna para quantificar a gordura corporal, utilizando a
medida do quadril e a altura. A medida do quadril é realizada a partir da projeção
mais posterior dos glúteos em uma linha horizontal até a região anterior do quadril.
Para calcular o IAC não é utilizado o peso corporal. A fórmula do IAC é:
[Quadril/(altura x √altura)] – 18. A nova medida apresenta maior correlação com
a gordura corporal medida por densitometria que o clássico IMC. Por isso, o IAC
surge como alternativa mais fidedigna para a avaliação da adiposidade (ABESO,
2011).
De acordo com (BEHNKE E WILMORE,1974 apud CARVALHO E NETO,
1999), a mensuração do volume corporal pode ser calculado através do
deslocamento d’água ou da pesagem hidrostática. O método da densitometria é
operacionalizado através da pesagem hidrostática e é considerado o método
“padrão ouro” (melhor forma de mensurar) para a validação de outros métodos no
campo da composição corporal.
O método antropométrico é realizado através das medidas de perímetros,
diâmetros e espessuras de dobras cutâneas, é um recurso utilizado para estimar o
percentual de gordura corporal através de equações de regressão (CARVALHO e
NETO, 1999).
Na década de 60, foi desenvolvido um medidor portátil de impedância
bioelétrica (IB), o método para a determinação da impedância corporal está baseado
na condução de uma corrente elétrica no organismo (CARVALHO e NETO, 1999).
Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
(ICMC) da USP, em São Carlos, desenvolveram um equipamento de avaliação
corporal que mede o percentual de gordura nas pessoas de forma mais rápida,
precisa e confortável do que outros métodos existentes no mercado. O All Body
Scan 3D escaneia o corpo inteiro em 30 segundos, e gera um modelo tridimensional
do paciente (USP, 2012).
14
De acordo com Perri, Nezu e Viegener (1992) (apud SABIA, SANTOS,
RIBEIRO 2004) o indivíduo é considerado obeso quando a quantidade de gordura
relativa à massa corporal se iguala ou excede a 30% em mulheres e a 25% em
homens e a obesidade grave é caracterizada por um conteúdo de gordura corporal
que exceda 40% em mulheres e 35% em homens.
Segundo Eriksson (1997) (apud CIOLAC e GUIMARÃES 2004), nas últimas
décadas tem havido rápido e crescente aumento no número de pessoas obesas,
sendo assim tornando a obesidade um problema de saúde pública. Essa doença é
dada como uma desordem primariamente de alta ingestão energética. No entanto,
evidências sugerem que grande parte da obesidade é mais devida ao baixo gasto
energético que ao alto consumo de comida, enquanto a inatividade física parece ser
o
maior
fator
etiológico
do
crescimento
dessa
doença
nas
sociedades
industrializadas.
5.2 Obesidade: consequências
Macardle et al (2003) e ASCMS (2007) apud Nascimento, Prado e Souza
(2011) dizem que a obesidade é um fator de risco de diversas doenças, entre elas
hipertensão, diabetes tipo 2, osteortrites, apneia do sono, doenças coronarianas,
elevação do colesterol, infarto no miocárdio, entre outros, ela é responsável pela
morte de mais ou menos 2,8 milhões de pessoas a cada ano.
Como consequências, existem as socioeconômicas, que acabam elevando os
custos para o sistema de saúde, que de forma direta envolvem gastos com o
tratamento da obesidade (INCA, 2003 apud NASCIMENTO; PRADO; SOUZA, 2011).
A obesidade é multifatorial, e dentre seus fatores pode-se destacar os
genéticos, hormonais como excesso de insulina, deficiência do hormônio do
crescimento (GH), seretonina e excesso de cortisona, que acabam desempenhando
um papel importante no ganho de peso. Porém, fatores ambientais estilo de vida
inadequado, hábitos alimentares, sedentarismo e falta de atividade física atualmente
vem sendo um dos responsáveis pelo aumento da obesidade no mundo.
(HEYWARD, 2004 apud NASCIMENTO; PRADO; SOUZA, 2011).
Bouchard (2003), diz que o desenvolvimento da obesidade pode ser
influenciado por fatores ambientais e de comportamento, que varia desde condição
15
socioeconômica até a percepção da imagem corporal; dos cuidados infantis
recebidos ao nascimento; e desde o nível de educação materna ao nível de horas
que se passa dormindo à noite. Pais obesos mais do que dobram o risco de
obesidade de seus filhos na vida adulta.
Quadro 1 - Complicações da obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004)
Articulares
- Maior predisposição a artroses, osteoartrite
- Epifisiólise da cabeça femoral
Cardiovasculares
- Hipertensão arterial sistêmica
- Hipertrofia cardíaca
Cirúrgicas
- Aumento do risco cirúrgico
Crescimento
- Idade óssea avançada, aumento da altura
- Menarca precoce
Cutâneas
- Maior
predisposição
a
micoses,
dermatites
e
piodermites
Endócrino - metabólicas
- Resistência à insulina e maior predisposição ao
diabetes
- Hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia
Gastrointestinais
- Aumento da freqüência de litíase biliar
- Esteatose hepática e esteatohepatite
Mortalidade
- Aumento do risco de mortalidade
Neoplásicas
- Maior freqüência de câncer de endométrio, mama,
vesícula biliar, cólon/ reto, próstata
Psicossociais
- Discriminação social e isolamento
- Afastamento de atividades sociais
- Dificuldade de expressar seus sentimentos
- Tendência à hipóxia, devido a aumento da demanda
Respiratórias
ventilatória,
aumento
do
esforço
respiratório,
diminuição da eficiência muscular, diminuição da
reserva funcional, microectasias, apnéia do sono,
síndrome de Pickwicky
- Infecções, asma
16
O Quadro 1 anterior, mostra algumas complicações que a obesidade pode
trazer ao individuo (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
5.3 Exercícios resistidos
Segundo Nascimento, Prado e Souza (2011), o treinamento resistido ou
contra resistência é conhecido também como musculação ou treinamento de força.
É um treinamento que visa aumentar a força física e a melhora na capacidade
funcional, traz inúmeros benefícios à saúde, tendo uma grande influência na
composição corporal de seus praticantes.
O treinamento de força inclui o levantamento de pesos e o uso de resistências
em máquinas ou de elásticos. Tecnicamente, o treinamento com pesos refere-se ao
levantamento dos pesos livres e pelas máquinas que propiciam a produção de
resistência dinâmica invariável e variável (GERALDES, 2003).
5.4 Exercícios resistidos e obesidade
Sabia; Santos e Ribeiro (2004), em seu artigo compararam o efeito do
exercício físico aeróbio contínuo e anaeróbio intermitente associado à orientação
alimentar em adolescentes obesos sobre a redução da massa corporal e
composição corporal, lipídios sanguíneos e capacidade de trabalho físico.
Os critérios de inclusão considerados foram: idade de 12 a 14 anos, IMC
acima do percentil 95, considerado obeso para a idade, sexo e disponibilidade total
para participar das atividades de Educação Física (três vezes/semana, das 14:00
horas às 15:15 horas) e orientação nutricional (uma vez/semana, por 1,5 hora).
O treinamento anaeróbio foi realizado utilizando-se o método do “treinamento
intervalado” (18-20), caracterizado por atividade física com duração de 20 a 40
minutos, terminando com 60 minutos. O exercício proposto foi corrida intermitente de
alta intensidade (predominância anaeróbica) e circuito com peso. Os circuitos eram
intercalados por dia da semana com as corridas, trabalhando apenas os grandes
grupos musculares, também com intervalos de um minuto por exercício. A
17
intensidade determinada foi de 95-105% do VO2 máx., que foi monitorada pela
frequência cardíaca.
Sendo assim, nesse estudo de Sabia, Santos e Ribeiro, nos exercícios
aeróbios, a massa corporal total diminuiu 1,5% e nos exercícios anaeróbios, 3,7%.
Isso determinou a diminuição do IMC em 4,5% no aeróbio e em 7,6% no anaeróbio
intermitente.
Foi
observado
nos
resultados
pós-exercício
aumento
significante
estatisticamente na massa magra e diminuição na massa gorda, tanto no aeróbio
quanto no anaeróbio intermitente, mostrando assim que a atividade física atua na
preservação da massa magra e na perda de gordura, foi verificada a eficiência do
exercício anaeróbio para a perda da massa corporal, bem como para a melhora
cardiorrespiratória, medidas bioquímicas e na composição corporal.
Em seus estudos Cruz e Tribess (2007) verificaram que o treinamento
resistido proporcionou reduções significativas na gordura corporal e no índice de
massa corporal, e aumentos na massa corporal magra, proporcionando inúmeros
benefícios à saúde e diminuindo riscos para doenças crônico-degenerativas.
Em sua pesquisa, Fernandez (2001), avaliou 28 adolescentes obesos
divididos em grupo aeróbio, anaeróbio e controle e concluiu que os exercícios
anaeróbios também são eficientes para a diminuição de gordura.
Santarém (1996), mesmo que seja um dado antigo, afirma que os exercícios
anaeróbios podem promover alta mobilização de ácidos graxos livres, controlando
os níveis teciduais de gordura, uma vez que a manutenção e/ou aumento da massa
magra através de exercícios resistidos, tende a manter o metabolismo basal elevado
por várias horas após os esforços anaeróbios, pelo fato de o tecido muscular se
manter metabolicamente mais ativo mesmo em estado de repouso.
Silva et al (1999), verificaram o efeito dos exercícios aeróbios e anaeróbios
sobre a gordura sérica e tecidual de ratos alimentados com dieta hiperlipídica e
concluíram que o treinamento anaeróbio pode constituir estímulo tão ou mais
eficiente quanto o aeróbio na redução dos efeitos negativos decorrentes do excesso
de gordura da dieta, tanto em relação a alterações nos lipídios séricos quanto nos
teciduais.
De acordo com Campos (2000), mesmo os exercícios de força em
musculação não utilizando como fonte predominante a gordura no momento do
exercício e utilizando de forma mais intensa as vias energéticas ATP-PC e glicólise
18
anaeróbia, há uma grande utilização de lipídios entre uma série e outra dos
exercícios, por causa das atividades aeróbias aumentada, no intuito de recuperar os
sistemas anaeróbios depletados. Ainda, o metabolismo permanece alto por várias
horas, o que aumenta a oxidação de gordura.
Campos (2000), também diz que os exercícios de musculação levam a
secreção de hormônio de crescimento. Sendo assim, além das propriedades
anabólicas deste hormônio, ele aumenta a utilização de gordura, no período
seguinte ao exercício.
Nunes et al (2006), analisaram as alterações do percentual de gordura (%G) e
de massa magra (MM) de homens e mulheres com idade média de 25 anos, todos
iniciantes na musculação e trabalhos aeróbios em aparelhos ergométricos. Eles
treinavam 3 vezes por semana, 45 minutos de exercícios resistidos e 30 minutos de
exercícios aeróbios, durante 6 meses. Eles concluiram que a metodologia dos
exercícios que foram propostos, fez com que houvesse uma diminuição no
percentual de gordura com o aumento da massa magra.
Um estudo realizado por Ormsbee et al (2007) apud Freitas, Oliveira e Santos
(2009) concluiu que a atividade resistida contribuiu para melhorar a composição
corporal, diminuir a gordura abdominal e melhorar a oxidação lipídica e a energia
gasta em resposta da atividade intensa.
Em seus estudos GIACOMELLO et al, 2008, pode verificar que a prática do
treinamento resistido combinado com o treinamento aeróbico é mais eficiente para a
redução de gordura corporal, o qual também pode ser encontrado nos estudos de
PRESTES et al, 2010, onde comparou um grupo de indivíduos que realizaram
somente treinamento aeróbico e outro que combinaram treinamento aeróbico com
resistido.
Lopes (2008), diz em seus estudos que o treinamento com pesos possui
influência positiva no controle da obesidade, proporcionando um aumento
significativo na demanda energética após o exercício, mantendo-a acima dos valores
de repouso. Os exercícios de força oferecem estratégias para o controle do peso
corporal através do gasto calórico, aumentando a massa muscular e da taxa
metabólica de repouso (EPOC), diminuindo o percentual de gordura corporal, a fim
de favorecer um emagrecimento seguro e saudável.
19
6 Discussão
Lopes (2008), diz em seus estudos que o treinamento com pesos possui
influência positiva no controle da obesidade, proporcionando um aumento
significativo na demanda energética após o exercício, mantendo-a acima dos valores
de repouso. Os exercícios de força oferecem estratégias para o controle do peso
corporal através do gasto calórico, aumentando a massa muscular e da taxa
metabólica de repouso (EPOC), diminuindo o percentual de gordura corporal, a fim
de favorecer um emagrecimento seguro e saudável.
Fernandez (2001) e Silva et al (1999), concluíram que os exercícios
anaeróbios podem constituir estímulo tão ou mais eficiente que o aeróbio, para a
diminuição de gordura.
Santarém (1996) e Ceddia (1998) afirmam que os exercícios anaeróbios
podem promover controle sobre os níveis teciduais de gordura.
Entretanto, existem diversos estudos na literatura que afirmam que o
exercício resistido combinado com o aeróbio tem efeitos mais significativos em
relação à diminuição da gordura corporal, diferentemente dos autores citados acima,
GIACOMELLO et al, 2008, pode verificar que a prática do treinamento resistido
combinado com o treinamento aeróbico é mais eficiente para a redução de gordura
corporal, o qual também pode ser encontrado nos estudos de PRESTES et al, 2010,
onde compararam um grupo de indivíduos que realizaram somente treinamento
aeróbico e outro que combinaram treinamento aeróbico com resistido.
Através disso, pode-se acreditar que, a prática regular de exercícios
resistidos, que sejam bem orientados e supervisionados por um Profissional de
Educação Física, pode ter resultados positivos sobre a composição corporal, através
do aumento de massa livre de gordura, taxa metabólica de repouso e ainda mais se
acompanhados de treinamento resistido e dieta equilibrada.
20
7 Conclusão
Com base na literatura pode-se verificar que há influência positiva do
exercício resistido sobre a obesidade, diminuindo a gordura corporal e aumentando
a massa magra. Se combinado, o aeróbio com anaeróbio há mais resultados do que
se isolados.
21
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