1 Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração - CPPA Mestrado Profissional em Gestão Empresarial Viviane Teobaldo Lopes de Andrade UM ESTUDO DE SOLUÇÕES ESTRATÉGICAS DE ENDOMARKETING PARA A COMUNICAÇÃO COM OS CLIENTES INTERNOS DO SENAC-PE UNIDADE RECIFE. Recife, 2015 2 Viviane Teobaldo Lopes de Andrade UM ESTUDO DE SOLUÇÕES ESTRATÉGICAS DE ENDOMARKETING PARA A COMUNICAÇÃO COM OS CLIENTES INTERNOS DO SENAC-PE UNIDADE RECIFE. Dissertação apresentada como requisito complementar para obtenção do grau de Mestre em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA da Faculdade Boa Viagem - DeVry Brasil, sob a orientação da Prof.a Dr.a Janaína de Holanda Costa Calazans. Recife, 2015 3 Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração - CPPA Mestrado Profissional em Gestão Empresarial UM ESTUDO DE SOLUÇÕES ESTRATÉGICAS DE ENDOMARKETING PARA A COMUNICAÇÃO COM OS CLIENTES INTERNOS DO SENAC-PE UNIDADE RECIFE. Viviane Teobaldo Lopes de Andrade Dissertação submetida ao corpo docente do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA da Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil e aprovada em 21 de maio de 2015. Banca Examinadora: Janaína de Holanda Costa Calazans, Doutora, Faculdade Boa Viagem (Orientadora) Carla Regina Pasa Gómez, Doutora, Universidade Federal de Pernambuco (Examinadora Externo) Maria Auxiliadora Diniz de Sá, Doutora, Faculdade Boa Viagem (Examinadora Interno) 4 5 AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer à Professora Doutora Janaína de Holanda Costa Calazans, por aceitar ser minha orientadora, por acreditar no meu estudo, pela paciência, disponibilidade e amizade demostradas durante toda a orientação desta dissertação. Agradeço a todos os meus professores de Mestrado pela contribuição de ensino que permitiram enriquecer meus conhecimentos e abrir novos horizontes, em especial aos avaliadores Carla Pasa Gómez, Rafael Lucian e Maria Auxiliadora Diniz de Sá, pelas importantes contribuições. Aos meus maravilhosos amigos e colegas de turma, meu muito obrigado, pelos momentos de partilha de angústias, alegrias, aprendizagem e, sobretudo, amizade que marcaram nossa passagem pelo curso. Quero agradecer, também, à minha família, cujo apoio foi indispensável para a realização do mestrado e para a conclusão desta dissertação, por compreender minhas ausências, principalmente neste último ano, e ao meu querido Tiago Andrade, por ter estado sempre ao meu lado, fazendo-me companhia ao longo de finais de semana, feriados prolongados, e todas as horas de trabalho desta dissertação. Não poderia deixar de agradecer a Valéria Peregrino, diretora regional do Senac Pernambuco, por permitir a realização das pesquisas nesta instituição, e a Marta Samico, gerente de Relacionamento e Comunicação do Senac Pernambuco, por acreditar que os resultados deste trabalho podem contribuir para a construção de novas e eficazes formas de relacionamento com os colaboradores. Finalmente, agradeço a coordenação do Mestrado, aos diretores da Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil e a todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a realização deste trabalho. 6 RESUMO Este estudo visa investigar, entender, identificar e descrever as experiências e práticas de Endomarketing em busca de soluções estratégicas para a comunicação com os clientes internos do Senac-PE Unidade Recife. O texto apresenta breve histórico do Endomarketing, focando os canais e ferramentas mais populares com o objetivo de identificar a eficácia destes na comunicação interna, na percepção de seus trabalhadores. São discutidas a influência do branding interno nos resultados de planejamento de ação de Endomarketing e o engajamento dos trabalhadores no que tange a relação com a marca Senac. A pesquisa foi desenvolvida em 2014 e teve como sujeitos 113 colaboradores de diferentes departamentos do Senac-PE Unidade Recife. A coleta de dados fundamentou-se nas abordagens quantitativa e qualitativa, com aplicação de questionários, com questões abertas e fechadas que foram direcionadas à caracterização dos sujeitos, de seus conhecimentos sobre Endomarketing e comunicação interna e sua opinião sobre o cenário da instituição com relação ao relacionamento que eles têm com a marca Senac. Palavras-chave: Endomarketing. Comunicação. Endobranding. Estratégia. 7 ABSTRACT This study aims to investigate, understand, identify and describe the experiences and practices of Endomarketing to look for strategic solutions for communication with Senac-PE Unit Recife internal customers. The text presents a brief history of Endomarketing, focusing on the most popular channels and tools in order to identify the effectiveness for internal communication, from a worker’s point of view. The branding influence is discussed, especially regarding internal branding on the results of Endomarketing action planning and the workers’s engagement regarding the Senac brand relationship. The research was conducted in 2014 and had 113 employees from different departments of Senac-PE Unit Recife as subjects. The data collected was based on a quantitative approach, by questionnaires with open and closed questions that were directed to characterize the subjects, their knowledge of Internal Marketing and internal communication and their opinion about the institution regarding the relationship they have with the Senac brand. Keywords: Internal marketing. Communications. Internal branding. Strategy. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Atividades de marketing interno e resultados no marketing externo 19 Figura 2 - Posicionamento funcional do Endomarketing 25 Figura 3 - Marketing x Endomarketing 31 Figura 4 - Pontos essenciais do Endomarketing 34 Figura 5 – Gráfico “o uso da comunicação impressa continua em declínio” 43 Figura 6 – Gráfico do principal veículo de Comunicação Interna 44 Figura 7 – Gráfico sobre os canais de Endomarketing disponíveis aos funcionários 47 Figura 8 – Gráfico sobre a avaliação geral dos canais 53 Figura 9 - Processo de construção da imagem de marca 65 Figura 10 – Gráfico sobre as tendências globais de engajamento dos funcionários por região 71 Figura 11 – Gráfico do quantitativo total de colaboradores do Senac por gênero 79 Figura 12 – Gráfico do quantitativo total de colaboradores do Senac por idade 79 Figura 13 – Gráfico dos canais de Endomarketing conhecidos pelos colaboradores do Senac 86 Figura 14 – Gráfico dos canais de Endomarketing do Senac considerados mais eficientes pelos colaboradores 87 Figura 15 – Correio Senac para informar sobre manutenção de serviços de rede 89 Figura 16 – Correio Senac para divulgar transferência de funcionários 89 Figura 17 – Correio Senac para divulgar mudança no horário do expediente 90 Figura 18 – Teaser para divulgar campanha nacional de sustentabilidade do Senac 90 Figura 19 – E-mail marketing sobre o Boletim Interno Senac – BIS 91 Figura 20 – Página inicial do Boletim Interno Senac – BIS 91 Figura 21 – Página inicial do site do Senac Pernambuco 93 Figura 22 – Página inicial da intranet do Senac Pernambuco 95 Figura 23 – Quadro de avisos instalado Edf. José de Anchieta 96 Figura 24 – Quadro de avisos instalado na entrada da Central de Atendimento Senac (CAS) 97 Figura 25 – Quadro de avisos instalado dentro da Central de Atendimento Senac (CAS) 97 Figura 26 – Quadro de avisos instalado próximo a Lanchonete Escola 98 9 Figura 27 – Edições mais recentes da Revista do Senac 100 Figura 28 – Sumário da Revista do Senac 100 Figura 29 – Seção “Por todo o Brasil” da Revista do Senac 101 Figura 30 – Perfil do Senac Pernambuco no Facebook 103 Figura 31 – Perfil do Senac Pernambuco no Twitter 104 Figura 32 – Palavras positivas relacionadas ao sentimento dos pesquisados pelo Senac 112 Figura 33 – Palavras negativas relacionadas ao sentimento dos pesquisados pelo Senac 112 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Dados sociodemográficos dos pesquisados 85 Tabela 2 - Percepção dos colaboradores sobre as ações mais eficazes para agregar valor à imagem da marca Senac 106 Tabela 3 - Percepção dos colaboradores sobre Influência do branding interno no planejamento de ações de Endomarketing 109 Tabela 4 – Quantidade de palavras positivas e negativas relacionadas ao sentimento que os pesquisados têm da marca Senac 111 Tabela 5 – Opinião dos pesquisados sobre o engajamento no que tange a relação com a marca Senac 115 11 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Pontos de vista da empresa x pontos de vista dos funcionários 32 Quadro 2 - Composto de Endomarketing 36 Quadro 3 - Problemáticas associadas à relação empresa-empregado 40 Quadro 4 - Objetivos específicos x procedimentos metodológicos 76 Quadro 5 - Desenho operacional da pesquisa 78 Quadro 6 - Quadro metodológico da coleta de dados 81 12 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABERJE Associação Brasileira de Comunicação Empresarial BI Business Inteligence B2B Business to Business B2C Business to Consumer B2E Business to Employee C2C Consumer to Consumer CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CNC Confederação Nacional do Comércio EAD Ensino a distância ERM Employee Relationship Management RH Recursos Humanos SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SESC Serviço Social do Comércio UNICAMP Universidade Federal de Campinas (São Paulo) 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização do estudo 1.2 Caracterização da organização 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral 1.3.2 Objetivo específico 1.4 Justificativas 15 18 20 21 21 22 22 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Endomarketing 2.1.1 Análise do ambiente de Endomarketing e suas implicações 2.1.2 O composto de Endomarketing 2.2 O papel estratégico do Endomarketing 2.2.1 ERM – Employee relationship management: o CRM interno 2.3 Comunicação interna como ferramenta de Endomarketing 2.4 Identificação dos canais para ações de Endomarketing 2.4.1 Revista interna 2.4.2 Jornal mural 2.4.3 Brindes 2.4.4 Correio eletrônico ou e-mail 2.4.5 Intranet 2.4.5.1 B2E – Business to Employee: o e-commerce interno 2.4.6 TV interna ou Corporativa 2.4.7 Rádio interna 2.4.8 Eventos internos 2.5 Branding Interno ou Endobranding 2.6. Percepção de marca e imagem da empresa pelos colaboradores 2.7 Influências do Endomarketing no engajamento 2.7.1 Empowerment 24 25 32 35 37 39 41 44 48 50 51 52 54 57 58 60 61 62 64 68 73 3 METODOLOGIA DE PESQUISA 3.1 Delineamento da pesquisa 3.2 Desenho da Pesquisa 3.3 Unidade de Análise 3.3.1 Sujeitos da Pesquisa 3.4 Técnicas de Coleta de Dados 3.4.1 Pré-teste 3.5 Análise dos dados 3.6 Limites e limitações do estudo 75 75 77 78 78 80 82 82 83 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 4.1 Perfil dos entrevistados 84 84 14 4.2 Conceito e aplicabilidade do Endomarketing 4.2.1 Comunicados por e-mail do Senac 4.2.2 Site do Senac 4.2.3 Intranet do Senac 4.2.4 Quadros de aviso do Senac 4.2.5 Revista do Senac 4.2.6 Eventos do Senac 4.2.7 Fan page do Senac 4.2.8 Perfil do Senac no Twitter 4.3 Percepção dos colaboradores sobre as ações mais eficazes para agregar valor à imagem da marca Senac 4.4 Influência do branding interno no planejamento de ações de Endomarketing 4.5 Engajamento dos colaboradores no que tange a relação com a marca Senac 86 88 92 93 95 98 101 102 103 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1 Conclusões 5.1.1 Quanto aos objetivos específicos definidos 5.1.2 Contribuição e relevância 5.2 Recomendações 5.2.1 Para a organização analisada 5.2.2 Continuidade e novos estudos 119 119 119 121 121 121 123 REFERÊNCIAS 124 APÊNDICE A – Questionário para diagnóstico de Endomarketing 131 105 108 112 15 1 INTRODUÇÃO Empresas que contam com colaboradores engajados são mais rentáveis, sólidas e competitivas (GRÖNROOS, 1993, p. 278). A ideia de “desenvolver nos empregados uma consciência do cliente” é defendida por teóricos há anos, e por dirigentes de organizações também, que deixaram de lado a impressão de que os funcionários não são envolvidos ou que têm aversão ao trabalho e perceberam o quanto as pessoas são importantes para a sobrevivência e, principalmente, para o sucesso de uma empresa (tanto que passaram a ser chamados de colaboradores). Neste cenário, um dos diferenciais que vem ganhando a devida importância das empresas é o atendimento a clientes e fornecedores. Desta forma, ter pessoas informadas, envolvidas e colaborativas em seu ambiente de trabalho tornou-se o ponto no qual residem os desafios crescentes para as áreas de Marketing, Comunicação e Recursos Humanos das corporações, no sentido de promover a motivação e a satisfação dos indivíduos, mobilizando esforços de atração e retenção de talentos. Sabe-se que quem atende o consumidor não é a empresa, mas sim os funcionários que nela trabalham, então, compreende-se que, para atender bem, os funcionários devem estar sempre bem informados no que se refere à empresa. Neste contexto, as empresas devem buscar formas de agir com os funcionários com o objetivo de mantê-los informados. Uma destas formas é a implantação de programas de Marketing Interno, que seria o marketing voltado para o público interno da organização ou, simplesmente, Endomarketing, através de ações táticas de comunicação interna. A estrutura tradicional das empresas é burocrática, técnica, racional e normativa. Por princípio, não há espaço para sentimentos e emoções. Estas características podem impedir a expressão, participação e engajamento dos funcionários (PIMENTA, 2006, p. 117). Para reverter este quadro, há uma tendência a considerar as várias dimensões humanas (emoções, atitudes, valores) nos processos de trabalho e na estrutura organizacional das empresas. Pimenta (2006, p. 119) propõe que “qualquer objetivo só será alcançado quando tornar-se possível, aos trabalhadores, expressarem seus valores, desejos e conflitos socializando-os e confrontando-os com os dos outros”. Ela ressalta que, para complementar este processo, é necessária uma integração harmônica das demandas da empresa e da sociedade, que devem ser atendidas. Como explica Grönroos (1993), o Endomarketing é uma estratégia utilizada como uma forma sistemática de lidar com problemas quando as empresas planejam e lançam novos produtos, serviços ou campanhas de marketing sem preparar adequadamente seus 16 funcionários. Ainda conforme o autor, Endomarketing é uma estratégia eficaz para engajar os colaboradores que não aceitam as ações de marketing realizadas pelas empresas, os lançamentos de produtos e serviços ou só ficam sabendo das novidades na empresa através dos jornais, revistas e comerciais da TV ou mesmo através dos clientes. A apresentação destas ações constitui uma tarefa do Endomarketing por si própria, como defende o autor. Existem inúmeras ferramentas para ajudar nesta tarefa. E-mail, revista interna, jornal mural, TV corporativa, rádio interna, intranet, eventos e brindes são algumas delas, aliadas a ações de comunicação interna. Segundo Menan (2010), a comunicação interna é “uma série de ferramentas utilizadas para promover interação e a troca de informações entre a empresa e seus colaboradores”, humanizando as relações trabalhistas. A comunicação, aqui, serve como cimento para o bom funcionamento das ferramentas de Endomarketing. Com uma comunicação bem definida, é possível se padronizar o conteúdo das ferramentas influenciando na interação e no relacionamento com os funcionários. Aliada à comunicação, está a importante contribuição do branding interno para os resultados de Endomarketing. Quando devidamente executado, o branding interno leva a mudanças de visão do funcionário sobre a marca da empresa, que ganha valor. A Unidade Recife do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - Senac investe em comunicação interna e em Endomarketing. Porém, reconhece que ainda há muito investimento a ser realizado para que todos os funcionários da unidade sejam atingidos pelas ações realizadas. Entre as questões mais emergentes, a preocupação da alta direção está presente na formação para o trabalho, no desenvolvimento de competências e no preparo para o mercado de trabalho. O foco mira especialmente no público externo: alunos, alunos em potencial (prospects) e formadores de opinião, como em qualquer companhia de grande porte. As experiências anteriores realizadas pela Gerência de Relacionamento e Comunicação (Gercom) da instituição mostram certa dificuldade do Senac em estabelecer ações de comunicação e de relacionamento que despertem a atenção dos funcionários e que impactem positivamente no processo de trabalho entre as áreas, influenciando o resultado da empresa como um todo. Não se trata de falta de interesse dos profissionais envolvidos, e sim do formato do modelo de negócio da própria instituição, muitas vezes não funcional, obsoleto e mesmo degenerativo para os processos de trabalho. Percebe-se, ainda, que os diretores e gerentes da Unidade Recife têm consciência da problemática e da necessidade de buscar mecanismos mais eficientes e eficazes para se encurtar o caminho da relação com os colaboradores. 17 Porém, faltam bases, conhecimentos mais aprofundados sobre o assunto e mais experimentações. Em paralelo a isso, percebem-se os conflitos que os funcionários experimentam pela forma deficiente com que a informação é repassada internamente. Em se tratando de comunicação, domina o modelo centralizador de gestão. Consequentemente, surge o medo pela perda de autonomia por parte dos gestores. A mudança de paradigma deste movimento pode provocar mudanças severas na gestão de pessoas dentro da instituição. Agora, basicamente, a comunicação segue em via única, sem permitir aos colaboradores viverem experiências que os deixem a vontade para pensar, falar e agir o negócio da empresa em que trabalham. Indagações sobre como contribuir com a valorização do funcionário através de ações de comunicação interna tornaram-se mais fortes a partir do ano de 2011, com a inclusão de ações de Endomarketing como meta da Gercom. Entre os desafios propostos, era preciso facilitar a circulação de informações entre as dezenas de áreas e dar voz aos funcionários. O setor tem identificado iniciativas e ações que contribuem para abrir portas e janelas entre a empresa e os funcionários, alguns com periodicidade definida como a área de Notícias do site, atualizado diariamente, e o Boletim Interno de Notícias (BIS), com periodicidade mensal. Porém, ainda há muito a fazer. A partir da análise do público interno, é possível refletir sobre quais as melhores ações de Endomarketing a serem aplicadas para este grupo diferenciado e abrangente de pessoas. Este processo de dissertação pretende unir os aspectos acadêmicos e práticos do Endomarketing através da análise das soluções que mais contribuem para a comunicação do Senac-PE Unidade Recife pelos clientes internos. São questões que exigem conhecimentos profundos sobre os processos internos e objetivos da instituição. Utilizando-se dos resultados da pesquisa realizada com os funcionários, este estudo confronta as visões deles sobre assuntos como comunicação, imagem de marca, comprometimento, fidelidade corporativa e expectativas, com o objetivo de verificar soluções estratégicas de Endomarketing mais adequadas a este cenário corporativo para incrementar e incentivar a comunicação com os colaboradores. No decorrer do trabalho, será possível verificar que estas questões são importantes não só para a Unidade Recife do Senac e demais unidades, que serão beneficiadas em um futuro próximo, mas também para qualquer organização que pretende manter-se no mercado e, 18 principalmente, para aquelas que objetivam alçar voos mais altos. Será possível entender, também, porque é importante que os funcionários passem a ser encarados como clientes. Para um melhor entendimento do tema, o trabalho está estruturado em cinco capítulos, sendo que o primeiro contextualiza o tema de pesquisa, apresentando o problema de pesquisa a ser investigado, seu objetivo geral e os quatro objetivos específicos, bem como as justificativas para a realização deste estudo e a estruturação desta dissertação. O capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica. Nele, as bases teóricas são apresentadas, contextualizadas e conectadas. Inicialmente é abordado o pilar do Endomarketing. Em seguida, comunicação interna, identificação dos canais, branding interno, percepção de marca e influências no engajamento. O capítulo 3 apresenta os procedimentos metodológicos que nortearam o desenvolvimento desta pesquisa: o delineamento da pesquisa, desenho da pesquisa, raciocínio lógico do estudo, o levantamento, sua população, as técnicas de coleta de dados, o pré-teste, a metodologia da análise dos dados e os limites e limitações encontrados. O capítulo 4 apresenta as análises e as discussões dos dados encontrados. O capítulo 5 traz as conclusões e sugestões finais. 1.1 Contextualização do estudo Este estudo propõe-se a verificar, através de pesquisa realizada pela autora com colaboradores do Senac-PE Unidade Recife, e descrita mais adiante, quais soluções de Endomarketing são mais eficientes para a comunicação com os clientes internos desta instituição, ou seja, para se criar um sentimento de confiança, de valorização do funcionário e uma percepção positiva de imagem e valor de marca entre os empregados, utilizando como base as disciplinas de Marketing, Comunicação e Branding. Apesar de apresentar uma revisão de literatura que envolve os conceitos de Endomarketing e Comunicação Interna, aliados a análises sobre percepção de imagem de marca, e suas possíveis influências no engajamento, não cabe a este trabalho analisar o tema sob o ponto de vista da disciplina de Recursos Humanos. Este trabalho não pretende explorar as demais unidades do Senac no Estado de Pernambuco e a Faculdade Senac. 19 No que se refere ao estudo da literatura disponível, optou-se por apresentar os principais aspectos de cada abordagem, mostrando suas contribuições para o entendimento desta forma de gestão que transforma colaboradores em principais representantes e vendedores da marca do lado de fora da empresa. Porém, este trabalho não pretende determinar qual deve ser a linha de ação que melhor constitui uma teoria sobre Endomarketing. Figura 1 - Atividades de marketing interno e resultados no marketing externo Fonte: BANSAL, H. S., et al. Journal of Quality, 2001, p. 65. Portanto, o que se questiona é: quais as soluções estratégicas de Endomarketing para a comunicação com os clientes internos do Senac-PE Unidade Recife? Para responder esta e outras questões, foram definidos os objetivos descritos adiante. 1.2 Caracterização da organização O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac é pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos. Foi criado pelo decreto-lei nº 8.621 de 10 de janeiro de 1946. Na época, a formação profissional tornou-se uma necessidade devido aos efeitos provocados pela II Guerra Mundial e o advento de novas tecnologias, que requeriam mão de obra qualificada. 20 Este decreto-lei, aliado ao decreto-lei nº 8.622, formalizou a ideia da criação de um órgão responsável pela preparação de mão de obra para o setor terciário e atribuíam à Confederação Nacional do Comércio (CNC) o encargo de criar e administrar escolas de aprendizagem comercial em todo o território nacional. Em 1949, o Senac já contava com 33 escolas e atendia 2.800 comerciários ou filhos de comerciários. A instituição criou metodologia própria com o surgimento das empresas pedagógicas na década de 1970: Restaurante-Escola, Lanchonete-Escola e Salão de Beleza-Escola, que emprestavam sentido real e ativo à aprendizagem, com ênfase na área emergente de hotelaria. O Senac também promoveu a interiorização de suas ações com a implantação das Unidades Móveis. Essa modalidade de atendimento é utilizada até hoje no interior do Estado e bairros periféricos da cidade do Recife. Pernambuco é o estado pioneiro na implantação deste sistema de carretas. Também foi pioneiro com a realização, em 1976, da primeira experiência com ensino à distância pela televisão. O curso Técnicas de Vendas foi produzido juntamente com a TV Universitária, e foi levado ao ar depois em outros estados do país. Atualmente, o Senac conta com seis Unidades de Educação Profissional: uma na capital (Recife) e cinco no interior (Paulista, Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns e Petrolina), além de postos avançados no Cabo de Santo Agostinho, Arcoverde, Serra Talhada, Paiva e Salgueiro. Conta também com seis unidades especializadas: Unidade de Idiomas, de Imagem Pessoal, de Hotelaria e Turismo, de Tecnologia do Varejo e de Tecnologia da Informação e Comunicação, todas no Recife, além do novo Centro de Enogastronomia em Petrolina, inaugurado em outubro de 2013. Para o ensino superior, ainda conta com a Faculdade Senac Pernambuco, que oferece cursos de graduação, extensão e pós-graduação nas áreas de Administração de Empresas, Design de Moda, Gastronomia e Eventos. Hoje, esses centros e unidades realizam mais de 150 mil atendimentos em educação profissional e ações extensivas, distribuídos nos seguintes eixos tecnológicos: Ambiente, Saúde e Segurança, Apoio Educacional, Gestão e Negócios, Hospitalidade e Lazer, Informação e Comunicação, Infraestrutura e Produção Cultural e Design. Missão, visão e desafios e estratégia da instituição são: Missão Educar para o trabalho em atividades de comércio de bens, serviços e turismo. Visão de Futuro - 2015 Até 2015, o Senac-PE será reconhecido como a melhor instituição de educação profissional no estado vocacionada ao comércio de bens, serviços, turismo e hospitalidade. 21 Desafio Ampliar a participação no mercado de educação profissional com qualidade de produtos, serviços e processos, conciliando sustentabilidade financeira e social. Estratégia Conceber e implementar a política de gestão estratégica de custos com foco na qualidade. 1.3 Objetivos Nesta perspectiva, constituem-se em objetivos gerais e específicos da pesquisa os apresentados a seguir. 1.3.1 Objetivo geral Investigar as soluções estratégicas de Endomarketing para a comunicação com os clientes internos do Senac-PE Unidade Recife. 1.3.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos que norteiam este trabalho são: Entender o conceito e a aplicabilidade do Endomarketing; Identificar as ações e canais de Endomarketing mais eficazes para agregar valor à imagem da marca Senac, na percepção de seus trabalhadores; Verificar a influência do Branding, especialmente do Branding Interno, nos resultados de planejamento de ação de Endomarketing; Descrever o engajamento dos trabalhadores do Senac-PE Unidade Recife no que tange a relação com a marca Senac. 22 1.4 Justificativas A investigação deste trabalho justifica-se na intenção de colaborar com a construção de referencial teórico sobre o tema, agregando a este a experiência empírica da pesquisa de campo. As ferramentas utilizadas para elaborar campanhas e ações de Endomarketing não têm sido objeto de estudo dos profissionais de Marketing e Recursos Humanos nos últimos anos e este trabalho pode oferecer subsídios para que gestores destas áreas possam pensar estratégias de marketing interno a fim de fortalecer a relação entre funcionários e marcas. Quando se relaciona o conceito de Endomarketing com o de engajamento, os resultados são ainda menores, de modo que se torna um desafio relacionar as influências do Endomarketing sobre estes pontos considerados relevantes para o sucesso dos negócios e felicidade dos colaboradores. Além disso, pode contribuir com as empresas na avaliação da qualidade dos serviços prestados por meio da cultura e do condicionamento permitidos pelas ações de Endomarketing. Ações de Endomarketing estão na pauta do Senac-PE desde 2011. São iniciativas que visam abrir caminhos entre a alta direção e os colaboradores. Algumas se mantêm ao longo dos últimos anos, outras foram ajustadas ao longo do tempo e outras simplesmente abandonadas. Neste cenário, esta investigação se configura pelo desencadeamento de um plano de Endomarketing que se transforme em parte da cultura da instituição com ações de marketing, comunicação e relacionamento que permitam que os funcionários se sintam parte da organização. As empresas querem ter funcionários satisfeitos, mas poucas estão dispostas a gastar dinheiro e empreender o esforço necessário para conquistar esta satisfação. Elas sabem que funcionários bem informados e felizes trabalham mais, melhor e tornam-se evangelizadores da marca. Mas, pelo contrário, muitas delas seguem atualmente políticas que desencorajam ou até mesmo destroem a motivação dos colaboradores, principalmente aqueles que ocupam os postos mais baixos na hierarquia. A relevância deste estudo está também em um contexto relacionado diretamente a gestão de recursos humanos. Empresas com alto nível de satisfação dos funcionários atraem novos bons funcionários, contribuindo para as ações de retenção de talentos. Esta é uma estratégia tão nova quanto preciosa para as instituições em tempos de dificuldade em contratar mão de obra qualificada, bem formada e com potencial de crescimento e de desenvolvimento de carreira. Este estudo busca explorar diversas soluções para fortalecer a relação entre os 23 colaboradores e a marca e mostrar, com isso, que a cultura existente na empresa poderá ser aliada às ações de Endomarketing com o objetivo de melhorar a qualidade dos produtos e serviços prestados pela organização e, principalmente, obter ganhos, sejam eles tangíveis e/ou intangíveis. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Desde o surgimento das máquinas e da produção em linha, a questão dos fatores humanos e de suas necessidades, tanto fisiológicas quanto motivacionais, levou as organizações a rever o enfoque dos recursos humanos e a valorização dos aspectos humanos. A evolução do conceito de Marketing e a ampliação de sua aplicação em diversas áreas da organização colaboraram para a criação de uma nova visão sobre do público interno. 24 As organizações se estabelecem na sociedade a fim de prestar algum tipo de serviço. Tornam-se ambientes de alta competitividade, produzindo dinâmicas próprias. Possuem modelos de funcionamento que objetivam enfrentar a concorrência e principalmente, manter ou superar sua posição no mercado. São organizações formadas por pessoas que querem fazer parte destas conquistas com a prestação de seus serviços. Na sua individualidade, trazem consigo uma cultura e, no momento que fazem parte da organização, repassam seus ideais, personalidade, valores, crenças, princípios e padrões de comportamento (GRÖNROOS, 1993). Da mesma forma em que também são influenciados pelas políticas da organização. Nesse aspecto, surge o Endomarketing, uma das mais novas áreas que busca adaptar estratégias e elementos do Marketing tradicional para uso no ambiente interno das corporações, tornando como cultura a valorização e satisfação do cliente interno para que o mesmo repasse esses princípios nos serviços ao cliente externo. Esse posicionamento de marketing voltado para o funcionário passa a ser tão importante quanto o posicionamento voltado para o cliente. Significa tornar o funcionário aliado no negócio, responsável direto pelo sucesso da corporação e igualmente preocupado com o seu desempenho e o da organização. Dessa forma, e em função dos objetivos específicos definidos para este trabalho, tornase importante o estudo das possíveis soluções estratégicas de Endomarketing envolvendo aspectos culturais, organizacionais e individuais dos colaboradores e relacionando-os com os conceitos de comprometimento, engajamento, cultura e clima organizacionais. Ainda mais quando se trata de uma instituição de ensino profissionalizante, pois fica mais plausível essa importância pelo fato da prestação de serviços depender da satisfação desse cliente interno para a imagem que o cliente externo terá da marca. 2.1 Endomarketing O Endomarketing não é a mera importação dos conceitos e ferramentas do marketing para dentro da empresa, como o nome faz parecer. Tampouco deve ser confundido com comunicação interna ou propaganda interna. Costa (2010) corrobora com este entendimento e acrescenta que as relações humanas e os estímulos que ocorrem no mercado são muito diferentes daqueles que se verificam em um grupo humano organizado para o trabalho. 25 Considerando que o Endomarketing é uma área do conhecimento muito jovem, ele ainda se apoia em outras áreas do conhecimento para adquirir uma personalidade própria e referenciais consolidados. A saber, o Endomarketing se apropria principalmente de conceitos da administração, da sociologia, da psicologia e, é claro, do marketing e da comunicação para formar sua identidade (COSTA, 2010, p. 11). Vasconcellos (2004, p. 5) afirma que há um consenso na literatura de que o Endomarketing é uma ferramenta interdisciplinar, como mostra a figura 2. O autor explica que a figura demonstra que o marketing interno situa-se numa região fronteiriça entre recursos humanos e marketing, o que estrategicamente facilita a sinergia. Figura 2: Posicionamento funcional do Endomarketing Marketing Endomarketing Recursos Humanos Fonte: Adaptado de Vasconcellos (2004, p. 4). A origem da palavra vem do grego endon e significa posição ou ação no interior, ou seja, movimento para dentro. A palavra Endomarketing, que em língua inglesa é conhecida como internal marketing, intracorporate marketing ou ainda inward marketing, significa a atitude de marketing realizada internamente nas empresas, o desempenho mercadológico interno, que procura promover entre os colaboradores um sistema de valores que estimule aquela ação, tão desejada pelos líderes, de servir ao cliente. Ao elaborar uma abordagem histórica sobre a evolução do Endomarketing, é inevitável não se deparar com uma das primeiras citações catalogadas relacionadas ao assunto: “decisões organizacionais menores devem ser tomadas por indivíduos seniores, mas grandes deve ser decididas em grupo. A voz de todos deve ser ouvida a fim de evitar murmúrios e falatório pelas costas”. Em seu livro, Smith e Mounter (2008, p. 10, tradução nossa) contam que essas palavras não foram escritas durante a grande era do Endomarketing do século XX, mas no século VI por um monge. A 26 citação faz parte da chamada Regra de São Bento 1 e é considerada de extrema relevância para o entendimento dos negócios, principalmente para aqueles que estudam a espiritualidade no trabalho. Na década de 50, no período do pós-guerra, aparecem as primeiras aplicações de Endomarketing, com técnicas mais arrojadas, no mundo inteiro. Havia uma necessidade de motivar pessoas para os programas de mudança que começaram a ser implementados nas organizações industriais. Segundo Giuliani (2006), as empresas japonesas foram as primeiras a entender o Endomarketing como parte do seu modelo de gestão: Os pioneiros no seu desenvolvimento foram os japoneses, a partir da observação do modelo ocidental de administração participativa. O modelo participativo nasceu com o desenvolvimento dos modelos de gestão e consistia em uma comunicação transparente entre os integrantes da equipe (GIULIANI, 2006, p. 235). Mas é apenas a duas décadas que o Endomarketing passou a integrar a agenda das principais empresas brasileiras. No dizer de Brum (2007), é por volta da segunda metade da década de 1980 e se expandindo pela década de 1990 que o Endomarketing surge no Brasil, em função da vontade das empresas em se tornar mais competentes que os sindicatos na comunicação com os empregados. As empresas industriais, especialmente as de grande porte, por terem sofrido mais a ação dos sindicatos, foram pioneiras nesse processo. No início de sua trajetória, os sindicatos adotavam duas técnicas distintas, porém complementares de comunicação nos portões fabris: as técnicas dos megafones, ou seja, comunicação verbal e a da panfletagem, que se resume na comunicação escrita. Desse modo, atingiam de forma rápida e precisa o seu público alvo, os colaboradores (BRUM, 2007, p. 56). O Endomarketing surgiu como uma alternativa para as empresas e tem contribuído para o alcance de uma vantagem competitiva através de ações que valorizam e estimulam o comprometimento dos colaboradores. O que se percebe é que as empresas que adotam os programas de Endomarketing apresentam um histórico de resultados superiores em produtividade aos das demais empresas. De acordo com Carnevalli e Tófani (2008) o Endomarketing só começa quando os funcionários são considerados o primeiro mercado interno para as empresas. Eles passam a ser vistos como aliados ao sucesso do negócio e não como mera força de trabalho remunerado. Segundo os autores, a relação entre empresas e colaboradores vem se estreitando 1 A Regra de São Bento foi escrita por Bento de Núrsia, no século VI, e é um conjunto de preceitos destinados a regular a vivência de uma comunidade monástica cristã, regida por um abade. 27 cada vez mais, vendo-os como precursores para o atingimento dos objetivos e metas globais com base em um relacionamento produtivo, saudável e duradouro. O passado baseado no paternalismo, na subserviência e na desinformação dá lugar a um ambiente pautado na confiança, transparência e comunicação. Na visão de Grönroos (1993, p. 278), “o conceito de Marketing Interno (ou Endomarketing) emergiu primeiro na literatura de Marketing de serviços e, depois, na literatura de gerência de serviços”. Só recentemente este conceito também entrou na literatura de Marketing industrial. Silva (2005) corrobora com esta definição e explica que o Endomarketing foi criado como um conceito tipo guarda-chuva para abranger uma variedade de ações relacionadas às atividades de Marketing com reflexo no desempenho interno das organizações. É oportuno esclarecer que “Marketing Interno e Endomarketing são expressões utilizadas com o mesmo sentido” (BRUM, 2007, p. 62). Grönroos (1993) ainda reforça que a necessidade que as empresas têm de desenvolver ações de Endomarketing não é totalmente nova, pois programas de Marketing Interno já foram utilizados por muitas empresas durante longo tempo. O que é novo no conceito de Endomarketing é a introdução de um conceito unificador para o gerenciamento mais eficaz de uma variedade de atividades interfuncionais e normalmente bem estabelecidas, como parte de um programa geral voltado para um objetivo comum. A importância do Endomarketing está no fato de que ele permite à gerência abordar todas essas atividades de forma muito mais sistemática e estratégica (GRÖNROOS, 1993, p. 281). Em Bekin (2005), vamos encontrar o seguinte esclarecimento: O Endomarketing tem como objetivo realizar e facilitar trocas, ou seja, construir a lealdade no relacionamento das pessoas com seu cliente interno (os colaboradores), compartilhar os seus objetivos, cativando e cultivando a harmonia dentro da organização para fortalecer as relações interpessoais, e principalmente a Comunicação Interna (BEKIN, 2005, p. 26). Podemos então, conceituar o Endomarketing ou marketing interno como um conjunto de ações de marketing para o público interno das empresas. É um processo cujo foco é sintonizar e sincronizar para implementar a estrutura de marketing da empresa que visa ação direta para o mercado interno. O tema é assim também entendido por Grönroos (1993). Para o autor, o Endomarketing funciona como um processo gerencial holístico para integrar múltiplas funções da organização de duas maneiras: primeiro assegurando que todos os empregados, de todos os níveis, incluindo as gerências, compreendam e vivenciem o negócio e suas várias atividades e, segundo, assegurando que todos os empregados estejam preparados 28 e motivados para agir de forma orientada para os serviços. O autor entende ainda que uma troca interna entre a organização e os funcionários deve funcionar de forma eficaz antes mesmo que esta organização possa ter êxito no alcance de suas metas relativas ao mercado externo. O Endomarketing surgiu com um único objetivo: fazer com que os empregados de uma empresa não ficassem sabendo de uma decisão, de um novo produto ou de uma nova estratégia de vendas através da mídia. Nesse caso, ao comunicar primeiro para dentro, a empresa estaria garantindo a satisfação dos seus empregados e fazendo-os sentirem-se parte do processo (BRUM, 2005, p. 81). Se os colaboradores são os primeiros clientes de uma organização e o seu bem mais valioso, eles são peças essenciais para o sucesso ou o fracasso do negócio. Então, é fundamental valorizar e encantar primeiro o público interno para depois conquistar o público externo. Este bem valioso nada mais é do que o capital humano, um conceito que, como explica Rigorfi (2013, p. 1), “relaciona os valores das pessoas envolvidas em uma empresa com suas funções, metas e objetivos e visa valorizar efetivamente estes profissionais”. Assim, é possível entender que o cliente interno são os funcionários, as equipes de trabalho, enquanto os clientes externos são os consumidores, formadores de opinião, a comunidade na qual a empresa atua. O papel dos empregados é vital. Além disso, os especialistas de marketing do departamento de marketing não são os únicos recursos humanos em marketing; com frequência não constituem nem mesmo os recursos mais importantes. Durante os contatos com o cliente, esses especialistas em marketing são normalmente superados em número por uma variedade de empregados cujas responsabilidades principais são produção, entregas, assistência técnica, administração de reclamações e outras tarefas tradicionalmente consideradas alheias ao marketing. Entretanto, as habilidades, a orientação para o cliente e a consciência dos serviços dessas pessoas são fatores críticos na percepção que o cliente tem da empresa e na preferência que poderá dar a essa empresa no futuro (GRÖNROOS, 1993, p. 280). Para se relacionar com este cliente interno, as ações de Endomarketing entram em cena como importantes ferramentas para valorização dos clientes internos. O objetivo do Endomarketing é, por meio do estudo de dentro para fora da organização, reconhecer as potencialidades e forças dos funcionários para usá-las como diferenciais competitivos para o negócio das corporações. Por algum tempo, o Endomarketing foi comparado a modismos empresariais como planejamento estratégico, desenvolvimento organizacional, círculos de controle de qualidade, unidades estratégicas de negócio, cultura organizacional, just-in-time, downsizing, espírito 29 empreendedor, reengenharia, ISO 9000 e learning organization. Depois deste primeiro momento, no qual as discussões e ações efetivas eram incipientes e carentes de uma discussão acadêmica mais cuidadosa, a utilização do marketing interno como ferramenta de gestão organizacional ganhou corpo e vem se consolidando como uma realidade no Brasil. O Endomarketing surge a partir da consciência que os empregados constituem o primeiro mercado para as organizações. “Se os produtos, os serviços e as campanhas de comunicação não conseguirem ser compreendidas e vendidas ao público-alvo interno, o marketing tampouco poderá ser bem sucedido junto aos clientes externos” (SILVA, 2005, p. 32). No entendimento de Steinke (2010), as mudanças que ocorreram nas organizações para designar o atual “colaborador”, que era denominado “empregado” e depois “funcionário”, foram importantes, pois levou as organizações a conscientizarem-se da importância do comprometimento e da satisfação do seu público interno para atingir suas metas, manter uma boa imagem e programar a qualidade nos serviços. O termo Endomarketing está relacionado à ideia de garantia do serviço (SILVA, 2005, p. 29). É uma forma de aproximar o cliente, o produto e o empregado, tendo os clientes internos como aliados nos negócios, sentindo-se responsáveis pelo sucesso e aceitação dos produtos oferecidos. Silva (2005, p. 30) entende que “é necessário que haja uma compreensão e uma pré-disposição entre os empregados de cumprir, de maneira adequada, o prometido ao cliente na garantia do serviço”. Se não houver este comprometimento, a consequência pode significar o fracasso total. Através do Endomarketing são realizadas ações focadas no público interno, tendo como objetivo a conscientização dos colaboradores sobre a importância da excelência no atendimento ao cliente externo (superando as expectativas) e na atividade que executa. Com esta conscientização, poderá colaborar para um bom ambiente de trabalho. Brum (2000, p. 41) apresenta uma definição que muito se adequa aos conceitos propostos neste trabalho: “como Endomarketing entende-se tudo aquilo que estimula positivamente os sentidos dos funcionários e permite que a empresa estabeleça com eles relacionamentos saudáveis, duradouros e, sobretudo, produtivos”. Toda organização precisa vender as tarefas aos funcionários antes de vender seu serviço aos clientes externos. Em outras palavras, satisfazer às necessidades dos clientes internos melhora a capacidade de satisfazer às necessidades dos clientes externos. O marketing interno busca três objetivos básicos: Geral – manter os funcionários motivados, conscientes sobre os clientes e bem orientados; 30 Estratégico – criar entre os funcionários um ambiente interno propício para o atendimento aos clientes; Tático – vender campanhas de serviços e esforços de marketing aos funcionários, o primeiro mercado da empresa, via ações de comunicação, ações promocionais, programas de treinamento e de incentivo. Concordando com o conceito de que Endomarketing é o “marketing voltado para dentro da empresa”, Albrecht (1994, p. 32) diz que “de certa forma, as organizações devem pensar em seus empregados como um mercado”. É evidente que o Endomarketing rompe totalmente com a ideia do marketing tradicional defendida por Kotler, quando ele afirma que o foco deve ser o cliente externo. Mas, é fato que mais tarde o próprio Kotler (2000) reconhece a importância dos estudos sobre Endomarketing, quando afirma categoricamente que: Não faz sentido prometer serviço excelente antes dos funcionários da empresa estarem prontos para fornecê-lo. Ou seja, é dever primário vender nosso produto, nossos valores, nossa missão para os clientes internos para obter maior comprometimento com os objetivos organizacionais (KOTLER, 2000, p. 185). Isso não significa que o cliente externo está esquecido e desvalorizado. O que o Endomarketing busca é criar elos fortes que garantam uma relação duradoura e vantajosa para empresa, clientes e colaboradores. Ou seja, o marketing adaptado pelos departamentos de gestão de pessoas atua sobre os clientes internos que, satisfeitos e motivados, estimulam a percepção de valor pelo cliente externo que utiliza os produtos ou serviços da empresa para satisfazer suas necessidades e desejos. Figura 3 - Marketing x Endomarketing 31 Fonte: BEKIN, Saul. Comprometimento e produtividade alinhados à estratégia do negócio. São Paulo: ABERJE, 2013 (Comunicação oral). Todos os setores devem trabalhar de forma integrada em função dos objetivos finais da organização. Não deve haver disputa entre eles e sim a soma de esforços em busca do objetivo. Cada membro deve ter responsabilidade sobre o seu trabalho e deve ter a noção do impacto que as suas atividades exercem sobre o resto da equipe. Às vezes, por pura falta de atenção ou negligência, um único funcionário pode colocar a perder meses de um trabalho ou gerar desconfiança entre os clientes, entre outros resultados que venham a depreciar a empresa no mercado. Vale salientar que é imprescindível que o apoio decisivo do comando administrativo seja o ponto de partida para implantação de ações de Endomarketing, sendo a liderança a força impulsionadora de todo o processo pela comunicação e informação. O sucesso de um plano de Endomarketing depende somente 10% do plano em si, sendo os 90% restantes de responsabilidade da gerência (BEKIN, 1995). Por isso, é de vital importância o envolvimento e comprometimento da alta administração, haja vista que é a liderança que cria o exemplo a ser seguido. Do mesmo modo, Inkotte (2000) argumenta que, na opinião comum de teóricos desta disciplina, para qualquer novo conceito ser introduzido numa organização, primeiramente deve ser compreendido e aceito pelo grupo de primeiro escalão e, a partir daí, pelos demais funcionários. Por se tratar de uma definição mais ampla, que atribui ao Endomarketing responsabilidades superiores à da comunicação interna, esta pesquisa adotará a definição apresentada por Grönroos (1993) para analisar os resultados das pesquisas aplicadas no Senac-PE Unidade Recife. 2.1.1 Análise do ambiente de Endomarketing e suas implicações As definições de Endomarketing são muitas. Porém, os motivos que as levam a considerar investir em estratégias com foco no cliente interno podem ir além. O Endomarketing propicia uma mudança da própria cultura da organização, tornando-a mais flexível à medida que há disseminação de informações, conhecimento, impõe responsabilidades e dá poder de opinar e decidir sobre os processos aos funcionários (BEKIN, 1995). É necessária uma nova forma de pensar, de agir, e o Endomarketing é uma excelente ferramenta de gestão neste contexto. 32 O mundo está mudando, e hoje, respeito e equilíbrio são tão fundamentais para o progresso quanto share of market2 e lucro. “A mudança pode ser facilitada com o uso de técnicas e ferramentas que transmitam de forma clara os objetivos propostos pela organização” (INKOTTE, 2000, p. 98). Dentro deste raciocínio, Cobra (2001) afirma que as pessoas precisam saber da importância de seu trabalho e o que realmente se espera delas, motivando-as a satisfazer os clientes externos e os clientes internos (colegas de trabalho), haja vista que “um funcionário sem informação não pode assumir responsabilidades e um indivíduo que recebeu informações não pode deixar de assumir responsabilidades, pois há um princípio básico de administração que afirma que não se pode delegar responsabilidades sem se delegar autoridade” (COBRA, 2001, p. 35). Nas palavras de Bekin (2013), há três possíveis objetivos para a aplicação de ações de Endomarketing: reverter dificuldades no comportamento dos funcionários; proporcionar alinhamento e produtividade; e melhorar a retenção e reduzir perda de clientes. Porém, é preciso vencer uma série de barreiras impostas pelas empresas e colaboradores. Brambilla (2005, p. 36) relaciona as principais ocorrências dessas barreiras, sob ambos os pontos de vista (quadro 1). Quadro 1 - Pontos de vista da empresa x pontos de vista dos funcionários - Síndrome do segredo de empresa; - Falta de comprometimento da alta administração; - Falta de planejamento (ações não integradas); Ponto de vista da empresa - Dificuldade na comunicação; - Problemas de infraestrutura da empresa; - Falta de qualificação de profissionais na área; - Distorção no envio das informações. - Sentimento de inutilidade; Ponto de vista dos - Falta de compreensão e participação; funcionários - Desconhecimento dos propósitos organizacionais. Fonte: Elaborado pela autora com base em Brambilla (2005) Assim, podemos analisar que, pelo ponto de vista da empresa, as barreiras ocorrem devido às profundas modificações que ocorrem no cenário mundial, mudando a forma tradicional de gerir as pessoas. Em relação às barreiras impostas pelos colaboradores, o conhecimento é primordial, pois se o funcionário não conhece os propósitos da empresa, provavelmente haverá um “bloqueio” interferindo no fluxo de informações e, consequentemente, na eficácia da atuação dos processos de Endomarketing. O colaborador precisa ser frequentemente incentivado a ser flexível e criativo, porque as necessidades e 2 Tradução livre: fatia de mercado. 33 timing de cada departamento são diferentes. Bogle (2014, p. 62) faz uma proposição sobre este desequilíbrio: Forças de mercado sem freio e a importância esmagadora de ganhar dinheiro nos conduziram à atual ‘sociedade de resultados’, perseguindo os resultados errados: forma antes da substância, prestígio antes da virtude, dinheiro antes da realização, carisma antes do caráter, o efêmero antes do duradouro (BOGLE, 2014, p. 62, tradução nossa). Achar que um mundo melhor se faz só cuidando do meio ambiente (o que não é pouca coisa) é ignorar uma questão que está ao lado o tempo todo. Seguindo este sentido amplo, o caráter do ambiente de uma instituição pode determinar sua sobrevivência, tanto quanto a qualidade de seus programas quanto para a liderança. Esta é a preocupação das empresas e instituições com a qualidade de comunicação interna e ambiente organizacional (KOTLER; FOX, 1994). Outra preocupação, que deve ser permanente, de uma empresa que investe em ações de Endomarketing é o desafio de conseguir falar a linguagem local e trabalhar a informação que é relevante para aquela cidade ou região onde estão alocados os funcionários. Para Berry e Parasuraman (1995, p. 179), o Endomarketing deve: “atrair, desenvolver, motivar e reter os empregados qualificados com produtos-trabalhos que satisfaçam suas necessidades. Endomarketing é a filosofia que trata os empregados como clientes e é a estratégia de moldar os produtos-trabalho para que se adaptem às necessidades de seres humanos”. Os autores destacam que: A meta final do marketing interno é estimular um comportamento eficaz de marketing; é construir uma organização de pessoas de marketing capaz de criar verdadeiros clientes para a empresa. A estratégia final do marketing interno é fazer dos empregados verdadeiros clientes (BERRY; PARASURAMAN, 1995, p. 179). Ainda segundo os autores, a prática do Endomarketing é pensar que o marketing não pode ser restrito ao marketing externo, pois satisfazendo as necessidades de seus clientes internos, uma empresa melhora sua capacidade de satisfazer as necessidades dos clientes externos. Eles ressaltam os pontos essenciais na prática do Endomarketing (figura 4). 34 Figura 4 - Pontos essenciais do Endomarketing Fonte: Adaptado pela autora de Berry e Parasuraman (1995, p. 180). É o que Szwarc (2003, p. 63) chama de “marketing do P ao P: do porteiro ao presidente”, onde todos na empresa conhecem a missão, os objetivos da empresa e os seus próprios. Brum (2012), porém, pondera que os colaboradores ainda encontram dificuldades em perceber as ações de Endomarketing como oportunidades a usufruir. “O desafio está em permitir que as pessoas conheçam as mudanças e as entendam como positivas, divulgando-as corretamente, por meio de ações de Endomarketing” (BRUM, 2012, p. 10). Porque os valores que o profissional de hoje busca no trabalho já não são apenas aqueles tangíveis, como uma boa remuneração, pacote de benefícios atraente e perspectiva de segurança. Desta forma, a qualidade do relacionamento que a empresa mantém com seus clientes deve ser um reflexo direto da qualidade da relação que ela mantém com seus colaboradores. É neste cenário que o Endomarketing ganha um papel cada vez mais indispensável para a construção de relações fortes entre empresas e colaboradores. 2.1.2 O composto de Endomarketing A partir de suas raízes no marketing, o Endomarketing assume um composto de atributos análogo ou correlato aos célebres quatro Ps (KOTLER, 2000): produto, preço, ponto e promoção (ou propaganda). Segundo Inkotte (2000), este composto específico de atividades 35 é conhecido como “4 Cs”: 1) Companhia; 2) Custos; 3) Coordenadores; e 4) Comunicação (quadro 2), numa espécie de transmutação dos elementos do composto de marketing em Endomarketing. Os princípios de marketing formariam a base conceitual sobre a qual se desenvolveria o Endomarketing, cuja especificidade é o fato de os colaboradores internos serem os primeiros clientes da organização. Assim, o Endomarketing abrange os processos de construção do valor da organização a ser percebido pelos colaboradores, o que inclui objetivos de desenvolvimento organizacional e comunicação para a atração, a retenção e o engajamento de colaboradores às estratégias e oportunidades geradas internamente. O Endomarketing incorpora ações do chamado marketing interno, cujo objetivo é orientar todos os processos da organização para o cliente. A ideia do marketing interno é sincronizar e implantar uma estrutura e uma visão mercadológica em todas as instâncias da organização, e não apenas nas áreas diretamente de marketing (KOTLER, 2000). Diante deste objetivo, depreende-se a necessidade de que os colaboradores não apenas conheçam e dominem as visões e os processos mercadológicos organizacionais, mas também os compartilhem e disseminem, reconhecendo-os como adequados e legítimos. Assim, verifica-se a necessidade de que os colaboradores não apenas conheçam e dominem as visões e os processos mercadológicos organizacionais, mas também os compartilhem e disseminem, reconhecendo-os como adequados e legítimos. O resultado esperado é que eles internalizem os processos mercadológicos da empresa e os repliquem ao mercado externo, tornando-se representantes e vendedores da organização. O primeiro conjunto de atividades é ofertar a companhia como algo que atraia os colaboradores e os retenha; para isso, a empresa precisa identificá-los e se organizar de forma a suprir suas necessidades como profissionais. A organização deve ter a sua marca reconhecida e compreendida pelos seus consumidores. Deve despertar o sentimento de orgulho e estar presente em qualquer documento de circulação interna ou externa, e ainda nos espaços disponíveis para a comunicação bilateral com o público interno. A embalagem, em Endomarketing, corresponde ao ambiente físico em que são desempenhadas as atividades de uma empresa. As instalações de uma empresa podem ser um diferencial importante para uma estratégia de Endomarketing. Alterações de ordem funcional e de confortabilidade podem determinar maior bem-estar e predisposição ao trabalho. Assim como para o produto, a “embalagem” da empresa exerce funções importantes em sua identificação. Estudos de 36 natureza ergonômica podem contribuir de forma decisiva para a criação de ambientes agradáveis e com forte apelo à produtividade. Quadro 2 - Composto de Endomarketing Composto de Endomarketing (“4 Cs”) Vender as ideias da COMPANHIA ao colaborador Construir uma companhia que seja atraente e capaz de reter os profissionais com o perfil desejado Monitorar os custos e realizar investimentos necessários para Gerenciar CUSTOS “vender” a organização aos colaboradores e motivá-los, satisfazê-los, capacitá-los e informá-los Atividades dos Garantir que as necessidades dos colaboradores sejam supridas COORDENADORES de maneira ágil e eficaz pelas lideranças Informar e promover a organização, comunicar valores e COMUNICAÇÃO estratégias, recebendo dos colaboradores feedbacks para aprimoramento Fonte: Adaptado pela autora de Inkotte (2000). A segunda atividade trata de gerenciar os custos do Endomarketing, que são aqueles inerentes a uma estrutura organizacional que atraia e mantenha colaboradores, motivando-os a se comprometer com os objetivos e as metas da empresa, satisfazendo-os no trabalho e informando-os sobre o que for pertinente para que vendam a organização. No que diz respeito a Custos no composto de Endomarketing, todos os dispêndios financeiros em recursos humanos, incluindo-se salários, gratificações, treinamentos, reciclagem de pessoal e demais despesas com a implementação e execução de programas específicos, devem ser entendidos não apenas como gastos, mas como aplicações e investimentos, que produzem retorno em qualidade e satisfação do cliente interno. A terceira atividade envolve a tarefa dos coordenadores, cuja função é elaborar e implantar a forma como as necessidades de seus profissionais serão supridas e o engajamento gerado. Coordenadores são aqueles clientes internos que, por uma relação de interdependência, são responsáveis por tornar o produto-empresa disponível para os demais. Este grupo é composto pelos funcionários que exercem cargos de direção, por aqueles que ocupam chefias intermediárias e também pelos líderes de opinião. Por fim, a quarta e última atividade é a comunicação. É considerada a ponta do iceberg, ou a parte visível do programa. Consiste em informar continuamente os colaboradores sobre a organização, as estratégias e as oportunidades e deles receber informações necessárias para aprimorá-la. É a utilização pela companhia de métodos, 37 técnicas, recursos e meios para dirigir-se e tornar-se receptiva a seu cliente interno, com o objetivo de estimulá-lo a adquirir e identificar-se com a empresa. 2.2 O papel estratégico do Endomarketing Umas das mais importantes tendências deste novo século é a gestão do capital humano nas organizações. França e Freitas (2002, p. 83) afirmam que, na década de 90, a relação entre organizações e seus stakeholders se alteraram, passando a ser a capacidade das pessoas o recurso mais capaz de compor um diferencial competitivo para qualquer tipo de organização. Neste contexto, as organizações que buscam competitividade focam a sua estratégia no fortalecimento da gestão de pessoas e das relações com seu cliente interno (PICCOLI, 2011). Por esta razão, a gestão do capital humano pode ser entendida como um dos maiores desafios organizacionais, o que faz com que as empresas aprimorem suas políticas de gestão de pessoas para alinhar seus objetivos estratégicos com a valorização dos colaboradores. Ainda de acordo com Piccoli (2011), o marketing continuamente foi uma filosofia para orientar as decisões das organizações com foco no cliente. Dessa maneira, a gestão de marketing, no que diz respeito à valorização do ser humano, tem nos dias de hoje o objetivo de fazer com que os colaboradores transmitam seu contentamento pessoal ao produto e ao cliente, além de conquistar o cliente externo. O Endomarketing atua dentro da empresa para que esta possa, em sua ação produtiva, atingir seus objetivos, sejam eles para empresas públicas, privadas ou para organizações sem fins lucrativos. No entanto, independente do objetivo organizacional, esse não conseguirá manter-se alinhado no tempo se os funcionários que executam as ações na empresa não estiverem alinhados aos interesses coletivos. Neste contexto, o Endomarketing visa cuidar de todo processo dentro da empresa voltada ao cliente, cuida das ações internas na empresa, através das pessoas e voltadas a elas para que o processo produtivo atenda as perspectivas dos clientes. Não existirá uma estratégia externa bem sucedida se as estratégias internas não forem definidas e aplicadas dentro da empresa estimulando que as equipes internas trabalhem voltadas ao trabalho em conjunto. Costa (2010, p. 1) defende que “posicionamento é a palavra-chave para o sucesso da organização e isso influencia sua capacidade de gerar resultados positivos, econômicos e humanos, hoje e no futuro”. Ainda de acordo com o autor: 38 Não importa a palavra que você queira transmitir ao mercado para que de fato seus clientes ou consumidores percebam essa proposição. É preciso, antes de qualquer outra coisa, empreender os mesmos esforços conceituais, didáticos, informativos e culturais junto ao seu público interno. Isso porque a qualidade da relação de uma empresa com seu mercado, clientes ou consumidores, é um reflexo direto da qualidade do relacionamento que ela estabelece com seus colaboradores (COSTA, 2010, p. 1). Do ponto de vista estratégico, o Endomarketing pode ser visto como um processo para adequar a empresa a um mercado orientado para o cliente, visando tornar a empresa competitiva a partir do comprometimento do seu público interno. A visão estratégica do conceito como ferramenta de gestão deve ser desenvolvida, atribuindo-lhe o mesmo grau de importância do marketing externo no planejamento estratégico corporativo. Um envolvimento da alta direção na definição e priorização das ações de Endomarketing é de suma importância para que as ações tenham êxito, além da garantia de concretização dos projetos propostos. Brum (2000, p. 38) alerta que as estratégias de Endomarketing devem atentar-se para a situação atual da empresa, as quais podem ser modificadas ou adaptadas para melhor atender a situação temporária e/ou emergencial pela qual a empresa esteja passando. Momentos como quando uma empresa é comprada por outra provocando um choque cultural; quando uma empresa está diante de transição na gestão; quando a empresa está voltada para a conquista de novos desafios entre outros fatores que influenciam diretamente no bom andamento das ações, devem ser priorizados. Com todas essas funcionalidades, pode-se afirmar que o Endomarketing é um instrumento da alta gestão para garantir o bom desempenho da empresa como um todo, mas suas ações devem estar embasadas em situações atuais para que não fuja da realidade da empresa. Funciona como uma válvula propulsora para estimular a motivação, atribuindo aos funcionários respeito, responsabilidade e integração. Sua aplicação requer planejamento, organização, direção e controle. O planejamento, conduzido através de cenários e seus propósito, é, por sua vez, conduzido pelas missões, visões e valores interligados aos demais processos gerenciais e reunindo as diferentes funções da empresa em um objetivo comum em que todos estão envolvidos: o de transformar empregados em colaboradores felizes. 2.2.1 ERM – Employee relationship management: o CRM interno Nos últimos anos, uma silenciosa revolução modificou a forma como algumas pessoas pensam sobre marketing: o customer relationship management (CRM). O CRM é definido na prática como sistemas de informação que suporta a relação entre a empresa e seus clientes; e 39 não demorou muito para que especialistas adaptassem este conhecimento aplicado dentro das empresas, batizando-o de Employee Relationship Management (ERM). O conceito engloba múltiplos componentes de um sistema de gestão de relacionamento com os empregados que, como CRM, atingem o objetivo de auxiliar os funcionários em todo o ciclo de vida de sua atividade na empresa. O termo Employee Relationship Management (ERM) designa a utilização das tecnologias para a gestão dos Recursos Humanos. Nos últimos anos, o ERM centrou-se na criação de uma exploração do conhecimento feita pelo próprio colaborador. A meta da ferramenta é evitar o risco de que os empregados recusem qualquer solução de TI onde a combinação de informações de várias planilhas e bancos de dados seja tediosa e manual. Depois de aplicados os processos internos (ERP), integrada a cadeia de fornecedores (SCM) e bem atendidos os clientes (CRM), chega o momento de voltar as atenções para os funcionários: o ERM. Enquanto os conceitos de ERP, SCM e CRM não estiverem consolidados junto às corporações, a nova sigla (ERM) não terá espaço nos planejamentos e, principalmente, nos budget. [...] De um lado, há os que encaram o ERM como a oferta de facilidades aos funcionários, ou ferramentas e aplicativos que tornam seu dia a dia mais fácil e, por isso mesmo, mais produtivo. Em termos técnicos, isso significa gerenciar o relacionamento das pessoas com o ativo da empresa (BARROS, 2002, p. 1). O conceito vem da gestão da relação com o cliente que consiste em por o empregado em posição central nos processos internos. A tarefa é implementar um sistema de informação que permita cobrir o conjunto das problemáticas associadas à relação entre uma empresa e os seus empregados (quadro 3). De acordo com Cota (2008, p. 1), a mensagem fundamental do ERM consiste no alinhamento das organizações em torno dos objetivos e na maximização do desempenho individual e também coletivo. Ele afirma que o uso das soluções de Employee Relationship Management é mais comum em empresas onde o sucesso do negócio depende da utilização permanente do conhecimento, da criatividade e da inovação, como empresas de TI, por exemplo. Estas aplicações permitem estender algumas das funcionalidades do sistema de recursos humanos aos seus colaboradores, aumentando a eficiência dos circuitos de informação e diminuindo a circulação de papel, com os respectivos ganhos de eficiência (COTA, 2008, p. 1). 40 Quadro 3 - Problemáticas associadas à relação empresa-empregado Formação Pagamento Recrutamento Gestão das competências e da carreira Gestão do tempo Comunicação interna O estabelecimento de um plano de formação global da empresa que permita gerir um catálogo de estágios obrigatórios ou opcionais, os pedidos dos colaboradores e o acompanhamento das ações de formação; Para consulta dos pagamentos e envios dos boletins de vencimento; O acompanhamento dos processos seletivos internos e externos; A implementação de competências que permitem uma melhor gestão dos postos da empresa e o movimento interno. É a valorização do capital humano colocando em primeiro lugar as competências, os conhecimentos e o saber-fazer dos empregados; A gestão e a quantificação da atividade dos colaboradores da empresa, com o respeito à legislação em vigor (redução do tempo de trabalho, pagamento de horas extraordinárias, contabilização das licenças, os acórdãos de trabalho e as faltas); Sensibilização e informação transversal que permita quebrar a compartimentação dos diferentes sectores da empresa. Fonte: Adaptação da autora de Barros (2002, p. 1) Para que possa apresentar resultados marcantes para a empresa e colaboradores, o ERM deve disponibilizar, de forma integrada no computador de cada usuário, a informação adequada, necessária e sincronizada com os objetivos da empresa, os pessoais e o dos clientes. Um ERM é mais do que uma aplicação, ou do que tecnologia: é, claramente, uma estratégia empresarial que visa à eficiência dos recursos humanos. E este complexo processo deve estar articulado com as políticas de gestão de conhecimento da empresa, que visam melhorar o registro e compartilhamento do conhecimento, dados, comunicação interna, alcançando redução de custos e descentralização, gerando autonomia. Desenvolvido geralmente em intranets, portais empresarias informativos com acesso restrito apenas para funcionários, as ações desenvolvidas dentro do planejamento de ERM os motivam a desenvolver uma nova cultura empresarial que passa pela vontade em aprender e de compartilhar para que a empresa cresça através do conhecimento gerado por todos e consiga atingir os seus objetivos de negócio. 2.3 Comunicação interna como ferramenta de Endomarketing Na perspectiva de Mileide (2007, p. 1) “o sistema comunicacional é fundamental para o processamento das funções administrativas internas e do relacionamento das organizações 41 com o meio externo”. Ainda de acordo com a autora, a empresa precisa ser capaz de se comunicar com seus funcionários, através de ações integradas em um programa de comunicação interna, a fim de mantê-los informados sobre os verdadeiros objetivos. As organizações costumam investir grandes verbas em comunicação externa e se esquecem de reservar algum orçamento para ações de comunicação dirigidas para o seu público interno (LINDON et al., 2004, p. 359). Andrade (2013) afirma que a comunicação interna aparece como ferramenta de Endomarketing e tem como objetivo reunir valores ao processo de comunicação, considerando a eficácia organizacional. Quando tratamos de comunicação interna como ferramenta de apoio ao endomarketing, vai muito além da simples divulgação de informações. A comunicação interna passa a ser uma forma de divulgação das informações de interesse organizacional, de forma a alinhá-las ao direcionamento da organização (ANDRADE, 2013, p. 63). A comunicação interna é uma das mais importantes ferramentas de Endomarketing. Segundo Kunsch (2003, p. 43), esta importância “reside, sobretudo, nas possibilidades que a comunicação interna oferece de estímulo ao diálogo e à troca de informações entre a gestão executiva e a base operacional, na busca pela qualidade”. Esta ferramenta, na realidade, integra o composto de Endomarketing, como explicado anteriormente. É considerada uma atividade estratégica, que deve estar alinhada às definições das políticas e aos objetivos funcionais da empresa. Deve existir total assimilação da ideia por parte da cúpula diretiva, dos profissionais responsáveis pela implantação e dos agentes internos envolvidos. Caso contrário, os programas a serem levados a efeito correção o risco de ser parciais e paliativos (KUNSCH, 2003, p. 43). A comunicação interna salientada no negócio designa a eficiência do processo de Endomarketing nas organizações, conquistando o público interno e o fidelizando como parceiros. Quando os colaboradores forem abastecidos de informações, passarão a estar mais preparados para defender a empresa e seu negócio (ANDRADE, 2013). “A importância da comunicação interna está nas possibilidades que ela oferece de estimular o diálogo e a troca de informações entre todos os níveis da pirâmide organizacional, na busca da qualidade das relações humanas”, afirmam Silveira e Tófani (2007, p. 1). Ainda de acordo com os autores, se os empresários quiserem obter sucesso, devem focar suas atenções nas necessidades de comunicação dos colaboradores, pois as pessoas dentro das 42 organizações não são mais vistas como meros empregados, mas como essenciais ao sucesso empresarial. A eficácia da comunicação nas organizações passa pela valorização das pessoas como indivíduos (e suas percepções como seres únicos e independentes) e cidadãos (e suas responsabilidades como seres sociais). O mercado tem verificado mudanças significativas na relação das pessoas com seu trabalho, que não mais representa a atividade central da existência do ser humano. Brum (2012) reforça que, para o planejamento eficiente de soluções estratégicas de Endomarketing, existe um elemento muito importante dentro do contexto empresarial – o líder – primeiro e principal canal de comunicação interna de uma empresa. Os demais canais devem ser considerados complementares ao papel do líder. Os gestores da comunicação devem desenvolver uma atitude positiva em relação à comunicação, valorizar a cultura organizacional e o papel da comunicação nos processos de gestão participativa. Devem se planejar conscientemente para a comunicação e desenvolver confiança entre emissores e receptores. Além da eficácia da comunicação esta também requer qualidade, veículos e instrumentos adequados para ser eficaz (KUNSCH, 2003, p. 44). A comunicação interna é composta por instrumentos e ações que, pela sua eficiência, transformam-se em canais oficiais para despertar o público interno para um nível maior de informação sobre tudo o que acontece na organização. É importante atentar para o fato de que tudo que é criado em termos de comunicação interna está interligado com processos de mudança ou com a situação atual de uma organização, além de reproduzir sua imagem e sua cultura organizacional. Deve ser estabelecido um amplo sistema de informações capaz de fornecer subsídios para que todos possam cumprir suas tarefas com eficiência. Bekin (2005, p. 67) considera que se a empresa mantiver um bom nível de comunicação com o público interno, certamente obterá uma comunicação melhor ainda com seus diversos públicos externos. Para o autor, verifica-se “a necessidade de “policiamento” para garantir na comunicação interna o comprometimento m quatro níveis: da cúpula, dos gerentes, dos gerentes com seus pares e dos gerentes com seus subordinados. Senão, a comunicação pode ficar truncada ou comprometida” (BEKIN, 2005, p. 68). Quanto maiores os cuidados dedicados pela empresa à comunicação interna, maiores os benefícios na comunicação com o público externo. As empresas que comunicam de forma mais ousada, inovadora e disciplinada, especialmente durante períodos econômicos difíceis e de mudança, são mais eficazes ao engajar seus empregados e alcançar os resultados desejados. De acordo com a Towers Watson 43 (WATSON, 2011), quando o assunto é comunicação, as empresas bem sucedidas dedicam muita atenção na forma de expressar a proposta de valor ao empregado. Utilizam as mídias sociais e outras ferramentas já testadas para se comunicar com um público cada vez mais diverso e disperso. Essas empresas tratam seus gerentes de forma diferenciada – oferecendo treinamento e informações adicionais para ajudá-los em sua gestão. Elas focam no cliente interno e utilizam programas de comunicação para impulsionar produtividade, qualidade e segurança. Conforme ressalta ainda a Towers Watson (WATSON, 2011), as empresas estão utilizando mais a comunicação eletrônica e pessoal (face a face) do que antes, enquanto o uso da comunicação impressa está em declínio, como mostra a figura 5. Embora as mídias sociais capturem grande atenção dos meios de comunicação e seu uso seja uma tendência emergente, os meios de comunicação que ainda prevalecem são: e-mail, intranet e reuniões de pessoal. A maioria dos participantes (65%) espera aumentar o uso das mídias sociais no próximo ano. Figura 5 – Gráfico de uso da comunicação impressa continua em declínio Fonte: WATSON, Towers. Capitalizando com a Comunicação Eficaz. São Paulo: 2011.Disponível em: http://www.towerswatson.com/pt-BR/Insights/IC-Types/Survey-ResearchResults/2011/03/Retorno-do-Investimento-ROI-em-Comunicacao-Capitalizano-com-a-ComunicacaoEficaz Acesso em: 2 jun. 2014. No Brasil, as empresas, de forma geral, não são muito diferentes do resto do mundo. Em seu desafio de comunicar-se com seus colaboradores, elas se utilizam de grande variedade de veículos, com foco nos digitais, conforme demonstra as figuras 5 e 6. 44 Figura 6 – Gráfico do principal veículo de Comunicação Interna Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. 4ª Pesquisa Comunicação Interna 2012. São Paulo: ABERJE, 2012. Como descrito pela ABERJE (2012), os veículos digitais apresentam-se como sendo o principal veículo de comunicação interna para 50,6% das empresas, com destaque para a intranet (25,9%) e os comunicados por e-mail (16,3%). Os veículos tradicionais constituemse no principal veículo de comunicação interna para 36,7% das empresas participantes, e os destaques são: Jornal Mural (14,5%), Revista (11,4%) e Jornal Impresso (8,4%). A definição do principal veículo da comunicação interna se relaciona com as características decorrentes do segmento de negócio das organizações, uma vez que, 57% das que definem os veículos digitais são dos segmentos de Comércio e Serviços, enquanto que 60% das que definem os veículos tradicionais são do segmento Indústria. 2.4 Identificação dos canais para ações de Endomarketing A identificação dos canais mais adequados para uma ação de Endomarketing efetiva tem como grande obstáculo um erro frequente na maioria das organizações. Elas, normalmente, não conhecem suficientemente o seu público. Para determinar estratégias, 45 abordagens e os meios para atrair a atenção dos colaboradores é preciso, antes de tudo, saber quais as suas demandas, o que eles precisam e gostariam de receber e até mesmo qual o seu perfil de consumo de informação. A ausência de canais de escuta e, principalmente, o distanciamento das áreas de comunicação das pessoas, a força de trabalho das empresas, inviabiliza esta percepção. Ainda é muito comum de se ver nas corporações, independentemente do porte, profissionais gerando produtos de marketing e comunicação sem ir a campo, trabalhando dos escritórios e atuando em demandas predominantemente operacionais. De acordo com Meira e Oliveira (2004), são vários os instrumentos de Endomarketing à disposição das empresas. Todavia, convém destacar que os instrumentos devem ser adaptados à realidade organizacional; não produzem resultados isoladamente; e devem ser parte de um projeto, que antecede um diagnóstico que deve ser preferencialmente conduzido pela própria empresa. A seleção dos instrumentos depende dos objetivos da empresa; do planejamento de custos do projeto; do nível de envolvimento da coordenação; da abrangência (grupo de funcionários); e da durabilidade (necessidade de atualização). Meira e Oliveira (2004, p. 68) afirmam: Os instrumentos de endomarketing apresentam uma variação em relação ao custo (implantação e manutenção), nível de envolvimento da coordenação (tempo dedicado para o desenvolvimento e manutenção do instrumento), abrangência (número de funcionários envolvidos) e durabilidade (necessidade de atualização) (MEIRA; OLIVEIRA, 2004, p. 68). Ao avaliar os canais internos, os colaboradores têm como parâmetro o que encontram no mercado. Os gestores de comunicação interna têm que ter a noção de que estão competindo com o mercado como um todo. Eles precisam desenvolver produtos atrativos e competitivos tanto quanto a comunicação externa o faz. Os canais de Endomarketing podem ser os mesmos utilizados para a comunicação interna. São ferramentas que se alimentam de ideias, referências externas e trabalho intenso. Existem muitos caminhos para provocar nos colaboradores uma percepção positiva (BRUM, 2012). A autora, porém, alerta que é preciso sair do conceito de doação. É preciso sair do benefício pelo benefício quando se planeja a implantação de uma nova solução estratégica de Endomarketing. Chame os canais de canais e não de veículos. Primeiro, por que a palavra canal pressupõe um direcionamento. Segundo, por que os canais têm como objetivo, também, a veiculação de campanhas. Veicular significa utilizar um 46 canal para isso. Ao explicar o processo, é melhor dizer: “o canal veicula” do que “o veículo veicula” (BRUM, 2012, p. 40). Existem técnicas e estratégias que podem e devem ser adotadas pelas empresas que desejam, de fato, promover o alinhamento do público interno à sua missão, valores e princípios. Para Brum (2012, p. 10), há soluções básicas e outras mais complexas. Tudo depende do momento que a empresa está vivendo e das necessidades que possui em nível de informação e de integração, além de todas as questões relacionadas ao segmento de atuação, porte, localização geográfica, perfil de público interno e outros fatores. Sei que atualmente existe uma obsessão pela novidade. O que mais se fala nas empresas é “inovação em todos os níveis”. Acredito muito no valor de inventar e reinventar. No entanto, para uma boa comunicação interna e um Endomarketing de efeito, o básico ainda é algo que precisa ser feito em muitas empresas. E a novidade pode estar exatamente nisso. (BRUM, 2012, p. 10) De acordo com a ABERJE (2012), entre os principais canais utilizados, podem-se destacar três grandes blocos, como mostra a figura 7 a seguir: O primeiro, com utilização pela grande maioria das empresas (cerca de 90%), temos: o comunicado por e-mail (91,0%) e a intranet (84,3%). O segundo, com utilização em torno de 60% das empresas, temos: a realização de campanhas completas (69,3%), a comunicação face-a-face (68,7%), o jornal mural (67,5%) e os outdoors e faixas (65,1%). O terceiro, com aproximadamente 50% de utilização pelas empresas, temos: a revista (48,8%), o site corporativo (48,2%) e o boletim (44,6%). Os canais digitais, em decorrência de suas características básicas (velocidade, alcance de grandes públicos, facilidade, custo etc.) vêm conquistando bastante espaço entre as ações de Endomarketing. 47 Figura 7 – Gráfico dos canais de Endomarketing disponíveis aos funcionários Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. 4ª Pesquisa Comunicação Interna 2012. São Paulo: ABERJE, 2012. Apesar de inserirem a internet e as redes sociais em sua rotina diária, ainda é na mídia impressa que os líderes de empresas e executivos mais confiam para formar sua opinião. O Instituto Máquina de Pesquisa (2014) mostra que 81% dos entrevistados apontam o jornal como o veículo de mais credibilidade, enquanto somente 7% creem na veracidade das mídias digitais como meio de informação. O estudo realizado pelo Instituto Máquina de Pesquisa (2014), que está em sua quarta edição e foi realizado com 226 profissionais que ocupam cargos de liderança em empresas brasileiras, também mostra que, apesar do crescimento do consumo simultâneo de mídias (digital e papel), os novos meios de comunicação não parecem tirar o espaço dos tradicionais. Para 70% do público, ler jornais é um hábito diário. O tradicional rádio também é companheiro de todos os dias de 81% dos entrevistados. A internet, no entanto, é presente no 48 cotidiano da maioria desses executivos: 97% dos pesquisados declararam acessar sites de notícias com frequência. A pesquisa questionou, também, se esses profissionais planejam substituir por completo os veículos impressos pelos digitais. Para 49%, é importante conciliar as duas fontes de informação. Somente 14% declararam já ter abandonado o papel para se informar. Trazendo estas descobertas para a realidade interna dos canais impressos de Endomarketing mais utilizados das corporações, percebe-se que ocorre exatamente o que mostra a pesquisa: uma conciliação entre canais impressos e digitais, cada qual com suas características ímpares e suas contribuições insubstituíveis para se buscar uma percepção positiva da marca da empresa pelos colaboradores e, acima de tudo, engajamento. Porém, a escolha dos canais ideais para a empresa vem depois do planejamento das ações de Endomarketing: é necessária a realização de um diagnóstico para o levantamento das percepções e dos sentimentos do público interno. É preciso conhecer este público e saber o que e como ele pensa. A partir daí, é possível se iniciar a realização do planejamento conceitual (definição de posicionamento interno e grupos de conteúdo), o planejamento estrutural (canais, instrumentos e ações) e, por fim, o planejamento criativo. Esta medida garante que as ações de Endomarketing realizadas através dos canais mais eficazes serão capazes de gerar significado para o empregado por meio da visão, missão, valores e princípios da empresa. E ainda gerar engajamento a partir da informação correta e transparente sobre o negócio da empresa, seus produtos e serviços, mercado, objetivos, estratégias e resultados. 2.4.1 Revista interna De acordo com Brum (2007), aqueles jornais que antigamente eram utilizados nas empresas transformaram-se em revistas internas de qualidade, cuja elaboração e planejamento são feitos para “encantar” o público interno. Este tipo de publicação normalmente apresenta dimensões regulares (29 cm x 21 cm) e um número de páginas superior a vinte, além de ser composto por 50% de ilustração e 50% de texto (REGO, 1984, p. 62). Isso torna a composição gráfica mais atrativa para o leitor. A revista interna tem a função, além de informar, de envolver os colaboradores, fazer com que eles se interessem pelo seu conteúdo e, se der certo, fazer com que aguardem ansiosamente pelas próximas edições. Em sua análise, Rego (1984, p. 62) verifica que a 49 revista apresenta um tratamento cuidadoso, tanto nos assuntos a abordar quanto na composição gráfica e na qualidade do papel utilizado, o que lhe confere um custo elevado. Para Canilli (1995, p. 156), a revista é uma publicação da imagem da organização, em que o seu valor está intrinsicamente ligado à apresentação estética. Através deste veículo requintado, a organização pretende estimular o diálogo aberto com seus colaboradores. Brum (2007) defende que se deve adotar um projeto gráfico coerente com o negócio da empresa: Transforme o “jornalzinho” interno numa revista corporativa, com projeto gráfico e editorial modernos e arrojados, que incentivem à leitura e permitam que os colaboradores tenham orgulho da empresa e queiram mostrá-la aos amigos e familiares. A revista interna deve representar a empresa (BRUM, 2012, p. 50). Em relação ao conteúdo, a revista deve abordar temas diversos, como as atitudes dos colaboradores de destaque, eventos, programas de treinamento, programas corporativos, dicas para um bom desempenho profissional etc. E, uma importante pauta da revista: as informações estratégicas da organização, demonstrando os processos de gestão e cultura da empresa. Wey (1986, p. 67) acrescenta ainda: Esta publicação inclui informações de todas as unidades que compõem uma empresa e circula em todas elas. Entre os seus temas são focalizados os eventos que envolvem apenas a directoria, são abordadas decisões da cúpula, são vistos planos e aspectos de expansão da empresa (WEY, 1986, p. 67). Os textos da revista devem ser leves, coesos e objetivos, para que todos da organização possam entender. Já que tanto os colaboradores, de todos os níveis hierárquicos, como os diretores, sócios e acionistas, são o público-alvo deste canal. Outro fator de extrema importância é o foco no colaborador. É essencial no planejamento de qualquer revista interna que o funcionário tenha um espaço reservado para relatar informações, através de entrevistas, questionários etc. O que a empresa tem que pensar é que a revista interna é realmente isso, uma revista. Desse modo, a periodicidade de publicação tem de ser padrão, para que as notícias estejam sempre atualizadas. Deve-se escolher um formato diferenciado para a revista, ou seja, sair do A4. “Formatos quadrados permitem uma programação visual mais moderna e um melhor aproveitamento das fotografias. Formatos menores, tipo A5, são ideais para um público interno jovem” (BRUM, 2012, p. 52). Quanto à entrega, o interessante é que ela seja feita individualmente, na mão de cada colaborador e, e possível, que ela seja entregue na casa do funcionário, para que a família 50 também seja atingida pelas informações. Em caso de empresas com filiais, elas devem ser entregues no mesmo dia em todas as unidades, no início ou no final de cada turno. As áreas da empresa podem aproveitar este canal para lançar encartes especiais como, por exemplo, um encarte de Recursos Humanos, com informações sobre projetos, programas e processos da área. A área de Recursos Humanos, especialmente, deve ter um espaço reservado nestas publicações, para que as informações sobre essa área, de interesse de todos os colaboradores sem exceção, sejam divulgadas de forma ampla e clara. Brum (2012, p. 56) sugere que se busque equilibrar as informações corporativas com outras culturais e de entretenimento na revista interna. 2.4.2 Jornal Mural Antigamente eram utilizados nas empresas murais de fórmica ou de feltro verde, onde eram “espetadas” as informações. Elas ficavam semanas e até meses sem atualização, penduradas no quadro. Isso quando conseguiam se manter penduradas. Hoje, os antigos murais foram substituídos pelos jornais de parede, ou jornais murais, que possuem espaços bem definidos para todos os tipos de comunicação. Brum (2012), porém, aponta o lado ruim dos escaninhos de acrílico: a limitação dos formatos. “Um espaço aberto, sem escaninhos, permite a utilização de cartazes verticais, horizontais, com facas diferenciadas. Isso chama a atenção do público interno, que percebe rapidamente estar diante de uma nova campanha” (BRUM, 2012, p. 43). Os jornais murais devem ser inseridos nas áreas operacionais. Um único painel no refeitório ou numa área de circulação é pouco. Pensando na disseminação da informação, Brum (2012) fala da importância de se desenvolver uma versão do jornal mural para ambientes e áreas que não tenham paredes. A autora também sugere incluir conteúdos externos como previsão do tempo, movimentação da Bolsa de Valores e até mesmo os resultados da atuação dos principais times de futebol da região, mas não deve passar disso. “Um jornal mural deve ser 90% corporativo e ter no máximo 10% de outras informações que ajudem a chamar a atenção das pessoas” (BRUM, 2012, p. 46). É importante que o jornal mural possua espaços reservados e específicos para cartazes motivacionais. Esse é um meio de divulgação muito eficaz para divulgar as campanhas motivacionais da empresa. Colocar urnas junto aos jornais murais pode ser uma boa ideia: 51 abre-se um acesso para que os colaboradores possam entrar em contato com a gerência ou com a presidência, enfatizando assim, os canais interativos. Outro aspecto importante é o local de instalação dos jornais murais. Apesar do nome, eles podem ser colocados em suportes e distribuídos pela empresa, dando, assim, mobilidade a comunicação. Este formato é especialmente eficaz em locais onde não há a possibilidade de instalação de murais ou em acessos a refeitórios e caixas eletrônicos, geralmente com grande movimentação de colaboradores. Brum (2007) também cita corredores externos, entrada e saída como pontos interessantes para a instalação de suportes fora dos setores produtivos das organizações. 2.4.3 Brindes Podemos considerar nesta categoria toda a natureza de utensílios elaborados com o intuito de passar uma mensagem para os colaboradores, de conscientizar ou de informar. Objetos como canecas, mouse pads e até mesmo cubos mágicos – especialmente os mais inusitados, por serem mais curiosos e chamarem mais a atenção – funcionam como um lembrete a todos sobre aquele importante programa de responsabilidade ambiental ou o treinamento sobre segurança da informação que todos os funcionários devem realizar através da intranet até o final do mês. Vale tudo para conquistar a emoção do colaborador e, neste caso, a criatividade é o que conta na hora de colher os resultados esperados. Trata-se de um canal de Endomarketing eficaz, devido ao custo acessível e a visibilidade. Também é importante salientar que os colaboradores passam a maior parte do tempo em suas mesas de trabalho, tornando este o espaço perfeito para a criação de peças de comunicação graciosas e que façam o colaborador pensar. E agir. Tenha sempre biscoitos, balas, torradas, etc. com a marca corporativa da empresa à disposição das pessoas nas salas de reuniões. Essa é mais uma oportunidade de interação do público interno com a marca para a qual trabalham (BRUM, 2012, p. 154). Desenvolva jogos interativos reais ou virtuais, como quiz na intranet, jogos de dominó, caça-palavras. Embora os jogos virtuais chamem mais a atenção das pessoas, os reais podem ser levados para casa para interagir com os familiares, já que nem todas as empresas disponibilizam o acesso à intranet fora do trabalho (BRUM, 2012, p. 152). 52 Deve-se, porém, planejar bem a entrega de brindes. Por maior que seja o orçamento da empresa, uma pequena parte deve ser considerada para a elaboração de brindes, com o risco de se perder o valor agregado. Brum (2012) sugere a utilização de brindes ecológicos, sustentáveis e diferenciados, como vasinhos de cactos (que exigem pouca água e vivem bem nos ambientes secos pelo ar condicionado dos escritórios); canecas personalizadas (de preferência, agregadas a uma campanha maior de Endomarketing) etc. Empresas que investem em patrocínios de eventos podem ir além do marketing, inserindo ações de Endomarketing em seus projetos. Convidar o garoto-propaganda da empresa para encontros exclusivos com os funcionários, por exemplo, leva a um engajamento total dos funcionários: todos querem ver o ídolo. Eles, por sua vez, mobilizam familiares e vizinhos. Bekin (2005) conta que, quando cuidava da marca Malboro na Philip Morris, apostava na diversificação das ações de marketing para investir também em Endomarketing para, desta forma, conseguir mais facilmente a aprovação da alta cúpula da empresa. Um dos instrumentos que usamos foi uma cota fixa de ingressos que disponibilizávamos para todos os jogos em São Paulo. Quando possível, envolvíamos o pessoal das filiais. Veja bem, não estamos falando de gastos a mais na conta da empresa. Era como se colocássemos assim para a diretoria: “Eis a campanha para o marketing externo e também a do marketing dirigido para nossos funcionários”. E os diretores aprovavam aquelas iniciativas (BEKIN, 2005, p. 4). Hoje existem milhares de fornecedores com a experiência para produzir os brindes mais inusitados, e com custos cada vez mais baixos, principalmente de entrega. Este deixou de ser o ponto mais oneroso dos cursos com brindes para campanhas de Endomarketing. E fez mudar o antigo pensamento de que as empresas locais podiam oferecer preços mais baixos. Com a evolução da Logística, é comum se conseguir preços mais convidativos, incluindo a entrega, de fornecedores de outros estados e, algumas vezes, de outros países. A globalização do brinde facilitou muito a elaboração de planos eficazes de Endomarketing. 2.4.4 Correio eletrônico ou e-mail Estudos apontam que o uso do e-mail como principal ferramenta de comunicação com o público interno está praticamente banalizado no Brasil. Um deles é o Relatório Brasil de Endomarketing e Comunicação Interna. Ele corrobora com a ideia de que, diariamente, os colaboradores são soterrados por mensagens com todo o tipo de informação, que alguém na 53 empresa acredita ser necessário ‘disseminar’. Este volume compromete a credibilidade não só das mensagens, geralmente pouco relevantes para a maioria dos funcionários, mas do próprio canal. Apesar de, na média geral do levantamento apresentado no relatório, o e-mail ter recebido a melhor avaliação, é muito comum, nos diagnósticos, ser o canal a receber as piores avaliações dos colaboradores. Com abrangência limitada aos funcionários que possuem acesso ao e-mail corporativo, não gera identificação no público interno. O grande volume de mensagens e a percepção de que estas não são pertinentes fazem com que os colaboradores as excluam antes de ler o seu conteúdo (e ainda assim, em muitos casos, avaliem o canal de forma satisfatória3). Entretanto, de acordo com Dias (2007), o e-mail tornou-se uma forma de integração muito utilizada hoje nas organizações. O advento da tecnologia da informação trouxe mais facilidade no envio e recepção de mensagens aos gerentes e operadores. O gerente recebe a mensagem via correio eletrônico e repassa a informação oficial, livre de boatos. Para os empregados, a informação chega de forma mais fácil e rápida, facilitando a tomada de decisões e o despertar da criatividade para criação de melhorias operacionais (DIAS, 2007, p. 22). A figura seguinte também considera o e-mail o canal mais popular quando comparado a outros de uso comum em ações de Endomarketing. Figura 8 – Gráfico da avaliação geral dos canais Fonte: Relatório Brasil de Endomarketing e Comunicação Interna, realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial entre 25 de abril de 2012 e 13 de junho de 2012. 2 Como apresentado por ABERJE (2012), figura 7, p. 46. 54 Em uma organização, normalmente os e-mails são divididos em dois grupos: Assuntos do dia a dia de trabalho; E-mails informativos oficiais das áreas que compõem a empresa. A maioria das organizações segue algumas regras importantes para a utilização de emails: Os e-mails que se referem aos assuntos do dia a dia são utilizados e acessados por todos que possuem um computador dentro da empresa. Dentro desse grupo, devem ser evitadas as mensagens excessivamente longas ou com arquivos anexados, principalmente aqueles muito pesados acima de 8MB. Algumas empresas possuem sistemas de segurança que bloqueiam o envio deste tipo de mensagem para assegurar o bom funcionamento da rede; Os e-mails informativos oficiais das áreas específicas são aqueles que possuem informações sobre as estratégias e resultados da empresa. Nesse caso, os e-mails devem ser enviados em layout padronizado com o nome da área e marca criada especialmente para este tipo de comunicação; Cada setor da empresa deve determinar quais os colaboradores que terão acesso a tais e-mails, ou grupos especiais, para que estes possam receber apenas as informações que lhes forem pertinentes; A criação de um layout especial e padrão para as mensagens oficiais das áreas facilitam a identificação pelo colaborador. 2.4.5 Intranet A intranet é uma rede de computadores interligados baseada nos modelos de transmissão de dados da Internet que contribui com a comunicação interna e, consequentemente, com a disseminação das ações de Endomarketing (TURBAN; RAINER; POTTER, 2003, p. 228). Para os autores: Uma intranet é basicamente uma internet privada, ou um grupo de segmentos privados da rede Internet pública, reservados para serem usados por pessoas com autoridade para utilizar a rede. As empresas estão usando cada vez mais as intranets – acionadas por servidores web internos – para oferecer aos funcionários acesso fácil às informações da corporação (TURBAN; RAINER; POTTER, 2003, p. 228). 55 Ou seja, enquanto a internet possui escopo global, a intranet é local. Através dela, os usuários podem compartilhar informações, que ficam armazenadas em um banco de dados centralizado. Isto proporciona o compartilhamento de informações pertinentes à organização. Com o desenvolvimento das novas tecnologias da informação, o uso da intranet para promover a disseminação da informação no ambiente interno de uma instituição faz parte de uma estratégia mais abrangente, que é a implementação da gestão do conhecimento como ferramenta para identificar, analisar e administrar, de forma estratégica e sistêmica, o ativo intelectual da empresa e seus processos associados (CÂNDIDO; ARAÚJO, 2003, p. 39). Isto tornará a organização preparada para criar, desenvolver e implementar tecnologias e sistemas de informação que apoiem as ações de comunicação e a troca de ideias e experiências que incentivem as pessoas a se unir, a participar, a tomar parte em grupos e a se renovarem em redes informais (CÂNDIDO; ARAÚJO, 2003, p. 40). Assim também entende Bekin (2005), que define a intranet como uma rede interna de computadores e servidores para as empresas. As diversas áreas, departamentos e pessoas, em seus diversos locais físicos e geográficos, estão conectados para a troca de informações, a definição de prioridades e objetivos e o início da implantação do plano de ação. A intranet permite, hoje, a integração instantânea da empresa, tornando o processo mais ágil, eficaz e menos propenso a erros (BEKIN, 2005, p. 65). Segundo Rowley (2002, p. 399), as aplicações da intranet dependem do objetivo para qual ela foi desenvolvida, podendo ser unidirecionais e interativas. Nas intranets unidirecionais, os arquivos são solicitados ao servidor onde estão armazenados e recebidos no computador, vistos com o auxílio do navegador de rede. Nas interativas, oferecem maiores oportunidades de comunicação bidirecional na organização. Desta forma, entende-se que na intranet as áreas encontram o ambiente perfeito para divulgar ao restante da empresa os acontecimentos, as ações, quais são os resultados alcançados, quais vão ser as melhorias e, claro, levantamentos e índices importantes sobre o mercado. Começaram a ser introduzidas no Brasil em 1997/1998 e hoje estão se expandindo em incrível velocidade, com soluções ajustadas para cada tipo de organização, já que cada empresa possui um negócio diferente da outra (BEKIN, 2005). Esses ambientes, em sua maioria, possuem o formato de um portal comum. Podem ser desenvolvidas internamente pelo setor de Tecnologia da Informação ou por agências digitais terceirizadas, com gestão e controle realizadas pela área de Recursos Humanos. Algumas vezes há apoio do setor de Comunicação e Marketing nesta gestão. A partir de 30 ou 50 funcionários já se pode ter uma intranet instalada e gerando benefícios (BEKIN, 2005). 56 Muitas empresas utilizam esse canal de informação como um sistema de feedback, onde inserem um espaço para a interatividade dos colaboradores. Desse modo, o funcionário pode, com sua senha, sugerir melhorias, fazer reclamações, ou mesmo elogios sobre a organização. Em todas elas, a intranet deve apresentar uma interface amigável e intuitiva. O colaborador não deve demorar a entender como funciona a navegação na página, nem deve clicar dezenas de vezes para chegar ao seu objetivo. Estas medidas aumentam a motivação dos colaboradores em se manter conectados ao portal interno, conhecendo, aprendendo, participando e sugerindo. E o próprio ambiente se torna mais preciso quanto maior for a participação dos colaboradores. Como reforça Brum (2007, p. 160), “a intranet representa a oportunidade das pessoas que trabalham numa mesma empresa compartilharem entre si os conhecimentos que detém individualmente, o que a torna, também, um canal de integração”. A autora sugere, por exemplo, que as empresas permitam “que os colaboradores possam baixar da intranet para os seus telefones celulares, ringtones com jingles e conceitos utilizados em campanhas de Endomarketing” (BRUM, 2012, p. 156). Um dos papéis mais importantes de uma intranet eficaz é a de criar ambientes para troca de informações entre os colaboradores. Grupos de discussão, por exemplo, são espaços riquíssimos e com custo zero para as empresas para a geração de soluções, além de poder ser aproveitada como uma consultoria elaborada por quem melhor conhece os processos internos: os funcionários. As ideias geradas nestes grupos de discussão passam a ser propriedade da empresa. Quando bem aproveitadas, estas ideias contribuem para o crescimento dos negócios da empresa. Desde uma simples sugestão de substituição de troca de copos de plástico por canecas com mensagens motivacionais até a organização de uma grande campanha do agasalho, os colaboradores se sentem motivados em ambientes nos quais têm liberdade de expressão e de ideias e quando percebem que estão contribuindo para mudar os rumos da gestão da empresa. Para melhor. Estes registros são alguns dos mais caros ativos das empresas hoje em dia. Porém, para aproveitá-los, as empresas precisam saber fazer. Não basta ter uma intranet implantada: é preciso incentivar a participação por parte dos funcionários. E aí entram a comunicação interna junto a outros canais de Endomarketing. 57 2.4.5.1 B2E – Business to Employee: o e-commerce interno No universo corporativo e no admirável mundo novo da Tecnologia da Informação e Comunicação, vigoram siglas como B2Bs, B2Cs, C2Cs, entre outras, criando uma confusa sopa de letrinhas. Uma nova forma de conectividade, porém, está se iniciando: o B2E. Definida como business-to-employees, ou atividades/negócios para funcionários, é considerada uma nova modalidade de e-commerce, o intracorporativo, e um ponto focal para as empresas mais progressistas. As empresas perceberam que, além de parceiros, fornecedores e clientes externos – estes últimos invariavelmente o foco de seu empreendimento – existem também os clientes internos. Bekin (2005) define assim a revolução do B2E: Simplesmente um portal que fornece ao funcionário uma home page customizada, contínua e personalizada, com notícias, informações, uso e aplicações. Utilizando tecnologia digital, site Web da Internet e intranets em um processo existente de negócios, o B2E permite aos funcionários acessar uma amplitude de informações internas e externas (BEKIN, 2005, p. 68). O autor relaciona o que, para ele, devem ser os serviços que um portal B2E deve oferecer aos colaboradores para ser eficiente: Um único canal de comunicação global para diretores executivos; Um ambiente de trabalho customizado e personalizado para funcionários, onde a informação pode ser acessada a qualquer momento, de qualquer lugar, por meio de desktops, notebooks ou smartphones; Oportunidades de baixo custo para treinamento e desenvolvimento; Uma plataforma comum, com uma infraestrutura para que os diretores de informação e tecnologia empreguem novas aplicações; Acesso à informação vital para gestores de processos decisórios em nível de unidade de negócio; Infindáveis ligações com funcionários, clientes e fornecedores. Normalmente programas de B2E são implantados através de intranets. Esta é uma ferramenta muito útil para o aprimoramento e treinamento de funções e pessoal, respectivamente, resultando quase sempre em grandes benefícios. Se forem agregadas ferramentas de BI – business inteligence – e treinamento – e-learning – seu resultado é ainda mais satisfatório. Intranets, como e-commerce intracorporativo, podem oferecer muitos serviços para seus clientes internos, como: informações sobre consumidores, como seu histórico, situação, perfil etc.; sobre parceiros, como consultores, assessores etc.; sobre 58 fornecedores e sistema logístico; ambientes macro e microeconômico, como a situação do setor no qual a empresa se insere, suas legislações e cenários financeiros e políticos; e sobre as rotinas, documentos, comunicados e inteligência da própria empresa. Procedimentos, material de treinamento, documentos diversos, formulários, matrizes, modelos, mural de recados, comunicados e circulares do Departamento de Pessoal, Jurídico, Informática, contabilidade, biblioteca, arquivo, enfim, toda uma série de serviços podem ser disponibilizados na Intranet para consumo dos funcionários, de forma racional e colaborativa. Funcionários, colaboradores e consultores são os alvos do B2E. Quando bem informados e conscientes de seu papel no processo organizacional, eles produzem muito mais e melhor, ocasionando significativa diferença nos resultados da empresa. No final, em tese, todos saem ganhando: funcionários, empresa e consumidores e parceiros. Em tese porque a aplicação de programas B2E é extremamente complexa e controversa, pois deve considerar questões especialmente delicadas. Se mal conduzidos, estes programas podem ter efeito inverso. Um dos fatores para o sucesso destes programas é instituir um sistema de incentivo e premiação. Programas B2E inerentemente requerem colaboração entre os funcionários, motivo pelo qual seria essencial incentivos extras. Assim, sistemas de premiação são um dos que proporcionam os melhores resultados no quesito motivação. Quanto à empresa, além do retorno financeiro decorrente do programa – mesmo que indireto – proporciona aos funcionários um verdadeiro aparato de conhecimento e inteligência corporativa essenciais para manobras ágeis e eficazes ante as condições exigidas ou impostas pelo mercado, além de auxiliar e agregar qualidade à interação com consumidores, fornecedores e parceiros. A maior falha, segundo Bekin (2005), é a falta de uma sólida estratégia para implantação do B2E. Pesquisas frequentes são recomendadas. Qual e quanto de conteúdo será disponibilizado aos funcionários é a chave para o sucesso do B2E. 2.4.6 TV interna ou corporativa A TV interna ou corporativa, ou ainda mural digital, traz modernização às ações de Endomarketing, transmitindo as informações da empresa de uma forma muito mais rápida, moderna e tecnológica. A maioria delas utiliza a tecnologia digital signage, que permite a exibição de mensagens dinâmicas através de telas de alta definição posicionadas em locais 59 estratégicos. Essa ferramenta tem se mostrado um eficiente mecanismo de apoio a comunicação interna, despertando o interesse dos funcionários para assuntos estratégicos da empresa. A TV ganha um importante papel não apenas para informar, mas também para engajar, incluir e até mesmo valorizar esse público. O canal permite, além do envio rápido e preciso de informações, a segmentação dos conteúdos para cada programação/tela, conforme a necessidade de comunicação específica por localização, tipo de público e sazonalidade. O modo de atualização das telas acontece de diferentes formas, adequando-se sempre à realidade e à necessidade da empresa. Quando a TV Interna não tiver um programa gravado para divulgação, transforme-a num veículo para campanhas de Endomarketing, apresentando peças de forma aleatória (BRUM, 2012). Agregar uma tela touch à TV Interna é uma boa solução para realizar pesquisas e obter respostas imediatas. Isso evita que ela fique fora do ar ou transmita programas muito antigos. A TV Corporativa, contudo, não pretende ocupar o espaço dos canais já conhecidos, como e-mail e a intranet, por exemplo. Ao contrário, esta nova ferramenta conversa com outros veículos internos, aumentando a audiência de uma mesma informação em diferentes mídias, com foco exclusivo no conteúdo abordado. É um canal de Endomarketing que, nos últimos anos, mais tem despertado a atenção das grandes empresas. Isso se deve ao dinamismo que esse sistema proporciona, no sentido de “acelerar” e consolidar a cultura da empresa pela organização, devido à própria natureza da tecnologia. Produza um programa de TV com reportagens e entrevista, coloque em um CD e mande para os líderes das unidades apresentarem aos seus colaboradores. Para empresas que não possuam [...] um circuito interno de TV, essa é uma boa estratégia, pois promove a integração, desde que mostre a empresa como um todo (BRUM, 2012, p. 48). Ela proporciona um alto nível de atenção e aprendizado. Porém, é bastante complexo, e, dependendo da organização e da gestão de conteúdo do canal, pode se tornar ineficaz. Isso acontece devido falta de preparo da grande maioria das empresas para a implementação e, principalmente, pela a manutenção da programação de uma TV interna. O insucesso, na maior parte das vezes, acontece por causa do desinteresse gradativo dos colaboradores, a cada programa, devido à falta de atualizações nas informações, ou seja, à falta de planejamento da gestão do conteúdo. Para que os colaboradores não percam o interesse pela TV interna, são necessárias pesquisas contínuas, levantamentos dos assuntos que mais interessam ao público interno. Após o levantamento, desenvolve-se o conteúdo dos programas que serão apresentados. É 60 importante ter em mente o local e horário em que serão apresentados os programas. Eles devem ser veiculados poucas vezes durante o mês para evitar o seu desgaste. Existem no mercado brasileiro dezenas de empresas, como a YMídia, a Rodobens Comunicação Empresarial, a Convere Comunicação Digital e a Evolve, especializadas na implantação de TVs corporativas. Estas empresas possuem equipes de redação que produzem e auxiliam a produção de conteúdo sempre que necessário, e fazem o trabalho de adaptação de tamanho e linguagem dos textos. São profissionais especializados cujo objetivo é dar o suporte necessário para a construção, em quatro mãos, de um dos principais canais de comunicação de uma empresa. Eles também auxiliam na gestão de grade (programação de softwares, back office total para o gerenciamento remoto da grade de programação, incluindo segmentações necessárias) e alguns deles oferecem às empresas softwares específicos prontos para a publicação de conteúdo, que permitem total autonomia ao cliente para a atualização de notícias, em qualquer horário, de qualquer lugar – basta ter acesso à internet. Um dos inconvenientes deste canal, como se pode notar, é o custo elevado para a sua implantação e posterior manutenção. 2.4.7 Rádio interna A rádio interna é considerada por alguns autores como um dos canais menos eficazes para se realizar ações de Endomarketing. Brum (2007, p. 162) corrobora desta opinião quando diz que “o Endomarketing é um processo educativo e o aprendizado acontece somente 12% pela audição”. Para que a comunicação funcione através das rádios, elas precisam apresentar um formato diferente das rádios externas. Devem utilizar frases de efeito curtas e/ou notícias curtas, intercaladas com a programação musical produzindo, assim, resultados. Mas se, a empresa deseja passar informações mais longas como, discursos ou palestras, essas devem ser divulgadas durante o horário de descanso dos colaboradores, como o almoço, por exemplo. No entanto, como cita Brum (2007, p. 162) em suas análises: Tenho percebido que, durante o horário das refeições, as pessoas preferem o silêncio. Especialmente quando os restaurantes são grandes, frequentados por 100 ou 200 pessoas num mesmo momento, o barulho da apresentação de vídeos, de músicas, ou de notícias incomoda bastante as pessoas. Conheço uma empresa que realiza seus eventos internos sempre no restaurante, onde 61 almoçam mais de 300 pessoas ao mesmo tempo. A percepção das pessoas, sobre essa prática, é muito negativa (BRUM, 2007, p. 162). Verifica-se que a rádio interna pode não afetar os colaboradores da forma planejada. Então, para se escolher este canal, é necessária uma análise profunda tanto da necessidade de comunicação e marketing quanto da natureza do público interno e da informação que será promovida, para que o canal não atrapalhe o relacionamento entre empresa e colaborador ao invés de ajudar. Para a autora, a rádio interna deve veicular informações úteis aos colaboradores, como cardápio do refeitório, novos serviços disponíveis na intranet, datas de inscrição num determinado programa, feriadões etc. Estas notícias podem ser intercaladas com música ambiente. Pela natureza do canal, percebe-se que informações corporativas mais importantes, como aquisições, novos produtos, projetos de gestão etc., não devem ser divulgadas por este canal. 2.4.8 Eventos internos Planejar e realizar eventos internos com a participação exclusiva dos empregados é uma atitude que promove a integração e pode se tornar inesquecível, se realizada de forma moderada. “Os eventos internos são excelentes portadores de mensagens, aproximam pessoas, relaxam”, propõe Neves (1998, p. 353). Na opinião do autor, eventos internos organizados de forma inteligente podem atender a várias finalidades de Endomarketing, mas sempre dentro de um contexto, inserido na estratégia. “Além disto, tem que ter inteligência, ritual, qualidade, feedback” (NEVES, 1998, p. 353). Coerente com esta visão, Brum (2012) sugere que os eventos devem ser sempre realizados associando o tema ao posicionamento interno da empresa. A autora elencou alguns pontos importantes na hora de planejar ações complementares e eventos: Priorizar ações e distinções que destaquem as pessoas individualmente, fazendo-as representar o público interno como um todo. Uma empresa precisa demonstrar que valoriza o indivíduo; Pesquisar eventos anteriores realizados pela empresa, dos quais os colaboradores sintam saudades, e reinventá-los com um novo tema ou objetivo. 62 Promover eventos para a integração dos colaboradores, mas fazer isso de forma moderada, sempre associando o tema do evento ao posicionamento interno da empresa; Criar eventos que possam acontecer em todas as unidades da empresa ao mesmo tempo e com o mesmo conceito. Para isso, é importante preparar um manual para a realização do evento e enviá-lo para que seja seguido pelas unidades (BRUM, 2012, p. 11). Os canais existem. Estão ao alcance das empresas. E ainda existem mais. Eles, além de veicularem informação, veiculam também motivação. A revista interna é um canal. A entrevista, ou a imagem que será veiculada na revista interna é um instrumento, podendo ser informativo ou motivacional. Por isso, os instrumentos informativos devem ter sempre, além da informação em si, o porquê da sua importância para a instituição. Como cita Brum (2007, p. 166), “uma empresa necessita de esforços para informar e para engajar”. Quando a empresa busca informar seus colaboradores, então devem ser criados instrumentos informativos para que sejam veiculados nos canais internos. Se a necessidade é de criar engajamento, como dito por Brum (2007) anteriormente, então é necessário o desenvolvimento de uma campanha motivacional. Brum (2007) informa ainda que, quando as empresas descobrem o Endomarketing, querem fazer campanha para tudo. Por causa disso, é necessário fazer essa análise crítica sobre qual são as necessidades e as possibilidades da empresa, em nível de comunicação e de investimento, para que a organização não desenvolva campanhas internas demais nem de menos. Um bom planejamento pode evitar, além de gastos desnecessários, informações desencontradas, nervosas, prejudicando, assim, todo um esforço comunicacional. Implantar canais de Endomarketing em uma empresa não é fácil e exige a participação de um grande número de pessoas. São programas, processos, eventos e projetos que necessitam do engajamento do público interno para serem realizados. Sem eles, não há canal de Endomarketing que sobreviva. 2.5 Branding interno ou Endobranding Depois de apresentar o conceito de Endomarketing, ou marketing interno, já é possível entender que, assim como o branding é uma ferramenta do marketing (MEIRA, 2014, 63 tradução nossa), o branding interno é igualmente uma ferramenta do marketing interno, quando se percebe que a qualidade dos recursos humanos de uma empresa emerge como uma fonte de competitividade. “É, portanto, crítico reter talentos e integrá-los rapidamente” para que sejam “imbuídos do espírito de guardiões da qualidade dos produtos e do bom nome da empresa” (BEKIN, 2005, p. 71 e p. 118). Um fabricante de, digamos, macarrão, sorvete ou fraldas descartáveis facilita às famílias dos funcionários o acesso aos produtos, para que entendam a importância do papel daquele funcionário e o prestigiem como indivíduo que trabalha em uma empresa importante, não necessariamente grande, muito menos famosa, mas que seja sensível à importância de ter sua força de trabalho como uma espécie de guardiã de sua marca e qualidade (BEKIN, 2005, p. 118). Kotler e Keller (2013, p. 145) definem ações de branding interno como “atividades e processos que ajudam a informar e inspirar os funcionários”. Como o branding, por si, é o processo de gerenciamento de marca de uma ideia ou produto, o branding interno ou endobranding é o gerenciamento de marca de, por exemplo, um programa motivacional para funcionários de uma organização. A marca ajuda na compreensão e tangibilização de algo a ser percebido, compreendido e valorizado por funcionários de uma organização. Se branding significa “a criação de laços emocionais entre a marca e o consumidor” (LINDSTROM, 2007, p. 112), o branding interno cria laços emocionais capazes de ligar a marca aos funcionários, baseados na informação captada pelos cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. Desta forma, ocorre uma melhor fixação da marca junto aos empregados e, o mais importante: a criação de uma identidade. Em seu livro, Sartain e Schumman (2006, p. 67) definem o branding interno como a “arma secreta dos negócios”. Para os autores, ações bem planejadas de Endobrading motivam os colaboradores quando entregam de forma consistente as mesmas experiências que os consumidores experimentam do lado de fora da empresa. Ao construir a marca para os funcionários, garantindo uma construção de forma autêntica, consistente, substancial e que ecoa através de todo o negócio, qualquer organização pode desencadear uma poderosa ferramenta para envolver emocionalmente os funcionários e recrutar e reter as melhores pessoas (SARTAIN; SCHUMMAN, 2006, p. 67, tradução nossa). O conceito de Endobranding pretende responder a seguinte questão: pode um negócio construir uma identidade de marca eficaz se os seus funcionários não a compram? Para Burgess (2013), a resposta é não. A autora explica que, se uma marca não pode se comunicar internamente, então ela não pode se comunicar externamente. 64 Funcionários socialmente qualificados atuam como embaixadores da marca através de suas redes sociais. Para garantir que eles estão enviando uma mensagem unificada da marca, as empresas devem estabelecer um quadro forte de comunicação interna antes mesmo de estas mensagens chegarem ao público (BURGESS, 2013, p. 35, tradução nossa). Neste cenário, pouco importa se uma marca é B2B ou B2C. O Endobranding defende uma realidade que já está escancarada para as organizações: para o consumidor, o empregado é a marca. E este consumidor está cada vez mais procurando canais para aprender sobre marcas, se envolver com elas, e compartilhar suas experiências. Eles estão à procura de uma interação humana para caracterizar estas experiências; se não conseguir, eles estão propensos a ir para outro lugar (BURGESS, 2013). Este simples fato exerce uma forte responsabilidade social a qualquer emprego. 2.6 Percepção de imagem da marca pelos colaboradores O conceito da imagem de marca tem sofrido grandes evoluções desde que foi introduzido no estudo do comportamento dos consumidores. Ele começou a ser utilizado no marketing a partir de 1955, quando se constatou que os consumidores levavam em consideração, no momento da compra, não apenas atributos e funções físicas dos produtos, mas também os significados que estes representavam (Tavares, 1998). Desta forma, a comunicação de bens de consumo passou a exaltar qualidades intangíveis como felicidade, beleza e feminilidade, por exemplo. Neste sentido, o autor dimensiona a importância da criação de imagens ao afirmar que: A imagem de marca é considerada a mais poderosa forma de diferenciação de produtos, porque é virtualmente impossível um concorrente duplicá-la. Uma vez estabelecida não pode ser copiada, exceto para benefício do proprietário original (TAVARES, 1998, p. 67). Nesse contexto, Castro (2002) sugere que a imagem de marca é a sua personalidade. Ao desenvolver uma imagem própria, a marca humaniza-se, suscita a simpatia de um grupo de pessoas e torna-se, portanto, mais atraente para ele. Já na moderna teoria da comunicação, acredita-se que nenhuma marca pode desfrutar por muito tempo dos favores do público se não desenvolver uma imagem apelativa, consistente e duradoura. 65 Figura 9 - Processo de construção da imagem de marca MARCA Ações de Comunicação PÚBLICOS Identidade Associações Imagem Positividade e força Valor Empresa Preço Prêmio Valor Consumidor Fonte: RUÃO, Teresa, “As marcas e o valor da imagem”, 2006. Sendo assim, a construção da imagem de qualquer marca supõe um processo de decodificação por parte dos receptores, que interpretam o conjunto de sinais transmitidos pela marca. E como em todo o processo de decodificação, e a formação da imagem não é exceção, o receptor contribui decisivamente para o resultado final, isto é, há uma parte do resultado-imagem que não depende do estímulo objetivo, mas do processo conceitualizador do indivíduo. Disto resulta a distinção entre a imagem que a marca pretende projetar dela própria, em conformidade com a sua identidade – que denominamos de imagem pretendida ou projetada, e a imagem que os públicos formarão dela a partir dos contatos que com ela desenvolvem, e que confrontarão com os seus próprios valores, preconceitos e outros fatores psicológicos internos, designados de imagem percebida (RUÃO, 2006, p. 9). No processo da construção da imagem de marca, torna-se fundamental uma introdução conceitual nas instituições que desejam alcançar uma imagem de marca positiva. Para isso, as empresas devem se preocupar em desenvolver ações sobre questões que realmente importam, ou seja, que geram benefícios para os colaboradores, ao mesmo tempo em que contribuem para o desempenho do negócio e para a diferenciação da marca. Segundo Castro (2002) a construção da imagem de marca é uma tarefa árdua e complexa, pois exige uma compreensão aprofundada do modo como isso pode ser feito. A maioria das imagens de marca criadas por curiosos não chega a durar seis meses, sendo rapidamente substituídas por outras ideias igualmente relevantes. Ainda mais difícil do que criar uma imagem de marca apelativa parece ser preservá-la, pois muitos fatores conspiram para destruí-la (fatores internos e externos a empresa). 66 Kotler e Armstrong (2007, p 130), explicam que “a percepção é o processo por meio do qual uma pessoa seleciona, organiza e interpreta as informações recebidas para formar uma visão significativa do mundo”. O ponto chave é que esta percepção não depende apenas de estímulos físicos, mas também dos estímulos do meio e das condições de cada um. Estes estímulos influenciam na percepção dos públicos em relação à imagem de marca de uma empresa. Cada um reage de forma diferente perante a empresa. As pessoas podem formar percepções diferentes a partir dos mesmos estímulos graças a três processos perceptivos, como explica Kotler e Armstrong (2007, p. 130): Atenção seletiva: tendência das pessoas em rejeitar a maioria das informações às quais são expostas – significa que o trabalho de comunicação tem que ser persistente e atrativo para divulgação da imagem de marca; nem sempre os estímulos causam a reação esperada. Cada pessoa ajusta as informações recebidas a um conjunto de pensamentos já existentes. Distorção seletiva: tendência das pessoas a interpretar as informações recebidas de maneira que melhor se encaixam em seus preconceitos – significa que uma pessoa pode receber informações negativas e positivas de uma empresa, mas por estar inclinada ao do concorrente, ela provavelmente distorcerá essas informações e concluirá que a marca concorrente é a melhor. Neste caso, os profissionais de comunicação devem tentar entender o que os públicos pensam e a maneira como interpretam as ações de marketing e comunicação. Retenção seletiva: abrange todo o processo pelo qual as pessoas têm tendência em reter informações que reforcem as suas atitudes devido a esquecerem muito daquilo que aprendem, portanto, lembram de aspectos positivos da empresa preferida e esquecem dos aspectos positivos da concorrência. Este processo explica porque as empresas têm que ser persistentes nas suas ações de comunicação, para ter certeza que a sua mensagem não seja esquecida. A imagem de marca está inseparavelmente ligada ao público e as suas percepções. A percepção da marca é o produto de uma expressão gráfica (ela tem uma cara), de uma expressão filosófica (ela tem alguma coisa a dizer) e de uma experiência (ela tem alguma coisa a trocar). Cada um desses momentos remete à origem da marca e à confiabilidade de seus propósitos. Por isso a imagem, o discurso e a ação devem fazer sentido entre si, como membros de uma mesma família ética (VIEIRA, 2002, p. 119). 67 Segundo Gade (1998), em termos de propaganda, algumas características dos estímulos podem auxiliar o processo de percepção do consumidor. Afinal, “os estímulos também são geradores de motivação, fazendo com que os consumidores desejem as coisas” (GADE, 1998, p. 27). Tais características, que podem e devem ser amplamente exploradas nas ações de Endomarketing para se alcançar a percepção positiva dos colaboradores com relação a marca da empresa são: Frequência: “os estímulos são percebidos e registrados primeiro de acordo com a frequência com a qual são apresentados” (GADE, 1998, p. 33). Assim, quanto maior a frequência com que a marca aparece para os funcionários, maior a probabilidade de que ela chame a atenção. Por outro lado, também pode gerar hábito e passar despercebido (caso não esteja configurado como atenção seletiva). Os profissionais de Endomarketing devem ficar atentos a esta linha tênue para obter os resultados desejados em suas ações; Intensidade: elementos intensos como sons ou cores tendem a facilitar a sensação de percepção e, consequentemente, a valorização da marca pelos empregados; Movimento: um estímulo móvel chama mais atenção que um estímulo estático, e ainda é memorizado com mais facilidade; Contraste e novidade: o contraste causa uma ruptura no usual, provocando surpresa, diferenciação e consequente atenção. Assim, uma embalagem diferente das demais em determinada categoria de produto pode produzir um estímulo. Do mesmo modo, um cartaz em preto e branco chamará mais atenção em um mural repleto de cartazes coloridos. Ou mesmo um cartaz com um formato diferente, triangular, por exemplo. O caráter de “novo”, por si só, destaca uma forma de comunicação das demais, justamente por diferenciá-la. E é importante chamar a atenção dos empregados, quando for o caso, para “o novo canal” ou “novo espaço” de Endomarketing; Nível de conteúdo: o conteúdo da mensagem publicitária deve auxiliar o processo de percepção. Assim, “frases conhecidas, fisionomias familiares, palavras usuais serão mais bem recebidas do que um conteúdo pouco conhecido” (Gade, 1998, p. 34). Isso explica, por exemplo, o uso dos próprios empregados como personagens nas campanhas de Endomarketing; Tamanho e posição: em relação aos outros, os anúncios e embalagens maiores chamam mais atenção e tendem a ser percebidos como de maior valor. Neste caso, os empregados precisam perceber, através da comunicação interna e dos canais, o 68 posicionamento da empresa perante o mercado, suas influências no setor, prêmios, homenagens. Eles precisam perceber o quanto a empresa é grande e o quanto vale a pena trabalhar nela. Uso de cor: além de aumentar a percepção, as cores transmitem sensações condicionadas pela socialização. Ou seja, transmitem significados conotativos. De tal modo, por exemplo, a cor vermelha está relacionada à paixão, a fontes de calor e também ao perigo. Se a marca da empresa possui a cor vermelha, ela deve ser utilizada com cuidado na comunicação interna e nas ações de Endomarketing, misturada às demais cores contidas no manual de identidade de marca da companhia de forma a tornar o contato com os empregados atraente, e não assustadora. Uma marca forte é a garantia de sustentabilidade. Entretanto, a construção de uma imagem positiva de marca não se mantém sem um esforço adequado de diversas áreas da organização, e não apenas do Marketing ou dos Recursos Humanos. A gestão da marca, portanto, exige paciência e investimento, já que reflete a imagem da organização. A criação de uma imagem de marca forte e apelativa é o resultado mais importante que as ações de Endomarketing podem proporcionar para o sucesso da empresa e dos seus produtos na mente dos colaboradores, primeiros candidatos a promovê-los através da preferência e da lealdade. Vale lembrar que, assim como a imagem corporativa, a imagem de marca está ligada às percepções e impressões que cada público ou cada indivíduo tem de uma marca tendo como ponto de referência a concorrência. 2.7 Influências do Endomarketing no engajamento Nos dias atuais, podemos identificar megatendências que podem influenciar diretamente o comportamento dos colaboradores, como a revolução digital, praticamente anulando fronteiras geopolíticas e organizacionais; a rápida globalização dos mercados; as associações do capital financeiro à inovação gerencial; o advento de uma economia baseada no valor do conhecimento, da informação e da inovação; a gradativa incapacidade dos governos nacionais em controlar seus próprios destinos político-econômicos; o crescimento do “terceiro setor” que torna difícil a distinção entre os setores público e privado; as formas inéditas de organização intra e interempresarial; o acirramento da concorrência; e a crescente 69 preocupação ecológica. Assim, para obter vantagem competitiva, as organizações se veem compiladas a desenvolver estratégias de adaptação. Além de gerarem resultados socialmente valorizados como a diversidade de produtos, novas possibilidades de comercialização e acesso a eles, novas profissões e ocupações, estas mudanças também têm gerado novas dificuldades e desafios, principalmente inseguranças com relação ao emprego, ao mercado de trabalho, à renda, entre outros relacionados ao trabalho. Embora de forma tardia, como acentua Mattoso (1995 apud BORGES; LIMA; VILELA; MORAIS, 2014), este cenário vem se consolidando no Brasil a partir dos anos 90, tanto no setor privado como no público. Neste contexto, mudam os desafios que aqueles que gerenciam pessoas enfrentam entre os quais Garay (1997 apud BORGES; LIMA; VILELA; MORAIS, 2014) destaca: a polivalência; a multifuncionalidade do trabalhador e a necessidade de mão de obra com maior capacitação e disposta a participar, aprender e cooperar. O autor reforça que, com estas mudanças, são reduzidas ou desaparecem a estabilidade, planos de carreira, sistema de benefícios e assistência etc. Assim, os indivíduos passam a questionam a racionalidade de envolver-se e comprometer-se com as organizações. Esta busca da eficácia aumenta o apelo ao comprometimento e envolvimento efetivo com as tarefas e com empresa, a que chamamos de engajamento. Para esclarecer porque este trabalho se propõe a analisar a contribuição das ações de Endomarketing no engajamento dos colaboradores, mas não do comprometimento, faz-se necessário esclarecer ambos os conceitos. Há uma linha tênue entre eles. Enquanto o comprometimento é interpretado como a entrega das tarefas às quais o colaborador se comprometeu, ou “fazer certo a coisa”, o engajamento implica em “fazer a coisa certa”. No primeiro conceito entrega-se o corpo; no segundo espera-se que o colaborador entregue a alma, que execute o trabalho com brilho nos olhos e motivação crítica em busca da melhoria permanente. Porém, há também uma intersecção: o engajamento seria o compromisso funcional (comprometimento) acrescido de um envolvimento emocional, como descrito por Carmello (2013). Também para Sartain e Schumann (2006, p. 65), "o engajamento profissional é uma combinação de comprometimento funcional e emocional (tradução nossa)". As organizações enfrentam diversas barreiras para formar e manter profissionais engajados. Como bem caracteriza Carmello (2013, p. 50), algumas delas são: 70 [...] muita mudança e pouco planejamento; muita confusão e pouca experiência de sucesso; muitas discussões sobre mudança; muitas solicitações para que os talentos “acreditem” na mudança e pouca estrutura formal de mudança. Isso faz com que os profissionais entrem em um ciclo vicioso. [...] Em geral, empresas e gestores querem ter pilotos de Fórmula 1 dando a eles um carro 1.0 e uma equipe de dois profissionais para trocar todos os pneus em oito segundos. Há muita cobrança, pouco apoio e escassos recursos para alcançar o status que todos dizem querer alcançar, que é a “alta performance” (CARMELLO, 2013, p. 50). Assim, que tipo de resultados se pode esperar de profissionais desmotivados, que fazem de forma automatizada o check-in/check-out diário no trabalho, vivendo uma sequência interminável de segundas-feiras? Qual o grau de criatividade e inovação que se pode esperar de profissionais que já se demitiram emocionalmente, mas que permanecem em seus empregos atuais somente pela necessidade do holerite no começo do mês, em um autêntico quadro de piedade patrocinada? A pesquisa Tendências Globais de Engajamento dos Funcionários, realizada por HEWITT (2013) com clientes espalhados por diversos países dos continentes europeu, asiático e americano, pode esclarecer algumas destas dúvidas. Ela aponta para índices alarmantes de baixo engajamento ou mesmo falta de engajamento: em todo o mundo, quatro em cada 10 funcionários ainda não estão engajados. Enquanto 60% dos funcionários, a nível mundial, são considerados engajados, os outros 40% são considerados neutros ou apresentam comportamentos contrários ao engajamento — um tema recorrente desde 2011. Embora os níveis de engajamento estejam relativamente estáveis, indicadores de engajamento, tais como o desejo do funcionário de permanecer na empresa e crescer dentro dela, estão menos positivos. Outra importante descoberta da pesquisa foi a de que os níveis de engajamento estão crescendo sob o ponto de vista global, mas estão variando entre as regiões. O índice de engajamento por região varia. As persistentes melhorias no engajamento da Europa, nos últimos anos, foram as mais fortes entre todas as quatro regiões (aumento de cinco pontos percentuais, passando de 52% para 57%), seguida pela América Latina (aumento de três pontos percentuais, passando de 71% para 74%), ambas contribuindo para o movimento de elevação geral do engajamento global. A América do Norte recuou 1% (sendo que o índice de engajamento dos EUA caiu 3% entre 2011 e 2012) e a Ásia-Pacífico apresentou índices de engajamento inalterados. 71 Figura 10 – Gráfico das tendências globais de engajamento dos funcionários por região Fonte: Pesquisa Tendências Globais de Engajamento dos Funcionários, realizada pela consultoria britânica Aon em 2013. Vale lembrar que a falta de engajamento pode ser vista sob duas perspectivas: a do trabalho desinteressante e a da vida pessoal quase inexistente. Pois se o funcionário não gosta do que faz no trabalho, se sente desengajado. Por outro lado, se gosta do que faz, mas trabalha muito e quase não tem tempo para a vida pessoal (família, tempo para si mesmo etc.), também pode se sentir desengajado. Como consequências do desengajamento podem ser consideradas a baixa produtividade, baixa inovação, turnover4 e perda de talentos, entre outros fatores. É importante gostar do que se faz a ponto de que o tempo livre chegue a parecer um conceito equivocado. Um cenário no qual as pessoas possam dizer “graças a Deus é segunda-feira”. Ou seja, a busca de uma vida plena, onde trabalhar seja tão bom quanto ter tempo livre. Uma espécie de equilíbrio ideal entre ócio e trabalho. De um lado, o conceito do vazio interior do budismo tibetano, em que o ócio e a mente em meditação criam paz de espírito e conexão. Tempo livre com qualidade e em tédio. Por outro lado, o conceito de flow5, de acordo Csikszentmihályi (1999). Neste estado, quando gostamos do que fazemos e estamos verdadeiramente engajados e envolvidos com o trabalho, entramos em uma espécie de transe, o chamado estado de fluxo, no qual não sentimos o tempo passar, e nos conectamos com o que fazemos de forma quase sagrada. 4 Rotatividade de pessoal. Conceito introduzido na Psicologia Positiva por Csikzentmihályi e que pode ser traduzido por fluir ou fluxo. É um estado onde a pessoa encontra-se completamente absorvida com o que faz e não vê o tempo passar, fluindo em uma atividade agradável. 5 72 Estes conceitos pouco ou nada tem a ver com a simples conquista de um novo cliente ou a um aumento. Estes são prazeres passageiros. O que cria motivação (interna) e engajamento (externo) é o envolvimento. Gostar do que faz, por que entende porque faz e percebe o resultado para quem faz. Ou seja, o trabalho adquire significado. Nas palavras de Erickson (2011, p. 1), “meaning is the new money6”. Quando um profissional encontra significado para o que faz, ele passa a desenvolver melhor suas competências, pode até trabalhar mais por conta de sua dedicação espontânea, para aumentar sua produtividade dado o grau de comprometimento. Como regra, esse tipo de profissional gera produtos e experiências melhores para os clientes, que se tornam mais leais. Por conta disso, os resultados financeiros das empresas preocupadas com o engajamento de seus talentos são melhores, na perspectiva de longo prazo. De acordo com Teixeira (2010), o trabalhador feliz produz mais que o infeliz no longo prazo porque raramente falta no trabalho, tem menos chances de deixar a empresa, não se limita a cumprir o dever e atrai gente igualmente comprometida. Além disso, não é um velocista. Está mais para um maratonista, alguém comprometido com o longo prazo. É necessário desenvolver o autoconhecimento para entender o que motiva no trabalho. E buscar um tipo de trabalho que remunere de maneira justa, que permita o crescimento e desenvolvimento, e que ofereça a experiência do significado. Isso vale para os profissionais das novas gerações, a conhecida geração Y, que são movidos por causas. Mas a mesma busca de significado vale também para os profissionais não tão jovens, que somente constroem carreiras sustentáveis se trabalharem com motivação e se sentirem engajados. A era de comando e controle, da cenoura e do porrete, da ordem e obediência surda e muda está em declínio. Porque vivemos em uma nova era de pleno emprego, onde faltam talentos e sobram posições nas empresas. Ou porque a Internet e as redes sociais proporcionam acesso e troca de informações muito maiores sobre o trabalho, as empresas, suas mazelas e bastidores. Que história a empresa quer contar aos funcionários sobre sua estrutura, o caminho que têm seguido, onde eles se encaixam nisso e o rumo que devem seguir? Os funcionários querem saber. De acordo com a pesquisa da Aon, menos da metade (49%) dos funcionários acredita que a empresa é eficaz em termos de comunicação, mesmo às vezes apenas na comunicação básica. Posicionar o funcionário como o protagonista da história da organização (o que o faz trabalhar para uma empresa com grandes líderes, uma forte reputação, e um 6 Tradução livre: significado é a nova remuneração. 73 conjunto convincente de recompensas totais) ajudará a garantir que ele se envolva, ajude a moldar essa história e permaneça até o fim para ver como a história termina. 2.7.1 Empowerment O empowerment significa “dar poder”, ou seja, autonomia para o funcionário tomar suas próprias decisões. Para Lovelock e Wright (2003), o empowerment permite que o executante da tarefa encontre soluções para problemas de serviço e tome decisões adequadas sobre a personalização da entrega do serviço. Para dar certo, depende de capacitações - dar as ferramentas e recursos necessários para conseguir assumir essas responsabilidades. O empowerment ainda tende a gerar funcionários motivados, pois passam a ter maior confiança em seu desempenho sem precisar que executem as tarefas dentro de diretrizes restritas e, consequentemente, clientes mais satisfeitos, Spiller et al. (2006, p. 32) afirmam: O empowerment ganhou adeptos em virtude de vários fatores, como a busca de maior competitividade e a redução da burocracia e do trabalho inútil por meio da tecnologia, que liberou o funcionário das tarefas repetitivas e melhorou a distribuição das informações dentro da organização (SPILLER et al. 2006, p. 32). De acordo com os autores, pode-se dizer que o empowerment, quando aplicado, passa a dar aos funcionários uma visão de autorealização, reconhecimento e liberdade. E isso se reflete em melhorias em toda a empresa, chegando à satisfação tanto dos próprios clientes internos como dos clientes externos. Como resume Phillis (2008, p. 1, tradução nossa), empresas com processos de empowerment bem sucedidos são empresas que aprenderam a “forçar suas equipes a usar seus cérebros ao invés de ajuda-las em cada pequeno problema”. Pode-se considerar o empowerment uma boa estratégia dentro das organizações, mas somente quando a organização obtém um preparo para desenvolver essa cultura. Por ser uma cultura criada pela empresa, ela envolve a cúpula. Os níveis hierárquicos passam a não ser tão rígidos quanto a ordens e burocracias. Desta forma, um dos pontos positivos imediatos é não acumular funções aos cargos originais. Ainda Spiller et al. (2006, p. 32) apontam os benefícios (1) e riscos (2) do empowerment, para a organização e os funcionários: 74 1) Redução de custos; satisfação psicológica; agilidade de resposta ao cliente; compartilhamento do conhecimento; comunicação aberta; 2) Metas erradas ou obscuras; avaliações injustas ou mal formuladas; treinamento inadequado ou insuficiente; tensão interna; falta de autoridade; imposição de responsabilidades. É possível verificar que o empowerment promove mudanças na estrutura organizacional. Para Marras (2002), essas mudanças têm por objetivo ampliar o sistema decisório na estrutura da organização, do maior até o menor nível possível na pirâmide empresarial, dando as equipes de trabalho o poder e a autonomia de “como” realizar tarefas, reforçando-os com credibilidade e ainda encorajando sua criatividade. O autor complementa que “paradoxalmente, essa mudança requer que a empresa possua um estilo de liderança muito bem construído ao longo de toda a sua estrutura para suportar as consequências advindas desse modelo” (MARRAS, 2002, p. 34). A análise de desempenho dos funcionários é uma importante ferramenta na verificação dos fatores existentes na empresa e fora dela que possam influenciar a produtividade e a integração dos funcionários e na busca de soluções para corrigir falhas, para que, com ações corretivas, o comprometimento e interação organizacional sejam fortalecidos. 75 3 METODOLOGIA DE PESQUISA Neste capítulo é apresentada a metodologia escolhida para o desenvolvimento do estudo. 3.1 Delineamento da pesquisa A escolha do caminho metodológico para o desenvolvimento da pesquisa deve se dar levando-se em conta os caminhos que melhor favorecem a coerência entre o objeto de pesquisa e a forma de abordá-lo, de modo que se consiga realizar os objetivos almejados. O método utilizado para o desenvolvimento da pesquisa segue as recomendações de Malhotra (2010), visando os modelos de medição de pesquisa em marketing, assim como as técnicas de recolha de informação e o tipo de pesquisa. O conceito de pesquisa refere-se a uma atividade científica que provoca a busca e elaboração de novos conhecimentos. Segundo Minayo (1994), a pesquisa é considerada uma atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente, que procura a aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma íntima combinação entre teoria e dados. Em função disso, esta pesquisa constituiu-se como de natureza quantitativa e qualitativa. A abordagem quantitativa se justifica por buscar correlações. Soares (2005, p. 2) explica que “no desenvolvimento da pesquisa de natureza quantitativa devem-se formular hipóteses e classificar a relação entre as variáveis para garantir a precisão dos resultados, evitando contradições no processo de análise e interpretação”. A abordagem qualitativa oferece subsídios para a problematização do tema em questão e atende ao objetivo proposto que é o de investigar as soluções estratégicas de Endomarketing para a comunicação com os clientes internos do Senac-PE Unidade Recife, e também aos objetivos específicos, como mostra o quadro 4. O eixo quantitativo permite definir os indicadores indispensáveis para acompanhar a evolução dos processos e resultados ao longo do tempo. Permite verificar ‘o que’ e ‘o quanto’, referentes ao processo de Endomarketing. Já a pesquisa qualitativa para o estudo metodológico buscou identificar o caminho do pensamento exercido pelos colaboradores do 76 Senac-PE Unidade Recife. Este tipo de pesquisa apoia-se em características para responder às questões das ciências sociais. Giannetti (2002, p. 32), adverte que a realidade objetiva é apenas uma parte da realidade e que o compromisso somente com a objetividade pode condenar o investigador a uma postura cognitiva que faz do objeto do conhecimento uma superfície destituída de subjetividade, pois: A realidade objetiva não é toda a realidade – é apenas parte dela. Mas se você ficar só com ela, uma vez que ela apenas se presta a ser publicamente observada, testada e medida de fora, então você estará deixando de lado toda a realidade objetiva que é nosso mundo interno, a nossa experiência pessoal e avassaladora de sermos quem somos, isto é, de não sermos simples máquinas calculadoras ou pedaços de química tresloucada, mas de sentirmos o que sentimos e acreditarmos no que acreditamos (GIANNETTI, 2002, p. 32). Isso poderá ser observado em constantes análises e interpretações, conexões e relações nas falas dos sujeitos desta pesquisa. Quadro 4 - Objetivos específicos x procedimentos metodológicos Objetivo específico proposto Procedimentos metodológicos utilizados Entender o conceito e a aplicabilidade do Pesquisa bibliográfico-documental e Endomarketing aplicação de questionário Identificar as ações e canais de Endomarketing mais eficazes para Pesquisa bibliográfico-documental e agregar valor à imagem da marca Senac, aplicação de questionário na percepção de seus trabalhadores Verificar a influência do Branding, especialmente do Branding Interno, nos Pesquisa bibliográfico-documental e resultados de planejamento de ação de aplicação de questionário Endomarketing Descrever os efeitos do uso do Endomarketing no engajamento dos trabalhadores Pesquisa bibliográfico-documental e aplicação de questionário Fonte: Elaboração própria. No que diz respeito aos fins, esta pesquisa foi caracterizada como um estudo do tipo descritivo, por intencionar o aprofundamento de informações sobre os constructos e a relação que eles mantêm. O estudo descritivo adequou-se ao delineamento quantitativo e qualitativo escolhido. Oliveira (2005, p. 114) salienta que o estudo descritivo possibilita abranger 77 aspectos gerais e amplos de um contexto social. Este mesmo autor salienta que, por meio de um estudo descritivo, pode-se desenvolver uma análise para identificação de fenômenos, explicações das relações causais e feitas dos fenômenos ou, mais precisamente, a análise do papel das variáveis que, de certa forma, influenciam ou causam aparecimento dos fenômenos. A investigação foi desenvolvida por meio de uma pesquisa de levantamento com uma abordagem quantitativa e qualitativa. A pesquisa de levantamento teve como objetivo produzir estatísticas e coletar informações diretamente com as pessoas envolvidas no estudo. Para Fowler (2011, p. 11), “o objetivo do levantamento é produzir estatísticas, isto é, descrições quantitativas ou numéricas sobre alguns aspectos da população” e a principal forma de coletar essas informações é por meio de perguntas feitas diretamente às pessoas envolvidas na pesquisa, sendo suas respostas os dados a serem analisados. Para desenvolver a pesquisa de levantamento, foi necessário o uso de três componentes. Os componentes foram indicados por Fowler (2011), e são: amostragem, formulação de questões e coleta de dados. Levou-se em consideração as orientações do autor, que discorreu que na amostragem deve ser selecionado um subgrupo que represente a população estudada. Para formulação de questões, a clareza e o sentido das questões devem estar nítidos. Já a coleta de dados pode ser realizada de diversas formas, seja pela internet, por telefone ou outros meios. Para a medição de pesquisa recorreu-se às escalas não comparativas por itens, sendo a escala de Likert (MALHOTRA, 2010) a opção corrente neste estudo, com questões fechadas subordinadas a uma escala de concordância ordinal e também de frequência, além de questões abertas (anexo). Os questionários foram desenvolvidos a partir da discussão teórica, revisão documental e análise empírica da comunicação no Senac. 3.2 Desenho da Pesquisa O desenho de pesquisa consiste na demonstração das etapas necessárias para desenvolver a pesquisa, facilitando assim o acompanhamento da pesquisa com a apresentação de um fluxo (GIL, 2010). Sendo uma forma esquemática que auxilia o pesquisador a imprimir ordem lógica ao trabalho (LAKATOS, 1985), o desenho da pesquisa deste trabalho pode ser visualizado na ilustração a seguir: 78 Coleta de Dados Elaboração e Validação dos Instrumentos de Pesquisa Realização da Pesquisa (questionários) Codificação e interpretação das informações Análise dos Dados Revisão da Literatura Descritiva - Explicativa Objetivos e questões de pesquisa Definição do Problema Quadro 5 - Desenho operacional da pesquisa Apresentação dos resultados Conclusões Fonte: Elaboração própria 3.3 Unidade de análise A pesquisa se concentra no Senac-PE Unidade Recife, cuja sede situa-se na Avenida Visconde de Suassuna, n° 500, bairro de Santo Amaro, e prédios adjacentes, que também fazem parte da unidade. Para a escolha da unidade, concorreram várias razões. Uma, de natureza política, na medida do envolvimento da pesquisadora com a unidade. Outra, de natureza prática, face a possibilidade de acesso à unidade selecionada e a concentração de grande parte do corpo funcional do Senac Pernambuco na referida unidade. O ciclo de pesquisa teve como amostras assistentes, analistas, supervisores, coordenadores, gerentes e diretores, entre outros cargos específicos, buscando uma visão geral sobre as opiniões e desejos dos colaboradores da instituição no que se refere a ações de Endomarketing. 3.3.1 Sujeitos da Pesquisa A amostra pesquisada compreende os colaboradores do Senac PE – Unidade Recife, uma vez que são alvos constantes das ações de Endomarketing e comunicação interna por parte da instituição. Com um universo populacional de 439 colaboradores, calculou-se a amostra necessária para o estudo, considerando a intenção de obter-se 8% de margem de erro, com nível de confiança de 95% correspondente a 1,96. A partir deste cálculo, considerou-se 79 100 inqueridos uma amostra adequada para a pesquisa. Desse total, 59,6% são mulheres. Portanto, a maioria é do sexo feminino, sendo 14% a diferença entre os gêneros (figura 11). Figura 11 – Gráfico do quantitativo total de colaboradores do Senac por gênero Fonte: Senac-PE Unidade Recife, 2014. Figura 12 – Gráfico do quantitativo total de colaboradores do Senac por idade Fonte: Senac-PE Unidade Recife, 2014. De acordo com a figura 12, a maior concentração de colaboradores está na faixa entre 31 e 40 anos, com 36%, sendo que, na faixa etária dos 41 aos 50 anos, concentra-se uma grande parte dos funcionários, correspondendo a 30% da amostra. Em seguida, vem a faixa 80 etária dos 21 aos 30 anos, com 23%, enquanto que os que possuem até 20 anos e acima de 51 anos estão presentes em, respectivamente, 2% e 9% da amostra. Com relação à faixa etária, verifica-se que mais da metade dos colaboradores, 66%, encontram-se na faixa entre 31 e 50 anos, dado que indica a senioridade como uma característica forte da instituição, o que pode indicar um princípio de valorização da experiência. O Senac PE Unidade Recife não informou o tempo de trabalho dos colaboradores, dado que, em comparação com o quantitativo acima relacionado à idade, poderia indicar a capacidade de retenção de talentos. O dado tempo de trabalho dos entrevistados foi coletado na pesquisa deste estudo. Também não foi informado o nível de escolaridade dos colaboradores. Sendo assim, todos foram convidados a participar. Eles receberam o questionário online através do e-mail corporativo ou de forma impressa. Os impressos foram entregues em mãos pelos gerentes responsáveis por cada departamento àqueles com acesso limitado a computadores, como equipes de limpeza e manutenção e motoristas. 3.4 Técnicas de coleta de dados As técnicas escolhidas para a coleta de dados consistiram em questionários online e impressos. O ponto de partida para o diagnóstico foi um questionário preparado para ser respondido pelo maior número de colaboradores possível e dispostos a participar. O questionário online foi aplicado entre os colaboradores com acesso a computador e com e-mail corporativo. Trata-se de um público acostumado ao ambiente digital. Já o questionário impresso foi aplicado não apenas entre aqueles colaboradores que não possuem e-mail corporativo e computadores, mas também entre os funcionários terceirizados com contratos temporários de trabalho. De forma simples, questionário pode ser definido como: Técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamentos presente ou passado, etc. (GIL, 2010, p. 121). Gressler (2003, p. 153) explica que “o questionário é constituído por uma série de perguntas elaboradas com o objetivo de se levantar dados para uma pesquisa, cujas respostas são formuladas por escrito pelo informante, sem o auxílio do investigador”. 81 No questionário de perguntas fechadas, as respostas do indivíduo são limitadas a algumas alternativas. Ele é solicitado a escolher e assinalar uma das respostas do questionário, podendo esta ser, simplesmente, sim ou não, ou a fornecer a indicação de vários graus de acordo ou desacordo. Nos questionários de perguntas abertas, a questão aberta é destinada a permitir uma resposta franca do indivíduo, visto que não fornecem nem sugerem qualquer elemento para resposta (GRESSLER, 2003, p. 155). Os documentos utilizados foram todo e qualquer tipo disponibilizado pelo Senac-PE Unidade Recife como forma de acréscimo para a pesquisa ou informação para a coleta de dados: planilhas com quantitativo de funcionários por departamento, faixa etária, gênero, dados visuais (fotos) etc. O quadro metodológico abaixo visa relacionar os objetivos específicos da pesquisa com os instrumentos de coleta utilizados para coleta de dados. Quadro 6 - Quadro metodológico da coleta de dados Objetivo específico proposto Entender o conceito e a aplicabilidade do Endomarketing Identificar as ações e canais de Endomarketing mais eficazes para agregar valor à imagem da marca Senac, na percepção de seus trabalhadores Verificar a influência do Branding, especialmente do Branding Interno, nos resultados de planejamento de ação de Endomarketing Descrever o engajamento dos trabalhadores do Senac PE Unidade Recife no que tange a relação com a marca Senac Instrumento de coleta Questionário (questões 1 e 2) Questionário (questões 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10 e 13) Questionário (questões 14, 15, 22 e 24) Questionário (questões 9, 11, 12, 16, 17, 18, 19, 20, 21 e 23) Fonte: Elaboração própria. A análise dos dados coletados por meio da pesquisa realizada pretende compreender um pouco mais sobre a opinião que os colaboradores têm das soluções de Endomarketing a fim de direcionar as ações da instituição de modo a atingi-los e satisfazê-los. E, também, contribuir para a formação de planos de Endomarketing eficazes e que atinjam cada vez mais colaboradores, com foco na maior quantidade possível de colaboradores de uma empresa. 82 3.4.1 Pré-teste O pré-teste é um teste prévio para prova e validação do questionário. Segundo Malhotra (2010), o pré-teste é um teste do questionário com uma pequena amostra de entrevistados, com o intuito de identificar e eliminar problemas potenciais. Para Gil (2008), devem ser considerados no pré-teste os seguintes aspectos: forma das perguntas, clareza e precisão dos termos, ordem das perguntas, quantidade de perguntas e introdução. O pré-teste foi aplicado com sete profissionais escolhidos por sua experiência na área de marketing e comunicação, sendo, em sua maioria, professores de graduação e pósgraduação. O questionário foi enviado e respondido por e-mail cerca de um mês antes da coleta de dados. O objetivo foi verificar a aceitação e compreensão das questões. Durante o pré-teste, percebeu-se que o questionário inicial estava incompleto e precisando estruturar melhor algumas perguntas, além de modificar outras de modo a permitir o pleno entendimento das mesmas pelos entrevistados. Dessa forma, o questionário foi ajustado e utilizado. 3.5 Análise dos dados Para analisar os dados deste estudo, foram utilizadas como escala de mensuração as escalas intervalares de cinco pontos. Deste modo, optou-se por utilizar escalas de concordância variando de discorda a concorda totalmente e escalas de frequência variando de sempre à nunca, aplicada junto aos públicos. Os extremos das escalas utilizadas serão agrupados a fim de obter uma maior consistência nos resultados (Discordância = discorda plenamente + discorda parcialmente; Concordância = concorda plenamente + concorda parcialmente; Maior frequência = sempre + quase sempre; Menor frequência = nunca + quase nunca). O resultado desta operação será apresentado da seguinte forma: quanto maior for o grau de concordância e frequência, mais positiva ou satisfatória pode-se considerar a percepção do público em relação aos componentes da pesquisa. 83 3.6 Limites e limitações do estudo Houve algumas limitações durante a pesquisa: Entrevistar apenas colaboradores com atividades nas unidades do Senac localizadas na cidade do Recife, que resultou na coleta dos dados de 25,7% dos colaboradores; Desconhecimento de alguns temas pela população amostral; Outra limitação foi o pequeno número de pessoas que respondeu aos questionários impressos, 19 indivíduos, considerando que existem hoje no Senac PE – Unidade Recife mais de 100 profissionais que trabalham sem e-mail corporativo ou acesso a computador para exercer as atividades profissionais; O Departamento de Recursos Humanos do Senac PE não apresentou informações estruturadas e consistentes sobre os colaboradores em exercício, como formação acadêmica, estado civil, se possuem filhos etc.; Depois de apresentados os limites e limitações desta pesquisa, o próximo capítulo discorre sobre a análise e discussão dos achados. 84 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Partindo do objetivo de pesquisa estabelecido neste estudo, parte-se para os procedimentos analíticos requeridos ao trabalho neste capítulo. Primeiro, faz-se uma caracterização dos participantes para depois apresentar os dados e a consequente análise, levando em conta as variáveis estabelecidas e considerando os resultados estatísticos necessários. Usando a estrutura normalmente sugerida na literatura, os resultados foram obtidos através dos softwares Google Docs, STATA/SE 12.0 e Excel versões 2007 e 2010. Para analisar e interpretar os dados da pesquisa foi utilizado análise descritiva, baseada em valores percentuais. Os resultados estão apresentados em forma de tabelas e/ou figuras com suas respectivas frequências absoluta e relativa. As variáveis foram agrupadas com o objetivo de avaliar o desempenho de cada uma delas sobre a avaliação global das soluções de Endomarketing e comunicação interna. Assim, foi formulada a seguinte hipótese: o Endomarketing tem influência na comunicação com os colaboradores, no momento em que os aproxima da empresa através de informações e ações de relacionamento como promoções, eventos e canais especiais de comunicação interna. Dessa forma, resulta na maior satisfação, motivação e retenção dos colaboradores (componentes não-financeiros), que passam a acreditar na marca e a se comprometer com os objetivos e estratégias globais da empresa, como receita e lucro (componentes financeiros), independente da área em que atuam. 4.1 Perfil dos entrevistados Da população, uma amostra de 25,7% foi entrevistada, o que corresponde a um total de 113 entrevistados. Para Stevenson (1981), a população consiste no todo pesquisado. Foram 94 questionários online e 19 questionários impressos. Este percentual de participantes aderiu à pesquisa e seus sujeitos são, em sua maioria, homens pós-graduados, entre 31 e 40 anos e com até três anos de atividades no Senac PE Unidade Recife. Essas informações apresentadas foram condensadas na tabela 1 a seguir. 85 Tabela 1 – Dados sociodemográficos dos pesquisados n Variáveis Gênero Masculino Feminino Idade Até 20 anos De 21 a 30 anos De 31 a 40 anos De 41 a 50 anos Mais de 51 anos Grau de Instrução Ensino fundamental completo Ensino médio completo Ensino superior completo Especialização Tempo que trabalha no Senac Menos de um ano De 1 a 3 anos De 3 a 5 anos De 5 a 10 anos % 66 47 58,4 41,6 2 27 41 33 10 1,8 23,9 36,3 29,2 8,8 4 31 36 42 3,5 27,4 31,9 37,2 17 44 21 31 15,0 39,0 18,6 27,4 Fonte: Elaboração própria Todos os entrevistados estão inseridos no contexto da idade economicamente ativa, representando a mão de obra ocupada da empresa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a idade economicamente ativa passou de 10 anos ou mais para 15 anos ou mais. Significa que o perfil analisado é composto por profissionais jovens, homens, que têm facilidade de usar novas tecnologias e de aderir a mudanças, como implementação de ações de comunicação e de Endomarketing de maneira sistemática. A empresa onde foi realizado o estudo de caso tem quase 70 anos de atuação no mercado de formação profissional. Na tabela 1, podemos observar que 39% dos colaboradores estão entre um ano e três anos atuando na empresa, enquanto 27,4% têm de cinco a 10 anos de atuação. A maioria dos colaboradores possui pouco tempo de atuação na empresa, levando em consideração as outras distribuições percentuais. Eles estão representados pelo percentual de 54% com tempo de empresa de até três anos. Menos de 1% dos entrevistados possuem mais de 10 anos de tempo de atividades no Senac, de modo que este dado foi descartado da análise. Os colaboradores possuem, em sua maioria, especialização em nível de pósgraduação, representando 37,2% dos entrevistados. Quase 70% dos entrevistados possuem nível superior completo. Há ainda 3,5% dos participantes que possuem ensino fundamental completo. A amostra apresentada indica um nível elevado de escolaridade dos participantes, o que é 86 comprovado pela quantidade de funcionários entre 31 e 50 anos, geralmente um período da vida no qual o profissional busca maior qualificação profissional após a graduação. O Senac PE Unidade Recife não apresentou dados que comprovem formação de mestres e doutores em seu quadro de funcionários. Por isso, esta opção não foi incluída na pesquisa. Caso a Faculdade Senac fizesse parte da amostra pesquisada, este dado seria considerável. 4.2 Conceito e aplicabilidade do Endomarketing Foi questionado aos entrevistados quais os canais de Endomarketing e comunicação interna que eles mais conheciam. Eles tiveram a oportunidade de marcar os canais relacionados, independentemente de o Senac fazer uso deles ou não. A pergunta se referia a canais de Endomarketing e de comunicação interna de forma geral. Estavam disponíveis para resposta os canais documentos impressos (circulares, memorandos etc.), comunicados por email, eventos, intranet, jornais eletrônicos, quadros de aviso, redes sociais, reuniões, revistas, site e outros. Figura 13 – Gráfico dos canais de Endomarketing conhecidos pelos colaboradores do Senac Fonte: Elaboração própria Em seguida, os pesquisados responderam a questão “dos canais de marketing interno e comunicação interna do Senac, quais você considera mais eficientes na transmissão de informações”. A importância desta questão está na análise dos principais canais de 87 Endomarketing e comunicação interna utilizadas pelo Senac-PE Unidade Recife, apresentados a partir do subcapítulo 4.2.1 até 4.2.8, mais a frente. A partir daí, foi possível realizar a comparação entre as estratégias utilizadas pela instituição e a opinião dos funcionários. Com estas duas primeiras questões, foi possível verificar o grau de entendimento dos pesquisados sobre os conceitos e canais de Endomarketing e de comunicação interna e também, na opinião deles, qual a sua aplicabilidade pelo Senac para fins de transmissão de informações com foco no público interno. Figura 14 – Gráfico dos canais de Endomarketing do Senac considerados mais eficientes pelos colaboradores Fonte: Elaboração própria Percebe-se, nas figuras 13 e 14, que um dos canais apresenta-se acima da média: comunicados por e-mail. Na figura 13, a Intranet aparece em segundo lugar como ferramenta mais conhecida de Endomarketing e comunicação interna na opinião de metade dos entrevistados, seguida por documentos impressos, com 39,4% das respostas. Eles costumam circular entre os departamentos em diversos formatos, principalmente como memorandos numerados e assinados, para controle interno. Na prática, a utilização do correio eletrônico reduz significativamente o número de memorandos, cartas e telefonemas que os funcionários usam para se comunicar entre si ou com fornecedores, clientes e outros grupos externos de interesse (ROBBINS, 2005, p. 239). Porém, na opinião dos funcionários do Senac que 88 participaram da pesquisa, os impressos seguem firmes em terceiro lugar como canal de Endomarketing e comunicação interna. Os quadros de aviso e sites aparecem em quarto lugar, empatados com 37,2% da escolha dos pesquisados. Na figura 14 observam-se os canais de Endomarketing e comunicação interna considerados mais eficientes na opinião dos pesquisados. O e-mail é considerado o mais eficientes, com 77,9% das respostas. É clara a preferência dos pesquisados pela comunicação realizada por e-mail. Quando questionados sobre os canais de Endomarketing e comunicação do Senac considerados mais eficientes em detrimentos aos mais conhecidos, a perspectiva não muda, o que leva a crer que pode ter existido confusão por parte dos entrevistados no momento de responder estas duas primeiras questões do questionário. Porém, não deixa de ser relevante notar a importância da comunicação via e-mail pelos pesquisados, uma ferramenta muito bem aproveitada e explorada pelo Senac para realizar comunicação com seus colaboradores. 4.2.1 Comunicados por e-mail do Senac O comunicado por e-mail é considerado por 84,1% dos entrevistados o canal de Endomarketing e comunicação interna mais conhecido do Senac, conforme apresentado na figura 14. O correio eletrônico, ou e-mail, é uma ferramenta que tem como uma das principais características a ausência de conteúdo emocional, o que acaba se apresentando uma desvantagem. Como resumiu Robbins (2005), as pistas não-verbais de uma conversa pessoal ou da entonação de voz ao telefone transmitem informações importantes que não aparecem no e-mail, apesar da tentativa de expressar emoções através de ícones. Ele se refere aos emoticons. Para o autor, devido a esta característica, o e-mail não é a ferramenta ideal para transmitir notícias como demissões, fechamento de unidades ou mensagens que exigem empatia ou apoio social. No Senac, este canal é utilizado para veicular diversos tipos de comunicados, desde mudanças de horários de expediente (figura 17) e feriados prolongados até informações de resultados obtidos, metas alcançadas, infraestrutura (figura 15), transferências de funcionários (figura 16), campanhas de marketing e socioambientais (figura 18), falecimentos etc. O ‘Correio Senac’ é um canal que, apesar do nome que remete a um meio de comunicação 89 analógico, é digital, online e possui layout específico para o envio de mensagens curtas, diretas e importantes. Porém, como todo canal digital, o e-mail não atinge a totalidade de colaboradores, pois uma parte não tem computador e acesso a internet no ambiente de trabalho. São, em sua maioria, funcionários antigos dos setores administrativos e funcionários das áreas de manutenção e limpeza e, ainda, motoristas. Figura 15 – Correio Senac para informar sobre manutenção de serviços de rede Fonte: Senac PE Unidade Recife Figura 16 – Correio Senac para divulgar transferência de funcionários Fonte: Senac PE Unidade Recife 90 Figura 17 – Correio Senac para divulgar mudança no horário do expediente Fonte: Senac PE Unidade Recife Figura 18 – Teaser para divulgar campanha nacional de sustentabilidade do Senac Fonte: Senac PE Unidade Recife Um importante canal promovido pelo Senac PE Unidade Recife via e-mail é o BIS – Boletim Interno Senac. Consiste em uma revista eletrônica que é encaminhada para os colaboradores sempre no último dia útil de cada mês com um compilado de todas as atividades, ações, conquistas e eventos realizados em todas as unidades da instituição no Estado. O canal possui layout exclusivo e é puramente digital – não há uma versão impressa. O BIS é um canal bem popular dentro da instituição. 91 Figura 19 – E-mail marketing sobre o Boletim Interno Senac - BIS Fonte: Senac PE Unidade Recife Figura 20 – Página inicial do Boletim Interno Senac - BIS Fonte: Senac PE Unidade Recife Muitos colaboradores registram suas ações com o objetivo exclusivo de divulgá-las na próxima edição do BIS, como mostram as figuras 19 e 20. Semanalmente, a Gercom entra em contato com cada unidade para buscar as atividades mais interessantes, aquelas que podem virar notícia, desde a abertura de novas turmas até conquistas dos colaboradores e alunos. Elas são reunidas para, ao final de cada mês, fazer parte do BIS. Na pesquisa, 20,4% dos 92 entrevistados reconhecem a eficiência do BIS como canal de Endomarketing e comunicação interna. Em sua estrutura, o BIS possui de três a cinco matérias principais, publicadas na seção “Notícias” do boletim. Elas tratam dos assuntos mais relevantes de todos os apurados no mês. A seção “Gente Senac” possui uma matéria principal, com foco em funcionários ou alunos que de destacaram de alguma forma, e várias notas menores referentes a cerimônias de conclusão de cursos, seminários, palestras, exposições realizadas pelos alunos, ações sociais, visitas técnicas, entre outros. 4.2.2 Site do Senac Do total de entrevistados, 40,7% deles acredita que o site do Senac (www.pe.senac.br) é uma ferramenta eficiente de Endomarketing e Comunicação. O site funciona como um portal de informações sobre a instituição. Ao acessar a página (figura 21), o usuário se depara com as últimas notícias, atualizadas diariamente. À esquerda, um menu direciona para diversas outras páginas com produtos e serviços, como cursos abertos, cursos in company, unidades e cursos, informações sobre a lanchonete e restaurante-escola e o salão empresa, biblioteca, trabalhe conosco e links para o site da Faculdade Senac e para o Senac EAD, entre outros. Outro recurso importante explorado pelo site são os banners. São oito no total, sendo três deles randômicos, que mostram três banners cada. Desta forma, totalizam-se 16 oportunidades de divulgação através de banners no site. 93 Figura 21 – Página inicial do site do Senac Pernambuco Fonte: Site do Senac Pernambuco. Disponível em: <www.pe.senac.br>. Acesso em 8 abr. 2015. 4.2.3 Intranet do Senac Em terceiro lugar, na opinião dos entrevistados, aparece a Intranet do Senac, com 23,9% das respostas. Apesar de ser considerada um tipo de rede que está se tornando o meio preferido de comunicação dentro das organizações (ROBBINS, 2005, p. 241), a Intranet encontra-se em terceiro lugar quando se fala em eficiência do canal em Endomarketing e comunicação interna. Este percentual poderia ser maior se a Intranet do Senac-PE Unidade Recife fosse um ambiente de reunião dos colaboradores para troca de ideias sobre qualquer assunto, com interface amigável, dinâmica, intuitiva e interativa. O Senac-PE Unidade Recife utiliza uma intranet (figura 22) mais como um canal de serviços administrativos aos colaboradores do que de comunicação. De acordo com as definições de aplicabilidade de intranets citadas por Rowley (2002, p. 399), pode-se entender a intranet do Senac como unidirecional. Ela é aplicada em serviços como: Help Desk - abertura de chamados para serviços de informática; Pesquisa de ramais; Relação de documentos e formulários cadastrados; Manuais de procedimentos; BIS – links para as edições do informativo enviado por e-mail mensalmente; 94 MIRA - sistema responsável pela gestão dos cursos abertos pela instituição; Perfil do usuário – contempla informações sobre salários, férias, benefícios, alteração de senha etc.; Sistema de diárias – ambiente no qual o colaborador pode solicitar passagens e hospedagens em viagens a trabalho; Avaliação de desempenho – neste local, o funcionário pode realizar sua autoavaliação e deixar comentários quando acionados pela área de Recursos Humanos. No momento, encontra-se desativada; CIPA (Comissão interna de prevenção de acidentes) – desativado, o link funciona no período de votação para representantes da CIPA entre os colaboradores; Eventos – local para solicitação de agendamento do auditório e do salão P3, que tem capacidade para 100 pessoas, ambos equipados com projetores, microfones, computadores e sonorização, para eventos como palestras, formaturas e reuniões; Acesso aos setores – cada departamento tem um link onde disponibiliza espaço para solicitações mais comuns em cada um para todos os colaboradores. Alguns apresentam acesso a apresentações e documentos bem antigos – são ambientes visivelmente desatualizados; Outros – oferece serviços como busca de CEP, controle das catracas (acesso do funcionário através do crachá funcional), gerenciamento das mensagens recebidas pelo e-mail [email protected], entre outros. Com uma intranet que não permite a colaboração, percebe-se que o Senac-PE Unidade Recife deixa de registrar seu ativo intelectual, hoje tão importante quanto os ativos físicos e financeiros. Robbins (2005, p. 243) defende que as experiências e o conhecimento coletivos dos funcionários registrados de forma eficiente nesta plataforma virtual têm maior probabilidade de tornar a empresa mais inteligente e competitiva que a concorrência. Há uma riqueza de conhecimentos que ficará perdida se não houver uma tentativa de capturá-la. Outro ponto importante e que uma intranet bem planejada reduz a redundância e torna a organização mais eficiente. 95 Figura 22 – Página inicial da intranet do Senac Pernambuco Fonte: Intranet do Senac Pernambuco. Disponível em: <www.pe.senac.br/intranet/net>. Acesso em 8 abr. 2015. 4.2.4 Quadros de aviso do Senac Do total de entrevistados, 23% acreditam que os quadros de aviso são um canal eficiente de Endomarketing e comunicação interna. O Senac-PE Unidade Recife possui quatro quadros de aviso localizados nos dois principais prédios da instituição, o José de Anchieta e o João Rodrigues Maia. Como se trata de uma instituição de ensino e os quadros de aviso estão instalados em áreas de grande circulação tanto de funcionários quanto de alunos, cerca de 90% dos comunicados são voltados para a divulgação de cursos, de novas turmas, ações e eventos com foco nos estudantes. Ou seja, não funcionam exatamente como jornais murais. Dos quatro quadros existentes, apenas um deles não possui proteção (figura 23). Para ele, a regra para a inserção de comunicados nos quadros de avisos é de que devem possuir o carimbo da Gercom. A regra é desrespeitada com frequência. Nestes casos, comunicados sem prévia autorização são retirados. 96 Figura 23 – Quadro de avisos instalado Edf. José de Anchieta Fonte: Senac PE Unidade Recife Os demais quadros de aviso (figuras 24, 25 e 26) são gerenciados pela Central de Atendimento Senac – CAS. São protegidos, o que facilita o controle de informações. Neles, 100% das informações são voltadas para cursos. Eles são utilizados como apoio ao serviço de atendimento prestado pela CAS. A instituição acredita que os quadros podem servir como filtro no atendimento, quando os usuários desejam saber quando iniciam as aulas de uma determinada turma ou o preço de um curso, por exemplo. Para eles, é uma forma de diminuir a espera por atendimento, liberando os atendentes para resolver às questões mais complexas. 97 Figura 24 – Quadro de avisos instalado na entrada da Central de Atendimento Senac (CAS) Fonte: Senac PE Unidade Recife Figura 25 – Quadro de avisos instalado dentro da Central de Atendimento Senac (CAS) Fonte: Senac PE Unidade Recife 98 Figura 26 – Quadro de avisos instalado próximo a Lanchonete Escola Fonte: Senac PE Unidade Recife Quando o Senac precisa divulgar uma informação importante para seus funcionários, frequentemente utiliza comunicados ao lado do ponto eletrônico. A instituição entende que todos os funcionários vão visualizar aquele espaço em algum momento do dia, no início ou no fim do expediente. Localizados em pontos de pouca circulação de alunos e visitantes, os pontos eletrônicos espalhados pelo campus constituem-se em um espaço eficaz de comunicação com os funcionários. 4.2.5 Revista do Senac A Revista do Senac é uma publicação interna e bimestral, com tiragem de 16 mil exemplares, que divulga as principais ações da instituição pelo Brasil. É distribuída a todos os empregados do Senac-PE e enviada para associações, sindicatos, federações, organizações não governamentais e outras entidades. Santos (1995, p. 89) identifica publicações como essa como mistas, já que podem ser distribuídas para o público externo. Elaborada pela Direção Nacional do Senac, sediada no Rio de Janeiro, a publicação (figuras 27, 28 e 29) reúne ações relacionadas ao negócio fim da instituição – educação – e 99 também a boas práticas, sustentabilidade, inovação, ações sociais, gente, entre outras. As colunas fixas da revista são: Educa Brasil – é a matéria de abertura da revista, que tem entre cinco e seis páginas, que trata especialmente sobre educação abordando as modalidades de cursos – técnicos, de aperfeiçoamento, de capacitação, graduação, pós-graduação e EAD – e programas que oferecem cursos gratuitos como da Aprendizagem, os realizados em parceria com prefeituras (Programa Senac de Gratuidade) e com o Governo Federal (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec); Em Foco – entrevista com alguma personalidade geralmente relacionada com a matéria principal, da coluna Educa Brasil; Integração – apresenta intercâmbios importantes entre o Senac e outras instituições, que podem acontecer em forma de palestras, visitas às instalações do Senac, além de publicações relevantes e especiais do Senac para o mercado de educação; Radar – relaciona os prêmios recebidos por colaboradores e participações do Senac em congressos, inaugurações e eventos relevantes promovidos pelas regionais – no caso, o Senac Pernambuco; Por todo o Brasil - contempla as notícias mais relevantes e importantes nos últimos dois meses nas regionais; Álbum de Formatura – conjunto de fotos legendadas das solenidades de formatura mais importantes que as regionais realizaram; Aula Aberta – artigo assinado por um dos docentes da instituição; Senac Social - apresenta textos curtos com, no máximo, três parágrafos, que falam das ações sociais realizadas pelas regionais; Gente Senac – textos com foco nos colaboradores, mas que também incluem conquistas de alunos e ex-alunos; Na Estante – sugestões de livros publicados pela Editora Senac. O Senac tem a preocupação de posicionar suas unidades em cada Estado como os responsáveis pela escolha das pautas. Mas, nos bastidores, existe uma disputa entre os textos que estão apurados e escritos com melhor qualidade, as melhores fotos etc. Assim, nem sempre as notícias mais interessantes são publicadas. A revista é entregue pelos Correios ao Setor de Comunicação de cada regional do Senac – no caso de Pernambuco, é entregue a Gercom – que se responsabiliza pela entrega em todas as áreas e envio por malote para as unidades mais distantes, como as unidades localizadas em Serra Talhada e em Petrolina. Já 100 nas unidades, a entrega dos exemplares é realizada sob a responsabilidade dos coordenadores e gerentes, em mãos, a cada colaborador. Não há supervisão ou controle sobre esta atividade. Com relação à periodicidade, o fato de ser bimestral pode comprometer a atualidade dos fatos (REGO, 1984, p. 62). Apesar de ser uma publicação com qualidade gráfica, com assuntos de interesse particular da organização e, consequentemente, dos funcionários, apenas 8% dos colaboradores entrevistados acreditam na eficiência deste canal (figura 14, p. 87). Figura 27 – Edições mais recentes da Revista do Senac Fonte: Senac PE – Unidade Recife Figura 28 – Sumário da Revista do Senac Fonte: REVISTA DO SENAC. São Paulo: Senac, n. 727, jan/fev. 2015 101 Figura 29 – Seção “Por todo o Brasil” da Revista do Senac Fonte: REVISTA DO SENAC. São Paulo: Senac, n. 727, jan/fev. 2015 Um problema encontrado neste canal é a periodicidade: algumas edições acabam abrangendo quatro meses, demorando mais para chegar às mãos dos leitores. Essa falha na periodicidade pode prejudicar a lealdade ao canal (SANTOS, 1995, p. 90). Para o colaborador, pode ou não ser entregue naquele mês, dificultando a fidelidade ao canal. 4.2.6 Eventos do Senac O Senac costuma realizar eventos dentro das dependências da instituição, geralmente com foco nos alunos e formadores de opinião. Uma pequena parte destes eventos é voltada exclusivamente para os funcionários. A Unidade de Idiomas da instituição comemora todos os anos o Valentine’s Day – o Dia dos Namorados nos Estados Unidos, no dia 14 de fevereiro – com um evento que dura o dia inteiro e a presença de todos os seus alunos no auditório da instituição para apresentações de trabalhos que envolvem música, dança e teatro, tudo no idioma inglês. Outra unidade que costuma promover sua atuação através de eventos é a Unidade de Tecnologia no Varejo. Em maio de 2014, ela realizou o primeiro Fórum de Varejo do Recife, com palestras sobre inovação e varejo digital. O evento era fechado para convidados que movimentam o varejo local. 102 Alguns poucos eventos têm os empregados como público-alvo. Um deles foi realizado em junho de 2014, uma palestra exclusiva sobre Clima Escolar ministrada pelo pesquisador norte-americano especializado na área de Educação Brian Perkins. Outro momento significativo é o Dia do Meio Ambiente, que é celebrado todos os anos em diversas unidades do Senac espalhadas pelo estado, principalmente naquelas que oferecem cursos relacionados ao tema. Os eventos que ocorrem simultaneamente são planejados de maneira independente por cada unidade. A cada ano, o Senac realiza, dois grandes eventos por mês na Unidade Recife, em média. Do total, cerca de cinco destas ações têm os colaboradores como público exclusivo, incluindo a festa de confraternização de final de ano e o bloco de Carnaval da instituição. Apesar dos esforços, apenas 7,1% dos entrevistados consideram os eventos do Senac como uma ferramenta eficiente de Endomarketing e comunicação interna (figura 14, p. 87). 4.2.7 Fan page do Senac O Facebook é uma rede social que disponibiliza aos membros perfis personalizados com informações pessoais como formação acadêmica, local de trabalho e principais interesses (ZYWICA; DANOWSKI, 2008, p. 2, tradução nossa). Com a criação de um perfil, o usuário reúne seus “amigos”, posta mensagens, pode visualizar outros perfis e participa de grupos virtuais, cujos interesses são semelhantes (ELLISON; STEINFIELD; LAMPE, 2007). Para Flores Vivar (2009, p. 75) trata-se de uma rede com enfoque generalista, cujo “principal objetivo é colocar as pessoas em contato e torná-las visíveis (tradução nossa)”. Estas características do Facebook (disponibilidade de informações sobre consumidores potenciais, possibilidade de reunir pessoas com interesses em certas marcas e produtos, mídia espontânea gerada pelos usuários e oportunidade de interação a baixo custo) motivam cada vez mais organizações privadas a criarem seu perfil corporativo, ou fan page, no software social. Em abril de 2015, a fan page do Senac Pernambuco (figura 30) contabilizava 75.343 curtidas e 43.879 visitas (figura 30). O canal é atualizado diariamente com informações sobre datas importantes e encaminhamento das notícias postadas no site do Senac, além do 103 compartilhamento das notícias de outras importantes instituições como o perfil do Senac BR, Ministério da Educação e da Saúde, entre outros. Figura 30 – Perfil do Senac Pernambuco no Facebook Fonte: Facebook. Disponível em: < https://www.facebook.com/senacpe?ref=hl>. Acesso em 15 abr. 2015. Por se tratar de um canal voltado para o público externo, principalmente alunos e potenciais alunos, a fan page do Senac foi considerada um importante canal de Endomarketing e comunicação interna por apenas 6,2% dos entrevistados. 4.2.8 Perfil do Senac no Twitter O Twitter é uma rede social e microblogging, lançado em 2006, muito popular no mundo todo. O site é gratuito e acessível via computador ou celular. Recuero e Zago (2010) defendem que o Twitter é considerado uma rede social, visto que permite às pessoas e empresas criarem um perfil público e interagir por meio dele. As 104 autoras listam duas principais características da plataforma: conversação (relacionamento) e compartilhamento de informações, também definidos por Mischaud (2007). Figura 31 – Perfil do Senac Pernambuco no Twitter Fonte: Twitter. Disponível em: < https://twitter.com/senacpe>. Acesso em 15 abr. 2015. O perfil do Senac no Twitter (figura 31) tem gerenciamento parecido com o da fan page. Lá também é realizada atualização diária das informações sobre datas importantes e encaminhamento das notícias postadas no site do Senac, além de retweets (compartilhamento dos tweets, que são as mensagens postadas no Twitter) das notícias de outras importantes instituições como o perfil do Senac BR, Ministério da Educação e da Saúde, de notícias como o perfil dos jornais Estadão, O Globo e Jornal do Commercio, entre outros. Em abril de 2015, o perfil possuía 6.329 seguidores e um total de 12,6 mil tweets, em média oito por dia útil. Com uma dinâmica também voltada para o público externo, o Twitter perde em preferência como canal de Endomarketing e comunicação interna entre os entrevistados: apenas 1,8% marcaram este canal na pesquisa. 105 4.3 Percepção dos colaboradores sobre as ações mais eficazes para agregar valor à imagem da marca Senac A tabela 2 mostra as variáveis encontradas nesta parte do estudo, mediante o questionário apresentado. Foram feitas oito perguntas aos entrevistados sobre as ações e canais de Endomarketing mais eficazes para agregar valor à imagem da marca Senac. É relevante notar que 77% dos entrevistados concordam que a instituição possui uma comunicação ágil, eficaz e clara, que vem contribuindo para o aumento do nível de informação que os colaboradores possuem sobre o Senac, tanto institucionais quanto sobre sua missão, visão, valores e princípios, conforme mostrado pelas variáveis 3, 4 , 5 e 6 da tabela 2. Nota-se a satisfação com os canais de comunicação existentes. É provável que esta satisfação esteja relacionada aos comunicados por e-mail, como apresentado na figura 14. A variável 7 avalia a opinião dos colaboradores sobre a divulgação específica de informações originárias da área de Recursos Humanos. Neste quesito, a percepção continua positiva, porém para uma quantidade menor de pesquisados: 68,1%. Os Recursos Humanos são uma fonte importante de informações para a comunicação com os funcionários, geralmente estabelecida pela organização para transmitir mensagens que se referem às atividades relacionadas ao dia a dia corporativo dos funcionários. Assim, a leve queda deste percentual pode ser percebida como uma oportunidade da área fortalecer sua atuação principal como fonte de comunicação entre os funcionários e a empresa, incentivando uma cultura em que a comunicação flua de forma clara entre os mais diversos níveis hierárquicos. A maioria dos colaboradores (65,5%) percebe, através dos canais de comunicação interna do Senac, que a instituição se preocupa com eles, sua segurança (física e emocional) e bem-estar. Este dado está claro na análise da variável 8. Porém, é relevante notar que o índice de discordância para esta questão é de 30,1%, o maior apresentado pela tabela 2, um percentual que destoa discretamente dos demais apresentados. As empresas precisam entender que as equipes não têm melhor desempenho quando acionadas pelo medo e pela ansiedade (PIMENTA, 2006, p. 120). Para a autora, os funcionários trabalham melhor quando compreendem perfeitamente a estratégia de negócios e se sentem parte importante do processo. Talvez, nesta avaliação, os colaboradores tenham levado em conta não apenas os canais de comunicação interna, mas também outras questões relacionadas à “segurança e bem estar”, avaliando também a atuação de outras áreas, como as áreas de Manutenção, Arquitetura e Segurança do Trabalho, por exemplo. 106 Tabela 2 - Percepção dos colaboradores sobre as ações mais eficazes para agregar valor à imagem da marca Senac Variáveis N % 3. Comunicação ágil e eficaz do Senac com os colaboradores. Concordo 89 78,8 Discordo 23 20,4 N.S. / N.R. 1 0,9 4. Os canais de comunicação interna têm aumentado o nível de informação sobre o Senac aos colaboradores. Concordo 89 78,8 Discordo 19 16,8 N.S. / N.R. 5 4,4 5. O Senac expõe claramente sua missão, visão, valores e princípios. Concordo 87 77,0 Discordo 21 18,6 N.S. / N.R. 5 4,4 6. O Senac oferece as informações institucionais de forma clara para todos os colaboradores. Sempre 89 78,8 Nunca 19 16,8 N.S. / N.R. 5 4,4 7. O Senac divulga informações corporativas de RH por meio de canais de comunicação interna. Sempre 77 68,1 Nunca 27 23,9 N.S. / N.R. 9 8,0 8. Os canais de comunicação interna mostram que o Senac se preocupa com a segurança e bem-estar dos colaboradores. Concordo 74 65,5 Discordo 34 30,1 N.S. / N.R. 5 4,4 10. Você recebe frequentemente um informativo do Senac. Sempre 98 86,7 Nunca 13 11,5 N.S. / N.R. 2 1,8 13. A quantidade de canais de comunicação interna que o Senac oferece é suficiente para manter os colaboradores informados. Concordo 94 83,2 Discordo 17 15,0 N.S. / N.R. 2 1,8 Fonte: Elaboração própria A variável 10 avalia a frequência com que os colaboradores recebem um informativo do Senac. Dos pesquisados, 86,7% concordam que recebem frequentemente um informativo. Não foi citado qual o informativo, mas é relevante notar que apenas 20,4% dos colaboradores marcaram o Boletim Informativo Senac – BIS7, considerado o principal informativo voltado para os colaboradores pela instituição, como um canal eficiente de Endomarketing e Comunicação Interna. Já a variável 13 apresenta um índice elevado de satisfação com a quantidade de canais de comunicação interna no 7 Como pode ser visto na figura 14, p. 87. 107 Senac: 83,2%. Este dado pode significar que os canais utilizados são suficientes para garantir uma comunicação eficaz quando utilizados de maneira a complementarem-se uns aos outros. O item mais crítico é a variável 8 (tabela 2). Como comentado anteriormente, 30,1% dos colaboradores pesquisados discordam que os canais de comunicação interna mostram que o Senac se preocupa com a segurança e bem-estar dos colaboradores. Este percentual pode ser um indicativo de que o Senac PE Unidade Recife precisa investir mais na realização e divulgação de ações de incentivo à segurança e bem estar do colaborador com maior frequência, além de ações pontuais realizadas como a Semana da CIPA, por exemplo. De acordo com a pesquisa, as críticas mais frequentes relacionadas à percepção dos colaboradores sobre as ações mais eficazes para agregar valor à imagem da marca Senac são: Implantar Jornais Murais em todas as Unidades // Planejar mais ações de comunicação e eventos para as Unidades e Postos no interior, o sentimento é que no interior somos um pouco "esquecidos" (Questionário 22). Utilização de alguma ferramenta parecida com o antigo MSN, para agilizar a chegada e o retorno da informação e utilização em reuniões do Skype (Questionário 24). Marketing mais agressivo (Questionário 29). Internet corporativa mais robusta com informações, também, dos serviços ofertados pelo Senac (Questionário 31). Elaboração de projeto visando à eficiência interna de comunicação (Questionário 34). Canal direto para sugestões e críticas (Questionário 48). Investimento na comunicação interna (Questionário 50). Acho que o quadro de avisos é uma ideia já implementada que daria melhores resultados se houvesse maior conscientização dos colaboradores para consulta-lo, pois a maiorias dos tais não o fazem. Acho que podiam ser promovidas campanhas que viessem por parte da gerência para lembrar-nos de sempre verificar o quadro (e ele também deveria conter mais informações). Poderia ser criado também um fórum por unidade, nele cada colaborador colocaria suas dúvidas, reclamações, agradecimentos etc. (Questionário 64). Um jornal informativo semanal com os eventos, cursos etc. (Questionário 78). Jornal interno do colaborador (Questionário 80). Saber mais a mudanças que existe dos produtos a oferecer (Questionário 88). 108 Deveria ter mais comunicação, deveríamos nos associar mais uns com os outros etc. (Questionário 108). 4.4 Influência do branding interno no planejamento de ações de Endomarketing Visando cumprir o terceiro objetivo específico, foi analisada a influência do branding interno, ou seja, dos esforços realizados pela instituição para positivar a marca Senac na mente dos colaboradores, no planejamento de ações de Endomarketing. Os resultados podem ser visualizados na tabela 3 a seguir. Mais da metade dos colaboradores lembra-se de campanhas que o Senac veiculou no último ano com o objetivo de promover interação entre eles. A variável 14 indica um percentual de 56,6%. Uma variável que complementa este dado é a 26, aberta, que pediu para o pesquisado citar um evento já realizado pelo Senac que mais o marcou, registrou o evento Mesa ao Vivo como o mais marcante do calendário da instituição, entre aqueles que citaram algum evento. Realizado durante quatro anos, em parceria com a Revista Prazeres da Mesa, sendo a última edição ocorrida em 2014, o evento reúne chefs renomados do Brasil e do mundo para dividir seus conhecimentos culinários com os participantes. Surpreende perceber que não se trata de um evento com foco nos funcionários, mas sim no público externo, que paga uma taxa de inscrição para participar das oficinas ministradas durante os três dias do evento realizado nas salas de aula, salões e auditório do Senac. São dias de intenso vai e vem de profissionais de gastronomia, infraestrutura, de serviços e comunicação nas dependências da instituição, que interfere na rotina dos funcionários. Vale registrar ainda que uma pequena parte do total de funcionários está envolvida diretamente com a realização do evento. Em segundo lugar, aparece o Congresso Internacional de Tecnologia na Educação, mais um evento que também não tem foco no público interno e nem mesmo é realizado no Senac. Há alguns anos, o congresso passou a ser realizado no Centro de Convenções de Pernambuco, devido ao aumento significativo no número de participantes, de trabalhos expostos, artigos inscritos, painéis, oficinas e seminários promovidos com a participação de profissionais renomados da área de educação. Trata-se de um megaevento que tem duração de três dias. 109 Tabela 3 - Opinião dos colaboradores sobre influência do branding interno no planejamento de ações de Endomarketing Variáveis N % 14. Você se lembra de campanhas que o Senac veiculou no último ano. Concordo 64 56,6 Discordo 28 24,8 N.S. / N.R. 21 18,6 15. As campanhas internas realizadas pelo Senac são atrativas. Concordo 65 57,5 Discordo 41 36,3 N.S. / N.R. 7 6,2 22. Você conhece os produtos e serviços que o Senac oferece. Concordo 104 92,0 Discordo 7 6,2 N.S. / N.R. 2 1,8 24. Os eventos e comunicações do Senac são realizados de forma clara de modo a permitir uma compreensão plena. Concordo 97 85,8 Discordo 13 11,5 N.S. / N.R. 3 2,7 Fonte: Elaboração própria Outra variável que mede o poder de atração das campanhas realizadas pelo Senac é a de número 15. Nela, é possível verificar que 57,5% concorda que elas são atrativas (tabela 3). Características que interferem nesta variável podem ser: o conteúdo escolhido para comunicar a campanha (quanto mais emocional, melhor), design (cores, formatos), frequência e, claro, os canais de comunicação. Complementando esta variável, a questão 27 perguntou em quais momentos o Senac se comunica com o colaborador e apontou que 20,3% dos que responderam a esta questão, livre e aberta, concordam que a instituição sempre se comunica com seus colaboradores. Como se tratou de questão não obrigatória, as demais respostas, quando preenchidas, citaram, além de momentos particulares, canais de comunicação, como correio eletrônico e redes sociais; e locais, o departamento de Recursos Humanos e a própria gerência. As questões em branco podem significar que o colaborador tem a opinião de que a empresa nunca se comunica com ele ou apenas que ele não entendeu a pergunta. A pesquisa mostra algumas respostas dos pesquisados que não afirmaram “sempre”, quando questionados sobre estes momentos, compondo avaliações positivas, neutras e negativas: Aniversariante do mês (Questionário 8). Comparecer ao GRH para assinar férias (Questionário 10). Nenhum (Questionário 11). 110 Uhn? (Questionário 17). Quando há festas (Questionário 23). Todos os dias é enviado por e-mail informações sobre o que esta acontecendo no Senac (Questionário 24). Quando há interesses diretamente relacionados à instituição (Questionário 25). Divulgação de abertura de matrículas e cursos, informações sobre calendários de outros eventos (Questionário 47). Quando é para avisar aos novatos sobre abertura de contas e reserva do estacionamento para reunião do Conselho (Questionário 53). Falar de estacionamento que estará fechado, férias de alguém, impressora com defeito, algum setor em balanço, abertura de contas de novos funcionários, eventos que serão realizados em Unidade que não temos acesso, lista de aniversariantes, informativos BIS. Mas 90% dos itens citados não atendem nem oportunizam as Unidades do Interior, logo estes tipos de email deveriam ser encaminhados apenas às pessoas que terão acesso aos que realmente irão ter acesso aos serviços ou necessitam daquelas informações (Questionário 59). Para a entrega de informações sobre eventos, cursos, regras, benefícios etc. (Questionário 64). Final do ano letivo principalmente (Questionário 82). Quando deseja algo de nós (Questionário 83). Para informar o horário de trabalho (Questionário 96). Férias, reuniões sobre os serviços (Questionário 101). Quando quer dar bronca (Questionário 102). Nos momentos de mudança de horário e outros (Questionário 104). Através da gerência setorial (Questionário 107). Só pra reclamar (Questionário 110). Sempre quando procuro tirar dúvidas, tem pessoas que me auxiliam e sou bem atendido (Questionário 113). Para responder ao objetivo específico proposto, era importante saber se, em meio a tantos canais e eventos, os colaboradores conheciam os produtos e serviços oferecidos pelo Senac. A importância dessa investigação se dá pelo fato de que o planejamento de 111 Endomarketing deve partir do princípio de que seus funcionários conhecem bem a empresa. Do total de pesquisados, 92% afirma conhecer os produtos e serviços da instituição (tabela 3). Na mesma tabela, 85,8% concorda que os eventos e comunicações do Senac são realizados de forma clara, de modo a permitir uma compreensão plena. Na tabela 3, o item mais crítico é a variável 14, que questiona sobre a lembrança de campanhas que o Senac veiculou no último ano para contato e interação com seus colaboradores. Nela, 24,8% responderam que não concordam com esta afirmação e 18,6% não souberam responder/não têm opinião formada. Outra variável que merece atenção é a de número 15, que questiona sobre se “as campanhas internas realizadas pelo Senac são atrativas”. Dos pesquisados, 36,3% discordam desta afirmação. As duas variáveis estão interligadas, o que contribui para uma avaliação mais profunda das duas questões. Uma parte significativa dos colaboradores não se lembra de campanhas internas realizadas recentemente e, quando lembram, não as consideram atrativas. Pode-se verificar que os colaboradores conhecem os produtos e serviços do Senac através das campanhas veiculadas para o público externo ou Imprensa e não para o público interno. Ou seja, este colaborador é impactado por uma comunicação que não tem ele como alvo e aquelas que têm ele como foco não provocam recall e não despertam seu interesse. Na pesquisa, foi pedido que o colaborador resumisse, em uma palavra, o sentimento que ele possui em relação ao Senac. Foram obtidas 81 respostas, 61 delas positivas (tabela 4). Tabela 4 – Quantidade de palavras positivas e negativas relacionadas ao sentimento que os pesquisados têm do Senac Variáveis Positivas Negativas 61 20 28. Resuma, em uma palavra, o sentimento que você possui em relação ao Senac Fonte: Dados da pesquisa, 2014 Das palavras positivas escolhidas pelos colaboradores como as que resumem o sentimento que eles possuem com relação ao Senac, as três mais citadas são: trabalho, respeito e profissionalismo, conforme pode ser visualizado na figura 32. 112 Figura 32 – Palavras positivas relacionadas ao sentimento dos pesquisados pelo Senac Fonte: Dados da pesquisa, 2014 Figura 33 – Palavras negativas relacionadas ao sentimento dos pesquisados pelo Senac Fonte: Dados da pesquisa, 2014 Já sobre as palavras negativas, as três palavras que mais aparecem na pesquisa são: tristeza, desmotivação e decepção (figura 33). Este tipo de informação faz parte dos critérios utilizados para se dimensionar o valor de uma marca, que as pessoas reconhecem e conectam com o nome da marca. Por isso sua relevância para este estudo. 4.5 Engajamento dos colaboradores no que tange a relação com a marca Senac Nesta seção, é dada a resposta para o quinto objetivo específico que consistiu em descrever o engajamento dos colaboradores no que tange a relação com a marca Senac. 113 Os resultados apresentados na tabela 5 evidenciaram que é elevada a satisfação dos funcionários com o acesso à informação e à clareza organizacional, notadamente no que se refere ao que é divulgado através dos canais de comunicação interna e dos superiores diretos. Para 84,1% dos pesquisados, o atendimento dos outros setores do Senac é realizado com presteza e cordialidade, como mostra a variável 9. Enquanto isso, 86,7% sempre lê um informativo do Senac e 85% sempre lê as informações contidas nos quadros de aviso, como pode ser verificado pelas variáveis 11 e 12. A variável 16 foca a motivação. Para a afirmação “as campanhas internas realizadas pelo Senac conseguem motivá-lo(a), ou seja, conseguem fazer com que você se interesse em participar, produzir, se engajar etc.”, 69,9% dos pesquisados responderam que concordam. Para 28,3%, esta afirmação não condiz com a realidade. Em ambientes positivos, os empregados são geralmente otimistas sobre o que fazem. Ao descrever seu trabalho, eles tendem a minimizar os problemas. Não é necessário descrever sobre o que acontece com os negativos: funcionários indiferentes que claramente odeiam seus empregos. Os percentuais de concordância caem um pouco com relação aos resultados apresentados até agora quando as questões se referem às atitudes dos superiores, mas continuam satisfatórios. As variáveis 17, 18, 19, 20 e 21 tratam deste item (tabela 5). Os colaboradores concordam que seus superiores repassam as informações corporativas (69%), e 70,8% deles consideram seus superiores como agentes de comunicação, ou seja, a pessoa em quem eles podem confiar para manterem-se informados com relação ao que acontece de impactante na instituição, no tempo e momento certos. Também está bem definido para os funcionários que, quando necessitam de informações, eles podem procurar seu superior e perguntar a ele (84,1%) e que seu superior se preocupa em fazer com que sua equipe tenha acesso a todos os canais de comunicação interna (81,4%). No fator comunicação do superior com a equipe, a pesquisa revelou que 73,5% dos funcionários concordam que há esta abertura. Ao verificar a frequência com que os funcionários leem os canais de Endomarketing e comunicação interna utilizadas pelo Senac, vê-se que 86,7% afirma que sempre lê um informativo do Senac e 85% dizem que sempre lê os quadros de aviso da empresa. Da tabela 5, a variável melhor avaliada é a de número 23, que remete à motivação do funcionário com relação à marca Senac. Nela, é questionado se o pesquisado concorda com a afirmação de que ele “já indicou os produtos e serviços que o Senac oferece para familiares e amigos”, onde 92,9% respondem que sim. Funcionários satisfeitos falam bem da empresa para familiares, amigos e vizinhos. Já funcionários motivados acreditam na qualidade dos produtos e serviços 114 da empresa e sentem-se seguros para indica-los. Eles são a melhor propaganda boca-a-boca. Se eles realmente compreenderem e apreciarem as iniciativas da empresa, serão os melhores promotores e advogados para essas iniciativas. Apesar de obter um índice de concordância positivo (69%), a variável 17 pode ser considerada crítica pelo fato de apresentar o índice de discordância mais alto apresentado na tabela 5 (31%) sobre se o superior tem feito reuniões frequentes com a equipe para repassar informações corporativas. Esta variável tem conexão com o empowerment8, já que a relação com o superior interfere diretamente na autonomia dos funcionários. Como afirma Kotler (2010, p. 93), “os empregados precisam estar envolvidos e precisam ter autonomia para agir”. E para ambos os objetivos, é necessária informação. Ainda Kotler (2010, p. 94) defende que “o papel do líder é inspirar”, principalmente em empresas onde ainda não existem processos de “democracia colaborativa, em que os empregados têm a oportunidade de moldar o futuro da empresa por meio da participação em processos decisórios e de voto”. Apesar de todos os itens avaliados apresentarem índices de concordância acima de 69%, que corresponde a mais da metade dos pesquisados, é relevante prestar atenção às quatro variáveis com índices de discordância superiores a 25% dos respondentes (tabela 5). Três delas referem-se à atuação do superior direto, ou melhor, a forma como as informações são repassadas por ele no dia a dia: 31% não concordam que seu superior tem feito reuniões frequentes com a equipe para repassar informações corporativas, 27,4% discordam que seu superior é considerado um “agente de comunicação” para a equipe e 25,7% não concordam que “seu superior conversa frequentemente com sua equipe”. A quarta variável, que se refere à questão “as campanhas internas conseguem motivá-lo(a)”, teve discordância de 28,3% dos pesquisados. 8 Como visto no capítulo 2.7.1, p. 73, deste trabalho. 115 Tabela 5 – Opinião sobre o engajamento no que tange a relação com a marca Senac Variáveis N % 9. Atendimento com presteza e cordialidade Sempre 95 84,1 Nunca 14 12,4 N.S. / N.R. 4 3,5 11. Você sempre lê um informativo do Senac. Concordo 98 86,7 Discordo 13 11,5 N.S. / N.R. 2 1,8 12. Você sempre lê os quadros de aviso do Senac. Concordo 96 85,0 Discordo 12 10,6 N.S. / N.R. 5 4,4 16. As campanhas internas conseguem motivá-lo(a). Concordo 79 69,9 Discordo 32 28,3 N.S. / N.R. 2 1,8 17. Seu superior tem feito reuniões frequentes com a equipe. Concordo 78 69,0 Discordo 35 31,0 N.S. / N.R. 0 0,0 18. Seu superior é considerado um “agente de comunicação” para a equipe. Concordo 80 70,8 Discordo 31 27,4 N.S. / N.R. 2 1,8 19. Quando necessita de uma informação, você procura seu superior. Sempre 95 84,1 Nunca 16 14,2 N.S. / N.R. 2 1,8 20. Seu superior se preocupa em fazer com que os colaboradores tenham acesso a todos os canais de comunicação interna. Concordo 92 81,4 Discordo 21 18,6 N.S. / N.R. 0 0,0 21. Seu superior conversa frequentemente com sua equipe. Concordo 83 73,5 Discordo 29 25,7 N.S. / N.R. 1 0,9 23. Você já indicou os produtos e serviços do Senac para familiares e amigos. Concordo 105 92,9 Discordo 5 4,4 N.S. / N.R. 3 2,7 Fonte: Elaboração própria De acordo com a pesquisa, as críticas mais frequentes relacionadas ao engajamento dos funcionários e sua relação com seu superior são: Mais agilidade no repasse de alguns comunicados aos funcionários por ex.: feriados/expediente/horário modificado (Questionário 12). Melhor organização interna dos setores (Questionário 13). 116 Mais transparência nos processos e maior e melhor atenção aos funcionários com um atendimento mais "humanizado" (Questionário 14). Interagir com o funcionário em todos os sentidos. Informações por igual e para todos, respeitando as restrições de acordo com a função (Questionário 16). Gostaria de um olhar mais observador da instituição para com os seus funcionários; uma pitada de reconhecimento pelo trabalho árduo de seus colaboradores que estão esforçando-se para dar conta do excesso de trabalho, afinal, crescemos e ampliamos nossas unidades, nossas ações, nossa área de atuação. Mas, francamente, parece que paramos no tempo em atenção ao trabalhador, em benefícios e, principalmente, no engajamento feliz dos colaboradores (Questionário 17). Premiar projetos e iniciativas que apoiem a promoção institucional dentro e fora do Brasil; reconhecer o trabalho e dedicação sistêmica de funcionários com mais de dez anos; ampliar o apoio para produção de conhecimento (Questionário 23). Sobre a relação com a marca (ou seja, com a instituição) percebo que em determinados eventos os colaboradores contratados são discriminados e a comunicação deveria ser mais clara e com mais rapidez em determinados processos (Questionário 26). Investimento do RH nas ações de motivação dos funcionários e seus familiares (Questionário 36). Reunir todos os funcionários uma vez por mês ou de 4 em quatro meses para repassar informações sobre a Instituição (Questionário 37). Ter a informação do todo daquela informação e saber porque deve realizar aquela atividade, não ser apenas operacional, participar mais de reuniões (Questionário 44). Uma empresa que se mostra antiga e arcaica, com tendência a não crescer enquanto se tem na gestão pessoas que não gerem de acordo com o mercado de educação profissional. Não está sendo uma empresa que valoriza o funcionário nem muito menos seguindo o objetivo e visão para que foi fundada (Questionário 46). Ações nas quais os colaboradores se sintam verdadeiramente acolhidos (Questionário 53). Sentimos resistência no processo de confirmação de alguns procedimentos ou na comunicação interna que oficializa informações básicas, as quais, na maioria das vezes, sobre assuntos que já são do conhecimento informal de todos. Melhoraria a comunicação entre funcionários e instituição se alguns procedimentos e a tomada de algumas decisões fossem comunicadas com brevidade, por exemplo: só tomamos conhecimento através de comunicado interno via e-mail do horário permitido para liberação de alunos e funcionários, em casos de greves ou paralizações, ao término do expediente! Situação esta que gera desconforto decorrente da situação de periculosidade; 117 só tomamos conhecimento formal da data do recesso de final de ano às vésperas da festa de confraternização, o que impede muitos de economizar agendando viagens com antecedência ou ainda são forçados pela situação a remarcar passagens aéreas; alguns convites chegam com pequena margem de tempo para resposta, o que dificulta levar a informação em tempo hábil para as pessoas que não possuem e-mail institucional; as pessoas que contribuem com o crescimento da instituição durante todo o ano não são consideradas, parte desse crescimento quando são impedidas de participar de determinados eventos promovidos pela instituição, como passeio de Dia dos Pais, congressos e a própria confraternização de final de ano, o que causa desestímulo, sentimento de não valorização do trabalho, decepção e tristeza (Questionário 57). Maior respeito ao cliente interno (Questionário 72). As informações precisam chegar com mais antecedência (Questionário 73). Divulgar o diferencial dos seus produtos e serviços (Questionário 74). Vejo a comunicação do RH com os funcionários muito falha. Por exemplo: não são repassadas para os instrutores novos os direitos deles na instituição como, por exemplo, o desconto na lanchonete. Outra questão é que os comunicados são enviados apenas a quem tem e-mail institucional, excluído os demais funcionários que não tem este e-mail. O RH, para se comunicar com os instrutores, envia e-mail para a coordenação. Este contato deveria ser realizado diretamente com o funcionário. Outra coisa muito grave na instituição é a exclusão dos funcionários contratados na festa de enceramento do ano. O funcionário que passou todo o ano trabalhando conosco, pelo fato de ter seu contrato encerrado em dezembro, dia 19/12, não pode participar da festa o que causa constrangimento para nós que convivemos com este colega por um ou dois anos. Sempre os contratados são excluídos das ações do Senac, como se não fossem funcionários (Questionário 83). Melhor comunicação entre o funcionário e o superior maior, o que possui a última palavra, para resoluções de decisões que precisam de sua autorização, e maior rapidez (Questionário 89). Realizar um trabalho de conscientização interna de que o Senac é uma instituição só e não fragmentada. Sinto a necessidade de unificar o Senac como um só (vejo que existem vários "Senacs" dentro de um); Existe uma disputa interna, uma não-valorização com o outro. Até para realizar a divulgação de uma atividade sinto dificuldade no acesso a uma unidade (não existe parceria) (Questionário 91). Mais oportunidades para os funcionários em cargos maiores, ter mais comunicação entre gestores e funcionários (Questionário 96). Capacitar mais os funcionários e ser visto de igual modo, pois todos somos iguais, basta obedecer às hierarquias (Questionário 100). As pessoas de poder aquisitivo deveriam cumprimentar os menos privilegiados. Tratar de igual para igual. O RH daqui é horrível. Só trata as 118 pessoas com patadas, caras feias e com má vontade. Deveria fazer uma reciclagem e mandar embora um monte de gente que não faz nada e contratar pessoas que realmente trabalhem (Questionário 105). Oportunidade aos funcionários (cursos grátis) (Questionário 111). Temos certeza que a comunicação é ótima, mas podemos melhorar. Saímos de casa para o trabalho. Ao chegar, encontramos os nossos colegas para mais um dia de trabalho. Às vezes, preocupados com os nossos problemas familiares e outros etc. Que haja uma dinâmica coletiva, interagindo entre todos, mexendo com mente e o físico. Tenho certeza que vai melhorar (Questionário 112). Maior engajamento do RH junto aos funcionários e uma política de motivação (Questionário 113). Os resultados descritos acima não consideraram as respostas relacionadas a benefícios e salários, pois esta pesquisa não possui caráter de pesquisa de clima organizacional e não objetiva elucidar tais pontos de satisfação ou insatisfação dos colaboradores. 119 5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Este capítulo apresenta as conclusões e recomendações desse estudo, de acordo com os princípios da pesquisa e a base da mesma com relação aos objetivos supridos. O mercado competitivo de hoje, no contexto de escolas de formação profissional, enfrenta um acréscimo notável de novos concorrentes em nível nacional e internacional. Assim, existe a necessidade de integrar a valorização e visão abrangente quanto ao cliente interno, sendo esse fator importante para manter-se no mercado, zelando pela qualidade e satisfação. Segundo Kotler (2013), seleção e treinamento de alto nível dos empregados, um ambiente de trabalho de qualidade, e forte apoio aos que lidam com os clientes, são os fatores importantes na qualidade de serviço prestado. Estes pontos, entre outros, têm levado as empresas a tentar conhecer, compreender e aplicar estratégias de marketing, especialmente, Endomarketing ou marketing interno. 5.1 Conclusões 5.1.1 Quanto aos objetivos específicos definidos: a) Objetivo específico de entender o conceito e aplicabilidade do Endomarketing: através da utilização de instrumentos elaborados especificamente para este trabalho (revisão de literatura e pesquisa de opinião com os colaboradores), foi apurado o nível de conhecimento dos diversos públicos internos sobre os canais de Endomarketing e Comunicação interna. As conclusões apontadas no capítulo 4, seção 4.2 mostram o alcance deste objetivo; b) Objetivo específico de identificar as ações e canais de Endomarketing mais eficazes para agregar valor à imagem da marca Senac, na percepção de seus trabalhadores: a análise dos resultados, conforme descrito no capítulo 4, seção 4.3, define os seguintes elementos relacionados ao alcance deste objetivo: I. Comunicação interna: o Senac desenvolve uma comunicação ágil e eficaz, que contribui com o aumento no nível de informação que os colaboradores recebem, expondo claramente sua missão, visão, valores e princípios, além de informações institucionais e corporativas; 120 II. Canais de Endomarketing e comunicação interna: os colaboradores têm a percepção positiva de que o Senac se preocupa com eles, sua saúde e bem estar, através das mensagens que são veiculadas através destes canais, como os informativos do Senac, e concordam que a quantidade de canais que o Senac oferece é suficiente para manter os colaboradores informados e atualizados; III. O Senac-PE está em um nível tão complexo e cheio de especificidades, pois é diretamente representado por seu corpo social denominado colaboradores, que precisa desenvolver o empowerment para atingir as muitas oportunidades que o mercado de capacitações oferece. A implementação do empowerment é uma ação de médio a longo prazo, mas o importante é entender que a equipe, com força e poder para agir, mudar e transformar, ajuda os superiores no processo de gestão, desenvolvendo a organização de forma prática e eficaz, reiterando o elo e permeando um Endomarketing cultural na instituição como organização. c) Objetivo específico de verificar a influência do branding interno no planejamento de ações de Endomarketing: os resultados da pesquisa demonstram o atingimento deste objetivo, conforme descrito no capítulo 4, seção 4.4; d) Objetivo específico de descrever o engajamento dos trabalhadores do Senac no que tange a relação com a marca Senac: este objetivo foi alcançado através da pesquisa, que apontou satisfação com os indicadores acompanhados, tais como relação com outros departamentos, relacionamento com o superior, motivação para ler as comunicações nos canais do Senac, campanhas internas e com a indicação da marca para familiares e amigos. Porém, é importante ressaltar que índices de discordância acima de 25% são relevantes e devem ser avaliados, o que foi feito com quatro das variáveis apresentadas na tabela 5 (p. 113); e) Objetivo geral de avaliar as soluções estratégicas de Endomarketing para o fortalecimento e valorização da marca entre os clientes internos do Senac-PE Unidade Recife: o objetivo foi cumprido na medida em que foi feita ampla avaliação dos procedimentos adotados pela instituição em sua relação com o cliente interno. Os resultados mostraram que embora existam diversas soluções de Endomarketing sedimentadas (comunicados por e-mail, informativos, revistas, quadros de aviso, intranet e outros), são várias as oportunidades de melhoria que poderiam elevar a 121 satisfação interna e melhorar os resultados de relacionamento e comunicação, com reflexos na satisfação dos clientes internos e, claro externos. 5.1.2 Contribuição e relevância A identificação de conceitos de Endomarketing propicia condições de focar o que deve ser priorizado em estudos de melhoria da comunicação e marketing. A dissertação mostra como ferramentas de pesquisas de satisfação de clientes podem ser úteis no diagnóstico de apuração da situação em que se encontra uma entidade em relação ao marketing interno em suas diversas dimensões. O tema é importante, pois está relacionado com o enfoque de conquistar e manter os melhores talentos do mercado dentro da organização, e criar um ambiente propício para que eles sintam-se satisfeitos e felizes e contribuam continuamente com o crescimento da empresa, sentindo-se livres e seguros para apresentar ideias. A partir dos estudos realizados, sugere-se o investimento maior em ações para conquistar, manter e encantar o cliente interno, diminuindo o índice de funcionários que deixam a empresa e aumentando o nível de felicidade de cada um, com vistas a obter igual resultado no cliente externo. O primeiro passo pode ser o foco em ações que revertam as palavras negativas levantadas por este estudo, como tristeza, desmotivação e decepção e as demais mostradas na figura 33 (p. 110), em palavras positivas e de otimismo através de ações que contribuam para a construção de um clima de realidade, abertura e franqueza. 5.2 RECOMENDAÇÕES 5.2.1 Para a organização analisada Com base nas análises dos dados, são recomendadas algumas ações que, se transformadas em planos de ações e colocadas em prática, podem contribuir para a melhoria do desempenho da instituição e da satisfação das pessoas que nela trabalham, tais como: 122 a) Instituição permanente de pesquisa de satisfação do cliente interno, semestralmente, mediante metodologia científica, com tratamento dos itens que apresentam menor satisfação no sentido de eliminar ou reduzir os focos de insatisfação; b) Reestruturação dos quadros de aviso dentro do padrão Senac e instalação de novos quadros em locais como corredores de acesso aos departamentos, próximo aos elevadores; c) Realização de seminários e “workshops” mais frequentes com os colaboradores. Esses treinamentos, além de propiciar maior interatividade, teriam o propósito de evidenciar a importância de se conhecer normas da empresa e investir na capacitação profissional, tornando o funcionário mais competitivo; d) Repensar de forma profunda a reformulação da Intranet, um novo layout e um novo fluxo processual das informações através deste canal, o que traria maior agilidade e autonomia aos colaboradores; e) Criar uma “rede de valor” na Intranet, onde os funcionários fossem segmentados em grupos, segundo temas de interesse e de “expertise” sobre diversos assuntos, desde corporativos como voltados a saúde e qualidade de vida, para gerar discussões e resoluções de melhoria em questões que envolvam os empregados, ou seja, um ambiente de discussão, com o objetivo de registrar toda a produção intelectual dos colaboradores do Senac, contribuindo com novas ideias e soluções com a gestão do negócio de maneira global; e) Elaborar um canal contínuo de sugestões abrangente para os funcionários, de sorte a permitir a expressão da opinião das pessoas, ideias, sugestões, tanto na esfera administrativa, como na esfera educacional, e nos fluxos descendente e horizontal, com um plano de respostas permanente às sugestões; f) Ampliar a participação da área de Recursos Humanos nas ações de Endomarketing do Senac, no planejamento de ações motivacionais para os colaboradores; h) Instituir programa permanente de recompensa e valorização, estabelecendo critérios de reconhecimento aos funcionários que tenham se destacado na apresentação de sugestões ou na realização de suas tarefas. 123 5.2.2 Continuidade e novos estudos Com vistas a aprofundar e estender o tema estudado são indicados, a partir do estudo e das constatações deste trabalho, os seguintes títulos/assuntos que poderiam derivar deste e outros, como sugestão para novas pesquisas: I. Aplicabilidade do Endomarketing para funcionários que não trabalham com ferramentas virtuais, (celulares e computadores), como equipes de manutenção, limpeza e motoristas: a literatura atual é voltada ao Endomarketing com o uso de canais on-line, principalmente. No entanto, existe esta necessidade. Neste sentido é recomendado estudo específico da realidade destes colaboradores para averiguar quais itens do instrumental de Endomarketing aplicam-se também a esses funcionários. II. Intranet como ferramenta de Endomarketing: o surgimento da Internet e da Intranet está revolucionando a forma de gestão de informações e de comunicação interna. A Intranet pode tornar-se um dos mais importantes instrumentos do Endomarkenting. No entanto ainda há um enorme espaço para as empresas avançarem. Por exemplo, na empresa objeto deste estudo de caso, constatou-se que a utilização da Intranet ainda é reduzida diante do potencial apresentado, e que outros meios – como o e-mail, que não atinge todos os colaboradores – ainda são bastante utilizados. Assim é importante o desenvolvimento de estudos que possam otimizar a utilização da Intranet nas corporações, trazendo sensíveis ganhos na redução de custos e melhoria no conhecimento e no fluxo de informações a todos as pessoas, além de manter um registro do ativo mais importante das empresas na era da informação: o ativo intelectual. III. Repetir esta pesquisa, incluindo as unidades do Senac localizadas no interior do estado e a Faculdade Senac. 124 REFERÊNCIAS ALBRECHT, Karl. Serviços Internos: como resolver a crise de liderança do gerenciamento de nível médio. São Paulo: Pioneira, 1994. ANDRADE, L. P.; O Papel da Comunicação Interna como Ferramenta de Endomarketing. 25 out, 2013. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/monopdf/24/LUCIANA%20DE%20PAULA%20ANDRADE.pdf>. Acesso em 20 out. 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. 4ª Pesquisa Comunicação Interna 2012. São Paulo: ABERJE, 2012. BARROS, Fábio. ERM provoca divergências entre os fornecedores. Computerworld.com, 10 abr.2002. Disponível em: <http://computerworld.uol.com.br/negocios/2002/04/10/idgnoticia.2006-0515.3457543628/>. Acesso em: 7 nov. 2013. BERRY, Leonard; PARASURAMAN, A. Serviços de marketing: Competindo através da Qualidade, 3 ed., São Paulo: Maltese, 1995. BEKIN, Saul Faingaus. Conversando sobre Endomarketing. São Paulo: Makron Books, 1995. ______. Endomarketing: Como praticá-lo com sucesso. São Paulo: Prentice Hall, 2005. ______. Comprometimento e produtividade alinhados à estratégia do negócio. São Paulo: ABERJE, 2013 (Comunicação oral). BOGLE, John. The Clash of the Cultures: investment vs. speculation. New Jersey: Wiley, 2014. BORGES, Livia de Oliveira; LIMA, Ana Maria de Souza; VILELA, Elson Cunha; MORAIS, Suerda da Silva Guedes. Comprometimento no trabalho e sua sustentação na Cultura e no contexto organizacional. RAE – Revista de Administração de Empresas, jan. 2014. Disponível em: <http://www.rae.com.br/eletronica/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=1878&Secao=ORGA NIZA&Volume=3&Numero=1&Ano=2004>. Acesso em: 23 jun.2014. BRAMBILLA, Flávio Régio. Abordagem conceitual de marketing interno. Dissertação (Mestrado em Administração e Negócios). 2005. 96 p. PUCRS, Curitiba, 2005. Disponível em: <http://read.adm.ufrgs.br/edicoes/resumo.php?cod_artigo=341&cod_edicao=27>. Acesso em: 12 fev. 2014. BRUM, Analisa de Medeiros. Endomarketing como estratégia de gestão: encante seu cliente interno. Porto Alegre: L&PM, 2005. 125 ______. Endomarketing de A a Z. Porto Alegre: Dora Luzzatto, 2007. ______. Face a Face com o Endomarketing: o papel estratégico das lideranças no processo da informação. Porto Alegre: L&PM, 2005. ______. Sorria você trabalha aqui! São Paulo: Integrare, 2012 ______. Um olhar sobre o Marketing Interno. Porto Alegre: L&PM, 2000. BURGESS, Cheryl. Branding From The Inside Out. CMO.com. 23 abr. 2013. Disponível em: < http://www.cmo.com/articles/2013/4/21/branding_from_the_in.html>. Acesso em: 26 jun.2014. CÂNDIDO, G. A.; ARAÚJO, N. M. de. As tecnologias de informação como instrumento de viabilização da gestão do conhecimento através da montagem de mapas cognitivos. Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 3, p. 38-45, set./dez. 2003. CANILLI, Cláudia. Curso de relaciones públicas. Objectivos, instrumentos, técnicas. Barcelona: Editorial de Vecchi, 1995. CARMELLO, Eduardo. A linha tênue entre Engajamento e o Comprometimento de Talentos e seu impacto nos Negócios. HRAcademy.com.br, 16 set.2013. Disponível em: <http://hracademy.com.br/a-linha-tenue-entre-engajamento-e-o-comprometimento-detalentos-e-seu-impacto-nos-negocios/>. Acesso em: 26 jun. 2014. CARNEVALLI, Viviane Mendes Leal; TÓFANI, Flávio. Endomarketing como ferramenta de valorização do cliente interno. 2008. Disponível em: <http://www.artigonal.com/marketing-internacional-artigos/endomarketing-como-ferramentade-valorizacao-do-cliente-interno-467505.html>. Acesso em: 30 maio 2014. CASTRO, João Pinto, Comunicação de Marketing, Lisboa: Edições Sílaba, 2002. COBRA, Marcos. Marketing de serviços. São Paulo: Cobra, 2001. COSTA, Daniel. Endomarketing Inteligente. Porto Alegre: Dublinense, 2010. COTA, Bruno. Employee Relationship Management. MarketingFaculty.com, 25 mar. 2008. Disponível em: <http://marketingfaculty.blogspot.com.br/2007/04/employee-relationshipmanagement.html>. Acesso em: 20 maio 2014. CSIKSZENTMIHÁLYI, Mihaly. A descoberta do fluxo: a psicologia do envolvimento na vida cotidiana. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. DIAS, J. G. G. Endomarketing: um instrumento estratégico na busca da melhoria da competitividade empresarial. São Paulo: Livro Pronto, 2007. ELLISON, Nicole B.; STEINFIELD, Charles; LAMPE, Cliff. The benefits of Facebook "friends”: social capital and college students’ use of online social network sites. Journal of 126 Computer-Mediated Communication, ano 12, n. 4, art. 1, jul/2007. Disponível em: <http://jcmc.indiana.edu/vol12/issue4/ellison.html>. Acesso em: 03 jan.2015. ERICKSON, Tammy. Meaning is the new money. Harvard Business Review. 23 mar.2011. Disponível em: <http://blogs.hbr.org/2011/03/challenging-our-deeply-held-as/>. Acesso em 2 jun.2014. FLORES VIVAR, Jesús Miguel. Nuevos modelos de comunicación, perfiles y tendencias en las redes sociales. Comunicar, v. 17, n 33, p. 73-81, 2009. Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=15812486009>. Acesso em: 16 nov.2014. FRANÇA, F.; FREITAS, S. G.; Manual da qualidade em projetos de comunicação. São Paulo: Pioneira, 2002. FOWLER JÚNIOR, Floyd J. Pesquisa de levantamento. 4. ed. Porto Alegre: Penso, 2011. GADE, Christiane. Psicologia do consumidor e da propaganda. São Paulo: EPU, 1998. GIANNETTI, Eduardo. Felicidade: diálogos sobre o bem-estar da civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2008. ______. Como elaborar projetos de pesquisas. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010. GIULIANI, Antônio Carlos. Marketing contemporâneo: novas práticas de gestão com estudos de casos brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2006. GRESSLER, Lori Alice. Introdução à pesquisa: projetos e relatórios. 2 ed. São Paulo: Loyola, 2003. GRÖNROOS, Christian. Marketing: Gerenciamento e Serviços. 4 ed. São Paulo: Campus, 1993. HEWITT, Aon. Tendências Globais de Engajamento dos Funcionários. São Paulo: Aon Hewitt Brasil Performance, Talent & Rewards, 2013. Disponível em < http://www.aon.com/brasil/consulting/anexos/2013_Tendencias%20globais%20de%20engaja mento.pdf> Acesso: 2 jun. 2014. INKOTTE, Aluz. Endomarketing: elementos para a construção de um marco teórico. 2000. 144 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Centro Tecnológico, UFSC, Florianópolis, 2000. INSTITUTO MÁQUINA DE PESQUISA. 4ª Pesquisa Impacto das Mídias 2014. São Paulo: Grupo Máquina, 2014. Disponível em: < http://issuu.com/maquinaeditorial/docs/impacto_das_m__dias>. Acesso: 23 jun 2014. 127 KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 12 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2007 KOTLER, Philip; FOX, Karen; F. A. Marketing estratégico para instituições educacionais. São Paulo: Atlas, 1994. KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 14 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. 4.ed. São Paulo: Summus, 2003. LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1985. LINDON, Daniel et al. Mercator XXI. Teoria e prática do Marketing. 10 ed. Lisboa: Dom Quixote, 2004. LINDSTROM, Martin. Brand sense: a marca multissensorial. trad. Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Bookman, 2007. LOVELOCK, Christopher; WRIGHT, Lauren. Serviços: marketing e gestão. São Paulo: Saraiva, 2003. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. 6 ed. São Paulo: Futura, 2002. MEIRA, Paulo Ricardo; Qué es lo que ve en una marca? Escuela de Administración de Negócios de Educación Superior. Universidad del Cono Sur de Las Americas. 2011. Disponível em: <http://www.edan.edu.py/articulos-interna.php?id=15>. Acesso em: 14 mar. 2014. MEIRA, P.; OLIVEIRA, R. O Endomarketing. out. 2004. Disponível em: <http://endomarketing.com/wp-content/uploads/2014/10/artigo-o-endomarketing.pdf>. Acesso em 20 out. 2014. MENAN, Marcela Grubisich. A importância da Comunicação Interna nas organizações. 11p. Artigo (Graduação em Administração) – Faculdade INESUL, Londrina. 2010. MILEIDE, Aline. A Comunicação Interna e o Endomarketing como fatores estratégicos nas organizações. 6 nov. 2007. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/a- 128 comunica-ccedil-atilde-o-interna-e-o-endomarketing-como-fatores-estrat-eacute-gicos-nasorganiza-ccedil-ocirc-es/2621/#ixzz3GicYGPSq>. Acesso em: 20 out.2014. MINAYO, M. C. S. et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. MISCHAUD, E. Twitter: Expressions of the whole self. Londres, Inglaterra. Dissertação de mestrado. London School of Economics, 2007. NEVES, Roberto de Castro. Imagem empresarial. Rio de Janeiro: Mauad, 1998. OLIVEIRA, M. M. Como fazer pesquisa qualitativa. Recife: Bagaço, 2005. PHILLIS, Christina. A successful practice from the inside out. Ophthalmology Times, North Olmsted, Ohio, p. 88, abr. 2008. Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br/index.php?option=com_pmetabusca&mn=88&smn=88 &type=m&metalib=aHR0cDovL21scGx1cy5ob3N0ZWQuZXhsaWJyaXNncm91cC5jb20vc HJpbW9fbGlicmFyeS9saWJ3ZWIvYWN0aW9uL3NlYXJjaC5kbz92aWQ9Q0FQRVM=&It emid=119>. Acesso em 23 set. 2013. PICCOLI, B.; O Endomarketing como estratégia de gestão de pessoas. 19 abr.2011. Disponível em: <http://www.ebs.edu.br/portal/wpcontent/uploads/ARTIGO_Bruno_Piccoli.pdf>. Acesso em 20 out. 2014. PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação Empresarial. Campinas: Alínea, 2006. RECUERO, R.; ZAGO, G. “RT, por favor”: considerações sobre a difusão de informações no Twitter. Revista Fronteiras – estudos midiáticos, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 12 (2), 2010. REGO, F. Gaudêncio Torquato do. Jornalismo Empresarial. Teoria e Prática. São Paulo: Summus, 1984. REVISTA DO SENAC. São Paulo: Senac, n. 727, jan/fev. 2015 RIGORFI, Beatriz. Capital humano: a importância do cliente interno. Administradores.com, 27 set. 2013. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/capitalhumano-a-importancia-do-cliente-interno/73283/>. Acesso em: 25 abr. 2014. ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 11 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. ROWLEY, J. A biblioteca eletrônica. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2002. RUÃO, Teresa, Marcas e Identidades: Guia de concepção e gestão das marcas comerciais. Prior Velho: Campo de Letras, 2006. SANTOS, J. Moreira dos. Imprensa empresarial da informação à comunicação. Lisboa: Edições Asa, 1995. 129 SARTAIN, Libby; SCHUMMAN, Mark. Brand from the inside. Chicago: John Wiley & Sons, 2006. SILVA, Severino Francisco da. Marketing de Serviços. Maceió: Edufal, 2005. SILVEIRA, R. M.; TÓFANI, F. Endomarketing: ferramenta de gestão para motivar e conquistar o cliente interno. 10 maio 2007. Disponível em: <http://aberje.com.br/novo/artigos/pdf/endomarketing.pdf>. Acesso em: 20 out. 2014. SMITH, Lyn; MOUNTER, Pamela. Effective internal communication. 2 ed. London: Kogan Page, 2008. SOARES, M. A. F.; MACHADO. H. P. V. Jovens empreendedores: perfil, dificuldades na gestão e perspectivas dos empreendimentos. In: ENCONTRO DE ESTUDOS SOBRE EMPREENDEDORISMO E GESTÃO DE PEQUENAS EMPRESAS [EGEPE], 6., 2005, Curitiba. Anais... Curitiba: EGEPE, 2005. SPILLER, Eduardo Santiago; PLÁ, Daniel Reigosa Homedes; MOREIRA, Itamar; LUZ, João Ferreira da; SÁ, Patricia Riccelli Galante de; VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de serviços e marketing interno. Rio de Janeiro: FGV, 2006. SROUR, Robert Henry. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 2006. STEINKE, Estela. O Endomarketing na cultura organizacional de uma instituição de ensino superior (IES): o caso URI – Santo Ângelo-RS. 2010. 162 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento) - Unijuí, Porto Alegre, 2010, Disponível em: <http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/1192 >. Acesso em: 20 abr. 2014. STEVENSON, Willian J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. SZWARC, Samuel. Marketing: herói ou vilão. São Paulo. Summus, 2003. TAVARES, Mauro Calixta. A força da marca: Como construir e manter marcas fortes. São Paulo: Harbra, 1998. TEIXEIRA, Alexandre. Felicidade S.A.: por que a satisfação com o trabalho é a utopia possível para o século 21. São Paulo: Arquipélago, 2010. TURBAN, E.; RAINER, R. K.; POTTER, R. E. Jr. Administração de Tecnologia da Informação: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. VASCONCELLOS, A. F. Processos de trocas intra-organizacionais: atualizando o conceito de marketing interno. Caderno de Pesquisas em Administração, [S.l.: s.n.], 2004. VIEIRA, Stalimir. Marca – o que o coração não sente os olhos não veem. 2 ed. São Paulo: Loyola, 2002. 130 WATSON, Towers. Capitalizando com a Comunicação Eficaz. São Paulo: 2011. Disponível em: <http://www.towerswatson.com/pt-BR/Insights/IC-Types/Survey-ResearchResults/2011/03/Retorno-do-Investimento-ROI-em-Comunicacao-Capitalizano-com-aComunicacao-Eficaz> Acesso em: 2 jun. 2014. WEY, Hebe. O processo de relações públicas. 2 ed. São Paulo: Summus, 1986. ZYWICA, Jolene; DANOWSKI, James. The faces of Facebookers: Investigating social enhancement and social compensation hypotheses; procedding facebook tm and offline popularity from sociability and self-esteem, and mapping the meanings of popularity with semantic networks. Journal of Computer – Medicated Communication. 14(1), 1-14. Disponível em: <http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html>. Acesso em 8 abr. 2015. 131 APÊNDICE A – Questionário para diagnóstico de Endomarketing Endomarketing pode ser entendido como ações de Marketing e Comunicação voltadas para dentro da empresa, com foco no bem estar dos colaboradores. Esta pesquisa foi criada com o objetivo de realizar um diagnóstico das ações de endomarketing e comunicação interna no Senac Pernambuco. Os dados serão utilizados para pesquisas e elaboração da Dissertação de Mestrado da colaboradora Viviane Teobaldo e resultará em relatório que será disponibilizado à Gerência de Relacionamento e Comunicação (GERCOM), para contribuir na elaboração de um programa de ação de endomarketing para a instituição. Desta forma, solicitamos aos colaboradores(as) do Senac Pernambuco a gentileza de responder ao questionário abaixo até o dia 5 de dezembro de 2014. *Obrigatório Questão com o objetivo de identificar o entendimento dos colaboradores sobre as ferramentas de Endomarketing e comunicação interna: RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO, CONFORME SEU ENTENDIMENTO: 1. Em geral, quais os canais de Endomarketing e comunicação interna você mais conhece? Você pode escolher mais de uma opção Documentos impressos (circulares, memorandos etc.) Comunicados por e-mail Eventos Intranet Jornais eletrônicos Quadros de aviso Redes sociais Reuniões Revistas Site Outro: ____________________ Questão com o objetivo de identificar o entendimento dos colaboradores sobre as ferramentas de Endomarketing e comunicação interna utilizadas pelo Senac Pernambuco – Unidade Recife: 2. Dos canais de marketing interno e comunicação interna do Senac abaixo, quais você considera mais eficientes na transmissão de informações? * Você pode escolher até três (3) opções das 11 abaixo BIS – Boletim Interno Senac Documentos impressos (circulares, memorandos etc.) Comunicados por e-mail Eventos Fanpage do Senac no Facebook Intranet Perfil do Senac no Twitter 132 Quadros de aviso Reuniões Revista do Senac Site do Senac (www.pe.senac.br) Outro: ____________________ Questões com o objetivo de identificar o entendimento dos colaboradores sobre as ações de comunicação interna realizadas pelo Senac Pernambuco – Unidade Recife: RESPONDA AS AFIRMAÇÕES ABAIXO, CONFORME SEU ENTENDIMENTO: 3. O Senac mantém uma comunicação ágil e eficaz com seus colaboradores. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 4. Os canais de comunicação interna do Senac têm aumentado o nível de informação sobre a empresa pelos colaboradores. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 5. O Senac expõe claramente sua missão, visão, valores e princípios. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 6. O Senac oferece as informações institucionais, como abertura de novas unidades, novos cursos, prêmios recebidos, objetivos a serem cumpridos, regras e procedimentos, de forma clara para todos os colaboradores. * Sempre Quase sempre Nunca Não sei responder/não tenho opinião formada 7. O Senac divulga informações corporativas sobre processos, programas e projetos de RH por meio de canais de comunicação interna. * Sempre Quase sempre Nunca Não sei responder/não tenho opinião formada 8. Os canais de comunicação interna mostram que o Senac realmente se preocupa com os colaboradores, sua segurança e bem-estar. * Concordo totalmente Concordo parcialmente 133 Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 9. Você é atendido com presteza e cordialidade quando necessita de informações de outros setores do Senac. * Sempre Quase sempre Nunca Não sei responder/não tenho opinião formada 10. Você recebe frequentemente um informativo do Senac. * Sempre Quase sempre Nunca Não sei responder/não tenho opinião formada 11. O colaborador sempre lê um informativo do Senac. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 12. Você sempre lê as informações divulgadas nos quadros de aviso do Senac. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 13. A quantidade de canais de comunicação interna que o Senac oferece é suficiente para manter os colaboradores informados e atualizados. Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 17. Seu superior tem feito reuniões frequentes com a equipe para repassar informações corporativas (do Senac). * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 18. Seu superior é considerado um “agente de comunicação” do Senac para a equipe. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 134 19. Quando necessita de uma informação e não encontra em um dos canais de comunicação interna do Senac, você procura seu superior e pergunta a ele. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 20. Seu superior se preocupa em fazer com que os colaboradores tenham acesso a todos os canais de comunicação interna do Senac. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 21. Seu superior conversa frequentemente com sua equipe, fora de reuniões formais. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 25. Com relação ao tempo, as informações chegam: * Com rapidez Com lentidão Atrasadas Nunca chegam Questões com o objetivo de identificar o entendimento dos colaboradores sobre as ações de Endomarketing realizadas pelo Senac Pernambuco – Unidade Recife: 14. Você se lembra de campanhas que o Senac veiculou no último ano para contato e interação com seus colaboradores. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 15. As campanhas internas realizadas pelo Senac para divulgar benefícios, conquistas etc., são atrativas. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 16. As campanhas internas realizadas pelo Senac conseguem motivá-lo(a), ou seja, conseguem fazer com que você se interesse em participar, produzir, se engajar etc. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 135 22. Você conhece os produtos e serviços que o Senac oferece. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 23. Você já indicou os produtos e serviços que o Senac oferece para familiares e amigos. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 24. Os eventos e comunicações provenientes do Senac são realizados de forma clara de modo a permitir uma compreensão plena. * Concordo totalmente Concordo parcialmente Discordo Não sei responder/não tenho opinião formada 26. Cite um evento já realizado pelo Senac que mais marcou você. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 27. Em que momentos o Senac se comunica com você? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 28. Resuma, em uma palavra, o sentimento que você possui em relação ao Senac. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Dados demográficos: RESPONDA AS AFIRMAÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS ABAIXO: Em qual unidade do Senac você trabalha? Unidades no Recife UEP Paulista UEP Vitória UEP Caruaru UEP Garanhuns UEP Petrolina Posto Avançado Cabo Posto Avançado Arcoverde Posto Avançado Salgueiro 136 Posto Avançado Paiva Posto Avançado Serra Talhada Outros Gênero? * Masculino Feminino Idade? * Até 20 anos De 21 a 30 anos De 31 a 40 anos De 41 a 50 anos Mais de 51 anos Grau de Instrução? * Ensino fundamental completo Ensino médio completo Ensino superior completo Especialização Há quanto tempo você trabalha no Senac? * Menos de um ano De 1 a 3 anos De 3 a 5 anos De 5 a 10 anos Mais de 10 anos Acrescente aqui alguma ideia ou sugestão que você teria para melhorar sua relação com a marca Senac e a comunicação entre você e a instituição. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________