Amendoim - DigitalGrow

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Amendoim
Generalidades
Classificação botânica
Uma planta dicotiledônea, da família Leguminosae, subfamília Papilonoideae, gênero
Arachis. As espécies mais importantes do gênero são A. hypogaea L., A. prostrata
Benth e A. nhambiquarae Hoehne. As variedades cultivadas pertencem à primeira
espécie.
História
Quando chegaram ao Brasil, os colonizadores lusos aqui já encontraram a cultura do
amendoim, originária desta terra, que os índios plantavam e consumiam e que hoje é
responsável por grande parte dos Óleos comestíveis que produzimos. Da produção total
São Paulo respondia por 70%, principalmente as regiões da Alta Paulista e da Alta
Sorocabana.
As sementes de amendoim proporcionam elevada rentabilidade de óleo de fácil digestão
(45 a 50%), possuindo altos teores de vitaminas.
Utilização
O amendoim (cientificamente, Arachis hypogaea L.) é uma leguminosa com processo
especial de frutificação, denominado geocarpia, em que uma flor aérea, após ser
fecundada, produz um fruto subterrâneo. Suas flores são amarelas, agrupadas em
número variável ao longo do ramo principal ou também dos ramos secundários,
conforme a variedade ou o tipo vegetativo. Todas são potencialmente férteis e
hermafroditas, autógamas, com baixa porcentagem de cruzamentos naturais.
Seu período de florescimento é bastante dilatado, havendo épocas de aparecimento de
maior número delas, e seu fruto (ou vagem) para a Botânica é um legume. Dependendo
das condições ou das características de variedades, a vagem pode apresentar lojas sem
sarnentos ou com sementes atrofiadas. Na variedade roxa (tipo vegetativo valência) é
uma peculiaridade a ocorrência de uma loja vazia em grande número de vagens. As
sementes, provenientes dos óvulos, constituem a parte de maior interesse econômico,
devido ao seu elevado teor de óleo comestível, ultrapassando 40% em algumas
variedades.
O óleo do amendoim é de fina qualidade, tal como foi classificado por Lewkowitsh em
comunicado à Sociedade de Química Industrial de Londres. Preparado com toda a
técnica moderna conserva-se perfeitamente bem, não ficando rançoso com facilidade,
como acontece com o azeite de dendê e outros óleos. A vantagem que temos na
produção do óleo resulta da facilidade na obtenção da matéria prima. Em nosso país, até
final da década de 80, o amendoim se comportou muito bem e o aumento progressivo
do consumo do óleo tem impelido muitos lavradores a optar por sua cultura. A elevação
do consumo vem sendo registrada mesmo nas nações tradicionalmente consumidoras de
azeite de oliva.
É geral a opinião de que o óleo de amendoim é de fácil digestão e por isso recomendada
às pessoas portadoras de moléstias do aparelho digestivo. Seu valor nutritivo equivale
ao de outras gorduras empregadas na alimentação, sejam vegetais ou animais.
As vitaminas B-1 e B-2 têm sido encontrada em proporções considerável no amendoim
cru, e acredita-se que existam também no óleo. Com relação às vitaminas A e D, as
tabelas em geral acusam ausência absoluta ou no máximo ligeiros indícios, o mesmo
ocorrendo com relação a outros óleos. A vitamina E, responsável pela reprodução, é a
que entra em maior concentração no óleo do amendoim.
Para conseguir óleo de boa qualidade e também bom rendimento o amendoim deve ser
maduro e seco. Quando colhido antes do momento apropriado dá um óleo de má
qualidade e rico em ácidos graxos livres, cuja correção, para sua entrega ao consumo, é
muito cara. O óleo extraído das sementes descascadas, sem película e sem embrião se
mostra mais puro e de maior valor comercial.
Além do emprego na alimentação, utiliza-se o óleo do amendoim na indústria pesqueira
para cozimento de sardinhas. Convenientemente refinado para obtenção de maior
pureza, é usado para fins medicinais e farmacêuticos, principalmente como veículo para
emulsão de produtos injetáveis. O óleo de segunda, não refinado, serve como
combustível das lâmpadas dos mineiros. Quando neutro, usa-se como lubrificante. É
também excelente matéria-prima para a indústria de saboaria.
Farelo de amendoim: Após a extração do óleo, obtém-se do amendoim, como
subproduto de elevado valor comercial, a torta. A riqueza nutritiva das tortas depende
em geral da qualidade das sementes e do método utilizado na extração do óleo. Se as
tortas provêm da extração pelo método a frio, tornam-se mais nutritivas do que as
conseguidas pelo aquecimento ou com o uso de solventes.
Quando destinada à alimentação de animais, a torta é transformada em farelo, rica
forragem para o gado. Nas granjas de leite em que a exploração é racional, ou seja, onde
as vacas, além do regime de pasto, recebem rações de concentrados, emprega-se o farelo
como um dos mais importantes suplementos protéicos.
Existem dois tipos distintos de farelo: o proveniente da torta de amendoim descascado e
o resultante da industrialização das vagens inteiras, sem descascar. Um bom farelo de
amendoim, obtido sem casca, contém cerca de 45% de proteínas, média de 8,5% de
matéria graxa e no máximo 9,5% de celulose, este farelo deve ter aproximadamente
83,5 Kg de elementos nutritivos totais em cada 100 Kg, superando assim o melhor
farelo de algodão tanto em proteínas como em elementos nutritivos digestíveis totais.
Quando se usa o amendoim em casca, o farelo é de qualidade inferior, com maior
quantidade de celulosa e menor teor em proteínas. Além disso, o produto pode
apresentar-se com porcentagem elevada de areia aderida à casca e só serve para
adubação.
Com o desenvolvimento da pecuária leiteira e da avicultura em São Paulo, os
fabricantes de rações têm revelado grande interesse na produção de farelo de amendoim.
Como, porém, os estoques são insuficientes para atender à procura, tornou-se necessário
substituí-lo por outro produto em prejuízo da eficiência das rações.
Devido à sua influência na secreção láctea, o farelo de amendoim é mais empregado na
alimentação das vacas leiteiras. Possuindo grande porcentagem de matéria graxa, o
farelo tem efeito laxante e no caso nunca deverá compor a alimentação das vacas com
mais de um quarto da parte da mistura concentrada. Em geral pode às vacas dar farelo
de amendoim na base de até 2Kg/dia/cabeça conforme o rendimento de leite.
Amendoim como fertilizante: O valor do farelo como fertilizante depende da quantidade
de nitrogênio que ele contém. Se de boa qualidade, tem de 5 a 8% de nitrogênio e 1,5%
de fósforo (P203), tal como é encontrado no comércio. Sendo o farelo de amendoim um
alimento tão rico, mais vale fornecê-lo primeiro ao gado e depois aproveitar o estrume
como fertilizante.
Amendoim como alimento: Como alimento humano, o amendoim tem elevada
quantidade de calorias, cerca de 596 calorias em ceda 100 g, praticamente mais do que
qualquer outro, com exceção das nozes das gorduras e dos óleos vegetais. Os dois
principais elementos do amendoim são a proteína, que varia de 25 a 30%, e o óleo, entre
27 o 52%. As nossas variedades comerciais usualmente apresentam teor de óleo que
oscila de 45 a 50%. A torta contém perto de 40% de proteína, o que torna um alimento
de excepcional qualidade.
O amendoim é de muito fácil digestibilidade, havendo pouca diferença entre o alimento
cru e o submetido a qualquer processo de tratamento. Encerra também grandes
quantidades de fósforo, potássio, enxofre, assim como de cálcio, cobre e ferro. Outras
substâncias ainda são encontradas em pequenas quantidades, embora de grande
importância.
A vitamina E, em grande quantidade no amendoim, previne a esterilidade e a vitamina
B-1 promove o desenvolvimento, estimula o apetite, auxilia a digestão e é essencial ao
sistema nervoso. Com tais qualidades, o amendoim consumido em forma de manteiga,
produto que pode ser preparado industrialmente por pequeno preço, além de contribuir
para a melhoria qualitativa, da alimentação humana, possibilitará o aumento do
consumo.
Desde de 1940, nos EUA, a manteiga de amendoim era dada aos doentes, hoje, todavia,
seu consumo se tornou generalizado. A sua fabricação se mostra muito simples: o
amendoim, depois de descascado e livre de todas as matérias estranhas, é assado em
torradores especiais e em seguida posto a esfriar. As amêndoas torradas e
desembaraçadas dos embriões são esmagadas, deixando escorrer uma pasta oleosa com
a consistência de manteiga. A princípio, os fabricantes eliminavam a película dos grãos,
riquíssima em vitamina B-1, alegando que dava uma aparência desagradável ao produto
e o depreciava comercialmente. Depois de muitas experiências nos EUA, passou a ser
preparado com a mesma, sucedendo-se ampla campanha publicitária explicando que o
aspecto da manteiga não era devido à inclusão de corantes no seu preparo, mas sim à
película, de valor vitamínico bastante elevado.
Na sua fabricação empregam-se variedades dos tipos spanish e virgínia, misturados. A
primeira dessas variedades contém média de 50% de óleo; e a segunda 45%. A mistura
das duas impede que a manteiga se apresente um tanto seco.
Quando se utiliza na fabricação apenas uma variedade, é preciso ter o cuidado de
escolher a que encerre cerca de 45% de óleo para evitar um produto ressecado.
Amendoim para feno: O processo mais prático e de menor custo para a alimentação do
gado é o pastejo. As pastagens, quando novas e cultivadas em solos ricos, proporcionam
os elementos nutritivos à manutenção do gado em condições vantajosas. No Brasil, no
entanto, quando o gado possui só o pastejo corno fonte de alimentação, tem-se apenas
alguns meses para um suprimento alimentar de boa qualidade e em quantidade
satisfatória.
Durante a seca ou mesmo antes dela as plantas que fornecem pastagens sofrem o
processo da floração, tornando-se endurecidas e imprestáveis para a alimentação. Assim
o criador deve dar suplementação alimentar aos animais para compensar a deficiência
do pasto. A fenação é um dos recursos mais eficientes e econômicos para a conservação
da forragem e nos últimos anos em São Paulo muito se tem feito nesse sentido com as
leguminosas que apresentam indiscutível superioridade sobre as demais forragens. O
feno por ela produzido é bem mais rico em proteínas e vitaminas, rendendo também
muito mais em quantidade de massa.
O amendoim se destaca dentre as leguminosas. Além do emprego diversificado das suas
sementes, as hastes, quando convenientemente preparadas, constituem forragem de
grande valor alimentício para os animais, principalmente para o gado leiteiro. Na cultura
dessa leguminosa, para a obtenção das vagens e do feno, deve ser adotado o sistema de
medas, isto é, de montes de plantas feitos ao redor de uma estaca de mais ou menos 2m
de altura mais ou menos a 30 cm do solo, para evitar a umidade, colocam-se dois ou três
sarrafos de 1m de comprimento, cruzados, e sobre eles arrumam-se às plantas com as
vagens voltadas para o centro e um pouco afastadas da estaca, o que permite a livre e
necessária circulação de ar. Protege-se a parte superior da meda contra a chuva com
pedaços de encerados furados no centro. A porção furada é posta na ponta da estaca e as
extremidades do encerado presas com barbante à meda. Na falta do encerado, usa-se
capim ou feixe de sapé.
O material a ser colocado na meda precisa ser exposta antes ao sol por algumas horas
para perder a umidade. No fim de três ou quatro semanas as vagens ficam
completamente maduras e as folhas fenadas.
A secagem do amendoim em medas apresenta a vantagem de não exigir que a batedura
seja feita logo após a colheita, podendo ser deixada para ocasião mais oportuna.
O ponto ideal para a colheita, tendo em vista o melhor aproveitamento das folhas, é
aquele em que as plantas começam a amarelecer por igual. Quando se antecipa a
colheita, não estando os frutos completamente desenvolvidos, tornam-se murchos e suas
sementes de baixo teor de óleo. Inversamente, ou seja, quando se faz a colheita depois
do tempo certo, ocorrem as perdas de sementes por germinação e a do teor de óleo e
ainda baixo rendimento do feno obtido. Considerando que a colheita do amendoim, com
a secagem em meda, resulta na obtenção de um feno nutritivo e de baixo custo de
produção, é evidente que essa prática deve ser adotada pelos agricultores, que
resolveriam assim o problema da reserva de alimento para os animais na época de seca.
Clima e Solo
Dentre os muitos fatores que influem na produção do amendoim, destacam-se como os
mais importantes o clima e o solo. Muitas regiões do Brasil apresentam condições tão
boas que podem ser obtidas duas colheitas por ano.
O amendoim se desenvolve bem nos climas quentes. Os Estados de São Paulo, Goiás,
Mato Grosso e 'Paraná têm climas propícios à cultura, já que possuem calor e umidade
suficientes. Para um bom rendimento e boa qualidade o amendoim requer, durante o seu
desenvolvimento, temperatura constante, um pouco elevada, e suprimento uniforme de
umidade, principalmente no período de frutificação. Na época da colheita e da secagem
é necessário que o tempo esteja seco para evitar a germinação das sementes.
Além do clima, o solo constitui um fator importante para esta cultura. O amendoim
pode ser cultivado com êxito em quase todos os tipos do solo, desde que férteis.
Todavia, o mais apropriado é o leve, de boa fertilidade, bem drenado, que não encharca
com as chuvas. Em terras desse tipo, o ginóforo (ou esporão, como dizem os lavradores
de São Paulo), que nada mais é do que o prolongamento do ovário da planta com o fruto
penetra facilmente chão e as vagens se desenvolvem normalmente.
A terra arenosa é a mais indicada para esta cultura e no Brasil este tipo de solo se
encontra em mais de 80% das culturas. Nas zonas onde predominam a terra roxa
misturada ou a terra roxa o amendoim é plantado em menor escala, embora tais tipos
sejam apropriados. Nas regiões de solo massapé planta-se muito pouco amendoim, já
que é menos recomendado para essa cultura. Trata-se de solo pesado, prejudicando a
produção devido ao fato de que a penetração dos esporões e o arrancamento dos frutos
se tornam difíceis.
Preparo do solo
As muitas dificuldades ainda existentes para que o lavrador possa fazer um bom preparo
do solo antes do plantio leva à improvisação que nem sempre dá bons resultados. Novas
técnicas de exploração agrícola são elementos promissores para futuro breve.
Na cultura do amendoim, dentre as diferentes práticas, destaca-se, pela sua importância,
o preparo do solo que, se bem feito, facilitará também outras medidas exigidas pela
cultura. A terra dura opõe resistência à penetração das raízes que são finas e volumosas,
impedindo uma absorção perfeita dos fertilizantes. Também a capacidade de
armazenamento de água fica bastante reduzida. As lavras superficiais e sem cuidado
podem causar a ruína da cultura. Uma terra mal trabalhada, embora bem adubada o com
sarnentos de boa qualidade, não produzirá o máximo de sua capacidade e o pouco que
der sairá muito caro.
Geralmente, uma só aração é insuficiente, sendo necessárias duas, pelo menos. Uma
delas podo ser efetuada no fim das chuvas, em maio mais ou menos; e a outra cerca de
trinta dias antes do plantio.
É importante na lavra a profundidade a ser atingida pelo bico do arado.
Só a aração não completa o bom preparo da terra. Outros trabalhos são indispensáveis
como a gradeação, para não deixar torrões, e a boa pulverização do solo. Isso, realizado
em época oportuna, destrói, as ervas daninhas que surgem após a lavra, permitindo
também os trabalhos mecânicos futuros de riscamento, semeação e cobertura das
sementes. Um detalhe dispensável, mas de grande efeito, é a passagem de um rolo
compressor no terreno depois da gradeação e antes do riscamento. Com isso, o solo
ficará mais úmido, o que posteriormente fará com que as raízes após a germinação se
fixem e consigam elementos para a subsistência da nova planta.
Mas não é apenas o solo bem lavrado que assegura ao agricultor uma boa colheita, do
ponto de vista econômico.
Para se conseguir êxito total na cultura é preciso saber se o solo contém elementos
minerais suficientes para alimentar normalmente a planta. Uma análise da terra poderá
revelar a sua riqueza em elementos químicos essenciais à vida vegetal. Para isso o
agricultor efetuará análise da terra que informará qual a sua porcentagem em elementos
úteis e aconselhará a melhor adubação, dependendo do tipo de cultura a ser feita.
O descanso do terreno, após o período de cultura, é de muita importância para
proporcionar ao solo condições de recuperação de todos os seus valores. Associar o
descanso da terra à adubação verde dá excelentes resultados, como também a rotação
das culturas na mesma área com plantas cujos sistemas radiculares tenham hábitos
diversos.
A prática de rotação ensaia a policultura, muito vantajosa na parte econômica, já que o
agricultor, mantendo em sua fazenda uma cultura principal e outras subsidiárias, estará
protegido contra prejuízos inesperados.
Calagem e adubação
A calagem é importante para o amendoim e para as leguminosas em geral. Solos ácidos
podem produzir vagens mal granadas, chochas e com baixa produção. Solos com pH
abaixo de 5,5 devem receber colagem de acordo com a análise do solo a qual se efetua
em cobertura total da área e com antecedência de pelo menos trinta dias do plantio;
distribuir metade antes e metade depois da aração, com uma gradagem.
O calcário dolomítico deve ser preferido para a cultura do amendoim. Quando a análise
indica doses altas de calcário, a aplicação deve ser parcelada em dois ou mais anos. A
adubação do amendoim é um problema que exige mais experimentação. Os solos
férteis, portadores de boas qualidades físicas, produzem boas colheitas de amendoim
sem adubação. Também a adubação residual das culturas anteriores é bem aproveitada
pelo amendoim, razão por que se pode fazer o seu plantio em terras fracas como rotação
com culturas adubadas.
O IAC aconselha a seguinte fórmula para a elevação da fertilidade dos solos fracos ao
nível exigido pelas oleaginosas em geral (em kg/ha): sulfato de amônia ou nitrocálcio,
150; superfosfato simples, 330; e cloreto de potássio, 50.
O sulfato de amônia (ou nitrocálcio) tem de ser utilizado em cobertura, trinta dias após a
germinação, ou dividido em duas doses, uma no plantio e outra em cobertura.
Dependendo das condições locais de resposta da planta à adubação nitrogenada, pode-se
empregar apenas a metade da dose, aplicada no plantio. Contudo, a adubação direta nem
sempre produz resultados desejados, chegando-se em certos casos a um decréscimo da
produção. Deve-se por isso, usá-la somente quando necessária e econômica.
Adubação orgânica
A adubação orgânica é sempre importante, quer seja pela incorporação dos restos de
culturas, adubação verde, palhas, cascas, estercos e tortas.
Adubação mineral
Observações:
- Embora o amendoim aproveite a fixação simbiótica (fixação de nitrogênio) deva-se
aplicar
no
plantio
10
kg
de
N/ha.
- O amendoim aproveita muitos bem resíduos de adubação de outras culturas, dai,
recomenda-se como cultura importante em sistema de rotação.
Plantio
Preparo da semente
A semente representa o elemento básico para a obtenção do uma boa cultura. Deve ser
de boa procedência e qualidade comprovadas. Os cuidados começam com a escolha da
variedade e as qualidades intrínsecas e extrínsecas. Dá-se especial atenção à sua pureza,
à sanidade e ao poder germinativo.
A experiência demonstra que o plantio de sementes descascadas é melhor e mais
vantajoso do que o de vagens inteiras. Há maior regularidade na germinação, bem como
possibilidade de melhor seleção. Torna possível ainda a realização do indispensável
trabalho de desinfecção com germicidas apropriados antes do plantio.
O descascamento pode ser feito a mão ou a máquina, sendo o último método o mais
usado em áreas grandes. O manual só é possível para o plantio de áreas pequenas, mas
tem a vantagem de ferir menos as sementes e proporcionar uma seleção maior no
processo.
A utilização da máquina no descascamento, por mais cuidados que sejam tomados,
resulta sempre em danos às sementes. Para um bom desempenho, reduzindo os danos ao
mínimo possível, há que regular a sua velocidade é a da corretamente á variedade e ao
grau de secagem. As vagens quando estão excessivamente secas e a máquina
funcionando a alta velocidade dão falhas maiores na plantação.
As melhores sernentes para o plantio são obtidas pela secagem em medas, em processo
lento. O teor de umidade das vagem para o descascamento destinado ao plantio precisa
estar em torno de 9%.
Na impossibilidade de obtenção de sementes selecionadas, pode-se conseguir
provisoriamente uma semente melhor que a comum na lavoura, selecionando talhões em
que o desenvolvimento seja uniforme e satisfatório, eliminando as plantas que
apresentem doenças e outras anormalidades. Para isso devem ser colhidas
cuidadosamente e secadas em medas. Após o descascamento, faz-se nova seleção,
excluindo as sernentes doentes, quebradas e fora da variedade ou padrão escolhido.
Depois do descascamento, as sernentes devem passar por um processo de desinfecção. É
especialmente destinado ao controle e à prevenção de doenças que podem ser
transmitidas através das próprias sernentes.
Um aumento médio de 30% na produção é conseguido apenas com esse tratamento nas
culturas normais de amendoim. Em anos favoráveis, obtém-se até o dobro ou mais da
produção. Mesmo em anos bons e quando a semente é boa, descascada com cuidado (o
que raramente ocorre), o tratamento de sementes compensa por ser pouco dispendioso,
valendo como um verdadeiro seguro da plantação.
Antes da desinfecção as sernentes descascadas devem ser abanadas e catadas, retirandose as que não correspondem à variedade empregada, as deformadas, as imaturas e as
doentes. Esta catação geralmente é manual, usando no caso de grandes quantidades
mesas catadoras iguais às utilizadas para café.
Semente para plantio tem de ser sempre guardada em casca ou, quando cada,
desinfetada antes de ser posta no armazém. Resultados experimentais demonstram que
através do uso de desinfetantes se podem reservar por mais tempo as sementes e o seu
poder germinativo.
No campo, depois de plantadas, as sernentes desinfetadas mostram mais sobre aquelas
que não foram submetidas a tratamento, O efeito desinfetante pode ser assim
esquematizado:
- Primário, direto, protegendo a semente dos fungos do solo e evitando grande número
de
falhas;
- Secundário, também importante, acelerando o crescimento nas primeiras fases do
desenvolvimento das plantas.
A aplicação de desinfetantes se faz a seco, espalhando o pó sobre as sernentes e
misturando bem com a pá de madeira. O uso de um tambor rotativo que pode ser
construído em qualquer fazenda, facilitando essa operação e economizando tempo.
Formas de plantio
O plantio do amendoim com alta densidade geralmente produz boas colheitas. As linhas
são espaçadas 60 cm urna da outra. A semeadura nas linhas deve ser feita à razão de
vinte sarnentos por metro de sulco, a uma profundidade de 5 a 10 cm.
O tamanho e o peso das sernentes de amendoim variam bastante de ano para ano devido
às condições culturais e climáticas, dependendo ainda da variedade. De um modo geral,
o gasto das sernentes, no espaçamento de 0,60 x 0,10 m, atinge uma média de 150kg/ha.
Ou 360kg/alq..
Utilizam-se semeadeiras com chapa apropriada, deixando-se cair vinte sernentes por
metro linear de sulco. Os sulcos devem ter 10 cm de profundidade, sendo as sernentes
cobertas com um pouco de terra (não além de 5 cm).
Quando os trabalhos da lavoura são executados com tração animal o riscamento é feito
com riscador de madeira que, numa só operação, abre várias linhas. Na falta dele, pode
ser usado um sulcador, onerando, entretanto, a operação. Empregando-se máquina de
tração rnecânica, o riscamento é eliminado.
A obtenção de uma boa densidade de plantas na linha é de grande importância para se
conseguir produções elevadas. Para isso são cuidados indispensáveis o emprego de
material de bom poder germinativo, a desinfecção, a quantidade suficiente de sernentes
e a observação da eficiência da máquina de semear.
Antes do início dos trabalhos de plantio é necessário suprimir alguma deficiência da
semeadeira. As máquinas de tração animal, que trabalham com disco perfurado para a
distribuição das sernentes, precisam ter altura suficiente do disco para evitar quebra das
sernentes. Possuindo elas uma vassourinha trabalhando junto ao disco, fazem pressão
sobre as sernentes na direção do orifício de saída, lançando-as no sulco.
As máquinas com disco girando na posição vertical e com compartimento para
distribuição das sementes faz um bom trabalho de plantio. As de tração mecânica com
sistema de elevação das sernentes para o tubo de descarga, são bastante eficientes, mas
de preço elevado e de uso restrito no Estado de São Paulo.
O amendoim, sendo planta de ciclo curto, possibilita dois plantios anuais das variedades
precoces nas regiões de clima quente.
Principia-se o plantio do amendoim das águas com as primeiras chuvas, do começo de
setembro até fins de outubro, sendo obtidas as melhores produções nos plantios
efetuados logo após o início das chuvas. Os plantios tardios, executados em novembro,
não apresentam em geral resultados satisfatórios, caindo muito a produção de vagens.
A safra da seca comumente produz menos do que a das águas por não serem ideais as
condições de calor e umidade requeridas pelo amendoim. Entretanto, grande parte dos
plantadores de amendoim faz o cultivo durante essa época, visando garantir sementes
para o próximo plantio. O período mais adequado ao cultivo da seca vai do início de
janeiro, após a colheita do amendoim das águas, até meados de fevereiro. Fora dele,
dificilmente dá bons resultados.
Cultivo
Tratos culturais
Os cultivos são necessários para evitar a concorrência das ervas daninhas e melhorar as
propriedades físicas do solo. Utilizando-se o cultivador de enxadinhas, tipo planet, entre
linhas, o mesmo usado para as demais culturas da fazenda. Outra peça, a chapa, é de
emprego bastante generalizado. Na cultura do amendoim são utilizadas as de nº 12 e 14.
Usa-se a enxada na limpeza junto à linha e quando o mato já tem bastante
desenvolvimento. Se este é pequeno, a enxadinha com lâminas em forma de régua
substitui, com eficiência, aquela.
Em terrenos pesados, como o massapé, faz-se pequena amontoa com um sucador
pequeno, cinco a dez dias depois do início da floração. Os solos arenosos dispensam
essa prática, sendo o trabalho realizado pelo próprio cultivador. As ervas podem
também ser controladas com herbicidas
Pragas
Qualquer cultura, quando executada em bases econômicas e em larga escala, desfaz o
equilíbrio biológico da natureza, criando um ambiente suscetível às pragas e doenças,
que dela se beneficiam.
Também o amendoim, cultivado sem os devidos cuidados e ano após ano, vem sendo
atacado por várias pragas e moléstias, que levam os lucros dos agricultores.
Assim, quem planta amendoim tem "sócios" na sua cultura, sempre dispostos e
aumentar seu quinhão nesse "sociedade". Cabe ao agricultor conhecer os indesejáveis e
eliminá-los. As pragas são as mais prejudiciais, pois atacam a parte aérea da planta
(folhas e ramos) e também as raízes e porções que estio dentro da terra. O terreno
sempre contém alguns insetos ou pragas à espera de uma planta a seu alcance. Muitas
vezes o ataque passa despercebido porque é feito abaixo da superfície do solo, Mas na
colheita os prejuízos causados são grandes.
Doenças
Até há algumas décadas atrás, as doenças do amendoim não apresentavam problemas
graves para a cultura, passando até mesmo despercebidas. O ataque de uma moléstia,
quando notado, não chegava a prejudicar seriamente porque aparecia no final do ciclo.
Agora, as coisas estão mudando. Ano após ano, o amendoim é plantado no mesmo local
e as áreas cultivadas vão aumentando. Por outro lado, os tratamentos com inseticidas e
fungicidas não se fazem eficientemente, sendo o uso deste último por parte dos
plantadores dessa oleaginosa. Realizada a colheita, permanecem no terreno muitos
restos da cultura e toda a sua parte aérea. Essas sobras constituem um meio ideal para o
desenvolvimento das doenças e para a sua propagação nas culturas, de um ano para
outro. As que mais atacam o amendoim podem ser assim resumidas: doenças de préemergência e das sementeiras, cercospora, verrugose e murcha.
As moléstias de pré-emergência afetam as sementes de amendoim tão logo sejam postas
a germinar. Estas apresentam, em geral, lesões ou machucaduras feitas pelas máquinas
de descascar, constituindo-se em verdadeiras portas abertas à entrada dos fungos.
Penetrando na semente, os fungos causam seu apodrecimento, dando origem às falhas
na lavoura. Depois de nascidas, no seu crescimento, as plantas de amendoim podem ser
atacadas por doença de sementeira (Rhizoctonia sp) e que provocam o tombamento.
Controle
As doenças de pré-emergência e das sementeiras são em grande parte controladas pela
desinfecção
das
sernentes
com
produtos
apropriados.
O amendoim tratado pode ser plantado no mesmo dia ou guardado durante algum
tempo. Não deixar semente desinfetada de um ano para outro, nem distribuir para outras
finalidades.
De uma forma geral, para controlar as doenças do amendoim recomendam-se as práticas
de caráter cultural, como a rotação e a queima dos restos, visando diminuir o ambiente
favorável às moléstias.
Contra a cercosporiose e a verrugose aconselham-se pulverizações na folhagem com
fungicidas à base de cobre Além disso, podem ser usados polvilhamentos com cobre
metálico, a 8%.
Em campos contaminados, segundo as recomendações dos técnicos, devem ser
efetuados no mínimo dois tratamentos preventivos.
No esquema geral de tratamento preventivo contra pragas e doenças a primeira
aplicação se faz aos quinze ou vinte dias de idade da cultura, misturando-se o fungicida
com o inseticida e pulverizando a folhagem e o colo das plantas. Contra a murcha, além
das medidas de caráter cultural, indica-se a calagem do solo, já que os fungicidas ainda
não apresentam uma eficiência satisfatória.
Pragas no armazem
Vários
insetos
danificam
o
amendoim
armazenado.
Várias traças e besouros aparecem sempre em conjunto, causando danos, existindo
apenas populações maiores de um ou de outro.
Combate
Paióis e depósitos devem ser bem varridos e retirados todos os restos da safra anterior.
Depois de fazer um polvilhamento em toda a área, dando atenção especial a reentrâncias
do piso, cantos das paredes, rachaduras, etc., sendo apenas necessário fechar portas e
janelas para obter saturação completa.
Além dessa medida, torna-se necessário fazer proteção do amendoim armazenado
contra as pragas mencionadas. O gasto médio de inseticida é de 1 kg/500 sacas
empilhadas. Como esta medida visa impedir possíveis infestações ou reinfestaç5es de
insetos, convém repetir periodicamente a operação de polvilhamento ou mesmo de
nebulização.
Colheita
Maturação
A maturação das variedades atualmente cultivadas ocorre três meses após o plantio,
estando a maioria das vagem em ponto de colheita aos noventa ou cem dias para a
variedade tatu; 100 ou 110 dias, para a tatuí, e mais de 120 dias para o roxo.
O tempo de maturação pode variar de acordo com o clima da região, a época de plantio
e as condições de clima na colheita, os tratamentos com fertilizantes e inseticidas
aplicados à cultura.
Quando em plena maturação, a cultura do amendoim geralmente toma um aspecto
amarelado que a identifica. A confirmação do ponto de maturação e colheita se faz
arrancando ao acaso, no meio da cultura, plantas de diferentes lugares e examinando as
vagens. Uma vagem madura, quando aberta, apresenta manchas escuras características
na face interior das cascas em contato com as sementes, como se fora a impressão
destas. Também as sementes já devem estar bem desenvolvidas e com a cor própria da
variedade. Após a secagem, estas características ficam ainda mais acentuadas, com a
face interna da casca bem escura e marcada, e as sernentes com a película bem
carregada da cor própria. Vagens ainda verdes, além da falta de coloração das sernentes,
se apresentam com a face interna das cascas completamente branca.
Contudo, nem todas as vagens de uma mesma planta ficam maduras na época da
colheita, já que a floração se estende por largo período, em que há continua formação de
vagens. Dessa forma, na colheita as plantas de amendoim sempre exibem vagens em
todos os estágios de desenvolvimento que podem prejudicar a conservação do produto
no caso de uma secagem incompleta, em particular quando feita artificialmente.
É importante o ponto de maturação para colheita. Além de maior peso e melhor
secagem, aumentam o teor de óleo, que também é de melhor qualidade. O inverso, ou
seja, a demora no arrancamento, causa elevada perda de vagens no solo, além da
germinação de outra parte, quando há umidade suficiente.
O arrancamento das plantas se faz em dias de sol e pode ser manual (culturas pequenas,
do tipo familiar) ou mecânico (com tração animal, linha por linha ou por trator). Quando
o solo é bem trabalhado e leve, o manual fica facilitado, perdendo-se poucas vagens na
terra. Agarram-se as ramas em feixes, movimentando-se a touceira de um lado para o
outro, com movimentos leves, até que a parte da planta sob o solo se desprenda,
arrancando-se, a seguir, com cuidado. Uma enxada facilita o serviço de movimento do
solo, além de reduzir o número de vagens que ficam na terra.
Nas culturas de mais de um alqueire o arrancamento pode ser favorecido com o
emprego de um arado comum, de aiveca, passado junto às fileiras de plantas, ou melhor,
ainda, um facão de ferro, apropriado para tal, de fácil construção. Essa ferramenta é
colocada na armação do arado, após retirar a aiveca e o facão. Com isto, corta-se a raizpivô do amendoim, tornando-se mais fácil e rápida a operação de arrancamento.
Completa-se o trabalho a mão, arrancando-se e sacudindo-se as plantas para retirar a
terra aderente às raízes e às vagens. A seguir, as plantas são reunidas e postas a secar,
geralmente em linhas, na própria cultura. É a secagem comum, ao sol.
A colheita do amendoim, graças às máquinas modernas existentes no mercado, pode ser
feita mecanicamente. Os lavradores podem aumentar sua área de plantio sem o risco de
perder suas colheitas. É adaptada em trator com sistema de suspensão hidráulica e
tomada de força desde 20 HP. Realiza, com total eficiência, em duas linhas, as
operações de cortar, arrancar, sacudir, limpar e enfileirar. Possui todos os dispositivos
de ajuste para os diferentes espaçamentos e condições de solo e lavoura. Esta
escavadeira-colhedeira levanta o amendoim do chão com todo o cuidado, elimina a
terra, deposita a colheita em fileiras regulares, sem perda nem acúmulo. O seu
rendimento é de aproximadamente 1 alqueire num período de oito horas.
Secagem
Na secagem comum as plantas são dispostas em fileiras, com as vagens voltadas para
cima. Em contato com os raios solares as vagens secam convenientemente em poucos
dias, desde que não chova. Este processo, o mais utilizado, tem o inconveniente de
deixar as plantas sujeitas às chuvas que ocorrem geralmente na safra das águas. Como
resultado, constatam-se germinações, apodrecimento, perda de vagens, excesso de
umidade no amendoim colhido ou ressecamento excessivo (prejudicial quando
destinado a sementes), aflatoxina e outros casos. Para contornar em parte o problema,
reúnem-se várias fileiras, estendendo-se o amendoim com a vagem completamente
voltada para cima, longe do contato direto com a superfície do solo e da umidade
existente.
A secagem ou cura do amendoim, qualquer que seja o processo, é uma operação da
maior importância. Deve-se tomar o máximo cuidado (em geral se verifica o contrário,
especialmente por razões climáticas e econômicas), pois grande parte do valor e
qualidade de uma ótima cultura desta oleaginosa pode ser perdida durante essa etapa.
Quando arrancada, as vagens de amendoim contêm entre 35 a 40% de umidade que
necessita ser reduzida a 10% ou menos, antes de serem armazenadas com segurança.
Nas zonas produtoras, devido ao processo de colheita adotado, tolera-se um teor de
umidade de 13% e até mais, em anos de pequena produção ou grande procura das
fabricas de óleo, o que, entretanto, é contra-indicado.
Quando se utiliza a secagem artificial, ainda feita na quase totalidade semente em
fábricas de óleo, o amendoim pode murchar apenas no solo, o suficiente para um
despencamento manual ou mecânico, devendo ir imediatamente para o secador. Neste
caso a qualidade do produto pode ser também baixa, após a secagem, devido ao
seguinte:
- Secagem demasiadamente rápida, com temperaturas acima de 35ºC, que muitas vezes
causam torração, enrugamento e rachadura na casca e película das sementes e sabor
desagradável.
- Secagem muito lenta, com pouco calor e ventilação, resultando muitas vezes em
bolores, descoloração e rancificação das sementes.
Secagem em medas
Nesse tipo o produto fica ao sol durante um dia, mais ou menos, até murchar
completamente a "ponto de feno", sendo, a seguir, amontoado em medas, onde seca
gradativamente.
Tem a vantagem de proporcionar uma secagem mais lenta e uniforme, resultando em
amendoim de qualidade superior, sobretudo como sementes para novos plantios. As
vagens ainda não completamente maduras terminam seu ciclo na meda, aumentando
desta forma também o peso e a qualidade do produto final. Após desmanchar uma moda
bem feita, sobram as ramas fenadas, excelente alimento para o gado.
Para se fazer uma meda, basta deixar o amendoim arrancado secar ao sol por um dia,
ficando completamente murcho, no "ponto de feno". É importante não deixar secar
demais, tornando as ramas quebradiças e perdendo folhas; fincar no chão, à
profundidade de 0,5 m, uma estaca de 2 m de altura; Com pedras e paus, grade de
madeira e outro material fazer um suporte para as plantas, elevando-se a base da meda a
um palmo do solo. Esse espaço se destina à ventilação da parte inferior da meda e ao
isolamento contra a umidade do solo; Arrumar as plantas já murchas, com as vagens
voltadas para dentro, não se encostando à estaca para permitir a circulação do ar e o
completo secamento; Arrumar um chapéu de sapé ou capim na ponta da meda para
evitar a entrada da água da chuva.
Depois de três ou quatro semanas o amendoim está em condições de ser despencado.
Nessa oportunidade desmancham-se as medas, faz-se o despencamento e aproveita-se a
folhagem
seca
para
a
alimentação
animal.
Quando se efetua o despencamento mecanicamente, as medas não necessitam ser tão
bem feitas, pois nesse caso as ramas podem ser jogadas de qualquer maneira nas
máquinas. Entretanto, medas mal executadas podem não evitar a entrada de água,
quando então o feno se perde, podendo mesmo prejudicar a qualidade das vagens, por
escurecimento generalizado do produto.
Dependendo do tamanho da meda, cada alqueire leva aproximadamente cinqüenta
medas, distanciadas umas das outras.
O despencamento manual se executa batendo um feixe de amendoim seco contra a
borda de um jacá provido de um pedaço de madeira para maior eficiência. A batedura é
feita por operários no próprio campo, em regime de empreitada, onde trabalham com
toda a família, despencando, abanando em peneiras e ensacando a seguir. Após a
batedura, o amendoim ainda com excesso de umidade pode tomar algumas horas de sol
em terreno ou continuar a secagem em secadores antes de ser entregue às fábricas.
Problemas da colheita
O resultado da necessidade de facilitar sobremaneira a colheita já se fez notar pela
introdução de máquinas para a colheita e para a batedura do amendoim. Nas
observações de campo, pode-se verificar que o funcionamento da batedeira está
condicionado ao seu grau de umidade, ou seja, o rendimento da máquina é maior
quando o amendoim colhido se encontra bem seco.
Acontece, porém, que na colheita do amendoim das águas essa condição é mais difícil,
razão por que o arrancamento a máquina e o posterior acondicionamento em medas
permite não só a obtenção de amendoim de melhor qualidade, de baixa infestação de
aflotoxina como também um melhor rendimento. Nestas condições o lavrador poderá
aproveitar a rama seca como feno e processar o despencamento quando melhor lhe
convier.
A máquina de arrancar, colhedeira acoplada com enleiradeira, apresentou resultados
satisfatórios, colhendo e enleirando. O amendoim enleirado, após dois ou três dias de
sol, pode ser batido mecanicamente.
Guarda das sementes: O amendoim se conserva por vários meses sem perda do poder
germinativo ou de suas qualidades para óleos, quando convenientemente armazenado.
Os armazéns devem ser bem secos e ventilados com as vagens ensacadas ou a granel,
desinfetados com inseticidas apropriados. Quando ensacadas, as pilhas têm de ser
baixas, para evitar quebra e esmagamento de vagens. No armazenamento a granel
obtém-se melhores resultados com o amendoim distribuído em várias camadas isoladas
umas das outras, em prateleiras previamente tratadas com inseticidas adequados. O teor
de umidade das vagens não deve ser superior a 10%.
O amendoim destinado ao plantio pode ser também armazenado sem casca, por vários
meses, mediante tratamento com fungicida, com desinfetante de sementes e correto
armazenamento. Guardam-se as sementes em sacos plásticos (para 15 Kg) fechados
manualmente.
Fonte: www.criareplantar.com.br
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