caderno de resumos - Sistema de Eventos da UECE

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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA
CENTRO DE HUMANIDADES DA UECE – CAMPUS FÁTIMA
FORTALEZA - CE
CADERNO DE RESUMOS
EDITORES
CARLOS HENRIQUE CARVALHO SILVA
ELIANA SALES PAIVA
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
III SEMINARIO DO GRUPO DE ESTUDOS SARTRE DA UECE
50 ANOS DE SARTRE NO BRASIL:
HISTÓRIA, POLÍTICA E ARTE
Fortaleza – Ce Centro de Humanidades da UECE
28 a 31 de Julho de 2010
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
Reitor
Francisco de Assis Moura Araripe
Vice-Reitor
Antônio de Oliveira Gomes Neto
Editora da UECE
Liduina Farias Almeida da Costa
Conselho Editorial
Antônio Luciano Pontes
Eduardo Diathay Bezerra de Menezes
Elba Braga Ramalho
Francisco Horácio da Silva Frota
Francisco Josênio Camelo Parente
Gisafran Nazareno Mota Jucá
Humberto de Andrade Carmona
José Ferreira Nunes
José Henrique Leal Cardoso
Lucili Grangeiro Cortez
Luiz Cruz Lima
Manfredo Ramos
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Marcony Silva Cunha
Maria do Socorro Ferreira Osterne
Maria Salete Bessa Jorge
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
Seminários do Grupo de Estudos Sartre – 50 Anos de Sartre no Brasil: História, Política e Arte
© 2010 Copyright by Carlos Henrique Carvalho Silva e Eliana Sales Paiva
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Efetuado depósito legal na Biblioteca Nacional
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Editora da Universidade Estadual do Ceará – EdUECE
Av. Paranjana, 1700 – Campus do Itaperi – Reitoria – Fortaleza – Ceará
CEP: 60740-000 – Tel: (085) 3101-9893. FAX: (85) 3101-9603
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Editora filiada à
Coordenação Editorial
Liduina Farias Almeida da Costa
Diagramação
Everton de Oliveira Barros
Revisão de Texto
Carlos Henrique Carvalho Silva
Seminários do Grupo de Estudos Sartre – 50 anos de Sartre no Brasil: História, Política e Arte realizado
nos dias 28 a 31 de julho de 2010 pela Universidade Estadual do Ceará - Grupo de Estudos Sartre – GES
Fortaleza: EDUECE, 2010.
Editado por Carlos Henrique Carvalho Silva e Eliana Sales Paiva
41 p.
ISSN: 2176-9117
I. Seminários. II Filosofia. III Universidade Estadual do Ceará. IV. Titulo
CDD: 100
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
COMISSÃO CIENTÍFICA
Carlos Henrique Carvalho Silva
Eliana Sales Paiva
COMISSÃO CULTURAL
Paulo Marcelo Soares Brito
Paulo Jorge Barreira Leandro
Rita Bittencourt
Ewerton Ricardo
COMISSÃO DIVULGAÇÃO
Maurilene Gomes do Nascimento
Everton de Oliveira Barros
Francisco José Assunção da Silva
Ravena Olinda Teixeira
COMISSÃO FINANCEIRA
Carlos Henrique Carvalho Silva
Eliana Sales Paiva
Grupo de Estudos Sartre – GES
O Grupo de Estudos Sartre da UECE iniciou suas atividades em março de 2005, ano do centenário
de Jean-Paul Sartre com o projeto de explicitar a relação da obra filosófica e literária de Sartre, na questão
da trama da existência humana. Para nós, o espelho existencialista sartriano reflete o desespero do indivíduo
do pós guerra, o homem sem fé, sem família, sem amigos, sem qualquer meta fixa na vida.
Reflete a solidão, a liberdade e a responsabilidade do homem no mundo, com o desejo de encerrarse na condição de humano e submeter-se à liberdade e responsabilidade autônomas. Para Sartre, a literatura
re-descobre a sua função na sociedade quando a sua percepção na realidade passa a ser constituída pela
consciência da historicidade. Nesse sentido, no ano de 2006 iniciamos outro projeto cuja intenção primordial
fosse elevar a produtividade de trabalhos sobre Sartre no Brasil: Trata-se dos Cadernos Sartre cuja primeira
revista entrou em circulação no ano de 2008 juntamente com o primeiro Seminário organizado pelo GES:
O Encontro Centenário dos franceses Merleau-Ponty e Simone de Beauvoir – Resistência, arte e
contracultura - que contou com a participação de conferencistas e estudantes de graduação e pós-graduação
do Brasil. No ano de 2009, produzimos o segundo número dos Cadernos Sartre (ISSN 1983 – 6473) e o
evento Fenomenologia e Arte – Diálogo e criatividade, contribuindo para elevar a produtividade deste grupo
e incentivar o tripé que sustenta a política acadêmica: ensino, pesquisa e extensão. Finalmente, em 2010
estamos produzindo o terceiro número do Cadernos Sartre e o evento que celebra os 50 anos de Sartre no
Brasil: História, Política e Arte, contribuindo cada vez mais para a ampliação do debate existencialista no
Brasil.
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...................................................................................................................................................11
PROGRAMAÇÃO GERAL...............................................................................................................................13
PROGRAMACAO DAS COMUNICAÇÕES................................................................................................16
RESUMOS..............................................................................................................................................................19
TEORIA REVOLUCIONÁRIA A PARTIR DO PENSAR EXISTENCIAL, uma avaliação de
Marcuse
Alberto Dias Gadanha...............................................................................................................................................21
SER= SOMBRA
Alexandre Damasceno Pinheiro...............................................................................................................................21
HUIS CLOS DE SARTRE OU SEM SAÍDA....
Ana Maria Tavares....................................................................................................................................................21
CONSIDERAÇÕES GERAIS ACERCA DA PEÇA AS MOSCAS DE JEAN-PAUL SARTRE
Ana Paula Barbosa Vieira...........................................................................................................................................22
FURACÃO SOBRE O BRASIL
Carlos Henrique Carvalho Silva...............................................................................................................................22
O EXAGERO DO ÍNTIMO: CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMOR E A SEXUALIDADE EM
UM CONTO SARTRIANO
Carolina Mendes Campos e Fernanda Alt...........................................................................................................23
A PRESENÇA DE UMA MORAL RELATIVA NAS OBRAS LITERÁRIAS DE SARTRE
Cleiton dos Santos Moreira....................................................................................................................................23
SARTRE E BEAUVOIR NO CEARÁ: RELATO DE UMA PESQUISA
Cristiane Maria Marinho.........................................................................................................................................24
A POLÍTICA SARTRIANA E A BIOPOLÍTICA FOUCAULTIANA: APROXIMAÇÕES E
DISTANCIAMENTOS
Cristiane Maria Marinho, Paulo Jorge Barreira Leandro; Francisco Bruno Pereira Diógenes; Leonardo
Lima Ribeiro; Francisca Juliana Barros Sousa Lima; Kácia Natalia de Barros Sousa Lima; Ana Débora
Chagas Ramos Santiago...........................................................................................................................................24
TEXTOS DE TESTEMUNHO E INTERVENÇÃO: A INSCRIÇÃO HISTÓRICA DO
ENGAJAMENTO LITERÁRIO DE JEAN-PAUL SARTRE (1938-1960)
Danilo Linard Teodoseo e Lucinete Fortunato...................................................................................................25
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
LE SANG DES AUTRES: UMA ANÁLISE EXISTENCIALISTA SOBRE UMA PERSPECTIVA
LITERÁRIA
Débora da Silva Paula...............................................................................................................................................25
TANATOGRAFIA ESCRITURAL SARTRIANA”: A PALAVRA COMO SARCÓFAGO
Deise Quintiliano Pereira........................................................................................................................................26
DO CÓGITO À HISTORIA: A ORIGEM DO CONCEITO DE “HOMEM HISTÓRICO”
DENTRO DA OBRA SARTRIANA
Diogo Carreira Fortunato......................................................................................................................................26
SARTRE: AUTOR DRAMÁTICO EM VIDA E OBRAS
Eliana Sales Paiva e Thomas Felix Mastronardi....................................................................................................27
A INDIFERENÇA DO HOMEM EM SIMONE DE BEAUVOIR
Elizabeth Almeida Rodrigues.................................................................................................................................27
PSICOLOGIA E ONTOLOGIA: SARTRE LEITOR DE BERGSON
Fábio Coelho da Silva..............................................................................................................................................28
CRISE DO HUMANISMO E DESEJO DE TRANSCENDÊNCIA: UM DIÁLOGO ENTRE
JEAN-PAUL SARTRE E EMMANUEL LÉVINAS
Filipe Caldas Oliveira Passos e Lindemberg Jackson Sousa de Castro.............................................................28
FOUCAULT E SARTRE: A RECEPÇÃO DA FENOMENOLOGIA HUSSERLIANA NA
FRANÇA
Francisca Juliana Barros Sousa Lima....................................................................................................................29
A HISTÓRIA E O TRÁGICO EM OS SEQUESTRADOS DE ALTONA
Francisco Júnior Damasceno Paiva......................................................................................................................29
A RESPONSABILIDADE: UM NOVO PARADIGMA ÉTICO EM HANS JONAS.
Henrique Azevedo....................................................................................................................................................30
A FENOMENOLOGIA DO AMOR NO FILME: DE REPENTE CALIFÓRNIA
Janyce Soares de Oliveira.......................................................................................................................................30
MONÓLOGO: MORRO A CADA DIA
Jean Carlos Barbosa................................................................................................................................................31
SARTRE E CAMUS: UMA OBSERVAÇÃO SOBRE O FIM DE UMA AMIZADE
Jefferson José de Mendonça....................................................................................................................................31
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
LIBERDADE: DA GRATUIDADE DA EXISTÊNCIA À RESPONSABILIDADE HUMANA
EM SARTRE
José Erivaldo da Ponte Prado..................................................................................................................................32
O HUMANISMO NO EXISTENCIALISMO DE SARTRE
Judikael Castelo Branco...........................................................................................................................................32
O INFERNO DA CONVIVÊNCIA: NOTAS INTRODUTÓRIAS SOBRE OLHAR DO OUTRO
NA PEÇA TEATRAL HUIS CLOS DE JEAN-PAUL SARTRE
Kácia Natalia de Barros Sousa Lima.....................................................................................................................33
ELE FOI UM MESTRE
Leandro Lelis Matos...............................................................................................................................................33
NUVENS NEGRAS, GUERRAS DO PRESENTE
Leandro Lelis Matos................................................................................................................................................33
A BURGUESIA E SEUS PRIVILÉGIOS: UMA ANÁLISE DOS ARGUMENTOS ESTÉTICOPOLÍTICOS DE SIMONE DE BEAUVOIR ACERCA DE BRASÍLIA
Lucas Barreto Dias...................................................................................................................................................34
TEATRO DA CRUELDADE DE ANTONIN ARTAUD
Marcelo Bittencourt Filho e Ewerton Ricardo....................................................................................................34
A CRÍTICA SARTRIANA DA RELAÇÃO SER E NADA EM HEGEL
Marcos Fábio A. Nicolau.........................................................................................................................................35
CONSTRUTORES DA MÁ-FÉ: OBJETOS POR OPÇÃO
Maurilene Gomes do Nascimento........................................................................................................................35
DA INOCÊNCIA EM SARTRE: UM CAMINHO A PARTIR DA OBRA VERDADE E
EXISTÊNCIA
Paola Rebecca Braga Nunes de Holanda furtado................................................................................................36
DELEUZE E SIMONE DE BEAUVOIR: DEVIR-REVOLUCIOMÁRIO E DEVIR-FACISTA,
DESLIZES COTIDIANOS
Paulo Jorge Barreira Leandro e Vivianny Lopes Martins..................................................................................36
O HOMO OECONOMICUS
Rafael Lucas de Lima................................................................................................................................................37
DIALÉTICA E CRISE DO MARXISMO NO PENSAMENTO DE JEAN-PAUL SARTRE
Raphael Martins de Martins e Cláudia Dalla Rosa Soares..................................................................................37
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FILOSOFIA E TEATRO: AS RELAÇÕES DO EU E DO OUTRO
Ravena Olinda Teixeira e Fábio de Sousa Neves.................................................................................................38
TEATRO DO OPRIMIDO: POÉTICA POLÍTICA
Rebeka Lúcio e Neves..............................................................................................................................................38
ESPECT-ATUANDO: PERCEPÇÃO PARA AÇÃO.O OLHAR DO CURINGA SOBRE O
ESPECT-ATOR
Rebeka Lúcio e Neves..............................................................................................................................................39
O OUTRO: A EXISTÊNCIA QUE PRECEDE UM CONFLITO
Roberta Liana Damasceno Costa............................................................................................................................39
A VISITA DE JEAN-PAUL SARTRE AO BRASIL EM 1960: EXPECTATIVAS E
REPERCUSSÕES
Rodrigo Davi Almeida..............................................................................................................................................40
O IMPACTO DA HISTÓRIA E A REDEFINIÇÃO DO CONCEITO DE LIBERDADE EM
JEAN-PAUL SARTRE
Rodrigo Davi Almeida............................................................................................................................................40
VIVÊNCIA E REFLEXÃO
Simeão Donizeti Sass...............................................................................................................................................41
AS CONSEQUÊNCIAS DA LIBERDADE EM SARTRE: UMA CONDIÇÃO
CONTINGENCIAL
Simone Teixeira Bernardo......................................................................................................................................41
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
Apresentação
“Para Sartre, o homem reinventa-se no próprio cerne do marxismo”.
O evento dedicado a acolher com comentários os 50 anos da passagem de Sartre pelo Brasil em
1960 será realizado no Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará (UECE) em Fortaleza,
no período de 28 a 31 de julho de 2010 e será promovido pelo Grupo de Estudos Sartre (GES-UECE)
ciom o apoio da Reitoria e do curso de filosofia da referida Instituição
Neste evento, pretende-se fazer um resgate histórico, político e artístico do pensamento sartriano
no período compreendido entre a década 1960-1970 quando ele visita o Brasil do norte ao sul, durante
dois meses juntamente com a sua companheira Simone de Beauvoir. O convite havia sido feito por Jorge
Amado e alguns intelectuais brasileiros e ficou marcada pela Conferencia de Araraquara em São Paulo. É
importante ressaltar que neste ano também se comemora o cinquentenário de publicação do seu segundo
grande trabalho filosófico, A crítica da razão dialética.
Ao mesmo tempo em que lamentamos os 30 anos sem a sua presença marcante, polêmica e
polemizante, relembramos o seu legado diverso e divergente que alcançou prestigio e levantou a bandeira
do pensamento existencialista e marxista.
Sartre foi um homem múltiplo, um tipo de pensador que se expressava em suas análises, sobre os
mais complexos tipos de sistemas e idéias que perpassavam a antropologia, a ética, a literatura, a política, o
cinema, o teatro, o jornalismo e outros campos que, por ventura, não mencionaremos. Ao abranger todas
as perspectivas possíveis na compreensão do que é o homem, ele se destacou no século XX como o
arquétipo do sujeito engajado em todos os sentidos, sempre em busca de afirmar, na prática, a autonomia
do homem frente ao Estado, à sociedade, à família e às instituições de caráter alienante.
Daí que sua proposta filosófica prática, mesmo que contenham contradições, não deixa de elevar
o valor de um projeto humano livre e desembaraçado das coisas padronizadas no mesmo instante em que
também busca a afirmação do sujeito autêntico, além de reconhecer claramente que sem a presença de
uma alteridade ontológica este projeto humano tende a fracassar na intensidade de suas contradições.
Assim, a grande idéia sartriana da liberdade que no século XX conseguiu representar profundamente
as agruras e as vivências da condição humana, nos motiva a vislumbrar a importância do seu pensamento,
ciente de que os questionamentos presentes, mesmo que não tenham sido integralmente respondidos, nos
deu toda a condição de compreender que o homem é livre sempre que se projetar como um existente que
não se subverte as dicotomias do seu tempo, que age ciente da responsabilidade de fazer valer o seu
projeto e, enfim, que assume suas relações concretas como um desafio de conhecer tão bem o outro como
a si mesmo.
Os organizadores
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
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Programação Geral: 50 anos de Sartre no Brasil: História, Política e Arte
28/07- Quarta Feira
Manhã e Tarde
CREDENCIAMENTO
Hall de Entrada do Centro de Humanidades da UECE, Campus Fátima - Av. Luciano Carneiro, 345.
Bairro de Fátima.
Noite 18 h e 30 min.
Local: Auditório do CH-UECE
Abertura
Monólogo: Morro a cada dia
Jean Carlos Barbosa de Sousa (Cia. Sonhar de Artes Cênicas)
Performance: Ser = Sombra
Alexandre Damasceno Pinheiro (Graduando UECE)
19 h as 21
Conferência: “Tanatografia Escritural Sartriana”: a palavra como sarcófago
Deise Quintiliano Pereira (UERJ)
Mediador: Carlos Henrique Carvalho Silva (UECE)
Coquetel de abertura
29/07- Quinta Feira
Manhã 8 a 10 h
Local: Auditório do CH-UECE
Mesa redonda: Existencialismo e Marxismo
Mediador: Eliana Sales Paiva (UECE)
Alberto Dias Gadanha (UECE)
Itamar Lopes de Azevedo (UECE)
Noé Martins (UECE)
10 as 11 h 30 min.
Conversas Filosóficas: A burguesia e seus privilégios: uma analise dos argumentos estético-políticos de
Simone de Beauvoir acerca de Brasília
Lucas Barreto Dias (Graduando em Filosofia- UECE)
Tarde – 14h 30 min. as 16 h 30 min.
Local: Auditório do CH-UECE
Mesa-Redonda: Sartre: influências e críticas
Mediador: Jorge Henrique Lima Moreira (UECE)
1 Psicologia e ontologia: Sartre leitor de Bergson
Fábio Coelho da Silva (UFCG)
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2 Ele foi um mestre
Leandro Lelis Matos (UECE)
3 A critica sartriana da relação ser e nada em Hegel
Marcos Fábio Alexandre Nicolau (UFC)
17 as 18 h 30 min.
Sala anexa ao auditório do CH-UECE
Conversas Literárias: Hus Clos ou sem saída...
Ana Maria Tavares (Letras - Francês UECE)
Noite – 19 h
Local: Auditório do CH-UECE
Batuques e ritmos: maracatu
Brayner Feijó (UECE)
19 h 30 às 20h 30
Mesa redonda: Ontologia, literatura e psicanálise
Mediador: Eliana Sales Paiva (UECE)
1 O exagero do intimo: considerações sobre o amor e a sexualidade em um conto sartriano
Carolina Mendes Campos (PUC-RIO)
Fernanda Alt (UERJ)
2 Leitura Dramática: Ele foi meu mestre de Gilles Deleuze
Marcelo Bittencourt Filho
3 Sartre: autor dramático em vida e obras
Eliana Sales Paiva (UECE)
30/07- Sexta Feira
Local: Auditório e salas do CH-UECE
Manhã 8 h as 12 h
Minicursos
Minicurso 1
TITULO: TEXTOS DE TESTEMUNHO E INTERVENÇÃO: A INSCRIÇÃO HISTÓRICA DO
ENGAJAMENTO LITERÁRIO DE JEAN-PAUL SARTRE (1938-1960)
AUTORES: Danilo Linard Teodoseo e Lucinete Fortunato
Minicurso 2
TÍTULO: A POLÍTICA SARTRIANA E A BIOPOLÍTICA FOUCAULTIANA: APROXIMAÇÕES
E DISTANCIAMENTOS
AUTORES: Grupo de Estudos Foucaultianos (Paulo Jorge Barreira Leandro; Francisco Bruno Pereira
Diógenes; Leonardo Lima Ribeiro; Francisca Juliana Barros Sousa Lima; Kácia Natalia de Barros Sousa
Lima·; Ana Débora Chagas Ramos Santiago)
ORIENTADORA: Cristiane Maria Marinho (Filosofia – UECE)
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
Minicurso 3
TITULO: CRISE DO HUMANISMO E DESEJO DE TRANSCENDÊNCIA: UM DIÁLOGO ENTRE
JEAN-PAUL SARTRE E EMMANUEL LÉVINAS
AUTORES: Filipe Caldas Oliveira Passos (UECE) e Lindemberg Jackson Sousa de Castro
Tarde 14 as 17 h
Local: Salas do CH- UECE
Sessões de Comunicação de estudantes e pesquisadores
Noite 18 as 21 h
Local: Sala 42 do CH-UECE
Oficina: Teatro do Oprimido: poética política
Rebeka Lucio e Neves (IFET-CE)
18 h 30 min. às 21h 30 min.
Auditório do CH-UECE
Sessão Alternativa
Exibição do filme “Os amantes do Café Flore” seguido de debate com professores convidados
Lançamento do Cadernos Sartre 3/2010 organizado pelo GES-UECE
31/07- Sábado
Manhã 8 h 30 min. as 11 h
Balanço Geral: 50 anos de Sartre no Brasil
Mediador: Eliana Sales Paiva (UECE)
1 Sartre e Beauvoir no Ceará: Relato de uma pesquisa
Cristiane Maria Marinho (UECE)
2 Furacão sobre o Brasil
Carlos Henrique C. Silva (UECE)
3 A visita de Jean-Paul Sartre ao Brasil em 1960: Expectativas e repercussões
Rodrigo Davi Almeida (UNESP/ FCL de Assis)
12 horas
Almoço e confraternização de encerramento.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
Programação das comunicações de estudantes e pesquisadores
Obs.: Todas as comunicações ocorrerão na sexta feira (30/07) nos horários de 14 as 17 h e 45 min.
nas salas 41, 42 e 43 do Centro de Humanidades da UECE, campus Benfica.
Sessão – Filosofia e Arte: O teatro de situação (14 as 16 h)
Mediador: Eliana Sales Paiva
1 Considerações gerais acerca da peça As moscas de Jean-Paul Sartre
Ana Paula Barbosa Vieira (Graduanda em filosofia UECE)
2 O inferno da convivência: notas introdutórias sobre o olhar do outro na peca teatral Huis Clos
de Jean-Paul Sartre
Kácia Natalia de Barros Sousa Lima (Graduanda em filosofia UECE)
3 Nuvens negras, guerras do presente
Leandro Lelis Matos (Graduado em filosofia UECE)
4 Filosofia e teatro: as relações do eu e do outro
Ravena Olinda Teixeira (Graduanda em filosofia UECE)
Fábio de Sousa Neves (Graduando em filosofia UECE)
Sessão – História e Liberdade (14 as 16 h)
Mediador: Carlos Henrique Carvalho Silva
1 Do Cogito à história: A origem do conceito de “homem histórico” dentro da obra sartriana
Diogo Carreira Fortunato (Mestrando em filosofia UFRJ)
2 A história e o trágico em Os seqüestrado de Altona
Francisco Júnior Damasceno Paiva (Graduado em filosofia UFPB)
3 O impacto da história e a redefinição do conceito de liberdade em Jean-Paul Sartre
Rodrigo Davi Almeida (Doutor em História (Doutor em História pela UNESP/FCL de Assis)
4. As consequências da liberdade em Sartre: uma condição contingencial
Simone Teixeira Bernardo (Graduanda em filosofia UECE)
Sessão – Sartre e outros autores: Fenomenologia e Ética (14 as 16 h)
Mediador: Paulo Marcelo Soares Brito
1 A Responsabilidade: Um Novo Paradigma Ético em Hans Jonas
Henrique Azevedo (Graduando em filosofia UECE)
2 A Fenomenologia do amor no Filme: De repente Califórnia
Janyce Soares de Oliveira (Graduanda em filosofia UECE)
3 Sartre e Camus: uma observação sobre o fim de uma amizade
Jefferson José de Mendonça (Graduando em Filosofia UECE)
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
4 Espect-atuando: Percepção para ação. O olhar do curinga sobre o espect-ator
Rebeka Lúcio e Neves (Graduada em Artes Cênicas IFET-CE)
5 Foucault e Sartre: A recepção da fenomenologia husserliana na França
Francisca Juliana Barros Sousa Lima (Graduanda em filosofia UECE)
Sessão – Ontologia e Existencialismo (16 as 17 h 45 min.)
Mediador: Maurilene Gomes do Nascimento
1 Liberdade: Da gratuidade da existência à responsabilidade humana em Sartre
José Erivaldo da Ponte Prado (Graduando em filosofia UEVA)
2 O Humanismo no existencialismo de Sartre
Judikael Castelo Branco (Mestrando em filosofia UFC-CAPES)
3 Construtores da má-fé: objetos por opção
Maurilene Gomes do Nascimento (Graduanda em filosofia UECE)
4 O outro: A existência que precede um conflito
Roberta Liana Damasceno (Mestranda em filosofia UFC)
Sessão – Filosofia Política e Moral (16 as 17 h 45 min.)
Mediador: Paulo Marcelo Soares Brito
1 A presença de uma moral relativa nas obras literárias de Sartre
Cleiton dos Santos Moreira (Graduando em filosofia UECE)
2 Da inocência em Sartre: Um caminho a partir da obra Verdade e Existência
Paola Rebecca Braga Nunes de Holanda furtado (Graduanda em filosofia UECE)
3 Dialética e crise do marxismo no pensamento de Jean-Paul Sartre
Raphael Martins de Martins (Graduando em filosofia UECE)
Claudia Dalla Rosa Soares (Mestranda em filosofia UFOP)
Sessão – Simone de Beauvoir 16 as 17 h 45 min.
Mediador: Lucas Dias Barreto
1 Le Sang dês autres: uma analise existencialista sobre uma perspectiva literária
Débora da Silva Paula (Graduanda em filosofia UECE)
2 A indiferença do homem em Simone de Beauvoir
Elizabeth Almeida Rodrigues (Graduanda em filosofia UECE)
3 Deleuze e Simone de Beauvoir: Devir-revoluciomário e Devir-Facista, deslizes cotidianos.
Paulo Jorge Barreira Leandro (Mestrando em filosofia UFPB)
Vivianny Lopes Martins (Graduanda psicologia – UECE)
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
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RESUMOS
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
TEORIA REVOLUCIONÁRIA A PARTIR DO PENSAR EXISTENCIAL: UMA
AVALIAÇÃO DE MARCUSE
Alberto Dias Gadanha (Professor de filosofia UECE)
Pensar para Herbert Marcuse é operação sintetizadora de contraposições constantes. As contradições
monopolizaram a cultura do séc XX com a exposição e o expressionismo existencial e linguístico. Marcuse
expõe o existencialismo de Sartre neste fluxo e refluxo entre repressão e indignação, entre institucionalização
e rebeldia, entre o concreto e o alusivo. Pergunta-se: Consegue o existencialismo atingir o ponto em que a
ideologia filosófica pode transformar-se em teoria revolucionária?
Palavras-Chave: Teoria revolucionária. Pensar. Existencialismo. Marcuse.
SER= SOMBRA
Alexandre Damasceno Pinheiro (Graduando em filosofia UECE)
Ao projetar sua sombra no mundo o homem mostra que é um ser existente, quando o ato aparece a vida
passa a se estruturar. Nossa projeção é efetivada no mundo quando deliberamos e a partir de então o
homem passa a ser aquele que causa e produz, aquele que é o motivo de algo. Partindo do principio de que
somos um ser que projeta nossas vontade do mundo, por onde passamos a nossa sombra nos acompanha,
e por onde ela passa abri-se um caminho e a possibilidade é lançada na existência. O objeto existe e
consequentemente uma sombra ocupará um espaço no espaço, basta que tenha uma fonte de luz em sua
frente. Fundamentado na filosofia de Sartre a idéia é buscar a liberdade e pela arte mostrar-nos em nossa
existência.
Palavras chave: Sombra. Projeção. Ser. Existência. Deliberar.
HUIS CLOS DE SARTRE OU SEM SAÍDA....
Ana Maria Tavares (Professora de Letras – Frances na UECE)
A peça teatral Huis Clos, escrita entre 1943 e 1944 é a mais conhecida de Jean Paul Sartre. O inferno não
é apresentado com grilhões, fogo, nem com demônio com rabo e tridente fazendo torturas físicas, mas
será oferecido ao espectador um julgamento implacável do outro sobre nós. Sartre, como um
experimentador, seleciona três perfis de indivíduos cuja combinação é explosiva. Ele os bloqueia em um
cenário e os constrange a coexistir, a suportar a presença de cada um, sem nenhuma possibilidade de fuga.
O autor sugere que nossos atos não podem ser mais modificados. Quando a morte chega, não teremos
mais nenhum poder de intervir na interpretação que o mundo dará sobre nossos atos feitos em vida. Os
três personagens em cena, Garcin, Inês e Estela, cada qual com um drama, amarga experiência, obcecados
por suas histórias de vida, cada um em posição de vítima, sob o olhar acusador dos outros. Cada um
condenado à eternidade a suportar o peso de seus atos. Paradoxalmente se tornam dependentes e inseparáveis
um dos outros, porque os outros são no fundo o que há de mais importante em nós mesmos, para o nosso
próprio conhecimento de nós mesmos.
Palavras-Chave: Sartre. Hus Clos. Teatro de situação.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
CONSIDERAÇÕES GERAIS ACERCA DA PEÇA AS MOSCAS DE JEAN-PAUL SARTRE
Ana Paula Barbosa Vieira (Graduanda em Filosofia da Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Baseada na lenda grega de Orestes, As Moscas de Jean-Paul Sartre (1905-1980) é uma peça teatral escrita em
1943, período em que a França vivia o terror da Segunda Guerra Mundial e da ocupação nazista em seu
território. Valendo-se de metáforas, a narrativa sartreana aborda o problema da liberdade como sendo
uma das principais causas do sofrimento humano, além de tratar da relação que o homem estabelece com
a divindade no sentido de “aliviar” suas culpas. Dentro dessa perspectiva, o autor correlaciona de maneira
não explícita, os fatos do cotidiano da época em que vivia com a lenda grega. Faz-se necessário indicar que
no contexto da época em que a obra foi escrita, Sartre a escreve com o objetivo de denunciar também o
conformismo ao qual o homem está habituado. Na trama, Orestes é um jovem que motivado pelo sentimento
de vingança, retorna à sua terra natal a fim de acabar com o assassino de seu pai, o rei Agamênon. Ao
chegar à Argos, Orestes se depara com uma cidade tomada por terríveis moscas e com seus habitantes
atormentados pela culpa da morte de seu rei. Ao passo que a trama evolui, identifica-se a presença marcante
do pensamento existencialista do filósofo francês.
Palavras-Chave: Orestes. Liberdade. Culpa. Sartre.
FURACÃO SOBRE O BRASIL
Carlos Henrique Carvalho Silva (Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará – UFC
e professor Substituto na Universidade Estadual do Ceará-UECE)
E-mail: [email protected]
A passagem de Sartre pelo Brasil ocorrido há exato 50 anos despertou muitos olhares curiosos de
admiradores e críticos e, no entanto, foi um fato histórico mais divulgado pelos meios de comunicação do
que estudado pelos intelectuais. Durante dois meses e meio, o filósofo existencialista e sua companheira
Simone de Beauvoir deram mostra de uma extensa e riquíssima produção de norte a sul do país. Nesse
sentido, o presente trabalho busca dar testemunho da trajetória do intelectual engajado que buscou enfatizar
sua capacidade de polemizar em diversas conferências que debateu com maestria os assuntos políticos
mais urgentes daquela época como a Revolução Cubana, a Guerra da Argélia, a Reforma Agrária no Brasil
e expôs ao máximo a medida de sua segunda fase filosófica: a idéia do homem histórico concreto. Mas o
documento que melhor ressalta a sua passagem pelo nosso país, é o livro intitulado A conferência de Araraquara
cuja questão da ideologia existencial e o fundamento da antropologia se constituirá em objeto primordial
do presente trabalho.
Palavras-Chave: Sartre. Brasil. Ideologia Existencial. Antropologia. Existencialismo.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
O EXAGERO DO ÍNTIMO: CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMOR E A SEXUALIDADE
EM UM CONTO SARTRIANO
Carolina Mendes Campos (Mestre em Psicologia Clínica - PUC-Rio)
Fernanda Alt (Mestre em Psicologia Social - UERJ)
A publicação da coletânea O Muro em 1939 rendeu a Sartre a fama de obsceno e podemos pensar que o
conto Intimidade contribuiu de forma decisiva para tal. Trata-se de uma história que revela detalhes dos
relacionamentos da protagonista Lulu que, através de uma narrativa devassada de sua intimidade, se desnuda
aos olhos do leitor, numa relação “quase-intimidante”. Desta forma, o conto aborda temas sartrianos
originais através de uma espécie de “exagero” caricaturado na construção desta personagem, que em seus
monólogos deixa transparecer a ambígua relação que estabelece com a intimidade. Ela quer ser amada
“por dentro e por fora”, por inteiro, no mais íntimo, no âmago de seu ser. E a experiência proporcionada
ao leitor não deixa de envolver um sentido cúmplice, na qual ele se vê exposto a essa assombrosa consciência
de Lulu que se escandaliza com a sexualidade, que se familiariza com a sujeira e que busca sua purificação
no bastar-se por si mesma. Lulu pode ser “lida” como símbolo das frustradas tentativas de se constituir um
fundamento de ser, por meio das relações concretas que estabelecemos com os Outros. Ela se debate
entre suas ilusões e medos, em movimentos desesperados de se ver justificada pelo Outro, através de seu
corpo, de sua sexualidade, de sua intimidade e de seus amores. Assim, pensamos que Intimidade revela-se
rico de sentidos para refletirmos sobre uma psicologia clínica, uma vez que coloca em cena indagações que
ilustram situações bastante freqüentes no espaço de terapia, não só pelos temas abordados, mas também
por este espaço se revelar como um lugar privilegiado para a intimidade se desvelar. Propomos um mergulho
nas redes de sentidos costuradas pela literatura sartriana, a fim de oferecer uma outra perspectiva para
temas tão cotidianos da psicologia clínica como a sexualidade e o amor.
Palavras-Chave: Intimidade. Amor. Sexualidade. Fracasso. Psicologia Clínica.
A PRESENÇA DE UMA MORAL RELATIVA NAS OBRAS LITERÁRIAS DE SARTRE
Cleiton dos Santos Moreira (Graduando em Filosofia pela UECE)
Esse Trabalho tem como principal objetivo expor a questão da moral presente nas escolhas, que tiveram
como embasamento a análise e reflexão das obras literárias de Sartre, em especial as obras “A idade da
Razão” e “As Mãos Sujas”, onde está contido que as escolhas por si mesmas possuem um valor, valor esse
que em si é relativo e subjetivo aos olhos de Outro. Poderá ser constatado um desvelamento da moral, um
desconstruir necessário de uma moral obsoleta e de má-fé a fim de que com isso possa engendrar uma
nova moral, que se faz necessário, uma vez que os valores não estatizam, permanecem em constante
movimento, pois este é subjugada pela temporalidade e a subjetividade do ser, fazendo a partir daí o devido
paralelo com a obra póstuma “Verdade e Existência”.
Palavras Chaves: Moral. Liberdade. Escolha. Má-Fé. Deus.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
SARTRE E BEAUVOIR NO CEARÁ: RELATO DE UMA PESQUISA
Cristiane Maria Marinho (Mestre em Filosofia (UFPB); Doutora em Educação (UFC) Professora
do Curso de Filosofia da UECE)
[email protected]
A presente comunicação tem por objetivo central apresentar o desenvolvimento de uma pesquisa sobre a
visita de Sartre e Simone de Beauvoir ao Ceará na década de 60 do século passado, século XX. Os objetivos
secundários desta exposição consistem na demonstração dos desdobramentos das fases da pesquisa, bem
como na apresentação do material que suscitou a idéia da pesquisa e nas futuras possibilidades contidas
nela. A proposta dessa comunicação encontra sua justificativa em três pontos: na necessidade de socializar
as pesquisas realizadas ou andamento; na contribuição que possa advir dessa exposição para outros
pesquisadores ou iniciantes em pesquisa para que possam se inspirar para realizarem novas investigações;
na carência que existe no Ceará de realizar uma memória da filosofia acontecida no nosso Estado e dos
fatos históricos ligados a ela.
Palavras-chave: Sartre. Beauvoir. Ceará
A POLÍTICA SARTRIANA E A BIOPOLÍTICA FOUCAULTIANA: APROXIMAÇÕES E
DISTANCIAMENTOS
Cristiane Maria Marinho (Graduada em Filosofia (FAFIFOR), Especialista em Economia Política
(UECE); Mestre em Filosofia (UFPB); Doutora em Educação (UFC); Professora do Curso de
Graduação em Filosofia (UECE); Coordenadora do Grupo de Estudos Foucaultianos/UECE
(GEF)
Grupo de Estudos Foucaultianos (Paulo Jorge Barreira Leandro; Francisco Bruno Pereira Diógenes;
Leonardo Lima Ribeiro; Francisca Juliana Barros Sousa Lima; Kácia Natalia de Barros Sousa
Lima·; Ana Débora Chagas Ramos Santiago)
EMAIL: [email protected]
O presente minicurso pretende investigar as diferenças existentes entre os itinerários políticos, os modos
de pensamento e os projetos filosóficos de Foucault e Sartre, bem como as possíveis aproximações e
interconexões entre eles. No panorama filosófico francês, Michel Foucault (1926-1984) é uma das figuras
mais representativas no tocante à crítica da modernidade. Jean-Paul Sartre (1905–1980) também representa
essa crítica ao propor a redescoberta do homem, em seu “agir”, no interior do marxismo. Por um lado, com
o desenvolvimento dos seus estudos, Foucault expõe um dispositivo, característico do biopoder no escopo
da gestão da vida enquanto população, ao qual denominará biopolítica. Por outro lado, Sartre desempenha
papel ativo no movimento de esquerda, transpondo, concomitantemente, seus ideais para várias peças de
teatro. As idéias deste autor, aqui, serão enfatizadas a partir de uma perspectiva marxista.
Palavras-Chave: Foucault. Sartre. Política.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
TEXTOS DE TESTEMUNHO E INTERVENÇÃO: A INSCRIÇÃO HISTÓRICA DO
ENGAJAMENTO LITERÁRIO DE JEAN-PAUL SARTRE (1938-1960)
Danilo Linard Teodoseo (Graduado em História pela Universidade Regional do Cariri – URCA,
Ceará; Especialista em História Social em curso oferecido por esta mesma IES e Mestrando em
História Cultural pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Paraíba)
E-mail: [email protected]
Lucinete Fortunato: Professora Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas,
São Paulo e atualmente professora adjunta do departamento de história da Universidade Federal
de Campina Grande – PB)
E-mail: [email protected]
Pretendemos colocar em discussão o fenômeno do engajamento intelectual do filósofo e escritor francês
Jean-Paul Sartre (1905-1980) numa perspectiva histórica, colocando em evidência as condições de
possibilidade da adoção dessa postura pelo autor, inscrevendo suas contribuições e sua prática literária na
tradição da literatura engajada francesa. Concebemos seus textos literários, simultaneamente, tanto como
registros históricos, quanto como instrumentos de reflexão, conhecimento e intervenção nas questões de
seu tempo. Traçaremos um panorama geral de sua produção enquanto escritor engajado, indicando as
(des)continuidades e rupturas presentes na efetivação de seu projeto de engajamento intelectual. Indicaremos
as resistências à suas teses relativas ao compromisso do escritor com a sociedade, assim como, apontando
as rejeições à estética literária que se faz presente em suas obras. Para efeito de discussão, nos deteremos
com maior atenção na aproximação inicial de Sartre com a literatura engajada, analisando a problemática
do engajamento literário no conto “O Muro”, escrito e publicado no ano de 1938.
Palavras-chave: Jean-Paul Sartre.Intelectual Engajado. Literatura Engajada. Reflexão Histórica.
LE SANG DES AUTRES: UMA ANÁLISE EXISTENCIALISTA SOBRE UMA
PERSPECTIVA LITERÁRIA
Débora da Silva Paula (Graduanda em Filosofia pela UECE)
[email protected]
Simone de Beauvoir (1908-1986), filósofa e escritora, desenvolve em seu segundo romance intitulado Le
Sang des Autres (1945), uma obra literária que se caracteriza em seu desenrolar por um forte apelo filosófico,
questões existencialistas, como a existência de cada indivíduo e a sua coexistência com todos os outros, os
quais se encontram ao seu redor na perspectiva da personagem Jean Blomart e de sua mulher Hélène. A
obra nos coloca, portanto, frente a frente com uma visão complexa da subjetividade de cada um e das
consequências disso nas relações humanas, através de conflitos, dúvidas e dilemas vividos pelas personagens.
O romance tem seu início num período anterior a Segunda Guerra Mundial e seu desfecho ocorre nesse
momento conflituoso, além de ser uma época de mobilização do proletariado e dos sindicatos da França,
o que gera muitos conflitos civis e políticos. Sendo assim, na presente comunicação, buscaremos promover
uma análise da questão existencial a partir de uma análise dos pensamentos e atitudes de cada personagem
apresentada. Para tanto, o questionamento que norteia tal estudo é: De que maneira a existência do eu
interfere na relação com o outro?
Palavras-chave: Subjetividade. Engajamento. Literatura. Filosofia. Simone de Beauvoir.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
“TANATOGRAFIA ESCRITURAL SARTRIANA”: A PALAVRA COMO SARCÓFAGO
Deise Quintiliano Pereira (Professora de Língua e Literatura francesa na UERJ)
A morte como imagem, como idéia e como discurso é um dos temas recorrentes no projeto (auto)biográfico
de Jean-Paul Sartre, manifestando-se, de modo especial, na autobiografia As Palavras, nas biografias inacabadas
de Baudelaire, Mallarmé ou Flaubert (O idiota da família), nos panegíricos em homenagem a Paul Nizan, Albert
Camus, Merleau-Ponty ou o Tintoretto (O Sequestrado de Veneza), além de disseminar-se, em profusão, na
argamassa textual produzida pelo escritor, seja na filosofia, na literatura ou em qualquer modo de expressão
de seu pensamento eclético. Nesse sentido, interessa-nos trazer à luz o aspecto fundamentalmente
testamentário que fundamenta sua obra: as associações entre o livro e o túmulo, a biblioteca e o cemitério, o
literário e o funerário, no processo de autocanonização existencial do filósofo.
Palavras-Chave: Sartre. Autobiografia. Palavra.
DO CÓGITO À HISTORIA: A ORIGEM DO CONCEITO DE “HOMEM HISTÓRICO”
DENTRO DA OBRA SARTRIANA
Diogo Carreira Fortunato (Mestrando em filosofia pela UFRJ)
E-mail: [email protected]
Por causa da extensão de sua obra muitas vezes Sartre é acusado de ser um autor contraditório, entretanto
acreditamos que essa equivocidade na maioria das vezes é causada pela superficialidade com que certos
comentadores trabalham as grandes obras sartrianas. Preferindo por vezes a especificidade de uma obra à
complexidade da obra como um todo. Por conseguinte a idéia aqui é comprovar que a obra sartriana não
possui contradições, mas sim que ela de maneira geral evolui ampliando seus antigos conceitos. Não
podemos ignorar o fato de que este ano se completa trinta anos na ausência do filósofo, e que ainda existe
muito material inédito (principalmente no Brasil) de seus escritos, entretanto a obra já esta fechada, já esta
mais do que em tempo de avaliarmos a obra como um todo e não como se fossem capítulos independentes.
Assim, visando incentivar este tipo de pesquisa, pegando o conceito de “pseudo-cógito” presente em uma
das primeiras obras sartrianas, La Transcendence de l’Ego, e demonstrar como se deu sua evolução e seu
amadurecimento até chegar ao conceito de homem histórico, vinte três anos depois, na Critique de la
Rasion Dialectique.
Palavras-chave: Homem Histórico; Pseudo-cógito; Marxismo; Materialismo.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
SARTRE: AUTOR DRAMÁTICO EM VIDA E OBRAS
Eliana Sales Paiva (Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará e Professora do curso
de filosofia da Universidade Estadual do Ceará – UECE)
Thomas Felix Mastronardi (Doutor em filosofia do Direito pela Universidade de Zurique e
Advogado internacional)
O atual estudo fixa nas três peças teatrais centrais: Ente Quatro Paredes, A Prostituta Respeitosa e As
Moscas. As contribuições artísticas mostram que na filosofia existencialista de Sartre, os homens são livres
e responsáveis por todas as suas ações e que não há desculpa. As peças teatrais de Sartre mostram muito
bem a filosofia dele em relação com a vida do dia-a-dia, retrata o existencialismo na vivência cotidiana,
exemplificando nas diversas formas de vida. Percebemos que Sartre vislumbra um homem livre e responsável,
verdadeiro e autônomo, autêntico e engajado. Portanto, ele foi contra todas as formas de alienação do
homem pelas instituições, pelas crenças e pelas ciências. Sartre foi um lutador pela liberdade. A postura
que está presente em sua filosofia é complexa, talvez com feições contraditórias, paradoxais, como a vida
vivida humanamente, mas com certeza não propõe um sistema filosófico harmônico. A sua obra filosófica
e dramática é, como sua vida toda, uma busca de si mesmo nas ações, nos textos, na ação moral engajada.
Precisamos compreender a intenção de Sartre para compreender bem a sua filosofia. As contradições, os
paradoxos não destoam a filosofia sartreana de luta para o homem livre e responsável pelas ações. Só o
homem mesmo é responsável. Não tem uma Natureza, uma Biologia, uma Neurobiologia, um Subconsciente,
um Deus e/ou nem Demônios responsáveis. Não há responsável para ações más ou de má-fé fora do
humano. A mensagem de Sartre: eu sou livre, existencialmente livre, para tudo, não tem destino nem
condicionamentos, a única coisa que importa é a minha escolha, a minha decisão e a minha ação que
sempre é livre e por isso responsável. Sartre pensou como um filósofo, viveu como um filósofo, escreveu
como um filósofo, e por isso ele foi o expoente filosófico do século XX.
Palavras-Chave: Sartre. Liberdade. Responsabilidade. Drama humano. Engajamento.
A INDIFERENÇA DO HOMEM EM SIMONE DE BEAUVOIR
Elizabeth Almeida Rodrigues (Graduanda de Filosofia na UECE)
E-mail: [email protected]
A filósofa e escritora existencialista francesa Simone de Beauvoir (1906 – 1986), possui em seu pensamento
filosófico uma constante preocupação voltada para o agir, e em seu primeiro ensaio filosófico de 1994,
“Pirro e Cinéias” (Pyrrhus et Cinéas), ela traz como tema geral essa preocupação com o agir do homem,
que por sua vez é livre; ele está para ser, e o é mediante suas escolhas. Mas se ele escolher ser um indiferente
para um mundo que não é ele e onde nada é dele? Só renunciaria seu direito de escolha por meio de uma
escolha; quando ele diz ser um indiferente, esquece-se convenientemente de que tal comportamento foi
efetivado por sua própria ação, foi sua escolha, e é por má-fé que ele renuncia sua responsabilidade e sua
liberdade, já que foi livre até em preferir não o ser. E por meio de exemplos advindos da literatura, filosofia
e do cotidiano a autora expõe que o homem apenas se engana em querer-se ser um indiferente, uma vez
que não pode furtar-se do direito de escolher, sendo a não escolha, já uma escolha. Deste modo, fazendose presente no mundo que pretendia evadir-se.
Palavras-Chave: Beauvoir. Indiferença. Escolha.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
PSICOLOGIA E ONTOLOGIA: SARTRE LEITOR DE BERGSON
Fábio Coelho da Silva (Professor do Curso de Filosofia da UFCG. Mestre em Filosofia pela UFSCar)
E-mail: [email protected]
Em relação à história da filosofia contemporânea francesa, é bastante comum destacar a influência de
Husserl/Heidegger sobre o pensamento de Sartre, bem como a aproximação com o marxismo após a
Segunda Guerra Mundial. Porém, um “fundo silencioso” (utilizando aqui a expressão de Marilena Chaui)
permeia sua obra: esse fundo é a filosofia bergsoniana. Apesar das inúmeras críticas apresentadas em obras
como A imaginação e O Ser e o Nada, Sartre afirmou que descobriu a filosofia a partir da leitura de Bergson.
Para avaliar o alcance de tal controvérsia interpretativa, propomos analisar a problemática em torno da
vida psicológica em ambos os autores. Uma das teses fundamentais de Bergson sustenta que a purificação
da experiência consciente permite o encontro com o “eu profundo”, a dimensão que evidencia a verdadeira
realidade. Sartre, por sua vez, rejeita categoricamente a hipótese de uma consciência que não seja um
“deslizar para fora de si”. Vamos investigar, nesta comunicação, a seguinte questão: a partir da ontologia
fenomenológica é admissível afirmar que a interioridade proposta por Bergson é uma “vida solitária, cega
e muda” (expressão de Merleau-Ponty)?
Palavras-chave: História da Filosofia Contemporânea Francesa. Interioridade. Consciência.
CRISE DO HUMANISMO E DESEJO DE TRANSCENDÊNCIA: UM DIÁLOGO ENTRE
JEAN-PAUL SARTRE E EMMANUEL LÉVINAS
Filipe Caldas Oliveira Passos (UECE) – (Mestrando em Filosofia pela UECE)
E-mail: [email protected];[email protected]
Lindemberg Jackson Sousa de Castro (Graduando em Filosofia pela UECE)
O presente minicurso possui como tema central a relação que se pode estabelecer entre os modelos de
humanismo propostos por Jean-Paul Sartre e Emmanuel Lévinas no contexto niilista do século XX,
marcado por eventos tais como o anúncio nietzscheano-heideggeriano da morte de Deus, isto é, do fim da
Metafísica e, por conseguinte, da crise do humanismo tradicional. Assim sendo, o eixo temático deste minicurso
define-se como sendo o de Filosofia e História, uma vez que as propostas humanistas de Sartre e Lévinas
aparecem como respostas ao problema do estatuto da subjetividade na época do fim ou, por outras palavras,
do acabamento da História da Metafísica. Para tanto, ambas as respostas formulam-se a partir de um esforço
fenomenológico para uma compreensão mais concreta e abrangente da consciência, em termos de historicidade
e facticidade, e, portanto, para além do modelo de consciência adotado na Alta Modernidade. Nesse ponto,
é o desejo de transcendência que caracteriza a radicalidade de ambos os filósofos e que também os diferencia,
sobretudo, na relação entre os conceitos de liberdade e responsabilidade.
Palavras-Chave: Humanismo. Consciência. Desejo. Liberdade. Responsabilidade.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
FOUCAULT E SARTRE: A RECEPÇÃO DA FENOMENOLOGIA HUSSERLIANA NA
FRANÇA
Francisca Juliana Barros Sousa Lima (Graduada em Licenciatura Específica em História pela
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), graduanda em Filosofia pela Universidade Estadual
do Ceará (UECE) e membro do Grupo de Estudos Foucaultianos/UECE (GEF)
Email: [email protected]
A presente comunicação busca explicitar a recepção da fenomenologia de Husserl e suas possíveis influências
no pensamento de Michel Foucault e Jean Paul-Sartre. Apesar de serem duas gerações balizadas pelo
tempo, encontrar-se-ão em relativa proximidade no campo político-filosófico. Jean Paul-Sartre (19051980) faz parte de uma geração que promoveu reivindicações acerca de um florescimento de uma filosofia
concreta que almejava, sobretudo, uma revolta contra o idealismo universitário. Tal filosofia concreta
receberá mais tarde o nome de existencialismo e terá por referencial teórico a filosofia de Edmund Husserl
(1859-1938). Michel Foucault (1926-1984), sob uma nova perspectiva, seguirá o mesmo referencial teórico
husserliano. A diferença mais marcante entre ambos os pensadores no que diz respeito à apropriação da
fenomenologia proposta por Husserl como referencial teórico é que, enquanto Foucault afirma a necessidade
de desapropriar a consciência humana das formas de objetividade, Sartre, por sua vez, pretende fundar o
existencialismo como um humanismo possível do período entre guerras com base nessa filosofia.
Palavras-Chave: Fenomenologia. Sartre. Foucault.
A HISTÓRIA E O TRÁGICO EM OS SEQUESTRADOS DE ALTONA
Francisco Júnior Damasceno Paiva (Graduado em Filosofia pela UFPB)
E-mail:[email protected]
Neste trabalho analisaremos os elementos filosóficos presentes na peça Os Sequestrados de Altona (1960) de
Jean-Paul Sartre (1905-1980). Nesta obra, escrita em plena guerra fria, Sartre discute a relação entre o
indivíduo e a História. Através da condenação do nazismo, Sartre denuncia o colonialismo francês e o
imperialismo norte-americano. A peça é contemporânea de Questões de Método e da Crítica da Razão Dialética.
Em cinco atos desenrolam-se os dramas existenciais e históricos dos personagens. Para Frantz, o
protagonista, é o momento do acerto de contas com o seu passado e com as suas escolhas. Afinal, quem
joga as cartas, os indivíduos ou o destino? Qual o espaço de liberdade diante da facticidade? Qual o grau de
responsabilidade do sujeito frente às suas escolhas? Estas são algumas das questões que dilaceram Frantz,
Leni, Johanna, Werner e Von Gerlach, personagens principais do drama sartriano. Para Sartre, “o homem
é o lobo do homem”. Essa condição humana concede um caráter trágico ao nosso século, que teria sido
bom, se não fosse o embate do homem com essa fera: “O século poderia ter sido bom, se o inimigo cruel
e imemorial do homem não tivesse ficado à espreita dele, essa espécie carnívora que tem jurado sua
destruição, essa besta maligna e sem pelos, o próprio homem!” (SARTRE, 1960 : 134).
Palavras-Chave: História. Liberdade. Trágico. Responsabilidade. Indivíduo.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
A RESPONSABILIDADE: UM NOVO PARADIGMA ÉTICO EM HANS JONAS
Henrique Azevedo (Graduando em Filosofia pela UECE)
E-mail: [email protected]
Qualquer pessoa ao folhear as páginas de um jornal encontrará escritos acerca de catástrofes climáticas. É
fato, no entanto, que desastres ecológicos sempre ocorreram durante a História, contudo os desastres
climáticos atuais, pública e notoriamente, são consequências da intervenção humana desordenada sobre a
natureza. O acreditado progresso técnico ( por exemplo,da roda à bomba atómica; se é que possamos
chamar esta última de progresso) da humanidade está resultando em uma passibilidade real da inexistência
humana. Com isso, tem de haver uma exigência ética para a civilização tecnológica. Hans Jonas, pensador
alemão que radicou-se nos EUA por decorrência da ascenção nazista ao poder em seu país, apresenta-nos
uma alternativa ética, a saber, a responsabilidade como princípio norteador da vida humana. Esta nova
exigência ética decorre do fato de que as éticas anteriores não abarcam a realidade atual da humanidade, na
medida em que o seu poder técnico sobre o mundo é demasiadamente grande. Decorre disso, que as éticas
anteriores versavam sobre uma situação imediata, na qual homens confrontavam-se eticamente apenas
com outros homens, exemplificadas no imperativo categórico ético kantiano. Jonas expande o objeto
ético para além da esfera do humano, abrangendo todo o planeta, a fim de que se preserve as condições de
existência de objetos éticos, a saber, os próprios seres humanos e um habitat. Assim, a própria existência
já constitui a exigência da responsabilidade pela preservação das condições de aparição de homens no
futuro, uma necessidade autêntica também de uma imagem de um homem universal, o que Sartre abominaria.
Desse modo, esta comunicação tem o objetivo de mostrar como Hans Jonas coloca a responsabilidade
como a condição fundamental da moralidade, instituindo uma ética do futuro expressa no presente. Usarei,
para tal, a obra Príncipio Responsabilidade, “pois há um excesso do nosso poder de fazer sobre o nosso poder
de prever.”
Palavras-Chave: Responsabilidade. Ética. Existência. Técnica. Humanidade.
A FENOMENOLOGIA DO AMOR NO FILME: DE REPENTE CALIFÓRNIA
Janyce Soares de Oliveira (Graduanda em Filosofia pela UECE)
E-mail: [email protected]
O intuito do artigo é demonstrar a questão do amor como um conflito existencial. O objeto de estudo
será o texto filosófico de Sartre, denominado ‘’O Ser e o Nada’’ (Capitulo III da parte III) publicado em
1943 e o filme ‘’De Repente Califórnia’’ do diretor Jonah Markowitz de 2008. O Ponto em comum aqui, entre
a escrita filosófica e a expressão do cinema é a experiência do conflito. Em Sartre, o amor é visto como
uma possiblidade de escolha amorosa e intencional da consciência e não um valor pré-estabelecido. A
obra do diretor Jonah Markowitz, mostra o desafio da escolha profissional, amorosa e vida, os conflitos de
conceitos e decisões e experiências de lazer, familia, sentimentos e significados. O método é fazer um
paralelo entre a filosofia e o cinema com base na fenomenologia do amor e do olhar existencialista sobre
o personagem Zach. È verificada ideias opostas sobre o amor, no qual é uma necessidade imposta pelos
valores sociais e culturais da sociedade cristã e existe a teoria existencialista na qual o amor é um projeto de
autonomia de escolha. Dessa forma a fenomenologia de Sartre propõe apontar questões do “ser-umcom-o-outro” do homem e no filme é evidente tais reflexões.
Palavras-Chave: Sartre. Filme De Repente Califórnia. Fenomenologia.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
MONÓLOGO: MORRO A CADA DIA
Jean Carlos Barbosa (Ator da Cia de Artes Cênicas Sonhar e Graduado em Filosofia UECE)
O objetivo é apresentar o poema autobiográfico escrito durante uma aula de filosofia num certo dia
chuvoso.
Morro a cada dia.
Na agonia de nascer sem destino,
Cresce minh’alma sem alegria
A tocar a velhice em desatino.
Morro a cada dia.
O amargo da dor n’alma sentida
É amante do sofrer no espelho uma epifania.
Morro a cada dia.
Até o túmulo faltam quantos passos?
Viver uma vida quase enlouquecida,
Sofrer angústia nas incertezas do que faço.
Morro a cada dia.
Nasço, cresço, envelheço,
Sinto, sofro, enlouqueço...
Morro a cada dia.
Palavras-Chave: Monólogo. Autobiográfico. Arte
SARTRE E CAMUS: UMA OBSERVAÇÃO SOBRE O FIM DE UMA AMIZADE
Jefferson José de Mendonça (Graduando em Filosofia pela UECE)
Sartre e Camus, dois filósofos e amigos que combateram uma ocupação Nazista na frança com suas idéias
e engajamento. Mas no pós-guerra algo de estranho e sombrio assolou a relação dos dois companheiros de
luta. Depois de sua passagem pelo PCF e uma tentativa de compreensão do comunismo Camus se desliga
do partido e inicia uma série de críticas em relação ao comunismo e sua forma mecânica de governo. Por
mais que se pense que a critica era pessoal a Sartre, Beauvoir e Merleau-Ponty não era. Camus acabara de
se tornar pessoal e politicamente próximo de Arthur Koestler, e estava consumando uma significativa
mudança em sua perspectiva política. Por mais presunçoso que ele possa ter se tornado, a disputa era
primeira e principalmente política. Camus associou o comunismo com assassinato e via os camaradas
Franceses e da União Soviética como inimigos.
Palavras-Chaves: Amizade. Sartre. Camus. Beauvoir. Merleau-Ponty.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
LIBERDADE: DA GRATUIDADE DA EXISTÊNCIA À RESPONSABILIDADE HUMANA
EM SARTRE
José Erivaldo da Ponte Prado (Graduando em filosofia pela Universidade Estadual Vale do AcaraúUEVA)
E-mail: [email protected]
O presente texto consiste numa abordagem sobre o conceito de liberdade em Sartre, tomando por base o
texto: O Existencialismo é um Humanismo do referido autor, com o objetivo de explicitar a noção de liberdade
como condição primeira da existência humana. Para isto, resgatamos a compreensão sartreana de
existencialismo como uma filosofia que tem um fundamento universal e uma visão otimista para conduzir
à vida humana não pelo viés do desespero, mas da ação. Desse modo, se faz necessário entendermos a
importância da subjetividade humana, uma vez que o homem é livre e está, por sua vez, condenado a viver
à liberdade através da escolha dada pela gratuidade de sua existência. Este homem é um projeto de si
mesmo porque nada existe antes dele senão à existência. O fundamento da consciência é o nada, ou seja,
o próprio ato tudo justifica, de tal modo que nada, no que diz respeito à inteligibilidade celeste, pode ser
causa de explicação do comportamento humano. A tese principal, portanto, é a liberdade entendida por
Sartre como condição da existência humana. Isto é, o homem é incondicionalmente livre. Entretanto, o
que pode acontecer a esta liberdade é ser limitada pelo medo, ou seja, abdico de certas escolhas pelo medo
de repressão religiosa, moral ou jurídica, etc, mas a liberdade está presente e, sobrepondo-se ao medo,
posso agir da forma como desejar. Em outras palavras, a escolha dos fins totais, embora totalmente livre,
pode ser efetuada com resignação, pode ser uma fuga, pode realizar-se na má-fé ou, simplesmente, ser à
angústia, uma vez que o homem se encontra desamparado. Com efeito, tudo ainda está por se fazer, ao
passo que, devo extrair significações as quais estão encerradas em um ato. Em todo caso, dentro desse
projeto realizável no homem, é necessário salientar que, à liberdade deve partir de um pressuposto consciente
a fim de ter sentido sua ação, caso contrário trará conseqüências, não úteis, aos indivíduos. Daí porque, o
projeto livre é fundamental, porque é nosso ser-no-mundo em totalidade que se revela à luz de um fim de
maneira absurda que, só se concebe como nadificação de algo dado.
Palavras-Chave: Sartre. Existencialismo. Liberdade. Escolha. Ato.
O HUMANISMO NO EXISTENCIALISMO DE SARTRE
Judikael Castelo Branco (Mestrando em Filosofia pela UFC-CAPES)
E-mail: [email protected]
Vendo na própria existência humana o problema central e o ponto de partida da filosofia de Sartre, desejase a partir do seu clássico O existencialismo é humanismo (1945), se apropriar do significado que teve o humanismo
dentro da arquitetura do seu pensamento. Importante neste itinerário é a introdução, ainda que superficial,
das idéias centrais do existencialismo, a maneira como Sartre o elaborou e a apresentação tanto do texto
sarteano quanto da não menos conhecida crítica que lhe faz Heidegger, tendo neste interlocutor um
instrumento privilegiado seja para a compreensão das intuições de Sartre seja para o desenvolvimento da
reflexão posterior acerca do tema. A justificativa do tema e do texto pode ser encontrada de um lado pela
presença, mesmo num escrito de circunstância, das idéias mais caras à obra sartreana e de outro no horizonte
ético que aponta, já pedido no fim de O ser e o nada, e preparando a passagem para a reflexão acentuadamente
política do intelectual engajado.
Palavras-chave: Sartre. Existencialismo. Humanismo. Liberdade.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
O INFERNO DA CONVIVÊNCIA: NOTAS INTRODUTÓRIAS SOBRE OLHAR DO
OUTRO NA PEÇA TEATRAL HUIS CLOS DE JEAN-PAUL SARTRE
Kácia Natalia de Barros Sousa Lima (Graduanda em Filosofia pela UECE)
O objetivo do presente artigo é analisar a questão do olhar em relação ao outro com base na peça teatral
Huis Clos de 1947. Jean-Paul Sartre (1905-1980) vai encontrar no teatro uma forma de compreender o
homem na sua existência. O olhar envolve e revela o outro como objeto, diante dos olhos do outro cada
personagem se desnuda, o olhar permite que o outro torne-se ser-visto, o olhar remete a cada um dos
personagens a eles mesmos, pois o olhar revela o que cada um é, o olhar da peça julga e torna o outro
objeto da consciência dos outros. Na peça que segue a análise o objetivo e expor o incômodo que o olhar
causa quando este é direcionado com censura causando a convivência conflituosa entre as pessoas.
Palavras-Chave: Sartre. Huis Clos. Inferno. Olhar.
ELE FOI UM MESTRE
Leandro Lelis Matos (Graduado em Filosofia pea UECE)
E-mail: [email protected]
Pensar em Sartre em 2010 é reconhecer a dedicação de um intelectual engajado em uma causa que fez valer
a sua vida: a liberdade. A proposta que ora se segue não se detém a falar sobre liberdade, palavra tão
desgastada por aqueles que se escondem atrás dela. O que pretendo é tentar trazer para este encontro o
reconhecimento pela vida de um pensador que fez algumas pessoas sentirem a possibilidade de sair das
cátedras e catedrais que se instalaram sobre a possibilidade de pensar algo novo. Para tanto, me acompanho
com Gilles Deleuze em seu texto “Ele foi meu mestre” (1964), onde Deleuze reconhece a importância de
Sartre, não como uma grande influência na sua obra filosófica, mas como, nas palavras de Deleuze, uma
“corrente de ar” que inflou os pulmões de uma juventude já desgastada pelo racionalismo e pela forma
burocrática com que se conduzia o pensamento.
Palavras-chave: Sartre. Deleuze. Pensar.
NUVENS NEGRAS, GUERRAS DO PRESENTE
Leandro Lelis Matos (Graduado em Filosofia pela UECE)
E-mail: [email protected]
Sartre escreve a peça As Moscas (1943), fazendo uma releitura da tragédia de Ésquilo, com o propósito de
agir contra a dominação nazista, porém com outras armas: em vez dos fuzis, as vozes e o palco como
campo de batalha. Uma “nuvem negra”, tal como Sartre descrevia os nazistas, fora representada pelas
moscas, que cerceavam a liberdade dos sujeitos mesmo estes sendo livres enquanto escolha. No século XXI
sem a dominação nazista, outras formas de poder exercem suas forças sobre a vida, outros inimigos, que
não mais os de Sartre, determinam, criam a nossa liberdade. Logo, nos cabe a questionar se possível, por
meio da arte, resistir à(s) dominação(es) presente(s). Estamos mergulhados em outro tipo de guerra que
necessita de urgência a ser enfrentada. Deste modo, nosso texto tem por objetivo apresentar como Sartre
combateu seus inimigos de então e indagar se a arte é capaz de engendrar uma possível resistência a favor
da vida.
Palavras-chave: Sartre. Arte. Resistência.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
A BURGUESIA E SEUS PRIVILÉGIOS: UMA ANÁLISE DOS ARGUMENTOS ESTÉTICOPOLÍTICOS DE SIMONE DE BEAUVOIR ACERCA DE BRASÍLIA
Lucas Barreto Dias (Graduando em Filosofia pela UECE)
E-mail: [email protected]
Na sua passagem pelo Brasil – em torno de 70 dias – Simone de Beauvoir conheceu muitas cidades e
culturas distintas que existem por esta nação, encantando-a e intrigando-a. Uma destas cidades era a nova
capital federal: Brasília. Em seu diário de viagens – publicado depois em A Força das Coisas - ela descreve
suas impressões; ponderando a beleza da arquitetura com uma política de privilégio burguês, Beauvoir
analisa a questão estética da cidade, feita apenas àqueles que têm carros, isto é, que possuem um alto
padrão de vida naquela época. Construída pelas mãos dos candangos, essa não era uma cidade para eles:
nordestinos que vieram em busca de uma nova terra, acabam renegados às cidades satélites. Uma cidade
construída sobre mitos garantiu o empreendimento sonhado por Kubitschek, que arrogantemente considera
Brasília como obra sua por tê-la sonhado, mas será que se empenhou nela tão mais que os candangos?
Uma cidade construída para abrigar a política nacional que utiliza as armas da arte e renega aqueles que a
ergueram: Brasília, a “maquete em tamanho natural”, como anota Beauvoir.
Palavras-Chave: Brasília. Privilégio. Burguesia. Estética. Político.
TEATRO DA CRUELDADE DE ANTONIN ARTAUD
Marcelo Bittencourt – Graduando em filosofia pela UECE
[email protected]
Ewerton Ricardo- Graduando em filosofia pela UECE
[email protected]
O objetivo da oficina é apresentar o intuito de Artaud em fazer da “representação” algo realmente cru,
cruel, entendendo que essa crueza é a real humanidade da qual muitos tentam se desfazer. Começaremos
por uma explanação da vida de Artaud e suas intenções enquanto ao fazer/criar teatral. Dito isso,
praticaremos alguns exercícios práticos com o objetivo de que, ao final dessa oficina, tenhamos uma
aprendizagem e observância mais concreta de tudo que tenha sido demonstrado.
Palavras-Chave: Oficina. Teatro da Crueldade. Artaud.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
CONSTRUTORES DA MÁ-FÉ: OBJETOS POR OPÇÃO
Maurilene Gomes do Nascimento (Graduanda em Filosofia pela UECE e Membro do Grupo de
Estudos do Sartre – GES)
E-mail: [email protected]
JEAN-PAUL SARTRE filósofo francês existencialista (1905-1980) trabalha com a ontologia existencial e
apresenta o conflito do ser que é em-si e para-si, mas que jamais poderá ser em-si-para-si simultaneamente,
contudo nesse doce desejo sê-lo cria-se o projeto de má-fé. Na sua obra O ser e o nada, publicada em 1943
cujo período era da Segunda Guerra Mundial, nos leva a mergulhar dentro de uma obra densa, resistente
e conflituosa em que o labor intelectual de Sartre está direcionado ao homem e suas possibilidades infinitas
de se fazer existir como mortal e finito. O debate ousado proposto pelo filósofo é afirmar que a existência
precede a essência, primeiro simplesmente existimos e outros também existem, mesmo que ainda não
tenhamos consciência da existência que ultrapassa a nossa própria consciência. O meu debate é mostrar
como os indivíduos inevitavelmente livres, finitos e conscientes dessa forma de existir criam seus mecanismos
de escape, em outras palavras constroem a má-fé, esvaziando de sentidos suas ações e nadificando sua
existência se tornando um objeto incapaz de se responsabilizar por suas escolhas. Portanto faço uso de
duas obras sartreanas uma de cunho teatral A prostituta respeitosa (La putain respectuese) e outra filosófica O ser
e o nada, para que possa sobre as mesmas expor minha pesquisa.
Palavras-Chaves: Sartre. Má-Fé. Escolha.
A CRÍTICA SARTRIANA DA RELAÇÃO SER E NADA EM HEGEL
Marcos Fábio A. Nicolau (Mestre em Filosofia pela UFC e Doutorando em Educação FACED/
UFC – FUNCAP)
E-mail: [email protected]
No capitulo I da primeira parte de Ser e o Nada, denominada “A origem da negação”, Sartre comenta a
concepção hegeliana da relação entre o ser e o nada, exposta na primeira parte da Lógica da Enciclopédia.
Não aceitando a contemporaneidade lógica apresentada na dialética hegeliana entre o ser absoluto e o
nada absoluto que se equivalem, pois ambos são absolutamente indeterminados e abstratos, argumenta
que o não-ser não é no sentido contrário do ser, mas seu contraditório implicando uma posterioridade
lógica do nada sobre o ser, pois o ser é primeiro e depois negado. Desta forma, o ser e o não-ser não
podem ser conceitos de igual conteúdo, como propõe Hegel. Assim, para Sartre, o ponto de partida da
dialética hegeliana negligencia a positividade do ser e desconsidera a experiência humana do negativo.
Porém, cabe perguntar, terá Sartre considerado a diferença entre os conceitos de não-ser e nada estabelecidos
por Hegel em sua Lógica? Considerar tal diferença salvaria a concepção hegeliana da relação entre o ser e
o nada da crítica sartriana? Nosso trabalho visa analisar tal hipótese e avaliar até que ponto se justifica a
crítica sartriana à lógica do ser hegeliana.
Palavras-Chave: Ciência da Lógica. Negação. Nada-Ser-Não-ser
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
DA INOCÊNCIA EM SARTRE: UM CAMINHO A PARTIR DA OBRA VERDADE E
EXISTÊNCIA
Paola Rebecca Braga Nunes de Holanda furtado (Graduanda em filosofia pela UECE)
E-mail: [email protected]
O trabalho se lança na obra Verdade e Existência, do filosofo francês Jean- Paul Sartre (1905-1980). Alem
das produções filosóficas, Sartre tem em seu histórico, romances, peças teatrais, artigos jornalísticos, etc..
O filosofo viveu no século XX, marcado pela Segunda Guerra Mundial, e depois os acontecimentos de
maio de 68. O texto Verdade e Existência, publicado após sua morte, em 1989, trás fragmentos de um ensaio
filosófico escrito em 1948. Na obra serão trabalhados conceitos chave como, verdade, liberdade, inocência,
ignorância partindo do pensamento de escritores como Dostoievski e Kafka, e filósofos como Hegel,
Husserl e Heidegger. O conceito chave trabalhado nessa comunicação será o da inocência, que Sartre
aborda citando com um dos exemplos a obra no escritor russo Fiódor Dostoievski (1821-1881), O Idiota.
Nesse livro Dostoievski retrata sua personagem principal como um legitimo inocente. Para apresentar essa
comunicação foi utilizado o método analítico, partindo da obra de Sartre e de Dostoievski, cujo objetivo é
responder a pergunta central “o que seria a inocência para Sartre?”. A resposta a pergunta seria então que
a inocência é a falta de responsabilidade com o mundo, tanto desejada pelo homem.
Palavras-chave: Inocência. Liberdade. Ignorância
DELEUZE E SIMONE DE BEAUVOIR: DEVIR-REVOLUCIOMÁRIO E DEVIRFASCISTA, DESLIZES COTIDIANOS
Paulo Jorge Barreira Leandro (Mestrando em Filosofia pela UFPB)
Vivianny Lopes Martins (Graduanda em Psicologia pela UECE)
O presente trabalho visa compreender o conceito de fascismo para Deleuze no âmbito dos devires e para
Simone de Beauvoir em sua relação com o ‘segundo sexo’. Diante disto, vale ressaltar, a importância deste
diálogo para a contemporaneidade como forma não de impor um conhecimento vertical, mas como
forma de por em ‘xeque’, em debate, questões cotidianas sob um prisma existencial metamorfoseado em
conflito com as ‘palavras de ordem’ nominalistas que podem deslizar sobre o fascismo. As obras utilizadas
são: Segundo sexo, Existencialismo e a sabedoria das nações, o pensamento de direita hoje, Conversações, Platô 1, 2 e 5,
bem como, Diálogos.
Palavras-Chave: Beauvoir. Deleuze. Devir-Revolucionário. Devir-Fascista.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
O HOMO OECONOMICUS
Rafael Lucas de Lima (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia /UFRN)
E-mail: [email protected];
Homo oeconomicus é um conceito concebido pela ciência da economia política para pensar os homens como
elementos ou partes de um mundo econômico. Assim fazendo, a economia converte homens em objetos e a
realidade social em mercado; ela desconsidera as especificidades que distinguem os homens de todos os demais
objetos que caem sob o discurso científico, desconsidera o fato da sociedade ser uma criação da praxis
humana; para ela, homens e mundo são nada mais que fenômenos sob os quais jazem leis que podem ser
conhecidas e explicadas cientificamente. Todavia, para o filósofo marxista tcheco Karel Kosik, essa forma
de pensar acerca do homem e da realidade social é fonte de grandes problemas no mundo contemporâneo;
tal forma expressa a hegemonia do pensamento calculador, do positivismo cientificista como discurso
dominante nas sociedades capitalistas. O escopo deste trabalho é, pois, apresentar, à luz da Dialética do
Concreto de Kosik, algumas considerações acerca do homem econômico.
Palavras-chave: Karel Kosik; homo oeconomicus; crítica ao positivismo.
DIALÉTICA E CRISE DO MARXISMO NO PENSAMENTO DE JEAN-PAUL SARTRE
Raphael Martins de Martins (Graduando em filosofia pela Universidade Estadual do Ceará –
UECE
Cláudia Dalla Rosa Soares (Mestranda em filosofia pela Universidade Federal de Ouro PretoUFOP)
E-mail: [email protected]
Em seu livro Crítica da razão dialética [1960], Jean-Paul Sartre (1905-1980) critica a separação que se operou
no marxismo entre teoria, de um lado, e práxis, de outro. Para Sartre, o pensamento concreto deve nascer
da práxis e voltar-se sobre ela para iluminá-la; cada fato histórico deve ser estudado em sua singularidade
para que se possa compreender a totalidade; a história deve ser entendida como processo em transformação.
Sartre busca, portanto, que o saber volte a compreender a experiência social e histórica. Ele busca realizar
esse objetivo adotando como ponto de partida o método para apreender o movimento do real formulado
por Karl Marx (1818-1883), a saber, o materialismo histórico-dialético. Isso se justifica porque, para Sartre,
o marxismo é insuperável enquanto as condições que levaram a sua formulação não forem ultrapassadas.
Sartre declara, contudo, que há uma crise geral da cultura marxista. Esta crise é atribuída à falta de fundamento
do método marxista, pois este não consegue se justificar. Esta comunicação objetiva, portanto, refletir
sobre as críticas de Sartre ao pensamento marxista em seu livro Crítica da razão dialética.
Palavras-chave: Marxismo. Existencialismo. Dialética.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
FILOSOFIA E TEATRO: AS RELAÇÕES DO EU E DO OUTRO
Ravena Olinda Teixeira Graduanda em Filosofia da Universidade Estadual do Ceará – UECE.
E-mail: [email protected]
Fábio de Sousa Neves Graduando em Filosofia da Universidade Estadual do Ceará - UECE.
E-mail: Fá[email protected]
O presente trabalho tem por objetivo analisar as relações entre o eu e o outro na obras de teatro Les
Mouches (1943) e Huis-clos (1943) de Jean-Paul Sartre (1905-1980), filósofo do século XX, que usou o teatro
para tratar de problemas que permeavam sua existência, período este que se situava durante a segunda
guerra mundial (1939-1945). Usaremos ainda a sua obra maior: L´Être et le Néant, tratado filosófico escrito
em 1943, para mostrar que as mesmas questões trabalhadas em seu tratado ontológico se revelam também
em suas peças de teatro, pois para ele a filosofia não deve se limitar somente aos filósofos, ela precisa
atingir a todas as pessoas já que as questões do existencialismo são universais do humano. Também,
trabalharemos o sentido de liberdade em Sartre, sendo o teatro o instrumento adequado para desenvolver
esta liberdade, conseguido atingir o publico e transmitindo a sua mensagem através dele.
Palavras-Chave: Sartre. Filosofia. Teatro.
TEATRO DO OPRIMIDO: POÉTICA POLÍTICA
Rebeka Lúcio e Neves (Atriz Pesquisadora e Graduada em Artes Cênicas pelo Instituto Federal
do Ceará – IFCE)
Email: [email protected]
A oficina Teatro do Oprimido: poética política visa apresentar e discutir com os participantes a metodologia
criada por Augusto Boal. A presente oficina é o resultado de uma pesquisa monográfica que obteve
conceito máximo. Esta estudou o Teatro do Oprimido, a partir de relações análogas e dialógicas, focando
o espect-ator, espectador que se torna ator na sessão de Teatro Fórum.O Teatro do Oprimido é um
método teatral, que perpassa o estético, e é difundido em mais de setenta países, laborando o Teatro
Essencial, busca desenvolver potencialidades artísticas, através do trabalho com a linguagem humana, que
prima pela essência e pelo diálogo, que permitam descobertas e re – descobertas que quebrem a mecanicidade.
a partir da relação – transição indivíduo/ espectador/ espect – ator. Através de dinâmicas, jogos e discussões,
os participantes serão apresentados à metodologia “do oprimido” e não “para o oprimido”. Boal, criador
brasileiro, incitou o teatro popular e essencial, da ação. Conceitos sobre catarse, quarta parede serão
demonstrados ao público, que será estimulado a sair da inércia, passividade, que o teatro convencional
propõe, entrando em contato com termos de bastidores, e se sentindo a vontade para opinar, exercendo
sua criticidade aos problemas da vida, através do TO.
Palavras-Chave: Teatro do oprimido. Augusto Boal. Espect-ator.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
ESPECT-ATUANDO: PERCEPÇÃO PARA AÇÃO. O OLHAR DO CURINGA SOBRE O
ESPECT-ATOR
Rebeka Lúcio e Neves (Atriz Pesquisadora e Graduada em Artes Cênicas pelo Instituto Federal
do Ceará - IFCE
E-Mail: [email protected]
O Teatro do Oprimido é um método teatral que busca desenvolver potencialidades artísticas, através do
trabalho com a linguagem humana, de modo a permitir descobertas e re-descobertas, quebrando a
mecanicidade habitual. Augusto Boal, criador desse método, prima pela essência e pelo diálogo, logo,
define o Teatro como a “linguagem humana por excelência”, a “arte de nos vermos vendo”, pois “o ser
humano é o único animal capaz de se auto-observar e criar metáforas”. Para Boal, todo indivíduo é Teatro
e pode fazer Teatro, por isso a transformação dos espectadores em espect-atores, indivíduos que deixam
de ser depositários e passam a reflexionar, a interferir na cena. Este trabalho investiga essa transição, o que
instiga o espectador, a priori ser passivo, a tornar-se atuante, a substituir o protagonista-oprimido. O
espect-ator pensa ou sente? Como o Curinga, mediador de uma sessão de Teatro Fórum, percebe a
platéia? O espetáculo de Teatro Fórum, vertente do Teatro do Oprimido, expõe uma cena baseada em
fatos reais, na qual opressores e oprimidos entram em conflito de modo claro e objetivo, sendo que o
oprimido fracassa e o público é convidado a propor alternativas ao problema apresentado. Propor em
cena, com ação. A referente pesquisa que realizou entrevistas com vinte Curingas, observou que a
transitividade na Cena Fórum é influenciada pela postura do Curinga e pelos elementos técnicos Dramaturgia
e Aquecimento de Platéia. A reflexão identificatória é suscitada no assistente que irá perceber-se, pensar e
sentir, tendo sua intervenção modulada pelo nível identificatório.
Palavras-chave: Teatro do Oprimido. Curinga. Espect-ator.
O OUTRO: A EXISTÊNCIA QUE PRECEDE UM CONFLITO
Roberta Liana Damasceno Costa (Mestranda em Filosofia da Universidade Federal do Ceará.
Bolsista FUNCAP)
E-mail: [email protected]
O intuito principal deste artigo foi o estudo sobre a existência do outro na filosofia de Jean Paul Sartre,
como base de reflexão desse tema nos apropriamos dos conceitos e definições do assunto na obra O Ser
e o Nada. Partimos da idéia que o homem é um ser livre e responsável por suas escolhas e nos deparamos
na questão do outro. Todas as escolhas de uma pessoa levam à transformação do mundo para que ele se
adapte ao seu projeto. Mas cada pessoa tem um projeto diferente e isso faz com que as pessoas entrem em
conflito sempre que os projetos se sobrepõem.O homem por si só não pode se conhecer em sua totalidade,
sua participação no mundo, o homem é um ser de relações. Só através dos olhos de outras pessoas é que
alguém consegue se ver como parte do mundo. Sem a convivência, uma pessoa não pode se perceber por
inteiro. “O ser “Para-si só é Para-si através do outro”, idéia que Sartre herdou de Hegel. Cada pessoa,
embora não tenha acesso às consciências das outras pessoas, pode reconhecer neles o que têm de igual. E
cada um precisa desse reconhecimento. Por mim mesmo não tenho acesso à minha essência, sou um
eterno “tornar-me”, um “vir-a-ser” que nunca se completa. Só através dos olhos dos outros posso ter
acesso à minha própria essência, ainda que temporária. Só a convivência é capaz de me dar a certeza de que
estou fazendo as escolhas que desejo. Daí vem a idéia de que “o inferno são os outros”, ou seja, embora
sejam eles que impossibilitem a concretização de meus projetos, colocando-se sempre no meu caminho,
não posso evitar sua convivência. Sem eles o próprio projeto fundamental não faria sentido.
Palavras- Chaves: Para-si. Ser-para-outro. Consciência. Olhar. Liberdade.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
A VISITA DE JEAN-PAUL SARTRE AO BRASIL EM 1960: EXPECTATIVAS E
REPERCUSSÕES
Rodrigo Davi Almeida (Doutor em História pela UNESP/FCL de Assis)
E-mail: [email protected]
Trata-se de um relato sobre o significado político da visita de Jean-Paul Sartre (1905-1980) ao Brasil, em 1960,
e sobre a importância do filósofo engagé, na constituição de uma “experiência intelectual brasileira”. A visita
de Sartre ao Brasil ocorre no contexto das expectativas de revolução social compartilhadas pelas
intelectualidades européia e brasileira de esquerda, tendo-se em vista a Guerra da Argélia (1954-1962), a
Revolução Cubana (1959) e a Guerra do Vietnã (1946-1975). As repercussões da visita foram amplas,
como atestam as revistas (Tempo Brasileiro/RJ, Civilização Brasileira/RJ, Manchete/RJ, etc.) e os jornais (O
Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Última Hora/RJ, etc.) da época e a influência das ideias filosóficas e das
posições políticas de Sartre foram decisivas na formação e na trajetória de intelectuais como o dramaturgo
José Celso Martínez Corrêa, o filósofo Bento Prado Jr. e o sociólogo e crítico da literatura Antônio
Cândido, entre outros.
Palavras-chave: Jean-Paul Sartre, expectativas, repercussões, intelectualidade brasileira de esquerda.
O IMPACTO DA HISTÓRIA E A REDEFINIÇÃO DO CONCEITO DE LIBERDADE EM
JEAN-PAUL SARTRE
Rodrigo Davi Almeida (Doutor em História pela UNESP/FCL de Assis)
E-mail: [email protected]
A trajetória de Sartre caracteriza-se pela unidade contraditória da sua concepção (e busca) da liberdade,
anterior e posterior à Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Antes dessa guerra, Sartre define a liberdade
do ponto de vista teórico-filosófico, isto é, no plano ontológico, portanto, abstrato e individual. Sob o
“impacto da História” – da Guerra da Argélia (1954-1962), da Revolução Cubana (1959) e da Guerra do
Vietnã (1946-1975) – a liberdade passa a ser concebida no plano político-histórico, logo, concreto e coletivo.
Em outras palavras, Sartre redefine a liberdade em termos econômicos (como independência), sociais
(como justiça e igualdade), políticos (como soberania e democracia) e culturais (como humanização).
Conclui Sartre, as explorações imperialistas francesa e norte-americana são imorais, pois impossibilitam ao
homem desenvolver-se humanamente. Nessa esteira, deixa de caracterizar o homem como “paixão inútil”,
para defender, no contexto das revoluções do Terceiro Mundo, que se inscrevem no socialismo, que o
homem e a liberdade são possíveis.
Palavras-chave: Jean-Paul Sartre, Filosofia, História e Liberdade.
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Caderno de Resumos - 50 anos de Sartre no Brasil: Historia, Politica e Arte
VIVÊNCIA E REFLEXÃO
Simeão Donizeti Sass (Doutor em Filosofia. Docente do Departamento de Filosofia da Universidade
Federal de Uberlândia).
Na obra filosófica mais conhecida de Sartre, O Ser e o Nada, a primeira e mais genérica formulação
do conceito de reflexão é a que estabelece que ela “é o Para-si consciente de si mesmo”. Mas, se retomamos
a sua disposição não tética começamos a entrever as dificuldades que essa possibilidade do para-si envolve.
Dificuldade que está posta pelo modo como podemos representá-la. Deve ficar descartada a sua
compreensão como uma “nova consciência”, surgindo repentinamente e mantendo uma espécie de
“simbiose” com a consciência refletida. Esta solução pode ser recusada porque Sartre demonstra que é
inviável pensar esta unidade. Em outros termos, a “relação primária com a reflexão não pode ser a relação
unitária de uma representação com um sujeito pensante”. Esta fórmula não justifica o modo como os dois
lados da relação podem ser tomados, ao mesmo tempo, como independentes e como dependentes um do
outro. Essa objeção ressalta o problema da real existência de unidade entre os dados que conformam o
fenômeno de consciência reflexiva que o para-si opera. Nossa exposição buscará esclarecer alguns aspectos
desta questão, tomando como contraponto a discussão referente ao modo como o para-si é um ser temporal.
Palavras-Chave: Sartre. Vivência. Reflexão. Para-Si.
AS CONSEQUÊNCIAS DA LIBERDADE EM SARTRE: UMA CONDIÇÃO
CONTINGENCIAL
Simone Teixeira Bernardo Graduanda em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará - UECE)
E-mail: [email protected]
Jean-Paul Sartre, um dos grandes representantes do existencialismo francês, viveu no séc. XX, e presenciou
boa parte dos acontecimentos que mudaram o mundo por completo. Grande filósofo que não se satisfazia
em apenas pensar e fazer observações sobre o mundo, Sartre foi além e participou ativamente das
transformações, aderindo a elas e provocando-as. O pensamento filosófico de Sartre volta-se constantemente
para a questão da liberdade; os momentos vivenciados por ele durante a Segunda guerra Mundial o levaram
a repensar questões inerentes ao homem com, por exemplo, o caráter contingencial da liberdade.
Pretendemos, com esse artigo, apresentar a perspectiva satreana de liberdade. Fundamentada sob uma
ótica existencialista, a liberdade para Sartre é efetivada de forma peculiar e subjetiva, apresentando-se dessa
forma como possível a todos os homens. A liberdade afirma-se nos atos e é por meio deles que o homem
constrói sua essência e se aceita ou não como humano. Fundamentamos nossa discussão sob a análise do
texto Verdade e Existência no qual Sartre aborda a verdade à luz da subjetividade, relacionando os atos livres
diretamente com o desvelamento do ser.
Palavras-Chave: Liberdade. Contingência. Existência.
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