GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE LEOCIMARA LAURA DE FARIA A PARTICIPAÇÃO DO PROFESSOR NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DA ESCOLA PÚBLICA SIQUEIRA CAMPOS/PR Janeiro/2008 GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE LEOCIMARA LAURA DE FARIA A PARTICIPAÇÃO DO PROFESSOR NA ORGANIZACÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DA ESCOLA PÚBLICA Material Didático no formato OAC – Objeto de Aprendizagem Colaborativo apresentado à Coordenação Estadual do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná, como requisito parcial à obtenção de título de Professor/PDE. Orientadora: Professora Ms. Ana Lucia Ferreira Aoyama. SIQUEIRA CAMPOS/PR JANEIRO/2008 IDENTIFICAÇÃO * Autor: Leocimara Laura de Faria * Estabelecimento: Colégio Estadual “Professor Segismundo Antunes Netto” * Ensino: Profissional – Curso de Formação de Docentes em Nível Médio * Disciplina: OTP - Organização do Trabalho Pedagógico * Conteúdo Estruturante: Organização do Trabalho Pedagógico * Conteúdo Específico: A Participação do Professor na Organização do Trabalho Pedagógico 1-RECURSO DE EXPRESSÃO Problematização do Conteúdo CHAMADA PARA RECURSO DE EXPRESSÃO: A participação do professor na forma como escola pública se organiza pode influenciar na qualidade do ensino ofertado? TÍTULO: A Discussão do Trabalho Pedagógico na Formação Inicial dos Professores TEXTO: A Disciplina de Organização do Trabalho Pedagógico faz parte do grupo das Disciplinas de Formação Específica do Curso de Formação de Docentes em nível médio do Ensino Profissional. Tem por finalidade ofertar conteúdos que instrumentalize o futuro docente para conhecer o sentido da Educação Nacional, suas estruturas administrativa e pedagógica. Todo seu conteúdo fundamenta-se na diversidade de ações que as instituições escolares realizam diariamente, ou seja, no trabalho que a escola oferece, no caso, o trabalho pedagógico. É necessário trazer para as aulas da disciplina em questão, conteúdos que deem conta de explicitar o que é o Trabalho Pedagógico, como e quando ele acontece, quem são os principais elementos envolvidos e qual a sua importância no processo ensino e aprendizagem. Aos profissionais da educação é fundamental dominar conceitos e práticas relacionadas com o Trabalho Pedagógico. Libanêo (2004, p.14) dá sustentação a essa colocação quando escreve: [...] devemos reconhecer a importância das políticas educacionais e das normas legais para o ordenamento político, jurídico, institucional e organizacional do sistema de ensino, mas elas precisam sempre ser submetidas a uma avaliação do ponto de vista social e ético. Se quisermos uma educação de qualidade, a organização do trabalho que se processa no ambiente escolar precisa ser pensada e praticada de acordo com os fins que se quer atingir na concretização desse desejo. É bastante oportuno iniciar com os futuros profissionais da educação, a reflexão sobre a natureza do trabalho pedagógico, no curso de Formação de Docentes para que eles se percebam desde então cooparticipantes tanto da sua elaboração, quanto da sua execução. Compreender a dimensão do trabalho pedagógico que deve ser efetivado pela escola, desde a formação inicial favorece ao futuro docente estabelecer parâmetros para sua carreira profissional. Para que uma vez formado e atuando na educação, oriente sua prática desvinculada do caráter de reprodução dos interesses capitalistas da sociedade. Ilustrando essa colocação pode-se citar Libanêo (2004, p.15) quando diz que: [...] não basta aos futuros professores desenvolver saberes e competências para sair-se bem nas aulas, é preciso que saibam como e porque são tomadas certas decisões no âmbito do sistema, como a direção da escola passa essas decisões aos professores, e como essas decisões expressam relações de poder, como também expressam idéias sobre como devem se comportar e que tipo de aluno deve ser formado. Hoje tem se tornado quase que unânime na fala dos professores pedagogos reclamações de que os demais profissionais da escola não valorizam suas ações. O que pode ser resultado de não conhecerem o papel do pedagogo, ou por não se identificarem com este profissional na articulação do trabalho pedagógico. Então, o Curso de Formação de Docentes constitui-se num local propício para se estudar este conteúdo partindo dos principais conceitos e concepções de homem, de sociedade, de conhecimento, de trabalho, de cultura, de aprendizagem. Outra questão a ser levada em conta, é em relação a formação dos professores, que ao cursarem a Formação de Docentes sem oportunidades de discutir a diversidade de ações que permeiam o Trabalho Pedagógico numa disciplina específica. E se esse futuro professor acabar por exercer a função de docente apenas com a formação inicial, sem um curso superior ou até mesmo concluindo um outro curso superior que não seja o Curso de Pedagogia, como ele irá dominar certos saberes inerentes ao Trabalho Pedagógico? REFERÊNCIAS: LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola – Teoria e Prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2004. 2- RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO 2.1Investigação Disciplinar TÍTULO: A Influência da Organização do Trabalho Pedagógico na prática educativa dos professores pedagogos TEXTO: Tomando como pressuposto que o sucesso dos alunos na aprendizagem escolar depende de uma escola bem organizada, preocupada com o bom desempenho dos professores em sala de aula, assegurando a eles condições pedagógico-didáticas, bem como, condições organizacionais e operacionais. Percebe-se no dia-a-dia que mesmo os profissionais da educação que já estão há muito tempo dentro da instituição ainda não conseguem entender com clareza como a escola está organizada, que dirá os futuros professores que ao mesmo tempo em que estão recebendo conhecimento de nível médio assegurando a continuidade dos seus estudos para o nível superior, também estão sendo preparados para a docência na Educação Infantil e para o Ensino Fundamental – anos iniciais. Então, certamente, constitui-se necessário explorar dentro dos conteúdos da disciplina de OTP – Organização do Trabalho Pedagógico, conhecimentos e saberes que levem os futuros professores a conhecerem como se organiza a escola, quem é quem dentro da estrutura organizacional e que funções são atribuídas aos membros da Equipe Técnico-Pedagógica. Ao adentrar a sala de aula e ser observado por vários olhares curiosos a respeito de como será a aula de OTP de hoje, que assunto, que atividades o professor irá propor, o professor pedagogo tem que ter consciência de que não é nem justo, e nem correto privar esses alunos (futuros professores) de conhecerem como realmente a escola é, está e deve ser organizada. Se esses futuros professores estão se apropriando de conhecimentos de formação específica, os quais compõem a formação inicial de cada um para o exercício da docência, como então, deixar de lado, ou mesmo empobrecer o tema, aligerar o conteúdo tão necessário que servirá de subsídio para melhor compreensão do processo educacional dentro e fora da unidade escolar. Trabalhar com o futuro professor as funções da escola sem explicitar como a escola deve se organizar para bem cumprir essas funções e atingir os objetivos propostos, torna-se um trabalho “capenga”, pois ele sairá do curso sem dominiar as relações que se processam na escola e sem compreender que a Organização do Trabalho Pedagógico tem influência diretamente nas ações em sala de aula. E ainda, sem entender que mudanças e ajustes nos sistemas político, cultural, sócioeconômico estão interrelacionadas com o sistema educacional. Como diz Libâneo (2004, p.14): [...] é necessário admitir que há, de fato, uma inter-relação entre as políticas educacionais, a organização e gestão das escolas, as práticas pedagógicas na sala de aula e o comportamento das pessoas. As políticas educacionais e diretrizes organizacionais e curriculares são portadoras de intencionalidades, idéias, valores, atitudes, práticas, que influenciam as escolas e seus profissionais na configuração das práticas formativas, determinando um tipo de sujeito a ser educado. Essas orientações chegam as escolas e, em muitos casos, os professores não as questionam, e é aí que os problemas começam, pois não vêem que as relações sociais e políticas nunca são harmônicas nem estáveis; ao contrário, são tensas, conflituosas, contraditórias, favorecendo espaço para que as escolas e os seus profissionais operem com relativa autonomia em face do sistema político dominante. Ou seja, as pessoas podem tanto aderir como resistir ou dialogar com tais políticas e diretrizes e formular coletivamente, práticas formativas e inovadoras em razão de outro tipo de compreensão das coisas. Ao invés de mergulhar os alunos (futuros professores) no universo do aparato burocrático, enfando-os só com conteúdos sobre a Legislação que rege o Sistema Educacional é necessário provê-los de conceitos, de concepções sobre a Organização do Trabalho Pedagógico. Libâneo também defente a idéia do quanto é importante na formação de professores o conhecimento da estrutura, da organização e da gestão do sistema educacional. E aí é válido acrescentar que este conhecimento pode ser trabalhado tanto a nível médio como superior: [...] na formação de professores é importante o conhecimento da estrutura, da organização e da gestão do sistema educacional e das escolas. No currículo do curso de Pedagogia e dos cursos de Licenciatura, o estudo do sistema educacional tem sido feito na disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino, a qual, em alguns lugares, vem sendo substituída por Políticas Educacionais e Gestão da Educação. Essas disciplinas estudam temas da educação sob um enfoque mais geral; as políticas educacionais, os planos de educação, a estrutura organizacional do sistema escolar, as relações entre educação e sociedade, etc. [...] essas disciplinas têm, em comum, os princípios, métodos e procedimentos relacionados com o processo de trabalho na escola, as formas de gestão e de tomada de decisões, as relações internas entre os integrantes da escola, as relações da escola com a comunidade e a sociedade.(Libâneo, 2004p. 22-23). No exercício da docência, o professor tem também como função participar na Organizaçao do Trabalho Pedagógico, ou seja, tem que dar sua contribuição para que sejam planejadas e efetivadas de forma coletiva as ações pedagógicas da escola. Pois a Organização do Trabalho Pedagógico constitui-se num espaço de aprendizagem profissional, na medida em que os professores participam ativamente da sua organização, formando com os demais colegas uma equipe de trabalho, aprendendo novos saberes, assim como um modo de agir coletivo, em favor da formação dos alunos. José Carlos Libâneo (2004), fala dessa atribuição do docente deixando bem explícito o caráter de coletividade que a organização da escola precisa ter: Uma das funções profissionais do professor é participar ativamente na gestão e organização da escola, contribuindo nas decisões de cunho organizativo, administrativo e pedagógico-didático. Para isso, ele precisa conhecer bem os objetivos e o funcionamento de uma escola, dominar e exercer competentemente sua profissão de professor, trabalhar em equipe e cooperar com os outros profissionais. (p.36) Como o professor irá participar ativamente da organização e gestão da escola, se lhe faltar os conhecimentos necessários. Por isso o professor pedagogo que detém a cadeira da disciplina de OTP – Organização do Trabalho Pedagógico no Curso de Formação de Docentes deve ter presente esta preocupação, esse compromisso com a formação profissional dos futuros professores. É importante o professor pedagogo despertar em seus alunos a consciência de que sendo a escola um espaço educativo, lugar de aprendizagem, os professores ao participarem de sua organização, da tomada de decisões, também desenvolvem sua profissionalidade. Sobre o conceito de Trabalho Pedagógico, Celso Vasconcellos (2002, p.11) traz uma definição curta, porém abrangente ao máximo: Trabalho Pedagógico é o âmago das instituições de ensino, na medida em que seu núcleo é o trablho com o conhecimento, é a especificidade da escola, constituindose como a grande finalidade da práxis educativa. A partir dessa definição pode-se considerar o quanto o Trabalho Pedagógico é importante para o processo de ensino e aprendizagem. Ele é pensado, gestado e executado conforme as ideologias que perpassam pela escola, pelos ideais dos profissionais que lá trabalham. Então não dá para o professor dizer que isso não é tarefa sua, não é de seu interesse, nem do seu conhecimento. Porque tudo o que a escola realiza, realiza porque foi planejado de alguma forma, foi estipulado por alguém, ou por um grupo. De forma bastante simplista pode-se conceituar o Trabalho Pedagógico como sendo o conjunto das ações que a escola realiza diariamente em função do seu bem mais precioso, os alunos. Trabalho pedagógico é atividade pedagógica por trabalhar fundamentalmente com o saber. Este trabalho não pode ser realizado de forma individualista, alienada e desarticulado. Pela reflexão crítica e coletiva, ele tem se mostrado como um caminho extremamente fértil no enfrentamento dos desafios da sala de aula e da escola. O trabalho pedagógico deve ser articulado na perspectiva de uma gestao democrática e libertadora da sala de aula e da escola. O trabalho pedagógico implica uma direção para atingir eficazmente os objetivos da escola e é carregado de intencionalidades canalizadas para a qualidade do ensino para que os alunos atinjam níveis satisfatórios de capacidades cognitivas e operativas. Procurando esclarecer ainda mais sobre o Trabalho Pedagógico, segue o elenco dessas ações educativas que compõem o núcleo desse trabalho escolar: construção e implementação do Plano de Ação da Direção, da Equipe Técnico-Pedagógica e dos Funcionários; criação e efetivação dos Órgãos Colegiados (Conselho Escolar - APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários) - Grêmio Estudantil); construção coletiva do Projeto Político Pedagógico; construção da Proposta Pedagógica Curricular; construção coletiva do Regimento Escolar; implementação do Trabalho Pedagógico no coletivo da escola: (Organização do espaço e tempo escolar - Organização da prática escolar); formação continuada do coletivo de profissionais da escola; relações entre escola e comunidade; avaliação do Trabalho Pedagógico. Cada uma delas tem seu desdobramento em outras ações peculiares ao sistema educacional. Há uma íntima relação entre o que acontece no contexto da organização escolar e o que acontece nas salas de aula, pelo fato de que as práticas de gestão são práticas educativas e de que a escola é um espaço de aprendizagem e formação profissional, é muito útil que os diretores, a equipe pedagógica, e professores compreendam, criticamente, os processos de tomada das decisões que provém do Estado e do sistema educativo para assumir uma postura permeada por práticas democráticas no interior da escola, em favor da classe trabalhadora, desprovida do conhecimento acadêmico, cientifíco e cultural. REFERÊNCIAS: LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola – Teoria e Prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2004. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho Pedagógico – Do Projeto Político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002. 2.2Perspectiva Interdisciplinar TÍTULO: O Sentido da Educação Brasileira TEXTO: 2.3Contextualização TÍTULO: O Trabalho Pedagógico no Contexto Social TEXTO: Frente ao momento de reestruturação produtiva, capitalista, globalização da economia, avanços tecnológicos, em que as políticas econômicas, sociais, educacionais são levadas a se ajustar ao modelo de desenvolvimento capitalista que ora se consolida, a escola brasileira tem o grande desafio de preparar crianças e jovens para continuarem atuando nesta sociedade, mas dotados de capacidades para compreender, analisar, arguir, lutar e transformar para o bem comum. Cada vez mais é notável o impacto das transformações nos sistemas de ensino e nas escolas. Impossível passar despercebido o impacto dessas mudanças, especialmente o recondicionamento das escolas aos intentos do capitalismo internacional e dos interesses financeiros. E com isso o ensino tem sido afetado por uma série de fatores: mudanças nos currículos, na organização das escolas (formas de gestão, ciclos de escolarização, concepção de avaliação etc), introdução de novos recursos didáticos (televisão, vídeo, computador, internet), desvalorização da profissão docente. Quando o professor participa na organização e gestão do trabalho pedagógico, a ele é oprtunizado aprender várias coisas: tomar decisões coletivamente, formular o projeto pedagógico, dividir com os colegas as preocupações, desenvolver coletivamente a o espírito responsabilidade pela de solidariedade, escola, investir assumir no seu desenvolvimento profissional. Mas, principalmente, aprende sua profissão. Então, o professor deve ter essa capacidade de entendimento desde a sua formação inicial, para que ele vá analisando desde os seus estágios como se processa o Trabalho Pedagógico nas diferentes escolas (rede pública estadual, municipal, rede particular), como são tomadas as decisões, e vá fortalecendo suas convicções para que uma vez docente em sala de aula, ou pedagogo na Equipe Pedagógica tenha além da fundamentação teórica, princípios e valores que o levem a assumir uma postura comprometida com a democratização da escola pública em favor dos desprovidos do conhecimento construido históricamente pela humanidade. Se quisermos um profissional com esse perfil, não dá para postergar a outros cursos os conhecimentos sobre a organização e gestão escolar, sobre políticas públicas, ou sobre os ajustes do mundo globalizado, ou sobre os propósitos das nações de quererem elevar cada vez mais sua capacidade econômica mesmo que a escola sirva como “elevador social”, isto é, formando o homem necessário para o aumento da produtividade e do lucro. É tão urgente quanto necessário propiciar uma formação aos futuros professores que dê conta de torná-los capazes de compreender e participar do amplo e complexo processo do sistema educacional. REFERÊNCIAS: LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola – Teoria e Prática. 5. ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2004. 3- RECURSOS DIDÁTICOS 3.1Sítios TÍTULO DO SÍTIO: CRE Mário covas – Centro de Referência em Educação DISPONÍVEL EM: http://www.crmariocovas.sp.gov.br ACESSADO EM: janeiro de 2008. COMENTÁRIOS: Traz artigos e links que tratam do papel desempenhado por diretores e coordenadores na organização do trabalho escolar, assim como os desafios por eles enfrentados na gestão da escola. Com artigos comentados que poderão enriquecer a reflexão. TÍTULO DO SÍTIO: Portal da ANPED – Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação DISPONÍVEL EM: http://www.anped.org.br ACESSADO EM: janeiro de 2008 COMENTÁRIOS: Site com resultados de estudos atuais, e rico arquivo de artigos sobre temas educacionais, servindo tanto para leituras como para pesquisas de aprofundamento teórico. Responsável pela publicação da Revista Brasileira de Educação. TÍTULO DO SÍTIO: Portal Planeta Educação DISPONÍVEL EM: http://www.planetaeducacao.com.br ACESSADO EM: janeiro de 2008 COMENTÁRIOS: É um portal com vários links de educação como notícias, matérias, artigos, espaço para o professor trocar experiências, publicar suas idéias, navegar pelas várias áreas do conhecimento, pesquisar legislação. TÍTULO DO SÍTIO: CADEP – Coordenação de Apoio a Direção e Equipe Pedagógica. Produção Coletiva. Curitiba: SEED/PR DISPONÍVEL EM: http://www.diaadiaeducaao.pr.gov.br/portals/cadep/? PHPSESSID=2007070413470912 ACESSADO EM: janeiro de 2008 COMENTÁRIOS: Contribui com os professores pedagogos, subsiando com material, reflexões, leituras, para a prática pedagógica numa perspectiva de compromisso com o fazer do trabalho coletivo no âmbito da escola, tomando a relação aluno-professor como principal eixo. TÍTULO DO SÍTIO: SciELO DISPONÍVEL EM: http://www.scielo.com.br ACESSADO EM: janeiro de 2008 COMENTÁRIOS: Traz um hol de artigos científicos de autores conceituados, publicados em revistas, jornais, periódicos, abordando temas de todas as áreas do conhecimento. De vasta contribuição aos professores pedagogos como leituras, reflexões, pesquisas de estudo. 3.2.Sons e Vídeos Vídeo TÍTULO: Escritores da Liberdade DIREÇÃO: Richard LaGravenese PRODUTORA: Paramount Pictures DURAÇÃO: 122 minutos LOCAL DA PUBLICAÇÃO: Alemanha / EUA ANO: 2007 DISPONÍVEL EM: http://www.paramoutbrasil.com.br SINOPSE: No gênero Drama, colorido, Hilary Swank, duas vezes premiada com o Oscar atua nesta instigante história evolvendo adolescentes, criados no meio de tiroteiros e agressividade, e a professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. Com eletrizantes performances de um elenco de astros, incluindo Patrick Dempsey (Grey’s Anatomy) ganhador do Globo de Ouro, Escritores da Liberdade é baseado no aclamado bestseller O Diário dos Escritores da Liberdade. COMENTÁRIO: Esta obra ilustra a importância da escola ter os alunos como o bem mais precioso do sistema educacional, integrando as práticas docentes para que a escola ensine por meio de uma educação humanizadora, que faça diferença na vida dos alunos. TÍTULO: Perfume de Mulher DIREÇÃO: Martin Brest PRODUTORA: Universal Pictures DURAÇÃO: 156 minutos LOCAL DA PUBLICAÇÃO: EUA ANO: 1992 DISPONÍVEL EM: http://www.interfilmes.com.br SINOPSE: Drama. Colorido. Frank Slade (Al Pacino), um tenente-coronel cego, viaja para Nova York com Charlie Simms (Chris O'Donnell), um jovem acompanhante, com quem resolve ter um final de semana inesquecível antes de morrer. Porém, na viagem ele começa a se interessar pelos problemas do jovem, esquecendo um pouco sua amarga infelicidade. COMENTÁRIO: No final, esta obra, traz uma provocação: Que tipo de ser humano a escola está formando? Submisso, alienado, individualista ou com condições de atuar na sociedade num espírito de solidariedade, consciente, crítico e comprometido com o bem comum? TÍTULO: O Sorriso de Monalisa DIREÇÃO: Diretor: Mike Newell PRODUTORA: Red OM Films DURAÇÃO: 125 minutos LOCAL DA PUBLICAÇÃO: EUA ANO: 2003 DISPONÍVEL EM: www.SonyPictures.com.br SINOPSE: Drama colorido. Elenco: Julia Roberts, Kirsten Dunst, Julia Stiles e Maggie Gyllenhaal. Katharine Watson (Julia Roberts) é uma professora recém-saída da Universidade, que traz consigo um grande desejo de mudar a sociedade na qual vive. Consegue ser contratada por um conceituado colégio, para lecionar História da Arte, porém se sente enormemente incomodada com o conservadorismo e as regras da escola e decide lutar contra essa situação. A partir da maneira como ministra seu conteúdo, chamando a atenção dos alunos para certos temas, e da forma como enfrenta as determinações do colégio e da sociedade, Katharine desperta a admiração de seus alunos, auxiliando a alguns a enfrentarem os desafios impostos pela vida, num aprendizado que vai muito além do conteúdo escolar. COMENTÁRIO: Exemplos de compromisso com a formação integral do aluno podem ser percebidos no transcorrer de todo o filme. Servindo para refletir sobre o sentido das práticas pedagógicas que se processam na escola. Áudio-CD/MP3 TÍTULO DA MÚSICA: Estudo Errado EXECUTOR/INTÉRPRETE: GABRIEL PENSADOR Vocal: ARICIA MESS Vozes Extras: MIGUEL CONTINO, JORGE TITO; FÁBIO FONSECA, FÁTIMA REGINA Coro de Crianças: GABRIEL E BETINA, FARIA, LUIS FELIPE, JULIANA E BERNARDO LEAL, RODRIGO CAMPBELL, GABRIEL NUNES, Baixo Teclado: FÁBIO FONSECA E MÁRCIO MIRANDA, Teclados: FÁBIO FONSECA Samples: GENIUS OF LOVE (TOM TOM CLUB) TÍTULO DO CD: Gabriel O Pensador – As Melhores de 1999 NÚMERO DA FAIXA: 9 NOME DA GRAVADORA: Sony Music ANO: 1998 DISPONÍVEL EM: http://www.sonymusic.com.br LOCAL: São Paulo TEXTO: Atenção para a chamada: -Aderbal=presente -Aninha=eu -Breno=aqui -Carol=presente -Douglas=alô -Fernandinha= tô aqui -Geraldo=tôooo -Itamarzinho=faltou -Juquinha=...Eu tô aqui. Pra quê? / Será que é pra aprender? Ou será que é para aceitar, me acomodar e obedecer? / Tô tentando passar de ano para meu pai não me bater. Sem receio de saco cheio porque não fiz o dever. / A professora já tá de marcação porque sempre me pega disfarçando, espiando e colando toda prova dos colegas. / E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo. / E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo. / Eu quero jogar botão, videogame, bola de gude. Mas meus pais só querem que eu “vá pra aula” e “estude”! / Então desta vez eu vou estudar até decorar, cumpádi. / Pra me dar bem e minha mãe deixar eu ficar acordado até mais tarde. / Ou quem sabe aumentar a minha mesada. / Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?) Não. De mulher pelada. / A diversão é limitada e meu pai não tem tempo pra nada. / E a entrada do cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!). A rua é perigosa então eu vejo televisão (tá mais um corpo estendido no chão). / Na hora do jornal eu desligo porquê nem sei o que é inflação – ué, não te ensinaram? – Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil. / Em vão, pouco interessante, eu fico pu...To cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio (vou pro colégio!) Então eu fui relendo tudo até a prova começar. Voltei louco pra contar. Manhê! Tirei um dez na prova. / me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova. Decorei toda a lição. / Não errei nenhuma questão. / não aprendi nada de bom. / mas tirei dez (Boa filhão). Quase tudo o que aprendi. Amanhã eu já esqueci Decorei, copiei. Memorizei, mas não entendi. Decoreba: esse é o método de ensino. / Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino. / Não aprendo as causas e as conseqüências só decoro os fatos. Desse jeito até história fica chato. / Mas os velhos me disseram que o “porquê” é o segredo. / Então quando eu não entendo nada, eu levanto o dedo. / Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente. / Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente. / Eu sei que o estudo é uma coisa boa. / O problema é que sem motivação a gente enjoa. / O sistema bota um monte de abobrinha no programa. / Mas dá para aprender a ser ignorante. Ah! Um ignorante, por mim eu sem saia da minha cama (Ah! Deixa eu dormir). / Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre. Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste / O que é corrupção. / Para que serve um deputado? / Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso? / Ou que a minhoca é hermafrodita. / Ou sofre a tênia solitária. / Não me faça decorar as capitanias hereditárias!!! - Alô o que vai cair na prova de amanhã? O quadrado da hipotenusa. Cromossomos, tabela periódica... Ah...Vamos fugir dessa jaula. “Hoje eu tô feliz” (matou o presidente?) não matei aula, porque num dava. Eu não agüentava mais. / Eu vou escutá um Pensador escondido dos meus pais. / Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam. / Esse não é o valor que o professor merecia. / Aluno iiii sujô (heim?) o inspetor! (acabou a farra, já pra sala do coordenador!) / Achei que ia ser suspenso, mas era só pra conversar, me disseram que a escola era o meu segundo lar. / E é verdade. Eu aprendo muita coisa realmente. / Faço amigos. / Conheço gente. Mas o ideal é que a escola me prepare pra a vida. / Discutindo e ensinando os problemas atuais. E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais. / Com matérias das quais eles não lembram mais nada. / E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada. Manhê! Tirei um dez na prova. / me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova. Decorei toda a lição. / Não errei nenhuma questão. / não aprendi nada de bom. / mas tirei dez (Boa filhão). Encarem as crianças com mais seriedade. / Pois na escola é onde formamos a nossa personalidade. Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração e a indiferença são os sócios. / Quem devia lucrar só é prejudicado. / Assim cês vão criar uma geração de revoltados. / Tá tudo errado e eu já tô de saco cheio. / Agora me dá minha bola e deixa eu ir pro recreio. Juquinha ta falando demais, assim eu vou te deixar sem recreio. Mais é só verdade fessora, eu sei, mas colabora senão eu perco meu emprego. COMENTÁRIO: Com essa música é possivel levar os alunos (futuros professores) a reflexão e análise crítica da coerência entre a função social da escola com as práticas educativas executadas no dia-a-dia. Auxilia a identificar essas práticas, nas ações do trabalho da escola. 3.3Proposta de Atividades TÍTULO: Um pouco da Estrutura Organizacional da Escola Pública TEXTO: Poderá o professor pedagogo no exercício da docência, ao estar trabalhando conteúdos do tema Trabalho Pedagógico, realizar algumas atividades práticas com os futuros professores, dentre as quais sugere-se: Atividade nº 01 – ENTREVISTA COM PROFESSORES PEDAGOGOS QUE EXERCEM A FUNÇÃO DE ESPECIALISTAS JUNTO A EQUIPE TÉCNICOPEDAGÓGICA: Objetivo: oportunizar aos futuros professores conhecerem o papel dos professores pedagogos da Equipe Técnico-Pedagógica, os quais são os principais articuladores do Trabalho Pedagógico, e as influências de suas práticas nos trabalhos da escola. I Etapa - Elaborar de forma coletiva com a turma de alunos as questões que cada um tem sobre o que esses profissionais representam para o dia-a-dia da escola. Importante que essas questões sejam elaboradas a partir das prórprias dúvidas e curiosidades dos alunos alimentadas pela provocação do professor no sentido de despertar ainda mais outras dúvidas, outras observações. II Etapa - É aconselhável que o professor disponha previamente na Biblioteca Escolar fontes e referenciais para que esses alunos possam pesquisar ampliando as informações sobre o assunto. III Etapa - Dividir a classe em pequenos grupos, onde cada um fique com uma tarefa específica como: entrevistador – relator – apresentador. Conforme o tamanho do grupo, as funções podem ser compartilhadas entre dois até três elementos. IV Etapa – Sortear entre os grupos as escolas que participarão do estudo em questão. Para que a turma tenha noção de como as escolas se organizam para processarem seu trabalho de ensino e aprendizagem é importante que sejam visitadas escolas da rede estadual, da rede municipal e da rede particular. E ainda, que sejam selecionadas escolas da periferia, centro e área rural, para que venham para a sala de aula ricas discussões sobre as diferentes realidades que as escolas enfrentam diariamente. V Etapa – Elaborar um cronograma com datas para agendamento das visitas, data da realização da visita, prazo para o relator preparar o material com o estudo feito, data para o apresentador de cada grupo expor para toda a turma o resultado obtido com a entrevista, observações e pesquisas complementares. VI Etapa – Realização das entrevistas e atividades complementares conforme consta no cornograma. VII Etapa – Apresentação dos grupos. Nesta apresentação, pode-se cobrar bastante criatividade dos grupos, no sentido de tornar o momento interessante, envolvente e mais importante ainda, bastante claro, facilitando o entendimento para os demais colegas. (Exemplos: exposição do trabalho final em forma de documentários filmados; em forma de painel de fotos; em forma de slides ou transparências; em forma de dramatizações; em forma de álbum seriado, quadros estatísticos, etc.). Atividade nº 2 – DOCUMENTÁRIOS SOBRE OS ÓRGÃOS COLEGIADOS Objetivo: explorar com seus alunos a real necessidade para a escola em se ter os órgãos colegiados implantados e em pleno funcionamento. Uma atividade interessante que o professor pedagogo pode fazer com os alunos: orientar que os alunos façam um passeio livre de 15 minutos pela escola observando a estrutura física, a quantidade de alunos por sala de aula, a quantidade de funcionários, as atividades que estão acontecendo. Assim que todos retornem o professor pode indagá-los se é possível cuidar dessa escola apenas a direção; será que o dia-a-dia da escola gera muitas decisões, muitas atividades; o que de mais importante deve acontecer numa escola. Após esses e outros questionamentos, com o apoio de textos o professor pedagogo pode encaminhar o assunto para a existência dos órgãos colegiados na escola pública e suas principais finalidades. Além de contar com a legislação, textos que dão conta de informar sobre o assunto é bom partir para atividades práticas onde os alunos possam observar, pesquisar e dabater sobre o resultado final dos trabalhos. Uma sugestão é que os alunos sejam divididos em grupos, ficando cada grupo responsável por estudar e apresentar um dos órgãos colegiados. I Etapa – Apresentar aos alunos o assunto a ser estudado, reunindo com antecendencia vários materiais que poderão ser utilizados pelos grupos durante a fase de pesquisa. II Etapa – Despertar nos alunos curiosidades em saber o porquê da existência desses ógãos colegiados dentro da escola e quais suas finalidades. Para tanto, um hol de questões podem ser elaboradas de forma que o pesquisador explore bem as atribuições de cada membro do colegiado e as formas como este membro atua. Se realmente tem consciência da dimensão do seu papel para o trabalho da escola. Muito importante também, analisar se os membros desses colegiados recebem alguma formação que os fundamente para o exercício do cargo e se eles são preparados para agir coletivamente no trabalho pedagógico da escola. III Etapa – Montar um cronograma das datas e horários em que as atividades serão realizadas, conscientizando os alunos da necessidade de prévio agendamento com os membros dos colegiados para realizar as atividades de entrevistas, de filmagens. IV Etapa – Apresentação final do trabalho. Cada grupo deverá formatar o resultado de sua pesquisa em forma de gravação de um breve documentário sobre o órgão colegiado que estudou e repassá-lo para a classe, ou poderá convidar os membros para falarem ao vivo para toda a turma sobre o colegiado do qual fazem parte. Ou ainda, não sendo possível nenhuma dessas formas, o próprio grupo deverá relatar aos demais colegas o estudo feito. V Etapa – Elaboração de um plenário onde cada grupo expresse o entendimento sobre órgãos colegiados e a avaliação sobre os colegiados que a escola tem e a forma como eles vem atuando na Organização do Trabalho Pedagógico, culminando na elaboração de um relatório coletivo. Atividade nº 3 – MESA REDONDA SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Objetivo: levar o futuro professor a conhecer como se processa o financiamento da educação, as formas como os recursos financeiros chegam até a escola e como são gerenciados, os mecanismos de controle e fiscalização do uso desses recursos. É necessário trabalhar com os futuros professores conteúdos que demostrem de onde vêm os recursos financeiros responsáveis pela manutenção da escola tanto da rede estadual, municipal e particular. Os alunos participam desta atividade distribuídos em grupos, sendo um grupo responsável em pesquisar o assunto numa escola estadual, outro numa escola particular, outro nas escolas da rede municipal, outro nos centros de educação infantil, outro nas entidades de atividades educativas especializadas como APAE – Lar do Menor e outros similares. Ao concluir a parte de pesquisa, o professor pedagogo programa com os alunos uma aula onde a sala seja organizada como o cenário de programa de televisão com a participação de vários convidados que sob a coordenação do professor debaterão o tema financiamento da educação. Neste caso os convidados debatedores, são os próprios alunos, um representante de cada grupo. O professor pedagogo conduz o debate alternando as questões entre os convidados de forma que todos falem como cada uma das escolas visitadas é mantida financeiramente. Aqui para tornar o momento bastante interessante e educativo, o professor pedagogo pede que os alunos que atuarão como convidados especiais treinem com antecedência para que as suas colocações sejam feitas de forma clara e objetiva. Também vale muito a criatividade do professor pedagogo em fazer com que todos entrem no clima de um programa de entrevistas, onde quem não for convidado participa como platéia com direito a formular questionamentos aos membros da mesa redonda. REFERÊNCIAS: COLOMBO, Irineu Mário. Educação Básica: perguntas e respostas sobre a legislação e atividade docente. – Curitiba: Reproset Gráfica, 2004. BRASIL, Ministério da Educação. http://www.mec.com.br PEDAGÓGICO, Projeto Político. Colégio Estadual “Professor Segismundo Antunes Netto”. Siqueira Campos, PR, 206. PARANÁ. Construção Coletiva das propostas Curriculares para Reformulação da Organização dos Cursos Integrados da Rede Estadual. Curitiba, 2006. 3.4Imagens IMAGEM: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/educadores Esta imagem traz a tona reflexões sobre a visão de mundo que a escola precisa ter para que seus alunos possam receber uma educação que lhes dê condições cognitivas, operativas, culturais, científicas para de fato poderem analisar, compreender, emitir conceitos, formular suas prórias opiniões sobre as mais diversas questões que influenciam a vida diária de todo ser humano. Sabe-se que colocar no papel o perfil de ser humano ideal que escola e sociedade desejam é apenas uma etapa, enquanto que, articular a prática educativa, as ações administrativas e pedagógicas da escola integrando-as num Trabalho Pedagógico voltado para os princípios da formação humana requer algumas posturas que talvez muitos profissionais da educação ainda tenham dificuldades para empreendê-las. Para que o mundo seja adequado aos nossos desejos, as transformações devem partir da formação de cada ser humano. Portanto, o ideal de mundo para a escola deve ser conhecido de todos os seus profissionais, para que não haja distanciamento entre teoria e prática. Quando os futuros professores ainda como parte da sua formação inicial, têm contato com conteúdos que lhes trazem fundamentação para a formação de conceitos de mundo, de sociedade, de ser humano, de conhecimento, de educação, de cultura e entendem a articulação que esses conceitos devem ter nas práticas educativas da escola, a prática docente deles tem grandes probalidades de acontecer numa perspectiva de participação coletiva nas decisões da escola, no enfrentamento dos problemas bem como na busca de soluções. 4- RECURSO DE INFORMAÇÃO 4.1 Sugestão de Leitura Revista Científica TÍTULO DO ARTIGO: Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos REFERÊNCIA: Num primeiro momento, o artigo caracteriza, em suas linhas básicas, os fundamentos histórico-ontológicos da relação trabalho-educação que, nas suas origens, se manifestava na forma de plena identidade. indissolubilidade Mostra, em seguida, como, não obstante a da referida relação, se manifestou na história o fenômeno da separação entre trabalho e educação. No terceiro momento aborda o tortuoso e difícil processo de questionamento da separação e restabelecimento dos vínculos entre trabalho e educação que vem marcando a sociedade moderna. Finalmente, esboça a conformação do sistema de ensino sob a égide do trabalho como princípio educativo, concluindo com a discussão do controvertido tema da educação fundamentos histórico- politécnica. Palavras-chave: filosóficos da relação trabalho-educação; educação; educação politécnica. SAVIANI, Demerval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Rev. Bras. Educ. Jan. /abr. 2007, vol.12, no. 34 p.152-165. ISSN 1413-2478. COMENTÁRIOS: com este texto o professor pedagogo pode trabalhar conceito de trabalho, definir a essência humana, explorar o surgimento, da divisão de classes e da conseqüente dualidade na função da educação, discutindo o contravertido tema educação politécnica. Periódico TÍTULO DO ARTIGO: Com o olhar nos professores: Desafios para o enfrentamento das realidades escolares REFERÊNCIA: MARIN, Alda Junqueira.Com o olhar nos professores: Desafios para o enfrentamento das realidades escolares. Cad. CEDES, Abr. 1998, vol.19, no.44, p.8-18. ISSN 0101-3262. A escola tem sido crescentemente focalizada, não só no Brasil, mas em outros países, constituindo importante fonte para a compreensão das realidades vividas e sofridas pela grande maioria das populações mais privilegiadas econômica, social e culturalmente. A bibliografia produzida pelos autores de tais estudos denuncia, de maneira contundente, a baixa qualidade educacional em vários países, expressa por problemas como indisciplina na sala de aula, precárias condições para o trabalho educativo, despreparo dos professores para realizar adequadamente seu trabalho, baixo status profissional e baixa remuneração, agravados no Brasil pelos alarmantes índices de evasão e repetência. Com o olhar nos professores, como comprometimento político e preocupação de pesquisa, desde o ano de 1984, nossos estudos permitem dizer que esse quadro de problemas não constitui um insucesso generalizado, mas representa, sobretudo, desafios a enfrentar. Palavras-chave: Realidade escolar; desafios educacionais; professor. COMENTÁRIOS: A autora colabora apresentando os desafios a enfrentar, ou seja, superar a falta de vontade e de comprometimento político dando condições para melhorar as práticas docentes numa perspectiva democrática e libertadora. Livro TÍTULO DO LIVRO: Crítica da Organização do Trabalho Pedagógico e da Didática REFERÊNCIAS: FREITAS, Luiz Carlos de. Crítica da Organização do Trabalho Pedagógico e da Didática – Campinas, São Paulo: Papirus, 1995. COMENTÁRIOS: Da página 92 a 114 a obra traz uma contribuição sobre as influências que a organização do Trabalho Pedagógico sofre com o capitalismo, fala que sua organização não ocorre de forma isolada devendo cuidar para que ele não aconteça de forma fragmentada. TÍTULO DO LIVRO: Gestão Democrática da Escola Pública REFERÊNCIAS: PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. – 3 ed. São Paulo, SP: Ática, 2006. COMENTÁRIOS: O autor fala da democracia nas escolas e os entraves para que de fato ela se efetive em favor das camadas populares e do sucesso no processo de ensino e aprendizagem. TÍTULO DO LIVRO: Escola e Democracia REFERÊNCIAS: SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia: Teorias da Educação, Curvatura da Vara, Onze Teses sobre Educação e Política - 14 ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1986. COMENTÁRIOS: O autor reforça o compromisso que a escola deve ter para com a aprendizagem do aluno, com o sucesso dele na escola, principalmente com os alunos das camadas populares, assegurando-lhes apropriar-se do conhecimento histórico. TÍTULO DO LIVRO: Coordenação do Trabalho Pedagógico – Do Projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. REFERÊNCIAS: VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho Pedagógico – Do Projeto Político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002. COMENTÁRIOS: O autor discute as práticas educativas que acontecem diariamente nas escolas, trazendo contribuições para decifrar a tão complexa, fascinante e extremamente necessária atividade educativa, na perspectiva de uma gestão democrática e libertadora. Internet TÍTULO: O Trabalho Pedagógico na Escola Capitalista DISPONÍVEL EM: http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/436.htm - 71k ACESSO EM: janeiro de 2.008 COMENTÁRIOS: a autora (Nair Casagrande) discute como a escola pública, uma vez atrelada ao sistema capitalista, também se torna capitalista ao nortear sua função social, seus objetivos, seu trabalho pedagógico em favor dos interesses da elite dominante. 4.2 Notícias Revista on-line TÍTULO DA NOTÍCIA: O que ensinar a quem ensina REFERÊNCIA: Revista Educação - Endereço: http://revistaeducacao.uol.textos.asp?codigo=12224 TEXTO: “30/07/2007 - O que ensinar a quem ensina Em meio ao corporativismo acadêmico e à oscilação das políticas públicas, cursos de formação de professores escorregam na busca do equilíbrio entre práticas pedagógicas e conhecimento do objeto a ser ministrado. É necessário avançar para um campo mais livre do corporativismo acadêmico e do caráter remediativo das políticas públicas. Falar que a formação de professores vai mal não é novidade. Há décadas discute-se a deficiência dos cursos de formação e questões centrais continuam sem resposta: qual o caráter da formação docente? Os cursos devem apontar para o ensino técnico-profissionalizante ou para a formação acadêmica? Que identidades estão por trás da figura do bacharel, na formação de especialistas, e dos egressos dos cursos de licenciatura? Que lógica pontua a visão curricular de uma ou outra concepção e como isso tangencia, na prática, as exigências curriculares impostas à educação básica? Apesar da enxurrada de leis, diretrizes e parâmetros curriculares, da multiplicação de cursos e faculdades dirigidos ao magistério, a figura do professor, que personifica o desafio da educação na sala de aula, permanece frágil, ainda à procura de identidade. Estudo feito pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em 2003 demonstra que a formação do professor afeta diretamente o desempenho do aluno. Quando o educador possui formação superior, a média de seus alunos na prova de leitura é de 172 pontos. Quando a formação é secundária, cai para 157. Resta saber, exatamente, qual é a formação pretendida - um embate que se arrasta nos últimos 30 anos e emerge com a freqüência com que aparecem os dados, e a conseqüente fragilidade da escola pública. "Ainda não há uma política nacional de formação e valorização do magistério", critica Helena de Freitas, presidente da Associação Nacional pela Formação de Profissionais da Educação (Anfope). Fragmentação Na formação superior, os contrastes e dilemas na qualificação docente refletem a própria estrutura do ensino acadêmico no país. Com a reforma universitária iniciada nos anos 70, o Brasil incorpora o sistema norteamericano - a separação de pesquisa e ensino - e retira das faculdades de filosofia os departamentos de educação, até então responsáveis pela formação de professores em nível superior. O modelo, que na essência permanece até hoje, ainda está na raiz dos sucessivos debates travados em torno da formação desses profissionais. Nem a polêmica criação dos Institutos de Educação Superior (Resolução 01/99), nem as sucessivas diretrizes curriculares para a formação inicial de professores da educação básica conseguiram vencer a fragmentação acadêmica e avançar com consistência na formação dos profissionais de ensino. "As universidades mantêm uma estrutura medieval, um corporativismo que acaba loteando os currículos segundo essa lógica, e não segundo o interesse da formação do professor. Há muita dificuldade para articular as especialidades com os saberes específicos da formação docente a partir da pedagogia", sustenta Roxane Rojo, professora do Departamento de Lingüística Aplicada da Unicamp. Conhecimentos pedagógicos Na prática, é fácil comprovar a dificuldade apontada pela educadora. Até hoje, o campo específico da educação e da pedagogia se reduz a cerca de 1/5 do total da carga horária dos cursos de formação inicial. Na USP, a Faculdade de Educação mantém apenas seis disciplinas de conhecimentos pedagógicos na grade da licenciatura: Introdução aos Estudos de Educação (60h), Psicologia da Educação (60h), Didática (60h), Metodologia do Ensino I e II (120h), Política e Organização da Educação Básica no Brasil (60h), além de Estágio Supervisionado (300h). Outro entrave diz respeito à prática de ensino. Nas licenciaturas que preparam profissionais para o atendimento a crianças de 0 a 11 anos, a exigência legal aponta para 300 horas de estágio supervisionado, "prioritariamente em educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental", e 100 horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento em áreas específicas. No curso de Enfermagem, por exemplo, o estágio corresponde a pelo menos 20% da carga horária total, fixada em 3.200 horas. Ainda que seja desejável a ampliação da carga horária destinada à prática de ensino, os especialistas alertam para os perigos de sua aplicação isolada da reformulação curricular. "A prática pedagógica sem reflexão teórica é mera situação de treinamento. Falta uma estrutura curricular e falta ao professor uma formação básica. A formação pedagógica precisa vir antes da formação do especialista. Essa é uma lógica que precisa ser invertida", sustenta Lisandre Maria Castello Branco, professora da Faculdade de Educação da USP e psicanalista pelo Sedes Sapientiae. "Se você perguntar para muitos cursos de licenciatura qual o seu conceito de educação, muitos ficam sem resposta. Se perguntar qual o papel do professor, muitos não sabem. Precisa existir um currículo articulado, diversificado, em que o embasamento teórico é fundamental", propõe. Objetos de ensino Se é consenso que para se tornar professor é preciso ter conhecimentos e práticas que ultrapassam o campo de sua especialidade, há também críticas à precariedade da formação nas áreas específicas - aquelas que, na sala de aula, se constituem em objetos de ensino. Na Universidade Estadual de Feira de Santana (UFFS), Bahia, a grade de licenciatura para formação inicial de professores de Geografia prevê 150 horas para o ensino específico da disciplina, distribuídas em dois módulos de 75 horas cada. Em tese de doutorado apresentada na Federal de São Carlos, a pesquisadora Cleonice Braga, da Faculdade de Educação da UFFS, analisa o cenário para propor uma visão que, acredita, vai ao encontro da necessidade dos cursos de formação. Entende que, se todos os alunos desenvolvem ou desenvolverão sua prática de ensino em Geografia, seria de fundamental importância que essa disciplina fosse destacada como ponto de partida para as reflexões, como direcionadora de estudos teóricos, "para que pudesse ser reconstruída e, finalmente, transformada". Afinal, onde os professores das séries iniciais aprenderão os conhecimentos das áreas específicas que precisarão ensinar ou que já ensinam? É uma discussão carente de proposições objetivas ainda hoje. Ao instituir que "somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço", a LDB 9.394/96 fomentou a participação da rede privada de ensino superior. Só em 2000, 142 novos cursos de Pedagogia foram autorizados pelo MEC, a maior parte de instituições privadas, segundo dados do Censo Escolar e de outras fontes cruzados por Roselane Campos, da Federal de Santa Catarina. "Que meta poderia estar comprometida com a qualidade, ao prever a formação de 225 mil professores em dez anos?", questiona Cleonice. Mas o nó da questão não parece estar no caráter quantitativo. Políticas para a educação por vezes têm de assumir um alcance ampliado, de massa. Ao contemplar o aumento de professores graduados para as etapas iniciais do ensino fundamental, a proposta avançou - ainda mais quando se considera seu alcance em regiões até então desprovidas de qualquer referencial acadêmico para a formação do magistério. O entrave é que, ao ignorar deficiências antigas, a explosão de licenciaturas não veio acompanhada de mudanças qualitativas. Não teve nem mesmo o próprio exemplo do Estado, que preferiu repassar a instituições particulares grande parcela da responsabilidade pela formação. Multiplicaram-se as licenciaturas, algumas sem cumprir sequer a carga horária prevista em lei. O estudo de Roselane Campos, realizado em 2004, indicava a existência de 2.138 cursos de formação de professores, divididos em 765 cursos Normais Superiores e 1.373 cursos de Pedagogia. Do total, 38,54% são vinculados a instituições públicas federais e estaduais e 61,31% a instituições privadas. "Houve e continua havendo um investimento grande na privatização do ensino superior, apesar das negativas do discurso oficial. O ProUni é exemplo dessa política, ao fornecer bolsa de estudo em faculdades particulares, ao invés de fortalecer as universidades públicas", diz Roxane Rojo, da Unicamp. Rebaixamento O cenário preocupa. Se, de um lado, são essas instituições que oferecem o maior número de vagas - faculdades integradas, isoladas, não raro sem vínculos com a pesquisa e a produção de conhecimento -, não se pode ignorar que concentram também um número menor de docentes titulados em relação às instituições públicas. "São ações que marcam uma concepção de formação de professores aligeirada, rebaixada, orientada por manuais didáticos e de caráter pragmatista", critica a presidente da Anfope. A mesma expansão desordenada aconteceu com os cursos a distância, também legitimados para a formação inicial. Hoje, é quase impossível precisar o número de cursos, estudantes e pólos a distância. Há instituições com mais de mil pólos espalhados pelo país e cursos que o futuro professor só freqüenta uma ou duas vezes ao mês. Outros, só quando têm dúvida. Avanços e conflitos Ainda que timidamente, a política oficial trouxe avanços em 2002. A formação de professores deixou de ser um apêndice do bacharelado, houve melhor distribuição das matérias pedagógicas no currículo e a carga horária total aumentou para 3.200 horas - 2.800 dedicadas às atividades formativas. Em abril de 2006, novo parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE 05/2006) ampliou as mudanças nos cursos de pedagogia, com a indicação clara de que cabe a eles, por excelência, a formação de professores para educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. A intenção era fortalecer a educação básica. O resultado concreto sugere um conflito ainda maior na já fragilizada identidade dos cursos de formação. Ao confronto entre bacharelado e licenciaturas, somou-se outro, entre as licenciaturas e os cursos de pedagogia. Para os críticos, o formato descaracterizou a formação docente, ao incluir na Pedagogia também a missão de preparar profissionais na área de serviços e apoio escolar, "bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos". Surgiram comparações que apontam a pedagogia como um verdadeiro empório, com produtos variados, dependendo da demanda do cliente. Com promessas de emprego em outros segmentos do mercado de trabalho, não foram poucos os cursos que se distanciaram do espaço da educação como a finalidade da formação de seus profissionais. No extremo oposto, ainda que contrários às distorções criadas, aglutinaram-se os defensores da chamada Base Comum Nacional, no entendimento de que o exercício de atividades como supervisão, gestão e coordenação pedagógica têm como base a docência e a ela devem estar atrelados de forma indissociável. Contradições Há um conflito claro quando a formação de professores esbarra na realidade concreta da sala de aula. Fala-se em formar alunos com visão crítica, mas a muitos professores falta uma visão ampliada da realidade. Fala-se em formar alunos pensantes, quando há docentes que não conseguem desenvolver habilidades de raciocínio ou flexibilidade de pensamento. As críticas não são novidade. Ao contrário, chegam a ser repetitivas, tratadas em um sem-número de artigos, teses e estudos de diferentes especialistas. Culpar o professor é ignorar o enorme paradoxo em que está inserida sua identidade e prática profissional. "O professor só ensina aquilo que sabe e na perspectiva daquilo em que acredita. Se ele é formado no paradigma da transmissão-recepção do conteúdo, dificilmente se sentirá à vontade para desenvolver a atividade docente em uma perspectiva construtiva, conforme proposta dos PCNs e das novas diretrizes para formação de professores da educação básica", diz Inez Araújo, pesquisadora do Centro de Educação da Federal de Sergipe. Está aí a primeira contradição entre o que é proposto pelos documentos oficiais e o que é efetivamente realizado nos cursos de formação. Outra, mais gritante, põe em xeque a coerência entre a formação e a prática esperada do futuro professor. As diretrizes, ao fundamentar a simetria invertida, deixam como pressuposto a idéia de que, em seu processo formativo, o futuro profissional vivencie experiências que, mais tarde, realizará com seus alunos no exercício do magistério. Não é o que acontece. Os professores universitários, por não estarem formados pela visão apontada pelas diretrizes, não formam alunos para essa nova realidade educacional. Não se pode pretender semelhança alguma entre a disciplinarização calcificada nas universidades e os eixos temáticos dos PCNs para o ensino fundamental. É preciso antes diminuir a distância entre as instituições formadoras e a educação básica. No estudo em que acompanhou o uso da matemática na vida de crianças e jovens da periferia de Recife, a pesquisadora Teresinha Carraher demonstrou que, na prática, eles utilizam conhecimentos que não são capazes de reproduzir na vida escolar. No livro Na Vida 10, na Escola Zero (Cortez, 1995), ela traz sugestões para olhar o raciocínio de forma independente da ideologia do saber instituído. José Carlos Libâneo, da Faculdade de Educação da Universidade Católica de Goiás, completa: "Há excesso de discurso científico-educacional e pobreza de práticas pedagógicas. Estamos preocupados com os desafios do futuro, o professor do futuro, a escola do futuro, enquanto vivemos nas escolas um presente dramático, sofrido e contraditório". Qualquer semelhança com a história do Brasil não é mera coincidência. Déficit crescente O país corre sério risco de ficar sem professores de ensino médio na rede pública. Ao estabelecer a correlação entre o fomento pretendido pelo Foeb para os anos finais da educação básica e o número de egressos das licenciaturas, o Conselho Nacional de Educação ecoou o alerta que já havia sido dado dez anos atrás. Em 2003, o próprio governo Lula apontou a gravidade do problema, com a criação da Capemp (Comissão de Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Médio e Profissional). Agora, ampara-se no sinal vermelho indicado pelo Saeb em 2005 para concluir o óbvio: há um enorme déficit de professores - 235 mil, segundo dados preliminares do Inep - particularmente de física, química, matemática e biologia. Relatório da Câmara de Educação Básica do CNE, divulgado em julho, fala em "apagão do ensino médio" e pede "providências urgentes". O tom alarmista, embasado por números aparentemente subestimados (o déficit era de 253,8 mil em 2003), faz parecer novidade uma questão antiga. Frente a uma demanda estimada em 55,2 mil professores de física para o ensino médio, por exemplo, pouco mais de 7 mil efetivamente se licenciaram entre 1990 e 2001.” COMENTÁRIOS: Com esta notícia, o professor pedagogo poderá refletir como a formação dos professores vem acontecendo no cenário nacional, motivando-o para diferentes posturas em relação aos futuros professores que estão sob sua responsabilidade no curso de formação inicial. Jornal on-line TÍTULO DA NOTÍCIA: Educação e Construção Humana REFERÊNCIA: Notícia impressa de A TRIBUNA - O melhor jornal da região: http://www.atribunamt.com.br Link para o artigo: http://www.atribunamt.com.br/?p=14361 TEXTO: “Por Redacao em Janeiro 23, 2008 @ 1:18 am. O que significa ser humano? Como a educação tem participado dessa construção cultural da vocação, de ser gente e pessoa? Que perguntas devemos fazer ou que caminhos devemos trilhar nessa auto-descoberta contínua e pessoal? Nós humanos não queremos estar somente vivos, necessitamos sentir que vale a pena viver. Necessitamos de um sentido de vida que faça as pequenas coisas que compõe o nosso dia-a-dia terem sentido e valor. “Somos diferentes! Não necessariamente melhores, mas diferentes em relação às outras espécies. Saber dessas diferenças é fundamental para nossa compreensão do sentido da vida”, diz o pesquisador Jun Mo Sung. Quem sou eu? Quem somos? Que imagem de família, ou que práticas do dia-a-dia se é comum nas famílias, nos dias comuns de trabalho, domingos e festas? As crianças em casa estão tendo espaço educativo para brincar? Os pais apóiam ou fazem comentários educativos quando as crianças nas suas imaginações e criações desenham castelos e coroam o pai de rei e a mãe de rainha, com um simples rabisco numa folha de papel? Nossas casas têm espaço para diálogo? Que valores nossas casas tem promovido? Que protótipo humano estamos construindo? E as escolas? Como estão? Estão bem limpas? Tem banheiros em bom estado de uso? Torneira? Os alunos respeitam a organização material da escola no cuidado e zelo? Tem merenda? Espaço para leitura, jornal, revista e acesso à internet ou à informática? O projeto pedagógico está inserido com o pensamento científico? Tem parcerias firmadas com prefeitura, universidade, empresas, movimentos organizados, enfim, com a comunidade de humanos e seres vivos? O consumo excessivo de álcool, principalmente cerveja, em festas, fins de semana e nas casas, torna o ambiente pesado, tenso. Casas com pouco espaço físico, na maioria das vezes, músicas com volume alto, de um abominável conteúdo, nada educativo, e as crianças, nem sempre tem o que fazer a não ser, “encher a barriga” de refrigerantes, bebidas artificiais, jogos artificiais, até os mais velhos nem se despertarem mais, dormindo no mesmo lugar, no chão, no banheiro, vomitando o excesso que o corpo necessita, desesperados, se batem em gritos sob a pressão do estômago na ânsia de não mais suportar a quantidade de mantimento consumido. Que espaço educativo estão tendo as casas onde crescem as crianças, jovens, adultos e idosos? Que músicas são tocadas nas festas, em casa, aos domingos e no seu convívio geral? Têm conteúdo educativo essas músicas? Que imagem cultural as canções de um canto a outro do nosso país tem criado enquanto consciência de povo e nação? Afinal, nossas canções têm traduzido nosso imaginário? A construção humana acontece no dia-a-dia, participando dos acontecimentos, moldando pelos costumes sociais e culturais, enfim, é na luta, no trabalho e no caminhar que vamos projetando e transformando a realidade, nosso pensar e os produtos de nosso pensar. (*) Hélio Inácio Santana é filósofo, artista-educador e escritor. Mestrando em educação UFMT “ COMENTÁRIOS: reflete que a formação humana se processa em todos os espaços e principalmente no da educação formal. Portanto, a escola precisa tecer sua função social formando sujeitos que dêm conta de enfrentar com conhecimento as dificuldades vividas em sociedade. 4.3 Destaques TÍTULO: Jornadas Pedagógicas REFERÊNCIAS: disponibilizado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, criado no exercício de 2.003 servindo de suporte pedagógico aos professores pedagogos seja na prática pedagógica ou docente.http://www.diaadiaeducaao.pr.gov.br/portals/cadep/? PHPSESSID=2007070413470912 TEXTO: Desde 2.003 os professores pedagogos do Estado do Paraná podem contar com a contribuição da Secretaria de Estado da Educação por meio da CADEP. O grande destaque desse órgão, é em relação as Jornadas Pedagógicas que acontecem anualmente na sua maioria de forma presencial tanto para os professores pedagogos como para os diretores. Além dos encontros presenciais e outros à distância, a CADEP também disponibiliza um link no portal da educação recheado de propostas, de textos, para leituras e reflexões. Transcrevemos abaixo algumas definições, finalidades e ações da CADEP. OBJETIVOS: A Coordenação de Apoio à Direção e Equipe Pedagógica – CADEP, busca contribuir para que as equipes de direção e equipes pedagógicas possam construir a competência teórico-metodológica necessária para direcionar, organizar, interferir, propor e acompanhar o trabalho pedagógico nas escolas, tendo como pano de fundo a efetivação da organização escolar democrática, do compromisso político-social com a formação de cidadãos e cidadãs e da construção das bases para uma sociedade melhor. ·A CADEP, portanto, tem a responsabilidade de instrumentalizar diretores e pedagogos, para que assumam o compromisso de defesa da Educação pública, gratuíta e de qualidade, enquanto articuladores do processo pedagógico nas Escolas Públicas Estaduais, movidos pela ação coletiva e acreditando em uma educação emancipatória e transformadora”. “Organizar o trabalho pedagógico escolar: processo de participação e construção coletiva da qualidade social da educação pública junto às Equipes Pedagógicas dos Núcleos Regionais de Educação e das Escolas Estaduais do Paraná”. “Discutir e propor fundamentos teórico-metodológicos referentes à gestão democrática da escola pública, compreendendo a articulação destes fundamentos com a dimensão pedagógica da função da direção, enquanto dirigente do projeto político-Pedagógico de cada escola”. “Delinear as diretrizes gerais para a função de direção e equipe pedagógica, embasadas na compreensão da organização pedagógica da escola, nas relações democráticas do processo coletivo de trabalho e na socialização do conhecimento, tendo como norteador, os princípios da Política de Educação Pública para o Estado do Paraná”. “AÇÕES PRIORITÁRIAS DA CADEP PARA 2005 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO: • Compreensão dos fundamentos teórico-metodológicos da organização do trabalho pedagógico na construção e reformulação do Projeto Político-Pedagógico da Escola Pública, numa perspectiva da Pedagogia Progressista transformadora. Valorização da participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisões coletivas e na construção do Projeto PolíticoPedagógico, enquanto concretização emancipatória da educação. da concepção democrática e JORNADAS PEDAGÓGICAS: • Promover a formação continuada dos pedagogos que atuam nos NREs e Escolas, instrumentalizando-os como articuladores da construção coletiva de uma Educação Pública de Qualidade e para Todos. ESTATUTO DO CONSELHO ESCOLAR: Incentivar a criação de espaços e canais de participação, junto a comunidade escolar, democratizando as relações de poder no interior da Escola. Promover a gestão democrática no interior da escola, fortalecendo a atuação dos Conselhos Escolares; Ampliar a participação da comunidade escolar e local na gestão pedagógica, administrativa e financeira das escolas públicas; Promover a revisão e reformulação do Estatuto do Conselho Escolar, enfatizando o processo de gestão democrática. CADERNOS PEDAGÓGICOS: Coordenar a construção coletiva dos cadernos pedagógicos a partir dos cursos de formação continuada para as equipes pedagógicas dos Núcleos Elaborar subsídios pedagógicos para as escolas públicas da rede estadual, delineando diretrizes gerais para a compreensão da organização pedagógica da escola”. COORDENADOR: PROF. BENJAMIN PEREZ MAIA EQUIPE DE APOIO: ADILSON CLÁUDIO MUZIi GISELE D’ANGELIS BOGONI VÂNIA MARA PEREIRA MACHADO COMENTÁRIO: As Jornadas Pedagógicas trouxeram avanço nas práticas da Equipe Técnico-Pedagógica, com capacitações permeadas de reflexões, de palestras, de grupos de estudos e com as reformulações do Projeto Político-Pedagógico, da Proposta Curricular Pedagógica e do Regimento Escolar. 4.4PARANÁ TÍTULO: O Currículo da Escola Pública do Paraná refletido no Trabalho Pedagógico TEXTO: A Educação Básica Paranaense vive um momento bastante importante. Desde o ano de 2003 estudos e discussões estão sendo travadas para a reformulação das Propostas Pedagógicas Curriculares do Estado do Paraná. Dentro da tendência Histórico-Critica, de forma coletiva contando com o envolvimento e a participação de todos os professores que estão na ativa no interior das escolas, as propostas curriculares estão sendo reformuladas algumas com os trabalhos já em fase de versão oficial outras ainda na fase de versão preliminar. Tomando como ponto de partida o Objeto de Estudo de cada área do conhecimento a partir daí, são elencados os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos com seus principais refenciais teóricos e metodológicos, os critérios e instrumentos para a prática avaliativa. Durante o processo de discussão da proposta curricular, fez-se necessário o entendimento da dimensão, dos objetivos estipulados pela escola dentro das práticas pedagógicas, dentro da Organização do Trabalho Pedagógico. Os professores pedagogos sendo os principais articuladores do Trabalho Pedagógico, tiveram importante participação neste momento, provocando reflexões com os professores de cada disciplina sobre as concepções que a escola tem de sociedade, de mundo, de educação, de conhecimento, de cultura e de homem, ou melhor, de ser humano. Para então, norteados pelo objeto de estudo da disciplina em questão, evocar sua importância para a formação do ser humano, do aluno de hoje, membro ativo da comunidade escolar. Ficou bastante notório que conhecer e participar da Organização do Trabalho Pedagógico da Escola é mais que importante, é essencial. Se hoje, percebe-se que este trabalho vem acontecendo de forma fragmentada, isolada, sendo organizado e pensado por uma minoria dentro da escola, talvez seja justamente pela condição de alienação do corpo docente em relação as práticas educativas que processam diariamente. Ficando sem saber quem as definiu e em nome de que foram definidas e estão em prática. Um fato muito importante que vem reforçar a importância de todos os profissionais da educação participarem da Organização do Trabalho Pedagógico, é que nos útimos quatro anos, no início de cada semestre letivo, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, pede que as escolas realizem as atividades referentes a Semana Pedagógica com a participação de todos os profissionais da escola (agentes administrativos, auxiliares de serviços gerais, professores, professores pedagogos, direção) numa perspectiva de maior envolvimento na condução das práticas pedagógicas. Dessas capacitações, já resultaram a reformulação do Projeto Político-Pedagógico, a reformulação da Proposta Pedagógica Curricular de cada uma das áreas do conhecimento, a reformulação do Regimento Escolar, a construção e avaliação dos Planos de Ação da Direção, da Equipe Técnico-Pedagógica e dos Funcionários. Paralelamente, professores pedagogos e diretores de escola recebem nos eventos denominados Jornadas Pedagógicas, capacitações promovidas pela própria Secretaria de Estado da Educação, retomando a fundamentação teórica necessária para cada um desses profissionais, provocando neles reflexões sobre o papel de principais articuladores da prática educativa, enfim do trabalho que a escola realiza. Despertando na quipe Técnico-Pedagógica sentidos para assumir uma nova postura na perspectiva de exercer práticas democráticas no interior a escola. O próprio PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – idealizado pela Secretaria de Estado da Educação em parceria com as Universidades Estaduais do Paraná, reflete a preocupação com os caminhos da educação paranaense. Os 1.200 professores que participam da primeira turma trazem para o ano letivo de 2.008 o compromisso de ajudar a escola no enfrentamento de alguns de seus principais problemas relacionados a qualidade do ensino. Provavelmente as escolas paranaenses não serão as mesmas a partir deste programa, pois além dos professores/pde, também há os professores participantes do GTR – Grupo de Trabalho em Rede que estão imbuídos de propósitos de mudanças para a educação que ora se processa no interior da escola pública. Mudanças que revertam em melhoria no processo de ensino e aprendizagem, tomando o aluno como o bem mais precioso do sistema educativo. Pois bem, uma vez comentadas essas ações que vêm acontecendo na Educação Paranaense, quando a própria disciplina de OTP – Organização do Trabalho Pedagógico – do Curso de Formação de Docentes também passa por esse processo de reformulação curricular, tem-se certeza do quanto é necessário levar aos futuros professores conteúdos de natureza pedagógica que dêem conta de instrumentalizá-los no processo de aprendizagem sobre as dimensões que o trabalho pedagógico atinge na prática docente. REFERÊNCIAS: PARANÁ. Construção Coletiva das propostas Curriculares para Reformulação da Organização dos Cursos Integrados da Rede Estadual. Curitiba, 2006. PARANÁ, Secretaria de Estado da. Orientações Curriculares para o Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em Nível Médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006.