O HERBÁRIO - PROF. DR. JOÃO CARLOS NORDI É uma espécie de museu, onde seus exemplares são constituídos de plantas secas. Estas plantas depois de coletadas e preparadas por um processo denominado de herborização serão incluídas no Herbário para fins de pesquisa e ensino. Plantas assim guardadas possuem uma duração indeterminada e como prova, temos os herbários de Glein (1519-1556) e Caesalpino (1519-1603) que até hoje ainda existem na Itália. Botânicos estrangeiros que ao Brasil vieram ainda no século passado deixaram duplicatas de suas coletas nos herbários brasileiros (SP, R, RB) e até hoje as encontramos em perfeito estado. Objetivo Proporcionar ao estudante um contato com uma das etapas indispensáveis a um trabalho de Botânica Sistemática, onde ele será o coletor, fará a secagem, montará as plantas e, quando possível, identificará o material botânico por ele coletado. Parte deste material coletado permanecerá no herbário do Departamento de Biologia da Universidade de Taubaté e servirá para enriquecê-lo com mais espécies e também será uma contribuição dos estudantes, que ficará para sempre guardado, marcando sua passagem por esta universidade, pois seu nome figurará como coletor nos nossos arquivos. Coleta Material indispensável Tesoura de poda; Facão; Plantador; Caderneta para anotações; Lápis; Prensa; Corda ou correia; Papel absorvente (jornal) no tamanho conveniente; Papelão; Saquinhos de papel e plásticos. Descrição e finalidade do material de campo Tesoura de poda: serve para cortar as partes do vegetal, o qual será herborizado. Facão: cortar galhos de maior diâmetro, abrir picadas no mato, etc. Plantador: conhecido também como pazinha de jardineiro, colher de jardineiro, serve para coletar plantas com raízes (quando herbáceas), escavando-se lateralmente, sem danificar o seu sistema radicular. Caderneta: Onde será anotado o número, local, data e demais dados referentes à planta. Prensa: madeira, com as seguintes especificações: – A espessura da madeira é de 1,00 a 1,50 cm; – Largura de 4,00 cm; – Tamanhos de 45 cm (2 ripas) e 30 cm (3 ripas), por unidade. (Há necessidade de 2 unidades para constituir uma prensa). A referida tem por função prensar, já no campo, o material coletado Corda: serve para fechar a prensa sob pressão. Poderá ser com corda ou fita de pano resistente, cintos de pano ou couro, etc. Preferencialmente, corda de sisal. (2 pedaços de 2 m, com um laço em uma das pontas). Papel absorvente: tem por finalidade receber a planta coletada e deverá ser absorvente para permitir a secagem do material. O mais recomendado é o jornal, de preferência o "Diário Oficial", no tamanho de 30 x 45 cm (dobrado). Se for outro jornal, deixá-lo na medida anterior, cortando-se o excesso. Papelão : é o papelão comum, de caixas vazias, no tamanho de 30 x 45 cm. Serão colocados entre as folhas de jornal. Saquinhos de papel e plástico : servirão para colocarmos frutos ou outras partes de interesse do vegetal, no caso dos mesmos possuírem uma dimensão que impossibilite serem colocados na prensa. Processamento da coleta Primeiramente de posse de sua caderneta, fazer as anotações referentes ao local de coleta: Estado, município e a localização o mais pormenorizada possível do local exato da coleta (distância em relação a um ponto de referência ou mais sofisticadamente a latitude e longitude do local), altitude do local e data. Em seguida a descrição do local, com os seguintes dados: tipo de solo, topografia do terreno, tipo de vegetação predominante, altitude, e se é terreno úmido ou não (brejos, pântanos, etc.). Feito isto, as próximas anotações serão referentes à planta em questão, como: se é árvore, arbusto ou erva, se é epífita, trepadeira, terrestre ou aquática, se é umbrófita ou heliófita, etc. A altura e o diâmetro no caso de árvores, e somente altura quando arbusto, a freqüência da planta no local. Dados como coloração da flor, folha, odor da flor, a presença de insetos na flor, látex, deverão ser anotados, pois estes irão desaparecer quando do processo de herborização. Importante também é coletar somente plantas férteis, isto é, com flores e se possível com frutos também. Quando se trata de plantas dióicas, devemos coletar os dois tipos de flores, e as duas flores na planta monóica. Deve-se não esquecer de que quando se tratam de ervas, pequenos arbustos e plantas com sistema subterrâneo com bulbos ou rizomas, de coletá-los também. Parasitas, coleta-se juntamente com o hospedeiro, e também deve-se observar bem a planta, herborizando partes características do vegetal de forma a torná-lo o mais representativo possível. Uma vez coletada a planta, o passo seguinte se refere ao modo de acondicioná-la na prensa. Na folha de jornal, anota-se o número da planta (mesmo número que está na caderneta), colocando-se a planta de modo o mais natural possível e com uma ou duas folhas mostrando o seu verso. Caso não caiba na folha, dobra-se a planta em forma de V ou W. Se alguma parte da planta cobrir suas flores, pode-se cortá-las, de modo que fique um vestígio que indique que ali foi cortado. Todas essas operações se repetem a cada nova coleta, e entre uma coleta e outra, coloca-se entre as folhas de papel, um papelão, que servirá para não danificar o material Secagem do material Estufa aquecida por resistência elétrica, lâmpada, ou quando no campo, por fogareiro à querosene. Quando chegamos do campo, abrimos a prensa, e entre uma folha e outra de papel que contém a planta, colocamos uma de papelão e a cada 4-5-6 folhas de papelão, uma folha de alumínio ondulado é colocado para dar passagem ao calor da estufa (varia de acordo com o material coletado). Não devemos trocar o jornal das plantas, o mesmo permanece durante todo o processo de secagem e são guardados até a montagem na mesma folha. Montagem A planta assim fixada é costurada em uma cartolina branca, ficando a sua cópia (exsicata) solta no jornal de secagem. Ambas, deverão ser envolvidas por uma saia, cujo tamanho deve ser superior a 30 X 45 cm. Sugestão: 32 x 47 cm Rótulos (Etiquetas) Normalmente é colocado no canto direito da cartolina, e deverá incluir todos os dados que forem anotados no campo, bem como o nome do coletor e nome de quem identificou o material (com a data). Ordem Um herbário poderá ser colocado em ordem sistemática, ou seja, de acordo com a filogenia do reino vegetal ou mais acertadamente, em seqüência alfabética de famílias, gêneros e espécies. Identificação É conveniente em um herbário o maior número possível de plantas identificadas pelo menos até Família e Gênero. A identificação poderá ser feita pelo próprio coletor ou por um especialista na família, etc. Normas a serem seguidas dentro do herbário de uma Instituição Ao retirar as plantas do armário, deixe-as após o uso, em cima da mesa; Não vire uma folha de herbário como uma página de um livro, o lado onde se encontra a planta deverá estar sempre para cima; Não retire nada da planta; Deixe os gêneros e espécies na mesma ordem como encontrou; Não fume no herbário; Um herbário é como um museu, com material importante para os cientistas. Tomando o devido cuidado, você poderá utilizar qualquer herbário de mundo no momento que necessitar. HERBÁRIO A SER FEITO PELOS ALUNOS DO CURSO 10 espécies diferentes (dois exemplares de cada espécie). Individual ou em grupo (10 espécies para cada um). Uma exsicata será montado em cartolina branca ( 30 x 40cm), devidamente costurada com linha branca e com etiqueta convenientemente preenchida (digitada) e colada, sem margens no canto direito. O segundo exemplar deverá permanecer solto, no jornal de secagem com etiqueta preenchida e solta. (Ver item Montagem) A entrega será feita por ordem alfabética de famílias, de forma crescente (A – Z). Deverá seguir a seguinte ordem: Planta costurada em cartolina e sua duplicata em jornal, sendo ambos envolvidos por uma saia. Todas as etapas de herborização serão demonstradas em aula e no caso de dúvidas, recorram ao professor responsável ou ao seu auxiliar. ENTREGA DOS HERBÁRIOS : Biologia Bacharelado 08/09/2009 Biologia Licenciatura 08/09/2009 Agronomia 08/09/2009 Tipos de vegetação (resumo) Mata : comunidade vegetal constituída de espécies arbóreas, podendo variar em altura, diâmetro, bem como presença ou não de epífitas, grau de umidade, subosque, etc. Mata primária: onde nunca houve interferência do homem (virgem). Mata secundária: onde houve interferência do homem (machado). Mata de galeria (Ciliar): é a mata que se desenvolve ao longo dos cursos dos rios. Cerrado: é uma associação vegetal constituída por um extrato herbáceo graminoso na sua maior parte e arbustos e árvores de aspecto tortuoso, casca grossa, lembrando um lugar seco. Cerradão: é a vegetação anterior com árvores mais altas e com um subosque constituído de ervas e arbustos que tomaram o lugar das gramíneas. Campo natural: vegetação típica de solos arenosos e pobres com predominância de gramíneas e um ou outro arbusto isolado. Vegetação ruderal: plantas da margem de estradas, ferrovias, quintais, culturas, etc. (chamadas também de plantas ou ervas daninhas). Ornamental: plantas ornamentais encontradas em jardins públicos ou particulares. ÁREAS DE CULTURAS Citação: Área de cultura de... (Citrus, Eucaliptus, café, etc.), invasora BIBLIOGRAFIA J.F.T., 1942. Guia do herborizador e preparador de Fanerógamas. Instituto de Botânica - Secretaria da Agricultura. FOSBERG, F. R.; SACHET, M. 1965. Manual for tropical herbaria. Regnum Vegetable, vol.39. Utrecht, Netherlands. Modelo de etiqueta FLORA DO BRASIL Estado Família: Gênero e espécie: Nome vulgar: 12 cm Município: Local: Tipo de vegetação: Descrição e Observações Leg: N.º Data : 12 cm Exemplo de etiqueta preenchida FLORA DO BRASIL Estado: São Paulo 12 cm Família: Apocynaceae Gênero e espécie: Nome vulgar: Espirradeira Município: Taubaté, + 640 m altitude - Local:Avenida Charles Schneider Tipo de vegetação: Ornamental (Arborização Urbana) Descrição e Observações. Árvore, + 4,0 m alt. Flores róseas, perfumadas. Planta com látex. Leg: NORDI, J.C N.º 03 Data : 02/03/2009 12 cm Alguns endereços de herbário virtuais No Brasil http://www.ufpel.tche.br/faem/dfs/herbario/ www.darwin.futuro.usp.br/dandelions/herbario.htm http://www.ibot.sp.gov.br/Herbario/herbario.htm http://splink.cria.org.br/ http://marte.museu-goeldi.br/herbario No Exterior http://www.cpatu.embrapa.br http://herbarivirtual.uib.es/eng/index.html http://www.chah.gov.au/avh/avh.html http://www.sabonet.org http://herbarium.literal.si/images/ http://www.brahmsonline.com http://www.br.fgov.be/research/collections/herbariums/sp/ http://taxa.soken.ac.jp/MakinoDB/makino/html_e/index.html http://linnaeus.nrm.se/botany/fbo/welcome.html.en http://www.nhm.ac.uk/botany/databases/ http://mobot.mobot.org/W3T/Search/image/imagefr.html http://www.inbio.ac.cr/tipos/herbario/tipos.html http://sciweb.nybg.org/science2/VirtualHerbarium.asp http://www.bio.uu.nl/~herba/Guyana/VTGG/Main.htm http://www.nationaalherbarium.nl/virtual http://www.cayenne.ird.fr/aublet2/Referentiel.html/ http://www.rbgkew.org.uk/data/herb_digitisation.html