Febre Amarela no Brasil possibilidades de reurbanização Zouraide Guerra Antunes Costa CENEPI/CGVEP/COVEV GT-FEBRE AMARELA Situação da Febre Amarela no Mundo Impacto epidemiológico Acomete em torno de 200.000 pessoas no mundo a cada ano e causa em torno de 30.000 mortes (OMS, 1992) África → 5.000 casos reportados anualmente → área endêmica - 34 países → inclusão da vacina de FA no PAI - 12 países → população da área de risco - 468 milhões Situação da Febre Amarela nas Américas Impacto epidemiológico América do Sul → 300 casos reportados anualmente → 7 países na área endêmica - região amazônica (Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana Fr. e Brasil) → Entre 1990 e 2000 foram reportados 2.043 casos e 996 óbitos Situação da Febre Amarela no Brasil Impacto epidemiológico Brasil → período de 1990 a 2000: 348 casos → 143 mortes poderiam ter sido evitadas → 1.112 municípios (29.327.171 hab.) na área endêmica → 841 municípios (18.148.848 hab.) na área de transição Século XIX - teoria das doenças Aglomerações Doença humana Insetos nocivos Miasma “Mal-aria” Falta de saneamento Má ventilação FUNASA Com o advento das idéias modernas... Aglomerações Insetos nocivos Doença humana Micróbio Falta de saneamento Má ventilação FUNASA Mas o Homo Sapiens também está em transição... FUNASA Já não somos mais as pessoas que éramos... A espécie humana continua a mudar e a mudar seus hábitos: os hábitos de moradia, trabalho, lazer os lugares onde vamos os alimentos que comemos... A forma de interagir com as pessoas e com o meio ambiente modifica a dinâmica da epidemiologia das doenças e nos expõe a novas ameaças. FUNASA Superpopulação, sempre aumentando nas áreas urbanas FUNASA Urbanização descontrolada Exploração e degradação do meio ambiente Determinantes de mudança Aumento da suscetibilidade Aumento de oportunidade Adaptação rápida FUNASA Viagens Internacionais Distribuição dos casos de febre amarela segundo sexo. Brasil, 1980 a 2001 N= 578 casos 23% 131 (22,7%) 447 (77,3%) 77% Fonte: CENEPI/CGVEP/COVEV Masculino Feminino FUNASA Situação da Febre Amarela no Brasil 300 200 100 0 3 25 Ignorado < 5 anos Fonte: CENEPI/CGVEP/COVEV 248 226 15 a 29 anos > 30 anos 76 5 a 14 anos N= 578 casos FUNASA Distribuição dos casos de febre amarela segundo atividade. Brasil, 2000 e 2001 Atividade Agricultor Ativ. rel. chácara/fazenda Caminhoneiro Turismo/pesca Outros Fonte: FUNASA/CENEPI/CGVEP/COVEV 2000 (n=85) n (%) 24 (28,2) 27 (31,8) 3 (3,5) 20 (23,5) 11 (12,9) 2001 (n=41) n (%) 12 (29,3) 11 (26,9) 3 (7,3) 13 (31,7) 2 (4,8) FUNASA FEBRE AMARELA - CASOS CONFIRMADOS E DOSES DE VACINA APLICADAS Brasil, 1930 a 2001* CASOS Casos " VACINA x 1.000.000 300 " 25 20 250 " 200 " " 150 100 " 50 " " """"""""""""" " "" " """ """" " " "" "" " """"" " " 15 " "" " "" """ "" " """"""" " 40 50 60 70 80 90 0 Anos Fonte:FUNASA/CENEPI/CGVEP/COVEV 5 0 0 30 10 FUNASA Situação da Febre Amarela no Brasil Municípios com casos confirmados e epizootias. 1999 a 2001 2000 1999 Ano: 1999 Ano: 2000 Mun. com epizootias Mun. com casos de FAS Mun. com epizootias e casos de FAS Ano: 2001 2001 FUNASA Fonte:FUNASA/CENEPI/CGVEP/COVEV Situação da Febre Amarela no Brasil Municípios com casos confirmados e epizootias Brasil, 2002* Mun. com epizootias Mun. com casos de FAS Mun. com epizootias e casos de FAS Fonte:FUNASA/CENEPI/CGVEP/COVEV * Dados atualizados em 25/06/2002 FUNASA Ecossistemas brasileiros Registro de casos de FA nos últimos 50 anos Áreas de tensão ecológica Floresta ombrófila aberta Floresta ombrófila densa Savana Água Fonte: INPE FUNASA Febre Amarela Silvestre Redefinição das Áreas de Risco, Brasil, 2001*. AREA ENDEMICA ESTADOS: 12 POPULAÇÃO: 29.327.171 hab AREA DE TRANSIÇÃO ESTADOS - parcialmente 7 POPULAÇÃO:– 18.148.848 hab AREA ENDEMICA AREA DE TRANSIÇÃO AREA INDENE AREA INDENE ESTADOS: 8 e parcialmente 7 POPULAÇÃO: 118.636.499 hab FUNASA *Atualizado em 27 de setembro de 2001 Possibilidade de reurbanização da Febre Amarela Uma falácia??? FUNASA “O risco de reurbanização da Febre Amarela existe, difícil é medí-lo e quantificá-lo” (T. Monath, maio/2001) FUNASA Situação da Febre Amarela no Brasil De Oswaldo Cruz aos dias atuais o país mudou??? A febre amarela mudou??? O que mudou em um século??? FUNASA Aedes aegypti no Brasil 1976 - reinfestação (após ser eliminado por 2 vezes - déc 50 e 70) Nos dias atuais, Ae. aegypti em todos os estados brasileiros!!! Fonte: FUNASA/CENEPI/CGVEP/COVEV. FUNASA !" Distribuição dos municípios infestados por Ae. aegypti e Ae. albopictus. Brasil, 2000 Ae. aegypti 3.592 Mun. infest. Sem infestação Com infestação Fonte: CR’s/FUNASA/CENEPI/ASDCE/COFAB Ae. albopictus 1.281 mun. infest. 0 (4.124) > 0 ≤ 1 (825) > 1 ≤ 5 (382) > 5 (74) FUNASA Febre Amarela no Brasilpossibilidades de reurbanização Fatores favoráveis à reurbanização (1) Infestação dos centros urbanos por Ae. aegypti e Ae. albopictus Crescimento anual do número de municípios com Ae. aegypti Infestação por Ae. aegypti e epidemias de dengue enfatizam o potencial para urbanização da FA FUNASA Febre Amarela no Brasil possibilidades de reurbanização Fatores favoráveis à reurbanização (2) Comprovação da competência vetorial do Ae. aegypti (Miller, B., 2001) Vetor incompetente, mas presente em alta densidade, pode iniciar e manter a transmissão do vírus resultando em epidemia (Miller, B., 1989) FUNASA Os mosquitos nigerianos foram resistentes a infecção, porém estiveram presentes em grande número. Fonte: Miller, B., 1989 FAOgbomosho, Nigéria, 1987 Vetores pobres podem causar epidemia! Febre Amarela no Brasil possibilidades de reurbanização Fatores favoráveis à reurbanização (3) Detecção de populações de Ae. aegypti resistentes aos inseticidas de uso habitual (temefós) em testes de laboratório Aparecimento de novos e velhos focos de circulação do vírus amarílico Expansão da área de transição FUNASA Febre Amarela no Brasil possibilidades de reurbanização Fatores favoráveis à reurbanização (4) Grandes contingentes poulacionais não vacinados contra FA em centros urbanos infestados por Ae. aegypti Proximidade de centros urbanos com áreas rurais de transmissão viral (Minas Gerais, 2001) FUNASA Bairros periféricos de pequenos municípios... , s o p m Ca 01 o 20 h tin G, r Ma M FUNASA Febre Amarela no Brasil possibilidades de reurbanização Fatores favoráveis à reurbanização (5) Exportação de casos de febre amarela silvestre para centros urbanos infestados por Aedes aegypti FUNASA Febre Amarela no Brasil possibilidades de reurbanização Locais de detecção de casos importados. Brasil, 2000. Fonte: CENEPI/CGVEP/COVEV FUNASA Febre Amarela no Brasil possibilidades de reurbanização Fatores favoráveis à reurbanização (6) Caça a macacos (animal de estimação) Ocorrência de eventos adversos graves da vacina contra FA (4 óbitos) FUNASA Casos de eventos adversos pós-vacinação com anti-amarílica Falência múltipla de órgãos e sistemas, assemelhando-se ao quadro clínico presente na febre amarela (vírus selvagem). • EUA - 1996, 1998 - cepa 17D Connaught (4 casos, dos quais 3 óbitos) • BRASIL - 1999, 2000, 2001 - cepa 17DD Bio Manguinhos/FIOCRUZ (4 óbitos) • AUSTRÁLIA - 2001 - cepa 17D Aventis Pasteur (1 óbito) FUNASA Eventos adversos pós-vacinação com anti-amarílica no Brasil “Os óbitos devem estar relacionados com fatores individuais, genéticos, que regulam a suscetibilidade celular ao vírus da FA vacinal, de certo que extremamente rara.” FUNASA Febre Amarela no Brasil possibilidades de reurbanização Fatores desfavoráveis à reurbanização (1) Baixa viremia - carga viral 100 vezes menor que a do dengue (Monath, 1999) Curto período de viremia (4 a 5 dias) Doença focal Ciclos epizoóticos intermitentes Fortalecimento da Vigilância Epidemiológica FUNASA Febre Amarela no Brasil possibilidades de reurbanização Fatores desfavoráveis à reurbanização (2) Grande parte dos casos permanecem nas áreas de risco Adoção de cuidados especiais em torno dos casos assistidos em áreas infestadas por Aedes aegypti Existência de vacina com elevado poder imunogênico FUNASA A Arma... Há 6 décadas, a vacina é utilizada no país. Viabilizou o controle da FAS VACINA 17DD Tornou possível a erradicação da FAU (1942) e a manutenção desta situação epidemiológica. FUNASA #$ ) * % & ) & '$ ( ) ' Milhões 25 20 15 10 5 0 n.doses 1991 3,624 1992 1993 1994 5,957 5,692 Fonte: FUNASA/CENEPI/COPNI 4,231 1995 1996 1997 4,451 2,588 3,523 1998 1999 11,998 16,126 2000 2001 21,658 12.713 FUNASA O Brasil vacinando... MG, 2001 Década de 40 Atual política de vacinação do PNI Recomendações •Área endêmica - vacinar 100% residentes e viajantes, a partir de 6 meses (AC, AM, AP, RO, RR, PA, TO, MA, MT, MS, GO e DF) •Área de transição - vacinar 100% residentes e viajantes, a partir de 9 meses, antecipando para a partir dos 6 meses meses em surtos (831 municípios do estado do PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS). •Área indene - vacinar viajantes para área endêmica ou de transição. FUNASA A outra arma... Controle do Aedes aegypti a níveis inferiores a 5% FUNASA “Olho para a frente, para um futuro em que a febre amarela terá desaparecido inteiramente como uma doença à qual o gênero humano esteja sujeito.” (William Gorgas, 12 de junho de 1902) FUNASA Obrigada!!! e-mail: [email protected] Tel: (61) 314-6332/226-9075 FUNASA