Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO Astrofísica de Raios Cósmicos de Altíssimas Energias Dr. João Torres de Mello Neto (Instituto de Física/UFRJ) RESUMO Mensageiros do universo primordial e de fenômenos extremos, os raios cósmicos de altíssimas energias são um dos problemas mais interessantes da astrofísica contemporânea. O que são? De onde vêm? Como são produzidos? Que mecanismos físicos permitem a aceleração de partículas a tais energias? Faremos um breve apanhado das questões astrofísicas que motivaram uma intensa atividade em raios cósmicos, tanto teórica quanto experimental. Em seguida, apresentaremos os resultados experimentais recentes obtidos pelo Observatório Auger. Data: 26 de abril de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO Astrometria de Quasares do International Celestial Reference Frame Dr. Julio Camargo (UFRJ/OV) RESUMO Os objetos extragalácticos conhecidos como quasares têm um papel central na realização do ICRS (International Celestial Reference System), o sistema de referência celeste adotado pela União Astronômica Internacional. A realização desse sistema é dada pelo ICRF (International Celestial Reference Frame), um catálogo de posições rádio determinadas por interferometria de linha de base intercontinental de 608 quasares. Apenas as posições muito precisas (melhores que 0,5 milésimos de segundos de arco) de 212 desses quasares definem os eixos do ICRF. Os demais possuem posições consistentes com esses eixos, podendo evoluir à categoria das 212 fontes definidoras. É fundamental observar diretamente os de quasares do ICRF também em outros comprimentos de onda de largo uso em Astronomia. Discutirei resultados recentes, oriundos de observações no infravermelho próximo, de um subconjunto desses quasares, e como a colaboração com o grupo de Astrometria do OV poderá esclarecer um problema ainda em aberto. Data: 10 de maio de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO O Sol é Peculiar entre as Estrelas de sua Geração? Dr. Helio J. Rocha Pinto (UFRJ/OV) RESUMO Com vistas a encontrar novos vínculos a modelos de evolução da Galáxia, calculamos a distribuição de metalicidade de estrelas de longa vida em épocas passadas, a partir de uma amostra de 1188 estrelas com idades cromosféricas e metalicidades fotométricas. Mostramos que os erros observacionais em [Fe/H] e idade impedem a investigação da forma exata da função de densidade de probabilidade de metalicidade em uma determinada época passada, embora permitam afirmar que a dispersão de metalicidade no meio interestelar é consideravelmente menor do que alguns autores têm proposto. Calculamos o quão freqüente eram as estrelas de metalicidade solar na época em que o Sol formou-se, e mostramos que o Sol era uma estrela bastante rica entre as demais de sua geração. A partir de considerações sobre a probabilidade de formação de planetas terrestres depender da metalicidade do disco protoplanetário, estimamos a freqüência de planetas terrestres no plano idade-[Fe/H]. Concluímos que a maioria das estrelas da vizinhança solar que possuam terras habitáveis deve ser entre 1 a 2 bilhões de anos mais jovens do que o Sol. Data: 24 de maio de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO Perturbações Homogêneas na Cosmologia de FriedmanRobertson-Walker Dr. Sérgio Jorás (UFRJ/IF) RESUMO Há várias indicações de que o universo recentemente passou a ser dominado por uma componente desconhecida, responsável pela aceleração da sua expansão, e que recebeu o nome de "energia escura". Neste seminário estudaremos o que podemos aprender a partir de uma outra mudança do ritmo de expansão cosmológico -- a transição radiação-matéria -- e veremos alguns dos principais candidatos a assumir o posto de componente dominante do universo. Data: 21 de junho de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO Um Mamífero Fóssil Gigante de 60 milhões de anos em Itaboraí Dra. Lilian Bergqvist (Dep. de Geologia/IGeo/UFRJ) A Bacia de Itaboraí é o único registro brasileiro da irradiação inicial dos mamíferos, que ocorreu após a extinção dos dinossauros. Diversas ordens de mamíferos estão registradas nesta bacia por seus fósseis. Com exceção dos marsupiais e cingulados (tatus), ainda hoje encontrados na natureza, os demais mamíferos pertencem a grupos extintos. Neste seminário apresentaremos a montagem do esqueleto do mamífero Carodnia vieirai pertence a uma destas ordens extintas - Xenungulata - cujo significado é "mamífero estranho com casco". Não só pelo seu grande tamanho, mas por inúmeras características dos seus dentes e esqueleto, Carodnia vieirai é realmente um mamífero diferente dos demais da sua época. Ele pode ser considerado um mamífero gigante, uma vez que a maioria dos mamíferos paleocênicos variava entre o tamanho de um rato ao de um gato, enquanto Carodnia possuía o tamanho de uma anta de grande porte. Carodnia vieirai é o único ungulado sul-americano, de idade paleocênica (~ 60 milhões de anos) a preservar a maior parte do seu esqueleto. Esqueletos de mamíferos extintos, principalmente pleistocênicos (~ 2 milhões de anos), como as preguiças gigantes e tigres-dentes-desabre, são observados em diversos museus. Nenhum esqueleto destes primeiros mamíferos "pósdinossauros" é conhecido. Carodnia vieirai é o mais antigo mamífero da América do Sul (e consequentemente, do Brasil), a ter seu esqueleto montado. Busca-se, com a montagem deste esqueleto, transformar o conhecimento puramente científico de um dos fósseis da Bacia de Itaboraí, numa "linguagem" que pode ser compreendida por qualquer pessoa. E assim, divulgar para a população carioca um tesouro que a maioria desconhece, que estava enterrado numa pequena área de 1000m x 500m no sudeste do estado do Rio de Janeiro. Data: 16 de agosto de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO Planetas Extra-Solares: o que sabemos? Dr. Sylvio Ferraz Mello (IAG/USP) RESUMO Até o presente já foram descobertos mais de 200 planetas fora do Sistema Solar, quase todos ao redor de estrelas da seqüência principal (porém 4 são conhecidos em órbita ao redor de pulsares). Como os planetas são bilhões de vezes menos brilhantes que uma estrela, de um modo geral eles não são acessíveis à observação direta. Apenas em casos especiais (estrela menos luminosa e planeta grande e bem afastado) é possível obter uma imagem direta do planeta (houve 4 casos). De um modo geral, os planetas são descobertos medindo-se os efeitos que provocam na estrela ao redor da qual orbitam. Uma estrela que tenha um planeta gigante em órbita ao seu redor não pode ter movimento apenas inercial. Ela se move ao redor do centro de gravidade do sistema formado por ela e o planeta. Os novos espectrógrafos desenvolvidos na década de 90 são capazes de medir esse movimento e inferir a presença do planeta. Em vários outros casos, planetas foram descobertos por passar em frente à estrela e diminuir o seu brilho aparente. Os planetas se formam em discos de gás e poeira gravitando ao redor de uma estrela. Esse processo parece bastante universal e explica não apenas os planetas ao redor de uma estrela da seqüência principal, mas os pequenos planetas vistos ao redor de pulsares, e também os grandes satélites planetários (a Lua teria se formado ao redor da Terra a partir de um disco de detritos da colisão de um grande planetóide com a Terra). No caso dos planetas, os discos são imensos, e a interação entre o planeta em formação e o disco empurra o planeta para dentro. Quando existem dois planetas isto pode levar a ressonâncias importantes. Saiba mais no site http://www.astro.iag.usp.br/~sylvio/exoplanets/planetas.htm Data: 30 de agosto de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO Pesquisa na Divisão de Astrofísica do INPE: Linhas Espectrais em Rádio Dr. José Williams Vilas Boas (INPE) RESUMO Descreverei as atividades de pesquisa da Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos, SP. Farei uma breve discussão das características dos novos receptores criogênicos disponíveis no Radio Observatório de Itapetinga, Atibaia, SP. A área de radioastronomia está sendo revitalizada no Brasil devido à participação brasileira no Projeto SKA (Square Kilometer Array). Enfocarei com ênfase as aplicações dos novos detetores em futuras investigações de linhas espectrais em rádio, com especial ênfase à pesquisa dessas linhas em regiões de formação estelar. Data: 13 de setembro de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO Julian Schwinger (1918-1994) Dr. Alexandre L. Oliveira (UFRJ/OV) RESUMO Faremos uma pequena retrospectiva da vida de Julian Schwinger, incluindo sua obra científica. Nossas fontes de informações foram sua recém lançada biografia e seus trabalhos científicos. Desejamos chamar a atenção daqueles que ainda não se polarizaram para os trabalhos deste ícone da Física, considerado por alguns o maior físico/matemático pós-Dirac. Após sua morte, em 1994, naturalmente surge uma curiosidade maior sobre sua vida e obra. É inusitado que, mesmo entre os físicos, a vastidão do seu trabalho seja pouco conhecida, a não ser certas técnicas ou equações que ficaram mais conhecidas e se tornaram de uso rotineiro. O Prêmio Nobel de Física de 1965, que ganhou juntamente com Feynman e Tomonaga, pela renormalização da Eletrodinâmica Quântica, foi apenas uma parte do seu vasto e exaustivo trabalho científico de seis décadas. Sua exatidão algébrica e perfeição conceitual são peças de uma obra de arte. Suas palestras eram comparadas com uma sinfonia de Mozart. Em 1942 teve uma iniciativa ímpar de não trabalhar no Projeto Manhattan que construiu a bomba nuclear. Preferiu contribuir para uma área mais ligada ao sistema de defesa: a tecnologia do radar. Iniciou sozinho, em 1966, a criação da Teoria de Fontes, sua alternativa à Teoria Quântica de Campos, a qual foi um dos criadores, mas passou a se opor. A teoria de Schwinger permanece até hoje praticamente ignorada. Data: 20 de setembro de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO Cosmologia de Precisão com a Radiação Cósmica de Fundo Dr. Carlos Alexandre Wuensche (INPE) RESUMO A Radiação Cósmica de Fundo (RCF) é considerada um fóssil dos primeiros momentos da evolução do Universo, tendo sido criada meros 380.000 anos após o Big Bang. Ela é o observável cosmológico direto mais antigo, trazendo informações do Universo desde um redshift z ~ 1100. A Radiação Cósmica de Fundo é uma das ferramentas mais poderosas para se estudar o Universo jovem, pois contém diversos tipos de informação valiosa sobre os principais parâmetros cosmológicos codificada em seu espectro de corpo negro, em suas anisotropias e em seu grau de polarização. Neste seminário, discutiremos o que se pode aprender sobre física estudando a Radiação Cósmica de Fundo, seu potencial como ferramenta de investigação cosmológica, e o envolvimento da Divisão de Astrofísica do INPE nesta área de pesquisa. Data: 27 de setembro de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO O Gradiente de Temperatura Eletrônica no Disco Galáctico Dra. Cíntia Quireza Campos (Observatório Nacional) RESUMO Descrevemos a determinação do gradiente de temperatura eletrônica no disco galáctico, obtido a partir de uma amostra de regiões HII localizadas entre o centro e uma distância de até 17 kiloparsecs. As temperaturas foram determinadas a partir de linhas de recombinação, na faixa do rádio, em uma amostra de mais de 100 regiões HII. Distâncias cinemáticas foram calculadas a partir de velocidades radiais medidas nas linhas de recombinação. Uma vez que metais são os principais resfriadores do gás em nebulosas fotoionizadas, a distribuição de temperatura eletrônica ao longo do disco galáctico deve estar diretamente relacionada à distribuição de elementos pesados. Nossa melhor esti-mativa do gradiente de temperatura foi obtida para uma amostra de 76 regiões HII, com dados de maior precisão. O gradiente atual tem valor de 287 ± 46 K/kpc. Não encontramos variação significativa do gradiente em função do ângulo azi-mutal. O espa-lhamento na temperatura eletrônica para um dado raio galactocêntrico deve-se a flutuações intrínsecas das temperaturas, que provavelmente devem estar relacionadas a variações na abundância de elementos pesados nas nebulosas. A partir da comparação do gradiente de regiões HII com um gradiente mais acentuado, obtido para nebulosas planetárias, propomos que o gradiente de temperatura eletrônica varia ao longo do tempo, tornandose menos acentuado em conseqüência da evolução química do disco. Data: 11 de outubro de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro Universidade Federal do Rio de Janeiro CCMN - Observatório do Valongo SEMINÁRIO Missão COROT: Pulsações Estelares e a Busca de outras Terras Dr. Eduardo Janot Pacheco (IAG/USP) RESUMO A humanidade esta no limiar da descoberta dos primeiros planetas telúricos extrasolares, com o lançamento em dezembro desse ano do satelite CoRoT (Convection, Rotation and Planetary Transits). Trata-se de experimento franco-europeu, do qual o Brasil participa com direitos iguais aos dos outros parceiros. O CoRoT fará fotometria de altíssima precisão, permitindo detectar-se trânsitos planetários de pequenos planetas rochosos. Espera-se a descoberta de centenas de planetas gigantes gasosos, e dezenas de planetas rochosos de dimensões semelhantes às da Terra. Pulsações estelares também poderão ser medidas com precisão inédita. O instrumento tem grande campo e observará certas regiões do céu ininterruptamente durante meses, possibilitando testar-se pela primeira vez, em detalhe, modelos de estrutura interna em todo o Diagrama HR, via sismologia estelar, e proceder a estudos de fenômenos astrofísicos ligados a variabilidade em geral. A busca por novas Terras reveste-se de muitas conotações interessantes e exploraremos alguns aspectos ligados a esse tema multidisciplinar. Data: 25 de outubro de 2006 (4a feira) Horário: 16 horas Local: Observatório do Valongo (tel: 2263-0685) Ladeira do Pedro Antônio, 43, Centro