Abstract Nº PO-SE-30 LESÕES CEREBRAIS OCUPANDO ESPAÇO

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Abstract Nº PO-SE-30
LESÕES CEREBRAIS OCUPANDO ESPAÇO APÓS TRANSPLANTE RENAL: UMA REVISÃO DE 13 CASOS
Pedro Campos ( 1 ); Laila Viana ( 2 );
( 1 ) - Hospital Fernando Fonseca, Nefrologia, Amadora, Portugal;
( 2 ) - Hospital do Rim, Transplantação, São Paulo, Brasil;
INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS: Os receptores de enxertos renais podem apresentar lesões intracranianas ocupando
espaço (LOE) devido a infecções (oportunistas ou não) ou doença linfoproliferativa pós-transplante (PTLD), deste
modo as LOE nesta população constituem um desafio diagnóstico.
MÉTODOS: Foram revistos retrospectivamente os casos de LOE intracranianas em adultos receptores de transplante
renal, que necessitaram de biópsia cerebral estereotáxica, entre Janeiro de 2014 e Dezembro de 2015, no nosso
centro. Os dados demográficos e clínicos foram registados e análise estatística foi realizada utilizando métodos
descritivos.
RESULTADOS: A população composta por 13 doentes (6 homens, 7 mulheres), com idade média e tempo após o
transplante de 45 ± 8 e 6,6 ± 3,4 anos, respectivamente. eGFR mediana 86.4mL/min /1,73m2 IQR [74-98] na admissão.
Todos os pacientes estavam sob corticóides. Três pacientes receberam o enxerto de doador vivo e sua
imunossupressão basal era tacrolimus e micofenolato de sódio (MPS). Os demais pacientes receberam rins de doador
falecido e o seu regime imunossupressor era composto por tacrolimus associado com MPS em 8 casos e com
azatioprina nos restantes 2 casos. Na admissão o quadro clinico era caracterizado por alteração do estado mental
46,1%, cefaleia 38,5% e sinais neurológicos focais em 15,4%. Febre estava presente em 38,5% dos doentes. Os principais
diagnósticos foram de infecção 53,8% (7 doentes), PTLD 38,5% (5 casos) e neoplasia cerebral primária 7,7% (1 caso). O
diagnóstico de doença infecciosa foi feito após uma média de 5,7 ± 3,1 anos, (variação: 1,7-16,3) e o de PTLD em 7 ± 3,9
anos após o transplante (intervalo: 0,7-13,5). No grupo de doenças infecciosas foram identificadas 42,9% infecções
fúngicas, 28,6% micobacterianas e 28,6% infecções bacterianas. Os casos incluídos no grupo PTLD revelaram linfoma
de células B em todos os pacientes, com a PCR para o vírus Epstein-Bar no LCR positivo em 40% (2 casos). A
neoplasia cerebral primária era um astrocitoma numa mulher de 43 anos com um enxerto de doador falecido há 9
anos e boa função renal.
CONCLUSÕES: LOE a nível cerebral após transplante renal são um achado raro, mas grave. Não se identificando
características clínicas que permitam avaliar a etiologia de lesão. Um alto índice de suspeição assim como uma rápida
biópsia da lesão são vitais para um adequado diagnóstico e tratamento.
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