seminário de filosofia antiga

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Seminário de Filosofia Antiga
Prazer e Reflexão em Platão
Marcelo Pimenta Marques
UFPA
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Faculdade de Filosofia
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Possui Graduação em Filosofia pela UFMG
(1983), Mestrado em Filosofia pela UFMG
(1989), Doutorado em Filosofia pela Université Marc Bloch, Strasbourg, França (1997) e
Seminário de Filosofia Antiga — Prazer e Reflexão em Platão
Prof. Marcelo P. Marques, UFMG
SEMINÁRIO DE
F ILOSOF IA ANTI GA
Prazer e Ref lexão
em Platão
Pós-doutorado, pela Univ. of Pennsylvania,
Philadelphia, EUA (2005). Atualmente é
Realização
Professor Associado da UFMG, Belo Horizonte. Tem experiência na área de História
da Filosofia Grega, desenvolvendo pesquisa
e orientando dissertações e teses principalmente em Platão e Filosofia Pré-Socrática.
Apoio
Trabalha também com Nietzsche (o perío-
Prof. Marcelo P. Marques
UFMG
do de Basel), Introdução à Filosofia, Antropologia Filosófica e Ética, Filosofia e Literatura, Filosofia no Ensino Médio. Publicou 14
artigos em periódicos, 10 capítulos de livros;
tem 02 livros publicados; traduziu 02 livros.
Pesquisa atual: Questões sobre a teoria platônica da imagem: percepção, nomeação e
valoração.
Contatos
[email protected]
poiesisufpa.blogspot.com.br
Belém, 19 e 20 de abril de 2012
Auditório do CAPACIT/UFPA
14:00 às 18:00h
Seminário de Filosofia Antiga—Prazer e Reflexão em Platão
Quinta-feira, 19/04/2012, 14:00-18:00h
Protágoras 348D-360E—coragem e prazer
E se pelo vosso lado, amigos, continuei, me perguntásseis: Qual é a razão de vos alongardes tanto sobre
essa questão e de a apreciardes sob tão variadas facetas? Perdão, amigos, lhes responderia; em primeiro
lugar, não é coisa fácil demonstrar em que consiste o
que denominais “Ser vencido pelos prazeres”. Depois,
é nisso que se firma toda a minha demonstração. Mas
ainda está em tempo de vos retratardes, no caso de
poderdes argumentar, para provar que o bem é algo
diferente do prazer, e o mal, do sofrimento. Ou bastar-vos-á passar agradavelmente a vida e sem nenhuma espécie de sofrimento? Se isso vos basta e se
não podeis mostrar nenhum bem ou nenhum mal
que não termine em prazer ou em sofrimento, ouvi
as consequências. Se as coisas se passassem desse modo, digo-vos que seria ridículo afirmar, como o fizestes, que o homem, muitas vezes, apesar de saber que
o mal é mal, não deixa de praticá-lo, embora tenha
a liberdade de decidir-se de outra forma, por ser arrastado e subjugado pelo prazer, para voltardes a
afirmar que o homem, embora conhecendo o bem,
não se decide a praticá-lo, por encontrar-se dominado pelo prazer do momento (354E-355B).
República IX 571A-592B—o tirano não sabe
ter prazer
—Não será numa prisão desse tipo que o tirano estará preso, já que por sua natureza ele está, como dissemos, cheio de medos de toda espécie e de amores?
Só a ele entre os que estão na cidade, embora em
sua alma sinta desejo de fazê-lo, não é permitido
nem viajar para lugar algum, nem ir a qualquer parte para contemplar aquilo que desperta o desejo dos
outros homens livres que se apaixonam; ao contrário,
escondido, na maior parte do tempo, em sua casa,
como se fosse uma mulher, sente inveja dos outros
cidadãos, quando um deles sai numa viagem e vê
algo de belo.
—É isso mesmo disse.
—Então, são males como esses, porém mais numerosos,
os frutos que colhe quem governa mal sua alma, aquele
que há pouco tu julgaste muito infeliz, o homem tirânico, porque não vive a vida de um simples indivíduo,
mas foi forçado por um acaso qualquer a exercer a tirania e, sem ter poder sobre si mesmo, tenta governar outros, como se alguém, doente e sem poder sobre si mesmo, não se contentando em viver sua vida particular,
fosse forçado a passar a vida em competições e lutas
corporais com outros (IX 579B-D)
Sexta-feira, 20/04/2012, 14:00-18:00h
Filebo
11A-14B; 20B-23B—a vida mista é a vida feliz
Sócrates—Quero saber se algum de nós aceitaria viver
com sabedoria e inteligência e conhecimento de todas
as coisas e a memória de tudo o que acontecera, porém
sem participar, nem muito nem pouco, do prazer e da
dor, ou seja, inteiramente insensível a tudo isso.
Protarco—Nenhum desses gêneros de vida, Sócrates, me
parece aceitável, nem creio que alguém os escolhesse.
Sócrates—E dos dois reunidos. Protarco, para de sua união fazermos um terceiro?
Protarco—Referes-te a um misto de prazer com inteligência e discernimento?
Sócrates—Exatamente; uma vida assim é que eu imagino (21D-22A).
14B-18D; 18D-20B—a dialética necessária
para se pensar o prazer
Protarco—Que nos apertas demais com perguntas a
que não podemos responder satisfatoriamente nas presentes circunstâncias. Não podemos admitir, em absoluto, que a discussão se encerre com tanta perplexidade, e
se nos declaramos incapazes de fazê-la progredir, a ti
compete movimentá-la, pois prometeste que assim farias. Decide, então, se te convém dividir o prazer e o conhecimento em suas respectivas espécies, ou afastar, de
pronto, semelhante ideia, dada a hipótese de te considerares com disposição e capacidade para esclarecer de
outra maneira o tema em discussão (19E-20A).
31B-55A—análise dos prazeres
Sócrates—E agora: não será certo dizer-se que se alguém quiser conhecer os prazeres mais intensos não
deverá lançar as vistas para a saúde, mas para a doença? Aliás, não irás imaginar que com semelhante
pergunta eu defenda a tese de que os doentes graves
sentem mais prazer do que as pessoas sãs. O que precisarás entender é que minha pesquisa diz respeito à
intensidade do prazer e à sede em que se manifesta
em cada um de nós. Importa-nos conhecer sua natureza e decidir o que querem significar os que negam a
existência do prazer(45C).
55D-59D—análise das ciências
Sócrates—Como não há de ser absurdo, se não podendo haver nada belo nem bom no corpo nem muitas
coisas mais, a não ser na alma, afirmar alguém que o
único bem da alma é o prazer, e que a coragem, a
temperança e a sabedoria e todos os outros bens que
a alma recebeu por sorte não são bens de maneira
nenhuma? E mais: ver-se forçado a admitir que quem
sente dor em vez de prazer é mau no momento em
que sofre, ainda mesmo que se trate do melhor dos
homens; e o contrário disso: o indivíduo que sente prazer, será tanto mais superior e virtude, quanto mais
intenso for esse sentimento, no próprio instante em que
se manifesta.
Fonte
PLATÃO. Filebo. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém:
UFPA, 1974.
_______. Protágoras. Trad. Carlos Alberto Nunes. 2. ed.
Belém: UFPA, 2002, .
_______. República. Trad. Anna Lia Amaral de Almeida Prado. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
Temática dos diálogos
Protágoras—os sofistas, a educação, a virtude. Escrito
entre 399-390 a.C.
República—a justiça na alma e na cidade, o bem.
Escrito entre 385-370 a.C.
Filebo—o prazer, a vida boa. Escrito entre 370-348
a.C.
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