O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução O logarı́tmo e aplicações da integral Aula 31 Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil 27 de Maio de 2014 Primeiro Semestre de 2014 Turma 2014106 - Engenharia Mecânica Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução O logarı́tmo e a exponencial Agora vamos dar uma definição precisa de logarı́timo (sem usar a exponenciação). A seguir utilizamos o logarı́timo para definir a exponencial. Definição A função logarı́tmo natural é uma função definida por Z x 1 dt, x > 0. ln x = 1 t Observação: A função ln x está bem definida pois a integral de uma função contı́nua sempre existe. Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Propriedades do logarı́tmo. (a) ln 1 = 0, 1 (b) ln′ x = para todo x > 0, x (c) ln(ab) = ln a + ln b, para todo a, b > 0, a (d) ln = ln a − ln b, para todo a, b > 0, b (e) ln(ar ) = r ln a para todo a > 0 e r racional. Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Gráfico do logarı́tmo. Como a derivada de ln x é sempre positiva, o logarı́tmo é crescente e como a derivada segunda é sempre negativa, ln′′ (x) = −1/x 2 , o logarı́tmo tem convavidade para abaixo em (0, +∞). Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Calculemos seus limites. Utilizando a propriedade (e) com a = 2 e r = n, onde n ∈ N, temos que ln(2n ) = n ln 2. Portanto ln(2n ) → +∞ quando n → +∞. Mas, como ln x é crescente, temos que lim ln x = +∞. x→+∞ Por outro lado, fazendo t = 1/x, então t → +∞ quando x → 0+ . Portanto, 1 lim+ ln x = lim ln = lim − ln t = −∞. t→+∞ t→+∞ t x→0 Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Como ln 1 = 0, lim ln x = +∞ e ln x é uma função contı́nua x→+∞ crescente, pelo Teorema do Valor Intermediário, existe um número onde ln x assume o valor 1. Esse número é denotado por e. Definição Denotamos por e o número tal que ln e = 1. Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Esta definição é consistente com a definição do número e como um limite. Provemos que lim (1 + x)1/x = e. x→0 Seja f (x) = ln x. Então f ′ (1) = 1 e pela definição de derivada ln(1 + x) f (1 + x) − f (1) = lim x→0 x x = lim ln(1 + x)1/x = ln lim (1 + x)1/x , 1 = f ′ (1) = lim x→0 x→0 x→0 pois a função ln é contı́nua. Assim, lim (1 + x)1/x = e. x→0 Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Definimos e x : R → (0, ∞) por e x = ln−1 (x). Como ln(e x e y ) = ln(e x ) + ln(e y ) = x + y = ln(e x+y ) temos que e x+y = e x e y , para todo x, y ∈ R. Como ln′ (x) = 1/x temos que (e x )′ = e x . De fato ln(ln−1 (x)) = x temos que ln′ (ln−1 (x))(ln−1 )′ (x) = (ln−1 )′ (x) =1 e ln−1 (x) (e x )′ = e x . Definimos loga x = ln(x)/ln(a) e ax = (loga )−1 x e ax = y implica que x = loga (y ) = ln(y )/ln(a) e ax = y = e xln(a) Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Secções Transversais Volume de Sólido de Revolução Seja S um sólido qualquer. Interceptamos S com um plano e obtemos uma região plana que é chamada de secção transversal de S. Seja A(x) a área de secção transversal perpendicular ao eixo x e passando pelo ponto x, onde a ≤ x ≤ b. Seja P = (xi ) uma partição de [a, b]. Vamos dividir S em n fatias usando os planos Px1 , · · · , Pxn−1 . Escolhemos pontos ci ∈ [xi −1 , xi ] e aproximamos a i-ésima fatia Si por um cilindro com área de base A(ci ) e altura ∆xi . Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Secções Transversais O volume deste cilindro é A(ci )∆xi ; assim, uma aproximação para o volume da i-ésima fatia Si é V (Si ) ≈ A(ci )∆xi . Somando os volumes destas fatias obtemos uma aproximação para o volume total n X A(ci )∆xi . V ≈ i =1 Fazendo kPk = max ∆xi → 0, esta aproximação parece melhorar. 1≤i ≤n Portanto, definimos o volume do sólido S por V = lim kPk→0 Alexandre Nolasco de Carvalho n X A(ci )∆xi = i =1 ICMC - USP Z b A(x) dx. a SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Secções Transversais Em particular, se S é o conjunto obtido por rotação, em torno do eixo x, do conjunto A = {(x, y ) ∈ R2 , a ≤ x ≤ b, 0 ≤ y ≤ f (x)}, então A(x) = π[f (x)]2 . Portanto, o volume do sólido S obtido por rotação, em torno do eixo x, do conjunto A é V =π Alexandre Nolasco de Carvalho Z b [f (x)]2 dx. a ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Secções Transversais Exemplo Encontre o volume do sólido obtido pela rotação em torno do eixo √ x da região sob a curva y = x de 0 até 4. Quando fatiamos através do ponto x, obtemos um disco com raio √ x. A área desta secção transversal é √ A(x) = π( x)2 = πx. Portanto, o volume do sólido é Z Z 4 A(x) dx = π V = 0 Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP 4 0 x 2 4 x dx = π = 8π. 2 0 SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Secções Transversais Para determinar o volume de um sólido obtido com a rotação, em torno do eixo y , de uma região compreendida entre o eixo y e uma curva x = R(y ), c ≤ y ≤ d, usamos o método com x substituı́do por y . Nesse caso, a secção transversal circular é 2 A(y ) = π[R(y )] Alexandre Nolasco de Carvalho e o volume ICMC - USP V = Z SMA 301 Cálculo I d A(y ) dy . c O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Secções Transversais Exemplo Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo y , da região compreendida entre o eixo y e a curva 2 x = , 1 ≤ y ≤ 4. y O volume é Z 4 2 Z 4 2 1 4 A(y ) dy = π V = = 3π. dy = 4π − y y 1 1 1 Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Secções Transversais Exemplo Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo x , do conjunto 1 A = (x, y ) ∈ R2 ; ≤y ≤x, 1≤x ≤2 . x Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Secções Transversais O volume V = V2 − V1 , onde V2 e V1 são os volumes obtidos pela rotação, em torno do eixo x, dos conjuntos A2 = (x, y ) ∈ R2 ; 0 ≤ y ≤ x , 1 ≤ x ≤ 2 e 1 2 A1 = (x, y ) ∈ R ; 0 ≤ y ≤ , 1 ≤ x ≤ 2 . x Assim, V2 = π Z 1 Portanto, V = 2 7π x dx = 3 2 V1 = π Z 2 1 7π π 11π − = . 3 2 6 Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I 1 π dx = . 2 x 2 O logarı́tmo e a exponencial Volume de Sólido de Revolução Secções Transversais Exemplo Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo y , da região compreendida entre a parábola y = x 2 e a reta y = 2x no primeiro quadrante. A reta e a parábola se cortam em y = 0 e y = 4, portanto os limites de integração são c = 0 e d = 4. O volume V = V2 − V1 , são os volumes dos sólidos obtidos pela rotação, em torno do eixo y √ y , das curvas R(y ) = y e r (y ) = , respectivamente. Assim, 2 Z 4 Z 4 2 √ π16 y ( y )2 dy = 8π dy = . V2 = π V1 = π 3 0 0 4 Portanto, V = 8π − Alexandre Nolasco de Carvalho 16π 8π = . 3 3 ICMC - USP SMA 301 Cálculo I