UMA REFLEXÃO SOBRE A AVALIAÇÃO DE ESCOLAS DE ENSINO BÁSICO *ARAÚJO1, Marlucia Silva de; BARROSO2, Rosimeri Rodrigues; SILVA3, Josias Ferreira da [email protected]; Universidade Estadual de Roraima Universidade Estadual de Roraima [email protected]; Universidade Estadual de Roraima [email protected]; RESUMO: A proposta deste trabalho é refletir sobre a avaliação da escola, entendida como estrutura central para a educação e organização vital para o ensino e aprendizagem. A avaliação é proposta como uma forma de ação no tratamento das dificuldades encontradas a fim de tornar a escola mais preparada diante dos vários papéis adquiridos hoje por ela. Nesse sentido, a melhora ou manutenção da eficácia educativa é o objetivo da avaliação e sob essa perspectiva, pretendemos verificar se os resultados obtidos neste processo avaliativo não são dicotômicos, mas interrelacionados e se eles se complementam na avaliação escolar. PALAVRAS-CHAVE: Indicadores, processos, resultados. INTRODUÇÃO: Esta reflexão surgiu a partir de discussões feitas na disciplina Avaliação: Processos e Critérios, do curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências, onde o processo de avaliação das escolas tem se mostrado como um importante fator que colabora no desempenho do discente frente aos vários níveis de avaliação. A organização escolar hoje possui “múltiplas funções” no processo de formação do aluno; além de desenvolver o domínio da linguagem e escrita e outras habilidades em várias áreas de conhecimentos. A educação tem por finalidade preparar o educando para o mundo do trabalho, desenvolvendo o senso crítico, político e uma postura cidadã diante da democracia. O processo de avaliação de escolas de ensino básico envolve diversos indicadores que auxiliam na avalição interna e externa e na qualidade do sistema de ensino das escolas públicas da educação básica no Brasil. É possível compreender que o processo de avaliação da escola deve ser contínuo e dinâmico, e que apenas os resultados quantitativos não são suficientes para avaliar e determinar uma “escola eficaz”. Diante do exposto, o presente trabalho traz uma reflexão sobre os elementos de um projeto de ação e avaliação que vise a melhoria da escola enquanto organização social. MATERIAL E MÉTODOS: Com base nos autores SOARES, ALVES, MARI (2003, pg. 59 a 92), podemos refletir sobre as diversas formas de avaliar as escolas da educação básica com base nos “11 fatores-chaves” proposto por Sammons et al.(1995) e outros como Mintzberg (1979) e Scheerens (1992). São propostas dimensões por Mintzberg para avaliar uma escola descrita a partir de sua organização social o qual têm objetivos a serem alcançados tendo um núcleo estratégico - responsáveis em gerenciar e atingir esses objetivos; estrutura técnica – que inovam essa organização; a gerência intermediária - responsável pelo contato entre o núcleo estratégico e a operação; os grupos de apoio – que participam dos processos não essenciais e os responsáveis pela execução dos processos essenciais; processo de ensino e aprendizagem. Segundo os autores, um projeto de ação que vise à melhoria da escola seguem as seguintes etapas: “a criação de uma visão comum sobre a escola e seus objetivos, a coleta e análise de dados (identificam as limitações e potencialidades da escola)”, e que o processo principal da organização social escolar é o ensino e aprendizagem, na qual atuam uma série Realização: Rua Sete de Setembro, nº 231 – Bairro Canarinho Tel.: (95) 2121-0944/2121-0943 CEP: 69.306.530 – BOA VISTA – RR de elementos/fatores internos e externos à escola; restrições administrativas e processos internos da escola. Esses fatores afetam o funcionamento da organização escolar e são considerados fundamentais em um processo de avaliação. E por fim, os autores destacam elementos que podem contribuir com a construção da cultura das escolas como: Liderança por parte do gestor, objetivos, consenso e coesão em relação a opinião dos professores, concentração no processo ensino-aprendizagem no que diz respeito a construção do currículo, comunidade profissional comprometida com o processo de ensino-aprendizagem; disciplina, direito e deveres dos alunos, parceria família-escola, Professores com habilidades acadêmicas em áreas específicas e satisfação com o trabalho; Qualificação e experiência do professor e condições de trabalho (apoio da direção, ambiente adequado e disciplina), conteúdo curricular as expectativas do professor em relação ao desempenho dos alunos, oportunidade de aprender e conteúdo curricular – o qual s autores fazem distinção de três níveis de currículos: “currículo desejado” – proposto por uma diretriz nacional, “currículo implementado” – aplicado pelo professor na sala de aula, “currículo alcançado” – aquele que de fato o aluno aprende; Expectativa, monitoramento do progresso dos alunos, contribuindo no processo de ensinoaprendizado. Assim, esses elementos são essenciais para a elaboração do plano de ação da escola e com esses indicadores sugeridos, há uma possibilidade de evidenciar e avaliar a melhoria na qualidade da escola e alcançar as finalidades da educação básica como previstas na LDB. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O significado de “preparação para a ação” atribuído pelos autores MARI, SOARES e ALVES (2003, p. 60) à palavra avaliação, direciona o processo avaliativo para uma reflexão sobre a própria escola. Nas palavras dos autores, “O objetivo da avaliação da escola é, a partir do relacionamento do resultado do processo de ensino e aprendizagem com as estruturas e processos internos da organização, fornecer informações para decisões [...]” (MARI; SOARES; ALVES, 2003, p. 68). Essas decisões devem ser norteadoras para o alcance dos objetivos atribuídos e das “múltiplas funções” da escola, que deve ter como rotina a avaliação dos processos escolares e traçar o curso das ações a partir da reflexão e interpretação dos resultados de seus processos avaliativos. Para a escola brasileira, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB:9394/96) estabelece objetivos dos ensinos fundamental e médio, como a fixação de conteúdos nacionais mínimos para as diversas áreas do conhecimento, e na discussão de MARI, SOARES e ALVES (2003), o processo principal da organização social escola é o ensino e aprendizagem, nos quais atuam uma série de elementos/fatores internos e externos à escola, tais como: restrições externas - contexto social, nível socioeconômico dos alunos, idade, sexo, raça ou cor, tamanho das escolas e das turmas, localização das escolas, segurança, infraestrutura, recursos didáticos, biblioteca: existência e qualidade; restrições administrativas e processos internos da escola. Esses fatores afetam o funcionamento da organização escolar e são fundamentais em um processo de avaliação da escola como um todo, pois “Um modelo de avaliação de escolas só pode ser construído sobre um modelo de funcionamento da escola.” (MARI; SOARES; ALVES, 2003, p. 66). O campo da avaliação assume dimensão política e social, “[...] tem interesse público, e não meramente privado. Além de questões técnicas, há também as éticas e políticas” (SOBRINHO, 2003, p. 27-28). CONCLUSÕES: A avaliação da escola objetiva a preparação de um plano de desenvolvimento, visto como um projeto de melhoria da escola, com impacto direto Realização: Rua Sete de Setembro, nº 231 – Bairro Canarinho Tel.: (95) 2121-0944/2121-0943 CEP: 69.306.530 – BOA VISTA – RR na sua composição organizacional, considerando as estruturas base aluno-professor e ensino-aprendizagem. Assim, avaliação de resultados e avaliação de processos não constituem processos dicotômicos, mas estão inter-relacionados e se complementam na constituição da avaliação escolar, “[...] ela estabelece com a rede de fenômenos sociais relações de conhecimento e de transformação ou alguma mudança da realidade.” (SOBRINHO, 2002, p.16). Nesse sentido, um plano de ação escolar que percorra outras etapas de um plano de desenvolvimento permite à escola uma avaliação contínua e atuação objetiva e real sobre a aprendizagem, claro que não eliminará as variantes alheias ao domínio e intervenção escolar, no entanto, poderá produzir de forma significativa uma escola que cumpra uma função social pautada nos parâmetros legais e culturais da comunidade na qual está inserida. .AGRADECIMENTOS: Ao Professor Dr. Josias Ferreira da Silva, por nos proporcionar o conhecimento através deste trabalho e nos incentivar a produção científica, que através dela nos possibilitou a reflexão sobre o processo avaliativo de escolas ensino básico. REFERÊNCIAS: SOBRINHO, José Dias. AVALIAÇÃO: políticas educacionais e reformas da educação superior. 1. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2003. v. 1. 198p. MARI, Flávia A. O.T.; SOARES, J.F.; ALVES, M.T.G. Avaliação de Escolas de Ensino Básico. In: FREITAS, Luiz Carlos de. (Org.). Avaliação de Escolas e Universidades. São Paulo: Komedi, 2003. cap.II. p. 59-92. MINTZBERG, H. The structuring of organizations. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1979. SAMMONS, P.; HILLMAN, J. e MORTIMORE, P. Key Characteristics of effective schools: a Review off School Effectiveness Research. Londres: Office for Standards in Education [Ofsted], 1995. SCHEERENS, J. Effective schooling: research, teory and. Pratice. Londres: Cassell, 1992. Realização: Rua Sete de Setembro, nº 231 – Bairro Canarinho Tel.: (95) 2121-0944/2121-0943 CEP: 69.306.530 – BOA VISTA – RR