defi departamento de física Laboratórios de Física www.defi.isep.ipp.pt Leis de Kirchhoff em c.c. Instituto Superior de Engenharia do Porto- Departamento de Física Rua Dr. António Bernardino de Almeida, 572 4200-072 Porto. T 228 340 500. F 228 321 159 Laboratórios de Física DEFI-NRM-2026a Versão: 03 Data: 21 / 09 / 2010 Leis de Kirchhoff em c.c. DEFI-NRM-2026 Leis de Kirchhoff em c.c. Objectivos: • Análise de circuitos eléctricos através das leis de Kirchhoff. • Verificação da lei das malhas • Verificação da lei dos nós Introdução Teórica Corrente eléctrica Para que um condutor sólido seja percorrido por uma corrente eléctrica, é necessário que haja electrões livres que se desloquem. Assim, um sólido será melhor ou pior condutor consoante o número de electrões livres disponíveis. A intensidade de corrente eléctrica (I), ou simplesmente corrente eléctrica, é definida como a quantidade de carga eléctrica que atravessa uma secção recta de um condutor por unidade de tempo: I= ∆Q ∆t O transporte da carga eléctrica deve-se, portanto, ao fluxo ordenado e orientado de electrões em movimento. Num circuito eléctrico, convencionou-se que o sentido positivo de I é oposto ao sentido do fluxo electrónico. Deste modo, e sabendo-se que os electrões têm carga negativa, o seu movimento será no sentido de se afastarem da fonte de cargas negativas (cargas de igual sinal repelem-se) E e- E Rep. simbólica de f.e.m.*: R Rep. simbólica de resistência I O traço maior é o terminal positivo e o menor, o terminal negativo *f.e.m. – força electromotriz Departamento de Física Página 2/6 Laboratórios de Física DEFI-NRM-2026a Versão: 03 Data: 21 / 09 / 2010 Leis de Kirchhoff em c.c. Assim, o sentido positivo da corrente eléctrica é o indicado na figura por I, no entanto, se se arbitrar outro sentido, não haverá problema desde que se mantenha uma coerência geral. Outra noção importante é a de queda de tensão – é normal confundir-se com a noção de fonte de tensão (ou de f.e.m.), uma vez que ambas são expressas em volts (V). Ambas representam a variação da energia por unidade de carga, no caso da queda de tensão a energia diminui enquanto no caso da f.e.m. esta faz aumentar a energia das cargas E= W prod Q Lei de Ohm Havendo queda de tensão entre dois pontos, isto é, uma diferença de potencial eléctrico, há também a tendência natural para que se crie uma corrente eléctrica desde o ponto de maior tensão para o de menor tensão – à semelhança do que acontece entre dois tanques com água, ligados por um tubo: a água vai correr do tanque mais alto para o mais baixo. Ainda aproveitando esta imagem, passará mais ou menos água dependendo do diâmetro do tubo e da diferença de nível entre os dois tanques. A proporcionalidade entre a tensão e a intensidade da corrente eléctrica resulta da resistência que o material oferece à passagem dos electrões, a qual foi definida a partir da Lei de Ohm: V = RI As leis de Kirchhoff, formuladas pelo físico alemão Gustav Kirchhoff (1824-1887), constituem as bases para a análise de circuitos eléctricos. As duas leis de Kirchhoff para análise de circuitos são conhecidas pelas Lei dos nós e Lei das malhas. A primeira lei é uma aplicação da lei da conservação da carga eléctrica à corrente eléctrica no circuito e a segunda lei é uma aplicação do princípio de conservação de energia ao potencial eléctrico existente em vários pontos do circuito. Lei dos nós: A soma algébrica das correntes que entram em qualquer nó do circuito é igual a zero. Σ Ientrada = 0 Como ilustrado na figura 1. a), de acordo com a lei dos nós, se uma corrente de 10 A “entra” para o nó, então deverá sair do nó um total de 10 A = 7 A + 3 A. Departamento de Física Página 3/6 Laboratórios de Física DEFI-NRM-2026a Versão: 03 Data: 21 / 09 / 2010 Leis de Kirchhoff em c.c. R1 7A I1 A IT B I2 IT 3A R2 10 A + E V - a) b) Figura 1. Lei dos nós No circuito da figura 1. b), a corrente total que entra no nó A, com o sentido indicado, é IT. As correntes que deixam o nó A, I1 e I2, voltam a juntar-se no nó B, sendo a sua soma novamente igual a IT. Para determinar a relação entre as correntes IT, I1 e I2 calculemos primeiro a queda de tensão VAB: V AB = I 1 R1 = I 2 R2 ( Eq. 2 ) O paralelo das resistências R1 e R2 pode ser substituído pelo seu equivalente, RT. Assim, podemos escrever: V AB = I T RT com RT = ( Eq. 3 ) R1 R2 . R1 + R2 Igualando as Eq.s 2 e 3, temos, RT I = I 1 T I T RT = I 1 R1 R1 ⇔ R I T RT = I 2 R2 I 2 = I T T R2 Somando I1 e I2, verificamos que a sua soma é igual a IT. Departamento de Física Página 4/6 Laboratórios de Física DEFI-NRM-2026a Versão: 03 Data: 21 / 09 / 2010 Leis de Kirchhoff em c.c. Lei das malhas: A soma algébrica das tensões numa malha é igual a zero (a soma algébrica das f.e.m. numa malha é igual à soma algébrica das quedas de tensão nas resistências dessa malha). ΣV = 0 ⇒ ΣEi = ΣRiIi Figura 2. Circuito eléctrico constituído por uma malha Assumindo o sentido da corrente indicado na figura 2 podemos escrever, de acordo com a lei das malhas, a equação: V = V1 + V2 ⇔ V = R1 I + R2 I ( Eq. 4 ) donde, I= V R1 + R2 ( Eq. 5 ) Material Necessário • 1 multímetro; • 1 fonte de alimentação; • 1 placa de montagem; • Conjunto de várias resistências; • Fios de ligação. Departamento de Física Página 5/6 Laboratórios de Física DEFI-NRM-2026a Versão: 03 Data: 21 / 09 / 2010 Leis de Kirchhoff em c.c. Procedimento ATENÇÃO Cuidados a ter na realização do trabalho: - Ligue a fonte apenas quando pretende realizar medições. - Seleccione a escala adequada nos instrumentos de medida, tendo o cuidado de iniciar a selecção pela maior escala do instrumento. Verificação das leis das malhas e dos nós 1. Escolha, para a montagem do circuito da figura 3, valores de R1, R2 e R3 da seguinte lista: R1 = 1 kΩ; R2 = 470 Ω ou 1,2 kΩ ou 10 kΩ; R3 = 560 Ω ou 1,5 kΩ ou 100 kΩ. 2. Meça e registe o valor das três resistências seleccionadas. 3. Monte, na placa de teste, o circuito da figura 3 usando os componentes seleccionados. 4. Aplique uma tensão de 9 V ao circuito. 5. Meça a corrente em cada um dos ramos do circuito, colocando para o efeito o amperímetro imediatamente à direita de cada resistência, registando os valores obtidos. 6. Meça a tensão em cada uma das resistências e registe os resultados. 7. Repita os dois procedimentos anteriores para tensões aplicadas a variar entre 3 V e 12 V: Figura 3: Circuito eléctrico com resistências em série e em paralelo Departamento de Física Página 6/6