25 DE FEVEREIRO DE 2016 Boletim Entomológico Nº 01 Distribuição de Aedes aegypti e Aedes albopictus na Bahia Vetores de transmissão da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) O Aedes aegypti, mosquito originário do continente africano, é o principal transmissor da dengue no Brasil, sendo introduzido no país no período colonial. Já foi erradicado do território brasileiro na década de 50, mas a reintrodução em 1960 não foi possível de ser evitada devido a sua presença em países circunvizinhos. É um inseto que tem preferência por criadouros artificiais, como caixa de água, tonéis, pneus, prato de plantas e outros tipos de recipientes que possam acumular água. Esse mosquito está associado a transmissão da dengue e da febre amarela urbana, atualmente envolvido também na ocorrência de casos Chikungunya e Zika no Brasil. O cenário epidemiológico atual das arboviroses no Brasil, protagonizado pela Dengue, destaca uma situação que se agravou com a introdução dos vírus Zika e Chikungunya, no ano de 2015. O principal vetor transmissor destas enfermidades é o Aedes aegypti (foto 1), sendo que o Aedes albopictus (foto 2) também é um vetor potencialmente competente, ambos presentes na Bahia. Assim, trazemos este informativo dos municípios da Bahia com registro de ocorrência do Aedes aegypti e do Aedes albopictus, baseado nos dados disponibilizados pelos “Programas de Controle da Dengue das Regionais de Saúde do Estado da Bahia”, gerados a partir de Levantamentos Rápidos de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), conduzidos pelas equipes municipais de combate às endemias, e analisados pelo Serviço de Entomologia do LACEN/BA. Foto 1. Aedes aegypti Foto 2. Aedes albopictus Aedes albopictus (Skuse, 1895) O Aedes albopictus é originário do Sudeste Asiático, foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1986 e provavelmente sua introdução esteja relacionada ao comércio marítimo. Não é considerado vetor da dengue no Brasil, no entanto, em condições laboratoriais demonstrou capacidade de transmitir dengue, febre amarela e encefalite equina venezuelana. Foi comprovada também sua competência vetorial para o vírus Chikungunya. É um inseto que utiliza tanto os criadouros naturais, como os artificias para colocar os ovos e pode adaptarse a ambientes rural, peri-urbano e urbano. no Brasil . Fonte: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. INFORMAÇÕES Setor de Entomologia, CLAVEP/LACEN-BA Tel: (71) 3116-5034 Email: [email protected] Fotos: Eduardo Oyama & Roberto Fonseca Mapas: Carlos Gustavo Dentre os 417 municípios baianos, o Aedes aegypti está presente em 416 (Mapa 1), enquanto que o Aedes albopictus em 111 municípios (Mapa 2). Em 110 municípios identificou-se a presença de ambas as espécies (Mapa 3). O município de Mucugê foi o único com a ausência do Aedes aegypti, sendo coletadas formas imaturas e adultos de Aedes albopictus. Vale destacar que as equipes da Rede Estadual de Vigilância Entomológica da Bahia se deslocaram para este município afim de colaborar com as atividades de campo da equipe municipal de combate às endemias, na busca por formas larvais e adultos do principal vetor da dengue no Estado, até então, sem sucesso. Como o A. albopictus é susceptível e pode transmitir muitas arboviroses de importância em Saúde Pública, informações acerca de sua distribuição tornase relevante, uma vez que muitas das doenças potencialmente transmitidas por ele podem se tornar emergentes. Portanto, é um vetor que deve ser necessariamente incorporado pelos programas de controle. Distribuição de Aedes aegypti e Aedes albopictus na Bahia Mapa 1 Aedes (Stegomyia) aegypti Ocorrência em 416 municípios Mapa 2 Aedes (Stegomyia) albopictus Ocorrência em 111 municípios Mapa 3 Aedes (Stegomyia) aegypti & Aedes (Stegomyia) albopictus Ocorrência em 110 municípios Os registros da distribuição do Aedes aegypti e Aedes albopictus no Brasil, como também de outros vetores de importância médica, envolvem ações de campo e laboratorial da vigilância entomológica. Entretanto, nas ações de controle e prevenção do Aedes aegypti, é fundamental que haja também o envolvimento de toda a população para eliminação de criadouros. Página 2