Efeito da soma térmica no crescimento e desenvolvimento

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Efeito da soma térmica no crescimento e desenvolvimento
de gramíneas forrageiras
Fabiano Faria Bisinotto(1), Wilson Jesus da Silva(2),
Laurêncio Caetano da Silva Júnior(1)
(1)
Bolsistas PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, [email protected], [email protected];
(2)
Pesquisador EMBRAPA/EPAMIG-Uberaba, [email protected]
Introdução
Os elementos climáticos são um dos principais determinantes da
produtividade das forrageiras. É fato reconhecido que o acúmulo de matéria
seca (MS) pelo dossel de uma cultura, bem como o índice de área foliar, é
dependente da energia solar incidente e da temperatura do ar.
A temperatura é o principal elemento meteorológico que atinge o
crescimento das forrageiras tropicais, pois afeta a eficiência da fotossíntese,
refletindo, assim, no seu potencial produtivo (TONATO, 2003).
A temperatura da planta é basicamente a mesma do ambiente que a
envolve. Devido a esse sincronismo, flutuações periódicas influenciam os
processos
metabólicos
que
ocorrem
no
interior
da
planta.
Existem
temperaturas que limitam o desenvolvimento de gramíneas tropicais. O limite
superior considerado é em torno de 30 a 35 graus e assume pouca
importância, pois em ambientes naturais geralmente não são atingidos esses
valores médios. Já a temperatura base inferior é de 12 a 16 graus, isso assume
uma grande importância, pois em determinadas épocas do ano, em algumas
regiões, temperaturas menores podem ser alcançadas.
Material e Métodos
O experimento procedeu-se no Centro Federal de Educação Tecnológica
de Uberaba (CEFET Uberaba), a 790 m de altitude, localizado na latitude 19°
39’ 43” S e longitude 47° 57’ 47” W.
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O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com seis
tratamentos e quatro repetições, com parcelas subdivididas no tempo que
constavam as épocas de corte, cada parcela media 5x10 m. Nas parcelas
foram semeadas as seguintes forrageiras: Brachiaria decumbens, Brachiaria
brizantha cv. Marandu, Panicum maximum cv. Mombaça, Panicum maximum
cv. Tanzânia, Brachiaria brizantha cv. Xaraes, Cynodon dactylon cv. Tifton. E
nas subparcelas, nove épocas de cortes, em esquema fatorial 6x9 com quatro
repetições.
Os cortes foram feitos com alturas determinadas: Brachiaria decumbens,
quando atingia 40 cm, foi rebaixada para 20 cm; Brachiaria brizantha cv.
Marandu, quando atingia 40 cm, foi rebaixada para 20 cm; Panicum maximum
cv. Mombaça, quando atingia 90 cm, foi rebaixada para 40 cm; Panicum
maximum cv. Tanzânia, quando atingia 70 cm, foi rebaixada a 30 cm;
Brachiaria brizantha cv. Xaraes, quando atingia 40 cm, foi rebaixada para 20
cm; Cynodon dactylon cv. Tifton 85m, quando atingia 20 cm, foi rebaixada para
10 cm.
A cada altura de corte, era pesada a matéria fresca de 3 m2 do interior da
parcela, e três plantas previamente identificadas e colhidas eram levadas para
o laboratório, onde se determinava a massa fresca, número de perfilhos vivos e
mortos, comprimento dos perfilhos, largura das folhas e área foliar. Em
seguida, eram acondicionadas em saco de papel e submetidas à secagem a
65°C por 72 horas, em estufa com ventilação forçada. Após a secagem, o
material era resfriado por uma hora e pesado novamente, podendo, assim,
determinar sua massa seca. Em seguida, era moído e acondicionado em vidros
para análise bromatológica.
Após o corte, todas as parcelas eram adubadas com 225 g de N e 420 g
de K. Para que a água não fosse um limitante ao desenvolvimento potencial
das forrageiras do experimento, este foi irrigado.
Os dados meteorológicos utilizados foram obtidos em uma estação
automática situada junto ao experimento.
Para o cálculo da soma térmica em graus-dia foi considerada apenas a
temperatura aproveitada pelas plantas em seu metabolismo. Para isso, foi
adotada uma temperatura base inferior de 15°C (MENDONÇA; RASSINI,
2006), sendo que abaixo desta o crescimento da forrageira é inibido.
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Resultados e Discussão
Os valores de soma térmica em graus-dia e de MS mostrados no Gráfico
1 foram acumulados nas épocas. Isto porque o aumento de MS está associado
ao acúmulo de graus-dia nas épocas. O Gráfico 1 apresenta os coeficientes
angulares que indicam a soma térmica em relação ao acúmulo de MS no
período de 30 de novembro de 2007 a 27 de outubro de 2008.
O resultado das correlações entre a soma térmica e a MS de todas as
forrageiras foi de reta, passando pela origem do Gráfico 1. Isto implica em uma
relação direta entre a soma térmica em graus-dia e a MS em kg/ha. Contudo,
pode-se observar que entre as espécies estudadas cada uma responde de
maneira diferente à soma térmica.
Com as informações obtidas existe um forte indicativo de que a soma
térmica possa ser utilizada para estimativa da MS de todas as forrageiras
estudadas, em função do alto grau de correlação apresentado entre essas
variáveis. Porém, vale atentar que o estudo foi realizado em apenas um ano
em um local geográfico, para que se tenha maior confiança nos dados, seria
necessária a realização do experimento por um maior período e em outras
localidades.
Conclusão
Existe uma forte relação entre a soma térmica e a MS das forrageiras
estudadas. Assim, pode-se estimar a produção das forrageiras estudadas
utilizando a soma térmica e seus respectivos fatores de correção.
A Brachiaria decumbens e a Brachiaria brizantha cv. Xaraes foram as
mais responsivas à soma térmica, já Panicum maximum cv. Tanzânia e
Cynodon dactylon cv. Tifton 85 foram as que responderam menos.
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Referências
MENDONÇA,
F.C.;
RASSINI,
J.B.
Temperatura-base
inferior
e
estacionalidade de produção de gramíneas forrageiras tropicais. São
Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2006. 9p. (Embrapa Pecuária Sudeste.
Circular Técnica, 45).
TONATO, F. Determinação de parâmetros produtivos e qualitativos de
cynodon spp. em função de variáveis climáticas. 2003. 85f. Tese (Mestrado
em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2003.
Gráfico 1 - Dispersões dos valores da matéria seca (MS) em kg/ha e soma térmica em
graus-dia acumulados em cada época de corte
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