alecrim

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Adir Barros da Silva Jr
ALECRIM
*NOME BOTÂNICO: Rosmarinus officinalis L.
*FAMÍLIA: Labiatae
*SINONÍMIA: Alecrim-de-jardim, alecrim-rosmarino, alecrinzeiro
*HISTÓRICO:
Os atributos do alecrim são importantes como os da aspérula-odorífera; datam
do século XVII e vem da Europa central. Diz-se que a rainha Izabel da Hungria,
septuagenária e debilitada pela doença, recuperou a saúde e rejuvenesceu graças ao
alecrim. A receita da água da juventude, a água que a rainha da Hungria, que ela
própria preparava, está ao alcance de todos, pois para obtê-la basta juntar os
alcoolatos de alfazema, alecrim e tomilho1
O alecrim foi utilizado por farmacêuticos desde a antiguidade. Os gregos e os
romanos tinham o alecrim com grande estima. Esta planta não faltava em nenhum
jardim medicinal no século XVI, sendo utilizada em cosmética e, queimado, era
usado como incenso para purificar o ar.
Com a reputação de desenvolver a memória, tornou-se emblema da fidelidade
para os namorados. Os espanhóis dizem que foi o alecrim que protegeu a Virgem
Maria na sua fuga para o Egito e que, quando o seu manto roçava as flores brancas,
estas iam ficando azuis.
Durante a peste, as pessoas carregavam ramos de alecrim na extremidade de
paus e ao pescoço para os protegerem, quando passavam por áreas suspeitas 2
*ASPECTOS BOTÂNICOS:
Planta perene, arbustiva (cerca de um metro e meio de altura), caule lenhoso,
ereto, muito ramificado, com ramos terminais finos e de secção quadrangular.
Folhas simples, lineares, inteiras, opostas cruzadas, sésseis, coriáceas, verde
na face superior, esbranquiçada na inferior, bordos lisos e revirados para o solo. Na
axila das folhas, de cada lado, situam-se mais dois pares menores e cruzadas. As
folhas são aromáticas, lembrando o incenso, algo pendentes, ápice acuminado e base
atenuada com uma porção mais clara que o resto do limbo foliar 3
Flores pequenas, hermafroditas, zigomorfas, diclamídeas e pentâmeras.
Cálice bilabiado, achatado lateralmente, piloso, com três dentes, sendo dois
superiores e um inferior e maior; verde claro e coberto de glândulas ou pêlos
glandulares prateados. Corola gamopétala, bilabiada, branca, azulada, purpúrea ou
mais comumente lilás-clara. Lóbulos em número de cinco, sendo dois superiores e
três inferiores, sendo o central maior. Pré-floração imbricada. Androceu formado
por dois estames com filetes curtos e curvos com anteras monotecas roxas. Gineceu
súpero, bicarpelar, bilocular com um estilete ginobásico. Óvulos ortótropos em
número de quatro. Estiletes longos, ascendentes e curvos junto ao lóbulo médio de
cor lilás muito clara com estigma afilado e mais claro. O florescimento vai de fins de
agosto até fim do verão (3).
Frutos secos, como de muitas labiadas, separando-se em quatro frutículos ou
núculas de cor escura. São designados por sementes os frutículos anteriormente
mencionados, em número de quatro por flor ou geralmente menos devido ao
atrofiamento de um ou mais óvulos contidos no ovário. As sementes em nossas
condições climáticas têm se mostradas estéreis (3).
ASPECTOS AGRONÔMICOS:
O plantio pode ser realizado por estacas no outono e inverno ou por sementes
(adquiridas no exterior) na primavera ou verão (formação de mudas em viveiros
cobertos); os espaçamentos devem ser de entrelinhas 0,8-1 m e entre as plantas 0,50,8 m e em caso da planta possuir finalidade de arbusto aumentar o espaçamento
para 1,2 x 0,8 m. O clima deve ser temperado-brando, os invernos longos, frios e
úmidos são desfavoráveis à cultura.
O local do plantio deve ser ensolarado e protegido de ventos. O alecrim é
tolerante à falta de chuva, porém quando é novo deve ser regado até que as mudas
“peguem”. O solo deve ser permeável, bem drenado e até mesmo seco. Sua riqueza
química é desejável, mas não um alto teor de matéria orgânica. O excesso de
compostos nitrogenados que ocorre freqüentemente em solos ricos em matéria
orgânica prejudica a concentração e quantidade de óleo essencial.
Deve ser providenciado o replantio das falhas, limpeza e afofamento do solo,
combate às formigas. O alecrim teme excesso de umidade. As irrigações, quando
necessárias, devem ser por gotejamento ou sulcos, pois as aspersões lixiviam os
óleos essenciais das folhas prejudicando a qualidade do produto. As formigas
cortadeiras são grandes inimigos do alecrim. A incidência de broca-das-plantas é
bastante expressiva em plantas novas. Observa-se a ocorrência de folhas amareladas
ou até douradas em plantas antes com folhas verdes; não se sabe a causa deste
fenômeno. Há citações na bibliografia, sobre a planta, da ocorrência de um vírus que
causaria este escurecimento.
Para fins condimentares e medicinais são colhidos os ramos com folhas e
flores; e para fins aromáticos as sumidades florais. A colheita deve ser feita quando
do surgimento dos primeiros botões. O rendimento é da ordem de 11.500 Kg/ha de
planta fresca e que corresponde a 34% de planta seca. A secagem é feita à sombra,
em local arejado ou em estufas até 35ºC, na ausência de luz (3).
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
O óleo essencial contém:
• pineno
• canfeno
• cineol
• borneol
• acetato de bornila
• cânfora
• diterpenos
• ácido gálico (2-4%)
• saponinas
• traços de alcalóides
• princípios amargos
• taninos (10-20%) (2).
ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO:
O emprego popular do alecrim faz menção a propriedades digestivas,
colerépticas, emenagogas, hipertensivas, sedantes, sudoríficas e antialérgicas. Na
China é recomendado para dores de cabeça, insônia e fadiga mental. Também é
empregado em formas capilares para evitar a queda capilar (4).
ATIVIDADES FARMACOLÓGICAS:
É um tônico geral da circulação sanguínea e do sistema nervoso. Exerce suas
funções principalmente à nível das paredes dos vasos, aumentando a irrigação
periférica e a pressão arterial. É ligeiramente diurético estimulando as funções
renais. Atua sobre a secreção biliar, atuando como colagogo. O extrato
hidroalcoólico das folhas, induz no rato uma hipercolerese superior à aquela
provocada pelo extrato hidroalcoólico das sumidades floridas.
É digestivo, reduzindo a formação de gases, e também auxiliando na digestão
de gorduras. Possui efeito hepatoprotetor, e atividade antiinflamatória, indicada em
afecções reumáticas e articulares, demonstrado por Alcarez e Jimenez no teste da
carragenia.
Externamente estimula a circulação local e alivia as dores. Possui ação antiséptica, inibindo o crescimento de salmonela, escherichia e estafilococos. No couro
cabeludo, estimula a circulação e o crescimento capilar. Tem ainda ação anticaspa e
previne a queda do cabelo.
Tem demonstrado atividade notável e originas na captura de radicais livres e
inibe o mecanismo que induzem hepatite tóxica. É um atilipoperoxidante e mantém
constante a fluidez da membrana, assegurando uma atividade enzimática máxima
(2).
FARMACOCINÉTICA:
O ácido rosmarínico é eliminado da circulação, em ratos, com um tempo de
meia-vida de 9 minutos (4).
ESTUDOS:
Estudos in vitro demonstraram atividade espasmolítica do óleo essencial
administrado I.V. (intravenosa) em cobaias, atuando, por exemplo, sobre o esfíncter
de Oddi previamente espasmotizado com morfina. A ação é dependente da dose,
observando-se um maior efeito com 25mg/Kg (Giachetti D et al., 1988). O ácido
rosmarínico tem demonstrado uma interessante atividade homeostática em quadros
de choques experimentais sobre coelhos. Uma dose de 20mg/Kg I.V. corrige
alterações hemodinâmicas produzidas por endotoxinas em especial à nível de
pressão arterial, agregação plaquetária e formação de prostaglandinas. Atividade
similar a dos antiinflamatórios não esteroidais. O ácido rosmarínico também
demonstrou atividade antioxidante devido a inibição da quimioluminescência e
formação de peróxidos de hidrogênio formados a partir de granulócitos humanos (4).
As folhas de alecrim-do-campo apresentam forte potencial terapêutico na
prevenção da cárie dental. A conclusão é de uma pesquisa de doutorado apresentada
na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), em
Ribeirão Preto.
O extrato da planta é uma das matérias-primas da própolis verde, capaz de
inibir a proliferação de Streptococcus mutans, o principal agente causador da cárie
dental em humanos. Nos últimos anos, vários estudos atestaram que esse tipo de
própolis pode ser útil para a prevenção das cáries. Durante os experimentos in vitro,
a comparação dos extratos de própolis verde com os de alecrim-do-campo em
diferentes parâmetros bioquímicos da bactéria teve resultados bastante interessantes.
“As duas substâncias apresentaram um perfil semelhante no que diz respeito à
inibição da S.mutans”, disse a autora da pesquisa, Denise da Silva Leitão, à Agência
FAPESP. O estudo foi orientado pelo professor Augusto César Spadaro.
EFEITOS ADVERSOS E TÓXICOS:
Os extratos de alecrim, bem como seu óleo essencial, são bem tolerados por
cobaias e humanos. O ácido rosmarínico possui baixa toxicidade de acordo com a
DL50 expressada em ratos por I.V. que alcançou 561 mg/Kg. A aplicação tópica do
óleo essencial pode provocar quadros de irritação ou dermatites cutânea em
humanos (4).
REFERÊNCIAS:
(1) Teske, M.; Trenttini, A.M.M. Compêndio de Fitoterapia. Paraná: Herbarium,
3ªedição, 1997.
(2) Readir´s Digest. Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Brasil LTDA, Rio
de Janeiro: 1999.
(3) Castro, L. O. Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas. 1995.
Agropecuária, Guaíba-RS
(4) Alonso, J. R. Tratado de Fitomedicina. Editora Isis. Buenos Aires: 1998
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28373
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://atelier.hannover2000.mct.pt/~pr5
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rim.htm&h=195&w=197&sz=3&tbnid=4WgtXQVE5E4sM:&tbnh=97&tbnw=98&hl=ptBR&start=3&prev=/images%3Fq%3Dalecrim%26svnum%3D10%26hl%3DptBR%26lr%3D Figura 01
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http://www.agrup-eb23-amarante.rcts.pt/horta_alecrim.jpg Figura 03
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http://es.encarta.msn.com/encyclopedia_761555199_2/Qu%25C3%25ADmica_org
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