Hanseníase: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e prevenção O que é hanseníase? Hanseníase (também conhecida coma lepra, morfeia, mal de Hansen ou mal de Lázaro) é uma doença infecciosa e contagiosa, de baixainfectividade, que afeta principalmente a pele, os olhos e os nervos. É uma das doenças conhecidas há mais tempo, havendo menções a ela na China, no Egito e na Índia, 1350 anos antes de Cristo. Em virtude de ter sido incurável durante longo tempo e das deformações corporais que causava, a lepra foi tida durante séculos como uma doença repugnante. Considerada na Antiguidade como castigo dos deuses, os doentes eram recolhidos em leprosários, onde ficavam em completo isolamento, até morrerem. Até hoje, embora agora injustificadamente, a hanseníase é cercada de tabus e preconceitos, sobretudo em meios sociais menos esclarecidos. O nome da doença foi dado em homenagem a um cientista chamado Gerhard Hansen, que a descreveu cientificamente em 1873. Além do homem, a lepra pode afetar também outros animais, como macacos, coelhos, ratos e tatus. Quais são as causas da hanseníase? A hanseníase é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, um parasita intracelular que tem uma afinidade especial pelas células da pele e células nervosas. Os pacientes infectados eliminam os bacilos através das secreções nasais, gotículas da fala, da tosse ou do espirro. Os pacientes já tratados e que receberam alta não transmitem mais o bacilo e aqueles em tratamento regular já não o fazem desde as primeiras doses da medicação. Embora transmissível, a hanseníase não é uma doença de alta contagiosidade. Quais são os principais sinais e sintomas da hanseníase? A maioria das pessoas que entra em contato com o bacilo não desenvolve a hanseníase. Somente cerca de 5% das pessoas adoecem. A maior ou menor resistência à doença parece ligada a fatores genéticos. O período deincubação da doença é extremamente prolongado e variável, indo de alguns meses a alguns anos. Basicamente, a hanseníase é uma doença cutânea, mas eventualmente pode afetar os olhos e os nervos periféricos. Nos indivíduos que contraem a doença, os sinais e sintomas principais são: manchas pardas na pele, às vezes pouco visíveis e de limites imprecisos (lepros em grego quer dizer manchas na pele); sensação de formigamento nas extremidades; insensibilidade térmica, à dor e ao tato, nessas áreas, o que pode ocorrer também em áreas dapele aparentemente normais; ausência da secreção de suor nessas áreas; caroços e placas em qualquer local do corpo; diminuição da força muscular, etc. A bactéria tem preferência por instalar-se no lóbulo da orelha, joelhos, cotovelos e nos nervos periféricos. Frequentemente há alterações da musculatura esquelética e do tônus muscular, causando deformidades dos membros ou extremidades do corpo, como nariz e orelhas. Antigamente a hanseníase provocava muitas mutilações. Pode provocar feridas e lesões neurais que resultam na chamada “mão em garra” ou na perda dos dedos, das mãos e de outras partes do corpo. A insensibilidade das regiões afetadas impede que o paciente sinta dor quando exposto a ferimentos e isso serve de porta de entrada para váriasinfecções. A hanseníase pode manifestarse em diferentes formas clínicas (indeterminada, borderline, tuberculoide,virchowiana), que basicamente indicam a gravidade da infecção e têm implicações na escolha dos tratamentos. Como o médico diagnostica a hanseníase? O diagnóstico da hanseníase é feito por meio da avaliação clínica do paciente e por testes de sensibilidadecutânea, palpação de nervos, avaliação da força motora, etc. O médico pode também fazer uma biópsia da área suspeita, que permite verificar a presença do bacilo e estabelecer a forma clínica e a gravidade da doença. Como o médico trata a hanseníase? Até umas décadas atrás a hanseníase não tinha cura e os pacientes eram segregados do convívio social. Devido às concepções místico-religiosas da doença os leprosários antigos eram, em sua maioria, mantidos pela Igreja. Com o progresso dos tratamentos, a hanseníase não só se tornou uma doença curável como os pacientes passaram a não precisar mais de ser isolados. O tratamento da hanseníase é feito com a associação de dois ou três fármacos antibióticos, ao que se chama poliquimioterapia, que deve ser mantida por um tempo longo, de seis meses a um ano ou mais. Quando as lesões ocasionadas pela hanseníase já estão constituídas, o paciente pode usar próteses, fazer intervenções ortopédicas e usar calçados especiais, etc. Como evolui a hanseníase? A evolução da hanseníase depende da maior ou menor energia do sistema imunológico da pessoa infectada. Apesar de não ser mortal, a doença pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. Como prevenir a hanseníase? A melhor maneira de prevenir a hanseníase é levar os familiares e pessoas próximas a um doente a fazerem um exame preventivo. A fisioterapia é uma eficiente contribuição à prevenção das incapacidades causadas pela hanseníase. A BCG, uma vacina que faz parte do calendário de vacinação infantil, ajuda a proteger contra a hanseníase. Quando uma pessoa em um domicílio tem hanseníase, todos os moradores devem procurar o posto de saúdepara exame clínico e aplicação desta vacina. terça-feira, 08 de julho de 2014 - Atualizado em sexta-feira, 11 de julho de 2014 ABC.MED.BR, 2014. Hanseníase: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e prevenção. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/552587/hanseniase-definicao-causassintomas-diagnostico-tratamento-evolucao-e-prevencao.htm>. Acesso em: 8 ago. 2014.