PRF Prof. Cláudio Albuquerque Primeiros Socorros 1

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Prof. Cláudio Albuquerque
Refere-se ao atendimento prestado a uma vítima de um
acidente ou mal súbito. Consiste num primeiro
atendimento até que o socorro avançado esteja no local.
Primeiros Socorros é a ação de que cada cidadão dentro
de suas limitações possa ajudar ao outro.
1. Sistemas de Atendimento de emergência no Brasil
e no Mundo
O Serviço de Emergências Médicas (S.E.M.), nasceu nos
EUA em 1966 quando os Comitês do Trauma e Choque
da Academia nacional de Pesquisas (Nacional Academy
of Sciences -EUA ) do Conselho Nacional de Pesquisas
publicou um estudo chamado "Morte e Deficiências por
Acidentes: uma descuidada doença da sociedade
moderna ". Através dos índices estatísticos e resultados
obtidos neste estudo,foi revelado tanto para o povo
quanto para o Congresso americano que o atendimento
pré-hospitalar
era
seriamente
inadequado
à
sobrevivência e recuperação da vítima de traumas e
choques de quando atendida de forma apropriada.
Em 1968, foi criado o telefone centralizado único para
chamadas de emergência: o 911 designado pela Cia
telefônica
e
de
telégrafos
americana.
No início dos anos 80, a principal preocupação passou a
ser a padronização dos programas de treinamento dos
Técnicos em Emergências Médicas. Esses programas
combinaram treinamentos teóricos e práticos, que
permitiram ao técnicos uma especialização com
certificados, garantindo assim a qualidade profissional e a
promoção de reciclagem com intuito de reavaliações e
atualizações.
Nosso país está com defasagem de trinta anos. Tal
posição não está relacionada apenas a incapacidade de
gerar recursos financeiros, o que nos deixa sem acesso a
tecnologia, mas também a uma terrível consciência de
que a vida humana se encontra desvalorizada diante de
conceitos político administrativos. A ciência e as
tecnologias necessárias para salvar vidas de vítimas de
acidentes esta a nossa disposição, porém o que falta é a
vontade política de utilizar tais recursos de forma
objetiva.
Os procedimentos para situações de emergência foram
formatados objetivando treinar o público em geral. O
socorrista é geralmente quem esta presente na hora do
acidente. O Brasil vem se mantendo na frente em mortes
por invalidez permanente causadas por acidentes de
trânsito. Estes, além de seletivos, pois atingem
principalmente a jovens e crianças, são implacáveis com
pais de família e destroem lares sem complacência.
Os bombeiros merecem um destaque especial, pois eles
em conjunto com os socorristas realizam o atendimento
avançado e o transporte das vítimas para um hospital
onde os médicos irão concluir os trabalhos de
recuperação.
O Departamento de Transportes dos EUA - DOT - ,
desenvolveu o programa para treinamento e
formação de Técnicos em Emergências Médicas e
recomendou a pesquisa e desenvolvimento dos
padrões de equipamentos e veículos que deveriam
ser empregados na montagem de ambulâncias e
demais
veículos
afins.
Em 1972, o então presidente Nixon, delegou ao
Departamento de Saúde - HHS - , atribuição para que
fossem desenvolvidas nova formas de organizar
Serviços de Emergências Médicas - SEM , o que
resultou na assinatura de diversos contratos com
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Primeiros Socorros
entidades de iniciativa privada onde foram investidos
cerca de 8,5 milhões de dólares em pesquisas de
base.
Em 1975 foi fundada a Associação dos Técnicos em
Emergências Médicas.
Protocolo Internacional de Atendimento Préhospitalar:
URGÊNCIA - Situação onde não há risco à vida
EMERGÊNCIA - Situação onde há risco á vida
SOCORRO BÁSICO - são os procedimentos não
invasivos.
SOCORRO AVANÇADO- são os procedimentos
invasivos.
No Mundo existem diversos protocolos e modelos de
atendimento pré hospitalar, destacando o Protocolo
Norte-Americano e o Protocolo Francês, no primeiro
aplica-se o conceito de chegar à vítima no menor
tempo possível, realizar manobras essenciais para
estabilizá-la e removê-la o mais rápido possível a um
hospital adequado (princípio conhecido como hora
de ouro).
No protocolo Francês adota-se o princípio de ofertar
o atendimento médico no local até a estabilização da
vítima (princípio conhecido como stay and play).
2. Aspectos legais do atendimento pré-hospitalar;
CONCEITO
As primeiras providências tomadas em um acidente são
chamadas: Primeiros Socorros. Eles são os
procedimentos de emergência que devem ser aplicados a
uma pessoa em perigo de vida, visando a manter os
sinais vitais e evitando o agravamento do seu estado, até
que receba assistência especializada. Você terá a
oportunidade nesta cartilha de conhecer algumas
técnicas de Primeiros Socorros que vêmsendo
divulgadas nomundo inteiro.
Primeiros Socorros são as primeiras providências
tomadas no local do acidente. É o atendimento inicial e
temporário, até a chegada de um socorro profissional.
Quais são essas providências?
• Uma rápida avaliação da vítima;
• Aliviar as condições que ameacem a vida ou que
possam agravar o quadro da vítima, com a utilização de
técnicas simples;
• Acionar corretamente um serviço de emergência local.
A seqüência das ações a serem realizadas vai sempre
ser a mesma:
1) manter a calma;
2) garantir a segurança;
3) pedir socorro;
4) controlar a situação;
5) verificar a situação das vítimas;
6) realizar algumas ações com as vítimas.
IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DAS TÉCNICAS
Acidentes podem ocorrer em quase todas as situações e
atividades, portanto, as pessoas estão expostas a riscos
e sujeitas a ferimentos e traumatismos por eles
causados.
Os lugares especialmente propícios para a ocorrência de
acidentes são as casas, as empresas e o trânsito. No
Brasil, o trânsito causa em média 50 mil mortes em um
ano. Muitas dessas pessoas morreram ou ficaram com
sequelas por não terem recebido socorro adequado a
tempo ou por terem sido socorridas de forma
inadequada. Para ajudar realmente uma vítima de
acidente é preciso prestar um socorro correto e eficaz.
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Conhecer as técnicas de primeiros socorros poderá
ajudar em situações de emergência.
QUANDO DEVEMOS PRESTAR SOCORRO
Na maioria das grandes cidades, existem equipes de
Emergência treinadas para atender vítimas de todo o tipo
de acidente. As equipes são compostas por socorristas
que são profissionais especializados em socorro de
Emergência. Devemos preferir o socorro especializado
que conta com equipamento e treinamento adequados.
Mas existirão situações em que não haverá equipe
disponível ou a gravidade da situação não permitirá
aguardar socorro especializado. Neste caso, o
conhecimento de socorro básico poderá garantir a
sobrevivência das vítimas. Quando realizado sem as
técnicas adequadas, o socorro poderá prejudicar,
agravando o estado da vítima e provocando danos
irreversíveis.
OMISSÃO DE SOCORRO
Deixar de prestar socorro a pessoa ferida ou em grave
iminente perigo, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, é crime segundo o artigo 135 do Código Penal
Brasileiro. A omissão e a falta de um pronto atendimento
eficiente são os principais motivos de mortes ou danos
irreversíveis emvítimas de acidentes de trânsito.
Código
Penal
OMISSÃO
DE
SOCORRO
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando
possível fazÊ-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou
ferida, ao desamparado ou em grave e iminente
perigo ; ou não pedir , nesses casos, o socorro da
autoridade
pública.
Pena: Detenção de 01 ( um ) a 6 ( seis ) meses ou
multa.
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se a
omissão resulta lesão corporal de naturaza grave, e
triplica , se resulta em morte
3. BIOSSEGURANÇA
Ao ajudar em um acidente, procure se proteger de
doenças infectocontagiosas usando luvas ou
pedaços de pano. Essas doenças são transmitidas
através do contato com fluidos corporais como sangue e
saliva. O uso de EPI(s) é obrigatório.
Quais os riscos mais comuns e quais os cuidados
iniciais?
É só acontecer um acidente que podem ocorrer várias
situações de risco. As principais são:
• Novas colisões;
• Atropelamentos;
• Incêndio;
• Explosão;
• Cabos de eletricidade;
• Óleo e obstáculos na pista;
• Vazamento de produtos perigosos;
• Doenças infecto-contagiosas.
Novas Colisões
Você já viu como sinalizar adequadamente o local do
acidente. Seguindo as instruções fica bem reduzida a
possibilidade de novas colisões. Porém, imprevistos
acontecem. Por isso, nunca é demais usar
simultaneamente mais de um procedimento, aumentando
ainda mais a segurança.
Atropelamentos
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Adote as mesmas providências empregadas para evitar
novas colisões. Mantenha o fluxo de veículos na pista
livre. Oriente para que curiosos não parem na área de
fluxo e que pedestres não fiquem caminhando pela via.
Isole o local do acidente e evite a presença de curiosos.
Faça isso, sempre solicitando auxílio e distribuindo
tarefas entre as pessoas que querem ajudar, mesmo que
precisem ser orientadas para isso.
Incêndio
Sempre existe o risco de incêndio. E, ele aumenta
bastante quando ocorre vazamento de combustível.
Nesses casos é importante adotar os seguintes
procedimentos:
• Afaste os curiosos;
• Se for fácil e seguro, desligue o motor do veículo
acidentado;
• Oriente para que não fumem no local;
• Pegue o extintor de seu veículo e deixe-o, pronto para
uso, a uma distância segura do local de risco;
• Se houver risco elevado de incêndio e, principalmente
com vítimas presas nas ferragens, peça a outros
motoristas que façam o mesmo com seus extintores, até
a chegada do socorro.
Há dois tipos de extintor para uso em veículo: o do tipo
BC, destinado a apagar fogo em combustível e em
sistemas elétricos, e o do tipo ABC, que também apaga o
fogo em componentes de tapeçaria, painéis, bancos e
carroçaria. Verifique o tipo do extintor e a validade do
cilindro. Saiba sempre onde ele está em seu veículo.
Normalmente, seu lugar é próximo ao motorista para
facilitar a utilização. Dependendo do veículo, ele pode
estar fixado no banco sob as pernas do motorista, na
lateral próximo aos pedais, na lateral do banco ou sob o
painel do lado do passageiro. Localize o seu e assinale
sua posição no espaço reservado no final desta
cartilha. Verifique também, como é que se faz para tirálo de sua posição, não deixe para ver isso numa
emergência.
Nunca um extintor deve ser guardado no porta-malas ou
em outro lugar, de difícil acesso. Mantenha sempre seu
extintor carregado e com a pressão adequada. Troque a
carga conforme a regulamentação de trânsito e também,
sempre que o ponteiro do medidor de pressão estiver na
área vermelha.
Para usar seu extintor, siga as instruções:
• Mantenha o extintor em pé, na posição vertical;
• Quebre o lacre e acione o gatilho;
• Dirija o jato para a base das chamas e não para o meio
do fogo;
• Faça movimentos em forma de leque, cobrindo toda a
área em chamas;
• Não jogue o conteúdo aos poucos. Para um melhor
resultado, empregue grandes quantidades de produto, se
possível com o uso de vários extintores ao mesmo
tempo.
Explosão
Se o acidente envolver algum caminhão de combustível,
gás, ou outro material inflamável, que esteja vazando ou
já em chamas, a via deve ser totalmente interditada,
conforme as distâncias recomendadas e todo o local
evacuado.
Cabos de eletricidade
Nas colisões com postes é muito comum que cabos
elétricos se rompam e, fiquem energizados, na pista ou
mesmo sobre os veículos. Alguns desses cabos são de
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alta voltagem, e podem causar mortes. Jamais tenha
contato com esses cabos, mesmo que ache que eles não
estão energizados.
No interior dos veículos, as pessoas estão seguras,
desde que os pneus estejam intactos e não haja nenhum
contato com o chão. Se o cabo estiver sobre o veículo,
elas podem ser eletrocutadas ao tocar o solo. Isso já não
ocorre se permanecerem no seu interior, pois o mesmo
está isolado pelos pneus.
Outro risco é do cabo chicotear próximo a um vazamento
de combustível, pois a faísca produzida poderá causar
um incêndio.
Mesmo não havendo esses riscos, não mexa nos cabos,
apenas isole o local e afaste os curiosos. Caso exista
qualquer dos riscos citados ou alguém eletrocutado, use
um cano longo de plástico ou uma madeira seca e, num
movimento brusco, afaste o cabo. Não faça isso com
bambu, metal ou madeira molhada. Nem nunca imagine
que o cabo já esteja desligado. Óleo e obstáculos na
pista
Os fragmentos dos veículos acidentados devem ser
removidos da pista onde há trânsito de veículos e, se
possível, jogue terra ou areia sobre o óleo derramado.
Normalmente isso é feito depois, pelas equipes de
socorro, mas se você tiver segurança para se adiantar,
pode evitar mais riscos no local.
Vazamento de produtos perigosos
Interdite totalmente a pista e evacue a área, quando
veículos que transportam produtos perigosos estiverem
envolvidos no acidente e existir algum vazamento. Faça a
sinalização como já foi descrito.
Doenças infecto-contagiosas
Hoje, as doenças infecto-contagiosas são uma realidade.
Evite qualquer contato com o sangue ou secreções das
vítimas nos acidentes. Tenha sempre em seu veículo, um
par de luvas de borracha para tais situações. Podem ser
luvas de procedimentos usadas pelos profissionais ou
simples luvas de borracha para uso doméstico.
Limpeza da pista
Encerrado o atendimento e não havendo equipes
especializadas no local, retire da pista a sinalização de
advertência do acidente e outros objetos que possam
representar riscos ao trânsito de veículos.
O que é possível fazer?
As limitações no atendimento às vítimas.
Você não é um profissional de resgate e por isso deve se
limitar a fazer o mínimo necessário com a vítima até a
chegada do socorro. Infelizmente, vão existir algumas
situações que o socorro, mesmo chegando rapidamente
e com equipamentos e profissionais treinados, pouco
poderá fazer pela vítima. Você, mesmo com toda a
boavontade, também poderá encarar uma situação em
que seja necessário mais que a solidariedade que você
pode oferecer. Mesmo nestas situações difíceis, não se
espera que você faça algo para o qual não esteja
preparado ou treinado.
Fazendo contato com a vítima
Depois de garantido, pelo menos o básico em segurança
e a solicitação do socorro, é o momento em que você
poderá iniciar contato com a vítima. Se a janela estiver
aberta, fale com a vítima sem abrir a porta. Se for abrir a
porta, faça-o com muito cuidado para não movimentar a
vítima. Você poderá pedir a algum ocupante do veículo
para destravar as portas, caso necessário.
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Primeiros Socorros
Ao iniciar seu contato com a vítima, faça tudo sempre
com base em 4 atitudes: informe, ouça, aceite e seja
solidário.
Informe à vítima o que você está fazendo para ajuda-la
e, com certeza ela vai ser mais receptiva aos seus
cuidados.
Ouça e aceite suas queixas e a sua expressão de
ansiedade respondendo as perguntas com calma e de
forma apaziguadora. Não minta e não dê informações
que causem impacto ou estimulem a discussão sobre a
culpa no acidente.
Seja solidário e permaneça junto à vítima em um local
onde ela possa ver você, sem que isso coloque em risco
sua segurança.
Algumas vítimas de um acidente podem tornar-se
agressivas não permitindo acesso ou auxílio. Tente a
ajuda de familiares ou conhecidos dela, se houver algum,
mas se a situação colocar você em risco, afaste-se.
Cintos de segurança e a respiração
Veja se o cinto de segurança está dificultando a
respiração da vítima. Neste caso, e só neste caso, você
deverá soltá-lo, sem movimentar o seu corpo.
Impedindo movimentos da cabeça
É procedimento importante e fácil de ser aplicado,
mesmo em vítimas de atropelamento. Segure a cabeça
da vítima, pressionando a região das orelhas, impedindo
a movimentação da cabeça. Se a vítima estiver de bruços
ou de lado, procure alguém treinado para avaliar se ela
necessita ser virada e de como fazê-lo, antes do socorro
chegar. Em geral ela só deverá ser virada se não estiver
respirando. Se estiver de bruços e respirando, sustente a
cabeça nesta posição e aguarde o socorro chegar.
Se a vítima estiver sentada no carro, mantenha a cabeça
na posição encontrada. Como na situação anterior, ela
poderá ser movimentada se não estiver respirando, mas
a ajuda de alguém com treinamento prático será
necessária.
Vítima inconsciente
Ao tentar manter contato com a vítima, faça perguntas
simples e diretas como:
– Você está bem? Qual é seu nome? O que aconteceu?
Você sabe onde está?
O objetivo dessas perguntas é apenas identificar a
consciência da vítima. Ela poderá responder bem e
naturalmente suas perguntas, e isto é um bom sinal, mas
poderá estar confusa ou mesmo nada responder. Se ela
não apresentar nenhuma resposta demonstrando estar
inconsciente ou desmaiada, mesmo depois de você
chamá-la em voz alta, ligue novamente para o serviço de
socorro, complemente as informações e siga as
orientações que receber. Além disso, indague entre as
pessoas que estão no local, se existe alguém treinado e
preparado para atuar nesta situação. Em um acidente, a
movimentação de vítima inconsciente e mesmo a
identificação de uma parada respiratória ou cardíaca,
exige treinamento prático específico.
Controlando uma Hemorragia Externa
São diversas as técnicas para conter uma hemorragia
externa. Algumas são simples e outras complexas que só
devem ser aplicadas por profissionais. A mais simples,
que qualquer pessoa pode realizar, é a compressão do
ferimento, diretamente sobre ele, com uma gaze ou pano
limpo. Você poderá necessitar de luvas para sua
proteção, para não se contaminar. Naturalmente você
deverá cuidar só das lesões facilmente visíveis que
continuam sangrando e daquelas que podem ser
cuidadas sem a movimentação da vítima.
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Só aja em lesões e hemorragias se você se sentir seguro
para isso.
Escolha um local seguro para as vítimas
Muitas das pessoas envolvidas no acidente já podem ter
saído sozinhas dos seus veículos, e também podem
estar desorientadas e traumatizadas com o acontecido. É
importante que você localize um local sem riscos e junte
estas pessoas nele. Isto irá facilitar muito o atendimento
e o controle da situação, quando chegarem as equipes
de socorro.
Proteção contra frio, sol, chuva
Você já deve ter ouvido que aquecer uma vitima é um
procedimento que impede o agravamento de seu estado.
É verdade, mas aquecer uma vítima não é elevar sua
temperatura, mas sim protegê-la para que ela não perca
o calor de seu próprio corpo. Ela também não pode ficar
exposta ao Sol. Por isso, proteja-a do Sol, da chuva ou
do frio, utilizando qualquer peça de vestimenta
disponível.
Em dias frios ou chuvosos as pessoas andam com os
vidros dos veículos fechados, muitas vezes sem
agasalho.
Após o acidente ficam expostas e precisam ser
protegidas do tempo, que pode agravar sua situação.
O QUE NÃO FAZER:
Você só quer ajudar, mas muitos são os procedimentos
que podem agravar a situação das vítimas.
Os mais comuns e que você deve evitar são:
• movimentar uma vítima
• retirar capacetes de motociclistas
• aplicar torniquetes para estancar hemorragias
• dar alguma coisa para a vítima tomar
Não movimente a vítima
A movimentação da vítima poderá causar piora de uma
lesão na coluna ou em uma fratura de um braço ou
perna.
A movimentação da cabeça ou do tronco de uma vítima
que sofreu um acidente com impacto que deforma ou
amassa veículos, ou num atropelamento, pode agravar
muito uma lesão de coluna. Num acidente pode haver
uma fratura ou deslocamento de uma vértebra da coluna,
por onde passa a medula espinhal. É ela que transporta
todo o comando nervoso do corpo, que sai do cérebro e
atinge o tronco, os braços e as pernas. Movimentando a
vítima nessa situação, você pode deslocar ainda mais a
vértebra lesada e danificar a medula, causando paralisia
dos membros ou ainda da respiração, o que com certeza
vai provocar danos muito maiores, talvez irreversíveis.
No caso dos membros fraturados, a movimentação pode
causar agravamento das lesões internas no ponto
de fratura, provocando o rompimento de vasos
sanguíneos ou lesões nos nervos, levando a graves
complicações.
Assim, a movimentação de uma vítima só deve ser
realizada antes da chegada de uma equipe de socorro,
se houver perigos imediatos como incêndio, perigo do
veículo cair, ou seja, desde que esteja presente algum
risco incontrolável.
Não havendo risco imediato, não movimente as vítimas.
Até mesmo no caso das vítimas que saem andando do
acidente, é melhor que não se movimentem e aguardem
o socorro chegar para uma melhor avaliação.
Aconselheas a aguardar sentadas no veículo, ou em
outro lugar seguro.
Não tire o capacete de um motociclista
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Atualizada 09/10/2009
Primeiros Socorros
Retirar o capacete de um motociclista que se acidenta é
uma ação de alto risco. A atitude será de maior risco
ainda, se ele estiver inconsciente. A simples retirada do
capacete pode movimentar intensamente a cabeça e
agravar lesões existentes no pescoço ou mesmo no
crânio. Aguarde a equipe de socorro ou pessoas
habilitadas para que eles realizem essa ação.
Não aplique torniquetes
O torniquete não deve ser realizado para estancar
hemorragias externas. Atualmente este procedimento é
feito só por profissionais treinados e mesmo assim, em
caráter de exceção, quase nunca é aconselhado.
Não dê nada para a vítima ingerir
Nada deve ser dado para ingerir a uma vítima de
acidente que possa ter lesões internas ou fraturas e
certamente será transportada para um hospital. Nem
mesmo água. Se o socorro já foi chamado, aguarde os
profissionais que vão decidir sobre a conveniência ou
não. O motivo é que a ingestão de qualquer substância
poderá interferir de forma negativa nos procedimentos
hospitalares. Por exemplo, se a vítima for submetida a
cirurgia, o estômago com água ou alimentos, é fator que
aumenta o risco no atendimento hospitalar.
Como exceção, os casos de pessoas cardíacas que
fazem uso de alguns medicamentos em situações de
emergência, geralmente aplicados em baixo da língua.
Não os impeça de fazer uso dos medicamentos se for
rotina para eles.
4.SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM TRAUMAS:
4.1. Biomecânica do trauma:
ACIDENTES DE TRÂNSITO
TIPOS DE ACIDENTES
COLISÃO
Acidente envolvendo dois veículos em movimento.
Acontece em várias situações: com o veículo da frente
(colisão frontal), com o veículo de trás, e cruzamentos
(abalroamento), com veículos em sentido contrário, na
ultrapassagem.
Se um automóvel colide a 60 km/h contra um elemento
fixo, por exemplo, haverá uma desaceleração quase
instantânea de 60 km/h para zero. Existe uma tendência
física dos corpos do interior do veículo continuarem na
mesma velocidade em que o veículo estava. Assim, os
ocupantes irão sofrer um forte impacto contra as partes
do veículo, proporcional à velocidade em que ele
trafegava.
As lesões são agravadas proporcionalmente pela
velocidade; atenuadas e até mesmo evitadas, com a
utilização de equipamentos como o “air bag”, o cinto de
segurança e o encosto de cabeça.
Nas colisões com deformidade traseira, o impacto sofrido
pelo veículo gera uma aceleração repentina seguida de
uma desaceleração. Nesses casos, é comumocorrer o
efeito chicote na cabeça e no pescoço.Acabeça é,
inicialmente, atirada para trás e em seguida, para frente.
As consequências são muito mais graves quando não há
apoio para a cabeça, item que, na maioria dos veículos,
não está presente nos bancos traseiros. Numa colisão
frontal, o motorista é instantaneamente jogado para
frente. Nesse caso, podem-se prever traumatismos na
cabeça, no tórax e no abdomem, além de fratura nas
pernas.
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ATROPELAMENTO
Normalmente é dividido em três fases:
Impacto do veículo contra as pernas e quadril da pessoa;
Impacto do tronco da vítima contra o capô e para-brisa do
veículo;
Impacto da vítima contra o solo.
Como ocorrem três impactos, o número de lesões que se
deve esperar é grande (politraumatismos),
principalmente no caso de crianças
COLISÃO MISTERIOSA
Acidente que envolve apenas um veículo, onde o
condutor não sabe exatamente a causa do acidente ou
não admite que errou. Geralmente é a inobservância das
condições adversas que nos leva a acidentes misteriosos
bem graves. Atualmente, novas técnicas de perícia são
desenvolvidas e assim, muitos acidentes têm suas
verdadeiras causas reveladas.
ABALROAMENTO
Éo acidente em que o veículo é atingido lateralmente.
Mais comum em cruzamentos devido à falta de
observância das normas de circulação e conduta. Dê o
espaço necessário para serem realizadas as manobras.
CAPOTAGEM
Éo acidente em que o veículo gira sobre si mesmo em
360 graus.
TOMBAMENTO
É o acidente em que o veículo em movimento tomba
lateralmente, girando sobre si mesmo em ângulo menor
que 360 graus
CHOQUE
É o acidente no qual um veículo em movimento bate em
um objeto fixo, como um poste, um muro, ou uma árvore.
Esse tipo de acidente geralmente acontece quando o
motorista está cansado ou sob a influência do álcool. Por
isso, se estiver cansado, pare e descanseumpouco, e se
dirigir não beba.
4.2 Avaliação e Atendimento do acidente e a vítima;
O QUE FAZER PRIMEIRO
Normalmente, em um lugar de acidente, há cenas de
sofrimento, nervosismo e pânico, alémde situações que
exigem providências imediatas. Independentemente da
gravidade da situação, devemos agir comcalma e frieza:
-Sinalize o local a fim de evitar outro acidente;
-Acione o socorro especializado;
-Não movimente a vítima;
-Se a vítima estiver consciente, converse calmamente
com ela transmitindo alívio e segurança, informando que
o socorro já está a caminho e convencendo-a a não se
mover;
-Acione novamente o socorro em caso de demora, mas
não ofereça nada para vítima engolir.Nem remédios e
nem qualquer tipo de líquido;
-Se a vítima estiver inconsciente, mantenha sua boca
aberta e seu nariz desobstruído;
-Com a vítima consciente ou inconsciente, procure por
sinais de sangramento começando na cabeça e
descendo até os pés (sem esquecer os braços). Caso
encontre algum sangramento, afaste as roupas da região
e comprima o local comumpano de forma moderada e
firme;
Atualizada 09/10/2009
Primeiros Socorros
-Peça e aceite a colaboração de outras pessoas,
deixando a liderança para quem tiver mais experiência,
conhecimento, frieza e calma.
Os passos principais de Primeiros Socorros:
1-Garanta a segurança – sinalize o local;
2-Peça socorro – acione o socorro especializado;
3-Controle a situação – mantenha a calma;
4-Verifique a situação – localize, proteja e examine as
vítimas.
PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM CASO
DE ACIDENTES
Como Sinalizar?
Como garantir a segurança de todos?
Você já viu que as diversas ações num acidente de
trânsito podem ser feitas por mais de uma pessoa, ao
mesmo tempo. Enquanto uma pessoa telefona, outra
sinaliza o local e assim por diante. Assim, ganha-se
tempo para o atendimento, fazer a sinalização e garantir
a segurança no local.
A importância de Sinalizar o local
Os acidentes acontecem nas ruas e estradas, impedindo
ou dificultando a passagem normal dos outros veículos.
Por isso, esteja certo de que situações de perigo vão
ocorrer (novos acidentes ou atropelamentos), se você
demorar muito ou não sinalizar o local de forma
adequada. Algumas regras são fundamentais para você
fazer a sinalização do acidente:
Parada e Estacionamento
Estacione seu carro a mais ou menos 30 metros do local
do acidente, use o triângulo, pisca-alerta, galhos de
árvores, lanternas, entre outros.
Sinalização do Local
Use também para sinalizar o local do acidente, os
mesmos materiais descritos acima. Nunca use fósforo ou
algo que possa produzir chama de fogo próximo do
veículo acidentado.
Distância do acidente para início da sinalização:
Vias locais ....................40 passos longos
Avenidas...................... 60 passos longos
Vias de trânsito rápido .80 passos longos
Rodovias.....................100 passos longos
“Dobre a distância para início da sinalização em
caso de chuva, neblina, fumaça e à noite.”
Dicas Importantes para a sinalização do local:
Inicie a sinalizaçãoemumpontoemque os condutores
ainda não possam ver o acidente;
Demarque todo o desvio do tráfego até o acidente;
Mantenha o tráfego fluindo;
Se o acidente ocorrer à noite ou com neblina, use
material luminoso para sinalizar o local;
Não deixe de retirar os objetos utilizados na sinalização
temporária da via, pois é considerada uma infração
média com penalidade de multa.
Mantenha o tráfego fluindo
Outro objetivo importante na sinalização é manter a
fluidez do tráfego, isto é, apesar do afunilamento
provocado pelo acidente, deve sempre ser mantida uma
via segura para os veículos passarem. Faça isso por
duas razões: se ocorrer uma parada no tráfego, o
congestionamento, ao surgir repentinamente, pode
provocar novas colisões. Além disso, não se esqueça
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que, com o trânsito parado, as viaturas de socorro vão
demorar mais a chegar.
Para manter o tráfego fluindo, tome as seguintes
providências:
• Mantenha, dentro do possível, as vias livres para o
tráfego fluir;
• Coloque pessoas ao longo do trecho sinalizado para
cuidarem da fluidez;
• Não permita que curiosos parem na via destinada ao
tráfego.
Telefones Úteis:
Polícia Militar – 190
Polícia Rodoviária Federal RJ –191
SAMU– 192
Corpo de Bombeiro – 193
Primeiros Socorros
classificação de prioridade de atendimento (vide
Capítulo Etapas de Triagem).
Classificação
de
Triagem
START
(Simple
Triage
and
Rapid
Treatment)
4.4 Controle das vias aéreas e ventilação
ABORDAGEM AO ACIDENTADO
Exame Primário
Consiste em avaliar o acidentado quanto a tudo o que
puder causar risco de vida:
Verificar o estado de consciência da vítima;
IMPORTANTE
Detalhes a serem informados nas chamadas de
socorro:
Local exato e tipo de acidente;
Descrição das vítimas (número, sexo, idade aproximada);
Estado de consciência das vítimas;
Grau dos ferimentos;
Condições de trânsito no local.
QUANDO O SOCORRO CHEGAR PROCURE:
Descrever a ocorrência;
Informar os primeiros socorros que foram aplicados;
Fornecer ajuda se necessário.
Vermelha
viável
Crítico Lesões graves com risco de
vida nas próximas 2 horas
Lesões graves com risco de
Amarela / Urgente
vida nas próximas 24 horas
Preta
/
Crítico
Críticos irrecuperáveis
inviável
Verde / Não urgente Lesões leves e ilesos
Cinza/
Morto
Mortos
evidente
Localizar as vítimas -quantas e onde estão. No trânsito,
vítimas podem ser lançadas para fora do veículo, podem
estar presas nas ferragens, caídas na pista de rolamento
ou em outras situações.
Afastar o perigo e evitar novos acidentes -o local do
acidente pode estar colocando as vítimas e socorristas
sob riscos de novos acidentes, como a presença de
cabos eletrificados, o derramamento ou vazamento de
combustíveis, incêndios, materiais tóxicos. Nestes casos,
é preciso afastar o perigo o mais rápido possível.
4.3 Triagem (START)
Triagem é o processo pelo qual se estabelecem
prioridades de tratamento, quando há várias vítimas.
A triagem é, portanto, um processo de classificação
de vítimas.
Existem diversos métodos de classificação que
podem otimizar a assistência pré- e intra-hospitalar.
Em situações com múltiplas vítimas, é importante a
utilização de método simples de classificação da
gravidade. Um método freqüentemente utilizado e de
fácil visualização é a categorização das vítimas
através de cores (vide abaixo). Assim, durante a
triagem, cada vítima é identificada com um cartão
colorido que permite a identificação, o registro e a
6
/
Atualizada 09/10/2009
Proceder a leve extensão do pescoço da vítima (evite
alongar exageradamente o pescoço pois a vítima pode
ter uma lesão na coluna cervical);
Desobstruir vias aéreas de qualquer corpo estranho.
Ex.: bala, dentadura, dentes, chicletes, língua, etc. A
queda da língua é uma das principais causas de morte
em acidentes de trânsito.
Observar se a vítima encontra-se com parada
respiratória ou cardíaca; caso positivo, iniciar
imediatamente a RCP (Reanimação Cárdio-Pulmonar);
Observar quanto a temperatura da vítima, aquecê-la
com cobertores ou lençóis, se for necessário.
2.2. Abordagem Primária Completa
Na abordagem primária completa segue-se uma
seqüência fixa de passos estabelecida cientificamente.
Para facilitar a memorização, convencionou-se o “ABCD
do trauma” para designar essa seqüência fica de passos,
utilizando-se as primeiras letras das palavras (do inglês)
que definem cada um dos passos:
1) Passo “A” (Airway) – Vias aéreas com controle
cervical;
2) Passo “B” (Breathing) – Respiração (existente e
qualidade);
3) Passo “C” (Circulation) – Circulação com controle de
hemorragias;
4) Passo “D” (Disability) – Estado neurológico;
5) Passo “E” (Exposure) – Exposição da vítima (para
abordagem secundária).
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Lembre-se de somente passar para próximo passo após
ter completado o passo imediatamente anterior. Durante
toda a abordagem da vítima o controle cervical deve ser
mantido. Suspeitar de lesão de coluna cervical em toda
vítima de trauma.
VIAS AÉREAS
1. Aspectos Anatômicos e Funcionais
As vias aéreas têm como função principal conduzir o ar
entre o meio ambiente e os pulmões (alvéolos
pulmonares), proporcionando a entrada de ar filtrado,
aquecido e rico em oxigênio, assim como a saída de ar
rico em dióxido de carbono do aparelho respiratório,
participando assim do processo da respiração.
Dividem-se em vias aéreas superiores e vias aéreas
inferiores:
1.1. Vias Aéreas Superiores:
● Cavidade nasal (nariz);
● Cavidade oral (boca);
● Faringe (Nasofaringe, orofaringe e laringofaringe ou
hipofaringe. Destas três, a nasofaringe é exclusivamente
via aérea, a laringofaringe é exclusivamente via digestiva
e a orofaringe é um caminho comum ao ar e aos
alimentos.);
1.2. Vias Aéreas Inferiores:
● Laringe.
● Traquéia;
● Brônquios/bronquíolos;
● Pulmões/alvéolos pulmonares.
O acesso às vias aéreas superiores é direto e sua
visualização é quase completa, exceto pela nasofaringe
(região posterior à cavidade nasal e póstero-superior à
úvula - "campainha”).
As vias aéreas superiores terminam e as inferiores têm
início na laringe, com a epiglote, estrutura que protege a
abertura das vias aéreas inferiores, obstruindo-a durante
o reflexo de deglutição e abrindo-a para a passagem do
ar. Seu acesso e visualização dependem
de procedimento médico denominado laringoscopia.
2. Obstrução de Vias Aéreas
O atendimento pré-hospitalar da vítima de trauma tem
por objetivo, após rápida verificação do mecanismo de
trauma e das condições de segurança no local, prestar
suporte básico e avançado de vida, iniciando-se com a
avaliação de vias aéreas (A). Esse processo denominado
avaliação primária ou “ABCD” prioriza a abordagem das
vias aéreas que, se estiverem comprometidas, de
imediato afetam as funções vitais – respiração (B) e
circulação (C).
Um processo de pensamento organizado e condicionado
referente aos passos da avaliação primária, impedirá o
socorrista de ter sua atenção voltada para alterações
mais evidentes e menos urgentes, como ferimentos e
fraturas, despercebendo-se de alterações nas vias
aéreas, principalmente em se tratando de vítima
inconsciente.
A avaliação e o controle das vias aéreas se fazem
mediante condutas rápidas e simples, não exigindo
inicialmente qualquer equipamento, bastando a aplicação
de técnicas manuais de controle e desobstrução, sem a
necessidade de aguardar equipamentos ou pessoal.
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação
que impeça total ou parcialmente o trânsito do ar
ambiente até os alvéolos pulmonares. A restauração e
manutenção da permeabilidade das vias aéreas nas
vítimas de trauma são essenciais e devem ser feitas de
maneira rápida e prioritária.
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Primeiros Socorros
A vítima de trauma pode ter as vias aéreas
comprometidas direta ou indiretamente por mecanismos
distintos, sendo os principais os enumerados a seguir:
2.1. Inconsciência
A causa mais freqüente de obstrução de vias aéreas em
vítimas de trauma é a inconsciência, provocando o
relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe
(fundo da garganta) da vítima em decúbito dorsal,
impedindo a passagem de ar das vias aéreas superiores
para as inferiores. Geralmente é causada por trauma
cranioencefálico, choque ou situações clínicas. A
inconsciência também favorece o refluxo do conteúdo
gástrico seguido de broncoaspiração.
2.2. Trauma Direto Sobre Vias Aéreas
Trauma direto sobre as vias aéreas, causando
sangramento em seu interior, compressão externa por
edema e/ou hematomas e fraturas da árvore
laringotraqueobrônquica, e/ou broncoaspiração de dentes
fraturados.
2.3. Queimaduras em Vias Aéreas
Queimaduras em vias aéreas podem produzir inflamação
e edema de glote e de vias aéreas inferiores.
2.4. Corpo Estranho em Vias Aéreas
Fragmentos de próteses dentárias, alimentos, balas,
chicletes e pequenos objetos podem causar obstrução de
vias aéreas em diferentes níveis.
3. Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho
(OVACE)
3.1. Causas
3.1.1. Causas de OVACE em Adultos
Embora a perda de consciência seja a causa mais
freqüente de obstrução de vias aéreas, a obstrução por
corpos estranhos pode ser causa de perda de
consciência e parada cardiopulmonar. A eventualidade
de corpos estranhos obstruírem vias aéreas em pessoas
conscientes ocorre mais freqüentemente durante as
refeições, sendo a carne a causa mais comum. Outras
causas de obstrução: próteses dentárias deslocadas,
fragmentos dentários, chicletes e balas.
A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do
estômago pode ocorrer durante a parada cardiopulmonar
ou nas manobras de reanimação cardiopulmonar.
Pessoas com nível de consciência alterado também
correm risco de obstrução de vias aéreas pela aspiração
de material vomitado.
3.1.2. Causas de OVACE em Crianças
Em crianças a principal causas de obstrução de vias
aéreas é a aspiração de leite regurgitado ou de pequenos
objetos. Outras causas freqüentes são alimentos (balas,
chicletes, etc.) e causas infecciosas (epiglotite). Neste
último caso, a presença do médico ou o transporte
imediato para o hospital se fazem imperiosos.
Os lactentes (até 1 ano de idade) são as principais
vítimas de morte por aspiração de corpo estranho na
faixa etária pediátrica.
3.2. Reconhecimento
O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas é
indispensável para o sucesso no atendimento. O
socorrista deve estar atento, pois a obstrução de vias
aéreas e conseqüente parada respiratória rapidamente
evolui para parada cardiopulmonar.
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (leve) ou
total (grave). Na parcial, a vítima pode ser capaz de
manter boa troca gasosa, caso em que poderá tossir
fortemente, apesar dos sibilos entre as tossidas.
Enquanto permanecer uma troca gasosa satisfatória,
encorajar a vítima a persistir na tosse espontânea e nos
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esforços respiratórios, sem interferir nas tentativas para
expelir o corpo estranho.
A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de
tosse ineficaz e fraca, ruídos respiratórios estridentes ou
gementes, dificuldade respiratória acentuada e,
possivelmente, cianose. Neste ponto, iniciar o manejo da
obstrução parcial como se houvesse obstrução total.
Em adultos, a obstrução por corpo estranho deve ser
suspeitada em toda vítima que subitamente pare de
respirar, tornando-se cianótica e inconsciente, sem razão
aparente.
Deve-se tomar cuidado na diferenciação de OVACE e
parada cardiorespiratíria (ver capítulo específico –
Ressuscitação Cardiopulmonar).
Em crianças a OVACE deve ser suspeitada nos
seguintes casos: dificuldade respiratória de início súbito
acompanhada de tosse, respiração ruidosa, chiado e
náusea. Se essa obstrução se tornar completa, ocorre
agravamento da dificuldade respiratória, cianose e perda
de consciência.
3.2.1. Reconhecimento de OVACE em Vítima
Consciente
A obstrução total das vias aéreas é reconhecida quando
a vítima está se alimentando ou acabou de comer e,
repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. Pode
demonstrar sinais de asfixia, agarrando o pescoço,
apresentando cianose e esforço respiratório exagerado.
O movimento de ar pode estar ausente ou não ser
detectável. A pronta ação é urgente, preferencialmente
enquanto a vítima ainda está consciente.
Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será
utilizado e, como a obstrução de vias aéreas impede a
renovação de ar, ocorrerá a perda de consciência e,
rapidamente, a morte.
3.2.2. Reconhecimento de OVACE em Vítima
Inconsciente
Quando um adulto for encontrado inconsciente por causa
desconhecida, suspeitar de parada cardiopulmonar por
infarto, acidente vascular ou hipóxia secundária à
obstrução de via aérea. Ele será avaliado pensando-se
em parada cardiopulmonar, deixando para fazer o
manejo de desobstrução de vias aéreas apenas se o fato
se evidenciar. Tratando-se de criança, devemos suspeitar
imediatamente de OVACE.
4. Desobstrução de Vias Aéreas
Os métodos de desobstrução de vias aéreas dividem-se
em dois tipos, conforme a natureza da obstrução:
obstrução por líquido (rolamento de 90º e aspiração) ou
obstrução por sólido (remoção manual e manobras de
desobstrução).
4.1. Obstrução por Líquido
4.1.1. Rolamento de 90º
Esta manobra consiste em lateralizar a vítima em
monobloco, trazendo-a do decúbito dorsal para o lateral,
com o intuito de remover secreções e sangue das vias
aéreas superiores.
Estando a vítima na cena do acidente, ainda sem
intervenção do socorrista, ou seja, sem qualquer
imobilização (colar cervical e tábua), havendo a
necessidade da manobra, esta deverá ser realizada com
controle cervical manual.
Estando a vítima já imobilizada em tábua, proceder a
manobra mediante a lateralização da própria tábua.
4.1.2. Aspiração
A aspiração de secreções e sangue pode ser realizada
ainda na cena do acidente, mediante uso de aspiradores
portáteis, ou no interior da ambulância, pelo uso de
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aspiradores fixos. Os aspiradores devem promover vácuo
e fluxo adequado para sucção efetiva da faringe, através
de sondas de aspiração de vários diâmetros.
A unidade de sucção fixa instalada deve ter potência
suficiente para um fluxo de 30 litros por minuto na
extremidade final do tubo de entrada e um vácuo acima
de 300 mm de mercúrio quando o tubo é fechado.
Controlar a pressão de sucção em crianças e vítimas
intubadas. Para a sucção traqueal, utilizar um tubo em
"V" ou ''T', com abertura lateral para controlar a aspiração
intermitente.
Quando aspirando a boca ou a faringe, mover o cateter
de sucção de tal modo que atinja todas as áreas
acessíveis, evitando que se fixe na mucosa e perca sua
eficácia.
A inserção pode ser continuada lentamente, com
movimentos rotatórios do cateter, enquanto houver
material a ser aspirado. Cuidado ao utilizar cateteres
duros, para evitar trauma da laringe. Aplicar a sucção por
períodos de no máximo 05 segundos de cada vez,
alternando-a com o suporte ventilatório.
4.2. Obstrução por Sólido
4.2.1. Remoção Manual
Durante a avaliação das vias aéreas, o socorrista pode
visualizar corpos estranhos, passíveis de remoção digital.
Somente remover o material que cause obstrução se for
visível. É difícil o uso dos dedos para remover corpos
estranhos das vias aéreas. Em muitos casos é impossível
abrir a boca da vítima e inserir os dedos para esse
propósito, a menos que a vítima esteja inconsciente. Em
alguns casos, especialmente envolvendo crianças e
lactentes, um dedo adulto pode aprofundar o corpo
estranho, causando a obstrução completa.
A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca
da vítima utilizando a manobra de tração da mandíbula
ou a de elevação do mento (abordadas à frente) e retirar
o corpo estranho com o indicador “em gancho”, deslocar
e retirar o corpo estranho. Estando o corpo estranho mais
aprofundado, existe a alternativa de utilizar os dedos
indicador e médio “em pinça”. Em recém-nato e lactente,
utilizar o dedo mínimo em virtude das dimensões
reduzidas das vias aéreas. Somente tentar a remoção se
o corpo estranho estiver
visível; se não, está contra-indicada a procura do material
com os dedos.
4.2.2. Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em
Adultos
São manobras realizadas manualmente para desobstruir
vias aéreas de sólidos que lhe ficarem entalados.
Para vítimas inconscientes deve ser aplicada a manobra
de ressuscitação cardiopulmonar, pois as compressões
torácicas forçam a expelição do corpo estranho e
mantém a circulação sangüínea, aproveitando o oxigênio
ainda presente no ar dos pulmões.
Para vítimas conscientes usa-se uma das seguintes
técnicas:
4.2.2.1. Compressão Abdominal
Também chamada manobra de Heimlich, consiste numa
série de quatro compressões sobre a região superior do
abdômen, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical.
● Vítima em pé ou sentada:
1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno
do abdômen;
2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar
compressão contra o abdômen, entre o apêndice xifóide
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e a cicatriz umbilical no sentido superior (tórax), por
quatro vezes;
3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de
sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma
entre as pernas da vítima, para evitar-lhe a queda caso
fique inconsciente.
● Vítima deitada:
1) Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
2) Ajoelhar-se ao lado da vítima, ou a cavaleiro sobre ela
no nível de suas coxas, com seus joelhos tocando-lhe
lateralmente o corpo;
3) Posicionar a palma da mão (região tenar) sobre o
abdômen da vítima, entre o apêndice xifóide e a cicatriz
umbilical, mantendo as mãos sobrepostas;
4) Aplicar quatro compressões abdominais no sentido do
tórax.
Os métodos de controle de vias aéreas são de três tipos:
manual, mecânico e cirúrgico, sendo que o método
mecânico se subdivide em básicos, avançados e
alternativos.
A causa mais comum de obstrução de vias aéreas é a
inconsciência de qualquer natureza e, na grande maioria
dos casos, os métodos manuais conseguem promover e
manter a permeabilidade das vias aéreas.
4.2.2.2. Compressão Torácica
A compressão torácica é utilizada quando a compressão
abdominal é inviável ou contra-indicada, como nos casos
de obesidade com circunferência abdominal muito larga e
gestação próxima do termo. Consciente em uma série de
quatro compressões torácicas sobre o terço inferior do
esterno, logo acima do apêndice xifóide.
● Vítima em pé ou sentada:
1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno
do tórax;
2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar
compressão contra o esterno, acima do apêndice xifóide,
por quatro vezes;
3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de
sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma
entre as pernas da vítima, para evitar-lhe a queda caso
fique inconsciente.
● Vítima deitada:
1) Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
2) Ajoelhar-se ao lado da vítima;
3) Aplicar quatro compressões torácicas como na
manobra de ressuscitação cardiopulmonar - RCP;
4.2.3. Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em
Crianças
A remoção manual de material que provoque obstrução
sem ser visualizado não é recomendada.
Para crianças maiores de um ano, aplicar a manobra de
Heimlich, de forma semelhante à do adulto; nos
lactentes, uma combinação de palmada nas costas (face
da criança voltada para baixo) e compressões torácicas
(face voltada para cima), sempre apoiando a vítima no
seu antebraço; mantenha-o com a cabeça mais baixa
que o tronco, próximo a seu corpo.
● Técnica:
1) Utilizar a região hipotenar das mãos para aplicar até
05 palmadas no dorso do lactente (entre as escápulas);
2) Virar o lactente segurando firmemente entre suas
mãos e braços (em bloco);
3) Aplicar 05 compressões torácicas, como na técnica de
reanimação cardiopulmonar (comprima o tórax com 02
dedos sobre o esterno, logo abaixo da linha mamilar).
Os passos da manobra de Heimlich para crianças
maiores e os da combinação de palmada nas costas com
compressões torácicas para lactentes devem ser
repetidos até que o corpo estranho seja expelido ou a
vítima fique inconsciente. Neste caso, proceder as
manobras de abertura de vias aéreas, repetir os passos
de desobstrução iniciar manobras de RCP.
5. Métodos de Controle de Vias Aéreas
4.5 Hemorragias e técnicas de hemostasia
HEMORRAGIA
Perda de sangue para o meio externo ou interno,
ocasionado por ruptura ou dilaceração de vasos
sangüíneos.
Basicamente, os órgãos que compõe o sistema
circulatório são o coração e os vasos sangüíneos, sendo
este um circuito fechado.
Temos dois tipos de hemorragias:
Arterial: Sangue com cor vermelho vivo, que sai em
jatos e com grande pressão.
Venosa: É caracterizada por sangue de cor vermelho
escuro, e sai de forma escorrida (baixa pressão).
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Exame Secundário
É realizado somente quando a vítima apresenta-se
estável. Consiste em apalpar todo o corpo a fim de
verificar possíveis traumatismos:
A – Cabeça e face
B – Tronco
C – Membros (superiores e inferiores).
Sinais e sintomas de hemorragia
 ulso fraco e acelerado;
P
Palidez e sudorese;
Queda de temperatura;
Náuseas e vômito;
Sede;
Desmaio;
Estado de choque.
Técnicas para a contenção de hemorragia
(HEMOSTASIA)
a) Compressão direta: Faz-se pressão direta no local
onde esteja o ferimento, utilizando-se gaze ou compressa
limpa;
b) Elevação do membro: A elevação da parte lesada a
um nível superior ao do coração, que visa dificultar a
saída do sangue pela própria pressão;
c) Curativo compressivo: É feito com uma compressa
limpa e esparadrapo;
d) Pontos de pressão: Pressionar determinadas áreas
onde se saiba a localização de artérias e veias;
Obs.: Em todas as técnicas acima citadas, sempre utilizar
luvas de proteção individual.
4.6 Estado de Choque
Estado de choque é o conjunto de manifestações que
resultam de um desequilíbrio entre o volume de sangue
circulante e a capacidade do sistema vascular, causados
geralmente por: choque elétrico, hemorragia aguda,
queimadura extensa, ferimento grave, envenenamento,
exposição a extremos de calor e frio, fratura, emoção
violenta, distúrbios circulatórios, dor aguda e infecção
grave.
TIPOS DE ESTADO DE CHOQUE:
Choque Cardiogênico: Incapacidade do coração de
bombear sangue para o resto do corpo. Possui as
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seguintes causas: infarto agudo do miocárdio,
arritmias, cardiopatias;
Choque
Neurogênico:
Dilatação
dos
vasos
sangüíneos em função de uma lesão medular.
Geralmente é provocado por traumatismos que
afetam a coluna cervical;
Choque Séptico: Ocorre devido a incapacidade do
organismo em reagir a uma infecção provocada por
bactérias ou vírus que penetram na corrente
sangüínea liberando grande quantidade de toxinas;
Choque Hipovolêmico: Diminuição do volume
sangüíneo. Possui as seguintes causas:
Perdas sangüíneas - hemorragias internas e externas.
Perdas de plasma - queimaduras e peritonites.
Perdas de fluídos e eletrólitos - vômitos e diarréias.
Choque Anafilático: Decorrente de severa reação
alérgica. Ocorre as seguintes reações:
- Pele: urticária, edema e cianose dos lábios;
- Sistema respiratório: dificuldade de respirar e
edema
da
árvore
respiratória;
- Sistema circulatório: dilatação dos vasos
sangüíneos, queda da pressão arterial, pulso fino e
fraco, palidez.
COMO SE MANIFESTA:
A pele fica fria e pegajosa, aumenta a sudorese
(transpiração abundante) na testa e nas palmas das
mãos, a face fica pálida com expressão de
sofrimento. A pessoa tem uma sensação de frio,
chegando às vezes a ter tremores.
A pessoa pode sentir náuseas e vômitos, a ventilação
fica curta, rápida e irregular. Perturbação visual com
dilatação da pupila, perda do brilho dos olhos, o
pulso fica fraco e rápido e a pessoa pode ficar
parcialmente ou totalmente inconsciente.
COMO PROCEDER:
Realize uma rápida inspeção na vítima, combata,
evite ou contorne a causa do estado de choque, se
possível. Mantenha a vítima deitada e em repouso,
controle toda e qualquer hemorragia externa,
verifique se as vias aéreas estão permeáveis, retire
da boca, se necessário secreção, dentadura ou
qualquer outro objeto.
Execute a massagem cardíaca externa associada à
respiração de socorro boca-a-boca, se a vítima
apresentar ausência de pulso, dilatação das pupilas e
parada respiratória.
Afrouxe a vestimenta da vítima, vire a cabeça da
vítima para o lado caso ocorra vômito.
Eleve os membros inferiores cerca de 30 cm, exceto
nos casos de choque cardiogênicos (infarto agudo
do miocárdio, arritmias e cardiopatias) pela
dificuldade de trabalho do coração. Procure aquecer
a vítima.
Remova IMEDIATAMENTE a vítima para o hospital
mais próximo.
4.7 Ferimentos e curativos
FERIMENTOS LEVES OU SUPERFICIAIS
O que fazer: Faça limpeza do local com soro
fisiológico ou água corrente, curativo com mercúrio
cromo ou iodo e cubra o ferimento com gaze ou pano
limpo, encaminhando a vítima ao pronto Socorro ou
UBS.
Cuidados: Não tente tirar farpas, vidros ou partículas
de metal do ferimento.
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Primeiros Socorros
FERIMENTOS EXTENSOS OU PROFUNDOS (Caso
haja hemorragia, siga as instruções anteriores)
Ferimentos abdominais abertos Procedimentos: evite
mexer em vísceras expostas, cubra com compressa
úmida e fixe-a com faixa, removendo a vítima com
cuidado a um pronto-socorro mais próximo.
Ferimentos profundos no tórax Procedimentos: cubra o
ferimento com gaze ou pano limpo, evitando entrada
de ar para o interior do tórax, durante a inspiração.
Aperte moderadamente um cinto ou faixa em torno
do tórax para não prejudicar a respiração da vítima.
Ferimentos na cabeça Procedimentos: afrouxe suas
roupas, mantenha a vítima deitada em decúbito
dorsal e agasalhada. Faça compressas para conter
hemorragias, removendo-a ao posto de saúde mais
próximo.
FERIMENTOS PERFURANTES
O que são: Lesões causadas por acidente com vidros
e metais, etc.
O que fazer: Farpas - Prenda-as com uma atadura
sobre uma gaze. Atadura - Nos dedos, mãos,
antebraço ou perna, cotovelo ou joelho - Como fazer.
Bandagem - Serve para manter um curativo, uma
imobilização de fratura ou conter provisoriamente
uma parte do corpo lesada.
Cuidados: A região deve estar limpa e os músculos
relaxados. Começar das extremidades dos membros
lesados para o centro. Qualquer enfaixamento ou
bandagem que provoque dor ou arroxeamento na
região deve ser afrouxado imediatamente.
Ferimentos leves ou superficiais
1. Limpe o ferimento cuidadosamente com água
corrente e sabão.
2. Não aplique soluções na ferida.
3. Proteja o ferimento com gaze esterilizada ou pano
limpo, fixando sem apertar.
4. A menos que saiam facilmente, durante a limpeza,
não tente retirar farpas, vidros ou partículas de metal
do ferimento.
5. Não toque no ferimento com os dedos, lenços
usados ou outros materiais sujos.
6. Mude o curativo tantas vezes quantas seja
necessário para mantê-lo limpo e seco.
7. Se posteriormente, o ferimento ficar dolorido ou
inchado, é sinal de infecção.
Ferimentos extensos ou profundos
São os seguintes os casos de ferimentos extensos
ou profundos que requerem pronta atenção médica:
1. Quando as bordas do ferimento não se juntam
corretamente.
2. Quando há presença de corpos estranhos.
3. Quando a pele, os músculos, nervos ou tendões
estão dilacerados.
4. Quando há suspeita de penetração profunda do
objeto causador do ferimento (bala, faca, prego etc.)
5. Se o ferimento é no crânio ou na face.
6. Se a região próxima ao ferimento não tem
aparência ou funcionamento normal.
Ferimentos Abdominais Abertos
1. Caso os órgãos tenham saído da cavidade, não
procure recolocá-los no lugar.
2. Cubra com uma compressa úmida e limpa.
3. Prenda a compressa firmemente no lugar com uma
atadura, sem comprimir.
4. O objetivo é proteger os órgãos expostos, por meio
do curativo. A atadura deverá ser firme, mas não
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apertada. Evite ao máximo mexer nos órgãos
expostos.
Ferimentos Profundos no Tórax
1. Coloque sobre o ferimento uma gaze ou um
chumaço de pano ou a própria mão, para impedir a
penetração do ar através do ferimento.
2. Seque o chumaço no lugar. Pressione com firmeza.
3. Um cinto ou faixa de pano passado firmemente em
volta do tórax sobre o curativo será capaz de manter
fechado o ferimento.
4. Não aperte muito o cinto ou a faixa em torno do
tórax, para não prejudicar os movimentos
respiratórios da vítima.
Ferimentos na Cabeça
Exceto os de menor gravidade, os ferimentos na
cabeça requerem sempre pronta atenção médica.
Faça o seguinte:
1. Em caso de Inconsciência ou de Inquietação, deite a
vítima de costas e afrouxe suas roupas,
principalmente em volta do pescoço. Agasalhe a
vítima.
2. Havendo hemorragia em ferimento no couro
cabeludo, coloque uma compressa ou um pano limpo
sobre o ferimento. Pressione levemente. Prenda com
ataduras ou esparadrapo.
3. Se o sangramento for no nariz, na boca ou no
ouvido, vire a cabeça da vítima para o lado que está
sangrando.
4. Se escoar pelo ouvido um líquido límpido, incolor,
deixe sair naturalmente, virando a cabeça de lado.
4.8 Reanimação Cardio-pulmonar (AHA-2005);
1PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA
Ocorre quando há cessação dos batimentos cardíacos,
ocorrendo juntamente com a parada respiratória.
O socorrista deve diagnosticar e tratar o mais rápido
possível, dentro de um período máximo ou igual a 06
minutos. A eficácia está relacionada a dois importantes
fatores: rapidez e perfeição, com o que é feita a aplicação
da RCP.
Principais causas de uma parada cárdio-respiratória:
Ataque cardíaco;
Choque elétrico;
Intoxicação medicamentosa;
Obstrução das vias aéreas;
Estrangulamento;
Intoxicação por monóxido de carbono.
Sintomas de uma parada cárdio-respiratória:
Pulso ausente;
Insuficiência ou ausência respiratória;
Midríase (dilatação das pupilas);
Perda da consciência;
Palidez e cianose (arroxeamento das extremidades dos
dedos, lábios);
Ausência de batimentos cardíacos.
Conduta diante de uma parada cárdio-respiratória:
Certifique-se que a vítima respira ou não;
Iniciar imediatamente com 02 (duas) insuflações caso
haja ausência de movimentos respiratórios ou quando a
vítima apresentar dispnéia (dificuldade respiratória)
grave;
Verificar o pulso durante 05 segundos e quais suas
características;
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Iniciar a massagem cardíaca.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RCP
Posicionamento das mãos;
Localizar o ponto de compressão que está no terço
inferior do externo ou na linha intermamilar;
Exercer pressão sobre o ponto de compressão.
Colocar a vítima sobre uma superfície plana
Obs.: Crianças recém-nascidas e menores de 1 ano, o
posicionamento das mãos e a forma de proceder a RCP
é diferenciada; utilizando-se para tal o apoio do
antebraço para apoiar a criança e com as pontas dos
dedos exercer a pressão.
Instrução para RCP
Respiração artificial;
Massagem cardíaca externa.
Atualmente, quando houver um ou dois socorristas
para proceder a reanimação:
1º passo: Fazer duas insuflações;
2º passo: Fazer trinta compressões. 2 X 30
Proceder desta forma até a reanimação da vítima ou até
que esta receba ajuda médica qualificada.
Proceder desta forma até a reanimação da vítima ou até
que esta receba ajuda médica qualificada.
4.9 Traumas:
Trauma Toráxico
As lesões do tórax podem ser distúrbios maiores ou
menores da função cardiorespiratória, dependendo da
parte envolvida. Assim, uma queda de um lado de uma
banheira pode fraturar uma ou duas costelas, que,
embora dolorosa, não causa se não um leve distúrbio da
função respiratória, em quanto que em um acidente
automobilístico no qual o motorista é jogado contra o
volante, o esmagamento do tórax pode causar lesões
cardíacas e pulmonares, rapidamente fatais. E em
acidentes de alta velocidade, na súbta aplicação de uma
força às estruturas intratorácicas assim que a pessoa
para. Isso comprime todas as estruturas do interior do
tórax, especialmente os pulmões. Outras causas de
traumatismo torácico são quedas, lesões por
esmagamento, socos no tórax e feridas por projéteis e
armas brancas. As consequências mais sérias do trauma
torácico é a insuficiência respiratória aguda por lesão da
parede torácica, vias aéreas, diafragma e pulmões e
choque devido lesões de grandes vasos e lesões
extatorácicas. As lesões torácicas podem ser causadas
por traumatismo fechado, que não penetra mas lesa pela
força, e por lesões penetrantes. Ambos os tipos podem
causar sérias disfunção respiratória.
Trauma abdominal
A gravidade dos traumatismos abdominais baseia-se
especialmente na possível existência de uma lesão
visceral, capaz de produzir alterações gerais graves
como são as peritonites ou as hemorragias.
O abdômen é uma cavidade que contém órgãos sólidos,
tais como, fígado, baço, pâncreas, rins, e órgãos ocos
(esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso,
reto, bexiga) e ainda outras estruturas, como diafragma,
pelve, coluna e alguns vasos calibrosos - aorta, artérias
ilíacas, vasos mesentéricos, veia cava. As lesões
traumáticas desses órgãos e estruturas podem levar à
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morte imediata por hemorragias e choque ou,
tardiamente, por infecção. As lesões abdominais ocorrem
muitas vezes em associação com outras, principalmente
do tórax. Isso significa que contusão no abdômen pode
estar acompanhada de lesão do tórax, bem como lesões
penetrantes do abdômen podem levar a lesões também
da cavidade torácica.
Classificação
O trauma abdominal pode ser fechado ou aberto.
Medidas a serem tomadas pelos socorristas para
minimizar os danos do estado de choque em
decorrência do trauma abdominal:
● Desobstruir as vias aéreas permitindo boa ventilação.
● Ministrar oxigênio a 12 ou 15 litros por minuto.
● Elevar os membros inferiores (posição de choque).
● Aquecer a vítima evitando a hipotermia, que agrava o
estado de choque.
● Controlar hemorragias externas de ferimentos ou
imobilizar fraturas de ossos longos, como fêmur e úmero,
da maneira mais rápida possível, sem retardar o
transporte, para minimizar perdas adicionais de sangue.
● A calça antichoque, se disponível e com autorização do
médico regulador e supervisão do médico de
intervencionista, pode, em algumas situações, minimizar
o estado de choque.
Em caso de evisceração (saída de vísceras por
ferimentos abdominais), limpar essas vísceras de detritos
grosseiros com soro fisiológico e cobri-Ias com plástico
esterilizado róprio para esse fim ou com compressas
úmidas a fim de isolá-las do meio ambiente.
Em hipótese alguma, tentar reintroduzir as vísceras no
abdômen, porque o sangramento se agrava ou propicia o
extravasamento de fezes.
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE)
TCE é o principal motivo de morte na população jovem,
cujas causas mais freqüentes compreendem acidentes
automobilísticos e agressões interpessoais. Estima-se
que ocorra um TCE a cada 15 segundos e que um
paciente morra devido ao TCE a cada doze minutos.
Aproximadamente 50% das mortes de causa traumática
estão associadas a TCE e mais de 60% de mortes por
acidente automobilístico se devem ao TCE.
1. Avaliação de Trauma Cranioencefállco
Cinemática – é possível relacionar o mecanismo de
trauma com determinados tipos de TCE.
Esta informação ajuda no diagnóstico e na terapia
corretos.
As informações sobre a cena do acidente e o mecanismo
de trauma devem ser passadas ao médico da sala de
emergências.
1.1. Avaliação Inicial – muitos fatores influenciam na
avaliação neurológica inicial; por isso, a avaliação
cardiopulmonar deve acompanhar o exame neurológico.
O controle e a manipulação das vias aéreas, respiração e
circulação são prioritários.
O uso de álcool ou drogas que deprimam o sistema
nervoso ou ainda fatores tóxicos podem influenciar na
avaliação inicial do paciente.
1.2. Avaliação dos Sinais Vitais – o TCE pode alterar
os dados vitais, sendo muitas vezes difícil saber se essas
alterações se devem ao TCE ou a outros fatores.
Nunca atribuir a hipotensão ao TCE, embora,
eventualmente, laceração de escalpo leve ao choque
hipovolêmico,
principalmente
em
crianças.
O
sangramento intracraniano não produz choque.
12
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Hipertensão, bradicardia e diminuição da freqüência
respiratória (tríade cushing) são uma resposta específica
ao aumento agudo e potencialmente fatal à hipertensão
intracraniana, indicando necessidade de intervenção
imediata
1.3. AVDI e Avaliação Neurológica – o método
mnemônico AVDI, conforme já explicado no Capítulo 7,
será realizado rapidamente na abordagem primária passo
“D” (nível de consciência), posteriormente mensurado na
abordagem secundária com a avaliação neurológica
(função pupilar e alteração de força muscular nas
extremidades) determinam a presença ou severidade da
lesão neurológica.
1.4. Avaliação da Reação Pupilar - Avaliada por sua
simetria e resposta igual à luz. A diferença de mais de 1
mm no diâmetro das pupilas já é considerada anormal;
uma resposta lenta ao estímulo luminoso pode indicar
lesão intracraniana.
1.5. Avaliação de Força Muscular - pesquisa de
diminuição de força muscular. A vítima com paresia ou
paralisia de uma das extremidades, isto é, com resposta
motora não-simétrica, indica lesão intracraniana.
O objetivo do exame neurológico é determinar a
presença de lesão cerebral, sua severidade e uma
deterioração neurológica. Lembrando-se que para
avaliações da Escala de Coma de Glasgow com índice
igual ou inferior a 9 deve-se solicitar a presença de
médico no local da ocorrência.
Independente da escala de coma de Glasgow, o paciente
é considerado com TCE grave se apresentar qualquer
das situações seguintes:
● Assimetria de pupilas
● Assimetria motora
● Fratura de crânio com perda de liquor ou exposição do
tecido cerebral
● Deterioração neurológica (queda de 2 ou mais pontos
na escala de Glasgow ou cefaléia intensa ou aumento do
diâmetro de uma pupila ou desenvolvimento de paresia
assimétrica)
● Fratura com afundamento craniano
Tipos Específicos de Trauma Craniano
Após avaliação inicial e reanimação, estabelecer o
diagnóstico anatômico da lesão cerebral, assegurar
suplemento metabólico ao cérebro e prevenir lesão
cerebral secundária devida à hipóxia, isquemia e
hipertemia.
As lesões cerebrais são divididas em:
● Fratura de crânio
● Lesão cerebral difusa
● Lesão focal
● Ferimento de couro cabeludo
A severidade é diferente em cada grupo.
As vítimas de TCE devem ser transportadas recebendo
oxigênio (a hipóxia agravao edema cerebral) e com a
cabeça elevada em 30 graus, o que facilita o retorno
venoso, atenuando o edema. Havendo ferimento, enfaixe
a cabeça, porém sem exercer pressão no curativo, pois
em caso de fratura de crânio, a compressão poderia lesar
o cérebro com fragmentos ósseos, agravando o quadro.
À vítima desorientada e agitada, garanta-lhe proteção.
Seja gentil, porém firme.
Protocolo de Atendimento da Vítima com TCE
Avaliação Primária
● ABC – Vias aéreas, respiração e circulação –
Imobilização da coluna cervical;
● Realização de exame neurológico rápido.
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– AVDI: Alerta, resposta verbal, resposta à dor, sem
resposta
– Avaliação pupilar: simetria e reação à luz
– Avaliação senso-motora: Simetria motora e sensitiva
das extremidades
Avaliação Secundária
● Inspeção
– Lacerações
– Saída de LCR pelo nariz ou ouvido
● Palpação
– Fraturas
– Lacerações com fraturas
● Inspeção das lacerações do couro cabeludo
– Presença de tecido cerebral
– Afundamento craniano
– Perda de substância
– Perda de líquor
● Determinação da escala de coma de Glasgow
– Resposta ocular
– Resposta verbal
− Resposta motora
Traumatismo Raquimedular - TRM
O traumatismo da medula espinhal também é chamado
de traumatismo raquimedular – TRM. A maioria dessas
lesões é causada por acidentes automobilísticos, quedas,
acidentes desportivos (principalmente mergulhos em
águas rasas) e ferimentos por arma de fogo.
Lesões ósseas vertebrais podem estar presentes sem
que haja lesões de medula espinhal; por isso, mobilizar a
vítima quando há qualquer suspeita de lesão medular,
mantendo-a assim até ser radiologicamente afastada
qualquer suspeita de fraturas ou luxações.
“O socorrista e o médico devem estar conscientes de
que manipulação, movimentos e imobilização
inadequados podem causar dano adicional ao
traumatismo de coluna vertebral e piorar o
prognóstico da lesão”
Suspeitar sempre de traumatismo raquimedular nas
seguintes situações:
● TRM Cervical – Lesão supraclavicular – qualquer
vítima de trauma que apresente lesões acima das
clavículas
●
TCE
–
Qualquer
vítima
de
traumatismo
cranioencefálico
● TRM Cervical, Torácica e Lombar – Múltiplos traumas
– vítima politraumatizada – Acidente automobilístico
Localizações mais freqüentes de TRM:
● cervical – Entre a quinta vértebra cervical (C5) e a
primeira torácica (T1), geralmente associado a TCE;
● transição toracolombar – Entre a décima primeira ou
décima segunda vértebra torácica (T11) (T12) e primeira
lombar (L 1).
Sinais e sintomas do TRM dependem do nível da lesão,
com comprometimento neurológico abaixo desse nível,
geralmente com alterações motoras (paralisias ou
apenas diminuição de força muscular - paresia) e
sensitivas (anestesia, diminuição da sensibilidade e
parestesias - formigamento, amortecimento etc.).
São três os principais objetivos no tratamento de
paciente com TRM:
● Imobilização de coluna para prevenir lesões
neurológicas adicionais. Nesta etapa, é essencial o
atendimento pré-hospitalar adequado às vítimas,
incluindo avaliação clínica e imobilização. As duas outras
etapas estão relacionadas ao tratamento hospitalar
definitivo.
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● Cirurgia para redução de fraturas com descompressão
medular de raízes.
● Realinhamento de coluna com fixação externa ou
interna.
Para o diagnóstico de TRM, examinar a coluna vertebral
cuidadosamente, com a vítima em posição neutra; em
hipótese alguma fletir qualquer segmento da coluna,
verificando deformidades, dor, limitação de movimentos e
queixa de amortecimento de extremidades ou
impossibilidade de movimentação.
Na avaliação clínica de vítima com suspeita de TRM,
realizar avaliação da estrutura óssea e de lesões
medulares.
1. Avaliação Vertebral
Examinar toda a coluna vertebral à procura de:
● Dor localizada
● Deformidades ósseas
● Dor à palpação
● Edemas e equimoses
● Espasmo muscular
● Posição da cabeça e dificuldade ou dor ao tentar
colocá-Ia na posição neutra
● Desvio de traquéia
2. Avaliação Medular
Pesquisar alterações neurológicas, sempre comparando
um lado com o outro, avaliando:
● Déficit de força muscular, ou seja, diminuição de força
ou paralisia uni ou bilateral abaixo da lesão medular
● Déficit de sensibilidade, ou seja, alteração sensitiva
abaixo do nível da lesão
● Diminuição ou ausência de reflexos tendinosos.
● Disfunção autonômica em que o paciente perde a
capacidade de controlar esfíncteres
3. Avaliação do TRM
3.1. Vítimas conscientes
Solicitar que a vítima movimente suas extremidades-e
testar sua força muscular sempre comparando um lado
com o outro. Evitar movimento de membros fraturados.
Testar a sensibilidade sempre em sentido ascendente e
comparando um lado com o outro. Para o teste pode-se
usar objeto pontiagudo ou mesmo gaze, perguntando-se
a vítima está sentindo o objeto; caso contrário, subir pelo
corpo até o momento em que ela comece a perceber o
toque; dessa forma se localiza o nível da lesão.
3.2. Vítimas inconscientes
Suspeitar sempre de traumatismo de coluna cervical se a
vítima estiver inconsciente devido a TCE por acidente
automobilístico, sendo essencial a imobilização cervical.
Principais sinais clínicos que sugerem TRM cervical
em vítima inconsciente:
● Ausência de reflexos
● Respiração diafragmática
● Flexão apenas de membros superiores
● Resposta a estímulo doloroso somente acima da
clavícula
● Hipotensão com bradicardia, sem sinais de
hopovolemia
● Parada Cardiorespiratória – Lesões de coluna cervical
alta (C1 a C4) podem
levar à parada respiratória devido à paralisia de
musculatura respiratória – diafragma.
Cuidados importantes na avaliação de vítimas com TRM:
● Hipoventilação – Lesões de coluna cervical de C5 a
T1 podem levar à paralisia de musculatura intercostal,
causando dificuldade respiratória e hipoventilação.
● Lesões Mascaradas – Lesões medulares costumam
mascarar outras lesões, pois a ausência de sensibilidade
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deixaria passar um abdômen agudo por inabilidade de
sentir dor.
● Luxações cervicais altas podem ocasionar desvio
cervical com torcicolo, NÃO SE DEVENDO TENTAR
CORRIGIR A ROTAÇÃO.
4. Tratamento
O principal objetivo no atendimento à vítima com
traumatismo raquimedular é prevenir agravamento de
lesões preexistentes, por manuseio inadequado, na
imobilização de toda a coluna vertebral.
IMOBILIZAÇÃO COM COLAR CERVICAL
IMOBILIZADOR LATERAL DE CABEÇA
COLETE DORSAL (se necessário)
IMOBILIZAÇÃO EM TÁBUA LONGA.
ENCAMINHAMENTO AO HOSPITAL DE REFERÊNCIA
TRAUMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
FRATURAS
Devemos ter em mente uma consideração simples e
bastante distinta entre fratura, luxações e entorse.
Entorse: A articulação se desencaixa temporariamente
e, logo em seguida, se encaixa novamente, sem o
rompimento dos ligamentos;
Luxação: Ocorre quando a articulação se desencaixa
de sua forma primária, e assim permanece;
Fratura: Ocorre quando há a quebra de osso.
As fraturas apresentam-se, basicamente, de duas
formas:
Fechadas: não há um rompimento do tecido com
exposição óssea.
Aberta ou exposta: há o rompimento do tecido com
exposição do osso fraturado.
O socorrista deve sempre proceder a imobilização
quando suspeitar de fraturas. Da mesma forma, quando
se tratar de entorses ou luxações.
Sinais e sintomas de vítimas com fraturas
Forte dor no local, aumentada com o movimento;
Edema local;
Hematoma ou equimose;
Paralisia.
Procedimento do socorrista frente a vítima com
fraturas
Primeiro diagnóstico será quanto ao local e gravidade
da fratura;
Não tentar reduzir as fraturas, pois este é um
procedimento médico;
O socorrista deverá utilizar-se de talas apropriadas e
ataduras para proceder a imobilização. Na falta destes,
poderá utilizar-se de materiais como papelão, ripas,
pedaços de pano, cinto e outros de acordo com a
criatividade do socorrista.
Técnicas de Imobilizações
AS IMOBILIZAÇÕES DE UM SEGMENTO DEVEM
ABRANGER AS ARTICULAÇÕES ADJACENTES QUANDO
FAZEMOS
IMOBILIZAÇÃO
.
EM
SEGMENTOS, TEMOS QUE ESTABILIZAR AS
ARTICULAÇÕES ADJACENTES PELO FATO DAS
MESMAS CRIAREM SEGMENTOS INSTÁVEIS.
¨ A ESTABILIZAÇÃO CERVICAL É SEMPRE
PRIORIDADE - É CLARO QUE SE TEMOS UMA
VÍTIMA COM LESÃO TRAUMÁTICA APENAS EM
MEMBROS E O MECANISMO NÃO SUGERE TRAUMA
CERVICAL, NÃO HAVERÁ ESSA PRIORIDADE,
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PORÉM, ESTABILIZAR A REGIÃO CERVICAL SERÁ
SEMPRE UMA PREOCUPAÇÃO, MESMO QUE SEJA
POR PRECAUÇÃO.
· EM CASOS DE LESÕES EM UM DOS M.INF.,
UTILIZA-SE O LADO ÍNTEGRO COMO AMPARO AO
LADO LESADO - ESSE PROCEDIMENTO SÓ É
POSSÍVEL NOS
MEMBROS
INFERIORES,
E,
NORMALMENTE UTILIZAMOS ALGUM MATERIAL,
COMO COLCHA / COBERTOR / ETC..., NA INTENÇÃO
DE AUMENTAR A CONGRUENCIA ENTRE OS DOIS
MEMBROS .
Técnicas de Transportes
· TRANSPORTE SÓ PASSA A SER PRIORIDADE
QUANDO NÃO HÁ MAIS NADA À FAZER NO LOCAL
OU QUANDO DELE DEPENDER A VIDA DA VÍTIMA
OU QUANDO O LOCAL OFERECER RISCO À VÍTIMA
OU AO SOCORRISTA.
· ¨ MÉTODOS DE TRANSPORTE PODERÃO SER COM:
1, 2, 3 OU MAIS SOCORRISTAS - NÃO HÁ TÉCNICAS
DE TRANSPORTE COM MAIS DE 3 SOCORRISTAS
PORQUE O QUE OCORRERÁ SERÁ AUMENTO DE
COLABORADORES, MAS O MÉTODO CONTINUARÁ
SENDO O MESMO.
· A ESCOLHA DO MÉTODO DE TRANSPORTE
DEPENDERÁ DA GRAVIDADE DA LESÃO, DO Nº DE
SOCORRISTAS DISPONÍVEIS E DO LOCAL DO
EVENTO - ANTES DE INICIARMOS O TRANSPORTE,
TEMOS QUE VERIFICAR: PESO, POSIÇÃO E LESÕES
DA VÍTIMA / PERCURSO / LOCAL ONDE SE
ENCONTRA / AJUDA DISPONÍVEL.
· TODA VÍTIMA QUE APRESENTAR LESÃO DE
COLUNA, TEM QUE SER TRANSPORTADA EM
DECÚBITO DORSAL, SOBRE SUPERFÍCIE PLANA E
RÍGIDA, OU EM ÚLTIMO CASO, EM BANDEJA DE
BRAÇOS - NÃO É ADMISSÍVEL PENSARMOS EM
TRANSPORTAR VÍTIMAS COM TRAUMA DE COLUNA
VERTEBRAL UTILIZANDO MATERIAL QUE PERMITA
FLEXIBILIDADE, DESESTABILIZANDO A COLUNA.
· ¨ O SENTIDO DO TRANSPORTE, SEMPRE QUE
POSSÍVEL, DEVERÁ SER CÉFALO-CAUDAL PRECAUÇÃO PARA EVITAR-SE AUMENTO DA
"PRESSÃO INTRACRANIANA".
· SE DURANTE O TRANSPORTE DE UMA VÍTIMA
OCORRER PCR, TODOS OS PROCEDIMENTOS SÃO
INTERROMPIDOS, PARA QUE SEJA INICIADA A
MANOBRA DE RCP - A REGRA DE PRIORIDADE
MOSTRA QUE A PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA
SERÁ SEMPRE UMA PRIORIDADE, PORTANTO, SE
OCORRIDA DURANTE UM TRANSPORTE, TODOS OS
PROCEDIMENTOS SERÃO INTERROMPIDOS E A
REANIMAÇÃO
CÁRDIO-PULMONAR
SERÁ
REALIZADA.
TRANSPORTE DE VÍTIMAS
•
Evite transportar a vítima ou mesmo
movimentá-la sem necessidade.
•
Chame uma ambulância e fique prestando o
atendimento de acordo com a avaliação primária e
secundária e as orientações recebidas.
•
Avalie a situação, só em casos onde não há
como chegar socorro (local de difícil acesso e/ou
sem telefone) e desde que tomadas as devidas
providências em relação a segurança da vítima e
imobilização adequada é que devemos transportá-la,
ou em casos em que não haja necessidade de uma
ambulância (pequenas lesões) desde que avaliadas e
que o transporte por carro comum não interfira para
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agravar a situação.
•
Comprovada a não contra-indicação e
conforme a situação, ( desmaio, inalação de gases,
entorses, etc.), transporte a vítima de acordo com o
que melhor se adequar a cada caso.Em caso de
fraturas, ou suspeita de fraturas, imobilizá-la antes do
transporte
4.11 Resgate veicular.
acidentes em rodovias podem ocorrer com carros,
ônibus, motocicletas, caminhões, bicicletas e até veículos
de tração animal.
O maior problema nessa situação é com a segurança do
local. Você tem como primeira responsabilidade buscar
garantir a proteção da área para que todos fiquem fora de
perigo.
Ao visualizar o acidente, estacione distante do local.
Cuidado ao atravessar a rodovia.
Se estiver escuro, procure por uma lanterna ou carregue
consigo algo que possa refletir a luz. Não se esqueça do
triângulo do seu carro. Se puder busque outros no local e
sinalize a estrada.
Ao chegar junto aos veículos sinistrados, procure
imediatamente desligar a ignição. Se você souber ou se
alguém conhecer, procure desligar também as baterias.
Como o ambiente é tenso e frequentemente surgem
outras pessoas, alerte-as para não fumar. Procure
manter a calma e, se houver caminhão envolvido,
cuidado com as cargas inflamáveis ou tóxicas. Deve ser
redobrado o cuidado se houver combustível ou vazando
e fiação elétrica exposta.
Pronto. Diante do reconhecimento do local e dos
veículos envolvidos, faça uma avaliação rápida das
vítimas. Algumas podem estar conscientes e outras
inconscientes.
As lesões podem ser desde simples ferimentos até mais
graves e fatais.
Procure remover as vítimas apenas se houver perigo
iminente ou se forem necessários os primeiros socorros.
Em caso de vítimas inconscientes, observe a situação da
cabeça e do pescoço, pois é comum fraturas. Procure
sustentar sempre com suas mãos a cabeça e o pescoço
e numa posição que permita a respiração livre.
Se você perceber a necessidade de remover a vítima,
procure por ajuda, pois são necessários duas ou três
pessoas para orientar os movimentos.
Em caso de vítima presa debaixo de um veículo, você só
terá sucesso se encontrar ajuda para remover o veículo.
Procure continuar calmo e com lucidez para remover o
veículo.
Procure continuar calmo e com lucidez para reportar os
fatos ao socorro médico e à polícia. Informações são
extremamente importantes nesses casos.
Até agora, tudo que já foi descrito sobre os ferimentos,
esmagamento, fraturas e outras situações poderá
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contribuir para a redução do sofrimento da vítima e até
salvar sua vida.
Também, acidentes como esses ocorrem no perímetro
urbano até com as mesmas proporções. Veja abaixo
como recorrer a ajuda e serviços de emergência.
4. SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM EMERGÊNCIAS
CLÍNICAS:
Introdução
As doenças cardiovasculares ocupam a primeira causa
geral de mortalidade em nosso meio. Mais de 250.000
brasileiros
morrem
por
ano
em
decorrência
principalmente do infarto agudo do miocárdio (IAM).
Cinqüenta por cento das vítimas morrem antes de chegar
ao hospital, nas primeiras duas horas após o início dos
sintomas.
Assim, a morte súbita por ataque
cardíaco (PCR – parada cardiorrespiratória) é a
emergência clínica mais importante nos dias de hoje.
Não raro, o socorrista se depara com vítima de trauma
que desencadeou quadro de insuficiência coronariana
(angina ou IAM) durante o atendimento, ou atende caso
de PCR de causa clínica. É fundamental saber identificar
sinais e sintomas que possa, sugerir uma situação de
emergência clínica e as medidas a serem tomadas.
Doença Coronariana
O coração tem seus próprios vasos sangüíneos para
suprir a intimidade do
músculo cardíaco de
O2 e nutrientes e remover CO2 e outros detritos. É o
sistema coronariano (artérias e veias coronárias).
Denominamos o músculo cardíaco de miocárdio. Para
que o miocárdio desempenhe de forma eficiente sua
função de bomba, é fundamental que o sangue
oxigenado alcance a intimidade do seu tecido.
Quando as artérias coronarianas estão prejudicadas na
sua função de transportar sangue, o suprimento de O2
para o miocárdio é reduzido; como conseqüência, sua
função de bomba estará comprometida.
Ao processo lento e gradual de oclusão dos vasos
sangüíneos chamamos aterosclerose (causa mais
freqüente de angina). Na fase inicial da aterosclerose,
ocorre deposição de gordura na parede dos vasos,
estreitando sua luz. Conforme o tempo passa, um
depósito de cálcio vai endurecendo a parede do vaso, e o
fluxo de sangue no vaso fica reduzido. A irregularidade
da superfície provoca adesão de plaquetas circulantes
formando um trombo. Este pode alcançar tamanho tal
que oclui completamente a luz do vaso, ou quebrar-se e
transformar-se em êmbolo (trombo circulante), que causa
a obstrução do vaso mais à frente. Quando isso ocorre,
os tecidos que dependem desse fluxo de sangue,
privados de oxigênio, acabam morrendo. Quando esse
processo ocorre nas artérias coronárias, chamamos de
doença coronária, que se resume no baixo suprimento de
sangue ao miocárdio. Inclui a angina de peito e o infarto
agudo do miocárdio.
5.1.1 Infarto agudo do miocárdio (IAM)
Condição em que ocorre necrose (morte) de parte do
miocárdio como resultado da falta de oxigênio. Isso
acontece por estreitamento ou oclusão da artéria
coronária que supre de sangue a região. O infarto agudo
do miocárdio (IAM) é a causa mais freqüente de morte
súbita (50% das mortes ocorrem nas primeiras horas);
muitas dessas vítimas poderiam ser salvas com medidas
prontas e relativamente fáceis (manobras de RCP). Daí a
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importância de identificar precocemente o infarto agudo
do miocárdio.
A causa principal do IAM é a aterosclerose das
coronárias, que pode ser desencadeada por esforço
físico, situação de estresse, fadiga, mas também no
repouso. A principal complicação do IAM é a alteração do
ritmo cardíaco. Drogas, como a cocaína, podem provocar
IAM por espasmo do vaso.
Sinais e Sintomas
● Dor torácica de forte intensidade, prolongada (30
minutos a várias horas), que localiza atrás do esterno e
irradia-se para o membro superior, ombro, pescoço,
mandíbula, etc. Geralmente o repouso não alivia a dor;
● Falta de ar;
● Náusea, vômitos, sudorese fria;
● Vítima ansiosa, inquieta, com sensação de morte
iminente;
● Alteração do ritmo cardíaco – bradicardia, taquicardia,
assistolia, fibrilação ventricular;
● Na evolução, a vítima perde a consciência e
desenvolve choque cardiogênico.
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar
● Assegurar vias aéreas;
● Tranqüilizar a vítima – abordagem calma e segura
(objetiva diminuir o trabalho do coração);
● Mantê-la confortável, em repouso absoluto. Não
permitir seu deslocamento;
● Administrar oxigênio;
● Examinar sinais vitais com freqüência;
● Monitorização cardíaca;
● Saturação de oxigênio (oxímetro de pulso);
● Conservar o calor corporal;
● Se o médico não estiver presente, reporte ao médico
coordenador a história com os dados vitais da vítima e
aguarde instruções;
● Transporte imediatamente, de forma cuidadosa, calma,
sem sirene, com o objetivo de não aumentar sua
ansiedade, para hospital equipado com serviço
coronariano previamente avisado da chegada da vítima;
● Em vítima inconsciente por parada cardiopulmonar,
iniciar manobras de RCP e comunicar imediatamente o
médico
coordenador.
Se
desenvolver
choque
(hipotensão), aplicar os cuidados de emergência para
choque cardiogênico (ver capítulo específico).
5.1.2 Angina do peito
Situações de estresse emocional ou esforço físico fazem
com que o coração trabalhe mais, exigindo maior fluxo de
sangue pelas artérias coronárias para suprir o músculo
cardíaco. Quando as artérias coronárias se estreitam
pela aterosclerose, não são capazes de suprir o aumento
da demanda de sangue pelo músculo cardíaco. O
miocárdio, privado de oxigênio, faz o paciente sentir dor.
É a angina pectoris ou dor no peito.
Sinais e Sintomas
● Dor torácica retroesternal ou precordial (às vezes,
desconforto), desencadeada por esforço físico, estresse,
refeição volumosa ou exposição a temperaturas muito
frias.
● A dor pode irradiar-se para membros superiores,
ombros, mandíbula e porção superior do abdome.
Raramente
ultrapassa
dois
a
cinco
minutos,
desaparecendo com repouso e uso de vasodilatador
sublingual.
16
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Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar
● Confortar e acalmar o paciente;
● Mantê-lo em repouso, em posição confortável;
● Informar-se sobre o uso do vasodilatador sublingual e
se o tem;
● Passar os dados clínicos para o médico e aguardar
instruções;
● Se houver necessidade de transporta-lo, faze-lo sem
sirene, devagar e monitorando sinais vitais e se possível
monitorização cardíaca.
5.1.3 Insuficiência cardíaca congestiva
A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) representa
o conjunto de sinais e sintomas decorrentes do mal
funcionamento do coração, quando este não está
sendo capaz de bombear o sangue em direção aos
tecidos e suprir a necessidade de oxigênio e
nutrientes do organismo.
O processo que resulta na ICC é gradativo e os
eventos têm a seguinte seqüência:
1. O bombeamento insuficiente do coração leva a
uma congestão de sangue no interior das veias que
chegam ao coração,
2. O acúmulo de sangue nas veias, associado à
retenção de líquidos pelos rins, levam ao inchaço
(edema) dos tecidos do corpo.
3. O inchaço inicialmente afeta as pernas, mas pode
subir e também atingir os pulmões (causando
dificuldades para respirar) e em outros tecidos e
órgãos (levando à “barriga d’água, dores abdominais,
pouca urina, etc).
4. O cansaço leva à falta de ar, à fraqueza muscular, à
diminuição da atividade física e conseqüente
invalidez.
Só o envelhecimento da população (aumento da
longevidade) já é fator de aumento da incidência da
ICC, pois, naqueles com mais de 75 anos, é
observada em mais de 10% dos pacientes, sendo
diagnosticada em menos de 2% naqueles com menos
de 55 anos de idade. Isto, associados aos avanços
médicos que prolongaram a vida dos pacientes com
outras formas de doença do coração, permitiu que a
ICC crescesse em incidência.
A insuficiência cardíaca congestiva é freqüentemente
a fase final de outra doença do coração como:
1.
Doença Coronariana (levando à angina e ao
Infarto agudo do coração);
2. Hipertensão arterial (que pode se complicar com
os derrames cerebrais);
3. Doença Valvular do Coração (incluindo a doença
reumática do coração);
4.
Síndromes Congênitas ("de nascença") do
Coração;
5.
Miocardiopatias (doença do músculo do
coração);
6. Infarto Agudo do Miocárdio (ataque cardíaco);
7.
Arritmias Cardíacas (problemas onde o coração
bate sem controle – mais rápido, mais devagar ou
sem ritmo),
8. Exposições Tóxicas, incluindo o uso abusivo de
álcool.
9.
Hipertireoidismo, Diabetes e Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica (Bronquite) também são fatores
de risco para a ICC. Todas estas desordens podem
conduzir à insuficiência cardíaca congestiva
debilitando o músculo do coração.
Quadro Clínico
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O primeiro sintoma da insuficiência cardíaca
congestiva pode ser simplesmente o cansaço. Como
o avanço da doença, pode haver dificuldades para
respirar durante os esforços, e eventualmente um
“encurtamento” da respiração durante o repouso,
podendo tornar-se ofegante. Como os fluidos
acumulam nos pulmões, os pacientes com
insuficiência cardíaca podem começar a dormir
amparado por travesseiros mais altos para tornar a
respiração mais fácil. Os líquidos também podem se
acumular nas pernas e tornozelos, levando ao edema
(inchaço). Em pacientes menos ativos, os líquidos
podem acumular na metade inferior do corpo,
eventualmente causando edema da parte mais baixa
das costas. Pode ocorrer inchaço dos intestinos que
produz desconforto abdominal. Em alguns pacientes,
pode haver uma necessidade de urinar várias vezes
durante a noite, como os rins eliminam os excessos
de fluidos do organismo que acumularam no corpo
durante o dia. Como o corpo acumula cada vez mais
fluidos, o paciente pode notar significativo ganho de
peso. Também pode haver uma tosse crônica devido
ao acúmulo de fluidos nos pulmões.
Embora
a
insuficiência
cardíaca
congestiva
normalmente afeta ambos os lados do coração, em
alguns pacientes pode afetar só a parte esquerda ou
direita. Nestes casos, os sintomas variam de acordo
com o lado afetado. Por exemplo, quando a
insuficiência cardíaca afetar principalmente o lado
esquerdo do coração, os sintomas mais prováveis
irão envolver dificuldades para respirar. Quando o
lado direito é o principal afetado, o inchaço das
pernas e o desconforto abdominal podem ser os
sintomas mais proeminentes.
5.1.4 Crise hipertensiva;
Crise hipertensiva é a elevação, repentina, rápida,
severa, inapropriada e sintomática da pressão
arterial, em pessoa normotensa ou hipertensa. Os
órgãos alvo da crise hipertensiva são: os olhos, rins,
coração e cérebro.
A crise hipertensiva apresenta sinais e sintomas
agudos de intensidade severa e grave com
possibilidades de deterioração rápida dos órgãos
alvo. Pode haver risco de vida potencial e imediato,
pois os níveis tensionais estarão muito elevados,
superiores a 110 mmHg de pressão arterial diastólica
ou mínima.
A pressão arterial (PA) é igual ao volume de sangue
(VS) que sai do coração vezes a resistência periférica
que ele encontra ao circular pelo nosso organismo
(PA= VS x RP).
O volume de sangue que sai do coração não sofre
grandes influências, a não ser em casos especiais de
falência do órgão ou excesso de volume sangüíneo
circulante. Assim, a maioria dos casos de
hipertensão ocorre por alteração da resistência
periférica.
O aumento repentino da resistência periférica ocorre
pela falta de regulação neurodinâmica dos
mecanismos que regulam a pressão arterial.
Sinais e Sintomas
sensação de mal-estar
ansiedade e agitação
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cefaléia severa
tontura
borramento da visão
dor no peito
tosse e falta de ar
A crise é acompanhada de sinais e sintomas em
No rim, surge hematúria, proteinúria e edema.
No sistema cardiovascular, falta de ar, dor no peito, angina,
infarto, arritmias e edema agudo de pulmão.
No sistema nervoso, acidente vascular do tipo isquêmico ou
hemorrágico, com convulsões, dificuldade da fala e da
movimentação.
Na visão, borramento, hemorragias e edema de fundo de olho.
outros órgãos.
Tratamento
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) acompanhada
de grande e repentina elevação da pressão arterial
requer que os pacientes sejam protegidos de lesão
dos órgãos alvo: olhos, rins, coração e cérebro.
Os níveis de pressão arterial devem ser
imediatamente
diminuídos
com
medicações
especiais orais e intravenosas, usadas pelos médicos
sob controle rigoroso em unidades de tratamento
intensivo.
A internação com sucesso evita danos severos e
lesões irreversíveis que podem levar o paciente ao
óbito, como infarto agudo, edema agudo de pulmão,
encefalopatia hipertensiva e acidentes vasculares
cerebrais isquêmicos ou hemorrágicos graves.
A
intervenção
deve
ser
de
intensidade
correspondente à gravidade da crise para evitar as
complicações e também para impedir que a
hipertensão se torne acelerada ou "maligna".
Há alguns casos em que a pressão arterial elevada
não é uma crise hipertensiva e, nesta situação, o
tratamento pode ser feito rotineiramente pelo médico.
Entretanto, a verdadeira crise hipertensiva requer
hospitalização, atendimento intensivo e imediato com
medicações e cuidados especiais, quase sempre do
gênero de vasodilatadores potentes que diminuam
bastante a resistência periférica alterada.
.
5.2.Acidente Vascular Cerebral (AVC)
AVC é uma desordem do sistema cardiovascular,
causada por oclusão ou ruptura de um dos vasos que
suprem o cérebro de sangue. Embora ocorram
predominantemente
nas
pessoas
mais
idosas,
freqüentemente surpreendem jovens, comprometendo
sua capacidade laborativa.
5.2.1. Acidente Vascular Isquêmico
O vaso pode ser obstruído por trombo ou êmbolo, ou sua
luz comprimida por tumor
ou trauma. Como resultado, a função de parte do cérebro
que depende do sangue oxigenado será afetada. A causa
mais freqüente é a aterosclerose cerebral.
5.2.2. Acidente Vascular Hemorrágico
Ruptura da parede de um vaso sangüíneo provocando
hemorragia cerebral. Parte
do cérebro ficará comprometida pela falta de oxigênio e
poderá haver aumento da pressão intracraniana. Essa
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situação é de maior gravidade pelo risco de compressão
de áreas cerebrais responsáveis pelas funções vitais.
Sinais e Sintomas
Dependem do vaso lesado e da importância funcional da
área cerebral envolvida.
Podem surgir:
● cefaléia, tontura, confusão mental;
● perda de função ou paralisia de extremidades
(geralmente de um lado do
corpo);
● paralisia facial (perda de expressão, geralmente de um
lado da face, com
defeito na fala);
● anisocoria, pulso rápido, respiração difícil, convulsão,
coma.
Os casos podem ser súbitos e fugazes (recuperação
espontânea) ou mais graves,
confirmando a extensão do comprometimento cerebral.
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar
● Assegurar abertura e manutenção de vias aéreas;
● Tranqüilizar o paciente e mantê-lo em repouso;
● Monitorar sinais vitais;
● Reavaliar nível de consciência e escala de Glasgow;
● Não administrar nada via oral;
● Mantê-lo aquecido;
● Administrar O2;
● Aguardar orientações médicas;
● Transportar ao hospital.
5.3.1 Vertigem
Vertigem é a percepção ilusória de movimento do
corpo ou do ambiente, quase sempre descrita como
sensação giratória. A vertigem pode ser um sintoma
de quase todos os sistemas orgânicos. As causas
mais comuns de vertigem envolvem fatores
otológicos (do ouvido interno) e neurológicos,
incluindo:
 Vertigem Postural Benigna — É a causa mais
comum de vertigem e é provocada por mudanças
bruscas na posição da cabeça causando sensação
giratória. Os movimentos desencadeadores mais
comuns são o rolar na cama, inclinar-se para frente e
olhar para cima. A causa provável é a presença de
pequenos cristais que se acumulam nos canais
semicirculares do labirinto, no ouvido interno, que
estimulam as terminações dos nervos sensitivos em
seu interior.
 Labirintite aguda - Também conhecida como neurite
vestibular, é uma inflamação do sistema de equilíbrio
do ouvido interno, causada provavelmente por uma
infecção viral.
 Doença de Ménière — Causa episódios periódicos
de vertigem, normalmente com zumbido na orelha e
progressiva perda de audição às baixas-freqüências.
A doença de Ménière é causada por uma mudança no
volume do líquido dentro do ouvido interno. Embora
a razão para esta mudança seja desconhecida, os
cientistas suspeitam que possa estar relacionada ao
barulho alto, a uma infecção viral ou a fatores
biológicos dentro do próprio ouvido.
 Causas neurológicas
Sinais e Sintomas
z Sensação rotatória (como se a pessoa estivesse
girando no ambiente),
z Sensação de desequilíbrio,
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z Náuseas,
z Vômitos,
z Zumbido em um ou ambos ouvidos,
z Nistagmo (movimento anormal dos olhos que tem
um componente rápido e outro lento),
z Palidez, sudorese e/ou diarréia, nas crises
labirínticas mais graves.
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar
Apesar de parecer relativamente simples, de se
conhecer os mecanismos que levam a doença e de
ter o tratamento de fácil condução, o diagnóstico da
causa da vertigem nem sempre é fácil devido ás
variantes na apresentação da doença. O diagnóstico
é feito baseado na descrição do que a pessoa está
sentindo. As causas de vertigem podem ser divididas
em duas categorias principais:
 A vertigem periférica que é a mais comum inclui a
vertigem postural benigna, a labirintite e a doença de
Ménière. A vertigem postural é diagnosticada quando
se move a cabeça e aparece a vertigem, que melhora
ao manter a cabeça em uma posição neutra. A
labirintite e as crises de Ménière normalmente
ocorrem abruptamente e duram de algumas horas a
alguns dias. Pode haver náuseas e vômitos intensos
além de variável perda da audição.
 A vertigem pode acontecer a qualquer pessoa, e
não há nenhuma maneira de se prevenir o primeiro
episódio. Como a vertigem pode estar associada a
uma intensa sensação de desequilíbrio que pode
levar a quedas, é importante evitar situações nas
quais uma queda poderia causar uma lesão mais
significativa, como subir uma escada ou trabalhar em
um telhado inclinado.
 Repousar na cama;
 Corrigir os erros alimentares que podem agravar a
vertigem e os sintomas associados;
 Modificar os hábitos ou vícios que possam ser
fatores de risco, principalmente o consumo de
açúcares de absorção rápida, álcool, café e fumo;
 Exercícios específicos para ajudar reduzir os
sintomas, no caso da vertigem postural benigna.
5.3.2 Desmaio ou Síncope
Caracteriza-se por qualquer tipo de perda de consciência
de curta duração que não necessite manobras
específicas para a recuperação. O termo lipotimia tem
sido utilizado para designar episódio de perda incompleta
de consciência.
A causa fundamental da síncope é a diminuição da
atividade cerebral, podendo ser classificada em :
5.3.2.1. Síncope Vasogênica
Mais freqüente, acontece devido à queda súbita da PA,
por causa emocional, dor súbita, esforço físico, ambiente
lotado, cena de sangue, calor excessivo, etc.
● O episódio sincopal surge geralmente quando a vítima
está em pé.
● O paciente pode apresentar-se pálido, frio, com
respiração suspirosa; após alguns minutos, ocorre
tontura, visão embaraçada e súbita perda de consciência.
5.3.2.2. Síncope Metabólica
Quando a causa é por alteração metabólica, como
diabete ou hipoglicemia.
5.3.2.3. Síncope Neurogência
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Agressão direta ao encéfalo, como em trauma,
intoxicações exógenas, hipertensão intracraniana, etc.
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar
● Mantê-lo deitado, preferencialmente com a cabeça
abaixo do corpo; se estiver deitado, elevar-lhe os
membros inferiores mais ou menos 20 cm; mantê-lo
deitado por alguns minutos após recuperar-se.
● Se estiver em local mal ventilado ou ambientes lotados,
providenciar a remoção para outro mais apropriado.
● Liberar vestimentas apertadas;
● Não dar nada para o paciente comer ou beber.
● Informar-se sobre a história da vítima (doenças,
medicamentos utilizados, etc.), reporta-la ao médico e
aguardar instruções.
5.3.3 Crise Convulsiva
A convulsão é uma desordem cerebral. Durante breve
período de tempo, o cérebro deixa de funcionar
normalmente e passa a enviar estímulos desordenados
ao resto do corpo, iniciando as crises convulsivas,
também conhecidas por ataques.
A convulsão é um sintoma comum em uma população
em geral e em países em desenvolvimento pode chegar
a 50 casos a cada 1.000 habitantes.
Ela é mais comum na infância, quando é maior a
vulnerabilidade a infecções do sistema nervoso central
(meningite), acidentes (traumatismos do crânio) e
doenças como sarampo, varicela e caxumba, cujas
complicações podem causar crises epiléticas.
Traumatismo cranioencefálico, infecções, parasitoses
(principalmente neurocisticercose), mal formações e
tumores cerebrais e abuso de drogas e álcool são as
causas mais comuns de convulsão em adultos.
Quando a vítima apresenta crises convulsivas repetidas
ao longo de sua vida caracteriza-se então uma doença
denominada epilepsia, que não é contagiosa.
Às vezes, a pessoa com epilepsia perde a consciência,
mas outras experimenta apenas pequenos movimentos
corporais ou sentimentos estranhos. Se as alterações
epiléticas ficam restritas a uma parte do cérebro, a crise
chama-se parcial; se o cérebro inteiro está envolvido,
chama-se generalizada.
Manifestações Clínicas
Existem várias formas de manifestações clínicas das
crises convulsivas e a mais importante no aspecto de
atendimento de emergência são as crises generalizadas
tônicoclônicas.
A convulsão pode ou não ser precedida de algum
sintoma que avisa que ela está se iniciando. Logo a
seguir, a crise se inicia com um grito que precede a perda
súbita de consciência e enrijecimento (fase tônica) do
corpo seguido por movimentos tipo abalos (fase clônica)
das quatro extremidades, face e cabeça. Durante a crise
a vítima pode apresentar queda e se ferir, morder a
língua ou ter perda de urina. A convulsão demora em
média três a cinco minutos e é seguida por um período
de inconsciência. A consciência é recuperada aos poucos
e o paciente pode apresentar dor de cabeça, vômitos e
confusão mental.
Outro tipo comum de epilepsia é o “pequeno mal” ou
“crise de ausência”, quando a pessoa fica com o olhar
fixo por alguns instantes, sem se lembrar depois daquele
desligamento. Existem vários outros tipos de crise mas
sem importância no atendimento pré-hospitalar.
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Se as crises duram muito tempo (crises prolongadas, ou
crises seguidas sem recuperação de consciência) com
duração igual ou superior a 30 minutos, se caracterizam
uma emergência clínica podendo nesse caso haver risco
de morte e a vítima deverá ser encaminhada ao hospital
pois poderá ocorrer dano ao cérebro; são as chamadas
crises subentrantes ou estado de mal epiléptico. Porém,
a maioria das crises não provoca dano algum, pois são
de curta duração e autolimitadas.
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar
● Manter-se calmo e procurar acalmar os demais;
● Colocar algo macio sob a cabeça da vítima protegendoa;
● Remover da área objetos que possam causar-lhe
ferimento;
● Afrouxar gravata ou colarinho de camisa, deixando o
pescoço livre de qualquer coisa que o incomode;
● Girar-lhe a cabeça para o lado. Visando a que a saliva
não dificulte sua respiração – desde que não haja
qualquer suspeita de trauma raquimedylar;
● Não introduzir nada pela boca, não prender sua língua
com colher ou outro objeto (não existe perigo algum de o
paciente engolir a própria língua);
● Não tentar faze-lo voltar a si, lançando-lhe água ou
obrigando-o a tomá-la;
● Não o agarre na tentativa de mantê-lo quieto. Não se
oponha aos seus movimentos apenas o proteja de
traumatismos.
● Ficar ao seu lado até que a respiração volte ao normal
ele se levante;
● Se a pessoa for diabética, estiver grávida, machucar-se
ou estiver doente durante o ataque, transporte ao
hospital.
Falsas Crises e Crises Provocadas por Modificações
Fisiológias
Todas as pessoas podem apresentar crises que se
assemelham às descritas anteriormente mas que não
têm nada a ver com convulsões.
O socorrista deve estar atento a essas pseudocrises que
têm uma origem em alterações emocionais e são
desencadeadas por um desejo consciente ou
inconsciente de mais atenção e cuidados. Quando se
analisa com cuidado o passado recente e remoto dessas
pessoas (incluindo crianças), freqüentemente existe
história de abuso, negligência ou conflitos muito intensos
nas relações interpessoais. Muitas vezes, essas falsas
crises são muito parecidas com crises verdadeiramente
epilépticas e é necessário o atendimento por um
especialista para fazer um diagnóstico certeiro.
5.4 Diabetes – crises de hiper ou hipoglicemia.
Diabetes Mellitus
Todas as células do organismo necessitam de glicose
(açúcar) para a produção de energia. A circulação
sangüínea distribui esse açúcar para as células,
entretanto, para que possa entrar no interior da célula é
necessária a presença de insulina.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas cuja
principal função é permitir a entrada de glicose na célula.
Caso este hormônio esteja ausente, a glicose se acumula
na circulação e a célula sem seu “combustível”,
rapidamente sofre danos irreversíveis. As células do
sistema nervoso (neurônios) são muito sensíveis à falta
de glicose e as primeiras a sofrer danos com sua
ausência.
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Definição
Diabete é uma doença de evolução crônica em que o
organismo é incapaz de utilizar a glicose para produção
de energia por diminuição ou ausência de insulina. Sem a
insulina, a glicose não entra na célula, se acumulando na
circulação e, como conseqüência, ocorre um aumento do
volume urinário na tentativa de eliminar o excesso de
açúcar da corrente sangüínea. Esta reação é a principal
responsável pelos sintomas principais do diabete, a
saber: polidipsia (sede intensa), poliúria (aumento do
volume de urina) e fadiga facial com diminuição de
capacidade de trabalho.
Entre as complicações do diabete, a acidose, o coma
diabético e a hipoglicemia-choque insulínico constituem
as mais graves, requerendo tratamento imediato e
geralmente caracterizam o descontrole da doença em
sua expressão máxima.
Acidose e Coma Diabético
Uma vez que a célula não pode utilizar a glicose para
produção de energia, ela busca outra fonte de energia –
a gordura. Entretanto, esta não é tão eficiente quanto a
glicose, além de produzir resíduos ácidos. Essa situação
de acidose orgânica, caso não corrigida de imediato, leva
ao coma diabético – situação grave que necessita de
atendimento de emergência.
Sinais e Sintomas
Geralmente de evolução lenta (até dias), iniciando por
polidipsia, poliúria, vômito, dor abdominal, respiração
rápida e profunda, pulso rápido e fraco, alteração da
consciência iniciando por confusão, estupor até coma.
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar
● Obter informações da história clínica da vítima e
repassar informações ao médico:
○ se é portador de diabete;
○ se usa insulina e se o faz corretamente;
○ condições alimentares;
○ uso de álcool;
○ infecção recente, etc.
● Administrar oxigênio em altas concentrações.
● No caso de vômitos, transportar a vítima em decúbito
lateral esquerdo.
● Transporte imediato ao hospital.
Hipoglicemia – Choque Insulínico
Ocorre quando o nível de glicose no sangue está muito
baixo. Rapidamente o açúcar circulante entra nas células
e não existe glicose suficiente para manter o suprimento
constante das células cerebrais. Sobrevém a
inconsciência em questão de minutos.
Entre as causas principais, o paciente diabético que usou
a insulina em dose maior do que a desejada ou que não
se alimentou adequadamente ou aquele que praticou
exercício físico em excesso.
Sinais e Sintomas
São de início rápido (minutos), com tontura,cefaléia,
confusão mental e evoluindo para convulsão e coma.
Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar
● Obter informações da história clínica da vítima.
● Vítimas conscientes – administrar açúcar (suco ou
água com açúcar).
● Vítimas com alteração da consciência ou inconscientes
– não fornecer nada via oral.
● Administrar oxigênio.
● Decúbito lateral no caso de vômito.
● Transporte imediato para o hospital.
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