Materiais Ortodônticos Percepção do desvio da linha média dentária superior na estética do sorriso Daniela Feu*, Jonas Capelli Júnior**, Fabíola Boff de Andrade***, Ana Paula Camata****, Antônio Augusto Gomes***** ,-/') Este estudo analisou a percepção de 80 profissionais de Odontologia e 80 indivíduos leigos para a presença de desvios entre a linha média dentária e o lábio superior. A fotografia de uma mulher jovem sorrindo foi digitalmente modificada, produzindo desvios de 2mm e 4mm da linha média maxilar para a direita em relação ao lábio superior. Foi solicitado que os indivíduos escolhessem a foto mais agradável e, depois disso, o entrevistador questionava o indivíduo para verificar se o mesmo sabia o que estava sendo alterado na seqüência de fotos, ou seja, se identificava o problema de desvio da linha média. Os resultados mostraram que os ortodontistas tiveram maior percepção para os desvios de 2mm na linha média (p:0,000) em relação aos demais grupos de dentistas estudados, e a percepção de desvios de 4mm foi uniforme para leigos e dentistas. A identificação do problema do desvio de linha média foi significativamente superior no grupo dos ortodontistas em relação aos demais grupos de dentistas estudados (p:0,000), e foi semelhante dentre esses grupos, não havendo diferença significativa (p:0,3). Foi evidenciada também uma identificação do problema significativamente superior no grupo de dentistas em relação ao grupo de leigos (p:0,000). Concluiu-se, portanto, que os ortodontistas foram mais perceptivos em relação aos desvios de linha média que os demais dentistas estudados e que os leigos; e que os dentistas de todos os grupos foram mais perceptivos que os leigos. PALAVRAS-CHAVE: Ortodontia. Estética dentária. Linha média dentária. * ** *** **** ***** 58 Especialista em Ortodontia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutorando em Ortodontia pela UERJ - Professor adjunto da disciplina de Ortodontia da UERJ. Mestranda em Saúde Coletiva FOP-UPE e especialista em Dentística Restauradora pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES. Mestre em Prótese pela Universidade Federal do Espírito santo (UFES) - Professora da disciplina de Prótese Dentária da UFES. Doutor em Prótese e professor adjunto da disciplina de Prótese Dentária da UFES. Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 4 - ago./set. 2007 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Daniela Feu, Jonas Capelli Júnior, Fabíola Boff de Andrade, Ana Paula Camata, Antônio Augusto Gomes #(.,)/×Ô) A simetria é um componente essencial na percepção da estética dentária, e a linha média corretamente posicionada nos arcos entre si contribui para o efeito de equilíbrio e harmonia do arranjo dentário, sendo um importante fator de um sorriso atrativo2,4,78. Tjan e Miller9 relataram que pacientes são capazes de perceber claramente a linha média desviada em um sorriso, contudo, não foram apresentados dados científicos que suportassem essa afirmação. Morley e Eubank6 afirmam, por outro lado, que desvios da linha média são pouco percebidos por leigos quando essa está paralela à linha facial mediana. Kokich et al.5 compararam o grau de percepção estética de dentistas (clínicos gerais e ortodontistas) e pessoas leigas em relação às oito mais comuns discrepâncias observadas nos dentes anteriores. Os resultados mostraram que as pessoas leigas observaram menos desvios estéticos em relação aos dentistas e os ortodontistas por sua vez foram capazes de detectar mais discrepâncias que os clínicos. Foi necessário um desvio de 4mm para que os ortodontistas classificassem o sorriso como menos estético, além disso, ortodontistas e clínicos foram capazes de detectar 1mm de assimetria no plano incisal. Johnston et al.4 testaram a percepção de vinte ortodontistas e vinte leigos para alterações da linha média dentária em relação à linha média facial. Os autores concluíram que os sorrisos foram considerados menos atrativos para os dois grupos à medida que os desvios foram se tornando maiores, e que não houve diferenças significativas em relação à direção do desvio (direita ou esquerda) ou ainda em relação ao gênero dos avaliadores. Os autores relatam, ainda, que os ortodontistas são mais sensíveis quando analisam pequenos desvios que os indivíduos leigos, percebendo em 83%, desvios de 2mm ou mais. Para desvios iguais ou superiores a 4mm, houve uma percepção uniforme, não tendo sido observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos4. Resultados similares foram encontrados nos estudos de Beyer e Lindauer1. De acordo com Tjan et al.9 e Chiche e Pinalt3, os pacientes tendem a relacionar sua linha média facial com o filtrum do lábio superior e, além disso, Johnston et al.4 afirmam que o uso de fotografias faciais não controlam a influência de diversos fatores atrativos da face na análise do sorriso. Baseado nos fatores citados acima, esse estudo propôs a avaliação da percepção de desvios da linha média a partir de fotografias que englobam apenas o sorriso, realizada por leigos, ortodontistas, periodontistas, protesistas e clínicos gerais. '.,##-öö'Ú.))´±öööö A amostra de dentistas foi composta por quatro grupos: Grupo DI = ortodontista; Grupo DII = protesista; Grupo DIII = periodontist; Grupo DIV = clínico-geral. Cada grupo foi composto por vinte participantes, perfazendo um total de oitenta dentistas. Os dentistas foram selecionados aleatoriamente dentre os com registro na cidade de Vitória, Espírito Santo, sendo a amostra estratificada para que se obtivesse um número igual por especialidade. A amostra de indivíduos leigos foi composta por dois grupos: Grupo LI = pacientes tratados na Clínica Integrada de adultos da UFES; Grupo LII = pacientes tratados em consultórios particulares. Cada grupo foi composto por quarenta participantes. Os pacientes do grupo I foram selecionados aleatoriamente dentre os pacientes em tratamento no momento da pesquisa, na Clínica Integrada de adultos da Universidade Federal do Espírito Santo. Os pacientes do grupo II foram selecionados dentre os que estavam presentes nos consultórios dentários visitados, e que cumpriam os quesitos de inclusão (amostra de conveniência). ·öö±öö± Foram incluídos dentistas que estavam inscritos no Conselho Regional de Odontologia-ES, na devida categoria de especialidade, e que possuíam consultórios em Vitória/ES, e foram excluídos dentistas que presenciaram ou se informaram sobre a avaliação de outro dentista. Foram incluídos nos grupos de pacientes em tratamento na Clínica Integrada ou nos consultórios visitados. Foram excluídos pacientes que tenham presenciado ou se informado sobre a avaliação de outro paciente e que tenham qualquer tipo de formação, experiência, ou já tenham trabalhado na área odontológica. 0¯ Para testar a percepção estética destes profissionais foi selecionado um paciente do gênero feminino, com sorriso simétrico, que aceitou participar da pesquisa perante assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. A manipulação do sorriso da paciente foi feita no programa Adobe Photoshop 7.0, desviando a linha média dentária superior para a esquerda 2mm e 4mm em relação ao lábio superior e aos dentes inferiores. Durante a manipulação o queixo e o nariz foram eliminados para que se diminuíssem os fatores de confusão, ficando aparente na fotografia apenas parte da pele da paciente, os lábios e dentes4. Os avaliadores recebiam um álbum fotográfico que estava na seguinte ordem: 1) Desvio de 2mm na linha média superior (Fig. 1); 2) Sem desvio (Fig. 2); 3) Desvio de 4mm na linha média superior (Fig. 3); Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 4 - ago./set. 2007 59 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Percepção do desvio da linha média dentária superior na estética do sorriso FIGURA 1 - Desvio da linha média de 2mm para a esquerda em relação ao lábio superior e aos dentes inferiores. FIGURA 2 - Sem desvio da linha média. öö Ao final da manipulação das fotos foram confeccionados dois álbuns contendo as fotos que foram reveladas no tamanho 10x15cm, em papel fotográfico, tomando-se o cuidado de fazêlos no mesmo local e com a mesma qualidade. A partir de então, iniciou-se a coleta dos dados por meio de entrevistas cegas e padronizadas, onde dois pesquisadores, cada um encarregado de metade da amostra de cada especialidade e grupo de leigos, fizeram visitas na qual mostravam o álbum. Foi solicitado que os avaliadores escolhessem a foto mais agradável, podendo optar por uma, todas ou nenhuma, tendo 90 segundos para avaliar cada foto e não podendo retornar às fotos anteriores. Depois disso, o entrevistador questionava o avaliador para verificar se o mesmo sabia o que estava sendo alterado na seqüência de fotos, ou seja, se identificava o problema de desvio da linha média, com o seguinte questionamento: “O que você acha que está sendo alterado nessas fotos?”. A resposta obtida era anotada, porém para a análise dos dados considerou-se “sim” quando a alteração foi percebida (desvio da linha média) e “não” quando o avaliador respondia algo diferente do esperado, para permitir a análise estatística. Para essas perguntas foi permitido um tempo de até 90 segundos. ,-/&.)Foram realizados os testes Qui-quadrado e One-Way ANOVA para medir associações estatisticamente significantes entre os grupos. O nível de significância foi estabelecido em 0,05. Quanto à escolha da fotografia que mais agradou ao avaliador, no grupo de pacientes leigos, houve uma prevalência da seleção da opção “todas”, indicando que não foi percebida nenhuma diferença entre os sorrisos (p: 0,001), além disso, não foram observadas diferenças significativas nos resultados gerais apresentados pelos grupos (p: 1,000). Percentualmente, o grupo de pacientes particulares optou mais pelo sorriso sem desvio do que os pacientes da UFES (16% e 5,9%, respectivamente), sem apresentar diferenças estatisticamente significativas. Os dois 60 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 4 - ago./set. 2007 FIGURA 3 - Desvio de 4mm da linha média para a esquerda em relação ao lábio superior e aos dentes inferiores. grupos assinalaram percentualmente menos a opção com desvio de 4mm, porém, sem apresentar diferença significativa, por haver grande proximidade dos valores da opção com desvio de 2mm. No grupo de dentistas também houve uma prevalência na seleção da opção “todas”, com exceção do grupo de ortodontistas (Gráf. 3). Esse grupo apresentou uma percepção estatisticamente superior em relação aos grupos DII, DIII e DIV (p:0,000), e selecionou em 75% das avaliações a opção sem desvio de linha média, e nenhuma das vezes a opção com desvio de 4mm (Tab. 1, Gráf. 1). Todo o grupo de dentistas apresentou uma seleção estatisticamente baixa das opções com desvio de 4mm (p:0,010) e de 2mm (p:0,050), mostrando haver uma maior percepção do problema estético. Contudo, a seleção da opção “todas” foi estatisticamente superior quando o grupo ortodontistas (DI) não foi considerado (p:0,010). Do mesmo modo, quando esse grupo não é incluído na análise estatística, não há diferença significativa entre a avaliação estética dos outros grupos de dentistas (p:0,065), de acordo com o teste ANOVA (Tab. 1, Gráf. 1). Quando comparados os grupos dentistas x leigos, o teste ANOVA mostrou que há uma diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos (p:0,000), indicando uma maior percepção estética por parte do grupo de dentistas (Tab. 2). Além disso, a seleção da opção sem desvio foi estatisticamente superior no grupo de dentistas (p:0,01), todavia, não houve diferença significativa na seleção da opção com desvio de 4mm entre os grupos, sendo percentualmente inferior em todos os grupos (Tab. 1, 2). Identificação do Problema de Desvio da Linha Média Neste ponto da entrevista, foi considerado se os dentistas e os leigos foram capazes de perceber a alteração realizada nas fotos. Foram realizados os testes Qui-quadrado para medir associações estatisticamente significantes entre os grupos. Observou-se que houveram resultados estatisticamente significativos para a identificação da presença de desvio de linha média no grupo de dentistas (54,6%, p: 0,000). Os ortodontistas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Daniela Feu, Jonas Capelli Júnior, Fabíola Boff de Andrade, Ana Paula Camata, Antônio Augusto Gomes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 80 10 60 11 12 40 13 14 20 15 0 16 figura 2 figura 3 figura 1 nenhuma todas 17 prótese orto clínico perio 18 19 Figura 1 - desvio de linha média de 2mm 20 Figura 2 - sem desvio 21 Figura 3 - desvio de linha média de 4mm 23 GRÁFICO 1 - Análise do grupo de dentistas. 24 25 26 TABELA 1 - Análise do grupo dentistas TABELA 2 - Dentistas x pacientes. 27 ortodontista clínico-geral periodontista protesista p dentistas pacientes p 28 desvio de 4mm 6,4% 9,7% desvio de 2mm 15% 21,1% 21,1% 21,1% 29 desvio de 2mm 20,5% 11,1% sem desvio 75% 21,1% 26,3% 26,3% 30 sem desvio 40,7% 11,1% o,ooo desvio de 4mm _ 15% 10,5% 15% 0,01 31 todas 28,6% 61,1% todas 10% 37,6% 36,8% 32,4% 32 nenhuma 3,9% 6,9% nenhuma _ 5,3% 5,3% 5,3% 33 34 35 36 37 2% 38 2% 39 20% 5% 40 15% 1 15% 41 54,6% 75% 42 43 0 20 40 60 80 44 ortodontistas clínicos-gerais 45 0 20 40 60 periodontistas protesistas 46 dentistas pacientes pacientes UFES pacientes-consultório 47 48 GRÁFICO 2 - Identificação do problema de desvio da linha média: dentistas GRÁFICO 3 - Identificação do problema de desvio da linha média: avaliação 49 cativos para a identificação do problema (5%, p: 0,300), não havendo também diferenças entre o grupo de pacientes de consultório particular e o grupo de pacientes da UFES (p: 0,100) (Gráf. 3). A diferença entre o grupo de dentistas e o grupo de leigos foi estatisticamente significativa (p:0,000) (Gráf. 2). percentagem (%) foram estatisticamente mais atentos na identificação que os demais grupos de dentistas (p:0,000), e não houveram diferenças significativas na identificação dos problemas entre os grupos DII, DIII e DIV (p:0,400) (Gráf. 2, 3). Para o grupo de leigos foram encontrados valores não signifi- x pacientes. do grupo de dentistas e de pacientes. Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 4 - ago./set. 2007 61 Percepção do desvio da linha média dentária superior na estética do sorriso #-/--Ô) Corroborando os achados de Johnston et al.4, nesse estudo os ortodontistas também foram mais críticos quanto à estética dental do que indivíduos leigos, percebendo pequenas alterações no desvio da linha média, e sendo sensíveis à percepção de desvios de 2mm. Além disso, pôde ser observado que eles também foram mais críticos que os dentistas das demais especialidades analisadas nesse estudo (DII, DIII e DIV). Essa percepção é um fator favorável, já que a linha mediana é um elemento importante para a estética e simetria do sorriso1,2,6,7,8. No entanto é importante ressaltar que apesar de influenciar a harmonia do sorriso, um discreto desvio da linha mediana não compromete a estética gravemente e não é percebido pelos pacientes leigos3,5,8. De maneira similar, não foram observadas diferenças significativas entre nenhum dos grupos de dentistas e de leigos na fotografia com 4mm de desvio da linha média, que foi a opção percentualmente menos selecionada por todos os grupos. Achados semelhantes foram relatados por Johnston et al.4, que observaram altos valores de rejeição às fotografias com 4mm ou mais de desvio de linha média, e nenhuma diferença entre os grupos. Nesse estudo não foram observados valores percentuais altos de sensibilidade a desvios de 2mm pela população leiga, como os que foram observados por Beyer e Lindauer1 e Johnston et al.4 Como havia a possibilidade de seleção da opção “todas” (indicando que todas as fotografias agradavam o avaliador), essa foi a opção estatisticamente mais selecionada pelos indivíduos leigos, indicando que esses examinadores não conseguiram identificar o fator que estava causando o problema estético, apesar de ter havido o menor percentual de seleção da opção que apresentava desvio de 4mm na linha média. Por outro lado, Kokich et al.5 concluíram que desvios de 4mm podem passar desapercebidos por avaliadores leigos, o que pode ser uma razão para os valores estatisticamente significativos da seleção da opção “todas” nesse estudo. Do mesmo modo, Thomas et al.8 relatam pouca percepção por parte de leigos, quando não existem angulações na linha mediana entre os arcos. As inter- 62 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 6, n. 4 - ago./set. 2007 pretações controversas dos resultados da análise dos leigos devem-se ao fato de terem sido utilizadas metodologias diferentes nesses estudos, e de ter sido buscada, nesse estudo, a avaliação do entendimento do paciente sobre o que o estava desagradando nas opções que ele não selecionava. Kokich et al.5 também observaram uma sensibilidade estatisticamente superior do grupo de ortodontistas. Em se tratando da identificação do problema do desvio de linha média por parte dos dentistas, foi observada uma identificação significativa por parte dos dentistas; e uma identificação estatisticamente superior dos ortodontistas em relação aos outros grupos de dentistas. Já o grupo de leigos não apresentou compreensão sobre o tipo de alteração presente nas fotografias, não identificando o problema, e não houveram diferenças estatísticas entre os grupos LI e LII. Portanto, não foram observadas evidências de que pacientes que procuram tratamento particular, apresentam uma compreensão de desvios da linha média, sendo capazes de identificá-los num limite de 4mm. O grupo de dentistas (DII, DIII, DIV), com exceção do grupo de ortodontistas (DI), que demonstrou percepção significativamente superior, teve um comportamento uniforme na seleção das opções e na identificação do problema de desvio da linha média, e foram significativamente mais perceptivos nos quesitos avaliados que LI e LII. Contudo, Kokich et al.5 observram um comportamento semelhante na percepção de pequenos desvios por parte de ortodontistas e clínicos gerais, que não foi observado nesse estudo. )(&/-æOs autores concluíram que, para a população estudada: -Os ortodontistas foram mais perceptivos que os demais dentistas estudados (DII, DIII e DIV) e que os leigos (LI e LII); -Os dentistas dos grupos DII, DIII e DIV foram mais perceptivos em relação aos desvios de linha média que os leigos; - Não houveram diferenças significativas entre os leigos dos grupos LI e LII; -A opção com desvio de 4mm na linha média foi a menos selecionada por todos os grupos. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Daniela Feu, Jonas Capelli Júnior, Fabíola Boff de Andrade, Ana Paula Camata, Antônio Augusto Gomes Perception of the shunting line of the camber line dental superior in the aesthetic one of the smile Abstract This study was designed to determine the perception of 80 dental professionals and 80 lay people with respect to shunting line presence between the dental camber line and the superior lip. A photograph of a smiling young woman was digitally modified, producing shunting lines of 2mm and 4mm in maxillar camber line to the right, in relation to the superior lip. It was requested that individuals chose the most pleasant photo, being able to opt for one, all or none. After this, the interviewer questioned the individuals to verify they understood what was being modified in the sequence of photos, or either, if identified the shunting line problem of the camber line. The results had shown that the orthodontists had greater perception for shunting lines of 2mm in the camber line (p:0,000) in relation to the other groups of dentists, and the perception of a 4mm shunting line was uniform for lay people and dentists. The identification of the problem of the shunting line of camber line, in a similar way, was significantly superior in the orthodontists group related with the other dentists groups (p:0,000), and was similar amongst these groups, with no significant difference (p:0,3). The problem identification was significantly superior in dentists group than in lay people group (p:0,000). Therefore, could be concluded that orthodontists was more percipient about shunting lines of camber line that the other studied dentists groups and than lay people; and that all dentists groups had been more percipient than lay people. KEY WORDS: Orthodontics. Dental esthetics. Dental camber line. REFERÊNCIAS 5. 1. 2. 3. 4. BEYER, J. W.; LINDAUER, S. J. Evaluation of dental midline position. Semin. Orthod., Philadelphia, v. 4, p. 145-152, 1998. BISHARA, S. E.; BURKEY, P. S.; KHAROUF, J. G. Dental and facial asymmtries: a review. Angle Orthod., Appleton, v. 64, no. 2, p. 89-98, 1994. CHICHE, G. J.; PINAULT, A. 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